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MELHORAR
um acordo
2
José Luís Neves
Como
MELHORAR
um acordo
A Criação de Opções
para Gerar Ganhos Mútuos
3
A dois mestres,
WILLIAM URY
4
COMO MELHORAR UM ACORDO: A CRIAÇÃO DE OPÇÕES PARA
GERAR GANHOS MÚTUOS
5
Prefácio
Por que isso acontece? A ideia de que fazer as próprias normas seja
suficiente para resolver problemas é ilusória. Reguladores externos
falham porque raramente lidam de maneira adequada com a grande
carga de informações cujo domínio é demandado mesmo por sistemas
simples. E quando os acordos são construídos por agentes dotados de
certa autonomia, surgem dificuldades de outra natureza: prevalecem
posições nas negociações e a presença de relações de força leva a
produzir acordos ruins; e a inviabilização sistemática de bons acordos
possíveis pode produzir colapsos para o conjunto.
6
Evitar desequilíbrios como estes depende, em certa medida, de que
negociações conduzidas por longos períodos sejam vistas como arenas
em que os envolvidos lançam hipóteses uns sobre os outros e sobre a
realidade externa a eles, testam estas hipóteses e buscam aperfeiçoar
suas decisões e ações. Ao perceber erros ou desvios, são capazes de se
reorientar com firmeza.
7
Este livro é sobre a importância de conseguir com que bons acordos
integrativos sejam feitos. É sobre a criação de condições para que os
processos de negociação sejam aperfeiçoados, e sobre o quanto
importam a qualidade das interações, cálculo e o discernimento quanto
ao controle dos fatores.
8
Sumário
Prefácio
INTRODUÇÃO
PARTE I: O PROBLEMA
9
11 Recomendação: trabalhe os limites de dentro para determinar os
de fora
12 Recomendação: crie condições para que a cooperação aconteça
CONCLUSÃO
10
Introdução
11
Encontrar boas respostas para questões como estas depende de adotar
a perspectiva adequada, e a inclinação para o esforço cooperativo tem
mostrado ser um bom caminho.
O propósito deste livro é o de estimular a reflexão em torno de
questões relacionadas com a cooperação em negociações, e das ações
ligadas a ela que podem fazer a diferença. É mais fácil chegar a
acordos melhores quando os reais interesses de cada agente são
considerados, e que as chances de conseguir alinhavá-los são maiores
quando há 3 conjunto e conhecimento dos limites que não devem ser
ultrapassados.
As considerações e casos apresentados a seguir ajudam a entender
elementos que favorecem a criação de um clima propício à
cooperação. Representam um sinal da direção de que se amplie a
visão dos agentes e para que considerem alternativas em relação à
defesa de interesses egoístas. Ainda que não possam assegurar o
sucesso de uma situação negociada, podem contribuir para aumentar
as chances de chegar a um acordo melhor.
12
PARTE I: O PROBLEMA
13
1 O problema da torta fixa
14
Você é capaz de perceber o que há em volta da torta?
Criar opções é uma prática que depende de olhar para fora, isto é,
considerar o contexto para conceber um novo meio de resolver,
melhor, as dificuldades dos agentes envolvidos no acordo.
Negociação é uma discussão entre partes para resolver diferenças
percebidas entre elas. Uma negociação deve considerar interesses,
problemas a resolver e questões avaliativas. Na verdade, estes três
elementos definem a forma de encarar a situação e correspondem a
três filosofias:
- quais são os interesses em jogo aqui e o que se deve fazer para
preservá-los?
- qual é o problema a resolver, quais são as soluções possíveis e qual
seria a melhor?
- qual é a coisa certa a fazer?
15
possibilidades de melhorar o acordo, o que tratamos no capítulo
seguinte.
_______________________
Combine respeito e confiança, de preferência por escrito
_______________________
16
2 Não, a torta não está pronta nem
acabada
18
[caça ao cervo], "jogo de segurança", "jogo de coordenação" ou
"dilema de confiança".
Ao longo do tempo, uma vez que as condições de risco e benefícios
possíveis se alteram conforme as circunstâncias e os agentes têm como
adaptar seu comportamento, cada um deles poderá ter maior ou
menor inclinação para agir cooperativamente; e, se o risco for alto
demais, nenhuma recompensa será atrativa. Uma vez que as chances
de criar opções capazes de gerar ganhos mútuos serem muitas, uma
boa ideia seria supor sistematicamente que elas estão por ser
descobertas e se perguntar onde poderiam estar. É o que vemos no
capítulo a seguir.
19
3 O que fazer para que fique maior?
20
Indo contra a corrente. Deixada à própria sorte, a inclinação natural de
agentes em grupo é de desagregação, isolamento na tomada de
decisões e desperdício de possibilidades de ganho; quando instados a
lutar por seus interesses, fazem-no individualizadamente mediante
confronto. Na ausência de esforço em sentido contrário, intensifica-se a
tendência do "cada um por si".
21
Negociar é uma atividade maior, e mais complexa, do que repartir um
bolo já formado. Um esforço de reflexão feito com boa vontade pode
concluir que o bolo na verdade é maior do que aparenta, ou ele pode
crescer se houver um esforço razoável; além disso, o preparo do bolo é
um processo. Embora seja possível lidar com negociações sem
considerar estes aspectos de sua natureza, quem o fizer deverá
considerar que poderá haver perdas relativas ou absolutas,
desnecessárias, para alguns; e que os resultados do conjunto serão
mais pobres, podendo chegar à inviabilização.
Quando a ilusão da torta fixa prevalece, os agentes acabam deixando
de lado boas soluções, que acabam sendo substituídas por alguma
solução subotimizante e que às vezes nem sustentável é.
_______________________
Pergunte a si mesmo se a estratégia não vai fazer com que todos
saiam perdendo
_______________________
23
4 Não há bula indicando os efeitos
colaterais
24
Nesse último caso, as consequências imediatas da tomada de decisão
adquirem uma proporção maior do que a das consequências futuras,
na medida suficiente para coprometer a qualidade da decisão.
25
PARTE II: ESTUDE O TERRENO,
APROVEITE A TOPOGRAFIA
5 Recomendação: faça trocas
6 Recomendação: considere o filme, e não a foto
7 Recomendação: identifique não só os interesses, mas também os
problemas e os valores
8 Recomendação: pense mais um pouco em um arranjo melhor
9 Recomendação: considere o efeito do tempo sobre utilidade e custo
26
5 Recomendação: faça trocas
27
- uma vez feito um diagnóstico, usá-lo como base para a formulação de
diferentes propostas, que possam ser oferecidas ao mesmo tempo ou
logo depois de um impasse;
29
_______________________
Concentre-se no que custa menos porém vale muito para o outro
_______________________
30
6 Recomendação: considere o filme,
e não a foto
Dito isto, cabe monitorar duas coisas: a distância dos limites a partir
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dos quais o conjunto se torna inviável; e a evolução das forças que
determinam a propensão dos agentes a decidir e agir de maneira que
seja cooperativa ou não.
Em resumo, é um processo que se compõe de larga sequência de
rodadas, de maneira que otimizar o resultado de uma delas pode
acontecer em detrimento do desempenho a longo prazo; há limites
para o desempenho do conjunto, que são de interesse acompanhar; o
longo processo é catalisado por um grau mínimo de confiança entre as
partes, que sendo inferior a certo patamar pode comprometer a
sustentação do conjunto; e a qualidade das relações entre as partes
determinará o desempenho do conjunto, tendo efeitos no plano
individual.
_______________________
Use positivamente os desdobramentos futuros como parte do
planejamento
33
crescimento notável no volume de operações conjuntas (de US$
375 milhões em 1988 para mais de US$ 4 bilhões em 2015).
Observou-se impacto positivo e expressivo sobre a lucratividade,
pelo uso de recursos comuns para reduzir custos e incrementar
vendas. O compartilhamento de informações tornou possível
entender melhor as necessidades dos clientes e melhorar a
precisão das ações promocionais.
Continuam se verificando desdobramentos positivos desta
parceria. A integração entre os sistemas de informação abriu
caminho para atender necessidades que vieram depois, como o
comércio eletrônico e a criação de recursos business-to-business
avançados, voltados para atendimento mais personalizado e a
custos ainda menores.
_______________________
34
7 Recomendação: identifique não só
os interesses, mas também os
problemas e os valores
Certos acordos são resolvidos com base na discussão dos interesses
envolvidos; em outros, predomina o tema dos problemas e soluções
mais adequadas; em outros, são os valores que funcionam como
critério de filtragem. Esses aspectos não se excluem, embora possam
predominar em uma ou outra abordagem.
_______________________
Use critérios claros para avaliar os resultados do acordo
_______________________
36
8 Recomendação: pense mais um
pouco em um arranjo melhor
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Estando em um ponto qualquer quanto ao grau de cooperação,
convém se perguntar quais seria os resultados obtidos se ele fosse
maior. E em se tratando de um jogo cooperativo e continuado, cada
parte pode, ao longo do tempo, ajustar sua estratégia de participação
buscando maior efetividade; sucessos em cada rodada servirão de
incentivo para adotar comportamento cooperativo nas seguintes.
Investir na qualidade das relações significa reduzir a diferença entre
utilidade potencial e utilidade realizada, reduzindo o tempo necessário
para a progressão. Essencialmente depende dos incentivos que o
agente tem diante de si para adotar atitude cooperativa, e a medida em
que a vinculação entre atitude e utilidade gerada se torna perceptível.
Faz sentido então falar em um gap associado à não-cooperação que
pode ser administrado ao longo do tempo.
38
Quando a propensão a agir cooperativamente se efetiva e supera certo
patamar, pode gerar custos como os seguintes:
disclosure em excesso, abrangendo a divulgação de informações
que podem prejudicar a estratégia do próprio agente;
participismo exagerado, em que a prevalência do cunho
assemblear nas tomadas de decisão produz paralisação, retardo e
ineficiência;
desutilidade derivada da tentativa de obter simultaneamente
ótimos locais, provocando subotimização.
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9 Recomendação: considere o efeito
do tempo sobre utilidade e custo
Pense também nos custos que não são tão óbvios assim
40
Pode não ser o que parece. Considere-se uma situação simples em que
os negociadores percebem alguma utilidade em agir cooperativamente
liberando informações sobre si e agindo de maneira convergente uns
com os outros, mas não deixam de avaliar se o custo de fazer isso
supera o benefício ou não. Depois de avaliar, operam com o grau de
cooperação que julgam ser o melhor para si, e acontece de ele ser
baixo: fazem seus cálculos e entendem que, dadas as condições que
têm para decidir, concluem que sob condições de baixa cooperação
seus interesses estão sendo razoavelmente atendidos.
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Pouco inclinado à otimização, aceitaria um resultado que vê como
apenas satisfatório.
A situação e a decisão seriam diferentes na presença de
desdobramentos relevantes que fossem percebidos e considerados:
Em negociações de longa duração, parte dos erros de
encaminhamento se deve à dificuldade em (ou falta de disposição
para) em tratar adequadamente elementos que sabidamente costumam
prejudicar a durabilidade dos acordos; e outros menos frequentes e
menos conhecidos.
42
Mas há também fatores contingenciais, capazes de contribuir para o
colapso do conjunto, gerar instabilidade, abrir espaço para a ação de
agentes reguladores, tornar o ambiente mais atrativo para novos
entrantes, restringir o crescimento do grupo de agentes, etc. O agente
deverá, considerando o contexto do acordo e a natureza específica da
situação, tentar identificar e tratar também estes. Por fim, há que se
considerar um terceiro tipo de fator: a sinergia entre estes elementos,
que tem o poder de potencializar seus efeitos.
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Considere os interesses reais, e não os aparentes
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vezes em Paris para produzir os Acordos de Paris, uma
declaração formal de direitos e obrigações para obter o fim
da guerra e a restauração a paz no Vietnã. Sob extrema
desconfiança, interesses divergentes, exigências exageradas
a criar impasses, sinalizações contraditórias e notável
ausência de comprometimento, as negociações sofreram
atrasos e recorrentes revisões de pontos já fechados; foram
objeto de manifestações públicas controversas, que
minaram a credibilidade do processo.
A construção do acordo havia sido também prejudicada
pela falta de flexibilidade dos envolvidos e pela falta de
apoio das lideranças políticas, tanto dos EUA quanto do
Vietnã. Verificou-se sistemático descumprimento das
obrigações combinadas, de maneira que em poucos meses
as hostilidades voltaram a acontecer. Dois anos depois, em
ofensiva devastadora, o Vietnã do Norte conquistava o
Vietnã do Sul e assumia posição dominante no Camboja e
no Laos, consumando a notável falta de condições, meios
e real intenção de promover um acordo.
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PARTE III: CONSTRUA O
CAMINHO CAMINHANDO
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10 Recomendação: adote uma
perspectiva preliminar e vá ajustando
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Procure valor onde os outros não o veem
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Irmãos Fertitta e o UFC. Coisas intangíveis e situadas fora do
campo de visão às vezes orientam decisões; e a mesma incerteza
que se vincula a riscos futuros também traz consigo a
possibilidade de moldar o futuro. Quando compraram uma
organização esportiva próxima da falência por US$ 2 milhões em
2001, os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta tiveram dificuldade em
convencer advogados céticos de que o negócio valia a pena
porque trazia consigo uma marca provida de potencial que eles
saberiam administrar. A alternativa, que significaria partir do zero
na promoção das artes marciais mistas, era vista pelos Fertitta
como menos promissora do que aproveitar o prestígio que a
marca já havia adquirido.
Quinze anos depois o negócio foi vendido por cerca de US$ 4
bilhões, e ao longo desse período os Fertitta provaram que eram
mesmo capazes de extrair ganhos expressivos dos tais ativos
intangíveis. Uma proposta de US$ 5 bilhões chegou a ser
recusada, porque os vendedores resolveram continuar no
negócio como acionistas minoritários e avaliaram que o
proponente da oferta maior não administraria tão bem a marca
quanto aquele a quem o negócio acabou sendo vendido, o grupo
de entretenimento WME-IMG.
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11 Recomendação: trabalhe os
limites de dentro para determinar os
de fora
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E se a outra parte pensar que tem uma alternativa melhor,
quando na verdade não tem?
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intenções e guardavam ressentimentos relacionados com
tratativas anteriores.
O enfoque das negociações se baseou na ideia de que nenhum
tema seria considerado fechado e definido enquanto não
houvesse um acordo geral que englobasse a totalidade da
situação. A maioria das proposições era feita verbalmente e a
falta de registros confiáveis dos entendimentos torna difícil avaliar
as posições assumidas pelos envolvidos, tendo gerado
interpretações controversas sobre o teor das propostas feitas nas
reuniões.
Vagas sinalizações de ofertas generosas não foram sucedidas por
acordos formalizados e mesmo quando o teor das proposições
era positivo. Cada parte desconfiava das reais intenções das
propostas e entendia que o efeito futuro das providências seria
contrário a seus interesses.
Posteriormente, acusações mútuas de insucesso envolveram a
posição de Bill Clinton, o mediador dos Estados Unidos (acusado
pelos palestinos de agir com viés pró-Israel); este, por sua vez,
culpou o líder palestino pelo fracasso das negociações; e os
líderes israelenses declararam com veemência que os palestinos
não haviam se comportado como se tivessem real interesse em
firmar um acordo.
Meses depois de encerradas as conversações, os conflitos entre
Israel e Palestina se acentuaram; uma escalada de violência teve
lugar, com mortes e efeitos negativos para a imagem política dos
envolvidos.
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12 Recomendação: crie condições
para que a cooperação aconteça
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PARTE IV: CALIBRE SUA
PERSPECTIVA EM AMPLITUDE E
PROFUNDIDADE
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13 Recomendação: considere o barco
por inteiro, e não só o casco ou o
convés
Quando estamos diante de uma situação que parece ser de soma zero,
convém que nos perguntemos se ela é mesmo desse tipo, e se não
valeria a pena se esforçar para criar alternativas.
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Pense também naqueles que não estão à mesa
A Apple e os editores de ebooks. Às vezes uma das partes na
negociação não se senta à mesa. Ela faz parte do ambiente
externo ao conjunto dos agentes; tem papel regulador (um órgão
que aplica leis antitruste, por exemplo) ou então atua como
demandante (o público, entidades de representação, grupos de
pressão). Quando esta parte é negligenciada, ela reage.
Foi o que aconteceu em 2010, quando editores de livros
combinaram com a Apple um novo modelo de negócio para a
venda de e-books: em troca de 30% de comissão, eles teriam
liberdade para fixar e administrar os preços de seus produtos.
Quando a Amazon resolveu agir em conformidade com a
decisão os preços subiram de US$ 9,99 para US$ 14,99 em
média. Os envolvidos foram acusados de conluio pelo
Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por ter
"negligenciado a avaliação de se seu acordo realmente criaria
valor para os clientes". O acordo parecia ter criado sinergia para
todos os agentes envolvidos, mas havia efeitos a serem
considerados para outro tipo de agente, situado fora do acordo:
o público, cujos interesses deveriam ter sido mais bem
considerados.
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14 Recomendação: faça reframing
(não haveria um jeito melhor de ver
o problema?)
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merecido melhor exame. Outras vezes se supõe que haja consenso
sobre a maneira de entender o problema, ou que os pressupostos
ficaram claros, ou que certos assuntos não dariam margem a
divergências, e posteriormente se constata que não é assim.
Para lidar bem com os problemas envolvidos, é preciso compartilhar a
perspectiva e o entendimento sobre a natureza deles antes de partir
para a produção das soluções. O esforço de diagnóstico e reflexão
deve ser feito na fase inicial dos trabalhos, para que as fases seguintes
dos entendimentos não sejam comprometidas, não haja duplicação de
esforço ou a produção de acordos inviáveis.
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No artigo Sistems, Organizatons, and Interdisciplinary Research, da
revista General Systems em 1960, Russell Ackoff ilustra com
simplicidade a questão das diferentes formas de estruturar um
problema. Reclamações sobre a lentidão de um elevador sugeriam que
ele teria de ser substituído ou reparado; houve quem sugerisse que
partes dele fossem trocadas. Outras pessoas entenderam porém que a
questão a resolver era o aborrecimento das pessoas que aguardavam o
elevador e então propuseram a instalação de espelhos, música
ambiente e outros meios de distração.
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Considere o interesse do grupo
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15 Recomendação: use os olhos dos
outros para ver as alternativas que
eles têm
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limites; o custo para conceber alternativas é aceitável; há meios
conhecidos de caminhar nessa direção.
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É uma boa ideia exigir a concordância de todos?
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A dificuldade em defender políticas comuns, a rigidez das regras
de comércio e o poder de veto de outros países pertencentes a
um mesmo bloco comercial são coisas que têm reduzido a
autonomia dos países e vêm dificultando a realização de acordos
bilaterais.
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16 Recomendação: para reduzir
incerteza, trabalhe o relacionamento
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Procure chances de acordo mesmo onde elas parecem não existir
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CONCLUSÃO
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*
* *
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Apêndice - A busca de acordos
integrativos no segmento de saúde
70
Motivo 2: as tendências convidam à cooperação
Trata-se de um sistema que externamente sofre pressões de custos
crescentes, a acompanhar as demandas de uma população que
envelhece sem desenvolver hábitos saudáveis, e sob influência do
advento de tecnologias novas, que são mais caras; opera com
vinculação difusa entre os resultados que gera e o pagamento que seus
agentes recebem; opera com protocolos de atendimento que carecem
de padronização, o que dificulta o controle e o estabelecimento de
regras de operação; funciona com práticas ineficientes de compra e uso
de insumos; não consegue equacionar satisfatoriamente a maneira pela
qual lida com doentes crônicos; e aplica menos esforço do que o
desejável em ações de prevenção.
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comprometedores; e aplicar os melhores meios de suportar pressões
determinadas por elementos externos a ele.
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Seleção adversa é a propensão dos indivíduos sujeitos a mais alto risco
a contratar seguros, comparativamente aos indivíduos sujeitos a baixo
risco. As empresas que atuam no segmento, por vários motivos, têm
dificuldade em distinguir eficientemente os beneficiários destes dois
grupos, de maneira que os usuários com menor propensão a usar os
serviços acabam cobrindo os gastos daqueles cuja propensão ao uso
dos mesmos serviços é maior.
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Em muitos casos, justifica-se criação de uma área para pensar na
expansão do negócio isto é uma modelagem que permite
escalabilidade e replicação de processos, de maneira racional, isto é ao
menor custo possível considerando condições econômicas para que
isso aconteça.
Condições econômicas entendemos a dinâmica do mercado, forças
atuantes, os fatores que influenciam a competitividade da prova
empresa e de seus concorrentes. Essas coisas todas devem ser
pensadas em separado e não devem ser misturado com uma gestão do
dia-a-dia. Trata-se de engenharia voltada para a resolução sistemática
de problemas padronizados, posso oferecer o resultado mas rápido e
com menos curso undefined as questões comerciais e de
relacionamento médico devem ser priorizados. Em todo ramo de
atividade existe um agente principal dentro do agente, atender o
coração do processo. No caso do segmento de saúde suplementar é o
médico.
É preciso conhecer e entender suas demandas ok gostaria onde que
funcionasse mais facilmente, quais são as coisas aqui dão importância,
quais dados usar como gostariam de ter acesso. Eu preciso entender a
natureza de suas demandas para poder ter um relacionamento de
melhor qualidade.
Cada agente no processo tem suas expectativas e interesses.
Seguradoras, medicina de grupo, cooperativas, etc. Eu preciso
entender suas demandas, interesses e combinar aquilo que você pode
oferecer de maneira a integrar e fazer convergir esses interesses. É
preciso entender as demandas de cada um, separar, aplicar esforço e
recursos na qualidade do relacionamento e trabalhar na redução de
conflitos evitáveis.
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vinculadas a esses tipos de interação estão presentes na concepção e
no aprimoramento de produtos (mapeamento do mercado, tomada de
decisões, composição do portfólio) e na política de expansão (definição
do modelo, padronização de processos, escolha de produtos e
territórios, aquisição de outros negócios).
Para um player deste mercado uma agenda voltada para a criação de
condições para gerar valor deve levar em conta, pelo menos, o
fortalecimento de competências como as seguintes:
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Projeto de novas soluções. Outra ainda é a de
desenvolvimento de novos negócios, produtos e serviços.
O funcionamento do conjunto deve ser pensado em seus
detalhes de maneira a ser compatível com o desenho das
soluções. Isso servirá de base para escolher entre os
serviços que devem e os que não devem ser oferecidos,
assim como a forma e os recursos pelos quais os escolhidos
serão disponibilizados.
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8) quais são as condições que favorecem a melhoria das relações entre
o conjunto de agentes e o ambiente exterior àquele em que esse
conjunto opera;
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* *
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