Você já passou por algumas dessas situações? Talvez até outras similares!
Atualmente um número cada vez maior de situações requer negociação. Todos
querem participar das decisões que lhes afetam. Popularmente falando, no
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entendimento de muitas pessoas negociar é sinônimo de guerrear, batalhar, lutar,
ganhar ou perder. E com esse espírito planejam estratégias e armam-se de táticas que
visam derrotar, vencer , sobrepujar ( “ exceder, ir além” Houaiss) .
Durante muitos anos ensinou-se aos vendedores a tática do ponto-fraco, que consistia
em procurar um ponto fraco do cliente e atacá-lo através dele. Muitas negociações
foram fechadas utilizando-se deste método, mas e depois, o que acontecia, é lógico o
esperado, pessoas que se sentiam vítimas deste tipo de negociação acabavam por
cancelar o negócio. Entretanto ao que se refere-se as vendas também podemos
afirmar sobre compradores, que acabam realizando compras mal feitas em
decorrência de táticas mal empregadas.
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tende-se a pensar em dividir os ganhos entre as partes envolvidas. Na verdade,
melhor do que isso é que se identifiquem as necessidades de cada uma das partes e
que se possa atende-las, pois nem sempre essas necessidades são conflitantes,
podendo inclusive ser complementares.
Para que se possa ter maiores opções e um bom desempenho na negociação, é
importante que o processo de negociação envolva flexibilidade, com certeza a
flexibilidade proporciona êxito na negociação.
Será que todas as pessoas são negociadoras ou é preciso ter habilidade para isso? É
possível aprender a negociar ou é algo com o qual se nasce? O que você acha?
Alguns autores, afirmam que a negociação é, depois de ler e escrever, a habilidade
mais importante para se tornar bem-sucedido pessoalmente, financeiramente e nos
negócios, é ser pró-ativo, pois eles não aceitam as coisas como elas são sem antes
perguntar por que elas não poderiam ser feitas melhor. Estes autores
Pollan&Levine(1996), afirmam que, ao contrário da maioria, há poucos negociadores,
pois negociar efetivamente exige outras condições nem sempre preenchidas pelos que
negociam informalmente. O fato de existirem na realidade poucos negociadores
efetivos se deve a três razões:
A) Muitas pessoas simplesmente não sabem como negociar;
B) As pessoas não acreditam que seja possível aprender como negociar,
C) A terceira razão, e provavelmente a mais forte, é o medo.
Entretanto as organizações estão valorizando cada vez mais essa habilidade. Nota-se
a grande importância de estudar negociação, para ensinar alguns conceitos, mostrar a
possibilidade de se aprender e desenvolver as habilidades de negociador por meio da
prática, bem como quebrar as resistências, vencendo o medo de se introduzir na arte
da negociação.
Algumas pessoas acreditam que as habilidades para negociação são natas (“de
nascença, congênito” (Houaiss), não podem ser aprendidas e desenvolvidas, o que
é um engano muito natural, pois todos são capazes de negociar, mas no momento de
negociar ignoram essa habilidade que lhes falta, dizendo que negociar é uma forma
duvidosa de fazer negócios (Pollan & Levine,1994),
Em outras palavras, acabam afirmando que, como eles não sabem negociar, deve
existir algo de errado com quem sabe fazê-lo.
Negociar é, antes de mais nada, um JOGO INTELIGENTE, e todos somos!
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Outra habilidade importante é a comunicação. Ela é parte fundamental do processo da
negociação, e requer acima de tudo a habilidade de saber ouvir. Negociar é saber
OUVIR.
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Uma terceira habilidade – conhecimento do negócio – é extremamente específica de
cada negociação. Trata-se do conhecimento mínimo do assunto ou objeto da
negociação, fundamental até para se saber se a negociação foi boa ou não.
Vamos abordar, a seguir, apenas o item habilidades interpessoais, provavelmente a
dimensão mais esquecida no processo.
Os negociadores, as pessoas a quem comunicamos algo, com quem nos defrontamos
poderiam ser agrupados em quatro estilos básicos.
O negociador/comunicador com este estilo tende a ser
extremamente criativo, sempre com novas idéias, entusiasta dos
grandes empreendimentos, empreendedor. É o homem das coisas novas, dos grandes
projetos e decisões. Eventualmente, este negociador pode ser visto como superficial,
irreal, estratosférico, em suas decisões e ações.
O apoiador é aquele que considera que os seres humanos são
mais importantes que qualquer trabalho; aprecia atuar sempre em
equipe, procura agradar os outros, fazer amigos. Eventualmente pode ser visto como
incapaz de cumprir prazos, desenvolver projetos, enfim mais como um missionário do
que um profissional. Suas decisões são mais lentas e ele sempre busca não melindrar
a outra parte.
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Nos processos de comunicação num grupo maior de pessoas é importante que nossos
argumentos, colocações respeitem as pessoas com características de cada estilo,
presentes na platéia.
Negociar (e comunicar) é também um processo de atendimento de necessidades
mútuas, cabe-nos então, falar um pouco sobre qual o tipo de necessidade que
caracteriza cada estilo:
Para o estilo catalisador as necessidades são de reconhecimento; apelar para
aspectos de novidade, singularidade, inovação, disponibilidade, ajudará no processo
de negociação/comunicação.
O apoiador procura a aceitação, alguém que o aceite sem julgar; neste caso a
menção à harmonia, ausência de conflitos, garantia de satisfação ajudará no processo
de negociação/comunicação.
Para o estilo controlador as necessidades são de realização; tudo o que se relacionar
com alcance de metas, resultados, ganhar tempo e dinheiro, vencer, ser
independente, ajudará no processo de negociação/comunicação.
Já o analítico está sempre em busca de segurança e de certeza; fornecer-lhe os
dados disponíveis, alternativas para análise, decisões seguras, pesquisas sem fim,
ajudará no processo de negociação/comunicação.
Um exemplo: suponhamos que você queira comunicar ao seu superior a idéia de que
um determinado curso de pós-graduação para os empregados seja financiado pela
empresa.
Vejamos quais os argumentos que você poderia usar, dependendo do estilo do seu
superior:
a) ESTILO CATALISADOR – “Seremos a primeira instituição a se beneficiar de um
curso como este."
b) ESTILO APOIADOR – "A realização do curso servirá para motivar e integrar mais
nossa equipe na instituição".
c) ESTILO CONTROLADOR – “O curso nos permitirá utilizar todo o potencial
estudado e poderá aumentar em até 5% a nossa produtividade dentro de três meses".
d) ESTILO ANALÍTICO – "O curso além de ser de uma excelente instituição, agregará
valores a carreira, será num período de um ano e também on line, com certificação
aceita nos países do Mercosul.”
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Para grandes platéias a saída é colocar argumentos que sensibilizem os 4 estilos de
platéia.
É evidente que não basta apenas conduzir a negociação/comunicação de acordo com
o estilo da outra parte. A negociação ou comunicação poderá ser facilitada
dependendo do grau de confiança existente no relacionamento, e isso dependerá do
uso que você venha a fazer dos quatro elementos da confiança:
a) CREDIBILIDADE – "Eu cumpro o que prometo, faço o que digo".
b) COERÊNCIA – "Eu digo as coisas que penso e não aquilo que a outra parte
gostaria de ouvir".
c) RECEPTIVIDADE/ACEITAÇÃO – "Eu aceito que os outros sejam diferentes de
mim, seja no que diz respeito a ações, sentimentos, valores ou necessidades. Procuro
não julgar o próximo".
d) CLAREZA/SINCERIDADE – "Eu divido o que tenho com as outras pessoas, não
sou de esconder o jogo; abro o jogo quanto a sentimentos, fatos, informações não
confidenciais, etc".
A confiança está estreitamente relacionada com os estilos, dentro do processo de
negociação e comunicação.
Por exemplo, se seu estilo é controlador, seu grande problema em termos de
confiança, refere-se ao elemento aceitação; para o catalisador o problema é a
credibilidade; para o analítico o problema é a sinceridade; com o apoiador é
coerência.
Vale lembrar também que a flexibilidade – a capacidade de considerar as
necessidades alheias pelos menos tão importantes quanto as nossas, bem como a
predisposição para mudanças, inovações etc.
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É também fundamental ao processo de negociação, na medida em que tende a fazer
com que a outra parte se predisponha a dialogar conosco.
Exercício 1:
Complete a frase abaixo:
A confiança está estreitamente relacionada com os estilos, dentro do processo de
negociação e comunicação. Se o estilo do negociador é controlador, o seu grande
problema em termos de confiança, refere-se ao elemento _____________; para o
catalisador o problema é a ______________; para o analítico o problema é a
____________; já para o apoiador é ______________.
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Módulo II - Variáveis básicas de uma negociação.
Neste módulo você ampliará ainda mais seus conhecimentos sobre as variáveis
básicas de uma negociação.
Inconscientemente as pessoas estão negociando sempre, mesmo não percebendo o
que fazem. São poucas as pessoas que atingem o ápice numa negociação, ou seja, o
acordo. Quando negociam, as pessoas mantêm algum tipo de relacionamento,
comunicam-se por meio de canais, tornando um caso de processo de comunicação
interpessoal.
Existem três variáveis essenciais na negociação:
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9 Tenha em mente que os prazos podem ser alterados, mudados ou
simplesmente eliminados;
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exemplo, permite mudar a realidade e alcançar objetivos. É uma forma de ir de um
lugar a outro.
9 Raramente um lado tem todo o poder – Ao pedir o empréstimo a um banco
você tem o poder de escolher qual o banco escolherá.
9 O poder somente existe até o ponto em que ele é aceito – um fato verídico e
que todos já vivenciamos. Ex: Se a fila do banco está lotada e a da terceira
idade não tem ninguém, tente ser atendido na terceira idade.
Exercício 2:
Com base no que você já aprendeu sobre Tempo, Informação e Poder escreva as
palavras para suas definições corretas:
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Prolonga o tempo Simula opções (que acontecerá
se )
Use informações Exime-se da autoridade
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casuísticas, por desconhecimento total dos fatos ou por falta de hierarquização
das demandas.
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Exercício 3:
Pessoas com auto-estima tendem a ter mais poder porque acham que têm mais
opções para negociações. Entre os princípios relacionados ao poder, coloque (V) nas
questões verdadeiras e arraste (F) nas questão falsas:
( ) Raramente um lado tem todo o poder – Ao pedir o empréstimo a um banco você
tem o poder de escolher qual o banco escolherá.
( ) O poder pode ser real ou aparente;
( ) O uso dos estilos é conveniente para se buscar a resposta para certas questões
fundamentais.
( ) O poder somente existe até o ponto em que ele é aceito – um fato verídico e que
todos já vivenciamos.
Ex: Se a fila do banco está lotada e a da terceira idade não tem ninguém, tente ser
atendido na terceira idade.
( ) Relações de poder podem mudar com o tempo.
( ) Ter os seus objetivos mais claros e definir a melhor maneira de alcançá-los;
( ) Ter os seus membros realizando atividades coerentes com os objetivos e métodos
definidos;
Veja o gabarito no final da apostila.
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Módulo III - Etapas de uma Negociação
No módulo anterior vimos os passos que devem ser observados durante o
planejamento e execução de uma negociação. Neste módulo veremos quais as fases
que devem ser observadas neste processo.
Não há uma formula mágica para lidar com problemas, conflitos e divergências e
resolvê-los de forma correta; nem para identificar a ação mais eficaz. No entanto,
existem ferramentas que podem nos auxiliar na obtenção de um resultado mais
satisfatório. Uma das maneiras é valer-se do método OCDA, ou seja, observar,
compreender, decidir e agir.
As proposições fundamentais da negociação baseada em princípios são importantes,
desde o momento em que se começa a pensar na negociação até o momento em que
se chega a um acordo. Esse período pode ser dividido em três etapas: análise,
planejamento e discussão.
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que aquela baseada em posições e chamado normalmente de barganha posicional, na
qual cada um dos lados torna uma posição, defende-a e faz concessões para chegar a
uma solução de compromisso.
A barganha de posições cria estímulos que paralisam a resolução. Ao começar-se
em posições extremadas, fazendo-se apenas pequenas concessões ao longo do
processo, está-se prolongando o alcance de um acordo efetivo. Além disso, discutir
posições põem em risco a manutenção do relacionamento, pois se converte a
negociação numa disputa de vontades.
Portanto, vê-se que a barganha posicional tende a criar tensão, prolonga as
negociações nem sempre com boas possibilidades de acordo, e por vezes, destrói o
relacionamento entre as partes. Em outras palavras, os ressentimentos gerados por
esse tipo de situação podem prolongar-se por um período extremante longo.
Embora normalmente se discuta a negociação em função de apenas duas partes
envolvidas, na verdade quase todas as negociações envolvem mais de duas partes.
Quanto maior o número de pessoas envolvidas numa negociação, mais graves serão
os inconvenientes da barganha posicional.
O que podemos concluir após o que aprendemos?
O fato de existir grande número de membros em um grupo torna mais difícil
desenvolver uma posição comum a todos. Além disso, depois de ter conseguido, num
trabalho árduo, obter uma posição comum a todos, chegando portanto, a um acordo,
torna-se cada vez mais difícil modificá-la, quando se fizer necessário.
Exercício 4:
Sempre que alguma etapa do método OCDA for esquecida ou não for seguida, a
probabilidade de não agirmos com propriedade aumenta significativamente. Pelo que
estudamos no artigo de Estratégia de Atuação, não há uma fórmula mágica para lidar
com os problemas, conflitos e divergências e resolvê-los de forma correta, nem para
identificar a ação mais eficaz. No entanto, menciona-se um método. Complete as
siglas abaixo utilizando as palavras da caixa:
O___________________
Observar – Descrever – Capacitar –
C___________________ Desenvolver – Alcançar – Ordenar
D___________________ Coordenar – Atuar - Orientar –
Compreender – Decidir – Agir
A____________________
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Módulo IV – Situações de conflito nas organizações
Antes de começar a negociar, você precisa tentar responder as seguintes questões:
Qual é a natureza do conflito?
O que te levou a esta negociação?
Quem está envolvido e quais são suas percepções do conflito?
O que você quer da negociação?
Quais são suas metas?
PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
META
Se você é supervisor da área de Recursos Humanos e sua meta é conseguir a
integração de funcionários que ficaram afastados da instituição durante um período,
por exemplo: licença maternidade, stress, entre outras doenças laborais, alocar
funcionários para outros setores, planejar férias, etc. Esteja certo de que esta meta
permanecerá suprema em suas discussões, em seu planejamento e não será
obscurecida por outras questões.
Geralmente, é útil colocar suas metas por escrito e desenvolver uma faixa de
resultados – do “mais esperançoso”ao “minimamente aceitável” para manter sua
atenção focalizada.
Você também deve preparar uma estimativa do que você pensa que sejam as metas
da outra parte de sua negociação ( Envolvimento dos outros supervisores para
implantação e planejamento desta atividade). Essa etapa é a da Preparação e
Planejamento.
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Você deve se perguntar: O que eles provavelmente pedirão em troca? Qual a
propensão deles terem posições rígidas? Que interesses intocáveis ou ocultos podem
ser importantes para eles? Que acordo eles podem estar dispostos a aceitar?
Quando você pode prever a posição de seu oponente, você está mais bem equipado
para se opor aos seus argumentos com fatos e números que apóiem sua posição.
Uma vez que você fez seu planejamento e desenvolveu uma estratégia, você está
pronto para começar a definir as regras e procedimentos básicos com a outra parte
sobre a negociação em si.
Quem fará a negociação? Onde ela acontecerá? Quais são as restrições de tempo, se
é que existem? A que questões a negociação estará limitada? Haverá um
procedimento específico para seguir caso haja um impasse? Durante essa fase, da
definição de regras básicas, as partes trocarão também suas partes propostas ou
exigências iniciais.
Quando as posições iniciais forem trocadas, tanto você quanto a outra parte
explicarão, amplificarão, esclarecerão, reforçarão e justificarão suas exigências
originais. É a fase de esclarecimento e justificação. Isto não precisa ser feito em
termos de confronto. Em vez disso, é uma oportunidade para educar e informar uma a
outra sobre as questões, por que elas são importantes e como cada uma chegou às
suas exigências iniciais. Este é o ponto onde você pode querer fornecer à outra parte
alguma documentação que ajude a apoiar sua posição.
Barganha e Solução de Problema
A essência do processo de negociação é o real toma-lá-dá-cá ao tentar alcançar um
acordo. Concessões terão que ser feitas por ambas as partes.
Fechamento e Implementação
O passo final no processo de negociação é formalizar o acordo que foi elaborado e
desenvolver procedimentos que sejam necessários para a sua implementação e
acompanhamento. Para a maioria dos casos, entretanto, o fechamento do processo de
negociação não é mais formal do que um aperto de mão.
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Módulo V - Gestão de Conflitos
A Gestão de Conflitos
A maneira pela qual um conflito é resolvido irá influenciar os resultados – construtivos
ou destrutivos – que ele produz e, portanto, os futuros episódios de conflito.
Basicamente, um conflito pode ser resolvido de três maneiras, a saber:
– A resolução ganhar/perder - Usando de vários métodos, uma das partes
consegue vencer o conflito, atingindo seus objetivos e frustrando a outra parte
em sua tentativa de atingir seus objetivos. Desse modo, uma parte ganha
enquanto a outra perde.
¾ Abordagens de processo
¾ Abordagens mistas
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Vamos aprender sobre cada uma das abordagens.
Abordagens Estruturais na Gestão de Conflitos
Estas abordagens utilizam mecanismos estruturais semelhantes aos mecanismos
utilizados para coordenação e controle. Procuram impedir que o conflito ocorra ou
procuram então mantê-lo dentro de certos limites controláveis, modificando as
condições antecedentes que o produzem.
As abordagens estruturais baseiam-se no fato de que o conflito surge das percepções
criadas pelas condições (diferenciação, recursos limitados e escassos,
interdependência). Se essas condições antecedentes puderem ser modificadas, então
as percepções e o conflito resultante poderão ser controlados ou evitados.
As principais abordagens estruturais na gestão de conflitos são:
1 - Minimização das diferenças entre as partes, identificando objetivos
compartilháveis: é uma das abordagens mais simples e mais utilizadas. Se as partes
envolvidas puderem ser conscientizadas de que tem objetivos e interesses em
comum, elas não poderão perceber seus próprios objetivos como incompatíveis.
Geralmente, as partes em conflito começam a cooperar entre si quando ocorre um
“inimigo comum” ou alguma ameaça externa às duas partes. No entanto, as partes
voltam ao conflito quando desaparece a ameaça externa.
2 -Utilização de sistemas de recompensas formais da organização: se a
organização utiliza um sistema de incentivos para recompensar o desempenho
conjunto ou combinado de dois ou mais grupos, estará criando um objetivo comum, o
que leva à percepção de que o bolo de recursos a ser distribuído não é fixo. Mas se,
em vez disso, permite que um grupo ganhe recursos sem fazer com que o outro perca,
torna-se vantajoso que todos os grupos cooperem entre si e desempenhem bem suas
tarefas;
3 -Reagrupamento de indivíduos para que os grupos sejam parte de uma
unidade maior, a fim de reduzir a diferenciação dos grupos: muitas organizações
reúnem partes conflitantes, ou seja, setores envolvidos num processo (área técnicas,
analistas, supervisores) com intuito de que a equipe seja responsável na padronização
de um determinado projeto. Ex. Elaboração de editais, criação do formulário
vinculados aos editais, etc. Evitando desigualdade ou favorecimento em qualquer
proposta/edital. Com isso, os membros da equipe adquirem uma visão e uma
compreensão de outras perspectivas quanto aos objetivos comuns existentes;
4- Separação física e estrutural dos grupos para reduzir sua interdependência e
as oportunidades de interferência: se as abordagens estruturais anteriores não
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forem bem-sucedidas ou aplicáveis, os grupos poderiam ser física e estruturalmente
separados para reduzir sua interdependência e suas oportunidades de interferência
recíproca. Assim, mesmo que os grupos percebam a incompatibilidade de seus
objetivos e o conflito potencial, a reduzida interdependência tornaria difícil a
interferência e improvável a ocorrência de conflito.
Abordagens de Processo na Gestão de Conflitos
Essas abordagens procuram fazer intervenções no episódio de conflito para modificar
o processo. Podem ser utilizadas por uma das partes em conflito, por pessoas de fora
ou por uma terceira pessoa – geralmente um consultor externo, um gestor neutro ou
alguém superior na organização. Isto porque, como o conflito geralmente conduz a
comunicações reduzidas, distorção perceptiva e desconfiança mútua, é difícil fazer
com que as partes se comuniquem claramente para desativação, confrontação ou
colaboração e, assim, resolvam o conflito. Portanto, torna-se necessário uma pessoa
experiente de fora ou um consultor de processo para assegurar comunicações claras e
adequadas e assessorar as partes para que aprendam a confiar uma na outra.
As abordagens de processo podem ser desdobradas em três tipos:
1- Desativação do conflito: uma das partes reage cooperativamente, em vez de se
colocar diante do comportamento de conflito de forma ainda mais conflitante,
encorajando menos comportamentos colidentes. Quando uma das partes desenvolve
um comportamento de conflito, tende a provocar o mesmo tipo de comportamento da
outra parte – é o estágio de escalação ou escalonamento do processo, quando o
comportamento conflitante de uma parte motiva como reação um comportamento
semelhante da outra. O mesmo se dá para comportamentos cooperativos – se um
lado coopera, o outro tende a agir da mesma forma.
2- Confrontação direta das partes: quando o conflito já passou do estágio inicial de
escalonamento, a desativação já não é mais possível e torna-se necessária uma
abordagem mais direta, que começa tornando o conflito mais visível pela confrontação
direta das partes hostis. A suposição básica é de que a confrontação direta faz com
que as partes envolvidas destilem suas emoções, corrijam as distorções e passem a
identificar seus pontos de conflito antes que se inicie qualquer solução. Só assim,
torna-se possível a identificação de soluções do tipo ganha/ganha.
3- Colaboração: quando a desativação e a confrontação não são possíveis, a
colaboração é a abordagem processual utilizada. As partes envolvidas trabalham
juntas para solucionar problemas e identificar soluções do tipo ganhar/ganhar, ou
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ainda para tentar esquemas integrativos ou cooperativos capazes de integrar os
objetivos de ambas as partes e proporcionar maximização de resultados.
E o que serão as Abordagens Mistas?
Abordagens Mistas na Gestão de Conflitos
São abordagens de administração de conflitos que incorporam elementos estruturais e
elementos processuais. Daí a denominação abordagens mistas, cujos principais tipos
você descobrirá ao clicar nos quadros e descobrir seus significados:
Regras para resolução de conflitos -É um dos meios de influenciar o processo do
conflito por meios estruturais, que são as regras e os procedimentos. Assim,
especificando-se os procedimentos e limites para trabalhar o conflito, este pode ser
contido naqueles limites, e as partes podem então passar para a solução do problema
por meio dos procedimentos e regras previamente estabelecidas.
Papéis de ligação -Também chamados papéis integradores, são “terceiras partes”
criadas dentro da organização e disponíveis a qualquer momento para ajudar na
solução ganhar/ganhar dos conflitos que surgem. Apesar das diferenças entre as
partes envolvidas, o pessoal de ligação pode conseguir uma comunicação clara e sem
distorções, bem como obter melhor apreciação da perspectiva de cada parte
envolvida.
Ex.: Gestor – sua tarefa consiste em coordenar o esforço dos grupos potencialmente
conflitantes em direção ao desempenho eficaz da tarefa global da organização.
Mediador- A parte neutra numa negociação facilita uma solução, usando raciocínio e
persuasão, sugerindo alternativas e assim por diante. Normalmente são usados
mediadores. A eficácia é impressionante, chegando a proporção de 60%, com a
satisfação do negociador em cerca de 75%. As percepções sobre o mediador são
importantes, por ser mais eficaz, o mediador é visto como neutro e não-coercitivo.
Árbitro - É vista como uma autoridade pois dita um acordo. A arbitragem pode ser
voluntária (requerida) ou compulsória (formada as partes por lei ou contrato). A
vantagem da arbitragem é sobre a mediação é que ela sempre resultada num acordo.
Conciliador-Ele oferece um elo confiável nas comunicações informais entre o
negociador e o oponente. A conciliação é mais utilizada em disputas internacionais,
trabalhistas, familiares e comunitárias.
Consultor - Ele é habilidoso e imparcial e tenta facilitar a solução de problemas
através da comunicação e análise, ajudado por seu conhecimento de administração de
conflito. É uma abordagem com foco a longo prazo: construir percepções e atitudes
novas e positivas entre as partes conflitantes. Mais utilizado em instituições privadas.
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Exercício 5:
Nos itens abaixo escreva (P) para Abordagem Processual e (M) para Abordagem
Mista:
(P) Abordagem Processual ( ) Regras para Resolução de Conflitos
(M) Abordagem Mista ( ) Consultor
( ) Colaboração
( ) Papéis de Ligação
( ) Desativação de Conflitos
( ) Confrontação Direta
Veja o gabarito no final da apostila
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Módulo VI - Minimizando os conflitos de negociação
O conflito existe onde há interdependência das partes. Como tudo na vida, o conflito
tem seu lado positivo, como estimular a criatividade dos envolvidos. Para lidar bem
com os conflitos e, conseqüentemente, superá-los devemos percebe-los a tempo e
efetuar seu diagnóstico na negociação, impedindo assim que assumam proporções
que dificultem a solução do problema.
Veja agora algumas característica dos conflitos e como podemos lidar com eles.
- São dinâmicos. De um ciclo para outro pode mudar de forma ou conteúdo.
- Podem aumentar ou diminuir em grau de intensidade.
- A grande maioria tem início em problemas ligados à tarefa, para depois passar para
o lado - pessoal.
- Conflitos decorrentes da incompatibilidade de valores são mais difíceis de serem
resolvidos.
E como podemos lidar com esses conflitos? Avance para a próxima tela para vermos
algumas soluções.
9 Clarificação de Percepção: às vezes nossos atos são percebidos de forma
distinta da que queremos. O feedback constante é importante para o sucesso
da negociação.
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Além disso também podemos tomar outras atitudes.
Apresentar provas: mostrar que se está falando a verdade, com base em evidências
pode ajudar a superar o conflito.
Tempo de aceitação: dê tempo para que o outro assimile todos os aspectos de sua
proposta.
Encarar as agressões pessoais como tentativas de solucionar o problema:
responda às agressões pessoais com fatos. Não insista em uma mesma tática se ela
estiver dando errado.
Para finalizar este módulo, reflita sobre a estória a seguir.
Dizem que havia um cego sentado na calçada com um boné a seus pés e um pedaço
de madeira escrito com giz branco :
"Por favor, ajudem-me, sou cego ! "
Um publicitário da área de criação que passava em frente a ele parou e viu umas
poucas moedas no boné.
Sem pedir licença pegou o cartaz, virou-o e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar
o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora. À tarde o publicitário voltou a
passar em frente do cego e viu que seu boné estava cheio de moedas e notas. O cego
reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu
cartaz, querendo saber o
que havia colocado.
O publicitário respondeu:
"Nada que não esteja de acordo com seu anúncio, mas com outras palavras". Sorriu e
continuou seu caminho. O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
"Hoje é Primavera e não posso vê-la"...
Mudemos a estratégia, quando nada nos acontece ...
Autor Desconhecido
Ao longo do curso discutimos sobre técnicas e procedimentos para administrar
conflitos e obter mais sucesso nos processos de negociação. Fizemos atividades e
reflexões de auto-diagnóstico comportamental e técnico, onde você teve a
oportunidade de se conhecer melhor.
Aprendemos que tais comportamentos não são inatos, alguns deles você já os possui
desenvolvidos e outros não.
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GABARITO:
Exercício1:
A confiança está estreitamente relacionada com os estilos, dentro do processo de
negociação e comunicação. Por exemplo, se meu estilo é controlador, meu grande
problema em termos de confiança, refere-se ao elemento aceitação; para o
catalisador o problema é a credibilidade; para o analítico o problema é a
sinceridade; com o apoiador é coerência.
Exercício 2:
O outro ataca Você defende
Prolonga o tempo Tenha uma solução surpresa
Simula opções (que acontecerá se..) Use informações técnicas
Exime-se da autoridade Aceite a melhor, mas acrescente algo
Exercício 3:
(V)
(V)
(V)
(V)
(V)
(F)
(F)
Exercício 4:
O __Observar___
C__Compreender__
D___Decidir___
A___Agir__
Exercício 5:
( P ) Regras para Resolução de Conflitos
( P ) Consultor
( P) Colaboração
( M ) Papéis de Ligação
( M) Desativação de Conflitos
( M ) Confrontação Direta
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