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Portaria n.º 72/2015 parte dos responsáveis pela gestão das Áreas Protegidas,
criando deste modo condições favoráveis à consolidação
de 22 de dezembro do sistema de Áreas Protegidas de Cabo Verde.
Cabo Verde, enquanto país pequeno, insular e arquipelágico, Foram ouvidas todas as organizações públicas e privadas
agravado pelas suas vulnerabilidades económica e ambiental, e da sociedade civil sediadas na ilha de Santo Antão e
exige estratégias adequadas de gestão dos seus recursos relacionadas com atividades no âmbito da Área Protegida
naturais. É nesta linha de preocupações que Cabo Verde de Cova, Paul e Ribeira da Torre.
ratificou a Convenção sobre a Diversidade Biológica em
1995 e em 1999 elaborou a Estratégia Nacional e Plano Nestes termos,
de Acção sobre a Biodiversidade.
Ao abrigo do disposto no artigo 16º do Decreto-Lei n.º 3/2003,
Em 2003, foi publicado o Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de 24 de Fevereiro, na alínea a) do n.º 2 da Base XII, na
de Fevereiro, sobre o regime jurídico de espaços naturais, alínea b) do n.º 1 e na c) do nº 7, da Base XVI do Decreto
que cria 47 áreas protegidas, com 6 categorias: Parque Legislativo n.º 1/2006, de 13 de Fevereiro, na nova redação
Nacional, Parque Natural, Reservas Naturais, Paisagem que lhe foi dada pelo Decreto-Legislativo n.º 6/2010, de
Protegida, Monumento Natural e Sítios de Interesse 21 de Junho e no Artigo 72º do Decreto-Lei nº 43/2010,
Científico. A criação de uma Rede Nacional de Áreas de 27 de Setembro;
Protegidas, através do Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 205º da
Fevereiro, constituiu o instrumento político fundamental
Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde,
no que respeita à preservação de paisagens naturais,
pelos Ministros do Ambiente, Habitação e Ordenamento do
conservação e manutenção de recursos e processos naturais,
Território, do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento
conservação de espécies e habitats, sendo fonte geradora
Empresarial, e do Desenvolvimento Rural, o seguinte:
de desenvolvimento equilibrado, que reduza pobreza e
melhore a qualidade de vida das populações residentes, Artigo 1.º
utilizadoras ou adjacentes às Áreas Protegidas.
Aprovação
Com a protecção legal desses espaços naturais, garantida
pelo Decreto-Lei nº 3/2003, impõe-se a necessidade de serem São aprovados os Planos de Gestão e de Ecoturismo do
elaborados os respectivos instrumentos de gestão, que são Parque Natural de Cova, Ribeira de Paul e Ribeira da
fundamentais para uma gestão dos recursos naturais e Torre, na ilha de S. Santo Antão, adiante designado Parque
culturais de acordo com os princípios de desenvolvimento Natural, cujos Regulamentos e cartas de zonamento se
sustentável. publicam em anexo à presente Portaria e dela fazendo
parte integrante.
O Decreto-Lei nº 3/2003, determina os diferentes
Artigo 2.º
regimes e figuras de proteção, criando os princípios e os
instrumentos de gestão territorial, que deverão conter Natureza jurídica e âmbito
as medidas necessárias à garantia de conservação da
biodiversidade, da geodiversidade e a necessidade de 1. Os Planos de Gestão e de Ecoturismo do Parque Natural
compatibilizar os diferentes interesses em presença com a são instrumentos especiais de ordenamento do território de
proteção de valores culturais e estéticos e a satisfação das natureza regulamentar que estabelecem o quadro espacial de
necessidades e anseios das populações locais e visitantes. um conjunto coerente de atuações com impacte na disciplina
da organização e gestão da respetiva área.
Os Planos de Gestão e de Ecoturismo constituem dois
destes instrumentos de gestão territorial. No caso do Plano 2. Os Planos de Gestão e de Ecoturismo do Parque
de Ecoturismo, o mesmo foi concebido para o desenvolvimento Natural e os respetivos regulamentos aplicam-se na área
da prática do ecoturismo para as Áreas Protegidas, sendo identificada na respetiva carta de zonamento abrangendo
autónomo mas igualmente um complemento ao Plano os Concelhos do Paul, Porto Novo e Ribeira Grande.
de Gestão.
Artigo 3º
As Bases do Ordenamento do Território e Planeamento
Vinculação
Urbanístico, aprovados pelo Decreto-Legislativo nº 1/2006, de 13
de Fevereiro, com as alterações que lhe foram introduzidas Os Planos de Gestão e de Ecoturismo do Parque Natural
pelo Decreto-Legislativo n.º 6/2010, qualificam por sua vez vinculam direta e imediatamente as entidades públicas privadas.
os planos de ordenamento de áreas protegidas ou outros
espaços naturais de valor cultural, histórico ou científico, Artigo 4.º
como planos especiais de ordenamento do território de Entrada em vigor
valor hierárquico superior aos planos municipais de
planeamento territorial. A presente Portaria entra em vigor no dia seguinte ao
da sua publicação.
Tendo em conta que a actividade ecoturística é susceptível
de causar alterações ao ambiente natural, constituindo, Gabinete dos Ministros do Ambiente, Habitação e
muitas vezes, constrangimentos à gestão sustentável dos Ordenamento do Território, do Desenvolvimento Rural e
recursos naturais, torna-se necessário a elaboração de do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial,
instrumentos que regulem as diversas atividades que na Praia, aos 30 de Outubro de 2015. – Os Ministros,
compõem o ecoturismo e que, ao mesmo tempo, possibilitem Emanuel Antero Garcia da Veiga - Eva Verona Teixeira
a monitorização e controlo dos impactos da visitação, por Ortet - Leonesa Maria do Nascimento Lima Fortes.
I SÉRIE — NO 83 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 22 DE DEZEMBRO DE 2015 2835
Conteúdo documental
d) Escoamento eficaz de águas residuais e de esgotos; das atividades de turismo de natureza que
desenvolvam, cabendo-lhes garantir, através
e) Sistema de segurança contra riscos de incêndio; da informação fornecida no início da atividade
f) Ligações telefónicas, postais e de socorros médicos a e do acompanhamento do grupo, que as boas
pelo menos 5 km de distância da sua localização; práticas ambientais são cumpridas;
f) Respeitar a privacidade e dignidade dos outros, 1. Constituí contra-ordenação a prática dos atos e
devendo informar-se antes de fotografar pessoas; atividades interditos previstos no presente Regulamento,
g) Respeitar os habitantes locais, os seus modos bem como dos que sendo condicionados, não tenham
de vida e tradições locais; sido objeto de prévia autorização ou parecer.
h) Ser afável com os habitantes locais, esclarecendo 2. Compete a administração do Parque processar
quanto à atividade em curso; as contra-ordenações, aplicar as coimas e as sanções
acessórias, sem prejuízo das competências da autoridade
i) Respeitar a propriedade privada; ambiental nacional e de outras previstas na legislação
j) Ter cuidado com o gado, não incomodando os animais; ambiental, designadamente no regime jurídico das Áreas
Protegidas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 3/2003, de 24 de
k) Não fazer lume; Fevereiro, ou outra legislação que lhe venha complementar
l) Acampar apenas nos locais autorizados, ou suceder.
informando-se primeiro; 3. O montante das coimas é o previsto no artigo 30º
m) Desfrutar dos serviços e produtos locais, promover os do Regime Jurídico das Áreas Protegidas, aprovado
produtos tradicionais adquirindo-os se possível; pelo Decreto-Lei n.º 3/2003, de 24 de Fevereiro.
n) Evitar andar sozinho; CAPÍTULO VIII
o) Parar os motores dos veículos quando estacionados; DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
p) Informar -se previamente sobre os vários aspetos Artigo 27º
e singularidades do Parque e incentivar os
Articulação com outros instrumentos de gestão territorial
esforços de conservação da natureza locais.
Artigo 23º 1. Em caso de conflito com o regime previsto nos
planos municipais de ordenamento do território em
Declaração prévia de adesão ao Código de Conduta e à boas vigor, prevalece o regime constante do Plano de Gestão
práticas a que este Plano de Ecoturismo é anexo, sendo o Plano
Os guias, entidades, empresas, ONGs, e outras de Gestão equiparado a Plano Especial de Ordenamento
organizações referidas no artigo 22º devem enviar do Território, por força do disposto na alínea a) do n.º
previamente às atividades, uma declaração de adesão 2 da Base XII do Decreto-Legislativo n.º 1/2006, de 13
ao Código de Conduta, a qual deve ser recebida pela de Fevereiro, na nova que lhe foi dada pelo Decreto-
adminstração do Parque em data anterior à prática Legislativo n º 6/2010, de 21 de Junho.
das atividades, desde que os plano de gestão e de 2. Quando não se verifique conflito entre os regimes
ecoturismo do Parque não obriguem a parecer prévio. referidos no número anterior, a sua aplicação é cumulativa.
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Artigo 28º d) Promover as atividades educativas, recreativas
e científicas;
Autorizações e pareceres
e) Ordenar os usos e atividades do Parque,
1. As autorizações, aprovações ou pareceres previstos compatibilizando o uso público e privado com
no presente Regulamento e dos Planos de Gestão a conservação das espécies, nomeadamente
e de Ecoturismo não substituem as demais licenças, endémicas, ecossistemas e recursos naturais,
autorizações ou aprovações exigíveis nos termos da lei. em especial a água.
2. As autorizações e pareceres emitidos pela administração Artigo 3º
do Parque no âmbito do presente Regulamento e dos
Planos de Gestão e Ecoturismo são vinculativos. Fundamentos de protecção e conservação
3. Na falta de disposição especial aplicável, o prazo para O presente Plano de Gestão tem os seguintes fundamentos
emissão de autorizações e pareceres pela administração de protecção e conservação:
do Parque é de 30 dias.
a) A presença de espécies de animais e vegetais
4. A não emissão de parecer no prazo mencionado no ameaçadas de extinção;
número anterior implica a não aprovação do projecto
ou atividade com ele relacionados. b) A existência de zonas de grande importância
para o desenvolvimento de algumas fases de
5. As autorizações e pareceres emitidos pela administração ciclo biológico de espécies animais;
do Parque no âmbito dos respectivos Planos caducam
decorridos dois anos após a data da sua emissão, salvo se c) Presença de espécies endémicas;
nesse prazo as entidades competentes tiverem procedido d) O papel de espécies florestais na conservação
ao licenciamento do projecto ou atividade respetivos. de solos e água;
PLANO DE ORDENAMENTO E GESTÃO e) A existência de estruturas geomorfológicas em
REGULAMENTO PARQUE NATURAL DE COVA/ bom estado de conservação;
PAUL/RIBEIRA DA TORRE
Ilha de Santo Antão (Cabo Verde) f) A presença de paisagens naturais de grande
beleza, dominados por uma orografia, muitas
CAPÍTULO I vezes, abruptas, e encostas pronunciadas e
vales profundos;
DISPOSIÇÕES GERAIS
g) Paisagens rurais tradicionais de grande valor
SECÇÃO I
estético, cultural e etnográfico;
OBJECTIVOS, NATUREZA JURÍDICA E ÂMBITO
h) Existência de zonas degradadas susceptíveis de
DO PLANO DE GESTÃO
serem restauradas e transformadas em lugares
Artigo 1º de alta qualidade natural ou semi-natural;
3. As principais localidades que fazem parte dessa Sarcostemma daltonii, Echium stenosiphon ssp. lindbergii,
área são: Pico da Cruz, Cova, Morro de Vento, Água Lavandula rotundifolia, Artemisia gorgonum, Conyza
das Caldeiras, Vale do Paul e Vale da Ribeira da Torre. feae, Conyzavaria, Globularia amygdalifolia, Aeonium
gorgoneum, Polycarpaea gayi, Satureja forbesii, Phagnalon
4. A vegetação predominante nessa área são as melanoleucum, Campanula jacobaea, Kickxia elegans ssp.
espécies arbóreas exóticas na parte florestada e nas dichondrifolia, Ficus sycomorus ssp. gnaphalocarpa,
escarpas a predominância são as espécies endémicas Umbilicus schmidtii e Lotus latifolius.
(Euphorbia tuckeyana, Periploca laevigata ssp. chevalieri,
Echium stenosiphon ssp. lindbergii, Sonchus daltonii, 6. A avifauna endémica da Zona de Uso Tradicional é
Tornabenea bischofii, Lavandula rotundifolia, Conyza representada pelas seguintes espécies: Passer iagoensis,
feae, Conyza varia, Globularia amygdalifolia, Artemisia Falco tinnunculus ssp. neglectus, Apus alexandri e Tyto
gorgonum, Lotus latifolius, Polycarpaea gayi) e em alba ssp. detorta.
alguns pontos as espécies invasoras, nomeadamente
Lantana camara e Furcraea foetida. Artigo 20º
TRADICIO- NAL
regadio sequeiro e B7 Área agrícola de
Artigo 25º regadio sequeiro C7 Área
agrícola de sequeiro
Definição e delimitação segundo os usos D7 Área agrícola de
sequeiro A6 Escarpas
1. As zonas específicas, definidas de acordo com as com agricultura
unidades de diagnóstico estabelecidas no Plano que D6 Escarpas com
correspondem às reações dos ecossistemas face a introdução agricultura
dos diferentes usos específicos e das atividades. A7 Á Área agrícola de
Z.5 Zona de UD5: Área de sequeiro
2. As zonas específicas constituem a base concreta assentamento assentamento A8 Área agrícola
ZONA DE
sobre a qual se determinam os diferentes aspetos da humano humano de regadio B7 Área
gestão do território em relação aos recursos naturais agrícola de sequeiro
C1 Área florestada
do Parque. C7 Área agrícola de
sequeiro
ZUE
3. No âmbito do Parque Natural de Cova, Paul e D1 Área florestada
Ribeira da Torre, delimitam-se cinco zonas específicas D7 Área agrícola de
segundo seu destino e usos específicos: sequeiro
f) Uso de recolha de espécies naturais: compreende q) Uso de caminhada por trilhos pedestres: compreende
as actividades de recolha de plantas, frutos ou todas as actividades de lazer desenvolvidas
demais produtos silvestres para consumo doméstico. mediante o percurso a pé dos caminhos rurais
ou itenerários interpretativos do Parque.
g) Uso de recolha de pastos: compreende as actividades
de recolha de sub-produtos da agricultura e da t) Uso de excursionismo a cavalo ou bicicleta:
floresta, e que são utilizados como pasto para o gado. compreende todas as actividades de lazer
desenvolvidas mediante o percurso a cavalo,
h) Utilização de nascentes naturais de água: mula, burro, ou de bicicleta nos caminhos
compreende as actividades de apanha de água rurais ou itenerários interpretativos do Parque.
das nascentes naturais do Parque, para uso
exclusivo doméstico. u) Uso recreativo intensivo: compreende todas aquelas
actividades e serviços privados relacionados
i) Uso extractivo de inertes: compreende todas as actividades com as manifestações comunitárias de lazer,
de extracção de materiais para a construção civil desportivas, sócio-culturais, de diversão,
mediante pequenas pedreiras exploradas com ou artísticas, turísticas, lúdicas, de prazer e
sem uso de máquinas especializadas. disfrute em geral dos espaços e recursos
j) Uso cinegético – recreativo: compreende todas do Parque Natural, que pelo seu carácter
as actividades de caça com fins de lazer ou intensivo, quer dizer pouco sustentável, não
divertimento. devem desenvolver-se em nenhum caso dentro
da área do Parque.
k) Uso educativo: compreende todas as actividades
e serviços privados de ensino quer de âmbito v) Uso cientifico: compreende todas aquelas
escolar nas diversas modalidades oficiais e actividades e serviços privados relacionados com
ciclos educativos, quer de formação de valores disciplinas exclusivamente cientificas em estreita
de respeito à natureza e paisagem, assim relação com uma instituição devidamente
como de educação ambiental, ministrados em acreditada, reconhecida e de prestígio nacional
espaços abertos ou em locais e instalações que e internacional, realizados nas instalações que
não fazem parte dos sistema de equipamento não fazem parte do sistema de equipamentos
público do Parque. públicos do Parque.
x) Uso divulgativo: compreende todas aquelas
l) Uso sócio-cultural: compreende as actividades e
actividades e serviços privados relacionados com
serviços privados de tipo cultural o associativo
a divulgação de elementos e valores naturais,
desenvolvido em espaços ou centros que não
paisagísticos, culturais, etc. do Parque Natural,
fazem parte do sistema de equipamentos
realizados com fins formativos, turísticos, etc.
públicos do Parque.
ao ar livre ou em instalações que não fazem
m) Uso desportivo: compreende as actividades parte do sistema de equipamentos públicos
e serviços privados destinados à prática, do Parque.
à aprendizagem e ao desenvolvimento de y) Uso publicitário: compreende todas aquelas
actividades desportivas em instalações cobertas actividades e serviços privados realizados com
ou não, que não fazem parte do sistema de fins publicitários (anúncios, calendários, cinema,
equipamentos públicos do Parque. televisão, etc.), atraves de qualquer suporte
n) Uso de desportos de aventura: compreende as audiovisual ou informático, que utilize como
actividades e serviços privados destinados à cenário os elementos naturais, culturais ou
prática, aprendizagem e ao desenvolvimento de paisagísticos do Parque natural. Por outro
actividades desportivas enquadradas no grupo lado, se inclui nesta categoria a colocação
de aventura (escalada, asa delta, espeología, de cartazes ou sinalizações publicitárias,
etc) realizadas geralmente ao ar livre ou em diferentes às indicações e sinalizações dos
instalações específicas, que não forma parte do serviços próprios do Parque.
sistema de equipamentos públicos do Parque. z) Uso de comércio ambulante: compreende as
o) Uso de campismo: compreende as actividades e serviços actividades e serviços privados de comércio a
privados de acampamento realizados num recinto retalho, realizados de forma periódica fora dos
ou instalações destinadas especificamente a esta estabelecimentos comericiais, e que se desenvolvem
prática, que não fazem parte do sistema de em recintos destinados especificamente para tal,
equipamentos públicos do Parque, ou então como feiras ou mercados ocasionais.
realizados num espaço aberto. z’) Uso de produtos tradicionais: compreende aquelas
p) Uso de turismo rural: compreende todas as actividades e serviços privados de produção
actividades e serviços privados de alojamento artesanal de produtos derivados das explorações
colectivo de pessoas realizadas em moradias agrícolas e pecuárias de carácter familiar.
rurais, dormitórios ou habitações concebidas 2. Usos e actividades públicas:
para estas finalidades e que não fazem parte
do sistema de equipamento público do Parque, a) Uso de condução de povoamento florestal:
ainda que não sejam consideradas dotações compreende aquelas actividades e serviços
comunitárias do mesmo. Também incluem de carácter público establecidas pelo Plano
as actividades gastronómicas de divulgação de Gestão Florestal com vista a melhoria
de produtos típicos da ilha realizadas em das espécies florestais e vegetais do Parque,
restaurantes adequados a esta actividade. mediante podas, desbastes ou cortes sanitários.
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São aqueles usos e actividades que as presentes Regulação dos usos gerais na zona de uso tradicional (ZUT)
normas declaram incompatíveis com os valores ou Na zona de uso tradicional só se admitem usos gerais
características da zona básica ou específica de que que garantam práticas tradicionais de aproveitamento
se trata ou então porque são incompatíveis com os sustentável dos recursos naturais.
objectivos de protecção do Plano e por isso se estabelece
a sua proibição dentro dos limites do Parque. Artig 34º
6. Usos que não são previstos a sua contemplação Regulação de usos gerais na zona de uso especial (ZUE)
nesta zona (NP): Na zona de uso especial só se admitem usos gerais que
São aqueles usos e actividades que não se prevê, em garantam o enquadramento aos povoados, casarios, infra-
princípio, a sua compatibilidade ou incompatibilidade já estruturas necessárias e directamente relacionadas com a
que pelas características da zona básica ou específica gestão da área e das visitas, assim como às instalações
de que se trate, não é lógico que de forma ordinária de interesse público que, por razões técnicas, devem
se proponha o seu exercício. Não obstante, no caso estar situadas dentro dos limites da área protegida.
em que se venha a propor a implantação nessa zona Artigo 35º
de um novo uso, actividade ou instalação que torne
Compatibilidades entre os usos específicos e as zonas
as condições possiveis, tanto pela mudança tecnologica
específicas.
como pela apresentação de uma proposta inovadora, se
entenderá, em todo caso, que o esse uso é incompatível, 1. As presentes normas estabelecem a seguinte
a não ser que seja avaliada sua compatibilidade pelos compatibilidade entre as zonas específicas e os usos
organismos competentes. específicos de natureza privada:
SUBSECÇÃO II ZUM ZUT ZUE
USOS E ACTIVIDADES PRIVADAS
NORMAS ESPECÍFICAS DE PROTECÇÃO Z.1 Z.2 Z.3 Z.4 Z.5
Artigo 31º Residencial-vivenda unifamiliar NC NP NP NC CL*
Agrícola de sequeiro ou regadio NC NP NP CL* CL*
Compatibilidades entre os usos gerais e as zonas básicas
Pecuária estabulada NC NP NP CL* NC
1. Nas zonas básicas a compatibilidade ou incompatibilidade
de usos gerais estabelece-se a partir do seguinte quadro: Pastoreio livre NC NP NP NC NC
Exploração florestal/Corte CL* NP CL* CL* CL*
ZUM ZUT ZUE Colecta de espécies endémicas CL* NP CL* CL* CL*
USOS GERAIS ( z.1 / z.2 / z.3 / ( z.4) ( z.5 )
Recolha de pasto CL* NP CL* CL* C
Residencial NC / NP CL CL
Utilização de nascente naturais de água CL* NP CL* CL* CL
Agrícola NC C CL
Extracção de inertes NC NC NC NC NC
Pecuário NC / NP CL CL
Cinegético – recreativo NC NC NC NC NC
Florestal CL / NP CL / NP CL
Educativo CL* CL* CL* CL* CL*
Aproveitamento sustentável NC / CL CL NC
dos recursos naturais Sócio-cultural CL* NP CL* CL* C
Extractivo NC NC NC Desportivo CL* NP CL* CL* C
Cinegético NC NC NC Desportivo de aventura CL* CL* CL* NC CL
Equipamento público NC / NP CL C Campismo CL* NP NC CL* CL*
Infra-estruturas CL / NP CL CL Turismo rural CL* CL* CL* CL* C
Serviços técnicos CL CL CL Caminhada por trilhos pedestres CL* NP CL* CL* CL*
2. À compatibilidade de usos gerais estabelecida anteriormente Excursionismo a cavalo, burro, mula CL* NP NP CL* C
ou de bicicleta
para cada zona básica, a seguir se estabelece uma série
de excepções em relação aos usos específicos que se Científico CL* CL* CL* CL* CL*
admitem ou não em determinadas zonas. Essas excepções Publicitário NC NC NC CL CL
são definidas de acordo com as compatibilidades entre
os usos específicos e as zonas específicas do artigo 35º. Comércio ambulante NC NC NC NC NC
Colecta de espécies endémicas CL* CL* CL* CL* CL* Infra-estrutura de comunicação viária
Cinegético – regulação do efectivo populacional CL* CL* CL* CL* NC Infra-estrutura de telecomunicação
Serviço técnico
Equipamento educativo NC NP NP NC CL
Indicação e sinalização dos serviços
Equipamento sócio-cultural NC NP NP NC CL* do Parque
Equipamento recreativo – desportivo NC NP NP NC CL*
LIMITAÇÕES DE USOS ESPECÍFICOS
Equipamento administrativo NC NP NP NC CL*
USOS PRIVADOS
Equipamento multifuncional NC NP NP NC CL*
Utilização de nascentes natu- Limitado à exploração de água já canalizada
Equipamento eco-turismo CL* NP CL* NC CL*
rais de água e à autorização prévia do Órgão de Gestão
Equipamento científico CL* CL* CL* CL* CL* do Parque.
Infra-estruturas de comunicação viária CL* CL* CL* CL* CL* Coleta de espécies endémicas Mediante autorização do Órgão Gestor do
Infra-estruturas de telecomunicaçã NC CL* CL* CL* CL* Parque
Serviços técnicos CL* CL* CL* CL* CL* Limitado a determinadas especies e áreas
Recolha de pasto específicas de acordo com o Plano Téc-
Indicação e sinalização dos serviços do Parque. CL* CL* CL* CL* CL* nico de Gestäo Florestal, assim como
limitado a pessoas com formação e autori-
Artigo 36º
zadas pelo Órgão de Gestão do Parque,
Zona Florestada e Arbustiva Mista (Z.1) estando interdita a recolha das espécies
naturais inventariadas.
REGULAÇÃO DE USOS ESPECÍFICOS Limitado ao corte de determinadas
Z.1 Zona Florestada e Arbustiva Mista Exploração florestal/corte espècies e em àreas específicas, sempre
USOS PRIVADOS C C* CL CL* NC NP de acordo com o Plano de Gestão Florestal
Residencial-vivenda unifamiliar aprovado pelo Órgão de Gestão do Parque
Agricultura de sequeiro Limitado aos usos culturais e sociais,
Pecuária estabulada Sócio-cultural de acordo com o número límite de
pessoas que estableça o Órgão de Gestão
Pastoreio livre do Parque e desenvolvidos apenas nos
Exploração florestal/Corte espaços, itinerários e trilhos estabelecidos
Colecta de espécies endémicas no Plano de Gestão, Plano de Infra-
estruturas ou outro instrumento de
Recolha de pastos execução que o desenvolva, sempre que
Utilização de nascentes naturais de água não perturbe as condições de conservação
Extracção de inertes da área e que disponha de medidas de
segurança adequadas.
Cinegético – recreativo
Educativo Limitado ao uso didáctico dos valores
Sócio – cultural Educativo naturais, culturais, paisajisticos e sociais
do Parque, de acordo com o número
Desportivo límite de pessoas que estabeleça o Órgão
Desportivo de aventura de Gestão do Parque e desenvolvidos
Campismo apenas nos espaços, itinerários e trilhos
es- tabelecidos no Plano de Gestão,
Turismo rural Plano de Infra-estruturas ou noutro
Caminhada por trilhos pedestres instrumento de execução que o desenvolva,
Excursionismo a cavalo, burro, mula sempre que não perturbe as condições de
ou de bicicleta conser- vação da área.
Científico Limitado a acampamento ocasional ligado
Publicitário Campismo ao percurso de um itinerário nesta zona,
sempre que se realize com autorização do
Comércio ambulante
Órgão de Gestão do Parque e de acordo
USOS PÚBLICOS C C* CL CL* NC NP com o número límite de pessoas que
Condução de povoamento florestal estableça o referido Órgão.
Repovoamento florestal ou vegetal Caminhada por trilhos pedestres Limitado às pessoas autorizadas pelo
Recolha de material biológico para Órgão de Gestão do Parque com a
conservação e reprodução ex situ. finalidade de usos científicos e divulgativos
Coleta de espécies endémicas e de vigilância vulcânica.
Cinegético – regulação do efectivo Excursionismo a cavalo, bu- Este uso apenas poderá ser realizado
populacional rro, mula ou de bicicleta em caminhos específicamente establecidos
Equipamento educativo pelo Organo Gestor do Parque. Para cada
excursão, haverá um número limitado
Equipamento sócio – cultural de participantes, o qual será fixado pelo
Equipamento recreativo – desportivo Órgão de Gestão do Parque. Em qualquier
Equipamento administrativo caso, a prática do excursionismo a cavalo,
mula, burro ou bicicleta deverá respei-
Equipamento multifuncional
tar os espaços protegidos pelo presente
Equipamento eco-turístico Plano e não deverá provocar deterioração
Equipamento científico dos caminhos objectos de excursão.
I SÉRIE — NO 83 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 22 DE DEZEMBRO DE 2015 2851
Artigo 37º
Os projectos deverão cumprir as determinações
Turismo rural do Plano especial urbanístico (quando existir) Zona de escarpa com maior ou menor prevalência
e/ou os critérios arquitectónicos, paisagísticos
e de minimização do impacte ambiental que de endemismos (Z.2)
estableça para este uso o Órgão de Gestão
do Parque. REGULAÇÃO DE USOS ESPECÍFICOS
Z.2 Zona de escarpa com maior ou menor prevalência de endemismos
Limitados a usos desportivos, de acordo
Desportivo com o número límite de pessoas que esta- USOS PRIVADOS C C* CL CL* NC NP
bleça o Órgão de Gestão do Parque e Residencial – vivenda unifamiliar
desenvolvidos apenas nos espaços, itinerá- Agricultura de sequeiro
rios e trilhos estabelecidos no Plano de
Gestão, Plano de Infra-estruturas ou outro Pecuária estabulada
instrumento de execução que o desenvolva, Pastoreio livre
sempre que não perturbe as condições de
conservação da área e que disponha de Exploração florestal/Corte
medidas de segurança adequadas. Colecta de espécies endémicas
Limitado às actividades desportivas Recolha de pastos
Desportivo de aventura enquadradas no grupo de aventura com Utilização de nascentes naturais de água
a au- torização passada pelo Órgão de Extracção de inertes
Gestão e sempre que reúnam todas as
condições de segurança. Cinegético – recreativo
De acordo com as condições específicas da Educativo
Científico autorização que deve outorgar o Ór- gão Sócio – cultural
de Gestão do Parque, limitados aos usos Desportivo
cientificos, sempre que não perturbe as
condições de conservação da área. Desportivo de aventura
Campismo
USOS PÚBLICOS
Turismo rural
Condução do povoamento Limitado a determinadas espécies em Caminhada por trilhos pedestres
florestal áreas específicas, sempre de acordo com
o Plano de Gestão Florestal aprovado pelo Excursionismo a cavalo, burro, mula ou
Órgão de Gestão do Parque.. de bicicleta
Científico
Repovoamento florestal ou Limitado a determinadas espécies em áreas
vegetal específicas, sempre de acordo com o Plano Publicitário
Técnico de Gestão Florestal aprovado pelo Comércio ambulante
Órgão de Gestão do Parque.
USOS PÚBLICOS C C* CL CL* NC NP
Recolha de material biológi- Limitado à recolha de sementes, plantas Condução do povoamento florestal
co para conservação e repro- medicinais e material biológico em ge-
dução ex situ. ral, e previa autorização do Órgão de Repovoamento florestal ou vegetal
Gestão do Parque em conformidade com Recolha de material biológico para
as condicionantes estabelecidas no Decreto- conservação e reprodução ex situ.
Regulamenter nº 7/2002, de 24 de Dezembro.
Colecta de produtos naturais para fins
Limitado às pessoas formadas e autorizadas cientificos
Coleta de espécies endémicas pelo Órgão de Gestão do Parque, com Cinegético – regulação do efectivo populacional
finalidades exclusivamente cientificas.
Equipamento educativo
Limitado a cisternas, sistema de captação Equipamento socio – cultural
Serviços técnicos das águas de nevoeiro e outros serviços
técnicos similares, siempre que não Equipamento recreativo – desportivo
perturbem as condições de conservação da Equipamento administrativo
área onde sejam instalados. Equipamiento multifuncional
Limitadas às estabelecidad no Plano Equipamento eco-turístico
Infra-estruturas de comuni- de Gestão e ao Plano de Infra- Equipamento científico
cação viária estruturas que o desenvolva. Podem ser
autorizados itinerários e trilhos com Infra-estrutura de comunicação viária
finalidade turística, educativa, socio- Infra-estrutura de telecomunicação
cultural, religiosa, cientifica, divulgativa,
entre outras de interesse comunitária, Serviço técnico
sempre que não perturbe as condições Indicação e sinalização dos serviços do Parque
de conservação da área e re- únam as
condições de segurança adequadas LIMITAÇÕES DE USOS ESPECÍFICOS
Infra-estruturas de Limitadas às estabelecidas no Plano de USOS PRIVADOS
telecomu- nicação Gestão ou ao Plano de Infra-estruturas
que as desenvolva. Educativo Limitado ao uso didáctico dos valores naturais,
culturais, paisagísticos e sociais do Parque,
Sempre que a instalação autorizada pelo de acordo com o número limite de pessoas
Equipamento ecoturístico Órgão de Gestão do Parque não perturbe que estabeleça o Órgão de Gestão do Parque e
as condições de conservação da área onde desenvolvidos apenas nos espaços, itinerários e
seja instalado. trilhos es- tabelecidos no Plano de Gestão, Plano
Sempre que a instalação autorizada pelo de Infra-estruturas ou noutro instrumento de
Equipamento científico Órgão de Gestão do Parque não perturbe execução que o desenvolva, sempre que não
as condições de conservação da área onde perturbe as condições de conser- vação da área.
seja instalado.
Caminhada por trilhos Limitado às pessoas autorizadas pelo Órgão
Indicações e sinalização dos Segundo as indicações do Guia de pedes- tres de Gestão do Parque com a finalidade de usos
serviços do Parque sinalização do Parque. científicos e divulgativos e de vigilância vulcânica.
2852 I SÉRIE — NO 83 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 22 DE DEZEMBRO DE 2015
Sócio – cultural Limitados a usos culturais e sociais, de Limitado a cisternas, sistema de captação das
acordo com o número límite de pessoas que águas de nevoeiro e outros serviços técnicos
estableça o Órgão de Gestão do Parque e Serviços técnicos similares, siempre que não perturbem
desenvolvidos apenas nos espaços, itinerários e as condições de conservação da área onde
trilhos estabelecidos no Plano de Gestão, Plano sejam instalados.
de Infra-estruturas ou noutro instrumento de Infra-estruturas de Limitadas às estabelecidas no Plano de
execução que o desenvolva, sempre que não telecomunicação Gestão ou ao Plano de Infra-estruturas
perturbe as condições de conservação da área. que as desenvolva.
Caminhada por trilhos Limitados ao caminhada, de acordo com o Infra-estruturas de Limitadas às estabelecidad no Plano de Gestão
pedestres número límite de pessoas que estableça o comunicação viária e ao Plano de Infra-estruturas que o desenvolva.
Órgão de Gestão do Parque e desenvolvidos
Podem ser autorizados itinerários e trilhos com
apenas nos espaços, itinerários e trilhos
estabelecidos no Plano de Gestão, Plano de finalidade turística, educativa, socio-cultural,
Infra-estruturas ou noutro ins- trumento de religiosa, cientifica, divulgativa, entre outras de
execução que o desenvolva, sempre que não interesse comunitária, sempre que não perturbe
perturbe as condições de conservação da área. as condições de conservação da área.
Excursionismo a cavalo, Este uso apenas poderá ser realizado em Artigo 40º
burro, mula ou de bicicleta caminhos específicamente establecidos pelo
Organo Gestor do Parque. Para cada Zona de Assentamento Humano (Z.5)
excursão, haverá um número limitado de
participantes, o qual será fixado pelo Órgão REGULAÇÃO DE USOS ESPECÍFICOS
de Gestão do Parque. Em qualquier caso, a Z.5 Zona de Assentamento Humano
prática do excursionismo a cavalo, mula,
burro ou bicicleta deverá respei- tar os USOS PRIVADOS C C* CL CL* NC NP
espaços protegidos pelo presente Plano e não Residencial – vivenda unifamiliar
deverá provocar deterioração dos caminhos
objectos de excursão. Agricultura de sequeiro
Publicitario A utilização de imagens do Parque para fins Pecuária estabulada
publicitários deverá ser sempre auto- rizada
Pastoreio livre
pelo Órgão de Gestão, mediante o pagamento
de um preço público fixado por esse órgão. Exploração florestal/Corte
Em relação aos cartazes e outdoors de
publicidade, unicamente se autorizam aqueles Recolha de pasto
que representam a promoção dos serviços de Colecta de espécies endémicas
turismo rural, pequeno co- mércio – mercearias
e lugares de confecção artesanato no interior Utilização de nascentes naturais
do Parque. Em qualquer caso, esses suportes de água
publicitários deverão respeitar sempre os Extração de inertes
critérios de integração paisagistica que
estableça o Órgão de Gestão do Parque. Cinegético – recreativo
Não é permitido o uso residencial nem encerramento de 4. Caso existir uma procura de lenha e restos de
parcelas, salvo nas condições previstas no presente Plano vegetais por parte da população do Parque de tal forma
que supere a produção florestal derivada das tarefas
SECÇÃO III de conservação ou ao limite estabelecido no Plano de
NORMAS BASICAS PARA OS DIFERENTES SERVIÇOS DO
Gestão Florestal, poder-se-á autorizar a sua apanha
PARQUE
noutros lugares, de acordo com o que define a memoria
técnica do dito Plano.
Artigo 43º
5. A actividade agrária dentro do Parque deverá
Serviço de guias ajustar-se ao Plano de Ordenamento Agrícola que será
A gestão pública do serviço de guias tem o seu elaborado pelo Orgão de Gestão do Parque
fundamento na necessidade de garantir a protecção dos Artigo 46º
valores do Parque e do fomento ordenado e devidamente
regulado dos acessos dos visitantes às diferentes zonas Aproveitamentos cinegéticos
de interesse. 1. O aproveitamento cinegético limitar-se-á às zonas
Artigo 44º estabelecidas para o efeito por estas normas, na legislação
sectorial da caça vigente e nas correspondentes ordens
Normas básicas para o serviço de guias de proibição e normativa específica que puderão ser
Cabe à entidade responsável pela gestão do Parque aprovadas cada ano.
a coordenação do serviço de guias, de acordo com as 2. O Órgão de gestão do Parque poderá limitar ou
normas básicas que se estabelecem a seguir: proibir excepcionalmente, a actividade cinegética em
a) O serviço é coordenado de forma indirecta, determinadas áreas ou para determinadas espécies do
preferencialmente mediante concessão. Parque, se assim o imposer a conservação dos recursos.
b) Serão requisitos imprescindíveis para fazer parte 3. O Órgão de Gestão do Parque poderá reduzir,
do serviço os seguintes: de forma excepcional os efectivos de uma espécie
protegida no interior do Parque, se for considerada
i. Ter suficientes conhecimentos do Parque e das nociva para a agricultura ou para outras espécies do
suas normas, comprovados por exemplo através Parque e se assim o exigir o interesse público. Em caso
do diploma de participação em formações; de emergência cinegética, esta actuação deverá estar
ii. Ter capacidade de relacionamento com o público. sujeita às determinações da Administração competente
no que diz respeito às épocas e medidas conducentes
c) Os itinerários estabelecidos podem ser fechados à eliminação do risco e redução do número de animais.
ou modificados, parcial ou totalmente, quando
existam razões que possam pôr em causa a 4. A introdução, reintrodução ou o reforço de populações
segurança ou conservação. de espécies cinegéticas, carece do respectivo documento
técnico elaborado pelo Órgão de Gestão do Parque.
d) As duas cláusulas referentes à conservação
determinam os itinerários usados pelo serviço, Artigo 47º
as tarifas mínimas e máximas que os utentes
Actividades hidraúlicas e aproveitamento dos aquiferos
devem pagar aos guias do serviço, assim como
todas as restantes características da prestação Os beneficios hidráulicos no Parque Natural deverão
do serviço. ajustar-se às disposições que com carácter insular se
e) O serviço de guias deverá remeter um relatório estabeleçam em matéria hidrológica e ao programa
anual das suas actividades ao gestor do Parque. específico de aproveitamento que se determine pela
Administração competente na materia.
f) A Direcção do Parque poderá, em qualquer
momento, inspeccionar o serviço de guias para Artigo 48º
comprovar o seu correcto funcionamento. Actividades turisticas e recreativas
SECÇÃO IV
1. As actividades turístico-informativas que se
CRITÉRIOS PARA AS POLÍTICAS SECTORIAIS desenvolvam através de trilhos pedestres do Parque
carecem de autorização por parte do Órgão de Gestão
Artigo 45º
do Parque, o qual utilizará os seguintes critérios:
Actividades agro-pecuarias e florestais
a) A capacidade de carga da zona a visitar, a
1. A queima de restolhos unicamente será permitida estabelecer pelo Órgão de Gestão;
quando esteja sujeita às prescrições contidas na legislação
b) As possíveis circunstâncias ligadas à conservação
sectorial vigente sobre prevenção de incêndios.
da natureza podem motivar uma restrição
2. O Órgão de Gestão do Parque poderá limitar a do seu uso;
introdução de novas espécies de animais bem como de
novos rebanhos de espécies já existentes se vier a concluir c) A segurança dos visitantes;
que existe um desequilíbrio entre a produção de pastos e d) O facto destas actividades permitirem assegurar
forrageiras e o número de animais. O referido organismo o normal desenvolvimento do quotidiano do
deverá autorizar, neste caso, a tomada de medidas para meio natural, tanto em relação ao estilo de
o estabelecimento, melhoria e regeneração de pastagens. vida como em relação à actividade produtiva.
I SÉRIE — NO 83 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 22 DE DEZEMBRO DE 2015 2857
4. Se não for possível a reparação, esta é substituída a) As contra-ordenações previstas nos pontos 1, 2
por uma indemnização do dano causado ao meio natural, e 7, são punidas com coima de 3.000$00 a
ou com prévia avaliação contraditória, quando aquele 250.000$00, e de 300.000$00 a 2.000.000$00,
não concorde com o montante da indemnização fixada. consoante o infractor seja Pessoa singular ou
uma Pessoa colectiva.
5. A responsabilidade civil por danos causados em
resultado da violação do disposto no presente diploma b) Nos restantes casos as contra-ordenações
é solidária. são punidas com coima de 3.000$00 a
6. De acordo com o ponto 6º do artigo 28 do Decreto- 300.000$00, e de 300.000$00 a 1.000.000$00,
Lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro, nas áreas protegidas, consoante o infractor seja uma Pessoa singular
a autoridade ambiental exerce as mesmas funções em ou uma Pessoa colectiva.
matéria de disciplina urbanística que as conferidas às 2. As contra-ordenações previstas no presente Plano
Câmaras Municipais nos artigos 107º e 108º das Bases prescrevem nos prazos gerais previstos no regime
do Ordenamento do Territorio Nacional e do Planeamento geral das contra-ordenações.
Urbanístico, aprovadas pela Lei nº 85/IV/93, de 16 de Julho.
3. As sanções pecuniárias por infracções previstas no
7. No caso referido no número anterior, a autoridade
presente Plano revertem para o Fundo do Ambiente.
ambiental deve comunicar a infracção à Câmara
Municipal para que a mesma actue, sem prejuizo de CAPÍTULO IV
a autoridade ambiental poder actuar se decorrido um
mês sobre a data da comunicação, a Câmara Municipal DIRECTIVAS E RECOMENDAÇÕES
não o fizer. DE GESTÃO
8. O pessoal técnico do departamento governamental SECÇÃO I
responsável pela área do Ambiente, os agentes do
corpo de guarda do Parque e demais agentes da DIRECTRIZES DE GESTÃO NO ÂMBITO DO PARQUE
autoridade devem levantar auto de noticia sempre
Artigo 59º
que presenciem a prática de factos que qualificados
na legislação vigente ou no presente Plano como Directrizes para a aplicação do Programa de uso público,
contra-ordenação e devem denunciar ou participar à sensibilização e informação
autoridade competente, quanto tomam conhecimento
dá prática de tais factos por outrem. As directrizes para a aplicação do Plano de Gesão
e para a elaboração do Programa de Actividades são:
Artigo 57º
Infracções
a) Sinalizar as principais estradas de acesso
ao Parque assim como na sua entrada, e
Sem prejuizo do disposto em legislação específica a sinalização dos limites do Parque e, onde
vigente, constituem contra-ordenações: necessário, da zonificação;
a) A modificação da realidade física e biológica das b) Assegurar a manutenção da estrada principal
zonas do Parque ou dos seus produtos próprios, no seu troço até a entrada do Parque.
mediante a sua ocupação, desbravamento, corte, Sinalizar as pistas e rotas dentro do Parque,
arranque, extracção de minerais, colecta de demarcando-as, se necessário, com pedras
productos naturais ou outras acções não laterais no seu percurso;
permitidas.
c) Sinalizar convenientemente as principais infra-
b) A lesão das condições ecológicas, mediante a
estruturas e as instalações dos serviços do
utilização de produtos químicos, substâncias
Parque, assim como os trilhos;
ou elementos biológicos, do fogo, ou vazamento
de residuos e escombros ou acções análogas. d) Sinalizar com letreiros cujo desenho deverá ser
c) O incumprimento das proibições previstas no uniforme, os lugares dos eventos no interior
presente Plano de Gestão ou nas normas do Parque;
de protecção. e) Sinalizar com placas informativas os pontos de
d) A realização de actividades sem a permissão ou interesse especiais;
autorização estabelecida pelo presente Plano
de Gestão. f) Desenvolver um programa de interpretação do
Parque apoiado nos serviços de guias, com o
e) A violação do estabelecido nas autorizações. objectivo de atingir o maior número possível
de residentes e visitantes, e de oferecer uma
f) A destruição ou alteração dos sinais ou limites
visão variada do Parque, de tal forma que
do Parque Natural.
esta englobe a amplitude da sua riqueza
g) A alteração dos valores naturais do Parque para biológica, ecológica, geológica, cultural, social
promover a sua descaracterização. e recreativa.
2860 I SÉRIE — NO 83 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 22 DE DEZEMBRO DE 2015
f) Promover a diversificação das espécies agrícolas b) Evolução dos processos erosivos e dos solos;
e fruteiras, em termos de variedades e
adaptabilidade às condições edafoclimáticas; c) Comportamento de espécies exóticas em relação
às autóctones, em termos de impactes;
g) Promover a comercialização dos produtos agro-
pecuários fora do Parque; d) Fauna vertebrada e invertebrada em termos de
estado de conservação das populações e ameaças;
h) Assegurar assistência técnica e fito-sanitária
aos agricultores; e) Comunidades vegetais, espécies de interesse
florístico e a necessidade da sua recuperação
i) Apoiar as Associações existentes na realização genética;
de acções de formação e capacitação nos
domínios da produção, colheita, transporte, f) Estudos e experimentação sobre a restauração
conservação e comercialização de produtos vegetal em zonas áridas e semi-áridas;
agropecuários; g) História, etnografia e antropologia do Parque;
j) Construção de currais, bebedouros e criação de h) Análise e acompanhamento de indicadores sócio-
zonas de pastagem nas zonas de altitude económicos do Parque.
intermédia, reduzindo-se, assim, a pressão na
zona alta do Parque; Artigo 63º
q) Promover cursos de formação para a população Recomendações para usos e actividades localizadas na zona
do Parque, e especificamente aqueles de influência sócio-económica
relacionados com a produção, transformação
1. Os planos, programas e projectos executados na
e comercialização de produtos agro-pecuários
zona de influência sócio-económica devem, de acordo
e com prestação de serviços no âmbito do
com a legislação vigente, ser objectos de avaliação
turismo rural;
de impacte ambiental de modo a serem atenuadas
r) Garantir que os edifícios de qualquer lugar no os potenciais impactes negativos sobre o Parque.
Parque se ajustem às disposições do Plano
2. Em caso de haver alguma área protegida na
e às normativas urbanísticas vigentes;
zona de influência sócio-económica, aconselha-se que
s) Apoiar a recuperação de tipologias arquitectónicas para o seu ordenamento se adoptem critérios similares
tradicionais e a melhoria paisagística ou iguais aos aplicados no Parque.
daquelas construções que se integram de pior
Artigo 65º
forma na envolvente rural do Parque.
Recomendações para as construções e edificações situadas
Artigo 62º
na zona de influência sócio-económica
Directrizes para a aplicação do Programa de Investigação
Nos solos situados na zona de influência socio-
O programa de investigação visa essencialmente económica, e que são protegidos ou não por outros
acompanhar a evolução das funções ambientais e o instrumentos de planeamento, aconselha-se a adopção de
seu impacte nos ecossistemas e na população do Parque critérios ambientais que sejam compatíveis com os deste
Natural devendo incindir sobre: Plano, sobretudo naquelas áreas onde o desenvolvimento
de infra-estruturas ou equipamentos urbanos possam
a) Estudo do potencial medicinal e farmacêutico da interferir no equilíbrio dos processos ecológicos que
Flora do Parque; sustentam os recursos naturais e culturais do Parque.
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