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1 O QUE É NEGOCIAÇÃO
Negociador
Negociador
Objetivo
Oponente
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sistêmica, e é preciso analisá-los de forma aprofundada para que não se caia no senso
comum.
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atender os três sentidos. Leve algo impresso para que
aquele que se sinta mais à vontade em pegar o material e
ler também seja atendido.
Coerência e Apresente sua mensagem ao negociador oponente de
Racionalidade forma lógica, com um princípio, um meio e um fim, de
forma conectada. Isso causará uma boa impressão. Dessa
forma, não incorrerá no erro de desdizerem o que pode
gerar perda em sua credibilidade.
Iceberg Comportamental Deve-se levar em conta percepções, expectativas,
emoções, desejos, crenças, valores, necessidades, e
metaprogramas definidos por Wanderley (1998, p. 52)
como “programas mentais interiores que usamos para
decidir em que devemos prestar atenção e a forma como
organizamos e processamos informações”.
Soluções e benefícios Ao desenvolver uma proposta, considere as
características, soluções e benefícios, ou seja, “não me
ofereçam roupas, ofereçam-me uma aparência bonita e
atraente” (WANDERLEY, 1998, p.145). Procure ser firme,
mas evite grosseria. Não use frases como: “Para começo
de conversa...”, “Minha oferta inicial é...”, “Eu acho que y
é um bom preço”.
Fonte: dados adaptados de Wanderley (1998).
Ação final é o fechamento do acordo em si. Esse acordo deve ser bom para ambas às
partes, e deve gerar um comprometimento formal e legítimo, que atenda as
necessidades do negociador e do negociador oponente. Apesar do termo “ação final”
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pressupor o final do processo, é preciso lembrar que o final mesmo só ocorrerá
quando de fato o acordo for implementado.
Após a reunião de negociação, há uma única etapa que talvez seja uma das mais
importantes, que é o controle da avaliação. É nesse momento, quando a negociação já
foi implementada, que todos os itens firmados serão avaliados e verificados, se estão
sendo cumpridos, e caso haja desvios, deve-se tomar as providências necessárias para
corrigi-las, sejam elas administrativas, legais, ou até mesmo renegociações.
Distributiva
Negociação Distributiva é aquela em que as partes manifestam interesses
opostos em relação ao objeto da negociação, como por exemplo, duas
partes que visam aos mesmos bens de uma herança.
Outro exemplo pode ser dado em relação ao tempo de execução de uma
consultoria empresarial para realização de um contrato, no qual o cliente e
o consultor, ao discutirem o fator tempo, terão que acordar sobre o prazo
de entrega, de modo que se o consultor consegue mais tempo para entregar
o contrato pronto, o cliente “perde tempo” na concretização de seus
negócios comerciais. Em ambos os casos, a negociação é dita distributiva
porque haverá a distribuição do objeto das negociações entre as partes, de
modo que, em sendo maior a fração de um, menor será a fração do outro.
Além disso, nesse tipo de negociação cada uma das partes tenta levar o
máximo de vantagem na distribuição do objeto, pois, naturalmente,
pretende levar a maior fração possível.
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Integrativa
A negociação integrativa trata-se daquela negociação realizada em torno de
vários objetos, ou de vários pontos de debates, onde os negociadores, nesse
caso, nem merecem ser chamados de oponentes, pois a intenção aqui será a
somatória de interesses e não a divisão deles. Temos como exemplo o caso
em que dois empresários parceiros, para conquistarem um cliente, precisam
somar forças operacionais e intelectuais, de modo que ao tratarem de
aspectos instrumentais, ou seja, sobre quem vai fazer o quê, quando e de
que forma, os interesses mútuos [de conquistar o cliente] deverão levar
prioridade sobre os interesses individuais; assim eles deverão integrar seus
empenhos a fim de obterem mais retorno financeiro. Aqui, ao inverso da
negociação distributiva, não vale a regra de que quanto mais um lado ganha,
menos o outro leva.
Adversarial
A negociação adversarial é aquela negociação em que as partes lançam mão
de meios competitivos para alcançarem seus objetivos, pois empreendem os
trabalhos como verdadeiros inimigos que lutam para ficar com os lucros da
batalha. Esse tipo de negociação não é saudável, pois, como consequência,
pode gerar o fim da relação entre as partes. As partes aqui procuram
satisfazer os seus interesses por meio de soluções que visem a ganhos
unilaterais, ou seja, procuram estabelecer soluções do tipo ganha/perde –
onde se um ganha, o outro perde.
Cooperativa ou Colaborativa
A Negociação Cooperativa, também denominada de Colaborativa, é aquela
em que as partes lançam mão de meios análogos e pacíficos para
resolverem suas pendências. As partes aqui procuram satisfazer os seus
interesses por meio de soluções que visem a ganhos mútuos, ou seja,
procuram estabelecer soluções do tipo ganha/ganha ou ainda justa e
satisfatória para todos os envolvidos.
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Classificação quanto à comunicação das partes
Essa classificação observa a possibilidade, ou não, de as partes realizarem a
negociação sem qualquer auxílio de terceiros não interessados no objeto da
negociação, ou seja, por meio de uma comunicação diretamente feita entre
elas. Aqui temos os seguintes tipos de negociação: Direta e Indireta.
Direta
Negociação Direta é aquela em que os próprios interessados no objeto do
negócio, ou do litígio, empreendem os trabalhos em prol de um acordo,
contrato, ajuste ou composição dos interesses divergentes ou convergentes;
ou seja, aqui a negociação não sofre qualquer intervenção de terceiros não
interessados, como por exemplo, de um mediador. Esse tipo de negociação
é a mais tradicional, porém, em certos casos não é a mais indicada,
principalmente quando há muita tensão entre as partes em conflito.
Indireta
Temos como Negociação Indireta aquela em que as partes interessadas no
objeto do negócio, ou da contenda, não se comunicam diretamente na hora
de tentarem o ajuste de seus interesses. Nesse caso, sempre há a
participação de terceiros auxiliares, como por exemplo, o mediador, que
deverá auxiliar as partes em suas tentativas de composição do litígio.
Ganha-Ganha
As negociações do tipo ganha-ganha são aquelas em que as partes, imbuídas
de uma disposição para, igualmente, reconhecer o direito ou as
necessidades de suas partes adversas, buscam, de fato, resultados
equânimes dentro daquilo que é permitido pela realidade da negociação.
Também conhecido por solução win-win, a negociação ganha-ganha, é
constituída por trocas recíprocas e eficazes, visa à satisfação das partes
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envolvidas, ainda que uma delas tenha tido melhores condições que a outra,
ou, diante da situações adversas, tenha alcançado o menor prejuízo
possível. É também por isso que dizemos que o procedimento ganha-ganha
não deve ser considerado sob o ponto de vista utópico de condições
impossíveis, ideais ou mesmo inexistente, mas deve sim se basear em
condições atingíveis e situações realistas, onde todos possam se sentir
relativamente, ou igualmente, vencedores. Logo, um resultado ganha-ganha
geralmente deriva de acordos negociais com a menor perda possível para
ambos os lados, o que até pode ser dado sob condições adversas ou até
mesmo desconfortáveis. Para isso, faz-se necessário que as partes ajam com
parceria, tomando ciência e compreendendo o problema umas das outras,
pois, dessa forma, elas acabam colocando-se no lugar uma da outra, e por
consequência, ampliam o leque de possibilidades de realizar concessões
inteligentes e verdadeiras, sempre em prol de um bom acordo. [...]
Ganha-Perde
A negociação do tipo ganha-perde implica o pensamento de que se uma
parte ganha, a outra tem que perder. Pois bem, é isso mesmo o que ocorre
aqui, pois a ansiedade e falta de parceria ou desinteresse pela continuidade
do relacionamento havido entre aqueles que negociam transformam o ato
numa verdadeira batalha negocial, onde só o “ganhar” interessa às partes.
Quem lança mão desse tipo de negociação, com olhos apenas para a vitória,
acima de qualquer outra possibilidade, geralmente age por meio de técnicas
ardis, estatísticas inventadas, informações falsas, táticas maculadas por más
intenções e por artifícios tendentes a burlar o processo. Para tanto, pode
intentar condutas que visem às seguintes situações ou resultados para com
o outro que é visto como oponente:
a) imprimir-lhe um sentimento ilusório de ganho;
b) criar-lhe expectativas ilusórias ou inalcançáveis;
c) fragilizar-lhe em seu lado psicoemocional;
d) afligir-lhe a confiança.
O negociador que inicia uma rodada de negociação para ganhar sob
qualquer circunstância geralmente consegue que só a parte oposta faça
concessões interessantes, enquanto, de sua parte, inexiste reciprocidade.
[...]
Ao final, o resultado é único: só um lado sente que obteve ganhos reais; só
um lado fica com a nítida percepção de dever cumprido; só um lado sente
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satisfação pelo trabalho executado; pois só um lado alcançou seus
interesses.
Perde-Perde
A negociação perde-perde é aquela em que os todos os lados que negociam
buscam a vitória acima de tudo. Aqui os negociadores traçam objetivos
injustos e nada equânimes, agem com inflexibilidade, não promovem
concessões, afastam-se das trocas, evitam procurar saber o que a outra
parte gostaria de obter, enfim, todos só pensam em si mesmos. Dada a
implacável insensibilidade de uns para com os outros negociados, todos
relutam em não abrirem mão de suas vontades de ganhar, ganhar e ganhar.
Com isso, o resultado é óbvio: nenhuma das partes que negocia se sente
satisfeita; todos percebem que não obtiveram êxito; pois ninguém alcançou
seus objetivos.
Autonegociação
Também conhecida por negociação unilateral consiste em toda e qualquer
negociação consigo mesmo, ou seja, pode ser traduzida num processo que
envolve uma decisão tomada por uma só parte. A fim de ilustrar o que é
uma autonegociação, podemos citar, por exemplo, o fato de uma pessoa
definir as suas prioridades diárias, organizar a sua agenda ou tomar decisões
sem o auxílio de qualquer outro agente. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013)
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segurança. reconhecimento. realização.
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teria sido rechaçada. Dessa forma, o negociador
oponente sente que houve uma concessão por
parte do negociador e a taxa de aceitação do
acordo aumenta.
4º Aplique a técnica “Pé na Nessa situação, o negociador conhece a intenção do
Porta”. negociador oponente, mas faz questão de
apresentar uma solução extrema, como: um cliente
que entra para comprar um carro popular, e o
vendedor lhe mostra um de luxo primeiro, e assim
que essa opção foi rechaçada, o vendedor mostra o
carro popular e até sugere um teste drive. Dessa
maneira, o comprador se sentirá comprometido
com a opção e a possibilidade de que compre o
carro popular aumenta.
5º Alavanque a força da Em uma negociação, não deixe que sua oferta “fale
Justificativa. por si”; forneça uma justificativa para a sua
exigência, e depois, conte uma história que legitime
a sua justificativa.
6º Alavanque o poder da Prova Uma roteirista de comerciais veiculados pela TV,
Social. como os da Polishop, testou duas frases: a) Os
operadores estão aguardando, por favor, ligue
agora; b) Se os operadores estiverem ocupados, por
favor, tente novamente. Após a veiculação da frase
“b” os números de ligações subiram muito. Isso
ocorre porque na frase “a” fica a impressão de que
os operadores estão lá parados, pois ninguém liga.
Já na “b” é o contrário, muitos estão ligando,
porque você ainda não ligou? Esse fenômeno é
descrito pelos psicólogos como o poder da prova
social. Isso porque sempre que existe ambiguidade
ou incerteza olhamos para o comportamento de
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pessoas semelhantes para obter orientação.
7º Faça concessões unilaterais Pesquisas sobre confiança e reciprocidade sugerem
simbólicas. que as pessoas que recebem presentes e
concessões costumam ser insensíveis (não ligam),
quanto ao grau de custo incorrido pelo cedente
(por quem comprou o presente); desse modo,
mesmo uma concessão de baixo custo (ou seja, algo
“simbólico”) pode ser o suficiente para induzir a
reciprocidade, a submissão ou a concordância. Por
exemplo, se tiver que fazer uma reunião, concorde
em marcá-la no horário e local que for mais
conveniente para a outra pessoa. Dessa forma,
ficará evidente que já houve uma concessão da sua
parte e a probabilidade de que o outro se sentirá
compelido a retribuir de forma substancial, será
maior.
8º Use pontos de referência Ao efetuar a compra de um carro no valor de 30 mil
para que suas ofertas e reais, se o vendedor lhe oferecer tapetes por 100
exigências pareçam mais reais e uma proteção para a pintura por 200 reais,
razoáveis. provavelmente você irá aceitar, pois de imediato
tais valores lhe parecerão baixos. Porém, se um
vendedor de tapete para o carro aparecer na porta
da sua casa, vendendo-o pelo mesmo valor,
provavelmente você baterá a porta na cara dele.
Em outras palavras, mesmo quando o valor do
negócio é idêntico, os negociadores tendem a achá-
lo mais ou menos atraente dependendo de como
ele é apresentado, com o que é comparado e
quanto de pechincha ele representa.
Fonte: dados adaptados de Bazerman e Malhotra (2009, p. 206-223).
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Conclusão
REFERÊNCIAS
WEISS, Jeff. Negociações eficazes: tome a iniciativa; gerencie conflitos; chegue ao sim.
Tradução Roberto Grey. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.
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2 COMO FAZER UMA NEGOCIAÇÃO
I. “Os motivos do sucesso nas negociações”: nessa parte, todo negociador deve
ter consciência de “cinco fatores fundamentais dos acordos proveitosos”:
a. Atenda as necessidades psicológicas do oponente ou de seu
representante.
b. Apresente soluções para a resolução dos problemas do seu oponente,
de forma que isso gere empatia e concessões a você.
c. Se o oponente apresentar outras soluções, que você ache absurdas,
“procure fazê-lo acreditar que esse objetivo ou solução prevaleceram,
mesmo que tal não tenha acontecido, de modo que você consiga as
concessões desejadas”.
d. Apresente por meio de argumentação um determinado problema, caso
seu acordo não seja aceito. Deixe o oponente acreditar que só
conseguirá uma resolução por meio do acordo que está sendo
alinhavado por você.
e. Lembre-se sempre de que só se chegará a um acordo, quando uma das
partes fizer uma concessão final, após se convencer ou ser convencida
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de que a outra parte não fará mais nenhuma concessão. Leve a outra
parte a acreditar que você não fará mais concessão alguma.
II. “Conceitos mal compreendidos e mal aplicados com relação ao sucesso nas
negociações”: geralmente, no mundo dos negócios, os acordos são divididos
em dois lados “nós” e “eles”. Isso é aceito tanto nas indústrias como no meio
militar. Porém, Sperber (1982, p.20) argumenta que o “comportamento
cooperativista” desde o início das conversações tende a gerar confiança e a
estabelecer um relacionamento benéfico, a ambas às partes, enquanto se for
demonstrado um comportamento competitivo, tenderá a provocar suspeitas
mútuas e oposição. Sperber (1982, p.21) conclui seu raciocínio afirmando que
“o seu comportamento incentivará o comportamento desejado e a atitude
propícia na outra pessoa”.
III. “Compreensão dos motivos comerciais que levam à negociação”: de antemão
os negociadores já precisam saber por que se sentaram numa mesa para
negociar. O objetivo já deve estar claro. Porém, o que se determina como
objetivo podemos chamar de solução ideal. Por ser “ideal”, nem sempre é
possível atingi-lo. Dessa forma, o negociador que está tentando vender um
projeto deve estar munido de todas as ferramentas e opções que possam
persuadir o negociador oponente, imaginando até soluções improváveis, com o
intuito de não sair da mesa de negociação sem um acordo firmado.
IV. “A pesquisa da outra parte”: Primeiro: conheça a empresa e os negociadores
oponentes, antes de se sentar a uma mesa para negociar. Isso lhe dará
subsídios como: histórico passado dos acordos firmados por essa empresa e as
características do negociador oponente. Segundo: pesquise o material
impresso dessa empresa, o que lhe dará uma pista a respeito da linha de
produtos, e até mesmo de sua situação financeira – caso seja uma empresa de
capital aberto, você terá acesso ao seu balanço comercial, pois essa empresa é
obrigada a publicá-lo em jornais.
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2.2 Etapas da negociação
Relacionamento Processo de
Interpessoal Negociação
Os Cenários das
Negociações 1º, 2º 3º.
1º Cenário
2º Cenário
3º Cenário
Fonte: adaptado de Wanderley (1998, p.31).
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A segunda área corresponde aos “Cenários da negociação”, que são três: onde o
primeiro corresponde às pessoas que estão envolvidas na negociação; o segundo aos
personagens que estão nos bastidores; e o terceiro se refere às variáveis sociais e
macroeconômicas. Em situações onde as negociações ocorram em âmbito
internacional, o autor sugere que se adicionem aspectos referentes à cultura do país,
para serem pesquisados de antemão.
“Ao dar início ao processo de preparação, é possível que você já tenha feito uma série
de suposições sobre o desenrolar da negociação, muitas de caráter negativo”
(WEISS, 2018, p. 33). Pode haver a desconfiança da sua parte, de que a outra parte só
aceite uma opção, ou que será um processo muito difícil essa negociação.
Esse tipo de postura é perigoso e pode tolher sua criatividade. Por conta disso, o
negociador deverá prestar atenção nas suposições que faz. As “pressuposições
negativas habituais se enquadram em duas categorias: julgamentos prematuros sobre
a outra parte e suposições relativas à negociação de modo mais geral”.
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Mude de posição. Não é errado mudar de posição; errado é permanecer nela, mesmo
quando os fatos lhe dizem o contrário. Aproveite que já elencou suas suposições a
respeito dessa negociação, e teste a possibilidade de muitas delas serem apenas
julgamento de sua parte. Mesmo porque dificilmente o negociador terá acesso a
informações que o restante desconheça, ou seja, é pouco provável que algo que
deprecie uma empresa ou instituição já não seja de conhecimento público. Se não é de
conhecimento público, pode não haver nada que macule a imagem dessa instituição e
que possa ser usado contra ela num processo crítico de negociação.
Limitante Favorável
Temos interesses opostos, portanto, Apesar de haver conflito entre alguns
nenhum de nós conseguirá obter o que interesses, há outros em comum ou
quer. apenas um pouco diferentes.
Essas negociações são sempre litigiosas. Há muitas maneiras de negociar, e com
Não há outra maneira de lidar com elas a um pouco de disciplina, posso abrir
não ser barganhando, e finalmente, caminho para uma negociação mais
cedendo. cooperativa.
A outra parte toma decisões ruins. Como todo mundo, a outra parte
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defenderá o que acredita ser seu maior
interesse.
Eu deveria me comportar tão mal quanto Eu deveria colocar em prática aquilo que
ele. nos faz avançar no caminho certo, a
despeito de como a outra parte se
comporta.
Não temos escolha a não ser concordar Há sempre outras opções, e nada é
com essa solução. definitivo até que eu concorde com a
proposta.
É impossível lidar com essa gente. Por meio da abordagem e das
ferramentas certas, é possível entender
quais são as motivações da outra parte e
construir um acordo que funcione.
Fonte: Weiss (2018, p. 38).
Por mais que seja necessário rever as nossas suposições sobre o negociador oponente,
é fato que algumas delas irão ser verdadeiras, pois corroboram com alguma atitude do
passado já experimentado por você ou outro negociador, quando fizeram negócio com
essa empresa ou negociador.
Podemos definir linguagem verbal como aquele processo que gera um fato, como a
escrita e a fala. Sabemos exatamente o que está sendo dito, pois podemos ler e
escutar. Já a linguagem não verbal pode estar implícita no tom dessa fala e também
nos gestos do interlocutor que a transmite. Nesse caso, é bom estudar alguns
conceitos interessantes, como: a paralinguagem (que resumidamente está associada
ao tom de voz, a altura com que se fala uma frase, aos sussurros e suspiros no meio de
uma explanação etc.), os gestos, as posturas, as expressões faciais, e os movimentos
dos olhos etc. para poder decifrar a linguagem não verbal. São justamente esses atos
que delatam um mentiroso, ou alguém que esteja sendo dissimulado. Esse assunto
também será abordado no bloco que trata da gestão de conflitos. De acordo com
Portella (2004):
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A porcentagem de comunicação não verbal na transmissão de
qualquer mensagem é muito elevada. Os elementos não verbais da
comunicação social são responsáveis por aproximadamente 65% do
total das mensagens enviadas e recebidas. Assim, apenas 35% do
significado de uma conversa corresponderiam às palavras
pronunciadas, sendo que 65% das mensagens seriam comunicados
por meio não verbal. Logo, o negociador que não sabe decodificar
mensagens não verbais está perdendo 65% do que é comunicado;
sendo assim, este além de perder grande parte da comunicação,
deixa de aproveitar oportunidades importantes para fazer bons
negócios, bem como facilitar esse processo complexo. Em
contrapartida, o negociador que sabe decodificar mensagens não
verbais pode negociar de forma mais eficaz, bem como empregar tais
estratégias para facilitar o processo de negociação.
Como se pode notar na pesquisa apresentada por Portella (2004), apenas 35% do que
se fala é absorvido pelo ouvinte, e talvez o que o negociador queira de fato está
implícito naqueles 65% restantes que o negociador oponente não se deu conta. É
justamente aí – segundo o ditado popular – “onde mora o perigo”. É como se assinasse
um contrato e não se lesse antes. O risco é enorme!
Segundo Weiss (2018, p.31) aponta, antes de entrar numa sala de negociação, é
preciso preparo: “o melhor negociador é aquele que está bem preparado”. Essa
preparação tem de ser feita com antecedência. Weiss (2018) ainda dá algumas dicas
importantes:
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Construa uma base bem-sucedida para sua negociação, aproximando-se
com antecedência dos desejos da outra parte.
Atentar-se a essas dicas lhe trará vantagem numa mesa de negociação, e possibilitará
controlar o processo e delinear seu desfecho.
Conclusão
REFERÊNCIAS
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WANDERLEY, José Augusto. Negociação total: encontrando soluções, vencendo
resistências, obtendo resultados. 24. ed. São Paulo: Gente, 1998.
WEISS, Jeff. Negociações eficazes: tome a iniciativa; gerencie conflitos; chegue ao sim.
Tradução Roberto Grey. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.
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3 APLICAÇÕES DA NEGOCIAÇÃO
Neste bloco, iremos estudar as aplicações das negociações no âmbito das empresas
familiares, e constatar o que Bazerman e Malhotra (2009) afirma ser um processo
muito delicado, pois envolve questões além daquilo que está sendo negociado. Além
disso, será abordado o processo de negociação de compra e venda; em uma relação
entre o superior e seu funcionário; e também entre o funcionário e o empregador, e o
que as novas regras da lei trabalhista mudaram nesse contexto. Por último,
abordaremos as negociações em âmbito internacional.
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empresa, exigir conhecimento técnico para assumir determinado cargo. Caso não seja
possível suprir essa demanda com um dos familiares, o dono deve contratar um
profissional de mercado para assumir a função.
Tudo isso pode parecer muito negativo, mas também tem o lado bom nessa história.
Em momentos de disputa entre familiares, é sempre bom buscar um moderador em
quem ambos confiam, para expor a situação. Por vezes, os resultados são muito bons,
porque há de fato uma preocupação entre os envolvidos. Afinal, são familiares.
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com o preço que está sendo pedido. Essa é uma maneira de ainda assim conseguir ser
sensível ao que está sendo pedido como valor, mas sem nunca perder o foco de se
fazer um bom negócio.
Ambas as partes possuem um ponto crítico, e têm pleno domínio sobre ele. Porém,
esses pontos são cegos entre os dois, ou seja, dificilmente um contará para o outro.
Mas se uma das partes reconhecer o ponto crítico um do outro, talvez a negociação
fique mais fácil, como por exemplo, o vendedor só fará negócio com o comprador se
parte do pagamento for à vista, pois precisa pagar algumas dívidas. Por outro lado, o
comprador não tem intenção de fazer um pagamento à vista se não tiver um desconto
substancial. Veja que não são pontos críticos tão distantes de uma solução, quanto
parece. Mas ainda possuem um ponto cego: qual é o valor mínimo para a venda? E
qual é o valor máximo que o comprador pagará?
Para responder a esses dois questionamentos, é preciso ter em mente que num
processo de compra e venda de uma empresa, por exemplo, não é só o valor que pode
impactar a operação. Essa empresa possui maquinários/ativos, têm produtos
registrados/patenteados, que precisam ser licenciados, talvez o imóvel seja alugado,
ou seja, esse contrato entre as partes negociadoras poderá conter diversas cláusulas
que também deverão ser negociadas por seus advogados.
Seja flexível ao sentar para negociar com seu supervisor ou chefe, tenha bem claro
quais são seus objetivos. Busque convergência, ou seja, um ponto comum a ambos que
possa ser vantajoso. Isso significa dizer que: sabendo qual é a lógica do supervisor ou
chefe, tente se aproximar dela. Para ser mais específico: seu supervisor ou chefe está
afirmando que precisa de você no comando do seu antigo projeto visto que seu
desempenho era excelente, e é exatamente isso que você não quer, por questões de
desgaste. Mostre a ele que o bom desempenho que obteve no projeto anterior será
replicado nesse novo projeto e que trará melhores resultados para a empresa.
Além disso, Abrantes (2011) aponta que o negociador precisa ser “humilde” e não
menosprezar a situação e a pessoa do supervisor ou chefe. A flexibilidade exigida para
essa situação é válida na medida em que há argumentação entre as partes. Os
supervisores ou chefes da atualidade não esperam encontrar um funcionário que diz
amém a tudo. Eles querem pessoas que se envolvam de fato com o trabalho e com o
desenvolvimento da empresa.
Segundo Fagundez (2017), o que passará a valer agora será a negociação entre as
partes envolvidas, desde que o funcionário ganhe acima de 11 mil reais. De acordo
com o autor, essa prerrogativa não se aplica a quem receberá salários inferiores a esse
teto, ficando a cargo do sindicato a negociação de valores para a categoria.
Nessas condições, o funcionário terá que ter pleno conhecimento de sua capacidade
para manter-se empregado. Por vezes, terá que atuar como pessoa jurídica, como por
exemplo, Microempreendedor Individual (MEI), abrindo empresa para prestar serviço.
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Para tal, precisará saber vender de forma atraente o que sabe, o que domina, ou seja,
seu conhecimento.
Segundo Cavallini (2017), os pontos que irão mudar na lei são estes descritos no
Quadro 3.1:
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de intervalo para repouso ou disso, se o empregador não
alimentação. conceder intervalo mínimo para
almoço ou concedê-lo
parcialmente, a indenização
será de 50% do valor da hora
normal de trabalho apenas
sobre o tempo não concedido
em vez de todo o tempo de
intervalo devido.
Remuneração A remuneração por produtividade O pagamento do piso ou salário
não pode ser inferior à diária mínimo não será obrigatório na
correspondente ao piso da remuneração por produção.
categoria ou salário mínimo. Além disso, trabalhadores e
Comissões, gratificações, empresas poderão negociar
percentagens, gorjetas e prêmios todas as formas de
integram os salários. remuneração, que não
precisam fazer parte do salário.
Plano de O plano de cargos e salários O plano de carreira poderá ser
cargos e precisa ser homologado no negociado entre patrões e
salários Ministério do Trabalho e constar trabalhadores sem necessidade
do contrato de trabalho. de homologação nem registro
em contrato, podendo ser
mudado constantemente.
Transporte O tempo de deslocamento no O tempo despendido até o local
transporte oferecido pela de trabalho e o retorno, por
empresa para ir e vir do trabalho, qualquer meio de transporte,
cuja localidade é de difícil acesso não será computado na jornada
ou não servida de transporte de trabalho.
público é contabilizado como
jornada de trabalho.
Trabalho A legislação atual não contempla O trabalhador poderá ser pago
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intermitente essa modalidade de trabalho. por período trabalhado,
(por período) recebendo pelas horas ou
diárias. Ele terá direito a férias,
FGTS, previdência e 13º salário
proporcionais. No contrato,
deverá estar estabelecido o
valor da hora de trabalho, que
não pode ser inferior ao valor
do salário mínimo por hora ou à
remuneração dos demais
empregados que exerçam a
mesma função.
O empregado deverá ser
convocado com, no mínimo,
três dias corridos de
antecedência. No período de
inatividade, pode prestar
serviços a outros contratantes.
Trabalho A legislação não contempla essa Tudo o que o trabalhador usar
remoto (home modalidade de trabalho. em casa será formalizado com o
office) patrão via contrato, como
equipamentos e gastos com
energia e internet, e o controle
do trabalho será feito por
tarefa.
Trabalho A CLT prevê jornada máxima de A duração pode ser de até 30
parcial 25 horas por semana, sendo horas semanais, sem
proibidas as horas extras. O possibilidade de horas extras
trabalhador tem direito a férias semanais, ou de 26 horas
proporcionais de no máximo 18 semanais ou menos, com até 6
dias e não pode vender dias de horas extras, pagas com
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férias. acréscimo de 50%. Um terço do
período de férias pode ser pago
em dinheiro.
Negociação Convenções e acordos coletivos Convenções e acordos coletivos
podem estabelecer condições de poderão prevalecer sobre a
trabalho diferentes das previstas legislação. Assim, os sindicatos
na legislação apenas se e as empresas podem negociar
conferirem ao trabalhador um condições de trabalho
patamar superior ao que estiver diferentes das previstas em lei,
previsto na lei. mas não necessariamente num
patamar melhor para os
trabalhadores.
Em negociações sobre redução
de salários ou de jornada,
deverá haver cláusula prevendo
a proteção dos empregados
contra demissão durante o
prazo de vigência do acordo.
Esses acordos não precisarão
prever contrapartidas para um
item negociado.
Acordos individualizados de
livre negociação para
empregados com instrução de
nível superior e salário mensal
igual ou superior a duas vezes o
limite máximo dos benefícios
do INSS (R$ 5.531,31)
prevalecerão sobre o coletivo.
Prazo de As cláusulas dos acordos e O que for negociado não
validade das convenções coletivas de trabalho precisará ser incorporado ao
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normas integram os contratos individuais contrato de trabalho. Os
coletivas de trabalho e só podem ser sindicatos e as empresas
modificados ou suprimidos por poderão dispor livremente
novas negociações coletivas. sobre os prazos de validade dos
Passado o período de vigência, acordos e convenções coletivas,
permanecem valendo até que bem como sobre a manutenção
sejam feitos novos acordos ou ou não dos direitos ali previstos
convenções coletivas. quando expirados os períodos
de vigência. Em caso de
expiração da validade, novas
negociações terão de ser feitas.
Representação A Constituição assegura a eleição Os trabalhadores poderão
de um representante dos escolher 3 funcionários que os
trabalhadores nas empresas com representarão em empresas
mais de 200 empregados, mas com no mínimo 200
não há regulamentação sobre funcionários na negociação com
isso. Esse delegado sindical tem os patrões. Os representantes
todos os direitos de um não precisam ser sindicalizados.
trabalhador comum e Os sindicatos continuarão
estabilidade de dois anos. atuando apenas nos acordos e
nas convenções coletivas.
Demissão Quando o trabalhador pede O contrato de trabalho poderá
demissão ou é demitido por justa ser extinto de comum acordo,
causa, ele não tem direito à multa com pagamento de metade do
de 40% sobre o saldo do FGTS aviso prévio e metade da multa
nem à retirada do fundo. Em de 40% sobre o saldo do FGTS.
relação ao aviso prévio, a O empregado poderá ainda
empresa pode avisar o movimentar até 80% do valor
trabalhador sobre a demissão depositado pela empresa na
com 30 dias de antecedência ou conta do FGTS, mas não terá
pagar o salário referente ao mês direito ao seguro-desemprego.
34
sem que o funcionário precise
trabalhar.
Danos Morais Os juízes estipulam o valor em A proposta impõe limitações ao
ações envolvendo danos morais. valor a ser pleiteado pelo
trabalhador, estabelecendo um
teto para alguns pedidos de
indenização. Ofensas graves
cometidas por empregadores
devem ser de no máximo 50
vezes o último salário
contratual do ofendido.
Contribuição A contribuição é obrigatória. O A contribuição sindical será
Sindical pagamento é feito uma vez ao opcional.
ano, por meio do desconto
equivalente a um dia de salário
do trabalhador.
Terceirização O presidente Michel Temer Haverá uma quarentena de 18
sancionou o projeto de lei que meses que impede que a
permite a terceirização para empresa demita o trabalhador
atividades-fim. efetivo para recontratá-lo como
terceirizado. O texto prevê
ainda que o terceirizado deverá
ter as mesmas condições de
trabalho dos efetivos, como
atendimento em ambulatório,
alimentação, segurança,
transporte, capacitação e
qualidade de equipamentos.
Gravidez Mulheres grávidas ou lactantes É permitido o trabalho de
estão proibidas de trabalhar em mulheres grávidas em
lugares com condições insalubres. ambientes considerados
35
Não há limite de tempo para insalubres, desde que a
avisar a empresa sobre a empresa apresente atestado
gravidez. médico que garanta que não há
risco ao bebê nem à mãe.
Mulheres demitidas têm até 30
dias para informar a empresa
sobre a gravidez.
Banco de O excesso de horas em um dia de O banco de horas pode ser
Horas trabalho pode ser compensado pactuado por acordo individual
em outro dia, desde que não escrito, desde que a
exceda, no período máximo de compensação se realize no
um ano, à soma das jornadas mesmo mês.
semanais de trabalho previstas.
Há também um limite de 10 horas
diárias.
Rescisão A homologação da rescisão A homologação da rescisão do
Contratual contratual deve ser feita em contrato de trabalho pode ser
sindicatos. feita na empresa, na presença
dos advogados do empregador
e do funcionário – que pode ter
assistência do sindicato.
Ações na O trabalhador pode faltar até três O trabalhador será obrigado a
Justiça audiências judiciais. Os comparecer às audiências na
honorários referentes a perícias Justiça do Trabalho, e caso
são pagos pela União. Além disso, perca a ação, arcará com o
quem entra com ação não tem custo do processo. Para os
nenhum custo. chamados honorários de
sucumbência, devidos aos
advogados da parte vencedora,
quem perder a causa terá de
pagar entre 5% e 15% do valor
36
da sentença.
O trabalhador que tiver acesso
à Justiça gratuita também
estará sujeito ao pagamento de
honorários de perícias se tiver
obtido créditos em outros
processos capazes de suportar
a despesa. Caso contrário, a
União arcará com os custos. Da
mesma forma, terá de pagar os
honorários da parte vencedora
em caso de perda da ação.
Além disso, o advogado terá
que definir exatamente o que
ele está pedindo, ou seja, o
valor da causa na ação.
Haverá ainda punições para
quem agir com má-fé, com
multa de 1% a 10% da causa,
além de indenização para a
parte contrária. É considerada
de má-fé a pessoa que alterar a
verdade dos fatos, usar o
processo para objetivo ilegal,
gerar resistência injustificada
ao andamento do processo,
entre outros.
Caso o empregado assine a
rescisão contratual, fica
impedido de questioná-la
posteriormente na Justiça
37
trabalhista. Além disso, fica
limitado a oito anos o prazo
para andamento das ações. Se
até lá a ação não tiver sido
julgada ou concluída, o
processo será extinto.
Multa A empresa está sujeita à multa de A multa para empregador que
um salário mínimo regional, por mantém empregado não
empregado não registrado, registrado é de R$ 3.000,00
acrescido de igual valor em cada por empregado, que cai para
reincidência. R$ 800,00 para microempresas
ou empresa de pequeno porte.
Fonte: Cavallini (2017).
As regras que devem ser levadas em conta num processo de negociação entre
funcionários e patrões são as apresentadas acima. Conhecendo-as a fundo, será mais
fácil chegar a um acordo. A despeito das opiniões contra ou a favor da lei de
“flexibilização” nas regras trabalhistas, o mercado ainda não conseguiu de fato notar o
efeito prático dessa medida, visto que desde a época de sua publicação o país está
num processo de crise, em que o que cresce é o desemprego.
Todas essas negociações das quais o Brasil faz parte, ou foram firmadas por acordos
bilaterais entre o Brasil e mais um país, ou foram firmadas em grupo. As regras básicas
para todos os acordos firmados no âmbito internacional são determinadas pela OMC,
a qual visa a um comércio justo e transparente entre os países envolvidos. Seus
38
princípios podem ser encontrados no site do Ministério da Economia, Indústria,
Comércio Exterior e Serviços:
1. Não Discriminação
É o princípio básico da OMC. Está contido no Art. I e no Art. III do
GATT 1994 no que diz respeito a bens e no Art. II e Art. XVII do
Acordo de Serviços. Estes artigos estabelecem os princípios da nação
mais favorecida (Art. I) e o princípio do tratamento nacional (Art.III).
Pelo princípio da nação mais favorecida, um país é obrigado a
estender aos demais membros qualquer vantagem ou privilégio
concedido a um dos membros; já o princípio do tratamento nacional
impede o tratamento diferenciado de produtos nacionais e
importados, quando o objetivo for discriminar o produto importado
desfavorecendo a competição com o produto nacional.
2. Previsibilidade
Os operadores do comércio exterior precisam de previsibilidade de
normas e do acesso aos mercados tanto na exportação quanto na
importação para poderem desenvolver suas atividades. Para garantir
essa previsibilidade, o pilar básico é a consolidação dos
compromissos tarifários para bens e das listas de ofertas em serviços,
além das disciplinas em outras áreas da OMC, como TRIPS, TRIMS,
Barreiras Técnicas e SPS que visam impedir o uso abusivo dos países
para restringir o comércio.
3. Concorrência Leal
A OMC tenta garantir não só um comércio mais aberto, mas também
um comércio justo, coibindo práticas comerciais desleais como o
dumping e os subsídios, que distorcem as condições de comércio
entre os países. O GATT já tratava desses princípios nos Art. VI e XVI,
porém esses mecanismos só puderam ser realmente implementados
após os Acordos de Antidumping e Acordo de Subsídios terem
definido as práticas de dumping e de subsídios e previsto as medidas
cabíveis para combater o dano advindo dessas práticas.
39
4. Proibição de Restrições Quantitativas
O Art. XI do GATT 1994 impede o uso de restrições quantitativas
(proibições e quotas) como meio de proteção. O único meio de
proteção admitido é a tarifa, por ser o mais transparente. As quotas
tarifárias são uma situação especial e podem ser utilizadas desde que
estejam previstas nas listas de compromissos dos países.
Conclusão
O processo de negociação não é simples entre duas pessoas, que por vezes não
concordam com um determinado assunto. Imagine se essas pessoas forem da mesma
família e gestores de uma empresa, e tiverem que decidir algo que venha afetar uma
terceira parte que também é parente. É bem provável que isso cause um
estremecimento nas relações, e se não for gerido de maneira adequada, pode levar
até a falência. Muitas vezes, os filhos ou netos não são treinados para assumir a gestão
de uma empresa e por isso não conseguem negociar com os fornecedores, por não
haver nenhum traquejo para tal. Essa deficiência se torna mais visível, num momento
de sucessão, no qual o patriarca deixa a organização e quem assume é a próxima
geração.
40
pode dificultar a negociação. Outro ponto que deve ser levado em conta são os pontos
cegos: ambas as partes possuem um ponto crítico, e tem pleno domínio sobre ele.
Porém esses pontos são cegos entre os dois, ou seja, dificilmente um contará para o
outro. Mas, se uma das partes reconhecer o ponto crítico um do outro, talvez a
negociação fique mais fácil, como por exemplo, o vendedor só fará negócio com o
comprador se parte do pagamento for à vista, pois ele precisa pagar algumas dívidas.
Numa negociação com seu chefe, seja flexível ao sentar para negociar com seu
supervisor ou chefe, tenha bem claro quais são seus objetivos. Num processo de busca
de uma nova oportunidade, conheça as regras que devem ser levadas em conta num
processo de negociação entre funcionários e patrões. Conhecendo-as a fundo será
mais fácil chegar a um acordo.
REFERÊNCIAS
ABRANTES, Talita. Aprenda a negociar com seu chefe, sem entrar numa saia justa.
Carreira Você S/A, São Paulo, 18 jan. 2011. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/carreira/aprenda-a-negociar-com-seu-chefe-sem-entrar-
numa-saia-justa/>. Acesso em: 9 jun. 2019.
41
BAZERMANN, Max H.; MALHOTRA, Deepak. O gênio da negociação: as melhores
estratégias para superar os obstáculos e alcançar excelentes resultados. Tradução de
Natalie Gerhardt. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
42
4 CONCEITO DE CONFLITO
Como o mundo dos negócios está cada vez mais acelerado, as oportunidades de
conflito se multiplicam. O ditado popular diz: “os conflitos crescem mais que sabão em
pó na máquina de lavar!”.
Há conflito por toda parte. As emoções dominam e a razão esfria. Cada vez mais é
importante uma excelente comunicação. Se no mundo real a comunicação já está
muito comprometida, falar, escrever, ler e interpretar, muitas vezes, é a maior fonte de
conflito entre as pessoas. No mundo virtual então, há fake news, notícias
fragmentadas, autores desconhecidos, plataforma de intrigas, e uma reputação
construída por toda uma vida pode ser destruída em segundos. Anônimos, do dia para
noite, se transformam em celebridades. Tudo aparece, cresce e desaparece em
questão de segundos, num piscar de olhos, em nível mundial.
43
Um diferencial gerencial marcante é a habilidade que o gestor tem para lidar com
pessoas; mesmo em situações difíceis, conseguir cooperação e comprometimento com
o trabalho. Portanto, saber lidar e até tirar proveito de conflitos é uma habilidade que
tem que ser aprimorada a cada instante em muitos campos da vida.
Conflito vem do latim “conflictus”. Reflete um combate entre duas coisas, um embate
entre uma pessoa e um grupo, confronto entre grupos opostos que divergem entre si.
Resumindo, é um combate entre duas forças em confrontação.
Alguns autores apresentam o conceito de que o conflito começa quando uma das
partes entende que a outra a aferrou de forma negativa. Esse processo engloba três
características: o conflito precisa ser percebido; tem que existir uma interação; e tem
que haver incompatibilidade entre as partes.
Outros autores definem conflito como uma ação oposta ou competitiva; ação ou
estado antagônico (como ideias, interesses ou pessoas divergentes); esforço resultante
de necessidades, impulsos, desejos ou procura incompatíveis; encontros hostis.
Uma outra abordagem conceitua que o conflito nos tempos atuais é inevitável e
sempre evidente. Segundo essa abordagem, uma empresa precisa que no processo de
crescimento é necessário compreender e lidar com as divergências entre os seus
membros e parceiros externos.
44
4.1.3 A tríade do conflito
Pessoas ou grupos de
pessoas
Campo de combate
45
tolerado pode virar um problema ou um conflito, e sem que se espere pode
tomar grandes proporções.
Competição inerente: envolve defender interesses próprios de conseguir algo
ou de vencer. O desejo de conquistar faz parte das necessidades das pessoas.
Perder resulta em sentimento de fracasso. Uma pequena discussão, muitas
vezes sobre futilidades, torna-se um problema porque as partes não
conseguem separar as pessoas da situação. Resolver não é o objetivo, vencer
sim. De ambos os lados, haverá resistências quanto às tentativas feitas para se
evitar o conflito. As pessoas continuam sendo o problema. Se não se resolve
uma situação de conflito, a pessoa é parte direta do conflito.
Batalhas mundiais: o foco passa da vontade de vencer para o desejo de
conquistar. Se for preciso, eliminar a outra parte ou punir os outros é um fator
marcante de motivação. Líderes surgem no grupo, tornam-se seu porta-voz e
convencem a maioria com a perda de uma visão geral das consequências. A
lógica, a razão, a ética e outros valores são perfeitamente ineficazes para
dissuadir os outros. Prolongar o conflito, mesmo quando se chega a um acordo
não importa, pois a luta é conseguir manter seus próprios objetivos e
conquistas.
Para resolução dos conflitos, é importante identificar algumas situações de atrito, suas
formas e como ocorrem:
46
terá reação de forma totalmente contrária ao que ela mesma faria ou
que o grupo espera. Aplicável também a grupos.
Conflito empresarial: envolve princípios e valores da própria empresa. É
resultado da busca de seus objetivos muitas vezes diante de situações
externas que influem diretamente na empresa.
Conflito interno e externo: Burbridge e Burbridge (2012) classificam
esses dois tipos de conflito assim:
o Interno: geralmente, ocorre entre departamentos ou unidades
de negócios. Por exemplo, o departamento de vendas precisa
atingir suas metas e o departamento de finanças não aprova o
cliente. As partes supostamente fazem parte da mesma
empresa, mas a confrontação mesmo que velada existe.
o Externo: há quando o conflito ocorre com outra empresa, com o
concorrente, com o governo, ou até mesmo com indivíduos.
Onde há pessoas, há emoções e nem sempre a racionalidade faz
parte do jogo.
Níveis de gravidade do conflito: para Chiavenato (2004), deve-se
considerar também o fator gravidade da seguinte forma:
o Conflito latente: o conflito é sentido e compreendido pelos
participantes, pois fica claro que o objetivo da pessoa é diferente
dos objetivos dos outros. Nesse caso, existe a possibilidade de
interferências ou bloqueios.
o Conflito velado: resulta em função da raiva, medo, inveja,
desconfiança e descrédito entre as partes. O conflito é apenas
sentido, não manifestado com clareza.
o Conflito aberto: expressado através de comportamento ativo ou
passivo por pelo menos uma pessoa de maneira que são
expostas claramente as razões do conflito, verdadeiras ou não.
47
“O conflito é inevitável, o administrador precisa conhecer a
respeito de suas possíveis soluções ou resoluções. A solução
de um conflito passa quase sempre pelo exame das
condições que o provocam”.
(CHIAVENATO, 2004, p.416)
48
Apresentação de mais soluções do que conflitos;
Aproximação das partes;
Estabelecimento de diálogo aberto e respeitoso;
Valorização dos relacionamentos entre as pessoas;
Auxílio na construção de um clima de consenso que atenda os interesses de
todos.
Os cinco estilos de abordagens de conflitos mais conhecidos, segundo Berg (2012), são:
49
falha quando um dos lados está errado, pois no fundo todos têm algo a
dar e a receber.
O quadro a seguir ilustra os cinco estilos. Nenhum destes estilos funciona em todas as
situações de conflito. A questão é aplicar a habilidade de usar a abordagem certa na
situação requerida.
Alto
Passividade Colaboração
Preocupação
com os outros
Compartilhado
Indiferente Dominação
Alto
Baixo Preocupação consigo mesmo
Conclusão
50
REFERÊNCIAS
WEISS, D. Como resolver (ou evitar) conflitos no trabalho. São Paulo: Nobel, 2003.
51
5 CONFLITOS
Neste bloco, serão abordados os fatores que geram conflitos, como administrá-los e
resolvê-los. Além disso, aproveitamos para elencar algumas dicas sugeridas pelos
autores pesquisados de como não dar chance para que surjam conflitos.
No processo de resolução do conflito, algumas medidas podem ser tomadas. São elas:
52
Levantamento da situação atual:
o Envolve a apuração detalhada e específica dos fatos sobre o conflito.
Investigar e apurar quem são os envolvidos, a origem, a natureza e a
intensidade do conflito. Para isso, será preciso uma conversa
individual entre os envolvidos, geralmente sem confrontação e sem
prejulgamento. Provavelmente, cada um dos envolvidos terá sua
versão sobre o conflito. Nada ainda está errado, apenas são pontos
naturais de vista, algumas vezes mal-entendidos, distorções dos
fatos, experiências negativas passadas, tendem a não
necessariamente refletir o que realmente está envolvido no conflito.
o Identificar os detalhes por trás das críticas e não se prender apenas
às reclamações. Após ouvir atentamente os lados envolvidos, é
preciso analisar as informações coletadas de forma imparcial.
Negociação:
o O gestor do conflito procura agora uma conversa em conjunto com
os envolvidos. Nesta etapa, pode começar o desenvolvimento de
alternativas para a solução do conflito com a participação de todos.
O gestor deve controlar para que não haja confrontação entre os
envolvidos, dando preferência pelo diálogo como forma de
esclarecer as percepções respeitando as argumentações de cada
parte.
Decisão:
o Entender o conflito – com suas causas e efeitos – é fundamental
para o sucesso pessoal e profissional. Considerando todos os fatos,
o gestor do conflito pode orientar na criação de propostas de
solução de forma participativa dos envolvidos. Às vezes, uma das
partes poderá ter de desconsiderar alguma exigência. Nesse caso, é
importante a certificação dos envolvidos para que não haja
desavenças e o rompimento do que foi acordado entre as partes.
53
Acompanhamento:
o Com o acordo firmado, é preciso colocar a solução encontrada em
prática. Isso não encerra o caso conflitante. Ainda é preciso fazer um
acompanhamento, verificando os possíveis desdobramentos –
positivos ou negativos – da evolução da solução do conflito, assim
como a conferência se o que foi acordado entre as partes está sendo
cumprido.
Destaca-se que nem todo o conflito precisa de todo esse processo para ser resolvido.
Se for possível entre os próprios envolvidos resolverem as diferenças entre e si e evitar
a participação de um terceiro no caso, melhor para todos.
54
razão, pode fazer com que os envolvidos respeitem mais uns aos outros e
foquem na solução do problema.
Imparcialidade: cada parte cede um pouco para não perder tudo e ainda
ganhar alguma coisa. Pode ser que uma das partes não esteja disposta a
negociar nem abrir mão parcialmente de algum valor. Nesse caso, o
negociador deve ter um ponto de vista ou uma percepção mais abrangente
sobre a negociação, para expor argumentos que a torne mais flexível, a fim
de evitar conflitos.
Parcialidade: cada parte cede um pouco para não perder tudo e ainda
ganhar alguma coisa. Pode ser que uma das partes não esteja disposta a
negociar nem abrir mão parcialmente de algum valor. Nesse caso, o
negociador deve ter um ponto de vista ou uma percepção mais abrangente
sobre a negociação, para expor argumentos que a torne mais flexível, a fim
de evitar conflitos.
55
o relacionamento entre os envolvidos é mais importante que o resultado do
conflito ou esse resultado não trará nada de bom para os envolvidos.
é uma réplica;
56
é posicionar-se e argumentar de forma contrária;
As pessoas passam grande parte de suas vidas nas empresas ou vivem em função delas
por meio de seus produtos e serviços. A empresa é um palco privilegiado para conflitos
pessoais e profissionais, de motivações, de necessidades, de interesses e de
realizações, gerando, quer de forma explícita ou implícita, sentimentos de frustração
ou de satisfação pessoal e profissional.
57
como vertical, está presente no dia a dia dos relacionamentos entre os funcionários,
departamentos, fornecedores e clientes.
a) Construtivo:
b) Destrutivo:
58
geração de outros, pelo contrário, às vezes geram conflitos até maiores e mais
complexos.
59
“Você é maior do que eu. Nem eu nem você
somos o centro do universo, se é que o
universo tem um centro”.
(Crença popular)
Todos gostam de saber como estão indo ou sendo notados em suas atividades. O
silêncio ou a carência de feedback é mortal para o desenvolvimento de uma pessoa. O
feedback nem sempre precisa ser positivo. Contudo, é mais importante do que um
comentário, e a forma como é dito e apresentado é o que conta. É importante que o
feedback seja dado de forma construtiva e em caráter individual. Isso gera um clima de
confiança e reduz conflitos.
60
5.5.5 Ouvir atentamente a outra parte
Ouvir é diferente de escutar. Ouvir é um aspecto físico. Escutar demanda atenção, às
vezes até a detalhes do que não está sendo dito. As pessoas normalmente mais falam
do que param para ouvir. Enquanto uma pessoa fala, a outra não está escutando, pois
está pensando em sua argumentação ou em como refutar. É importante dar atenção à
linguagem corporal. Escutar constrói relacionamentos.
Pedir um tempo pode ser uma ferramenta poderosa. É uma das decisões mais difíceis.
Levante e peça uma trégua para retomada em uma condição mais apropriada.
Relacionamento e acordos são mais importantes do que se chegar a uma solução
precipitada a um custo muito alto. Postergar, e até retroceder, podem evitar que o
conflito leve um relacionamento à falência.
Conclusão
Conheça o cenário do conflito. Saiba lidar com situações aparentemente difíceis. Dar
importância à argumentação para vencer objeções, e principalmente, à postura
comportamental é fundamental para a resolução do conflito. O “como” deve ser
estudado para evitar que o conflito torne-se algo destrutivo, e para que se chegue a
uma decisão que satisfaça a todos os envolvidos e os relacionamentos sejam mantidos.
REFERÊNCIAS
61
CARVALHAL, Eugênio do et al. Negociação e administração de conflitos. 2. ed. São
Paulo: FGV, 2006.
MALDONADO, Maria Teresa. O bom conflito: juntos buscaremos a solução. São Paulo:
Integrare, 2008.
62
6 POR QUE GERENCIAR CONFLITOS?
É comum identificarmos conflitos nas relações humanas; se não houvesse, não haveria
a necessidade de tantas leis e costumes, para que pessoas distintas e com
pensamentos diversos pudessem viver em harmonia no mesmo espaço. Neste bloco,
iremos entender como o gestor pode gerenciar os conflitos do dia a dia.
63
não resolvida, afetará diretamente a produtividade, gerará um ambiente estressante e
poderá pôr em risco até a sobrevivência da empresa.
Por outro lado, os conflitos podem ser uma fonte de novas ideias, visto que podem ser
usados, se bem administrados, como estímulos na busca por soluções para situações
de crise.
Muitas podem ser as causas dos conflitos entre as pessoas. Às vezes, o problema é a
comunicação. Quando alguém diz algo com determinada intenção e o receptor dessa
mensagem interpreta de maneira diferente, pode estabelecer-se um conflito. A falta
de imaginação também é uma grande alimentadora de problemas: as partes se
recusam a imaginar o que os outros podem fazer ou sentir, porque estão habituadas a
ouvir o outro dentro do próprio modelo mental, e não pela ótica dele. Além disso, não
praticar o que dizemos ou pensamos pode ser conflituoso. “Se eu penso de maneira
contrária a alguma regra vigente, à qual devo obediência, já estou em conflito”.
64
O desenvolvimento de um ambiente de intrigas diretas ou veladas.
O isolamento em relação aos colegas, aos superiores e em relação aos
objetivos da empresa.
Esses e/ou outros indicadores exigem uma postura a ser praticada em relação à
solução de conflitos. Se não cuidados, amenizados ou eliminados, com certeza trarão
consequências sérias aos resultados da empresa e na degradação do ambiente de
trabalho. O conflito se não resolvido “ainda pequeno” poderá se transformar em um
“adulto” difícil de lidar. Ignorar os indicadores ou sinais dificilmente é uma boa opção.
65
estruturas.
Após a análise dos resultados da resolução dos conflitos, o gestor ainda pode:
67
A integração entre as pessoas pode fazer parte da estratégia empresarial, pois reduz a
possibilidade do surgimento de conflitos. Pessoas que se conhecem e se integram
normalmente se respeitam mais do que se tratando de desconhecidos.
A busca de melhorias pode ser usada ainda quando os recursos não estão totalmente
comprometidos. Os conflitos custam caro à empresa. Não só em sentido financeiro,
pois podem pôr em risco até a sobrevivência da organização.
Uma política de melhoria contínua nas relações do trabalho pode dar estabilidade a
uma organização e também pode agir de maneira construtiva estimulando o potencial
de seus colaboradores. Da mesma forma que conflitos não resolvidos podem ser
destrutivos, os conflitos bem administrados podem ser encarados como uma força
constante de melhoria, incentivo à criatividade e ferramenta para situações de crise.
68
avaliando as ações ainda que sejam necessárias. As soluções encontradas
muitas vezes ainda precisam de acompanhamento e ajustes;
Conclusão
Este bloco procurou apresentar o conflito desde seu conceito até os efeitos gerados
por ele nas organizações. Abordou o assunto com vistas a desmistificar e melhorar as
relações no ambiente de trabalho. Destacou que a gerência de conflitos exige muita
habilidade por parte de quem for tratá-los. Demonstrou que nem sempre o conflito é
ruim; se bem analisado e com o uso das estratégias corretas, ele pode transformar-se
em um aliado do crescimento e da mudança. Importante destacar que as pessoas têm
personalidades e opiniões diferentes, por isso é comum ter situações divergentes na
convivência no ambiente empresarial.
REFERÊNCIAS
BERG, Ernesto Artur. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia.
Curitiba: Juruá, 2012.
BEKIN, Saul Faingaus. Conversando sobre endomarketing. São Paulo: Makron Books,
1995.
MaCDONALD, J. Conflitos bem resolvidos. Tradução Beatriz Sidou. São Paulo: Planta
do Brasil, 2005.
70
PAULSON, T. Gerentes na linha de fogo: administrando nas relações do trabalho.
Tradução de Maria Neusa Dias Mendes Ferreira. São Paulo: Saraiva, 1994.
71