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Reajuste e Reequilíbrio

Econômico-Financeiro de Obras
Públicas

Instrutor:
André Pachioni Baeta
Introdução

A pandemia e o impacto nos


custos das obras públicas

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O que aconteceu entre janeiro/2020 e abril/2021?
▪ Janeiro de 2020 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Abril de 2021 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Janeiro de 2020 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Abril de 2021 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Janeiro de 2020 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre Jan/2020 e abril/2021?
▪ Abril de 2021 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Janeiro de 2020 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre Jan/2020 e abril/2021?
▪ Abril de 2021 (Sinapi Brasília):
O que aconteceu entre jan/2020 e abril/2021?
▪ Comparativo:

Insumo Variação Variação Sinapi


Mercado
Cabo de cobre 2,5 mm2 +102,49% +40,26%

Tubo PVC 25 mm +125% +47,27%

Cabo de rede cat-6 +69,61% +5,99%

Split Inverter 12.000 BTU/h +24,01% +22,40%


Variação Acumulada Sinapi 12 meses
Variação Acumulada INCC/FGV 12 meses
Variação Acumulada INCC/FGV 12 meses
Variação Acumulada INCC/FGV 12 meses
Variação Acumulada INCC/FGV 12 meses

Além disso, o setor de construção civil também padece com


o desabastecimento de insumos sendo que o prazo previsto
para entrega de alguns deles pode ultrapassar 120 ou 130
dias, prejudicando ainda mais o cronograma das obras.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Não necessariamente!
▪ Primeiramente, os aumentos de custos dos materiais são
contrabalançados por variações nos salários da mão de obra
que têm ficado aquém da inflação.
▪ Nesse sentido, o INCC-DI Mão de Obra variou apenas 7,27%
nos últimos 12 meses (julho/2021).
▪ É de se observar que a mão de obra reflete cerca de 55% do
total do INCC, o que explica as variações moderadas do
índice em relação ao aumento dos materiais. A mesma
situação é verificada no índice da construção civil apurado
pelo IBGE.
▪ A verdade é que o descasamento entre o INCC e os custos
efetivos de construção é um fenômeno já observado em
outras épocas. 17
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
Reajuste
(%) de Variação Desequilíbrio
Ordinário
Insumo representativida efetiva (%) no Contrato (D
do Contrato
de na obra (A) (B) = A x (B-C) )
(INCC) (C)

Cabos de cobre 2% 100% 10% 1,8%


Mão de obra 50% 2% 10% -4%
Desequilíbrio
Total -2,2%

• Conclusão, há um desequilíbrio contra a administração de


2,2%.
• Não deve ser acolhido pleito de reequilíbrio do
empreiteiro por conta da variação do preço dos cabos de
cobre.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Nas obras de infraestrutura, de natureza mecanizada, o
custo é predominantemente derivado dos equipamentos
empregados na execução dos serviços.
▪ Embora os combustíveis também tenham sofrido aumentos
consideráveis nos últimos meses, outras parcelas dos custos
horários dos equipamentos (depreciação, custo de
oportunidade e manutenção) não têm efeito caixa imediato.
Alguns até sofreram reduções (custo de oportunidade), em
virtude do menor patamar das taxas de juros.
▪ Assim, a metodologia de cálculo de eventual reequilíbrio
econômico-financeiro será objeto deste treinamento.
▪ Com efeito, a as obras privadas têm convivido com idêntica
situação observada nas obras públicas.
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ De um lado, as incorporadoras podem estar incorrendo
variações de custos superiores ao INCC, mas os adquirentes
dos imóveis na planta suportam apenas a variação desse
índice, o que pode reduzir a margem de lucro do
empreendimento ou até torná-lo deficitário para o
incorporador.
▪ Portanto, a atual situação de mercado, embora comporte
alguns extremos, ainda não inviabiliza a execução da maior
parte das obras públicas, notadamente observando que os
sistemas referenciais de custos utilizados na precificação da
obra apresentam “gorduras” em relação ao preço de
mercado.
▪ Seguem algumas observações gerais a serem observadas
na análise de pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro: 20
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ O exame dos pleitos deve ser realizado com duas
abordagens distintas:
▪ Primeiro, analisar os aspectos jurídicos, nos termos a
seguir especificados.
▪ Segundo, realizar uma avaliação dos aspectos
matemáticos do pleito (e nesse ponto, na opinião do
palestrante, residem as maiores dificuldades de análise).

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
1) O ônus da prova é do empreiteiro. Quem alega o
desequilíbrio tem o dever de comprová-lo com todos os
elementos disponíveis, inclusive com notas fiscais de compra
dos materiais.
2) O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato tem por
fundamento a Teoria da Imprevisão. Deve ser aplicado:
a) quando ocorrerem fatos imprevisíveis ou previsíveis de
consequências incalculáveis, que retardem ou impeçam a
execução do ajuste;
b) em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe;
c) quando esses fatos provocarem impactos significativos na
equação econômico-financeira do contrato.
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
Não se pode olvidar que a pandemia de coronavírus pegou a
todos de surpresa. Ninguém poderia imaginar que a economia
do País fosse sofrer impactos atualmente vivenciados.
Podem ter ocorrido situações diversas que demandam o
reequilíbrio econômico-financeiro da avença. Tais situações
são exemplificadas a seguir:
a) Alterações nas variáveis macroeconômicas, como taxas de câmbio,
inflação e juros, que podem modificar substancialmente os custos
incorridos pelo particular.
b) Aumento do absenteísmo da mão de obra, em virtude de faltas ao
trabalho ocasionadas por doença ou interrupção do transporte público.

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
c) Elevação do preço de alguns insumos por excesso de demanda ou
por choques na oferta, visto que muitos segmentos da cadeia produtiva
ficaram com o suprimento comprometido com paralisações ocorridas nas
indústrias de países como a China.
d) Dificuldade de mobilização de equipes e equipamentos devido a
problemas na malha aérea e rodoviária.
e) Fato da administração causado por suspensões ou prorrogações dos
contratos, bem como pela indisponibilidade de frentes de serviço ante o
fechamento do órgão contratante.
f) Atrasos nas execuções dos objetos avençados causados por fatos de
terceiro, tais como indisponibilidade de fornecedores, fechamento do
comércio, quarentenas etc.

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
g) Atrasos nos pagamentos devidos pela Administração.
Portanto, pode ser aplicável, em certos casos, a teoria da
imprevisão, cujos requisitos são: (1) imprevisibilidade, (2) fato
alheio à vontade das partes, (3) inevitabilidade e (4)
desequilíbrio com grande impacto no contrato.
Observados os requisitos acima listados e havendo a
demonstração inequívoca da relação de causa (pandemia) e
efeito (desequilíbrio econômico-financeiro) que impeça ou
retarde a execução contratual, a Administração pode promover
a revisão dos preços contratados, com todas as evidências e
justificativas apensas no processo.
Ocorre que a pandemia e seus efeitos já não são novidade!
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
Toda argumentação de imprevisibilidade ocasionada pela
pandemia perde sensivelmente sua força no caso de certames
licitatórios em que as construtoras ofertaram propostas após a
ocorrência da pandemia, notadamente depois de abril/2020 ou
maio/2020, momento em que as medidas restritivas atingiram o
seu ápice no Brasil.
A partir daí, embora o país ainda tenha sofrido com ciclos de
agravamento da pandemia e posterior afrouxamento das
medidas restritivas, o argumento de imprevisibilidade perde
sua força.
Em suma, é necessário diferenciar os pleitos apresentados de
contratos celebrados antes de abril e maio/2020 dos contratos
celebrados a partir desta data. A demonstração da
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imprevisibilidade no primeiro caso é mais natural.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
3) “A Administração pode recusar o restabelecimento da
equação apenas mediante invocação da ausência dos
pressupostos necessários. Poderá invocar:
- ausência de elevação dos encargos do particular;
- ocorrência do evento antes da formulação das propostas;
- ausência de vínculo de causalidade entre o evento ocorrido e
a majoração dos encargos do contratado;
- culpa do contratado pela majoração dos seus encargos (o que
inclui a previsibilidade da ocorrência do evento).”

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos
4) Analisar a aderência do pleito com as cláusulas contratuais
ou com a matriz de riscos (Lei 14.133/2021):
“Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais
previstos e presumíveis e prever matriz de alocação de riscos,
alocando-os entre contratante e contratado, mediante
indicação daqueles a serem assumidos pelo setor público ou
pelo setor privado ou daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo
considerará, em compatibilidade com as obrigações e os
encargos atribuídos às partes no contrato, a natureza do risco,
o beneficiário das prestações a que se vincula e a capacidade
de cada setor para melhor gerenciá-lo.
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para
fins de projeção dos reflexos de seus custos no valor estimado
da contratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos
supervenientes e deverá ser observada na solução de
eventuais pleitos das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da
matriz de alocação de riscos, será considerado mantido o
equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as partes
aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio
relacionados aos riscos assumidos, exceto no que se
refere: 29
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
I – às alterações unilaterais determinadas pela Administração,
nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II – ao aumento ou à redução, por legislação superveniente,
dos tributos diretamente pagos pelo contratado em
decorrência do contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão
ser adotados métodos e padrões usualmente utilizados por
entidades públicas e privadas, e os ministérios e secretarias
supervisores dos órgãos e das entidades da Administração
Pública poderão definir os parâmetros e o detalhamento dos
procedimentos necessários a sua identificação, alocação e
quantificação financeira.”
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
5) De qualquer forma, diante da inusitada situação atual,
sugere-se que o órgão edite ato normativo específico
regulamentando os procedimentos de análise de pleitos de
reequilíbrio, estabelecendo regras acerca:
a) Da documentação a ser apresentada pelo particular.
b) Dos procedimentos e métodos de cálculo da análise (se
possível com exemplos).
c) Prazos para apresentação de pleitos. Sugere-se, em alusão
ao disposto no art. 131, parágrafo único, da nova Lei de
Licitações e Contratos que o pedido de restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro seja formulado durante a
vigência do contrato.
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
d) Prazos para análise dos pleitos e instrução do requerimento
formulado pelo construtor (sugere-se 30 dias).
e) Prazo para resposta ao particular. Usando por analogia o
disposto no art. 123, parágrafo único, da Lei 14.133/2021,
sugere-se que, salvo disposição legal ou cláusula contratual
que estabeleça prazo específico, concluída a instrução do
requerimento, a Administração terá o prazo de 1 (um) mês para
decidir, admitida a prorrogação motivada por igual período.
f) Áreas encarregadas para instrução do requerimento (sugere-
se obrigatoriamente que o mesmo seja instruído pelo fiscal do
contrato, pelo gestor do contrato e pelo órgão de
assessoramento jurídico), cada qual dentro do seu plexo de
atribuições. 32
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
g) Autoridade encarregada de decidir acerca do reequilíbrio.

▪ Como exemplo de atos normativos estabelecendo requisitos


e a metodologia para exame dos pleitos, citamos a
Resolução DNIT Nº 13, de 02 de junho de 2021 e a Portaria
Conjunta SMOBI / SUDECAP Nº 002, de 09 de abril de
2021.
▪ Ainda que este palestrante tenha diversas observações
acerca dos aludidos atos normativos, a edição dos referidos
regulamentos proporciona critérios objetivos a serem
observados, evitando casuísmos e trazendo celeridade e
segurança jurídica aos envolvidos.
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Sugere-se que todo pleito recebido seja analisado e
respondido de forma célere ao particular. A omissão na
apreciação de pedidos de reequilíbrio pode ser motivação
para o abandono da obra pelo particular e interposição de
ações judiciais contra a administração.
▪ Caso fique caracterizado abuso ou má-fé na apresentação
de pleitos improcedentes pelos construtores, deve ser
observada a necessidade de instauração de processo
administrativo de responsabilização previsto na Lei
12.846/2013 (Lei Anticorrupção), que dispõe sobre a
responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública.

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Dentre os atos lesivos previstos no art. 5º da referida lei, cita-se o disposto
abaixo:
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou
estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas
jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , que atentem contra o
patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração
pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil,
assim definidos:
(...)
IV - no tocante a licitações e contratos:
(...)
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de
modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração
pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou
nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos
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celebrados com a administração pública;”
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Finalmente, entendendo-se ao menos parcialmente
procedente o pleito apresentado, há de se verificar se há
disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para
o seu pagamento, realizando o prévio empenho da despesa
(empenho de reforço).
▪ Uma palavra final sobre uma possível negociação com o
particular acerca do pleito. Dentro da máxima jurídica de que
“mais vale um mal acordo do que uma boa causa”,
entende-se que a administração pode negociar com o
particular uma possível redução do valor a ser aditado.
▪ Caso aceita tal negociação, o instrumento de aditamento
deve expressamente conter cláusula em que as partes
renunciam a qualquer outra reivindicação ou pleito, dando-se
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mútua quitação.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Por exemplo, um contrato de R$ 10 milhões, em que o
particular apresentou um pleito com pedido inicial de R$ 1
milhão em virtude de suposto aumento dos custos de
aquisição de insumos.
▪ Após ser solicitado a comprovar e demonstrar os custos
incorridos, a administração examinou o pedido com as
ferramentas comentadas a seguir, obtendo um valor “justo”
de R$ 400 mil para o pleito de reequilíbrio.
▪ O gestor do contrato poderia de forma transparente
demonstrar todas as premissas e hipóteses que resultaram
na referida quantia e fazer uma contraoferta de R$ 200 mil.

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ O particular obviamente pode recusar tal oferta, mas terá que
sopesar o caminho espinhoso que terá para recuperar essa
quantia por meio de um processo judicial contra a
administração pública.
▪ Outras questões negociais podem estar envolvidas. Em um
contrato de prestação de serviços continuados, a
administração tem grande poder de barganha em eventual
prorrogação do contrato, que é geralmente de interesse do
particular. Este poderá aceitar um valor menor do que o
devido com a expetativa de continuar com a prestação de
serviços por mais um ano.
▪ É bem verdade que o particular tem os seus mecanismos de
pressão também, como a necessidade de o órgão realizar
nova licitação ou o abandono da obra. 38
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Lei 13.140/2015 (Dispõe sobre a mediação entre
particulares como meio de solução de controvérsias e sobre
a autocomposição de conflitos no âmbito da administração
pública):
“Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de
conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública,
onde houver, com competência para:
(...)
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos,
por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e
pessoa jurídica de direito público;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de
ajustamento de conduta. 39
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos jurídicos:
▪ Lei 13.140/2015:
(...)
§ 2º A submissão do conflito às câmaras de que trata o caput é
facultativa e será cabível apenas nos casos previstos no
regulamento do respectivo ente federado.
§ 3º Se houver consenso entre as partes, o acordo será
reduzido a termo e constituirá título executivo extrajudicial.
(...)
§ 5º Compreendem-se na competência das câmaras de que
trata o caput a prevenção e a resolução de conflitos que
envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contratos
celebrados pela administração com particulares.”
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Realizar o exame da equidade global do contrato, verificando
se a variação expressiva de certos itens foram compensadas
por variações negativas ou menos relevantes de outros
insumos.
▪ Exigir a comprovação dos custos efetivamente incorridos
pelo construtor por meio de documentação fiscal idônea,
analisando se a variação realmente é a que foi alegada.
▪ Ainda que a variação de custos seja realmente comprovada
por meio de notas fiscais, é possível que a administração a
conteste por meio da comparação com o aumento nos
valores dos insumos constantes dos sistemas de referência
de custos. Isso porque tais sistemas são mantidos por
instituições que gozam de boa reputação em matéria de
pesquisa de mercado. 41
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Por exemplo, a pesquisa de preços do Sinapi é realizada
pelo IBGE, ao passo que a pesquisa de mercado do Sicro
fica a cargo da FGV.
▪ O TCU já decidiu que “os sistemas referenciais oficiais da
Administração, como todo documento público, gozam de
presunção de veracidade e de legitimidade, ou seja, refletem
os preços de mercado, razão pela qual podem e devem ser
considerados para a análise de adequação de preços e
apuração de eventual superfaturamento. Compete aos
responsáveis comprovarem alegações em contrário a partir
de elementos fáticos que demonstrem a inadequação ou a
necessidade de adequação dos preços extraídos de
sistemas de referência.” (Acórdão 1.637/2016-Plenário).
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Então podem haver dois cenários distintos da análise:
a) A variação alegada e comprovada dos custos pelo
empreiteiro está abaixo da verificada nos sistemas oficiais
de custos da Administração Pública. Aqui pode ser aceito o
aumento demonstrado por meio de notas fiscais.
b) A variação de custos comprovada pelo particular é maior do
que a atestada pelos sistemas referenciais da
administração. Nesse caso, é possível limitar o pleito
apenas a parcela de aumento de custos corroborada pelo
sistema de custos. A suposta variação além daquela
observada em tabelas de referência pode decorrer da
ineficiência ou atraso nas aquisições realizadas pelo
particular.
▪ Vejamos um exemplo:
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ O empreiteiro alega elevação no preço do cimento, brita e
areia e solicita reequilíbrio no preço do concreto.
▪ O orçamento base da licitação era datado de abril/2020, e
adotou o Sinapi como referência para orçar o serviço cuja
composição de custo é demonstrada abaixo:
CUSTO
CÓDIGOS DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE VALOR
UNITÁRIO
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5 (CIMENTO/ AREIA
94972 MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 310, 23
AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR (RETIRADO NA JAZIDA,
370 M3 0,7119 95,00 67,63
SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,39 152,55
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 65,35 38,73
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,08 29,61
OPERADOR DE BETONEIRA ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS
88377 H 1,2400 15,17 18,81
COMPLEMENTARES
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE
89225 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHP 0,6382 3,51 2,24
SEM CARREGADOR - CHP DIURNO. AF_11/2014
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE
89226 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHI 0,6018 1,09 0,66
SEM CARREGADOR - CHI DIURNO. AF_11/2014
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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ A composição de custo apresentada pelo licitante no certame
foi a seguinte, em que se verifica elevado desconto no valor
dos referidos insumos:
CUSTO
COEFICI
DESCRIÇÃO UNIDADE UNITÁRI VALOR
CÓDIGOS ENTE
O
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5
(CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO M3 188, 85
MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR
370 M3 0,7119 50,00 35,60
(RETIRADO NA JAZIDA, SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,20 78,23
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 40,00 23,71
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,08 29,61
OPERADOR DE BETONEIRA
88377 ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS H 1,2400 15,17 18,81
COMPLEMENTARES
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89225 CHP 0,6382 3,51 2,24
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
CHP DIURNO. AF_11/2014
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89226 CHI 0,6018 1,09 0,66
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
45
CHI DIURNO. AF_11/2014
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ A empreiteira entregou notas fiscais datadas de junho/2021
demonstrando que incorreu nos seguintes custos:
a) areia: R$ 80,00/m3
b) cimento: R$ 0,58/kg
c) brita: R$ 130/m3
▪ Assim, requer que o valor do serviço seja revisto para R$
415,38, conforme composição a seguir, em que reajustou
também o valor do custo horário dos equipamentos e da mão
de obra empregada no serviço, adotando os valores atuais
do Sinapi:

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
CUSTO
COEFICI
DESCRIÇÃO UNIDADE UNITÁRI VALOR
CÓDIGOS ENTE
O
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5
(CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO M3 415, 38
MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR
370 M3 0,7119 80,00 56,95
(RETIRADO NA JAZIDA, SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,58 226,88
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 130,00 77,05
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,99 31,39
OPERADOR DE BETONEIRA
88377 ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS H 1,2400 16,07 19,93
COMPLEMENTARES
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89225 CHP 0,6382 3,85 2,46
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
CHP DIURNO. AF_11/2014
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89226 CHI 0,6018 1,21 0,73
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
CHI DIURNO. AF_11/2014

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As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Considerados satisfeitos todos os pressupostos jurídicos para a
concessão do reequilíbrio econômico-financeiro já abordados, verifica-se
que o empreiteiro solicitou reequilíbrio além da variação efetiva de custos
do Sinapi e, também, tenta recompor o elevado desconto ofertado na
licitação por intermédio do pleito apresentado. A composição do Sinapi
para o serviço seria a composição abaixo apresentada (junho/2021):
CUSTO
CÓDIGOS DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE VALOR
UNITÁRIO
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5 (CIMENTO/ AREIA
94972 MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 402, 28
AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR (RETIRADO NA JAZIDA,
370 M3 0,7119 85,50 60,87
SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,54 211,23
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 127,69 75,68
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,99 31,39

OPERADOR DE BETONEIRA ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS


88377 H 1,2400 16,07 19,93
COMPLEMENTARES

BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE


89225 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHP 0,6382 3,85 2,46
SEM CARREGADOR - CHP DIURNO. AF_11/2014

BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE


89226 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHI 0,6018 1,21 48 0,73
SEM CARREGADOR - CHI DIURNO. AF_11/2014
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ A composição do Sinapi acima demonstra que as variações dos custos
da brita, cimento e areia observadas no aludido sistema foram as
seguintes:

Insumo abr/20 jun/21 Variação (%)


Areia 95 85,50 -10,00%
Cimento 0,39 0,54 38,46%
Brita 65,35 127,69 95,39%

▪ Tais variações poderiam servir para reajustar os valores dos insumos da


composição apresentada pelo licitante vencer, conforme ilustrado na
composição a seguir, em que se revisou os valores da mão de obra e dos
equipamentos conforme variação observada no Sinapi:

49
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
COEFICI CUSTO
DESCRIÇÃO UNIDADE VALOR
CÓDIGOS ENTE UNITÁRIO
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5
(CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO M3 241, 19
MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR
370 M3 0,7119 45,00 32,04
(RETIRADO NA JAZIDA, SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,28 108,32
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 78,16 46,32
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,99 31,39
OPERADOR DE BETONEIRA
88377 ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS H 1,2400 16,07 19,93
COMPLEMENTARES
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89225 CHP 0,6382 3,85 2,46
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
CHP DIURNO. AF_11/2014
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L,
CAPACIDADE DE MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO
89226 CHI 0,6018 1,21 0,73
TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, SEM CARREGADOR -
CHI DIURNO. AF_11/2014

• Conclusão: o pleito seria deferido parcialmente para revisar o preço


acordado para R$ 241,19 50
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Aproveitando o mesmo exemplo, suponhamos agora outra situação, em
que o particular não deu desconto algum na licitação, tendo ofertado o
mesmo preço estimado pela Administração para o serviço (abril/2020):
CUSTO
CÓDIGOS DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE VALOR
UNITÁRIO
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5 (CIMENTO/ AREIA
94972 MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 310, 23
AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR (RETIRADO NA JAZIDA,
370 M3 0,7119 95,00 67,63
SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,39 152,55
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 65,35 38,73
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,08 29,61
OPERADOR DE BETONEIRA ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS
88377 H 1,2400 15,17 18,81
COMPLEMENTARES
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE
89225 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHP 0,6382 3,51 2,24
SEM CARREGADOR - CHP DIURNO. AF_11/2014
BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE
89226 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHI 0,6018 1,09 0,66
SEM CARREGADOR - CHI DIURNO. AF_11/2014

▪ Considerando as notas fiscais apresentadas pela empresa, sugere-se


que o pleito poderia ser acolhido parcialmente para revisar o preço de
acordo com a seguinte composição:
51
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
CUSTO
CÓDIGOS DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE VALOR
UNITÁRIO
CONCRETO FCK = 30MPA, TRAÇO 1:2,1:2,5 (CIMENTO/ AREIA
94972 MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 398, 37
AF_07/2016
AREIA MEDIA - POSTO JAZIDA/FORNECEDOR (RETIRADO NA JAZIDA,
370 M3 0,7119 80,00 56,95
SEM TRANSPORTE)
1379 CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 KG 391,1663 0,54 211,23
PEDRA BRITADA N. 1 (9,5 a 19 MM) POSTO
4721 M3 0,5927 127,69 75,68
PEDREIRA/FORNECEDOR, SEM FRETE
88316 SERVENTE COM ENCARGOS COMPLEMENTARES H 1,9633 15,99 31,39

OPERADOR DE BETONEIRA ESTACIONÁRIA/MISTURADOR COM ENCARGOS


88377 H 1,2400 16,07 19,93
COMPLEMENTARES

BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE


89225 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHP 0,6382 3,85 2,46
SEM CARREGADOR - CHP DIURNO. AF_11/2014

BETONEIRA CAPACIDADE NOMINAL DE 600 L, CAPACIDADE DE


89226 MISTURA 360 L, MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO POTÊNCIA DE 4 CV, CHI 0,6018 1,21 0,73
SEM CARREGADOR - CHI DIURNO. AF_11/2014

▪ Em suma, acolheu-se o valor da nota fiscal de areia (R$ 80,00), que é


menor do que o Sinapi. No que tange aos valores da brita e do cimento,
os aumentos de preço foram limitados às variações observadas no
Sinapi.
▪ Conclusão: o pleito do empreiteiro foi parcialmente deferido, elevando52 o
valor do serviço para R$ 398,37.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Aspectos matemáticos:
▪ Como visto no exemplo anteriormente apresentado, é
essencial segregar do pleito que alega suposto desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato os fatos que decorrem da
variação de custos dos efeitos oriundos da oferta de
descontos ou preços inexequíveis na proposta do licitante.
▪ Também cabe descontar do suporto desequilíbrio o efeito do
reajuste ordinário de preços, previsto por meio da aplicação
do índice contratualmente ajustado.

53
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Certificar-se da imprevisibilidade do aumento de custos ou se
outros pressupostos da Teoria da Imprevisão foram
atendidos.
▪ Analisar se o aumento dos custos não decorre de culpa do
contratado ou se o fato alegado possuir repercussão direta
no preço contratado.
▪ Avaliar a alocação de riscos (matriz de riscos) prevista nas
cláusulas contratuais não imputa ao contratado os efeitos da
variação dos preços dos insumos, o que impossibilita
definitivamente o acolhimento do pleito.
▪ Examinar se, após realizado o cálculo correto do suposto
desequilíbrio, se este constitui efetivamente álea
extraordinária, representando acentuada onerosidade ao
particular. 54
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ “O dólar subiu e houve provimento o pleito de reequilíbrio
econômico financeiro da construtora.... Agora o dólar caiu....
Pergunto se haverá novo reequilíbrio para a empresa
devolver dinheiro ou reduzir os seus preços? (Princípio
jurídico do “pau que dá em Chico dá em Francisco”).
▪ Expurgar o lucro (e possivelmente outras rubricas do BDI) do
valor do reequilíbrio, pois se trata de típica indenização ao
particular, não cabendo o pagamento de remuneração sobre
o valor extraordinário da valorização.

55
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ A matemática para a análise dos pleitos de reequilíbrio não é
uma ciência absolutamente exata. Fazemos aqui três
importantes digressões sobre o cálculo a ser realizado.
▪ A primeira delas é o enorme fator complicador que o cálculo
medição a medição causa na análise. Um único insumo
(cimento, por exemplo) pode ser adquirido em diversas
ocasiões e pode ter sido utilizado em serviços em
praticamente todas as medições mensais do contrato.
▪ Em síntese, há alguma dificuldade de correlacionar as
quantidades de cimento em cada uma das compras do
construtor com o consumo do insumo em cada medição.
Além disso, poderá ocorrer a necessidade de aplicar
percentuais de reequilíbrio diferenciados em cada medição
em função do custo efetivamente incorrido pelo construtor e o
seu descasamento com o índice de reajuste contratual. 56
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Outro complicador matemático do exame dos pleitos envolve
o período abrangido pelo reequilíbrio. Em tese, o reequilíbrio
pode ocorrer tanto sobre os serviços já medidos ou pagos
quanto sobre o saldo dos serviços ainda a executar.
▪ Sugere-se negociar com o particular que o reequilíbrio ocorra
somente aos serviços ainda não executados até a data do
pleito, adotando essa data como aquela que gerará efeitos
financeiros da revisão de preços, de forma que o construtora
renuncie expressamente a qualquer diferença em relação
aos serviços executados.
▪ Recomenda-se que o ato normativo a ser eventualmente
editado sobre a matéria disponha dessa forma sobre o
exame dos pleitos, prevendo sua admissibilidade apenas
para a revisão dos preços dos serviços ainda não 57
executados.
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Após a concessão da revisão, recomenda-se que haja a
publicação e assinatura de nova planilha contratual contendo
os novos preços unitários revisados, cuja data-base será, em
regra, a data do pleito de reequilíbrio da empresas.
▪ O aditivo de reequilíbrio deve fazer menção ao disposto no
art. 2º da Lei 10.192/2001:
“Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual
ou superior a um ano.
(...)
§ 2º Em caso de revisão contratual, o termo inicial do período de correção
monetária ou reajuste, ou de nova revisão, será a data em que a anterior
revisão tiver ocorrido.”
58
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ O mens legis do disposto no art. 2º, §2º, da Lei 10.192/2001,
é que havendo recomposição do reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato, a nova equação econômico-financeira
se formou na data-base do aditivo, deslocando o marco
inicial para contagem do período de 12 meses a partir do
qual o construtor fará jus aos futuros reajustamentos
ordinários do contrato.
▪ Assim, é recomendável que uma cláusula contratual nesse
sentido seja incluída no aditivo de recomposição de preços.
▪ Outras abordagens são possíveis, mas nos parecem
instrumentalmente mais complexas.

59
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Por exemplo, a Resolução/DNIT Nº 13/2021, prevê que os
valores dos acréscimos serão inseridos na planilha contratual
por meio de termo aditivo, criando-se um item novo de
aquisição do insumo que sofreu reequilíbrio, denominado
entre o mês/ano(x) e o logo abaixo do item original de
contrato, sendo que o preço unitário do novo item é o valor
médio ponderado do acréscimo calculado, e o quantitativo é
aquele medido no período de desequilíbrio. Segue abaixo
exemplo de como deve ser realizada a inclusão dos itens de
reequilíbrio:

60
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Também é possível manter o contrato com os preços iniciais
e pagar o reequilíbrio por meio de uma indenização cujo valor
global foi calculada no processo que analisou o pleito do
empreiteiro. Tal sistemática é mais simples de ser adotada
nos casos de reequilíbrios de contratos que já foram
encerrados ou da incidência do reequilíbrio sobre os serviços
já executados.
▪ Finalmente, a metodologia de análise que ora apresentamos
em linhas gerais é válida para as empreitadas por preço
unitário e para as empreitadas por preço global/integral em
que houve apresentação de propostas em que o particular
discriminou os preços unitários.
▪ Nas contratações integradas ou empreitadas por preço global
em que não houve apresentação de propostas com preço
unitário, o cálculo será tratado em tópico específico. 61
As variações nos preços dos materiais
implicam em reequilíbrio dos contratos?
▪ Via de regra, os exames de reequilíbrio devem tentar
preservar os parâmetros declarados/adotados de taxa de BDI
e de encargos sociais, bem como se ater ao regime de
recolhimento previdenciário que seja utilizado na proposta
contratada (com ou sem desoneração da folha de
pagamento).

62
Alterações contratuais
Necessidade de exame global do contrato
• Trecho do Voto:
22. O laudo do perito judicial trazido pelo (...) em sua defesa (peças 11 e 12)
reitera a inexecução dos serviços de esquadrias de alumínio e de sistemas de ar
condicionado, bem como assinala que a empresa foi remunerada pelos mencionados
itens. No tocante ao desequilíbrio econômico-financeiro na avença, defendido pela
construtora, a peça técnica indica que apenas teriam sido apresentadas evidências de
variação excessiva do preço das esquadrias de alumínio. Além de não terem sido
indicadas oscilações desproporcionais de preços para os equipamentos de ar
condicionado, não foram comprovadas variações excessivas que ofendessem a
justeza do contrato como um todo.
23. Importa destacar que eventual desequilíbrio econômico-financeiro não
pode ser constatado a partir da variação de preços de apenas um serviço ou insumo.
A avaliação da equidade do contrato deve ser resultado de um exame global da
avença, haja vista que outros itens podem ter passado por diminuições de preço.
Diferentemente do alegado pela empresa, em que pese as diversas modificações no
objeto inicialmente licitado, não restou demonstrado desequilíbrio no contrato,
especialmente em face das repactuações procedidas.

Acórdão 1466/2013-Plenário
Alterações contratuais
Mera variação de preços de mercado
• Trecho do Voto:
6. A análise empreendida pela Codevasf para motivar a
celebração do 5º Termo Aditivo, que promoveu o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato, contemplou a comparação entre os
preços unitários contratuais e os preços dos mesmos serviços dois
anos após a contratação, considerando pesquisa de mercado do custo
dos insumos e mantendo o desconto ofertado pela contratada à época
da licitação.
7. A adoção de tal sistemática motivou um incremento de 4,86%
ao valor contratual até então não executado, equivalente a R$
1.399.126,57, que foi incorporado adicionalmente aos percentuais de
reajustamento contratualmente previstos.

Acórdão 3024/2013-Plenário
Alterações contratuais
Mera variação de preços de mercado
• (cont.):
8. A esse respeito, observo que a mera variação de preços, para
mais ou para menos, não é suficiente para determinar a realização de
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, sendo essencial a
presença de uma das hipóteses previstas no art. 65, inciso II, alínea
“d”, da Lei 8.666/1993, a saber: fatos imprevisíveis, ou previsíveis
porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito
ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual.
9. Entendo ser previsível a ocorrência de pequenas variações
entre os preços contratuais reajustados e os preços de mercado, já
que dificilmente os índices contratuais refletem perfeitamente a
variação de preços do mercado.

Acórdão 3024/2013-Plenário
Alterações contratuais
Mera variação de preços de mercado
• (cont.):
10. Além disso, considero que a sistemática adotada pela Codevasf para a
formalização do 5º Termo Aditivo não encontra amparo no art. 65, inciso II, alínea
“d”, da Lei 8.666/1993.
11. Insta destacar que o art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/1993 estabelece
que os editais de licitação devem prever o critério de reajuste dos preços
contratuais, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais.
12. Os índices de reajustamento previstos no contrato são calculado pela
Fundação Getúlio Vargas, Colunas 5 e 38 (concreto armado e terraplenagem), e
deveriam ser capazes de recompor os preços unitários contratuais ao longo do
tempo, em especial por retratarem a maior parte do objeto pactuado, o que
restou comprovado diante da pequena variação anual observada.
13.Por fim, ressalto que caso a metodologia adotada pela Codevasf fosse
considerada adequada, o art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/1993 restaria inócuo, já
que qualquer variação de preço seria capaz de ensejar a obrigatoriedade da
realização de reequilíbrio econômico-financeiro, o que substituiria o
reajustamento dos contratos.

Acórdão 3024/2013-Plenário
Alterações contratuais
Mera variação de preços de mercado
• A mera variação de preços de mercado não é suficiente
para determinar a realização de reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato, sendo essencial a presença de uma
das hipóteses previstas no art. 65, inciso II, alínea d, da
Lei 8.666/1993. Diferença entre os preços contratuais
reajustados e os de mercado é situação previsível, já que
dificilmente os índices contratuais refletem perfeitamente a
evolução do mercado.

Acórdão 1884/2017-Plenário
Necessidade de comprovação dos gastos extraordinários
• 25. Com efeito, a desvalorização da moeda nacional ocorrida no início de 1999
já foi reconhecida pela Justiça e por este Tribunal como evento extracontratual
impactante nos contratos administrativos em vigor na época. Contudo, não pode
ser tida como uma condição suficiente e autônoma para justificar a revisão
contratual.
• 26. Explico melhor, a aplicação da cláusula rebus sic stantibus aos contratos
administrativos também requer demonstração objetiva de que ocorrências
supervenientes tornaram a sua execução excessivamente onerosa para uma
das partes. A simples variação cambial, por si só, não justifica a revisão
contratual por um motivo simples: o particular contratado pode ter adquirido os
insumos ou incorrido nas despesas impactadas pelo câmbio antes da ocorrência
do evento. Em tal situação, ao contrário do alegado, a posterior desvalorização
da moeda favoreceria ao contratado, pois os índices de reajuste contratual
supervenientes captariam em maior ou menor grau o fato ocorrido.
• 27. Assim, o construtor seria beneficiado, pois teria sua remuneração majorada
por índices que foram afetados ao menos parcialmente pelo câmbio, mas não
incorreria em custos adicionais, haja vista que adquiriu os bens importados
antes da depreciação do Real. Em outra circunstância, na qual o contratado
ainda não tivesse incorrido nos gastos atrelados ao câmbio, certamente uma
variação anômala da moeda poderia justificar o reequilíbrio.

Acórdão 1085/2015-Plenário
Necessidade de comprovação dos gastos extraordinários
• 28. Portanto, pleitos do gênero não podem se basear exclusivamente
nos preços contratuais ou na variação de valores extraídos de sistemas
referenciais de custos, sendo indispensável que se apresentem outros
elementos adicionais do impacto cambial, tais como a comprovação
dos custos efetivamente incorridos no contrato, demonstrados mediante
notas fiscais.
• 29. Aferir a quebra do equilíbrio contratual não é uma tarefa simples,
posto que a doutrina explicita a indispensabilidade de que seja
comprovado o prejuízo do particular. Nesse sentido é válido citar o
ensinamento de Bandeira de Mello:
• "Para tanto, o que importa, obviamente, não é a "aparência" de um
respeito ao valor contido na equação econômico-financeira, mas o real
acatamento dele. De nada vale homenagear a forma quando se agrava
o conteúdo. O que as partes colimam em um ajuste não é a satisfação
de fórmulas ou de fantasias, mas um resultado real, uma realidade
efetiva que se determina pelo espírito da avenca; vale dizer, pelo
conteúdo verdadeiro do convencionado" (Celso Antônio Bandeira de
Mello, "Curso de Direito Administrativo", 8ª ed., pág. 393).

Acórdão 1085/2015-Plenário
Necessidade de comprovação dos gastos extraordinários

• O reequilíbrio econômico-financeiro de contrato deve estar


lastreado em documentação que comprove, de forma
inequívoca, que a alteração dos custos dos insumos do
contrato tenha sido de tal ordem que inviabilize sua
execução. Além disso, deve a alteração ter sido causada
pela ocorrência de uma das hipóteses previstas
expressamente no art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei
8.666/1993.

Acórdão 12460/2016-2ª Câmara


Necessidade de comprovação dos gastos extraordinários

• Alegações genéricas de aumento de preços e de


exclusividade no fornecimento de material são insuficientes
para comprovar qualquer uma das hipóteses legais
de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Acórdão 7249/2016-2ª Câmara


Variação Cambial
• A variação da taxa cambial, para mais ou para menos, não pode ser
considerada suficiente para, isoladamente, fundamentar a necessidade
de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Para que a variação
do câmbio seja considerada um fato apto a ocasionar uma
recomposição nos contratos, considerando se tratar de fato previsível,
deve culminar consequências incalculáveis (consequências cuja
previsão não seja possível pelo gestor médio quando da vinculação
contratual) , fugir à normalidade, ou seja, à flutuação cambial típica do
regime de câmbio flutuante e, sobretudo, acarretar onerosidade
excessiva no contrato a ponto de ocasionar um rompimento na equação
econômico-financeira, nos termos previstos no art. 65, inciso II, alínea
d, da Lei 8.666/1993.

Acórdão 1431/2017-Plenário
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis

Questão:
Determinado ajuste foi formalizado com base em planilha orçamentária
contendo preços unitários inexequíveis. Após o início da obra, a construtora
apresenta pleito de reequilíbrio econômico-financeiro solicitando a adequação
dos preços unitários inexequíveis aos valores de mercado.
Existe amparo legal em tal solicitação?
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
- Também Marçal Justen Filho, em seu Comentários à lei de Licitações e
Contratos Administrativos, 11ª edição, sustenta que:
A equação econômico-financeira delineia-se a partir da elaboração do ato
convocatório. Porém, a equação se firma no instante em que a proposta é
apresentada. Aceita a proposta pela Administração, está consagrada a
equação econômico-financeira dela constante. A partir de então essa equação
está protegida e assegurada pelo Direito.
(...) O restabelecimento da equação econômico-financeira depende da
concretização de um evento posterior à formulação da proposta,
identificável como causa do agravamento da posição do particular. Não
basta a simples insuficiência da remuneração. Não se caracteriza
rompimento do equilíbrio econômico-financeiro quando a proposta do
particular era inexequível. A tutela à equação econômico-financeira não visa
a que o particular formule proposta exageradamente baixa e, após vitorioso,
pleiteie elevação da remuneração.
Exige-se, ademais, que a elevação dos encargos não derive de conduta
culposa imputável ao particular. Se os encargos tornaram-se mais
elevados porque o particular atuou mal, não fará jus à alteração de sua
remuneração. (grifos acrescidos)
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
Acórdão 5886/2010-2ª Câmara (Resumo):
No âmbito da auditoria realizada com vistas a fiscalizar a aplicação de recursos
federais repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) à Prefeitura Municipal de Matão/SP, objetivando a construção de uma
escola de educação infantil na referida municipalidade, foi promovida a oitiva
do Prefeito e do Assessor Jurídico da Prefeitura, bem como da empresa
contratada, em razão de ocorrências verificadas na execução contratual, entre
elas a "revisão de cláusulas financeiras com justificativa irregular de reequilíbrio
econômico-financeiro, por meio do 4º Termo Aditivo ao contrato". Tendo em
vista que "os preços relativos à presente contratação quedaram-se aquém
daqueles praticados no mercado", houve a majoração linear, a título de
reequilíbrio econômico-financeiro, dos preços inicialmente pactuados. Em seu
voto, o relator observou que a matéria é regida pela alínea 'd' do inciso II do art.
65 da Lei n.º 8.666/93, tratando-se de hipótese em que se busca o
reestabelecimento da relação contratual inicialmente ajustada pelas partes, a
qual teria sofrido alteração por álea extraordinária superveniente ao
originalmente contratado. No caso concreto, os responsáveis, "além de não
apontarem nenhum fato superveniente à celebração do contrato,
expressamente afirmam que o suposto problema decorreu de subavaliação dos
preços constantes do orçamento efetuado pela Prefeitura e adotado como
referência para a proposta da empresa.
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis

Acórdão 5886/2010-2ª Câmara (Resumo):


Assim, aparentemente a empresa foi beneficiada pelo fato dela, no entender
dos gestores, haver apresentado uma proposta desconectada dos preços de
mercado.". O relator concluiu não haver amparo legal para procedimentos da
espécie, "mesmo que, apenas por argumentar, estivesse demonstrada a
inadequação da proposta aos preços de mercado". Segundo o relator, em
havendo erro em determinada proposta de empresa licitante, deve ela
responder por isso, rescindindo eventual contrato, por exemplo, e arcando com
as consequências daí decorrentes. Para ele, não importa "que o orçamento
base esteja equivocado, pois as licitantes devem elaborar as propostas de
acordo com o seu conhecimento do mercado e não de acordo com o
conhecimento da Administração". Ademais, tal espécie de alteração contratual
acabaria por descaracterizar o processo licitatório, pois afetaria o princípio da
isonomia, "ao se propiciar uma vantagem à contratada que não era de
conhecimento dos demais potenciais licitantes".
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis

Acórdão 1.592/2018-Plenário (Ementa):


Julgam-se irregulares as contas, com imputação de débito
e aplicação de multa, dos gestores e da empresa
beneficiada, em vista do restabelecimento de equação
econômico-financeira de contrato, sem ficar comprovado no
processo evento posterior à formulação da proposta, que
causasse agravamento da situação do particular
contratante, calcados em fatos imprevisíveis quanto à sua
ocorrência ou suas consequências ou, ainda, em fatos
previsíveis, mas de decorrências incalculáveis, além das
áleas força maior, caso fortuito ou fato do príncipe.
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis

Acórdão 2.901/2020-Plenário (Ementa):


A constatação de inexequibilidade de preço unitário durante
a execução do contrato não é motivo, por si só, para
ensejar o reequilíbrio econômico-financeiro da avença, uma
vez que não se insere na álea econômica extraordinária e
extracontratual exigida pelo art. 65, inciso II, alínea d, da Lei
8.666/1993. A oferta de preço inexequível na licitação deve
onerar exclusivamente o contratado, mesmo diante de
aditivo contratual, em face do que prescreve o art. 65, § 1º,
da mencionada lei.
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
Acórdão 2.901/2020-Plenário (Resumo):
Por ocasião da apreciação do relatório da auditoria realizada para avaliar
a regularidade das obras da Usina Hidroelétrica São Domingos, ..., foi
determinada... a instauração de tomada de contas especial, em razão de
indícios de superfaturamento no segundo termo de aditamento ao contrato
celebrado pela Eletrosul, em regime de empreitada integral, que tinha por
objeto o fornecimento de todos os serviços, bens e materiais para a
implantação da referida usina. ...Em seu voto, não obstante acolher, em
essência, as considerações da unidade técnica, o relator registrou
discordância quanto à parcela do débito relativa ao transporte de areia
incluído no preço unitário do concreto sem cimento. Frisou,
preliminarmente, que "nas etapas processuais anteriores foi apurado que
houve determinação da Eletrosul para que o concreto fabricado com o
agregado de São Domingos fosse feito com areia natural, diferentemente
do que estava previsto no contrato original. Dessa forma, considerando
que a jazida mais próxima para o referido insumo estava no município de
Três Lagoas (aproximadamente 220 km distante das obras, sendo 175 km
em rodovia pavimentada e 45 km em rodovia não pavimentada),foi
necessário incluir o transporte desse material na composição. do
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
Portanto, segundo ele, "não se discute a pertinência, ou não, da realização
desse ajuste, visto que se trata de alteração qualitativa no objeto licitado,
prevista no art. 65, inciso I, alínea 'a', da Lei 8.666/1993, aplicável à
companhia estatal à época da execução do contrato ora em análise".
Porém, fora impugnado o preço do mencionado transporte, no valor de R$
59,00/m³, pois já havia, na planilha contratual originalmente contratada,
previsão de transporte de areia natural do município de Três Lagoas/MS
para o canteiro de obras, no valor de R$ 25,67/m³. O relator ressaltou que
a unidade técnica acolheu o argumento de que o preço ofertado na
licitação (R$ 25,67/m3) seria inexequível, propondo utilizar como
parâmetro o valor referencial de R$ 57,60/m3, com base nos parâmetros
do Sistema Sicro-2, de maio/2009. A aplicação do novo parâmetro, de R$
57,60/m3, resultaria na redução do superfaturamento observado no item,
obtido em todos os serviços que utilizaram em sua composição o
transporte de areia natural. Para o relator, no entanto, o exame procedido
pela unidade instrutiva não observou o art. 65, § 1º, da Lei 8.666/1993, que
estabelece a obrigação de o contratado aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até o limite de 25% do valor inicial atualizado do
contrato.
Alterações contratuais
Reequilíbrio de contrato com preços inexequíveis
Para ele, o transporte de areia não era um serviço novo, como alegado
pelos responsáveis, não sendo aplicável o disposto no art. 65, § 3º, do
mesmo diploma legal. O relator deixou assente que somente um aditivo
fundamentado no art. 65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993 poderia
amparar a alteração do preço do serviço contratado, ou seja, seria
necessária a demonstração de alguma das hipóteses que autorizam o
reequilíbrio econômico-financeiro do ajuste, a saber: fatos imprevisíveis, ou
previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. Segundo o relator, "ainda que se
considere que o preço ofertado para o transporte de areia (R$ 25,67/m³)
era inexequível, conforme alegado pelos responsáveis, tal fato não se
presta para motivar a elevação do preço do serviço", isso porque "a oferta
de preço inexequível na licitação deve onerar exclusivamente o contratado,
não se admitindo a elevação do valor ofertado em virtude do descuido da
licitante na elaboração de sua proposta de preços". Propôs então a
rejeição das alegações de defesa dos responsáveis em relação a essa
parcela do débito, no que foi acompanhado pelos demais ministros.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪ Pleito: Durante a execução de uma obra rodoviária, em janeiro de 2015, a Petrobrás
reajustou o preço dos materiais betuminosos em 40%, o que motivou o empreiteiro a
formular pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
▪ Baseado na curva ABC de insumos da obra, solicitou reajuste de 5,068% do valor
total do contrato, equivalente ao reajuste de 40% aplicado sobre a participação dos
insumos “cimento asfáltico de petróleo” e “asfalto diluído – CM-30” no valor global do
contrato. Tipo Descrição do Insumo Unid. Quantidade Preço Parcial % % Acumulado
Caminhão Basculante : Mercedes Benz : H
Equipamento 2423 K : 10 m3 - 15 t 177.486,08 23.758.464,36 43,87 43,87
Ton.
Material Cimento Asfáltico de Petróleo 4.320,00 5.616.000,00 10,37 54,24
H
Mão de Obra Servente 219.575,72 2.458.977,67 4,54 58,78
M3
Material Brita 3 12.247,08 1.751.332,42 3,23 62,01
M3
Material Brita 2 12.243,41 1.750.807,12 3,23 65,24
M3
Material Brita 1 12.243,41 1.750.807,12 3,23 68,47
Unid.
Material Dente de corte (W6/22) p/ recicladora 22.321,15 1.427.660,88 2,64 71,11
Ton.
Material Asfalto diluído - CM-30 598,38 1.244.630,40 2,30 73,41
Caminhão Basculante : Volvo BM : FM H
Equipamento 12 6X4 : 20 t 4.308,13 976.370,03 1,80 75,21
Recicladora de Pavimento : Wirtgen : WR H
Equipamento 2000 : a frio 1.701,31 918.966,90 1,70 76,91
Litro
Material Óleo combustível 1A 576.000,00 913.536,00 1,69 78,60
Rolo Compactador : Dynapac : CA-25-P : H
pé de carneiro autopropelido 11,25t
Equipamento vibratório 4.563,27 752.607,91 1,39 79,99
Kg
Material Cimento portland CP II-32 1.088.599,32 649.284,18 1,20 81,19
H
Mão de Obra Encarregado de turma 28.696,72 620.834,05 1,15 82,34
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: A alta de preços do insumos betuminosos (40%) se deu em um
cenário de imprevisibilidade e acentuada onerosidade nos contratos em
andamento, podendo motivar a recomposição dos preços com fundamento no
art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993, por se entenderem
caracterizados os elementos ensejadores da teoria da imprevisão (álea
econômica extraordinária).
▪O instituto jurídico é o da revisão (ou recomposição) de preços funda-se no
art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993 e na teoria da imprevisão, que
requer o atendimento dos seguintes requisitos:
▪i) fato imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, alheio
à vontade das partes; e
▪Ii) desequilíbrio econômico ou financeiro elevado no contrato, impondo
onerosidade excessiva a uma das partes ou a ambas, eventualmente.
Estudo de Caso Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪Porém, o exame do pleito não pode se dar de forma tão simplória quanto
quer a empresa. Alguns requisitos deveriam ser observados:
▪A análise não deve se furtar da possibilidade de existência de outros insumos
cujo comportamento de preços possa ter demonstrado aumento ou redução
atípica, também imprevisível, que modifique o equilíbrio contratual de forma
acentuada. Em tese o aumento nos materiais betuminosos poderia ter sido
parcialmente ou completamente compensada por uma redução no preço de outros
insumos.
▪Foi nesse sentido o entendimento do TCU no Acórdão 1.466/2013-TCU-Plenário:
“23. Importa destacar que eventual desequilíbrio econômico-financeiro não pode
ser constatado a partir da variação de preços de apenas um serviço ou insumo. A
avaliação da equidade do contrato deve ser resultado de um exame global da
avença, haja vista que outros itens podem ter passado por diminuições de preço”
Estudo de Caso - Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪O impacto percentual não deve contemplar todo o valor contratual, pois parte dos
serviços já foi executada.
▪Ademais, os diversos serviços do contrato são reajustados por diferentes índices
setoriais divulgados pela FGV. Em particular os materiais betumiosos são
reajustados pelo índice da FGV específico para insumos asfálticos, que captou
adequadamente o reajuste realizado pela Petrobrás.
▪Assim, o reequilíbrio deve cobrir medições realizadas apenas entre janeiro de
2015 e a data de reajuste do contrato. Após esse período, as medições serão
processadas com base nos preços reajustados na data de aniversário do contrato,
quando os índices contratuais, publicados pela Fundação Getúlio Vargas – FGV,
já terão refletido os aumentos imprevisíveis e extraordinários.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: Dessa forma, considerando que a data-base do contrato é
maio/2013, foram realizadas as seguintes medições entre janeiro e
maio/2015:

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15

2.607.438,55 1.223.485,32 700.899,49 2.049.009,88

▪As medições realizadas a partir de maio/2015 (aniversário do contrato) já


foram realizadas com valores reajustados pelo índice da FGV, que captaram
os rejustes de materiais asfálticos.
▪Os impactos no saldo contratual e no valor global do contrato estão
demonstrados a seguir:
Impacto do Reajuste de
Valor medido Impacto do Impacto do Impacto do reajuste
40% Material
Valor Total do Valor Total Saldo entre jan/2015 reajuste no reajuste no saldo na previsão medição
Data-Base Betuminoso nas
Contrato (R$) Medido (R$) Contratual (R$) até o aniversário medições entre valor global do remanescente do até aniversário do
do contrato (R$) janeiro/2015 e o contrato contrato contrato
aniversário do contrato
54.156.517,80 mai-13 35.201.736,57 18.954.781,23 6.580.833,24 333.516,63 0,62% 1,76% 5,07%
Estudo de Caso - Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: Assim, o valor correto da revisão pleiteada pela empresa contratada é de
apenas 0,62% do valor global do contrato, e não 5,068%.
▪No entanto, entende-se que tal impacto não seja suficiente para demonstrar o
segundo requisito autorizador da opção pelo reequilíbrio econômico-financeiro de
contrato administrativo (impacto acentuado no contrato), fundado na teoria da
imprevisão. Deve ser demonstrado que o aumento imporia uma onerosidade
excessiva a uma das partes, o que não é o caso.
▪No Acórdão 3024/2013-Plenário, o TCU fez as seguintes considerações, ao entender
que um reequilíbrio de 4,86% concedido pela Codevasf não se enquadraria no
conceito de “onerosidade excessiva”:
“8. A esse respeito, observo que a mera variação de preços, para mais ou para
menos, não é suficiente para determinar a realização de reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato, sendo essencial a presença de uma das hipóteses
previstas no art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993, a saber: fatos
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores
ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual.
9. Entendo ser previsível a ocorrência de pequenas variações entre os preços
contratuais reajustados e os preços de mercado, já que dificilmente os índices
contratuais refletem perfeitamente a variação de preços do mercado.”
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪No Acórdão 1604/2015-Plenário, o TCU entendeu que se enquadraria no conceito de
onerosidade excessiva os pleitos que demonstrassem haver impacto superior a 7% no
valor das medições realizadas entre a data do reajuste do asfalto e a data de
aniversário do contrato. Lá foi realizado uma simulação do impacto em vários
contratos: Valor medido
Impacto do
Valor relativo ao reajuste nas
Valor Total (realizado + previsto)
Data- reajuste de 36% medições entre
Contrato do Contrato entre jan./2015 e o
Base mat. betuminosos jan./15 e o
(R$) aniversário do
(R$) aniversário do
contrato (R$)
contrato

09 00205/2013 198.008.947,30 mai-13 22.219.765,18 1.633.563,60 7,35%

00 00753/2013 187.112.983,57 dez-13 43.718.130,68 3.724.024,70 8,52%

00 00898/2013 153.787.663,53 dez-13 45.990.803,75 2.873.859,15 6,25%

09 01064/2013 128.834.000,00 jan-14 40.549.343,17 3.697.447,06 9,12%

00 00705/2013 140.333.094,00 fev-14 60.536.034,36 4.947.331,94 8,17%

09 00162/2014 174.752.344,99 mar-14 82.385.218,43 8.941.878,71 10,85%

05 00746/2014 32.800.000,00 ago-14 14.529.366,87 2.976.262,73 20,48%

00 01138/2012 207.194.892,97 jan-12 55.528.404,13 8.086.128,34 14,56%

00 00628/2013 46.346.051,87 nov-12 22.842.314,50 1.584.537,22 6,94%

11 00834/2014 16.057.201,74 nov-13 9.127.670,88 840.404,03 9,21%

11 00918/2014 15.317.999,48 jan-14 5.975.577,99 507.205,30 8,49%

05 00845/2014 22.890.000,00 jan-14 10.306.396,78 877.470,72 8,51%

07 01041/2014 6.500.000,00 set-14 2.353.582,61 132.541,59 5,63%

00 00919/2013 74.680.123,88 jun-13 8.939.069,87 688.750,69 7,70%

15 01011/2012 71.151.930,96 out-12 12.807.785,98 3.454.887,88 26,97%

15 00828/2012 150.993.095,52 mar-12 37.491.188,53 3.768.708,14 10,05%

00 00809/2012 19.831.375,87 set-12 11.469.677,72 1.414.056,57 12,33%

00 00808/2012 8.747.835,64 set-12 6.486.346,27 731.377,38 11,28%

00 00425/2013 13.017.362,30 mar-13 5.077.693,61 589.544,73 11,61%

00 00003/2013 162.776.951,75 dez-12 45.507.928,43 4.530.210,42 9,95%


Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪Por esse entendimento, não seria o caso de conceder o reequilíbrio no contrato em
exame, pois o impacto nas medições entre a data do reajuste e a data do aniversário
do contrato foi de apenas 5,07%.
▪Em nosso entendimento, o melhor critério a ser utilizado para caracterizar
“onerosidade excessiva” é verificar no saldo remanescente do contrato se o
impacto do desequilíbrio supera a taxa de lucro declarada no BDI do construtor.
▪Esse seria um critério que tornaria o desequilíbrio impeditivo da execução do
contrato, pois tornaria a sua conclusão deficitária para o construtor, tornando
economicamente mais vantajoso para o contratado abandonar a obra.
▪Quando o desequilíbrio apenas diminui a lucratividade do contrato, sem a eliminar,
ainda é economicamente vantajoso para o construtor concluir a obra. Embora ganhe
menos do que o previsto, ainda ganha...
▪No exemplo apresentado, suponha que o construtor adotou uma taxa de remuneração
bruta no seu BDI de 8%. O impacto do desequilíbrio no saldo remanescente do
contrato é de 1,76%, conforme demonstrado.
▪Assim, a conclusão da obra sem o acolhimento do pleito ainda tornaria sua execução
economicamente vantajosa para o construtor (auferiria um lucro de 6,24%).
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪O critério do TCU, de considerar o desequilíbrio apenas nas medições realizadas
entre a data do fato ensejador do pleito e a data de aniversário do contrato, também é
razoável, pois é um fato “retardador da execução contratual”. O construtor, diante de
um impacto superior a sua taxa de lucratividade nessas medições, poderia ser tentado
a postergar a execução contratual até que o contrato fosse reajustado.
▪No caso em questão, a lucratividade nas medições entre janeiro/2015 e abril/2015
seria reduzida de 8% para 2,93%, o que não justificaria a interrupção das atividades e
o risco de ser apenado pela Administração.
Estudo de Caso - Reajuste no preço de Materiais
▪Análise: (continuação)
▪É oportuno ainda exigir da empresa solicitante demonstração de que os quantitativos
medidos sejam fruto de aquisições de materiais betuminosos realizadas após o
anúncio do reajuste dos asfaltos.
▪Conquanto as propriedades físico-químicas dos materiais betuminosos, não
comportem ou recomendem armazenagem de grandes volumes, a medida tem o
propósito de resguardar o erário na hipótese de eventual descompasso nesse sentido.
▪Foi exatamente esse entendimento manifestado no voto condutor do Acórdão
1.085/2015-Plenário quanto à aplicação da cláusula rebus sic stantibus nos contratos
administrativos, a qual requer demonstração objetiva de que ocorrências
supervenientes tornaram a sua execução excessivamente onerosa para uma das
partes.
▪Por essa orientação, o reajuste de preços de materiais betuminosos, por si só, ainda
que em percentual elevado, não justificaria a revisão contratual por um motivo simples:
o particular contratado pode ter adquirido os insumos ou incorrido nas despesas
impactadas pelo reajuste antes da ocorrência do evento. Em tal situação, o posterior
reajuste acabaria, inclusive, favorecendo o contratado, pois os índices de reajuste
contratual supervenientes captariam, em maior ou menor grau, o fato ocorrido.
▪Assim, o construtor teria a sua remuneração majorada por índices de reajuste que
foram afetados ao menos parcialmente pelo aumento dos materiais betuminosos, mas
não incorreria em custos adicionais, haja vista que adquiriu os bens antes do reajuste.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
3. Não há óbice à concessão de reequilíbrio econômico-financeiro visando à
revisão (ou recomposição) de preços de itens isolados, com fundamento no art.
65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993, desde que estejam presentes a
imprevisibilidade ou a previsibilidade de efeitos incalculáveis e o impacto
acentuado na relação contratual (teoria da imprevisão); e que haja análise
demonstrativa acerca do comportamento dos demais insumos relevantes que
possam impactar o valor do contrato.
Representação formulada por unidade técnica do TCU questionara a legalidade da
Instrução de Serviço/DG 2, de 23/3/2015 (IS-DG 2/2015), emitida pelo Departamento
Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que "estabelece os critérios para o
reequilíbrio econômico-financeiro de contratos administrativos decorrente do
acréscimo dos custos de aquisição de materiais betuminosos". A referida instrução de
serviço decorrera de elevada alta nos preços dos materiais betuminosos anunciada
pela Petrobras no final de 2014, e objetivou a recomposição dos preços dos insumos
betuminosos, com fundamento no art. 65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993 (álea
econômica extraordinária). Em síntese, a unidade técnica apontara que a instrução de
serviço não teria previsto “procedimento de análise global e exauriente de cada
contrato, tendo em vista as peculiaridades regionais de cada situação, a fim de se
verificar o impacto financeiro provocado pelo aumento de preço dos materiais
betuminosos em face também de outros itens da planilha orçamentária”.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
Dessa forma “não estaria atendido um dos requisitos a sustentar a aplicação da teoria da
imprevisão, qual seja, a avaliação do impacto da onerosidade excessiva no equilíbrio econômico-
financeiro original dos contratos”. Realizadas as oitivas processuais, a unidade técnica reafirmara a
“impossibilidade de promover reequilíbrio econômico-financeiro de contrato administrativo apenas
por meio da análise dos insumos betuminosos, o que violaria o disposto no art. 37, inciso XXI, da
Constituição da República e no art. 65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993”, acrescentando
ainda que “não se vislumbra na legislação e na jurisprudência nenhuma alusão a reequilíbrio
econômico-financeiro referente apenas à variação de um tipo de insumo contratual”. Em juízo de
mérito, o relator rebateu a tese defendida pela unidade técnica “uma vez que existe a possibilidade
de um insumo isolado ser o responsável pelo desequilíbrio contratual diante da manutenção da
equação econômica original da cesta dos demais itens contemplados na proposta”. Sobre o caso
em exame, explicou o relator que o instituto jurídico aplicável seria “o da revisão (ou recomposição)
de preços e funda-se no art. 65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993 e na teoria da imprevisão,
que requer o atendimento dos seguintes requisitos: i. fato imprevisível ou previsível, mas de
consequências incalculáveis, alheio à vontade das partes; e ii. desequilíbrio econômico ou
financeiro elevado no contrato, impondo onerosidade excessiva a uma das partes ou a ambas,
eventualmente”. Nesse contexto, com amparo na doutrina sobre o tema, o relator concluiu que
estaria caracterizado o fato imprevisível, uma vez que a Petrobras, na condição de reguladora dos
preços do mercado de insumos asfálticos, promovera, “em duas ocasiões, elevação de preços
pontual, imprevisível e anormal, que, acumulada, representou mais de 30% de acréscimo sobre os
patamares anteriores”.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
Dessa forma, ressaltou o relator, seria legítimo o procedimento adotado pelo Dnit, que levara em
consideração “este evento imprevisível como motivador da necessidade de reequilíbrio econômico-
financeiro dos contratos em andamento ..., com destaque para os recém reajustados ligeiramente
antes do término do exercício de 2014, sobre os quais o impacto financeiro da alta de preços é
mais significativo”. Registrou ainda o relator, amparado nas análises da unidade técnica e do Dnit,
que não houve, com relação aos demais insumos, variações imprevisíveis, motivo pelo qual “não
se pode pretender provocar ampla e irrestrita revisão dos preços contratuais a fim de se
computarem compensações em favor daquela autarquia ...”. Ou seja, a demonstração de
desequilíbrio econômico-financeiro em contrato administrativo “não requer que se considerem,
como procedimento geral, todas as variações ordinárias nos preços dos insumos contratados -
cobertos naturalmente pelos índices de reajustamento da avença -, mas apenas alterações de
preços significativas e imprevisíveis (ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis),
capazes de justificar a aplicação da teoria da imprevisão”. Nesse contexto, concluiu o relator que
“a) não há óbice à concessão de reequilíbrio econômico-financeiro de contrato administrativo,
visando à revisão (ou recomposição) de preços de itens isolados, com fundamento no art. 65,
inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993, desde que:a.1) estejam presentes os requisitos enunciados
pela teoria da imprevisão, que são a imprevisibilidade (ou previsibilidade de efeitos incalculáveis) e
o impacto acentuado na relação contratual; a.2) haja análise demonstrativa acerca do
comportamento dos demais insumos do contrato, ao menos os mais importantes em aspecto de
materialidade, com a finalidade de identificar outras oscilações de preços enquadráveis na teoria
da imprevisão que possam, de igual maneira, impactar significativamente o valor ponderado do
contrato”.
Estudo de Caso – Reajuste no preço de Materiais
O Tribunal, alinhado ao voto da relatoria, dentre outras deliberações,
determinou ao Dnit, no ponto, que, por meio de ato normativo próprio,
“oriente todas as unidades de sua estrutura organizacional responsáveis
pela análise e processamento dos requerimentos fundados na IS-DG
2/2015 ..., quanto à necessidade de demonstrar o impacto acentuado nos
contratos em andamento em razão dos aumentos imprevisíveis nos preços
dos insumos betuminosos, ocorridos no final de 2014”, especialmente
quanto às situações que “apontam para a inaplicabilidade dos critérios
previstos no referido normativo em função do não atendimento dos
pressupostos da teoria da imprevisão, bem como das disposições contidas
no art. 65, inciso II, alínea "d", da Lei 8.666/1993 ....”. Acórdão 1604/2015-
Plenário, TC 007.615/2015-9, relator Ministro Augusto Nardes, 1.7.2015.
Estudo de Caso:

Pleito de Reequilíbrio Covid-19


Apresentação de Atos
Normativos do Dnit e Sudecap
sobre o Reequilíbrio do
Contrato

97
INSTRUÇÃO DE SERVIÇO 10/DG/DNIT, DE
16/5/2019

Art. 1º ESTABELECER os procedimentos e critérios para o


reequilíbrio econômico-financeiro de contratos administrativos
decorrente do acréscimo ou decréscimos, conforme o caso,
dos custos de aquisição de materiais asfálticos, assim como
para a abertura de critério de pagamentos objetivando a
separação dos insumos asfálticos dos serviços de
pavimentação, além de regulamentar a forma de cálculo dos
índices de reajustamento compostos para misturas comerciais.
INSTRUÇÃO DE SERVIÇO 10/DG/DNIT, DE
16/5/2019

Art. 9º O impacto financeiro a ser considerado no cálculo do reequilíbrio (REF) é a diferença entre “a variação do
preço produtor entre o mês da medição e a data-base, aplicada sobre o valor medido do mês à preços iniciais
excluindo-se o lucro operacional referencial de 5,11% estabelecido pelo Acórdão TCU-Plenário n° 2.622/2013” e
“o reajustamento pago na medição”, calculada mês-a-mês de todos os serviços de aquisições de insumos
asfálticos do período considerado, de acordo com a seguinte equação:

Ou, para emulsões:

Art. 2º, IV - Preço Produtor - preço médio ponderado semanal praticado pelos produtores e
importadores de derivados de petróleo divulgados pela ANP – Agencia Nacional do Petróleo
em seu sítio eletrônico:
http://www.anp.gov.br/precos-e-defesa-da-concorrencia/precos/precos-de-produtores
INSTRUÇÃO DE SERVIÇO
10/DG/DNIT, DE 16/5/2019

Art. 10. O REF deverá ser realizado nas medições a partir de


janeiro de 2019, em períodos de no mínimo quatro meses,
sempre compreendido no interstício entre as datas de
reajustes contratuais.
§ 1o Nos casos em que o contrato se encerrar em prazo
inferior a quatro meses do mês de aniversário, poderá ser
aplicado o REF em período único inferior aos quatro meses
previstos no caput.
Portaria Conjunta SMOBI/SUDECAP Nº 2, de 9/4/2021
Portaria Conjunta SMOBI/SUDECAP Nº 2, de 9/4/2021
Detalhamento do Orçamento na Contratação
Integrada

A Administração deve exigir das empresas contratadas no


regime de contratação integrada, por ocasião da entrega dos
projetos básico e executivo, a apresentação de orçamento
detalhado contendo descrições,
unidades de medida, quantitativos e preços unitários de todos
os serviços da obra, acompanhado das respectivas
composições de custo unitário, bem como do detalhamento
dos encargos sociais e da taxa de BDI, nos termos do art. 2º,
parágrafo único, da Lei 12.462/2011, aplicável a todos os
regimes de execução contratual do RDC, e da Súmula 258 do
TCU (Acórdão 2433/2016-Plenário).
Motivos para Exigir Orçamento Detalhado do
Construtor
● Cálculo de reajustamentos contratuais;
● Discussão sobre equilíbrio econômico-financeiro;
● Necessidade de alterar o valor do contrato no caso
de superveniência de disposições legais criando,
extinguindo ou modificando alíquotas de tributos.
● Obtenção de preços de referência para futuras
contratações.
● Necessidade de ajustar o cronograma físico-
financeiro da obra.
● Servir como parâmetro para a discussão sobre as
alterações de escopo do projeto.
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada

● Se a orientação expedida pelo TCU por meio do


Acórdão 2.433/2016-Plenário foi seguida, essa
nossa “conversa” não é necessária.
● Aliás, no RDC, o licitante vencedor deve reelaborar
e apresentar à administração pública seus custos
unitários, conforme inciso III, Art. 17 da Lei
12.462/2011. Disposição semelhante existe no art.
69, §2º, da Lei 13.303/2016, e no art. 56, §5º, da
Lei 14.133/2021.
● Porém, existem algumas licitações nas quais o
contratado não apresentou seus custos unitários.
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada
● A Resolução DNIT Nº 13, de 02 de junho de 2021,
sugere nesses casos que a proposta do licitante
seja composta com os preços unitários do
orçamento referencial aplicando a taxa de
desconto global a cada um dos preços unitários
estimados pela administração (muitas vezes a
contratação integrada foi orçada pela
administração com um orçamento sintético,
contendo os serviços e respectivos quantitativos e
preços unitários).
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada

● Se o orçamento da administração não tinha preços unitários


(baseou-se em estimativas expeditas ou paramétricas), é
possível pedir que o particular apresente um orçamento
sintético acompanhado das composições de custo unitário e
o detalhamento do BDI e da taxa de encargos sociais
incidente sobre a mão de obra.
● Tal exigência estaria amparada na necessidade de o
particular fazer prova do desequilíbrio alegado. Ocorre que é
muito alto o risco de o orçamento a ser apresentado pelo
empreiteiro ser modificado superestimando os coeficientes
de utilização do insumo em que ocorreu variação dos preços,
o que pode enviesar a análise para uma possível majoração
do que seria o real desequilíbrio.
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada
● Assim, sugere-se não apenas confrontar os quantitativos de
serviços informados pelo empreiteiro neste orçamento com
aqueles estimados a partir dos projetos ou verificados nas
medições de serviços, mas também conferir a aderência das
composições de custo unitário apresentadas pelo empreiteiro
com aqueles eventualmente obtidas em sistemas referenciais
de custos da administração pública, notadamente o Sicro e o
Sinapi.
● Outro problema será demonstrar a variação efetiva de um
determinado insumo. Se por um lado o custo efetivamente
incorrido pode ser verificado por meio da apresentação de
notas fiscais, por outro lado, é possível que o orçamento
apresentado ex post pelo empreiteiro tenha os valores dos
insumos distorcidos para menos na data de apresentação da
proposta, de forma a majorar o percentual de reequilíbrio.
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada
● Nessas situações também deve ser realizada pesquisa em
sistemas referenciais de custos com vistas a observar e
confrontar a variação do insumo constante dos aludidos
sistemas com a variação demonstrada pelo particular, de
forma a limitar o pleito de reequilíbrio ao que foi verificado
nos sistemas oficiais de custos da administração pública.
● Ainda teremos possíveis dificuldades com muitos serviços e
insumos que não são regularmente contemplados nos
referenciais oficiais da administração. Principalmente, nesses
casos, cabe ao particular comprovar suas alegações.
● Como complicador é possível que o anteprojeto utilizado pela
administração na etapa de licitação tenha sido
expressivamente alterado pelo particular durante a
elaboração do projeto básico, adotando-se novas soluções
ou metodologias executivas, caso em que as análises
anteriores serão prejudicadas.
Cálculo do Reequilíbrio na Contratação Integrada
● Todas as demais considerações feitas anteriormente sobre
os aspectos jurídicos e matemáticos do cálculo do
reequilíbrio permanecem válidas para a contratação
integrada, precipuamente a observância da alocação de
riscos que foi estabelecida na matriz de riscos.
Cláusulas Fundamentais de um
Contrato Administrativo
• É relevante destacar, inicialmente, que um contrato regido
pelo Direito Administrativo difere de um contrato particular,
pois neste a regra é a plena liberdade das partes que, no
mesmo patamar negocial, estipulam as obrigações
reciprocas e concluem pela obrigatoriedade da avença (o
brocardo latino pacta sunt servanda).
• Naquele, há prerrogativas extraordinárias que exorbitam
da relação contratual e foge da autonomia do particular.
• O contrato estabelecido com a Administração Pública, ao
contrário de um contrato privado regido pelas normas de
direito civil, em que a regra é a liberdade de alterações,
possui alguns limitadores que dificultam a sua modificação
ao bel prazer das partes contratantes.
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata
esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e
precisão as condições para sua execução,
expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos da licitação e da
proposta a que se vinculam.
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
data-base e periodicidade do reajustamento de preços,
os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de
conclusão, de entrega, de observação e de recebimento
definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a
indicação da classificação funcional programática e da
categoria econômica;
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as
penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta
Lei;
(...)
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do
licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e
especialmente aos casos omissos;
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda


a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (...) cláusula que declare competente o foro da sede
da Administração para dirimir qualquer questão
contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de
contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da
arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado
ou Município, as características e os valores pagos,
segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de
março de 1964.
Regime Jurídico Próprio

Segundo Bandeira de Mello, o contrato administrativo é


"um tipo de avença travada entre a Administração e
terceiro na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas
ou do tipo de objeto, a permanência do vínculo e as
condições preestabelecidas sujeitam-se a cambiáveis
imposições de interesse público, ressalvados os interesses
patrimoniais do contratante privado.”
Cláusulas Exorbitantes

Maria Sylvia Zanella Di Pietro define cláusulas exorbitantes


como “aquelas que não seriam comuns ou que seriam
ilícitas em contrato celebrado entre particulares, por
conferirem prerrogativas a uma das partes (a
Administração) em relação à outra; elas colocam a
Administração em posição de supremacia sobre o
contratado”. (DI PIETRO, 2008, p. 253.)
Contrato Administrativo X Contrato de
Direito Privado

➢Peculiaridades em relação ao princípio da autonomia


da vontade e da força obrigatória dos contratos;
➢cláusulas pré-redigidas unilateralmente pela
Administração;
➢regime jurídico próprio - princípio da supremacia do
interesse público sobre o particular e da
indisponibilidade do interesse público.
Prerrogativas da Administração

Em função da preeminência do interesse público, o


ordenamento jurídico conferiu à Administração certas
prerrogativas na celebração de contratos
administrativos, que a colocam num patamar
diferenciado em face do particular que com ela
contrata.
Prerrogativas da Administração
Lei nº 8.666/1993
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta Lei confere à Administração, em
relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor
adequação às finalidades de interesse público,
respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total
ou parcial do ajuste;
Prerrogativas da Administração
Lei nº 8.666/1993
Art. 58 (...)
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese
da necessidade de acautelar apuração administrativa
de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
dos contratos administrativos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser
revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
1Prerrogativas da Administração

➢não aplicação da regra da “exceção do contrato não


cumprido” contra a Administração, por prazo inferior
a 90 dias no caso de atraso no pagamento e 120
dias na hipótese de suspensão da execução do
contrato (art. 78, XIV e XV, da Lei nº 8.666/1993);

➢declarar a nulidade contratual (art. 59 da nº Lei


8.666/1993);
1Prerrogativas da Administração

➢no caso de rescisão unilateral do contrato:


✓ reter créditos decorrentes do contrato até o montante dos
prejuízos causados à Administração (art. 80, IV, da Lei nº
8.666/1993);
✓ assumir o objeto contratado (art. 80, I, da Lei nº
8.666/1993).
Noções Gerais

O contrato administrativo pode ser alterado nos casos


previstos no art. 65 da Lei nº 8.666/1993, desde que
haja interesse da Administração.
Para que as modificações contratuais sejam válidas,
elas devem ser justificadas por escrito e previamente
autorizadas pela autoridade competente.
De acordo com o art. 65 da Lei de Licitações, as
alterações contratuais podem ser unilaterais, quando
procedidas pela Administração, ou por acordo entre as
partes (Administração e contratado).
1Alteração Unilateral

A alteração unilateral pode ocorrer nas seguintes


situações:
➢ alteração quantitativa: modificação do valor do contrato em
razão de acréscimo ou diminuição nos quantitativos do seu
objeto;
➢ alteração qualitativa: modificação do projeto ou das
especificações para melhor adequação técnica aos seus
objetivos.
As alterações qualitativas somente são admitidas
quando não importem modificação das características
básicas do objeto ou redução de seus atributos,
estando limitadas a acrescer ou detalhar as
especificações originais.
1Alteração Unilateral

▪ É pacífica a jurisprudência do TCU de que as


eventuais alterações de projeto devem ser
precedidas de procedimento administrativo no qual
fique adequadamente consignada a motivação das
alterações tidas por necessárias, que devem ser
embasadas em pareceres e estudos técnicos
pertinentes, bem como deve restar caracterizada a
natureza superveniente, em relação ao momento da
licitação, dos fatos ensejadores das alterações.
▪ Nesse sentido, citam-se os Acórdãos Plenários
2.161/2011, 517/2011, 1.597/2010, 2.588/2010,
2.032/2009, 2.053/2015 e 2.714/2015.
Alteração por Acordo das Partes

A alteração por acordo das partes pode ocorrer nas


seguintes situações:
➢ quando for conveniente substituir a garantia para a
execução do contrato;
➢ quando for necessário modificar:
✓ o regime de execução, pela constatação técnica de que os
termos originais do contrato não se aplicam mais;
✓ a forma de pagamento, por imposição de circunstâncias que
surgirem após a assinatura do contrato, devendo ser mantido
seu valor inicial atualizado;
➢ para restabelecer a relação inicialmente pactuada, visando
manter o equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato;
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 3.576/2019-1ª Câmara:
63. Passo a tratar da responsabilização da Sra. [...] pela assinatura de
aditivos contratuais incorporando serviços que já seriam de
responsabilidade da contratada. A defendente aduziu que teria assinado o
aditivo contratual com base em pareceres dos setores competentes, que
teriam aprovado a referida solicitação. Porém, não anexou aos autos cópias
desses pareceres. Transcrevo trecho da derradeira instrução da unidade
técnica sobre essa parcela do débito:
“424. Para melhor elucidar os fatos, realizou-se diligência ao DNIT para verificar
os documentos utilizados na aprovação do 3º Termo Aditivo ao Contrato
09/2001, encaminhados à época pela Seinfra/PMJP ao DNER.
425. A partir do Processo 51230.000624/2002-24 (peça 45, p. 79/81), verificou-
se que a engenheira representante da inventariança do DNER, responsável pela
análise do pedido de aditivo contratual, rejeitou a inclusão dos serviços: a)
tapume de segurança inclusive pintura de painéis; b) placa refletiva de
sinalização provisória de obra; c) cavalete refletivo de sinalização e segurança;
d) cone refletivo de sinalização e segurança; e) bloqueador de tráfego com
zebrado; e f) rede de iluminação noturna para sinalização e segurança.
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 3.576/2019-1ª Câmara:
“426. Essa inclusão foi rejeitada por serem itens de inteira responsabilidade do
contratado, conforme cláusulas editalícias 25.6 e 25.7 da Concorrência Pública
02/2000 (peça 21, p. 20), transcritas abaixo: 2
5.6 - A firma contratada deverá colocar e manter placas indicativas, de acordo
com os modelos adotados pela Seinfra e DNER, que deverão ser afixados em
local apropriado, durante a execução dos serviços.
25.7 - A firma contratada deverá providenciar, sem ônus para a Seinfra e no
interesse da segurança dos usuários da avenida e do seu próprio pessoal, o
fornecimento de roupas adequadas ao serviço e de outros dispositivos de
segurança a seus empregados, bem como a sinalização diurna e noturna nos
níveis exigidos pelo CTB.
(...)
429. Logo, diferente das informações apresentadas pela defesa, a partir das
informações colhidas, constata-se que, sem anuência da entidade concedente,
DNER, a Sra. [...]se responsabilizou pelo 3º Termo Aditivo ao Contrato 09/2001,
com a inclusão indevida de serviços indicados no edital como de responsabilidade
da contratada, ocasionando pagamento de serviços em duplicidade. (...)”
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 3.576/2019-1ª Câmara:
64. Adoto a análise acima como razões de decidir pela rejeição das
alegações de defesa da Sra. [...], sem prejuízo de enfatizar que o aditivo
celebrado pela responsável é acintosamente ilegal.
65. Não houve nenhuma alteração qualitativa ou quantitativa do objeto
que fundamentasse a inclusão desses novos itens na planilha. Além de o
projeto não ter sido alterado nesses aspectos, os serviços novos incluídos já
estavam previstos tanto nas cláusulas editalícias quanto na legislação acerca
de segurança do trabalho, tais como normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho. Mais do que isso, não ocorreu qualquer fato superveniente que
justificasse a celebração do referido aditamento, que foi de encontro ao
princípio da supremacia do interesse público que rege os contratos
administrativos. O único intuito da alteração contratual foi majorar
indevidamente o preço acordado com a administração, mediante a inclusão
de novos itens na planilha contratual, sem que houvesse interesse público
no aditamento ou qualquer alteração no objeto contratado.
(...)
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 3.576/2019-1ª Câmara:
68. A despeito disso, friso que são improcedentes as alegações reiteradas de
que se tratava de empreitada por preço unitário e que o orçamento contratado
omitiu as obrigações especificadas em edital. São plenamente aplicáveis ao
caso as considerações que teci ao relatar o Acórdão 852/2016- Plenário
(destaques acrescidos):
(...)
69. Portanto, o simples argumento de que determinados serviços não
estavam previstos na planilha orçamentária não é condição suficiente
para a celebração de aditamentos contratuais. Necessariamente, deve
estar presente também o interesse público na alteração contratual, assim
como a previsão legal para o aditamento, a exemplo de alguma alteração
qualitativa ou quantitativa no projeto licitado, o que não verifico no presente
caso.
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 3.576/2019-1ª Câmara:
70. Também não cabe nenhuma alegação de que haveria enriquecimento sem
causa da administração em virtude das supostas omissões. Ora, se uma
obrigação contratual não está expressa ou detalhada na planilha orçamentária, tal
fato não significa que o preço apresentado não tenha incorporado os custos inerentes
a tal obrigação. Por óbvio, tratando-se de previsão editalícia, a empresa deveria tê-la
incorporado no preço apresentado, possivelmente como custo indireto na taxa de
BDI. Dito de outra forma, presume-se que a parcela do objeto que não se encontre
expressa na planilha orçamentária esteja incorporada na taxa de BDI.
71. Por derradeiro, não haveria embasamento para a inclusão dos novos serviços na
planilha contratual com o fundamento de manter o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato. No caso em discussão, além de os itens incluídos serem plenamente
previsíveis e calculáveis – visto que tratam de obrigação expressamente estipulada
no instrumento convocatório –, também representam gastos de pouca monta,
inferiores a 1% do valor acordado. Ou seja, ainda que a empresa construtora tivesse
incorrido em erro e não considerado os respectivos custos em sua formação de
preços, tratar-se-ia de mera álea ordinária.
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 852/2016-Plenário:
21. Em função da preponderância do interesse público, o ordenamento
jurídico conferiu à Administração certas prerrogativas na celebração de
contratos administrativos, que a colocam num patamar diferenciado em face
do particular que com ela contrata. Dessa maneira, não subsiste amparo
normativo para um termo aditivo onerar injustificadamente o contratante ou
para permitir a alteração do serviço com perda de qualidade para o
contratante ou com aumento de preço, quando a solução especificada
atende satisfatoriamente os requisitos da obra. É o que se dessume do art.
58, inciso I, da Lei 8.666/1993, in verbis: (...)
22. Interpreta-se da disposição acima, que o atendimento ao interesse
público é finalidade de toda contratação firmada pelo Poder Público. Esse é
o critério fundamental a ser adotado na interpretação dos contratos
celebrados com a Administração. Portanto, nesses contratos não há como
interpretar suas cláusulas voltadas a atender exclusivamente interesses
individuais do contratado.
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 852/2016-Plenário:
23. Assim, o acolhimento de pleitos de aditamento contratual apresentados
pelas empresas contratadas deve ser visto com extrema cautela, pois, em
muitos casos, representa uma completa inversão da ordem jurídica que rege
os contratos administrativos. Primeiro porque a alteração do projeto
contratado ou de suas especificações é unilateral, não necessitando ser
solicitada pela contratada, e sim imposta ao contratado pelo contratante.
Segundo porque a modificação unilateral do contrato decorre da supremacia
do interesse público em relação ao privado, bem assim de sua
indisponibilidade, e não visa meramente atender interesses subjetivos e
patrimoniais privados do contratado.
24. Por óbvio, não há nenhuma ilegalidade na celebração de aditivos
contratuais, previstos nos incisos I e II do art. 65 da Lei de Licitações e
Contratos. No entanto, a modificação deve ocorrer dentro do âmbito da
discricionariedade do gestor. Esse é o ensinamento de Marçal Justen Filho
[Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 10ª edição, fl.
524]:
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 852/2016-Plenário:
“(…) A alteração do contrato retrata, sob alguns ângulos, uma competência
discricionária da Administração. Não existe, porém, uma liberdade para a
Administração impor a alteração como e quando melhor lhe aprouver. (…) a
contratação é antecedida de um procedimento destinado a apurar a forma
mais adequada de atendimento ao interesse público. Esse procedimento
conduz à definição do objeto licitado e à determinação das regras do futuro
contrato. Quando a Administração pactua o contrato, já exercitou a
competência ‘discricionária’ correspondente. A Administração, após realizar
a contratação, não pode impor alteração da avença mercê da simples
invocação da sua competência discricionária. (...)
A Administração tem de evidenciar, por isso, a superveniência de motivo
justificador da alteração contratual. Deve evidenciar que a solução
localizada na fase interna da licitação não se revelou, posteriormente, como
a mais adequada. Deve indicar que os fatos posteriores alteraram a situação
de fato ou de direito e exigem um tratamento distinto daquele adotado. Essa
interpretação é reforçada pelo disposto no art. 49, quando ressalva a
faculdade de revogação da licitação apenas diante de ‘razões de interesse
público decorrente de fato superveniente…”.
Alteração Contratual
Interesse Público x Interesse do Particular
Acórdão 852/2016-Plenário:
25. O particular, exercendo o seu direito de petição, pode formular pedidos
de aditamento contratual que versem sobre a alteração do projeto ou das
especificações ou, ainda, de recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro do ajuste, pois a execução do objeto pressupõe expertise do
contratado, o qual pode vislumbrar melhores soluções técnicas para a obra,
e propô-las para a Administração.
26. Avaliando que as modificações sugeridas pela empresa contratada
proporcionariam qualidade superior, antecipação do prazo de conclusão,
redução dos valores contratuais ou outros benefícios mensuráveis, poderia
haver a alteração do ajuste, observados os limites legais e mantendo
intangível o objeto pactuado. Porém, não haveria interesse público em
realizar alterações nas especificações que tornassem a execução do ajuste
injustamente mais onerosa ou com perda de qualidade para a
Administração. Tais alterações contratuais são ilegais e devem ser anuladas
quando constatadas, eis que estão eivadas de vício.
Interesse Público x Interesse do Particular
27. Outrossim, é muito frequente que seja observada pela construtora alguma
deficiência no projeto básico licitado, o que exigirá a celebração de termo de
aditamento para formalizar as alterações tidas por necessárias, ainda que
aumentando o encargo a ser suportado pelo Poder Público. Porém, não pode
deixar a Administração de realizar um exame pormenorizado dos
apontamentos realizados pela contratada, sob pena de se caracterizar a
prática ilegal da revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo
que transfigure o objeto originalmente contratado em outro de natureza e
propósito diversos, o que é condenado por pacífica jurisprudência desta Corte
de Contas, consubstanciada na Súmula 261.
28. Faço todas essas considerações, pois percebo na execução das obras
públicas em geral um amplo espectro de ilegalidades e de abusos no poder de
alterar as condições contratuais advindas da licitação. Consoante expôs
magistralmente o Ministro Augusto Nardes no voto condutor do Acórdão
1.874/2007-Plenário, “perdeu-se de vista que as alterações substantivas do
contrato estão condicionadas a um ganho qualitativo ou quantitativo para o
interesse público. Longe disso, as revisões são aplicadas via de regra para a
refeitura praticamente integral do projeto previamente aprovado, geralmente
com aumento do custo inicialmente previsto, sem que disso resulte para os
usuários finais qualquer benefício adicional em relação ao que lhe era dado
esperar no início da contratação”.
Interesse Público x Interesse do Particular
29. O sumário da referida deliberação também nos trouxe importantes
ensinamentos que podem ser aplicados ao caso em exame:
“6. As alterações contratuais fora das hipóteses relacionadas no art. 65, inciso
II, da Lei 8.666/1993, subordinam-se a um ganho quantitativo ou qualitativo
palpável para os usuários finais das obras, não se admitindo a reformulação do
projeto, em virtude de erro, omissão, obsolescência ou qualquer outro motivo
que acarrete aumento do custo do empreendimento”.
30. Este último entendimento relaciona-se com outra fonte frequente de
aditamentos irregulares de contratos. Muitas vezes, por inépcia da empresa
contratada, esta formula sua proposta eivada de erros de avaliação e de
omissões de custos de serviços necessários à completa execução contratual.
Baseando-se em supostas deficiências do orçamento estimativo elaborado
pelo órgão contratante para servir como referencial da contratação, o
construtor pleiteia a celebração de termos de aditamento contratual com vistas
a corrigir tais erros ou omissões. Tais pedidos, em geral são improcedentes,
eis que passam ao largo do fato de que o orçamento contratado não foi aquele
elaborado pela Administração, e sim o apresentado na proposta do particular.
É o que dispõe o art. 55, inciso XI, da Lei 8666/1993, que vincula o contrato à
proposta ofertada pelo licitante vencedor.
Alterações Contratuais Ilegais
Alterações Injustificadas de Quantitativos
Acórdão 2.619/2019-Plenário (Carteira de Gasolina da Revap):
Com relação ao superfaturamento apontado em relação ao acréscimo de
quantitativos verificados no projeto executivo, a equipe de auditoria
considerou como irregular e, em consequência, caracterizou em seu relatório
como indício de sobrepreço o aumento de valor no montante de R$ 40,4
milhões, em virtude de supostos custos adicionais referentes à equipe de
projeto decorrente do aumento de quantidades dos itens inclusos pela
Petrobras em seu edital como quantidades determinadas (QD) . A
interpretação das equipes deste Tribunal foi de que, pelo fato de não ter
constado em tal anexo a previsão de QD para equipes de projeto, não
haveria que se falar em aumento do valor ajustado, no âmbito de um
contrato a preço global do tipo EPC (Engineering, Procurement and
Construction).
(...)
Alterações Contratuais Ilegais
Alterações Injustificadas de Quantitativos
Acórdão 2.619/2019-Plenário (Carteira de Gasolina da Revap):
Outrossim, o consórcio mencionou o entendimento do subitem 9.1.8 do
Acórdão 1.977/2013-Plenário, o qual conteria disposição no sentido de ser
possível a celebração de termos aditivos em contratos semelhantes ao
presente, ao prever que "caso, por erro ou omissão no orçamento, se
encontrarem subestimativas ou superestimavas relevantes nos quantitativos
da planilha orçamentária, poderão ser ajustados termos aditivos para
restabelecer a equação econômico-financeira da avença.".
A análise realizada pela SeinfraPetroleo foi centrada em enfatizar que o
modelo de contratação adotado (EPC) é caracterizado por uma alocação de
riscos mais precisa e pelo fato de o contratado se responsabilizar por
desenvolver o projeto executivo, fornecer os materiais e equipamentos
necessários à execução da obra e executar os serviços necessários à
construção do empreendimento a um preço global estabelecido. Assim,
termos de aditamento contratual deveriam ser exceções nesta modalidade
contratual, essencialmente fundamentados na teoria da imprevisão. Nesse
sentido, citou precedentes deste Tribunal: Acórdão Plenário 1.194/2018, de
relatoria do Ministro Augusto Sherman, e 300/2013-Plenário, relatado pelo
Ministro Aroldo Cedraz.
Alterações Contratuais Ilegais
Alterações Injustificadas de Quantitativos
Não obstante os entendimentos citados pela unidade técnica, gostaria de
ressaltar que, mesmo em uma empreitada por preço unitário ou por preço
global, o aditivo verificado no valor do projeto executivo seria acintosamente
ilegal, pois não houve alteração do escopo do serviço contratado, o que serve
de exemplo para refutar os argumentos de que o termo de aditamento estaria
amparado no tópico do Manual de Procedimentos Contratuais da Petrobras
reproduzido a seguir: (...)
Dito de outra forma, não houve nenhuma alteração qualitativa ou quantitativa
do objeto contratado que fundamentasse a alteração do valor contratual do
projeto executivo. A elaboração do projeto executivo pode produzir impactos
nos demais itens do contrato, ensejando a inclusão de serviços novos, bem
como alterações nas quantidades ou especificações contratadas, mas não
justifica a modificação no próprio valor contratual do projeto executivo.
Conforme explanei no Acórdão 2.005/2017-Plenário, seria admissível a
alteração no preço do projeto executivo se, durante a execução contratual, a
Petrobras solicitasse a inclusão de uma nova unidade de processo que não
compusesse o escopo inicialmente acordado. Por óbvio, o esforço adicional
para executar o projeto de detalhamento da nova unidade demandaria o
aditamento. Entretanto, não foram demonstradas tais circunstâncias nos
Alterações Contratuais Ilegais
Alterações Injustificadas de Quantitativos
Em outro exemplo, seria admitido um aditamento no valor do projeto
executivo se, após a sua confecção e aprovação, em virtude de motivada
circunstância superveniente, houvesse alguma solicitação de alteração do
documento por parte da Estatal, o que obrigaria a revisão e ajuste de
desenhos, memoriais, especificações ou qualquer outro documento técnico
constituinte do projeto. Novamente, enfatizo que não ocorreu nada
semelhante no caso em exame, que simplesmente atendeu a um pleito ilegal
e sem embasamento contratual apresentado pelo Consórcio Gasvap.
Mais do que isso, não ocorreu qualquer fato superveniente que justificasse a
celebração do referido aditamento, que foi de encontro ao princípio da
supremacia do interesse público que rege os contratos administrativos. O
único intuito da alteração contratual foi majorar indevidamente o preço do
projeto executivo acordado com a Petrobras, mediante a inclusão de 84.878
homens-hora adicionais na composição de custo do serviço, sem que
houvesse amparo contratual e interesse público no aditamento, assim como
qualquer alteração no objeto contratado.
Alterações Contratuais Ilegais
Alterações Injustificadas de Quantitativos
Os responsáveis não comprovaram sequer a necessidade do aumento do
quantitativo de homem-hora e não se tem registro nos autos de que tal efetivo
tenha sido realmente incorporado nos custos incorridos pelo contratado.
Friso que são improcedentes as alegações de que o subitem 9.1.8 do
Acórdão 1.977/2013-Plenário permitiria alterações contratuais em virtude de
“erros e omissões” verificados na planilha orçamentária. Não verifico nenhum
erro ou omissão no DFP ou em qualquer outro documento contratual que
deixou expressa a previsão de elaboração do projeto executivo pela empresa.
O que ocorreu no caso em tela foi a majoração ilegal do preço acordado a
partir da alegação de que seriam necessárias horas adicionais de
profissionais, sem que restasse caracterizado o aumento dos produtos a
serem entregues no projeto executivo, tais como plantas, especificações
técnicas, planilhas e memoriais.
Formalização das Alterações Contratuais

As alterações contratuais devem ser formalizadas por


meio dos seguintes instrumentos jurídicos:
➢ termo de aditamento
➢ apostila contratual

O termo de aditamento deve ser utilizado nas


hipóteses em que o ajuste tenha sido formalizado por
meio de termo de contrato e a alteração não possa
ser realizada por apostilamento (art. 65, § 8º).
As alterações formalizadas por meio de termo de
aditamento exigem prévio exame do órgão jurídico da
Administração contratante.
Formalização das Alterações Contratuais

As hipóteses de apostilamento são restritas e estão


expressas no art. 65, § 8º, da Lei 8.666/1993, a saber:
a) variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de
preços previsto no próprio contrato;
b) atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento previstas em
contrato;
c) empenho de dotações orçamentárias suplementares até o
limite do seu valor corrigido.
Formalização das Alterações Contratuais
Nos casos de prorrogação do prazo de vigência
contratual, os termos de aditamento devem ser
celebrados previamente à expiração do prazo previsto
na avença, de modo a evitar a execução de serviços
sem cobertura contratual (Acórdão nº 740/2004 -
Plenário).
Já o aumento de quantitativos e serviços ou a inclusão
de serviços inicialmente não previstos somente poderá
ocorrer após a formalização do correspondente termo
de aditamento, tendo em vista o disposto no art. 60,
parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993 (Acórdão nº
1489/2004 -Plenário).
Reequilíbrio econômico-financeiro
A disciplina básica sobre a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro dos contratos administrativos
está contida no inciso XXI do art. 37 da Constituição
Federal.

Constituição
• Art. 37 Federal
XXI – Ressalvados em casos específicos na legislação, as
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública, que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam condições de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.
Manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro

A Lei nº 8.666/1993 prevê que o valor pactuado


inicialmente entre as partes pode sofrer três espécies de
alterações:
- atualização financeira em decorrência de atraso no
pagamento, em consonância com o disposto no art. 40,
XIV, “c”;
- reajuste, que está previsto nos arts. 40, XI, e 55, III;
- revisão ou reequilíbrio econômico-financeiro,
consoante dispõe o art. 65, II, “d”.
Reajuste de preços

Reajuste de preços - decorre da álea ordinária e está


vinculado a um índice previamente definido no contrato.
Tem como ideia central a reposição da perda do poder
aquisitivo da moeda por meio do emprego de índices de
preços prefixados no contrato administrativo. Tem
fundamento no art. 40, XI, da Lei nº 8.666/1993:
Art. 40. O edital conterá [...] e indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada
parcela;
Reajuste x Repactuação

▪ O Reajuste (em sentido estrito) ocorre pela aplicação


de índices inflacionários previamente
estabelecidos (IGPM ou INCC, por exemplo).
▪ Também pode ocorrer pela análise da variação dos
custos na planilha de preços, recebendo, nesse caso
o nome de Repactuação, de utilização exclusiva
para serviços contínuos com dedicação exclusiva de
mão de obra (limpeza e vigilância, por exemplo).
Reajuste x Repactuação
▪ Decreto 9.507/2018 (dispõe sobre a execução indireta,
mediante contratação, de serviços da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional e das
empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União):

Repactuação
Art. 12. Será admitida a repactuação de preços dos serviços
continuados sob regime de mão de obra exclusiva, com
vistas à adequação ao preço de mercado, desde que:
I - seja observado o interregno mínimo de um ano das datas
dos orçamentos para os quais a proposta se referir; e
II - seja demonstrada de forma analítica a variação dos
componentes dos custos do contrato, devidamente
justificada.
Reajuste x Repactuação
▪ Decreto 9.507/2018 (continuação):
Reajuste
Art. 13. O reajuste em sentido estrito, espécie de reajuste nos
contratos de serviço continuado sem dedicação exclusiva de
mão de obra, consiste na aplicação de índice de correção
monetária estabelecido no contrato, que retratará a variação
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices
específicos ou setoriais.
§ 1º É admitida a estipulação de reajuste em sentido estrito
nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um
ano, desde que não haja regime de dedicação exclusiva de
mão de obra.
§ 2º Nas hipóteses em que o valor dos contratos de serviços
continuados seja preponderantemente formado pelos custos
dos insumos, poderá ser adotado o reajuste de que trata este
artigo.
Reajuste x Repactuação

▪ Acórdão 1.827/2008-Plenário:
O reajuste de preços é a reposição da perda do
poder aquisitivo da moeda por meio do emprego
de índices de preços prefixados no contrato
administrativo. Por sua vez, a repactuação,
referente a contratos de serviços contínuos,
ocorre a partir da variação dos componentes dos
custos do contrato, devendo ser demonstrada
analiticamente, de acordo com a Planilha de
Custos e Formação de Preços.
Reajuste x Repactuação

▪ Acórdão 1.105/2008-Plenário:
A diferença entre repactuação e reajuste é que este é
automático e realizado periodicamente, mediante
aplicação de índice de preço que, dentro do possível,
deve refletir os custos setoriais. Enquanto que naquela, de
periodicidade anual, não há automatismo, pois é
necessário demonstrar a variação dos custos do serviço.
Para que ocorra a repactuação, com base na variação dos
custos do serviço contratado, deve ser observado o prazo
mínimo de um ano, mediante a demonstração analítica da
variação dos componentes dos custos, devidamente
justificada, não sendo admissível repactuação com base
na variação do IGPM.
Reajuste x Revisão
▪ Acórdão 1.431/2017-Plenário:
9.2.3. o reajuste e a recomposição possuem fundamentos distintos.
O reajuste, previsto no art. 40, XI, e 55, III, da Lei 8.666/1993, visa
remediar os efeitos da inflação. A recomposição, prevista no art. 65,
inciso II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993, tem como fim manter
equilibrada a relação jurídica entre o particular e a Administração
Pública quando houver desequilíbrio advindo de fato imprevisível ou
previsível com consequências incalculáveis. Assim, ainda que a
Administração tenha aplicado o reajuste previsto no contrato,
justifica-se a aplicação da recomposição sempre que se verificar a
presença de seus pressupostos;
9.2.4. o reequilíbrio contratual decorrente da recomposição deve
levar em conta os fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, que não se confundem com os critérios de
reajuste previstos contratualmente...
Manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
Atualização financeira

A atualização financeira tem por objetivo repor a perda


de poder aquisitivo que a moeda sofre com o passar do
tempo.
Trata-se de medida de justiça ao evitar que o contratante
sofra prejuízos em decorrência da mora da
Administração.
Decorre do disposto nos arts. 40, inciso XIV, “c”, e 55,
inciso III, da Lei 8.666/93.
Atualização financeira
Art. 40. O edital conterá [...] e indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:
XIV - condições de pagamento, prevendo: [...]
c) critério de atualização financeira dos valores a serem
pagos, desde a data final do período de adimplemento de
cada parcela até a data do efetivo pagamento;
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
estabeleçam: [...]
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
base e periodicidade do reajustamento de preços, os
critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
Reajuste - Apostilamento

▪ Art. 65 da Lei de Licitações:

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao


reajuste de preços previsto no próprio contrato, as
atualizações, compensações ou penalizações
financeiras decorrentes das condições de pagamento
nele previstas, bem como o empenho de dotações
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor
corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento.
Reequilíbrio econômico-financeiro

Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato -


decorrente de álea extraordinária e extracontratual -
trata do reestabelecimento da relação contratual
inicialmente ajustada pelas partes, desde que a
alteração tenha sido provocada por álea extraordinária
superveniente ao originalmente contratado. Instituto
previsto no artigo 65, inciso II, alínea “d”, da Lei nº
8.666/1993, é concedido ao contratado pela
Administração, desde que se verifique a ocorrência das
hipóteses específicas de sua admissibilidade apontadas
pela lei.
Reequilíbrio econômico-financeiro
O reequilíbrio econômico-financeiro do contrato tem por
fundamento a Teoria da Imprevisão.
Deve ser aplicado:
a) quando ocorrerem fatos imprevisíveis ou previsíveis de
consequências incalculáveis, que retardem ou impeçam a
execução do ajuste;
b) em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe;
c) quando esses fatos provocarem impactos significativos
na equação econômico-financeira do contrato.
Reequilíbrio econômico-financeiro
Lei 8.666/93
• Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...) II - por acordo das partes:
(....)
• d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre R
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a i
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na s
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de c
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do
ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do o
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual s
Reequilíbrio econômico-financeiro
Definições
• Força maior: evento humano que, por sua imprevisibilidade e
inevitabilidade, torna impossível a regular execução do contrato. Pode-se
até conhecer a causa que deu origem ao acontecimento, mas não há
como evitá-la.
• Caso fortuito: evento imprevisível da natureza que impacta na execução
contratual, sem que haja interferência da vontade humana. Por exemplo,
terremoto, queda de meteorito, furacão, tornado, deslizamentos e queda
de barreiras, inundações, e chuvas muito acima das médias históricas.
• Fato de príncipe: Ato do Poder Público, determinação estatal, sem relação
direta com o contrato administrativo, que onera a execução do contrato
de forma imprevista ou imprevisível, por exemplo, aumento de encargos e
tributos, embargos ambientais e judiciais, alteração de leis e regulamentos
com impacto no contrato.
• Fatos da administração: Omissão ou atraso de providências a cargo da
Administração contratante, inclusive quanto aos pagamentos previstos,
que impeçam ou retardem a execução do contrato (ordens de interrupção
ou diminuição do ritmo de trabalho por interesse da administração,
alterações de projeto, atrasos na liberação de áreas ou pagamento de
faturas, demora na celebração de aditivos, atrasos em desapropriações).
Alocação de Riscos: Fatos Contratuais x
Extracontratuais
- SCHWIND observa que o artigo 65, II, “d”, da Lei 8.666/93 não contém uma
sistemática impositiva de alocação de riscos. Na verdade, é plenamente
possível que um contrato administrativo preveja uma sistemática de alocação
de riscos específica, em que o contratado assuma os riscos relacionados a
determinados eventos futuros e incertos.
- Maurício Portugal RIBEIRO e Lucas Navarro PRADO argumentam que “a
partir da leitura do art. 65, II, “d”, da Lei 8.666/93, pretende-se atribuir à
Administração Pública os riscos de força maior, caso fortuito, fato de príncipe
etc. nos contratos de obras e de prestação de serviço, como se o contrato não
pudesse dispor de forma diferente. Todavia, essa interpretação passa ao largo
do fato de que o dispositivo menciona tratar-se de evento extracontratual.
Ora, se o contrato dispuser de forma distinta, portanto, deverá prevalecer.
Pensamos que não há – seja na Lei 8.666/93 ou em qualquer outro diploma
legal – um sistema de distribuição de riscos positivado. Aliás, assim que deve
ser, pois a distribuição de riscos é uma questão de eficiência econômica, e não
de valor.”
Excludentes da Aplicação da Teoria da
Imprevisão:

“A Administração pode recusar o restabelecimento da


equação apenas mediante invocação da ausência dos
pressupostos necessários. Poderá invocar:
- ausência de elevação dos encargos do particular;
- ocorrência do evento antes da formulação das propostas;
- ausência de vínculo de causalidade entre o evento
ocorrido e a majoração dos encargos do contratado;
- culpa do contratado pela majoração dos seus encargos (o
que inclui a previsibilidade da ocorrência do evento).”
Alterações Tributárias e Superveniência de
Disposições Legais

Lei 8666/93, art. 65:


§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
ou extintos, bem como a superveniência de disposições
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da
proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
menos, conforme o caso.
Alterações Tributárias e Superveniência de
Disposições Legais
Acórdão 45/1999-Plenário (TRT-SP)
31.(...)Há que se observar, contudo, que a aplicação do fato do
príncipe deve ser tida com comedimento. Novamente, valendo-nos da boa
doutrina, assentamos nossa afirmação no magistério de Marçal Justen
Filho:
"É necessário, porém, um vínculo direto entre o encargo e a prestação.
Por isso, a lei que aumentar a alíquota do imposto de renda não
justificará alteração do valor contratual. O imposto de renda incide
sobre o resultado das atividades empresariais, consideradas globalmente
(lucro tributável). O valor percebido pelo particular será sujeito,
juntamente com o resultado de suas outras atividades, à incidência
tributária. Se a alíquota for elevada, o lucro final poderá ser
inferior. Mas não haverá relação direta de causalidade que caracterize
o rompimento do equilíbrio econômico-financeiro." (....)
Alterações Tributárias e Superveniência de
Disposições Legais
Acórdão 45/1999-Plenário (continuação)
32. Os limites da aplicação do fato do príncipe também foram
determinados por Caio Tácito, ao destacar: "Quando a medida
administrativa atinge, especial e diretamente, o contratante
particular, tornando mais onerosa a execução contratual e gerando
benefício para a administração, a teoria do fato do príncipe autoriza
seja indenizado o prejuízo" (...), entendendo que os reflexos decorrentes de
leis ou regulamentos de ordem geral não se enquadram na teoria do fato do
príncipe, mas na da imprevisão.
33.Vê-se, pois, que três são os requisitos necessários à aplicação do
fato do príncipe:
a) o nexo direto de causalidade entre o encargo criado e os bens
vendidos/serviços prestados
b) a imprevisibilidade do ônus; e
c) a materialidade do ônus imposto ao particular contratante.
Alterações Tributárias e Superveniência de Disposições Legais
Acórdão 45/1999-Plenário (continuação)
(...)35.Pleiteia a Incal seja aplicado o fato do príncipe em função das
seguintes variações, introduzidas durante a vigência do contrato:
criação do IPMF - Imposto Provisório sobre a Movimentação ou a
Transmissão de Valores e Direito de Natureza Financeira; criação da
CPMF - Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou a Transmissão de
Valores e Direito de Natureza Financeira; Retenção na Fonte do Imposto
de Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ; da Contribuição Social sobre o
Lucro - CSSL; da Contribuição para a Seguridade Social - Cofins e da
Contribuição para o PIS/PASEP.
36.Vê-se, de plano, que a criação do IPMF e da CPMF não preenche os
requisitos ensejadores de uma revisão contratual, resumidos no item 33
deste Voto: embora imprevisíveis, tais tributos são de natureza
genérica, alcançando a economia do país como um todo, não possuindo
estreita correlação com a produção de bens ou de serviços específicos;
tampouco se pode dizer que o setor de construção civil tenha sido
prejudicado, se comparado a outros setores da economia, em decorrência
de seu advento - o que seria visível, por exemplo, no caso do setor
importador em um momento de desvalorização cambial.
Alterações Tributárias e Superveniência de Disposições Legais
Acórdão 45/1999-Plenário (continuação)
37.Ademais, há que se ver da pouca materialidade desses impostos no
cômputo do contrato celebrado entre o TRT e a Incal. (...). Do exposto, não
pode ser alegado significativo desequilíbrio econômico-financeiro do
contrato inicial.
38.Quanto à Retenção na Fonte do IRPJ, da CSSL, da Cofins, e do
PIS/PASEP, não constituem, em absoluto, fatos ensejadores de desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato. Veja-se que tais despesas já existiam
à época da assinatura do contrato. A Lei nº 9.430, de 27.12.96, não
criou ônus novo para as empresas, mas apenas antecipou o pagamento de
encargos já existentes, na medida em que previu que "os pagamentos
efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública
federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de
serviços, estão sujeitos à incidência, na fonte, do imposto sobre a
renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição
para seguridade social - COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP." A
mencionada lei não criou tributos e tampouco alterou as alíquotas
anteriormente praticadas. Apenas disciplinou que aqueles seriam
deduzidos diretamente na fonte.
Alterações Tributárias e Superveniência de Disposições Legais
Porém, na extinção da CPMF, o entendimento do TCU foi diametralmente
oposto:

Acórdão 2993/2011-Plenário:
Com base no art. 65 § 5º, da Lei 8.666/1993, a Administração deve efetuar a
revisão dos contratos, a fim de expurgar o valor da extinta CPMF de todos os
pagamentos realizados a partir de 1º de janeiro de 2008.

Acórdão 1515/2010-Plenário:
Nos termos do art. 65, § 5º, da Lei 8.666/1993, a Administração deve
formalizar termo aditivo ao contrato, possibilitando à empresa contratada o
prévio contraditório, com vistas a reduzir os percentuais de BDI aplicáveis aos
pagamentos efetuados após 31/12/2007 em decorrência da extinção da
CPMF e adotar medidas para, nas faturas vincendas, compensar eventuais
valores indevidamente pagos.
Execução Contratual no RDC e no Pregão

Lei 12.462/2011:

Art. 39. Os contratos administrativos celebrados com


base no RDC reger-se-ão pelas normas da Lei nº 8.666,
de 21 de junho de 1993, com exceção das regras
específicas previstas nesta Lei.

Lei 10.520/2002:

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade


de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993.
Art. 65 da Lei nº 8.666/93 e riscos na
contratação de obras
Riscos Alocação do Risco
Álea Ordinária Contratado, mas há previsão de
reajuste
Alteração Unilateral no Interesse da Administração Pública
Administração Pública (razões
técnicas)
Alteração Unilateral por (1) Administração Pública (até 10%,
falhas/omissões no Projeto para preço global ou empreitada
integral) e contratado
(remanescente)

(2) Administração Pública (preço


unitário)
Fato da Administração Pública Administração Pública
Fato do príncipe/alteração de encargos
legais Administração Pública

Álea Econômica (teoria da imprevisão) Administração Pública


Lei das Estatais

Lei 13.303/2016:

Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos
preceitos de direito privado.
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos
disciplinados por esta Lei:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a
data-base e a periodicidade do reajustamento de preços
e os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
Lei das Estatais
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de
conclusão, de entrega, de observação, quando for o
caso, e de recebimento;
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena
execução do objeto contratual, quando exigidas,
observado o disposto no art. 68;
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as
tipificações das infrações e as respectivas penalidades e
valores das multas;
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos
para alteração de seus termos;
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da
respectiva licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, bem como ao lance ou proposta do licitante
vencedor;
Lei das Estatais
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a
execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, as condições de
habilitação e qualificação exigidas no curso do
procedimento licitatório;
X - matriz de riscos.
Lei das Estatais
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos
incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça
a possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos
seguintes casos:
I - quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
II - quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
III - quando conveniente a substituição da garantia de
execução;
IV - quando necessária a modificação do regime de execução
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em
face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
contratuais originários;
Lei das Estatais
V - quando necessária a modificação da forma de pagamento,
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o
valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento,
com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;
VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual.
Lei das Estatais
§ 1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras,
até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,
no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de
50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no § 1º, salvo as supressões resultantes de acordo celebrado
entre os contratantes.
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para
obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, esses
materiais deverão ser pagos pela empresa pública ou sociedade de
economia mista pelos custos de aquisição regularmente comprovados e
monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos
eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente
comprovados.
Lei das Estatais
§ 5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos ou encargos
legais, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas
após a data da apresentação da proposta, com comprovada repercussão
nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para
menos, conforme o caso.
§ 6º Em havendo alteração do contrato que aumente os encargos do
contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia mista deverá
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços
previsto no próprio contrato e as atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele
previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares
até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do contrato e
podem ser registrados por simples apostila, dispensada a celebração de
aditamento.
§ 8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos
supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de
responsabilidade da contratada.
Lei das Estatais
• Uma inovação em relação à Lei 8.666/93 é que, por ser
regida por preceitos privados, não há possibilidade de
alterações unilaterais contratuais, por vontade exclusiva da
empresa estatal, sendo necessário o acordo entre as partes
para se dar início a alteração do que foi contratado.
• Por sua vez, foi mantido inalterado, com alguns ajustes
redacionais, os dispositivos legais atinentes: a) a previsão de
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato; b) os limites
para alterações contratuais; c) as consequências para a
supressão de obras, bens ou serviços; d) a possibilidade de
revisão de preços, para mais ou para menos, em caso
alteração tributária.
Lei das Estatais
• Por conta disso, é possível sustentar juridicamente a
necessidade de, mesmo para as empresas estatais, a
despeito de possuírem um regramento próprio, a
necessidade de, em regra, por exemplo, se observar os
limites legais de alterações contratuais e a impossibilidade de
a alteração importar em uma modificação radical do objeto
contratado.
Contratações Integrada e Semi-integrada (Lei 13.303/2016)
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por empresas
públicas e sociedades de economia mista, serão observadas as seguintes
definições:
(...)
V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a elaboração e o
desenvolvimento do projeto executivo, a execução de obras e serviços de
engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as
demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto,
de acordo com o estabelecido nos §§ 1o e 3o deste artigo;
VI - contratação integrada: contratação que envolve a elaboração e o
desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e
serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-
operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega
final do objeto, de acordo com o estabelecido nos §§ 1o, 2o e 3o deste
artigo;
A Matriz de Riscos da Lei das Estatais (Lei 13.303/2016)
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por empresas públicas
e sociedades de economia mista, serão observadas as seguintes definições:
(...)
X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e responsabilidades
entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de eventos supervenientes à
contratação, contendo, no mínimo, as seguintes informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato,
impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da avença, e previsão de eventual
necessidade de prolação de termo aditivo quando de sua ocorrência;
b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que haverá liberdade das
contratadas para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em
obrigações de resultado, em termos de modificação das soluções previamente
delineadas no anteprojeto ou no projeto básico da licitação; [obrigações de fim]
c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não haverá liberdade
das contratadas para inovar em soluções metodológicas ou tecnológicas, em
obrigações de meio, devendo haver obrigação de identidade entre a execução e a
solução pré-definida no anteprojeto ou no projeto básico da licitação. [obrigações
de meio]
Contratações Integrada e Semi-integrada(Lei 13.303/2016)
§ 1o As contratações semi-integradas e integradas referidas,
respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir-se-ão
a obras e serviços de engenharia e observarão os seguintes requisitos:
I - o instrumento convocatório deverá conter:
a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integrada, com
elementos técnicos que permitam a caracterização da obra ou do serviço
e a elaboração e comparação, de forma isonômica, das propostas a serem
ofertadas pelos particulares;
b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário, de
empreitada por preço global, de empreitada integral e de contratação
semi-integrada, nos termos definidos neste artigo;
c) documento técnico, com definição precisa das frações do
empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas inovarem em
soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos de modificação
das soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico
da licitação, seja em termos de detalhamento dos sistemas e
procedimentos construtivos previstos nessas peças técnicas;
d) matriz de riscos;
Contratações Integrada e Semi-integrada (Lei 13.303/2016)
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com base em
valores de mercado, em valores pagos pela administração pública em
serviços e obras similares ou em avaliação do custo global da obra, aferido
mediante orçamento sintético ou metodologia expedita ou
paramétrica;
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor preço ou de
melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na avaliação técnica
as vantagens e os benefícios que eventualmente forem oferecidos para
cada produto ou solução;
IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá ser
alterado, desde que demonstrada a superioridade das inovações em
termos de redução de custos, de aumento da qualidade, de redução
do prazo de execução e de facilidade de manutenção ou operação.
Contratações Integrada e Semi-integrada (Lei 13.303/2016)
§ 2o No caso dos orçamentos das contratações integradas:
I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos mínimos, assim
o permitir, as estimativas de preço devem se basear em orçamento tão
detalhado quanto possível, devendo a utilização de estimativas paramétricas
e a avaliação aproximada baseada em outras obras similares ser realizadas
somente nas frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no
anteprojeto da licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo
nível de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços;
II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para abalizar o
valor do empreendimento ou de fração dele, consideradas as disposições do
inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas estimativas possíveis, deve ser
utilizada nas estimativas de preço-base a que viabilize a maior precisão
orçamentária, exigindo-se das licitantes, no mínimo, o mesmo nível de
detalhamento na motivação dos respectivos preços ofertados.
§ 3o Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
escolha da solução de projeto básico pela contratante deverão ser
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.
Contratações Integrada e Semi-integrada (Lei 13.303/2016)
§ 4o No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, as empresas
públicas e as sociedades de economia mista abrangidas por esta Lei
deverão utilizar a contratação semi-integrada, prevista no inciso V do caput,
cabendo a elas a elaboração ou a contratação do projeto básico antes da
licitação de que trata este parágrafo, podendo ser utilizadas outras
modalidades previstas nos incisos do caput deste artigo, desde que essa
opção seja devidamente justificada.
§ 5o Para fins do previsto na parte final do § 4o, não será admitida, por
parte da empresa pública ou da sociedade de economia mista, como
justificativa para a adoção da modalidade de contratação integrada, a
ausência de projeto básico.
Aditivos nas Contratações Integradas e Semi-
integrada (Lei 13.303/2016)
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados
por esta Lei:
X - matriz de riscos.
(...)
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos
incisos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça
a possibilidade de alteração, por acordo entre as partes, nos
seguintes casos:
(...)
§ 8o É vedada a celebração de aditivos decorrentes de
eventos supervenientes alocados, na matriz de riscos,
como de responsabilidade da contratada.
A Matriz de Riscos é obrigatória ou não?
● Acórdão 4.551/2020-Plenário:
Para as empresas estatais, é obrigatória cláusula dispondo sobre a matriz de
riscos nos contratos de obras e serviços de engenharia, independentemente
do regime de execução (art. 69, inciso X, da Lei 13.303/2016) , como garantia
da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro contratual e de forma a
definir as condições para eventual assinatura de termo aditivo.
“9.1. determinar, nos termos do art. 250, II, do RITCU, que a Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco (Chesf) e as Centrais Elétricas Brasileiras
(Eletrobras) adotem as medidas cabíveis, no bojo do Contrato CTNI-
80.2018.1280.00, entre outros semelhantes ajustes atuais, com vistas à
efetiva correção das seguintes falhas:
9.1.1. ausência de cláusula sobre a matriz de riscos nos contratos de obras e
serviços de engenharia, já que, independentemente do regime de
execução, a matriz de risco figuraria como exigência fixada para as empresas
estatais pelo art. 69, X, da Lei n.º 13.303, de 2016, e, assim, deveria estar
inserida nos contratos para obras e serviços de engenharia firmados pelas
empresas estatais em prol da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
do ajuste;
A Matriz de Riscos é obrigatória ou não?
● Acórdão 2.616/2020-Plenário:
É recomendável a utilização de matriz de riscos em contratações derivadas da
Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais) que envolvam incertezas significativas,
ainda que sob regime de empreitada por preço global, por se tratar de
elemento que agrega segurança jurídica aos contratos.
Alocação dos Riscos na Contratação Integrada
(Lei das Estatais)
Riscos Alocação do Risco
Álea Ordinária Contratado, mas há previsão de
reajuste
Alteração por acordo entre as partes do Estatal
Projeto ou do Anteprojeto no Interesse
da Estatal
Alteração por falhas/omissões no
Projeto decorrentes de falhas no
anteprojeto de engenharia
?
Alteração por falhas/omissões no
Projeto decorrentes de falhas do Contratado
contratado
Fato da Administração
?
Fato do Príncipe/alteração de encargos
legais
?
Caso Fortuito ou Força Maior Estatal
(Sempre?)
Alocação dos riscos (modelo geral
sugerido)
Riscos Alocação do Risco
Álea Ordinária Contratado, mas há previsão de reajuste

Alteração por acordo entre as partes no Estatal


Interesse da Estatal (razões técnicas)
Alteração por acordo entre as partes por Contratado
falhas/omissões no Projeto decorrentes (discussão: e se forem impossíveis de
de falhas no anteprojeto de engenharia serem detectadas?)
Alteração por falhas/omissões no Projeto
decorrentes de falhas do contratado Contratado

Fato da Administração Estatal


Fato do Príncipe/alteração de encargos Estatal
legais
Caso Fortuito ou Força Maior Estatal, desde que não coberto por
seguro
Definições
“XV – serviços e fornecimentos contínuos: serviços
contratados e compras realizadas pela Administração Pública
para a manutenção da atividade administrativa, decorrentes de
necessidades permanentes ou prolongadas;
XVI – serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva
de mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual
exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas
dependências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e
materiais disponíveis de uma contratação para execução
simultânea de outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante
quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos
humanos alocados aos seus contratos;
Definições

XVII – serviços não contínuos ou contratados por escopo:


impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de um
serviço específico em período predeterminado, podendo ser
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo
necessário à conclusão do objeto;”
Comentário: as definições acima acabam por positivar a
classificação de parte da doutrina, que segregava os ajustes
em contratos contínuos ou contratos por escopo. Além disso,
apresentam relevante instituto novo que é o “fornecimento
contínuo”, já que o art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993 permite
apenas a realização de serviços de forma contínua.
O fornecimento contínuo pode trazer relevantes melhorias nos
processos de compras governamentais, notadamente nos
bens que são comprados com frequência.
Definições

“XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora


de riscos e de responsabilidades entre as partes e
caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial
do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no
mínimo, as seguintes informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à
assinatura do contrato que possam causar impacto em
seu equilíbrio econômico-financeiro e previsão de
eventual necessidade de prolação de termo aditivo por
ocasião de sua ocorrência;
Definições

b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento


das frações do objeto com relação às quais haverá
liberdade para os contratados inovarem em soluções
metodológicas ou tecnológicas, em termos de
modificação das soluções previamente delineadas no
anteprojeto ou no projeto básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento
preciso das frações do objeto com relação às quais não
haverá liberdade para os contratados inovarem em
soluções metodológicas ou tecnológicas, devendo haver
obrigação de aderência entre a execução e a solução
predefinida no anteprojeto ou no projeto básico,
consideradas as características do regime de execução
no caso de obras e serviços de engenharia;”
Definições

Comentário: Trata-se de definição de matriz de riscos


análoga à existente na Lei 13.303/2016, que se coaduna
com a nova sistemática de gerenciamento e alocação de
riscos prevista na nova lei.
Definições

“LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção


do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na
aplicação do índice de correção monetária previsto no contrato,
que deve retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais;
LIX – repactuação: forma de manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro de contrato utilizada para serviços
contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou
predominância de mão de obra, por meio da análise da variação
dos custos contratuais, devendo estar prevista no edital com data
vinculada à apresentação das propostas, para os custos
decorrentes do mercado, e com data vinculada ao acordo, à
convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual o orçamento
esteja vinculado, para os custos decorrentes da mão de obra;”
Definições

Comentário: as novas definições de reajuste em sentido


estrito e repactuação são positivas, pois envolvem
assunto repleto de controvérsias no âmbito da execução
de contratos. O texto da lei adota conceitos semelhantes
aos que estão postos no Decreto 9.507/2018, que dispõe
sobre a execução indireta, mediante contratação, de
serviços da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e das empresas públicas e das
sociedades de economia mista controladas pela União.
Em suma, a nova lei preconiza a utilização da
repactuação para os contratos continuados com
dedicação exclusiva de mão de obra, ao passo que os
demais contratos devem ser reajustados com o emprego
do reajustamento em sentido estrito (art. 25, §8º).
Gerenciamento de Riscos
O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre
o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do
valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
compatível com o objeto da licitação e os riscos atribuídos ao
contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente
federativo (art. 22).

A matriz de riscos deverá promover a alocação eficiente dos


riscos de cada contrato e estabelecer a responsabilidade que
caiba a cada parte contratante, bem como os mecanismos
que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem os seus
efeitos, caso ocorra durante a execução contratual.
Gerenciamento de Riscos
O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de
riscos, especialmente quanto:

I – às hipóteses de alteração para o restabelecimento da


equação econômico-financeira do contrato nos casos em que
o sinistro seja considerado na matriz de riscos como causa de
desequilíbrio não suportada pela parte que pretenda o
restabelecimento;

II – à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar


excessivamente ou impedir a continuidade da execução
contratual;

III – à contratação de seguros obrigatórios previamente


definidos no contrato, integrado o custo de contratação ao
preço ofertado.
Gerenciamento de Riscos
Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande
vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada
e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará
matriz de alocação de riscos entre o contratante e o
contratado.

Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos


decorrentes de fatos supervenientes à contratação
associados à escolha da solução de projeto básico pelo
contratado deverão ser alocados como de sua
responsabilidade na matriz de riscos.
Formalização dos Contratos

Tal como ocorre na Lei 8.666/1993, o art. 89 da nova


lei dispôs que os contratos administrativos regular-
se-ão pelas suas cláusulas e pelos preceitos de
direito público, e a eles serão aplicados,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.
Formalização dos Contratos

O art. 92 apresenta um rol de cláusulas necessárias em todo


contrato, a saber:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante
vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e
à respectiva proposta;
III – a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive
quanto aos casos omissos;
IV – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
base e a periodicidade do reajustamento de preços e os
critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
Formalização dos Contratos
VI – os critérios e a periodicidade da medição, quando for o
caso, e o prazo para liquidação e para pagamento;
VII – os prazos de início das etapas de execução, conclusão,
entrega, observação e recebimento definitivo, quando for o
caso;
VIII – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
classificação funcional programática e da
categoria econômica;
IX – a matriz de risco, quando for o caso;
X – o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços,
quando for o caso;
XI – o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso;
Formalização dos Contratos
XII – as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas
pelo contratado no caso de antecipação de valores a título de
pagamento;
XIII – o prazo de garantia mínima do objeto, observados os
prazos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas
aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência
técnica, quando for o caso;
XIV – os direitos e as responsabilidades das partes, as
penalidades cabíveis e os valores das multas e suas bases de
cálculo;
XV – as condições de importação e a data e a taxa de câmbio
para conversão, quando for o caso;
Formalização dos Contratos

XVI – a obrigação do contratado de manter, durante toda a


execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações
por ele assumidas, todas as condições exigidas para a
habilitação na licitação, ou para qualificação, na contratação
direta;
XVII – a obrigação de o contratado cumprir as exigências de
reserva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas
específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da
Previdência Social e para aprendiz;
XVIII – o modelo de gestão do contrato, observados os
requisitos definidos em regulamento;
XIX – os casos de extinção;
Formalização dos Contratos

XX - cláusula que declare competente o foro da sede da


Administração para dirimir qualquer questão contratual,
ressalvadas as exceções previstas no art. 92, §1º; e
XXI - cláusula que preveja um período antecedente à
expedição da ordem de serviço para verificação de pendências,
liberação de áreas ou adoção de outras providências cabíveis
para a regularidade do início da sua execução, de acordo com
as peculiaridades do seu objeto e do seu regime de execução,
o contrato pode ter.
Alocação de Riscos

Outra importante inovação da Lei 14.133/2021 é a


previsão de matriz de riscos, possibilitando a
alocação objetiva de riscos entre as partes (art. 103),
com a possibilidade de ter um objeto contratual
melhor delimitado para as partes.
A matriz de riscos também é uma das diversas
práticas que estão se difundindo no âmbito das
contratações públicas a partir da experiência de sua
utilização no âmbito das concessões e PPPs.
Alocação de Riscos

“Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais


previstos e presumíveis e prever matriz de alocação de
riscos, alocando-os entre contratante e contratado, mediante
indicação daqueles a serem assumidos pelo setor público ou
pelo setor privado ou daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo
considerará, em compatibilidade com as obrigações e os
encargos atribuídos às partes no contrato, a natureza do
risco, o beneficiário das prestações a que se vincula e a
capacidade de cada setor para melhor gerenciá-lo.
Alocação de Riscos

§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para


fins de projeção dos reflexos de seus custos no valor
estimado da contratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos
supervenientes e deverá ser observada na solução de
eventuais pleitos das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da
matriz de alocação de riscos, será considerado mantido o
equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as partes aos
pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacionados aos
riscos assumidos, exceto no que se refere:
Alocação de Riscos

I – às alterações unilaterais determinadas pela Administração,


nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II – ao aumento ou à redução, por legislação superveniente,
dos tributos diretamente pagos pelo contratado em
decorrência do contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão
ser adotados métodos e padrões usualmente utilizados por
entidades públicas e privadas, e os ministérios e secretarias
supervisores dos órgãos e das entidades da Administração
Pública poderão definir os parâmetros e o detalhamento dos
procedimentos necessários a sua identificação, alocação e
quantificação financeira.”
Alocação de Riscos

As disposições da nova lei sobre a alocação de riscos foram


extremamente precisas e, a meu ver, trouxeram importantes
avanços na adequada compreensão sobre o uso da matriz de
riscos nas licitações públicas.

A contratação de obras é complexa, pois envolve a realização


de um negócio jurídico que têm por objeto empreendimentos
de grande vulto e partes com interesses antagônicos e
incompletos, haja vista que a previsão de forma exaustiva das
diversas situações possíveis é tarefa bem difícil.

Assim, para que a contratação esteja bem delineada é


fundamental que os diversos riscos associados ao
empreendimento sejam elencados e analisados.
Alocação de Riscos

Para isso, a Administração Pública deverá prever e alocar de


todos os riscos identificados no empreendimento,
principalmente nas contratações integradas e semi-
integradas, que têm como objetivo atribuir maior
responsabilidade ao contratado e diminuir os riscos
assumidos pela Administração Pública em atividade que
possa ser melhor desempenhada pela iniciativa privada.

A matriz de riscos é uma das formas de se fazer a análise


dos riscos previstos para o empreendimento, servindo como
diretriz para redação das cláusulas contratuais ou compondo
o próprio contrato como anexo.

Assim, o equilíbrio econômico-financeiro do contrato será


avaliado de forma conjunta com a matriz de riscos.
Alocação de Riscos

Tal instrumento não pode ser utilizado com o fim único de


retirar da Administração responsabilidades, mas sim como
forma de equilibrar as responsabilidades contratuais e
conferir segurança jurídica para ambas as partes.
Dito de outra forma, os critérios para a alocação dos riscos
são bem simples: os riscos devem ser suportados pela parte
que tem as melhores condições para avaliar, controlar e
gerenciar ou a parte com melhor acesso a instrumentos de
cobertura, a maior capacidade para diversificar, ou o menor
custo para suportá-los.
Prerrogativas da Administração

O artigo 104 da nova lei apresenta as seguintes prerrogativas


da Administração na execução dos contratos:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
contratado;
II – extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados
nesta Lei;
III – fiscalizar sua execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total
ou parcial do ajuste;
Prerrogativas da Administração

V – ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar


pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, nas
hipóteses de:

a) risco à prestação de serviços essenciais;

b) necessidade de acautelar apuração administrativa de


faltas contratuais pelo contratado, inclusive após extinção
do contrato.

Em suma, são disposições muito semelhantes às existentes


no art. 58 da Lei 8.666/1993.
A nova lei também estabelece que as cláusulas econômico-
financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
Prerrogativas da Administração
Além das disposições do art. 104, existem outras prerrogativas
da Administração dispersas no texto da nova lei:
➢ prerrogativa da administração para declarar a nulidade
contratual (art. 147);
➢ possibilidade de rescisão unilateral pelo Poder Público,, nos
casos especificados em lei (arts. 137 e139);
➢ no caso de rescisão unilateral do contrato:
✓ reter créditos decorrentes do contrato até o montante dos
prejuízos causados à Administração (art. 139, inciso IV);
Prerrogativas da Administração

✓ assumir o objeto contratado (art. 139, inciso I);


✓ ocupação e utilização do local, das instalações, dos
equipamentos, do material e do pessoal empregados na
execução do contrato e necessários à sua continuidade.
(art. 139, inciso II);
✓ execução da garantia (art. 139, inciso III).
➢aplicação de sanções motivadas pela mora do
contratado ou inexecução total ou parcial do ajuste
(arts. 155 e 156);
➢fiscalização da execução pela administração (art.
117);
Prerrogativas da Administração

➢ não aplicação da regra da “exceção do contrato não


cumprido” contra a Administração, em decorrência de
atrasos no pagamento até determinado prazo ou da
suspensão do ajuste;
Nesse último aspecto, convém salientar que a nova lei
promoveu a redução dos prazos atualmente previstos no art.
78, incisos XIV e XV, da Lei 8.666/1993 (suspensão do
contrato e atrasos no pagamento), de 120 e 90 dias,
respectivamente, para 90 e 60 dias, respectivamente (art. 137,
§2º, incisos II, III e IV).
Execução dos contratos

A Administração terá o dever de explicitamente emitir decisão


sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à
execução dos contratos regidos por esta Lei, ressalvados os
requerimentos manifestamente impertinentes, meramente
protelatórios ou de nenhum interesse para a boa execução do
contrato (art. 123).
Salvo disposição legal ou cláusula contratual que estabeleça
prazo específico, concluída a instrução do requerimento, a
Administração terá o prazo de um mês para decidir, admitida a
prorrogação motivada por igual período.
Alteração dos contratos e preços

O art. 124 da nova lei dispõe sobre as hipóteses de


alteração contratual, trazendo regras semelhantes às
existentes na Lei 8.666/1993. O contrato administrativo
pode ser alterado nos casos previstos no referido
dispositivo, desde que haja justificativa da
Administração.
As alterações contratuais podem ser unilaterais,
quando procedidas pela Administração, ou por acordo
entre as partes (Administração e contratado).
Alteração dos contratos e preços

A alteração unilateral pode ocorrer nas seguintes


situações:
➢ alteração quantitativa: modificação do valor do contrato em
razão de acréscimo ou diminuição nos quantitativos do seu
objeto;
➢ alteração qualitativa: modificação do projeto ou das
especificações para melhor adequação técnica aos seus
objetivos.
As alterações qualitativas não são admitidas para
transfigurar o objeto da licitação (art. 126). Assim não
podem resultar em modificação das características
básicas do objeto ou redução de seus atributos, estando
limitadas a acrescer ou detalhar as especificações
originais.
Alteração dos contratos e preços

A alteração por acordo das partes pode ocorrer nas


seguintes situações:
➢ quando for conveniente substituir a garantia para a execução
do contrato;
➢ quando for necessário modificar:
✓ o regime de execução, pela constatação técnica de que os termos
originais do contrato não se aplicam mais;
✓ a forma de pagamento, por imposição de circunstâncias
supervenientes, devendo ser mantido seu valor inicial atualizado e
vedada a antecipação do pagamento em relação ao cronograma
financeiro fixado sem a correspondente contraprestação de
fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
Alteração dos contratos e preços

✓para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial


do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato
do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou
previsíveis de consequências incalculáveis, que
inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado,
respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de
risco estabelecida no contrato.
✓alteração quantitativa: quando for necessária a supressão
do valor contratual além do percentual de 25% permitido
para alteração unilateral.
Alteração dos contratos e preços
Há uma nova disposição na lei prevendo que, se forem
decorrentes de falhas de projeto, as alterações de
contratos de obras e serviços de engenharia ensejarão
apuração de responsabilidade do responsável técnico
e adoção das providências necessárias para o
ressarcimento dos danos causados à Administração
(art. 124, §1º).
A lei também prevê a reequilíbrio econômico-financeiro
do contrato, nos casos de contratações de obras e
serviços de engenharia, quando a execução for
obstada pelo atraso na conclusão de procedimentos
de desapropriação, desocupação, servidão
administrativa ou licenciamento ambiental, por
circunstâncias alheias ao contratado (art. 124, §2º).
Alteração dos contratos e preços
O art. 127 dispõe sobre a inclusão de itens novos,
estabelecendo que, se o contrato não contemplar
preços unitários para obras ou serviços cujo
aditamento se fizer necessário, esses serão fixados
por meio da aplicação da relação geral entre os
valores da proposta e o do orçamento-base da
Administração sobre os preços referenciais ou de
mercado vigentes na data do aditamento, respeitados
os limites estabelecidos no art. 125 da nova lei.
A inclusão de itens novos só pode ocorrer no âmbito
de alterações qualitativas e a regra acima apresenta
relevante inovação em relação ao disposto no art. 65,
§3º, da Lei 8.666/1993, prevendo a aplicação da
“relação-geral” entre a proposta do licitante e o
orçamento da administração.
Alteração dos contratos e preços
Diversos julgados do TCU, tais como os Acórdãos Plenários
855/2016, 2.622/2013 e 2.699/2019, entendiam que os aditivos
para inclusão de serviços novos (art. 65, § 3º, da Lei
8.666/1993) deveriam observar, no mínimo, o mesmo desconto
inicial do ajuste, ou seja, a mesma diferença percentual entre o
valor global contratado e aquele obtido a partir dos custos
unitários do sistema de referência aplicável.
Assim, a nova disposição do art. 127 acaba por positivar tal
entendimento.
No tocante à manutenção do desconto, o art. 128 estabelece
que, nas contratações de obras e serviços de engenharia, a
diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço
global de referência não poderá ser reduzida em favor do
contratado em decorrência de aditamentos que modifiquem a
planilha orçamentária.
Alteração dos contratos e preços
A regra do art. 128, análoga à existente no art. 14 do Decreto
7.983/2013, visa evitar que o equilíbrio econômico-financeiro
do contrato seja desvirtuado contra a Administração Pública,
em virtude da prática de “jogo de planilha”.
Quanto aos pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro, o
art. 131 prevê que a extinção do contrato não configurará
óbice para o reconhecimento do desequilíbrio econômico-
financeiro, hipótese em que será concedida indenização por
meio de termo indenizatório.
O parágrafo único deste artigo diz que o pedido de
restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro deverá
ser formulado durante a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação no termos do art. 107 da Lei.
Alteração dos contratos e preços
Ocorre que o art. 107 da lei trata apenas dos contratos
de serviços e fornecimentos contínuos, tipo de ajuste em
que a prorrogação representa a novação dos preços e
condições, ensejando a preclusão lógica de eventuais
pleitos de reequilíbrio econômico-financeiro.
No caso dos contratos por escopo, reajustados pela
aplicação de índices gerais ou setoriais, o requerimento
do reajuste por índice pelo contratado não é uma
condição para a fruição do direito.
Assim, o fato de o particular não solicitar o reajuste
previamente à renovação do contrato ou ao seu
encerramento não pode ser equiparado à aceitação dos
preços contratados ou à renúncia tácita ao direito de
reajuste, não se configurando a preclusão lógica neste
caso.
Alteração dos contratos e preços
Os preços contratados serão alterados, para mais ou
para menos, conforme o caso, se houver, após a data
da apresentação da proposta, criação, alteração ou
extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou a
superveniência de disposições legais, com comprovada
repercussão sobre os preços contratados (art. 134).
A formalização do termo aditivo é condição para a
execução, pelo contratado, das prestações
determinadas pela Administração no curso da execução
do contrato, salvo nos casos de justificada necessidade
de antecipação de seus efeitos, sem prejuízo de a
formalização ocorrer no prazo máximo de um mês (art.
132).
Alteração dos contratos e preços
Algumas hipóteses de apostilamento estão expressas no
136, da Lei 14.133/2021, a saber:
a) variação do valor contratual para fazer face ao reajuste
ou repactuação de preços previsto no próprio contrato;
b) atualizações, compensações ou penalizações
financeiras decorrentes das condições de pagamento
previstas em contrato;
c) alterações na razão ou na denominação social do
contratado;
d) empenho de dotações orçamentárias.
O art. 115, §5º, também prevê que, em caso de
paralisação ou suspensão do contrato, o cronograma de
execução será prorrogado automaticamente mediante
simples apostila.
Alteração dos contratos e preços
As contratações integradas e semi-integradas têm
regras mais rígidas para o aditamento, expressas no art.
133, só sendo admitidas nas seguintes situações;
I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro decorrente de caso fortuito ou força maior;
II - por necessidade de alteração do projeto ou das
especificações para melhor adequação técnica aos
objetivos da contratação, a pedido da Administração,
desde que não decorrente de erros ou omissões por
parte do contratado, observados os limites legais (25%
ou 50%);
III – por ocorrência de evento superveniente alocado na
matriz de riscos como de responsabilidade da
Administração; e
Alteração dos contratos e preços
III – por necessidade de alteração do projeto nas
contratações semi-integradas, nos termos do § 5º do
art. 46 da Lei 14.133/2021, a seguir transcrito:
“§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia
autorização da Administração, o projeto básico poderá
ser alterado, desde que demonstrada a superioridade
das inovações propostas pelo contratado em termos de
redução de custos, de aumento da qualidade, de
redução do prazo de execução ou de facilidade de
manutenção ou operação, assumindo o contratado a
responsabilidade integral pelos riscos associados à
alteração do projeto básico.”
Alteração dos contratos e preços
A Lei 14.133/2021 prevê que o valor pactuado inicialmente
entre as partes pode sofrer quatro espécies de alterações:
- atualização monetária em decorrência de atraso no
pagamento, em consonância com o disposto nos arts. 92, V;
- reajuste, previsto nos arts. 6º, LVIII, 25, §8º, I, e 92, V, para
contratos por escopo ou contratos contínuos sem regime de
dedicação exclusiva de mão de obra sem predominância de
mão de obra;
-Repactuação, nos arts. 6º, VLIX, 25, §8º, II, e 135, para os
contratos contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra ou com predominância de mão de obra;
- reequilíbrio econômico-financeiro, consoante dispõe o art.
124, II, “d”.
Alteração dos contratos e preços

Na nova lei, o reajuste dos contratos será modificado


pontualmente com a obrigação de o marco inicial para fins de
reajustamento do ajuste ser contado a partir da data de
elaboração do orçamento estimado, acabando com a
possibilidade de o reajuste ter como termo a quo a data de
apresentação da proposta pela licitante (arts. 24, §7º, e 92,
§3º).
Para dirimir matéria que foi extremamente controvertida no
âmbito da Lei 8.666/1993, o art. 92, §3º, da nova lei,
estabelece que Independentemente do prazo de duração, o
contrato deverá conter cláusula que estabeleça o índice de
reajustamento de preço.
Alteração dos contratos e preços

Assim, não se pode olvidar que mesmo um contrato celebrado


por prazo inferior a um ano deve conter a indispensável
cláusula de reajuste, vedando-se também sistemática até
então amplamente empregada de lavrar contrato com cláusula
afirmando serem irreajustáveis os preços avençados.
A relevante fixação do marco inicial do reajuste para a data de
elaboração do orçamento estimativo da contratação decorreu
de emenda apresentada pela Confederação Nacional da
Indústria durante a tramitação do projeto de lei na Câmara dos
Deputados.
Assim, não se admite mais a fixação da data de apresentação
da proposta como marco inicial do reajuste.
Alteração dos contratos e preços

Embora a nova lei de licitações tenha adotado como marco


inicial do reajustamento a data de elaboração do orçamento-
base, ainda há um conflito com o disposto no art. 3º, §1º, da Lei
10.192/2001, que prevê como marcos iniciais do reajuste nos
contratos administrativos a “data limite para apresentação da
proposta ou do orçamento a que essa se referir”. A boa
técnica legislativa recomendaria a revogação ou alteração
desse dispositivo pela nova lei de licitações.
Alteração dos contratos e preços

Nos contratos de serviços contínuos, observado o interregno


mínimo de um ano, o critério de reajustamento de preços será
por (art. 92, §4º):
I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime
de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de
mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou
setoriais;
II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva
de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante
demonstração analítica da variação dos custos.
As disposições acima são semelhantes aos parâmetros
atualmente empregados pelo Decreto 9.507/2018, com a
diferença ao uso da repactuação também para os serviços com
“predominância de mão de obra”.
Alteração dos contratos e preços

O § 6º do art. 92 disciplinou que, nos contratos para serviços


contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,
o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços
será preferencialmente de 1 (um) mês, contado da data do
fornecimento da documentação prevista no § 6º do art. 135.
Observa-se que a lei usa a expressão “predominância de mão
de obra”, sem definir o termo como fez com os contratos em
regime de dedicação exclusiva de mão de obra.
Alteração dos contratos e preços

Assim, se por um lado não há dúvidas de que serviços como


copeiragem, limpeza e vigilância costumam envolver o regime
de dedicação exclusiva de mão de obra, por estipularem a
presença de certo número de postos de trabalho no órgão
contratante, outros serviços podem ensejar dúvida ao agentes
públicos.
É o caso de serviços de suporte à informática, manutenção de
ar condicionado ou manutenção predial, que podem ser
medidos por outras métricas, envolvendo produtos entregues,
níveis de desempenho ou serviços efetivamente prestados.
Tais objetos, em certas situações, podem possuir
predominância de mão de obra, mas não poderão ser objeto de
reajustamento em sentido estrito, sendo exigível o processo de
repactuação, nos termos da nova lei.
Alteração dos contratos e preços

Ainda sobre a repactuação, o art. 135 da nova lei apresenta


várias disposições análogas às existentes na IN 5/2017:
“Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com
regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com
predominância de mão de obra serão repactuados para
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, mediante
demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com
data vinculada:
I – à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do
mercado;
II – ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao
qual a proposta esteja vinculada, para os custos de mão de
obra.
Alteração dos contratos e preços

§ 1º A Administração não se vinculará às disposições contidas


em acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que
tratem de matéria não trabalhista, de pagamento de
participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados do
contratado, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei,
como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou
previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às
disposições previstas nos acordos, convenções ou dissídios
coletivos de trabalho que tratem de obrigações e direitos que
somente se aplicam aos contratos com a Administração
Pública.
Alteração dos contratos e preços

§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1


(um) ano, contado da data da apresentação da proposta ou da
data da última repactuação.
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas
quanto forem necessárias, observado o princípio da anualidade
do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada
em momentos distintos para discutir a variação de custos que
tenham sua anualidade resultante em datas diferenciadas,
como os decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos
insumos necessários à execução dos serviços.
Alteração dos contratos e preços

§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria


profissional, a repactuação a que se refere o inciso II do caput
deste artigo poderá ser dividida em tantos quanto forem os
acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho das
categorias envolvidas na contratação.
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contratado,
acompanhada de demonstração analítica da variação dos
custos, por meio de apresentação da planilha de custos e
formação de preços, ou do novo acordo, convenção ou
sentença normativa que fundamenta a repactuação.
A prorrogação do contrato pode
implicar em reequilíbrio
econômico-financeiro?

Em caso de prorrogação do prazo


de execução, devem ser aceitos
acréscimos relativos à
administração local e manutenção
do canteiro? 255
Prorrogação
Pagamentos indevidos

- Os gastos com administração local de obras devem constar na


planilha orçamentária da respectiva obra como custo direto, assim
como despesas de mobilização/desmobilização e de instalação e
manutenção de canteiro (Acórdãos plenários 325/2007, 2369/2011 e
2622/2013).

- Como motivos para tal orientação podem ser citados: a apresentação


do detalhamento dos valores orçados, proporcionando parâmetros
para eventuais aditivos contratuais; e a possibilidade de evitar aditivos
com remuneração dessas rubricas, sem que os serviços aditados
necessariamente justifiquem acréscimos desses serviços
Prorrogação
Pagamentos indevidos
• 9.3.2. oriente os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
a:

• 9.3.2.2. estabelecer, nos editais de licitação, critério objetivo de


medição para a administração local, estipulando pagamentos
proporcionais à execução financeira da obra, abstendo-se de utilizar
critério de pagamento para esse item como um valor mensal fixo,
evitando-se, assim, desembolsos indevidos de administração local em
virtude de atrasos ou de prorrogações injustificadas do prazo de
execução contratual, com fundamento no art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal e no arts. 55, inciso III, e 92, da Lei n. 8.666/1993;

Acórdão 2622/2013-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos
• Trecho do Voto:

• Sobre o pagamento irregular decorrente de sucessivas dilações de


prazo para a construção, o assunto merece ponderações. A questão é
recorrente nos contratos para execução de obras públicas.

• Em uma visão geral, constatada a impossibilidade de término da obra


no tempo avençado, deve-se proceder, obrigatoriamente, uma
avaliação objetiva das razões do atraso. Existem, por lógica, três
situações possíveis: a mora ocorreu por razões alheias a qualquer das
partes; por culpa da contratada; ou por atos e omissões da própria
Administração.

Acórdão 3443/2012-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos
• Trecho do Voto (cont.):

• No último caso – o da concorrência do órgão contratante –, o aditivo é


devido, como também eventuais consequências pecuniárias
decorrentes do atraso, como os gastos com administração local e
manutenção do canteiro. Eventual apuração de responsabilidades dos
gestores é cabível, principalmente quando a dilação for consequência
de negligência, imperícia ou imprudência dos gestores. Igualmente, se
a dilação for advinda de fatos imprevisíveis, ou previsíveis de
consequências incalculáveis, sob a luz da teoria da imprevisão, a
alteração do contrato faz-se devida.

Acórdão 3443/2012-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos
• Trecho do Voto (cont.):

• Outro caso são os atrasos ocorridos unicamente em decorrência da


incapacidade da contratada em cumprir o prazo ajustado. Mesmo
quando a má avaliação provenha do projeto – e isso é recorrente –, se
não existir modificação do cenário inicialmente pactuado, a empresa
não faz jus à revisão do valor contratado; e nem, imediatamente, à
dilação do prazo. O fato não encontra enquadramento nos ditames do
art. 65 da Lei 8.666/93. Não houve situação imprevista ou agressão às
das condições primeiramente avençadas que motivem a
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Acórdão 3443/2012-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos
• Trecho do Voto (cont.):

• Ademais, aquele prazo inicialmente previsto era exigência uniforme a


todas as licitantes, que estimaram equipamentos e mão de obra para
formarem seus preços. O relaxamento desta obrigação, portanto, é
altamente anti-isonômica.

• Nessas situações, portanto, a Administração poderia, sim, recompor o


prazo; mas não sem antes aplicar as multas contratuais pelo
adimplemento das obrigações avençadas. E jamais recomporia o valor
do empreendimento em razão dos custos aumentados com
administração e canteiro.

Acórdão 3443/2012-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos
•93. Embora no caso em discussão a rubrica de
gerenciamento do projeto estivesse inclusa na planilha
orçamentária, tal como preconizado pela jurisprudência do
TCU, a Infraero e o consórcio entenderam que a elevação do
item deveria seguir a proporção existente entre o valor total
aditivado e o valor global contratado. Ocorre que tal medida
confere tratamento análogo à indesejável situação de inclusão
da administração local no BDI, cuja a jurisprudência do TCU
se consolidou no sentido de evitar.
• 94. Do ponto de vista da engenharia de custos é relativamente
simples demonstrar que inexiste a alegada proporção. (...)

Acórdão 2591/2017-Plenário
Prorrogação
Pagamentos indevidos

•97. Não afasto por completo a possibilidade de incremento no


gerenciamento do projeto em virtude de prorrogações de prazo
ocasionadas pela própria Administração ou por alterações de
escopo unilateralmente impostas ao particular pelo Poder
Público. Enfatizo apenas que tal aumento deveria se dar a partir
de parâmetros objetivamente avaliados, balizados nas
quantidades, salários e prazos de permanência dos
profissionais integrantes da equipe de projeto, antes e após o
aditamento contratual.
•98. As partes não apresentaram eventuais incrementos na
equipe de gerenciamento do projeto que porventura tenham
sido necessários para abarcar as alterações contratuais
verificadas, o que implica na irregularidade desta parcela de
aditamento.

Acórdão 2591/2017-Plenário
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
Quanto à outra parcela de débito observada no primeiro termo de
aditamento contratual, no valor de R$ 374.778,06, acompanharei o exame
procedido pela Secex-PA, adotando-o como razões de decidir, sem
prejuízo de tecer algumas considerações adicionais
Com efeito, as manifestações de defesa apresentadas pelos responsáveis
citados por essa parte do dano ao erário não elidiram a irregularidade. O
débito de R$ 374.778,06 é referente a pagamentos indevidos a título de
compensação por paralisações, podendo ser decomposto nos seguintes
fatores:
a) paralisação da equipe de trabalho, durante 48 dias, em face das
operações de carga e descarga de combustíveis, no valor de R$
112.577,28;
b) paralisação da Administração da Obra, durante 1,84 meses, em face
das operações de carga e descarga de combustíveis, no valor de R$
165.651,26;
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
c) paralisação do equipamento Menck MR-100, durante 8 dias, em face das
operações de descarga de gás, no valor de R$ 96.549,52.
Consoante exposto no relatório que fundamenta esta deliberação, o perito
judicial concluiu que o pagamento indenizatório das paralisações seria
improcedente, visto que haveria duplicidade com o valor provisionado pela
Probase, no percentual de 9,7% do valor orçado, para custear eventuais
prejuízos com paralisações de serviços, conforme consta expediente da
empresa endereçado à comissão de licitação para justificar o preço
ofertado na Concorrência 1/2004.
Para melhor compreensão dos fatos, é indispensável reproduzir o trecho de
interesse do referido ofício (grifos acrescidos) :
“ (...)2) Uma vez atualizado o valor do orçamento da CDP para o mesmo
mês do orçamento da Probase, pode-se então compará-lo com o valor
ofertado por nossa empresa.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
A diferença entre esses dois valores é de 9,70 % a qual, apesar de não ser
exagerada, deve merecer uma explicação, o que fazemos a seguir:
O Terminal Petroquímico de Miramar opera tanto em seu Pier 1 como no
Pier 2, com diversos tipos de produtos, tais como gasolina automotiva,
gasolina de aviação, querosene comum, querosene de aviação, gás
liquefeito de petróleo, óleo diesel, óleo combustível, álcool anidro.
Trata-se então de área de periculosidade, onde devem ser obedecidas
rigorosamente as normas de segurança.
Ocorre que o Píer 1, objeto da recuperação estrutural pretendida, foi
construído há mais de 50 anos, tendo sofrido todo tipo de intempéries ao
longo dessas décadas, além de choques de embarcações. Por tudo isso,
seu estado geral é hoje bastante precário, exigindo extremo cuidado nos
trabalhos de recuperação a serem nele efetivados sob pena de, numa
operação mais precipitada, causar-lhe dano irreparável de sérias
conseqüências.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
Não bastasse tudo isso, a recuperação se dará em estacas e regiões da
estrutura junto ao nível d’água, exigindo freqüentes interrupções devido às
oscilações da maré, que em Belém tem amplitude de 4,0 m, uma das mais
altas do Brasil.
Finalmente há que se considerar a freqüência de atracação de navios naquele
Terminal, onde as normas de segurança impedem a execução de serviços nas
proximidades do descarregamento de combustíveis enquanto durar essa
operação.
Todas essas circunstâncias, causadoras de uma produtividade muito baixa na
execução dos serviços, tiveram que ser consideradas na orçamentação de
nossa proposta.”
Assim, entendo de forma diversa ao MP/TCU, pois o teor do expediente acima
demonstra que a empresa ofertou proposta com o total conhecimento da
situação em que seriam prestados os serviços. A sociedade empresária
aparentemente estava ciente da necessidade de interromper os serviços
devido à atracação de embarcações e por conta da alteração do nível da maré.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
Ademais, o percentual provisionado de 9,7% é bem elevado. Ainda que se
alegue que esteja aquém da razão de 26,67% entre o total de dias
supostamente paralisados (48 dias) e o prazo inicial de execução da obra (180
dias) , observo que não há uma relação diretamente proporcional entre o custo
total da obra e o seu prazo de execução. Existem diversos custos da obra, tais
como gastos com materiais de construção diversos, que independem do prazo
de execução.
A título de exemplo, a prorrogação de um contrato aumentando o prazo em
25% por culpa exclusiva da administração não ensejaria indenização de 25%
do valor do total do ajuste para o contratado, visto que parcela relevante do
contrato é composta pelo fornecimento de materiais de construção e que os
equipamentos mobilizados não são indenizados pelos seus custos operativos,
os quais contemplam gastos com combustíveis, lubrificantes e manutenção.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
É exatamente tal situação que se observa, visto que o valor acrescido ao
contrato por conta das supostas paralisações, R$ 374.778,06, representa
11,42% do valor total proposto pela empresa, percentual da mesma ordem de
grandeza da contingência inicial de 9,7% apresentada pela Probase.
Concluo, portanto, que não havia imprevisibilidade das paralisações que
justificasse o aditamento contratual. Tampouco, vislumbro a ocorrência de fato
da administração, assim definido como uma ação ou omissão do Poder
Público, especificamente relacionada ao contrato, que impeça ou retarde sua
execução. Ainda que houvesse fato da administração, o valor a ser indenizado
para a empresa deveria ser baseado em robusta comprovação dos prejuízos
sofridos pela construtora.
Como enfatizado pela Secex-PA, os gestores da CDP, à época, simplesmente
pagaram por “paralisações” sem aferição e sem respaldo em documentos que
comprovem essas suspensões e autorizações de reinício da execução das
obras/serviços do Píer 1 do Terminal Petroquímico de Miramar.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 2.917/2018-Plenário:
O valor indenizado para o bate estaca Menck MR-100 previu elevado valor
diário (R$ 12.068,69) muito superior ao custo indicado na composição de custo
3.1.1 elaborada pela própria Probase (R$ 2.008,80/dia) . Mesmo que estivesse
comprovada a necessidade de indenizar a improdutividade do aludido
equipamento, o valor justo a ser pago certamente deveria ser inferior ao valor
constante da proposta da Probase, o qual contempla gastos operativos do
equipamento (combustível, manutenção etc.) . Semelhante linha de raciocínio
se aplica aos valores indenizados de paralisação da equipe de trabalho e
paralisação da administração da obra, não havendo comprovação de que a
empresa incorreu em tais gastos. Ao contrário, existem robustos indícios de
que a administração local da obra estava superestimada.
Com base nessas considerações, rejeito as alegações de defesa da empresa
Probase e dos Srs. [ ], então diretor presidente da CDP, e [ ], na condição de
gerente de infraestrutura da Companhia, pois não foram capazes de elidir a
conduta ilícita de celebrar o primeiro termo aditivo ao Contrato 44/2004 para
ressarcimento dos custos com paralisações.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 508/2018-Plenário:
Dessa forma entendo que, havendo enfraquecimento do ritmo das obras ou
sua paralisação total, ainda que imprevistos, a Valec teria que adotar
providências visando a alteração unilateral quantitativa do objeto com vistas a
suprimir postos de trabalho, com base no art. 65, inciso I, alínea “b”, da Lei
8.666/1993, ou, ainda, buscar repactuar a forma de pagamento avençada (art.
65, inciso II, alínea “c”, da mesma lei) , de forma a manter o equilíbrio
econômico-financeiro do ajuste para diminuir ou suprimir a remuneração da
contratada, de acordo com a mão de obra mínima necessária para prestação
dos serviços.
Alternativamente, a gestão da Valec poderia determinar a interrupção da
execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no
interesse da Administração, nos termos estatuídos no art. 57, §1º, inciso III, da
Lei 8.666/1993, desde que a suspensão dos serviços não ultrapassasse os 120
dias estabelecidos no inciso XIV do artigo 78 da mesma lei. Caso necessária a
paralisação dos serviços por período superior aos citados 120 dias, esta
poderia ser avençada por mútuo acordo entre as partes.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 508/2018-Plenário:
Em caráter preliminar, considero que a simples prorrogação do prazo
contratual não implicaria obrigatoriamente na necessidade de elevar os valores
acordados, pois a empresa contratada para supervisionar a obra poderia ter se
desmobilizado ou reduzido sua equipe, em virtude do atraso observado nas
obras do lote 5S da Ferrovia Norte-Sul.
Tal providência não foi efetivada no empreendimento em apreciação. Ao
contrário, foi observado no relatório de auditoria a ausência de correlação entre
a evolução da obra e os correspondentes serviços de supervisão, conforme o
gráfico elaborado pela equipe de fiscalização que relaciona as medições de
ambos os ajustes: (...)
Como consequência, é forçoso concluir que houve a prática de atos
antieconômicos no âmbito da gestão contratual e das prorrogações realizadas
no Contrato 90/2010, em razão da improdutividade da equipe de supervisão e
dos demais recursos alocados, o que enseja a constituição de processo de
tomada de contas especial e a consequente citação dos responsáveis.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 508/2018-Plenário:
Quanto ao valor do débito, julgo adequado partir da premissa de que a
proporção de 4,19% entre o valor inicialmente avençado do contrato de
supervisão (R$ 18.175.221,67) e o valor inicial do contrato de execução da
obra (R$ 433.993.842,40 - Contrato 68/2010) deveria ter sido preservada. Ou
seja, todos os aditamentos e pagamentos realizados no bojo do Contrato
90/2010 que superaram a referida proporção, caso fosse calculada em relação
ao valor final ao Contrato 68/2010, deveriam ser incluídos no débito de
responsabilidade exclusiva dos gestores da Valec.
Em valores históricos, o Contrato 68/2010 foi elevado para R$ 540.824.417,60
após a celebração dos termos de aditamento. Assim, admitir-se-ia incremento
de igual proporção no contrato de supervisão, cujo valor final deveria restar
limitado a R$ 22.649.177,74. Como o Contrato 90/2010 foi elevado para R$
64.369.093,61 (sem reajuste) , que representa uma razão de 11,90% relação
ao valor final do contrato da obra, o quantum debeatur, em valores originais,
seria de R$ 41.719.915,87. Trata-se de apuração do débito por estimativa,
prevista no art. 210, §1º, inciso II, do Regimento Interno do TCU.
Superfaturamento pela prorrogação
Injustificada do prazo contratual
•Acórdão 508/2018-Plenário:
Com o intuito de evitar ocorrências do gênero em futuros contratos de
supervisão, fiscalização e gerenciamento de obras, proponho determinar à
Valec que faça inserir cláusula contratual ou elemento na matriz de riscos
prevista no inciso X do art. 42 da Lei 13.303/2016, prevendo a diminuição
ou supressão da remuneração da contratada, nos casos, ainda que
imprevistos, de enfraquecimento do ritmo das obras ou de paralisação
total, de forma a se manter o equilíbrio econômico-financeiro dos referidos
contratos durante todo o período de execução do empreendimento.
Prorrogação
Condições para ressarcimento de despesas
- Comprovação da realização das despesas.
- Demonstração da existência de fato da administração (ação ou
omissão do Poder Público, relacionada ao contrato, que impede ou
retarda sua execução).
- Quebra do equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
caracterizado, entre outros fatores, pela alteração das condições
inicialmente pactuadas e pela assunção de ônus insuportável à
execução contratual por uma das partes. Por exemplo, que o encargo
adicional a ser suportado pela contratada deve ser superior aos
valores das rubricas “lucro”, “riscos” ou “contingências” declaradas na
composição do BDI.
- Que o eventual desequilíbrio econômico-financeiro não seja
compensado por ganhos/economias obtidas na execução de outros
serviços. A avaliação da equidade do contrato deve ser resultado de
um exame global da avença, haja vista que outros itens podem ter
passado por diminuições de preço.
Prorrogação
Condições para ressarcimento de despesas
• 9.2 assinar prazo de 30 dias para que a Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária, com fulcro no art. 71, inciso IX, da
Constituição Federal c/c art. 45 da Lei 8.443/1992, adote as
medidas necessárias para exigir da empresa RTA - Engenharia
e Construções Ltda., contratada por meio do TC 029-
PS/2011/0002, a devolução dos valores recebidos
indevidamente a título de “administração local da obra” e
“operação e manutenção do canteiro de obra”, que
superaram os originalmente contratados, por não estarem
demonstrados os pressupostos previstos no art. 65, inciso
II, alínea “d”, da Lei 8.666/93;

Acórdão 178/2019-Plenário
Prorrogação
Condições para ressarcimento de despesas
• 9.4. dar ciência à Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária que:
(...)
• 9.4.3. nos casos em que o contrato for prorrogado, a mera
variação no prazo de execução dos serviços não é suficiente
para determinar a realização do reequilíbrio econômico-
financeiro do contrato, sendo essencial a presença simultânea
dos seguintes pressupostos para justificar a majoração dos itens
“administração local” e “manutenção e operação do canteiro de
obras”:
• 9.4.3.1. que o atraso na execução do contrato decorra de
fatores alheios à atuação da contratada;

Acórdão 178/2019-Plenário
Prorrogação
Condições para ressarcimento de despesas
• 9.4.3.2. que os valores a serem acrescidos representem custos
efetivamente incorridos pelo contratado e sejam regularmente
comprovados por documentação fiscal idônea, atestada pela
fiscalização do contrato;
• 9.4.3.3. que os acréscimos pleiteados nos itens “administração
local” e “manutenção e operação do canteiro de obras” não
sejam compensados por outros serviços em que a contratada
teve ganhos e/ou economias, bem como com os valores
declarados como risco, contingência ou imprevistos no BDI da
licitante, devendo a avaliação da equidade do contrato resultar
de um exame global da avença;
• 9.4.3.4. que os demais pressupostos previstos no art. 65, II, “d”,
da Lei 8.666/93 sejam observados;

Acórdão 178/2019-Plenário
Reajustamento Contratual
O problema da correção do orçamento
por índices
Variação acumulada
do INCC maio/2015
a fev/2016: 5,03%

Variação do serviço
90086: 5,06% OK

280
O problema da correção do orçamento por
índices
Problema:
Variação acumulada do INCC maio/2015 a fev/2016: 5,03%
Variação do serviço 73963/044: - 51,2%

281
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?
▪ Como visto, mesmo que em curtos períodos, o uso de
índices para atualizar o orçamento pode causar grandes
distorções nos preços unitários e global.
▪ Assim, ou se atualiza todo o orçamento novamente,
utilizando os relatórios do Sinapi da nova data-base e
obtendo cotações de preços atualizadas junto aos
fornecedores (o que é bem trabalhoso)...
▪ Ou mantém-se o orçamento com os seus preços e data-base
originais, ainda que defasados.
▪ Apenas para efeito de critério de aceitabilidade de preços
unitário e global pode-se aplicar índices sobre os valores
orçados para verificar se as propostas das licitantes estão
adequadas.
282
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?
▪ Ver o método do edital de Concorrência
014/DALC/SBFL/2008 da Infraero a seguir:
“6.7. O orçamento global estimado para o objeto da
licitação é de R$ 114.568.141,60 (...), referidos a data-base
de Janeiro de 2008;
6.7.1 para fins de atualização dos valores do orçamento de
referência para a data da apresentação das propostas
serão observados os critérios estabelecidos no item
Reajuste de Preços. constante da minuta do Contrato
Anexo V deste Edital;
(...)
6.7.2 o valor máximo que a INFRAERO admite pagar para a
execução dos serviços objeto desta licitação, é o global
estimado no subitem 6.7 devidamente corrigido na forma
presente no subitem 6.7.1; 283
Então, como tratar o problema da defasagem dos
preços entre a data-base do orçamento e a data da
licitação?

284
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
2. A empresa representante se insurgiu contra os seguintes aspectos no
certame em tela:
a) defasagem entre a data-base do orçamento estimado (janeiro de 2016)
e a data do reajuste, o qual ocorreria após um ano a contar da entrega
da proposta (13/9/2016), o que supostamente resultaria em prejuízo aos
licitantes e ensejaria desequilíbrio contratual, uma vez que o interregno
entre as referidas datas seria de oito meses;
(...)
9. .... No entender da empresa representante, tal defasagem teoricamente
não traria qualquer problema caso a data-base para efeitos de
reajustamento contratual também fosse referenciada a janeiro/2016. Ocorre
que a cláusula 15.1 do edital previu como marco inicial para a realização do
reajuste a data da entrega da proposta, e não a data do orçamento de
referência elaborado pela Administração. Assim, de fato, verificou-se
considerável defasagem, de nove meses, entre o orçamento estimado e a
abertura das propostas.
285
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
14. ...o transcurso de muito tempo entre a data de elaboração do orçamento
estimativo da licitação e a data de abertura das propostas é um problema
recorrente na licitação de obras públicas.
15. Primeiramente, é forçoso reconhecer que não existe um prazo ou
período máximo que esteja positivado na Lei de Licitações e Contratos
limitando a defasagem temporal entre a data de elaboração do orçamento
estimativo da contratação e a data de divulgação da licitação ou de abertura
das propostas.
16. De acordo com o art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, os preços da
proposta vencedora deverão estar de acordo com aqueles praticados pelo
mercado. Desse modo, antes da realização de qualquer procedimento
licitatório cabe ao gestor público realizar pesquisa de mercado com a
finalidade de elaborar orçamento, o qual será utilizado para se definir a
modalidade de licitação, bem como proceder à necessária adequação
orçamentária da despesa.
286
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
17. Além disso, o aludido orçamento estimativo servirá como parâmetro de
controle da exequibilidade e economicidade das propostas, constituindo-se
instrumento essencial e obrigatório para que a comissão de licitação e a
autoridade superior - que homologa o procedimento licitatório - verifiquem a
pertinência dos preços contratados com aqueles praticados pelo mercado.
18. Embora não seja aplicável à confecção do orçamento estimativo de obras
públicas, a Instrução Normativa SLTI/MPOG 5/2014, que dispõe sobre os
procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de
preços para a aquisição de bens e contratação de serviços em geral, pode ser
aplicada por analogia. O citado normativo estabelece que, para serem
utilizadas como fonte de pesquisa de preços, as contratações similares de
outros entes públicos devem estar vigentes ou terem sido concluídos nos 180
dias anteriores à data da pesquisa de preços. A referida IN ainda dispõe que
no caso da pesquisa com fornecedores somente serão admitidos os preços
cujas datas não se diferenciem em mais de 180 dias.
19. Esse prazo de seis meses também já havia sido utilizado em alguns
julgados desta Corte de Contas, a exemplo do Acórdão 3.516/2007-1ª
Câmara, ..., e do Acórdão 1.462/2010-Plenário, o qual apreciou situação287

semelhante à tratada nos autos. ...


Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
20. Considerando que o interregno de seis meses entre a elaboração do
orçamento e a abertura do certame seja aceitável para a licitação de obras
públicas, cabe perquirir quais os procedimentos exigíveis quando tal prazo
fosse ultrapassado e a estimativa de custos se tornasse desatualizada.
Obviamente, o procedimento desejável seria realizar a atualização do
orçamento estimativo com base nos últimos relatórios do Sinapi disponíveis e
proceder a nova cotação com fornecedores e/ou prestadores de serviços, nos
casos em que os serviços/insumos a serem orçados não fossem abrangidos
pela referida tabela de custos. Outras fontes referenciais de preços, como
publicações técnicas especializadas, contratações realizadas por outros entes
públicos, sistemas referenciais de custos mantidos pelas esferas estadual e
municipal também poderiam ser consultadas no processo de atualização do
orçamento, conforme previsão constante do art. 6º do Decreto 7.983/2013.
21. Todavia, não se pode olvidar que tal procedimento pode ser bastante
árduo e trabalhoso, notadamente em obras de grande vulto e complexidade
como o caso ora avaliado, cuja planilha orçamentária é composta por
centenas de serviços distintos. 288
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
22. Sopesando os problemas advindos da falta de atualização do orçamento e
o ônus de realizar nova pesquisa de mercado, parece-me adequada uma
terceira opção, aventada pela peça inicial da empresa representante, pois o
problema seria mitigado caso a data-base para efeitos de reajustamento
contratual fosse referenciada à data de elaboração do orçamento estimativo
da contratação, e não à data da entrega da proposta – critério utilizado no
edital do MPOG.
23. Enfatizo que não há nenhuma ilegalidade no critério de reajuste previsto
na Concorrência nº 2/2015, que se encontra integralmente aderente ao
disposto nas Leis 8.666/1993 e 10.192/2001:
“Art. 40. O edital conterá ...
(...)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data
prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que289essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;”
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?
Acórdão 19/2017-Plenário:
“Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo com
as disposições desta Lei, ...
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será
contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir”.
24. Como se vê, o gestor público pode adotar discricionariamente dois marcos
iniciais distintos para efeito de reajustamento dos contratos: (i) a data limite
para apresentação da proposta; e (ii) a data do orçamento. Ocorre que o
segundo critério se mostra mais robusto, pois reduz os problemas advindos
de orçamento desatualizados em virtude do transcurso de vários meses entre
a data-base da estimativa de custos e a data de abertura das propostas.
25. Por esse motivo, entendo pertinente recomendar ao MPOG que, em
futuras licitações de obras públicas, quando se demonstrar
demasiadamente complexa a atualização da estimativa orçamentária da
contratação, adote como marco inicial para efeito de reajustamento
contratual a data-base de elaboração da planilha orçamentária. 290
Então, como tratar o problema da defasagem dos preços
entre a data-base do orçamento e a data da licitação?

Data da Data da Data


Data do Data do
Publicação do Apresentação Assinatura do
Orçamento Primeiro
Edital da Proposta Contrato
(mar/2016) Reajuste (???)
(maio/2016) (ago/2016) (out/2016)

291
Reajuste de preços
A Lei nº 10.192, de 14/2/2001, admite, para reajustar
os contratos, a utilização de índices de preços
gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos
custos de produção ou dos insumos utilizados.
Para sua aplicação, exige-se o interregno mínimo de
um ano, a contar da data de apresentação da
proposta ou do orçamento a que se referir a proposta
ou da data do último reajustamento.
Reajuste de preços

A ausência de previsão contratual da possibilidade


de reajuste dos valores contratados afasta a sua
concessão?
O direito à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato tem raiz constitucional (art. 37,
XXI), não deriva de cláusula contratual ou de
disposição editalícia.
Assim, a ausência de previsão contratual não afasta a
possibilidade de concessão do reajuste, caso devido,
na forma prevista na legislação pertinente.
Reajuste – Edital de Licitação

▪ Art. 40 da Lei de Licitações:


XI - critério de reajuste, que deverá retratar a
variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou
setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a
que essa proposta se referir, até a data do
adimplemento de cada parcela;
▪ Não confundir Reajuste com Revisão. São dois
institutos jurídicos distintos.
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata


esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos
contratos e as disposições de direito privado.
Cláusulas do Contrato - Lei 8.666/93

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as


que estabeleçam:
(...)
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
data-base e periodicidade do reajustamento de preços,
os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
Reajuste - Apostilamento

▪ Art. 65 da Lei de Licitações:

§ 8º A variação do valor contratual para fazer


face ao reajuste de preços previsto no
próprio contrato, as atualizações,
compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele
previstas, bem como o empenho de dotações
orçamentárias suplementares até o limite do
seu valor corrigido, não caracterizam alteração
do mesmo, podendo ser registrados por
simples apostila, dispensando a celebração
de aditamento.
Reajuste
▪Lei nº 10.192, de 14 de fevereiro de 2001 - Dispõe sobre medidas
complementares ao Plano Real e dá outras providencias:

Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de


preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos
insumos utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
§ 2º Em caso de revisão contratual, o termo inicial do período de correção
monetária ou reajuste, ou de nova revisão, será a data em que a anterior revisão
tiver ocorrido.
(...)
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração Pública
direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, serão
reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, e, no
que com ela não conflitarem, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo será contada
a partir da data limite para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa se
referir.
Cálculo do Reajuste com Índice Unitário

Os preços permanecerão válidos pelo período de um ano. Após este


prazo, os preços serão reajustados, aplicando-se a seguinte fórmula:

R = V.[(Ii-Io)/Io]

onde:

R = o valor do reajustamento procurado;


V = o valor contratual a ser reajustado;
Ii = o índice correspondente ao mês do reajuste;
Io = o índice inicial correspondente ao mês de apresentação da
proposta.
Cálculo do Reajuste com Índice Unitário

Exemplo:

▪ Preço global da obra: R$ 8.000.000,00


▪ Prazo contratual: 28 meses
▪ Data do orçamento: setembro de 2005
▪ Soma dos pagamentos realizados nos primeiros doze meses
contados a partir da data do orçamento: R$ 5.000.000,00
▪ Parcelas a pagar, após 12 meses contados a partir da data do
orçamento:
▪ R$ 1.000.000,00 em novembro de 2006;
▪ R$ 800.000,00 em fevereiro de 2007;
▪ R$ 1.200.000,00 em janeiro de 2008.
Cálculo do Reajuste com Índice Unitário
Vamos calcular os reajustes da obra:

1) Datas-marco e valores de indicadores econômicos a adotar no


cálculo:
Io = INCC – setembro/2005: 324,164
I1 = INCC – setembro/2006: 340,670
I2 = INCC – setembro/2007: 359,276

2) Cálculo do Reajuste (R1) da parcela de R$ 1.000.000,00, a ser paga


em novembro de 2006:

IR1 = (INCCset-2006 – INCCset-2005)/INCCset-2005


IR1 = ( 340,670 – 324,164)/324,164 = 0,050
R1 = V x IR
R1 = 1.000.000 x 0,050 = R$ 50.000,00
Parcela reajustada: 1.000.000 + 50.000 = R$ 1.050.000,00
Cálculo do Reajuste com Índice Unitário
3) Cálculo do reajuste (R2) da parcela de R$ 800.000,00, a ser paga em
fevereiro de 2007:
A data do pagamento desta parcela não ocorre depois de doze meses a
partir da data do primeiro reajuste, portanto, o seu IR será o mesmo R1.
IR1 = 0,050
R2 = V x IR1
R2 = 800.000 x 0,050 = R$ 40.000,00
Parcela reajustada: 800.000 + 40.000 = R$ 840.000,00
Cálculo do Reajuste com Índice Unitário
4) Cálculo do reajuste (R3) da parcela de R$ 1.200.000,00, a ser paga em
janeiro de 2008:

A data do pagamento desta parcela ocorre depois de doze meses a partir


da data do primeiro reajuste, portanto, o seu IR será:

IR2 = (INCCset-2007 – INCCset-2005)/INCCset-2005


IR2 = ( 359,276 – 324,164)/324,164 = 0,108

E o seu R será:
R3 = V x IR2
R3 = 1.200.000 x 0,108 = R$ 129.600,00

Parcela reajustada: 1.200.000,00 + 129.600 = R$ 1.329.600,00.


Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices
▪ As obras públicas variam bastante quanto à natureza dos serviços
contratados. Por exemplo, uma construção de rodovia de pavimento
flexível possui preponderância de serviços de terraplenagem e de
materiais betuminosos. Já a construção de uma adutora pode ser
intensiva em material de ferro fundido.
▪ Portanto, apesar do fato de que em alguns casos, citando exemplo
de obras de edificações, a utilização de um índice geral de variação
de preços ser adequada, a utilização generalizada desse mesmo
índice para todos os tipos de obras raramente resultará em uma
aproximação razoável da variação real, tendo em vista que os
insumos não possuem variação de preços linear.
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices
▪ Para ilustrar a distorção decorrente utilização de índice geral de
variação de preços, considere a situação hipotética de uma obra
para construção de uma adutora cujos serviços a serem executados
possuem os seguintes percentuais de participação no preço global:
% de
Índices Setoriais da Fundação participação Mai/2008 a
Valores
Getúlio Vargas - FGV no preço Mai/2009
global
Índice de Custo de Edificações - Total
- Média Geral 1,8% 8,9757% 687.772,29
Índice de Obras Hidrelétricas -
Equipamentos Nacionais 18,7% 5,1239% 7.306.182,22
Índice de Obras Hidrelétricas -
Produtos de Ferro Fundido 65,1% 7,6685% 25.417.831,38
Índice de Obras Hidrelétricas -
6,5016% 1.861.956,42
Escavação em Rocha a Céu Aberto 4,8%
Índice de Obras Hidrelétricas -
Concreto Armado 4,6% 10,6838% 1.799.988,13
Índice de Obras Hidrelétricas -
Escavação Comum 4,1% 3,9807% 1.616.614,98
Índice de Obras Rodoviárias -
Pavimentação 0,9% 7,6818% 345.319,46
Valor original do contrato (Preço 39.035.664,88
Global)
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices
▪ Dos valores apresentados calcula-se uma média
ponderada de 7,15% de variação entre maio/2008 e
maio/2009. Utilizando-se o INCC-M resultaria numa
variação de 8,98%. Ou seja, 1,83% maior. Nesse caso, a
diferença representa R$ 714.352,67.
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices

Exemplo:

O presente contrato tem por objeto a execução


das obras e serviços relativos aos sistemas de
esgotamento sanitário, nos Municípios de
Botuporã, Paramirim; e Rio do Pires, do Estado
de Bahia, situados na Bacia do Rio São
Francisco, distribuídos em 03 (três) lotes, a saber:

▪Lote 01 – Município de Botuporã;


▪Lote 02 – Município de Paramirim; e
▪Lote 03 – Município de Rio do Pires
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices
Os preços permanecerão válidos por um período de um ano. Após este prazo serão reajustados, por
responsabilidade da CODEVASF, aplicando-se a seguinte fórmula (desde que todos os índices tenham a
mesma data base):

R = V.[N1.(Ti–To)/To+N2.(Ei-Eo)/Eo+N3.(CAi-CAo)/CAo+N4.(MPi-MPo)/Mpo+N5.(Fi-Fo)/Fo+N6.(MOi-
MOo)/MÔO+N7.(MEi-Meo)/Meo]

Onde :

R - valor do reajustamento
V - valor a ser reajustado
N1 - percentual de ponderação de serviços de Terraplenagem frente à totalidade dos serviços a executar.
N2 - percentual de ponderação de serviços de Edificações frente a totalidade dos serviços a executar.
N3 - percentual de ponderação de serviços de Concreto Armado frente à totalidade dos serviços a executar.
N4 - percentual de ponderação de serviços de Materiais Plásticos frente à totalidade dos serviços a
executar.
N5 - percentual de ponderação de serviços de Ferro, aço e derivados frente à totalidade dos serviços a
executar.
N6 – percentual de ponderação de serviços de Mão de obra especializada frente à totalidade dos serviços a
executar.
N7 – percentual de ponderação de serviços de Máquinas e equipamentos industriais frente à totalidade dos
serviços a executar.
Ti – Refere-se à coluna 38 da FGV – Terraplenagem, cód. AO157956, correspondente ao mês de
aniversário da proposta.
To – Refere-se à coluna 38 da FGV – Terraplenagem, cód. AO157956, correspondente ao mês de
apresentação da proposta.
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices
Ei – Refere-se à coluna 35 da FGV – Edificações Total, cód.AO159428, correspondente ao mês
de aniversário da proposta.
Eo – Refere-se à coluna 35 da FGV – Edificações Total, cód. AO 15948, correspondente ao mês
de apresentação da proposta.
CAi – Refere-se à coluna 5 da FGV – Obras Hidroelétricas – Concreto Armado, cód. AO160116,
correspondente ao mês de aniversário da proposta.
CAo – Refere-se à coluna 5 da FGV – Obras Hidroelétricas – Concreto Armado, cód.
AO160116, correspondente ao mês de apresentação da proposta.
MPi – Refere-se à coluna 56 da FGV – Química materiais Plásticos, cód.AO160752,
correspondente ao mês de aniversário da proposta.
MPo – Refere-se à coluna 56 da FGV – Química materiais Plásticos, cód. AO160752,
correspondente ao mês de apresentação da proposta.
Fi – Refere-se a coluna 32 da FGV – Ferro, aço e derivados, cód. AO160515, correspondente ao
mês de aniversário da proposta.
Fo – Refere-se a coluna 32 da FGV – Ferro, aço e derivados, cód. AO160515, correspondente
ao mês de apresentação da proposta.
MOi – Refere-se a coluna 13 da FGV Mão de obra Especializada, cód. AO159886,
correspondente ao mês de aniversário da proposta.
MOo – Refere-se a coluna 13 da FGV Mão de obra Especializada, cód. AO149886,
correspondente ao Mês de apresentação da proposta.
MEi - Refere-se a coluna 36 da FGV Máquinas e equipamentos industriais, cód. AO160558,
correspondente ao mês de aniversário da proposta
MEo - Refere-se a coluna 36 da FGV Máquinas e equipamentos industriais, cód. AO160558,
correspondente ao mês de apresentação da proposta.
Cálculo do Reajuste com “cesta” de Índices

Os valores considerados referente aos fatores N1, N2,


N3, N4, N5, N6 e N7, serão os a seguir, apresentados:

Município FATOR FATOR FATOR FATOR FATOR FATOR FATOR


N1 N2 N3 N4 N5 N6 N7

Botuporã 31,2 38,8 2,21 14,5 2,6 4,9 5,8

Paramirim 21,19 34,5 14,5 14,9 3,5 4,3 7,2

Rio do 30,9 35,9 2,4 16,0 3,0 4,5 7,3


Pires
Reajustes Diferenciados para Cada Preço Unitário

▪ Os métodos já ilustrados tratam da aplicação de um


índice único ou de uma “cesta” de índices de forma
linear sobre todos os serviços por executar.
▪ Por isso, é possível haver desequilíbrio econômico-
financeiro do ajuste no caso de o preço unitário de
algum serviço ainda não executado deixar de
acompanhar a variação do índice de reajuste.
▪ Para se obter um reajustamento que reflita o mais
fielmente possível a efetiva variação de preços dos
insumos dos serviços contratados, seria necessário
aplicar a variação de preços cada insumo ao
orçamento original.
Reajustes Diferenciados para Cada Preço Unitário

▪ Os serviços seriam reajustados individualmente,


aproximando o reajuste de uma revisão de preços
“automática” após transcorrer o prazo anual
estabelecido pela lei.
▪ Como essa abordagem implica em grande
complexidade nos cálculos, uma solução é a adoção
de índices (ou “cestas” de índices) de variação de
preços distintos a serem aplicados em determinados
grupo de serviços. Dessa forma, há controle no
incremento do nível de complexidade nos cálculos e
há uma aproximação bastante razoável da efetiva
variação de preços.
Reajustes Diferenciados para Cada Preço Unitário
▪ Como exemplo de utilização de vários índices para reajuste de
grupos de serviços, pode-se citar a Instrução de
Serviço/DG/DNIT nº 01/2019, publicada pelo Dnit.
▪ Na citada norma, aplicável aos contratos e obras rodoviárias,
os reajustamentos de preços deverão ser realizados utilizando
nove índices de variação de preços de diversos grupos de
serviços, assim agrupados:
▪ Índices de obras rodoviárias:
▪ Terraplanagem;
▪ Drenagem;
▪ Sinalização Horizontal;
▪ Sinalização Vertical;
▪ Pavimentação;
▪ Pavimentos de Concreto de Cimento Portland;
▪ Conservação;
▪ Obras de arte especiais;
▪ Obras de arte complementares e meio ambiente;
Reajustes Diferenciados para Cada Preço Unitário
▪ Administração Local;
▪ Mobilização e Desmobilização;
▪ Cimento Asfáltico de Petróleo;
▪ Asfalto Diluído de Petróleo;
▪ Emulsão Asfáltica;
▪ Asfalto Modificado por Polímeros;
▪ Asfalto Borracha;
▪ Emulsão Asfáltica Modificada;
▪ Emulsão Asfáltica de Imprimação;
▪ Consultoria, Supervisão e Projeto;
▪ Obras Portuárias:
▪ Estruturas e Obras de Concreto Armado;
▪ Estruturas e Fundações Metálicas;
▪ Dragagem;
▪ Enrocamento;
▪ Redes de Energia Elétrica e Sinalização Ferroviária;
▪ Linhas Férreas;
▪ Máquinas e Equipamentos Industriais;
Reajustes Diferenciados para Cada Preço Unitário
▪ Produtos Industriais;
▪ Obras Complementares;
▪ Obras Ferroviárias:
▪ Superestrutura de via permanente (com fornecimento de material);
▪ Superestrutura de via permanente (com fornecimento de material);
▪ Índices da FGV:
▪ INCC;
▪ IGP-DI;
▪ Vergalhões e arames de aço carbono;
▪ Produtos siderúrgicos;
▪ Produtos de aço galvanizado.
Regionalização de Índices

▪ Outro ponto importante diz respeito à regionalização


dos índices a serem utilizados para reajuste.
▪ A variação de preços dos insumos em cada região
do país não se dá de forma linear.
▪ Há fatores que influenciam no preço que atingem
diferentemente o preço dos insumos quando
destinados a cada estado. Por exemplo pode-se citar
o custo do frete de onde o insumo é fabricado à obra,
diferenças de ICMS entre estados, convenções
coletivas de trabalho com diferentes datas-bases,
entre outros.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Omissão do Critério de Reajuste:
Acórdão 592/2016-Plenário:
9.2. com fundamento no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU,
determinar à Fundação Oswaldo Cruz que:
9.2.1. no prazo de 15 (quinze) dias, providencie, em consonância com o que
dispõem os arts. 40, inciso XI, e 55, inciso III, da Lei 8.666/1993, a assinatura
de termo aditivo ao Contrato 104/2015, [...]., fixando o índice de reajuste para
a contratação e, em seguida, encaminhe cópia da documentação
comprobatória a esta Corte de Contas;

Voto:
36. Com relação a ausência de previsão contratual de reajuste a Fiocruz
refutou tal constatação afirmando que o item 3.3 da Minuta do Contrato teria
previsto o critério de reajustamento, in verbis:
“3.3. O valor consignado neste Termo de Contrato é fixo e irreajustável, porém
poderá ser corrigido anualmente mediante requerimento da contratada,
observado o interregno mínimo de um ano, contado a partir da data limite para
a apresentação da proposta, pela variação do índice [em branco] ou outro que
vier a substituí-lo.”
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Omissão do Critério de Reajuste:

Acórdão 592/2016-Plenário (voto):


37. Tal redação, além de ambígua, não fixa o índice ou conjunto de índices
que seriam utilizados no reajustamento, tampouco estabelece equação de
cálculo do reajustamento e outras informações igualmente importantes e
obrigatórias, por força do Decreto 1.054/1994, que regulamenta o reajuste de
preços nos contratos da Administração Pública Federal.
(...)
39. A respeito da irregularidade ora em apreciação, a [empresa] alegou que
seria uma falha meramente formal e que tal lacuna não exoneraria a
Administração da aplicação do reajuste de preços quando forem preenchidos
os requisitos legais, nos termos do art. 2º da Lei 10.192/2001. No entender da
empresa, não existirão maiores divergências entre as partes acerca do índice
a ser aplicado no futuro, o qual poderá ser extraído de publicações oficiais que
tenham por objeto a variação do custo de aquisição dos equipamentos e
insumos aplicados na execução do referido serviço.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Omissão do Critério de Reajuste:
Acórdão 592/2016-Plenário (voto):
40. (...) não se pode olvidar que o direito à manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato tem raiz constitucional (art. 37, XXI), não
derivando de cláusula contratual ou de disposição editalícia. Assim, a
ausência de previsão contratual não afasta a possibilidade de concessão do
reajuste, caso devido, na forma prevista na legislação pertinente.
41. (...) vejo que podem surgir diversos embates entre o contratante e o
contratado sobre o índice de reajuste a ser aplicado. Tal constatação se
coaduna com o fato de existirem dezenas de índices gerais ou setoriais que
poderiam ser cogitados, os quais muito provavelmente apresentarão variações
distintas após o interregno de um ano a contar da data-base de
reajustamento, o que poderia trazer repercussões financeiras muito relevantes
em um contrato de elevado vulto como o que ora se examina. Tal fato poderá
inclusive a gerar a judicialização de eventuais pleitos da contratada.
42. Assim, afigura-se que a única forma equânime para as partes seja dispor
sobre o assunto previamente, mediante a celebração de termo de aditamento
contratual ao Contrato 104/2015, como forma de efetivar o cumprimento do
disposto no art. 40, inciso XI, e o art. 55, inciso III, da Lei de Licitações e
Contratos.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Data-base do reajuste:

▪ Acórdão 1.707/2003-Plenário:
▪ “9.2.1 estabeleça já a partir dos editais de licitação e em seus
contratos, de forma clara, se a periodicidade dos reajustes terá como
base a data-limite para apresentação da proposta ou a data do
orçamento, observando-se o seguinte:
▪ 9.2.1.1 se for adotada a data-limite para apresentação da proposta, o
reajuste será aplicável a partir do mesmo dia e mês do ano seguinte;
▪ 9.2.1.2 se for adotada a data do orçamento, o reajuste será aplicável a
partir do mesmo dia e mês do ano seguinte se o orçamento se referir a
um dia específico, ou do primeiro dia do mesmo mês do ano seguinte
caso o orçamento se refira a determinado mês;
▪ 9.2.2 para o reajustamento dos contratos, observe que a contagem do
período de um ano para a aplicação do reajustamento deve ser feita a
partir da data base completa, na forma descrita no item 9.1.1, de modo
a dar cumprimento ao disposto na Lei nº 10.192/2001, em seus arts. 2º
e 3º, e na Lei nº 8.666/93, em seu art. 40, inciso XI;”
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Contrato celebrado após mais de um ano da data -
base:
▪ Acórdão 474/2005 – Plenário:
▪ “9.1.2. na hipótese de vir a ocorrer o decurso de prazo superior a um ano entre a data da
apresentação da proposta vencedora da licitação e a assinatura do respectivo
instrumento contratual, o procedimento de reajustamento aplicável, em face do disposto
no art. 28, § 1º, da Lei 9.069/95 c/c os arts. 2º e 3º da Lei 10.192/2001, consiste em
firmar o contrato com os valores originais da proposta e, antes do início da execução
contratual, celebrar termo aditivo reajustando os preços de acordo com a variação do
índice previsto no edital relativa ao período de somente um ano, contado a partir da data
da apresentação das propostas ou da data do orçamento a que ela se referir, devendo os
demais reajustes ser efetuados quando se completarem períodos múltiplos de um ano,
contados sempre desse marco inicial, sendo necessário que estejam devidamente
caracterizados tanto o interesse público na contratação quanto a presença de condições
legais para a contratação, em especial: haver autorização orçamentária (incisos II, III e IV
do § 2º do art. 7º da Lei 8.666/93); tratar-se da proposta mais vantajosa para a
Administração (art. 3º da Lei 8.666/93); preços ofertados compatíveis com os de mercado
(art. 43, IV, da Lei 8.666/93); manutenção das condições exigidas para habilitação (art.
55, XIII, da Lei 8.666/93); interesse do licitante vencedor, manifestado formalmente, em
continuar vinculado à proposta (art. 64, § 3º, da Lei 8.666/93);
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Medição de Serviços no Mês de Reajuste
▪ Por ocasião do reajuste anual não se pode admitir a existência serviços
executados, porém, não medidos. Nesse caso, a emissão de boletim de
medição ocorreria posteriormente à data do reajuste. Consequentemente,
haveria uma parcela dos serviços medidos, executados na vigência dos preços
originais, recebendo indevidamente a incidência de reajuste
▪ Para evitar o surgimento desse problema, tendo em vista que desde o início do
contrato se sabe o data em que o mesmo poderá ser reajustado, o Roteiro de
Auditoria de Obras do TCU prescreve que a execução de medição a ser
realizada na data do reajuste, a fim de identificar todos os serviços executados
sob a vigência dos preços originais (ou anteriores, caso não se trate do
primeiro reajuste).
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Reajuste de serviço novo
▪ Durante a execução do contrato, pode haver inclusão de novos serviços
mediante aditivos contratuais, os quais terão custos com data base distinta
daquela do contrato. Portanto, a aplicação de reajuste a esses serviços
utilizando a data base do contrato acarretaria distorções desfavoráveis à
administração, uma vez que o reajustamento necessariamente ocorreria em
período inferior a um ano.
▪ Uma alternativa prioritária para solução do problema seria a opção por buscar o
preço dos serviços novos nos sistemas de referência de custos (Sicro, Sinapi
etc.) na mesma data-base do contrato. É o que estabelece o Decreto
7983/2013.
▪ Entretanto, essa alternativa as vezes é inviável, pois o novo serviço pode não
estar contemplado pelos sistemas referenciais de custos, exigindo que os
preços dos novos serviços sejam obtidos diretamente por meio de pesquisa de
mercado, realizada em data diferente da data-base do reajuste. Nesses casos,
recomenda-se deflacionar o preço do novo serviço para a data base do
contrato pelo mesmo índice de reajuste contratual.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Reajuste de serviço executado com atraso
▪ Muitas vezes se observa que o contratado atrasa intencionalmente a execução
de alguns serviços com o intuito de executá-los um ou dois meses depois
recebendo os preços reajustados pela aplicação dos índices cabíveis.
▪ Para evitar tal prática, o Decreto 1.054/1.994 dispõe que, ocorrendo atraso
atribuível ao contratado na execução das obras ou serviços, o reajuste
obedecerá as seguintes condições:
▪ se os índices aumentarem, prevalecerão aqueles vigentes nas datas
previstas para a realização do fornecimento ou execução da obra ou
serviço;
▪ se os índices diminuírem, prevalecerão aqueles vigentes nas datas em que
o fornecimento, obra ou serviço for realizado ou executado.
▪ Obviamente, se houve uma prorrogação regular do contrato, oriunda de
fator alheio à vontade do contratado, exigindo a reformulação do
cronograma físico-financeiro da obra, prevalecerão os índices vigentes nas
novas datas previstas para a realização do fornecimento ou para a
execução da obra ou serviço.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Indisponibilidade do Índice de Reajuste
▪ Durante a execução do contrato pode ocorrer situação em que o índice
adotado no edital tenha sua publicação descontinuada. Dessa forma o
parâmetro originalmente estabelecido para reajuste se torna
inaplicável.
▪ Nesses casos, entende-se que a solução é a formalização de termo
aditivo selecionando novo índice ou reformulando a composição da
cesta de índices, conforme o caso. O índice que substituirá aquele cuja
publicação foi descontinuada deverá ser selecionado com cautela,
refletindo da melhor maneira possível a variação de preços dos
serviços cujos preços irá reajustar, assim como deveria ser o índice
original.
▪ Todavia, costumam surgir litígios entre as partes por conta da escolha
do novo índice. Para evitar tais problemas, os contratos costumam
desde logo indicar índices alternativos a serem utilizados no caso da
descontinuidade da divulgação do índice de reajuste contratual.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Reajuste em Contratos de Duração Continuada
▪ Deve-se adotar a sistemática de repactuação em contratos de duração
continuada com cessão de mão de obra (terceirização), tomando como base a
variação de custos efetivos de mão de obra, em detrimento da sistemática de
adoção de índices gerais de preço para reajustamento periódico.
▪ Por outro lado, a jurisprudência do TCU, a exemplo dos Acórdãos 54/2012,
2.760/2012 e 3.388/2012, todos do Plenário, também tem admitido o uso do
instituto do reajuste em contratos de duração continuada em que não exista
cessão de mão de obra ou prevalência de custos associados ao pagamento de
pessoal, como no caso de serviços de telefonia, energia elétrica ou transporte.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Reajustes Subsequentes
▪ A Lei nº 10.192/2001 dispõe em seu art. 2º, § 2º, que, em
caso de revisão contratual, o termo inicial do período de
correção monetária ou reajuste, ou de nova revisão, será a
data em que a anterior revisão tiver ocorrido.”
▪ Ou seja, definida a data do primeiro reajustamento de
preços, os demais reajustes deverão ser realizados
anualmente, na mesma data-base.
▪ Entretanto, pode acontecer de ocorrer alteração do valor
dos serviços em data anterior à data-base do reajuste.
Nesse caso, entende-se que com a formalização do
reequilíbrio econômico-financeiro, há deslocamento da data
base para os próximos reajustes de preço. A nova data
base passa a ser a data da recomposição, com reajustes
anuais a partir de então.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Possível existência de preclusão lógica.
▪ Há uma importante diferenciação a ser feita entre os contratos de
escopo e os contratos de duração continuada.
▪ Nos termos do raciocínio desenvolvido no Acórdão 1828/2008-Plenário,
cada prorrogação contratual de ajuste continuado caracteriza uma nova
contratação, de forma que uma vez assinado o termo aditivo, não é
possível mais ocorrer a repactuação.
▪ Nesse momento, caberia a contratada suscitar o seu direito a
repactuação. Ao assinar o aditivo de prorrogação, houve ratificação de
todas as demais cláusulas da avença originária, inclusive dos preços,
comprometendo-se a executar o objeto por mais 12 meses sem
reajuste.
▪ Houve preclusão lógica quanto ao direito do reajuste.
▪ O mesmo não pode ser dito nos contratos por escopo, reajustado pela
aplicação automática de índices, que difere o tratamento a ser
conferido em relação ao instituto da repactuação.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Possível existência de preclusão lógica.
▪ O requerimento do reajuste por índice pelo contratado não
é uma condição para a fruição do direito e não pode ser
equiparado à aceitação dos preços contratados ou à
renúncia tácita ao direito de reajuste, não se configurando a
preclusão lógica neste caso.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Necessidade de o reajuste ser solicitado pelo
contratado
▪ O reajuste consiste na aplicação automática de índices gerais,
específicos ou setoriais que reflitam as elevações inflacionárias ou as
reduções deflacionárias.
▪ Sua concessão não demanda a prévia comprovação. pelo contratado
da alteração de cada um dos custos envolvidos na execução do
contrato; ao revés a ocorrência da variação de custos é presumida.
▪ O TCU, inclusive, já admitiu o caráter automático do reajuste em
sentido estrito, aduzindo que "A diferença entre repactuação e reajuste
é que este é automático e deve ser realizado periodicamente. mediante
a simples aplicação de um índice de preço, que deve. dentro do
possível. refletir os custos setoriais. Naquela, embora haja
periodicidade anual, não há automatismo. pois é necessária a
demonstração da variação dos custos do serviço" (Acórdão
1374/2006-Plenário).
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Necessidade de o reajuste ser solicitado pelo
contratado
▪ É o mais pura aplicação do princípio do pacta sunt servanda (o
contrato faz lei entre as partes), que também se aplica ao contrato
administrativo, com base no arts. 54 e 66 da Lei 8.666/1993:
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de
acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta lei,
respondendo cada uma das partes pelas consequências de suas
inexecução total ou parcial.
▪ Observando que a previsão de reajuste também é cláusula obrigatória
do edital, compre apresentar o art. 41 da Lei 8.666/1993:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
▪ Assim, o reajuste por índices exige sua aplicação de ofício pela
Administração, uma vez atingida a data-base, independentemente de
qualquer solicitação da contratada.
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Necessidade de o reajuste ser solicitado pelo
contratado
▪ Assim, o Parecer nº 2/2016/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU conclui:
a) o reajuste em sentido estrito dos preços contratados, previsto em edital
e contrato, deve ser automática e periodicamente realizado, de ofício, pela
Administração contratante;
b) não se fixou em lei, tampouco na regulamentação infra legal do instituto,
a exigência de prévia solicitação formal como condição para a concessão
do reajuste, muito menos se estabeleceu um prazo específico para que o
contratado exercesse esse seu direito, ao contrário do que se passa
quanto à repactuação de preços;
c) se o requerimento do reajuste por índice pelo contratado não é uma
condição para a fruição do direito, o fato de o particular não solicitar o
reajuste previamente à renovação do contrato ou ao seu encerramento
não pode ser equiparado à aceitação dos preços contratados ou à
renúncia tácita ao direito de reajuste, não se configurando a preclusão
lógica neste caso;
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Necessidade de o reajuste ser solicitado pelo
contratado

d) o direito ao reajuste de preços é de natureza patrimonial e disponível,


admitindo a renúncia pelo contratado, desde que realizada de forma
expressa e inequívoca, preferencialmente por meio de disposição
específica no termo aditivo de prorrogação contratual a ser firmado entre
as partes;
e) a Administração deve evitar a previsao, nos editais e contratos, de
disposições que atribuam ao contratado o ônus de pleitear, num
determinado prazo, o reajuste por índices dos preços contratados, já que
esse tipo de exigência não se coaduna com a natureza deste instituto;
f) caso o contrato administrativo contenha cláusula que condicione a
concessão do reajuste ao pedido expresso do contratado, fixando-lhe
prazo para tanto, deve ser assegurada, excepcionalmente, a observância
dessa regra contratual, sendo possível, nesse caso, postular a ocorrência
da preclusão lógica do direito ao reajuste;
Questões Controversas sobre os Reajustes
▪ Necessidade de o reajuste ser solicitado pelo
contratado

g) admite-se a possibilidade de os contratantes convencionarem, por meio


de termo aditivo, com efeitos ex nunc, a alteração de disposições
contratuais que atribuam ao contratado a iniciativa para o reajuste;
h) o contratado dispõe do prazo prescricional geral de 05 (cinco) anos,
contados desde o momento em que se completam os doze meses a partir
da data limite para a apresentação da proposta na licitação (ou do último
reajuste), para postular o direito de reajuste perante a Administração,
salvo no caso de excepcional previsão de prazos para o exercício desse
direito no instrumento contratual.
Alteração do Índice de Reajustamento Contratual
▪ Não se trata de uma hipótese de aditamento contratual expressamente
prevista em lei, mas considera-se possível a alteração do índice de reajuste
previsto no contrato, em duas hipóteses:
▪ 1) quando o índice de reajuste contratual tiver sua divulgação
descontinuada;
▪ 2) quando este se demonstrar inadequado para manter o equilíbrio da
equação econômico-financeira pactuada face às variações econômicas
reais.
▪ Nesse segundo caso, a alteração contratual deve se revestir de extrema
cautela, verificando se estão presentes todos os requisitos da Teoria da
Imprevisão. Deve-se demonstrar, então, que a cláusula de reajuste não
mantém o equilíbrio da equação econômico-financeira originalmente
estatuída.
Alteração do Índice de Reajustamento Contratual
▪ É o que se depreende da exposição de Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Exatamente pelas razões aduzidas, se e quando os índices oficiais a que


se reporta o contrato deixam de retratar a realidade buscada pelas partes
quando fizeram remissão a eles, deve-se procurar o que foi efetivamente
pretendido, e não simplesmente o meio que deveria levar – e não levou –
ao almejado pelos contraentes. Não padece dúvida de que os índices são
um meio e não um fim. A eleição de meio revelado inexato não pode ser
causa elisiva do fim, mas apenas de superação do meio inadequado.
Para que as partes cumpram devidamente o ajuste em toda sua lisura,
boa-fé e lealdade, como de direito, cumpre que atendam ao efetivamente
pretendido, respeitando a real intenção das vontades que se
compuseram.”
Exemplo de Termos de Apostilamento
Exemplo de Termos de Apostilamento
Repactuação

339
Disposições da IN Seges 5/2017
Da Repactuação e do Reajuste de Preços dos Contratos
Art. 53. O ato convocatório e o contrato de serviço continuado deverão
indicar o critério de reajustamento de preços, que deverá ser sob a forma de
reajuste em sentido estrito, com a previsão de índices específicos ou
setoriais, ou por repactuação, pela demonstração analítica da variação dos
componentes dos custos.
Art. 54. A repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual,
deverá ser utilizada nas contratações de serviços continuados com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o interregno
mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir.
§ 1º A repactuação para fazer face à elevação dos custos da contratação,
respeitada a anualidade disposta no caput, e que vier a ocorrer durante a
vigência do contrato, é direito do contratado e não poderá alterar o equilíbrio
econômico e financeiro dos contratos, conforme estabelece o inciso XXI do
art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, sendo assegurado
ao prestador receber pagamento mantidas as condições efetivas da proposta.

340
Disposições da IN Seges 5/2017
§ 2º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto forem
necessárias, em respeito ao princípio da anualidade do reajuste dos preços
da contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a
variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas
diferenciadas, tais como os custos decorrentes da mão de obra e os custos
decorrentes dos insumos necessários à execução do serviço.
§ 3º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, com
datas-bases diferenciadas, a repactuação deverá ser dividida em tantos
quanto forem os Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho
das categorias envolvidas na contratação.
§ 4º A repactuação para reajuste do contrato em razão de novo Acordo,
Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho deve repassar integralmente o
aumento de custos da mão de obra decorrente desses instrumentos.
Art. 55. O interregno mínimo de um ano para a primeira repactuação será
contado a partir:
I - da data limite para apresentação das propostas constante do ato
convocatório, em relação aos custos com a execução do serviço decorrentes
do mercado, tais como o custo dos materiais e equipamentos necessários à
execução do serviço; ou 341
Disposições da IN Seges 5/2017
II - da data do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho ou
equivalente vigente à época da apresentação da proposta quando a variação
dos custos for decorrente da mão de obra e estiver vinculada às datas-bases
destes instrumentos.
Art. 56. Nas repactuações subsequentes à primeira, a anualidade será
contada a partir da data do fato gerador que deu ensejo à última repactuação.
Art. 57. As repactuações serão precedidas de solicitação da contratada,
acompanhada de demonstração analítica da alteração dos custos, por meio
de apresentação da planilha de custos e formação de preços ou do novo
Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho que fundamenta a
repactuação, conforme for a variação de custos objeto da repactuação.
§ 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de benefícios não
previstos na proposta inicial, exceto quando se tornarem obrigatórios por
força de instrumento legal, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de
Trabalho, observado o disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.
§ 2º A variação de custos decorrente do mercado somente será concedida
mediante a comprovação pelo contratado do aumento dos custos,
considerando-se:
I - os preços praticados no mercado ou em outros contratos342da
Administração;
Disposições da IN Seges 5/2017
II - as particularidades do contrato em vigência;
III - a nova planilha com variação dos custos apresentada;
IV - indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de
referência, tarifas públicas ou outros equivalentes; e
V - a disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade contratante.
§ 3º A decisão sobre o pedido de repactuação deve ser feita no prazo
máximo de sessenta dias, contados a partir da solicitação e da entrega dos
comprovantes de variação dos custos.
§ 4º As repactuações, como espécie de reajuste, serão formalizadas por meio
de apostilamento, exceto quando coincidirem com a prorrogação contratual,
em que deverão ser formalizadas por aditamento.
§ 5º O prazo referido no § 3º deste artigo ficará suspenso enquanto a
contratada não cumprir os atos ou apresentar a documentação solicitada pela
contratante para a comprovação da variação dos custos.
§ 6º O órgão ou entidade contratante poderá realizar diligências para conferir
a variação de custos alegada pela contratada.
§ 7º As repactuações a que o contratado fizer jus e que não forem solicitadas
durante a vigência do contrato serão objeto de preclusão com a assinatura da
343
prorrogação contratual ou com o encerramento do contrato.
Disposições da IN Seges 5/2017
Art. 58. Os novos valores contratuais decorrentes das repactuações terão
suas vigências iniciadas da seguinte forma:
I - a partir da ocorrência do fato gerador que deu causa à repactuação, como
regra geral;
II - em data futura, desde que acordada entre as partes, sem prejuízo da
contagem de periodicidade e para concessão das próximas repactuações
futuras; ou
III - em data anterior à ocorrência do fato gerador, exclusivamente quando a
repactuação envolver revisão do custo de mão de obra em que o próprio fato
gerador, na forma de Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho,
contemplar data de vigência retroativa, podendo esta ser considerada para
efeito de compensação do pagamento devido, assim como para a contagem
da anualidade em repactuações futuras.
Parágrafo único. Os efeitos financeiros da repactuação deverão ocorrer
exclusivamente para os itens que a motivaram e apenas em relação à
diferença porventura existente.
Art. 59. As repactuações não interferem no direito das partes de solicitar, a
qualquer momento, a manutenção do equilíbrio econômico dos contratos com
base no disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993. 344
Peças do processo de Repactuação
Recomenda-se a juntada aos autos do processo das seguintes
peças, pela ordem:
1) Requerimento da contratada;
2) Nova planilha apresentada com o pedido;
3) Demais documentos apresentados com o pedido;
4) Edital da licitação;
5) Proposta apresentada na licitação;
6) Termo de Contrato;
7) Termos aditivos e/ou apostilas (na ordem cronológica),
acompanhados das respectivas planilhas de custos e
formação de preços do contrato;
345
Peças do processo de Repactuação
(continuação):
8) Outros documentos julgados pertinentes pelo servidor
encarregado da análise;
9) Instrumento normativo coletivo de trabalho (CCT; ACT;
Sentença Normativa); CNDT e SICAF;
10)Novas planilhas de custos e formação de preços,
elaboradas pelo servidor encarregado da instrução
processual;
11)Minuta da Apostila;
12)Instrução do servidor encarregado da análise do pedido,
com proposta de encaminhamento.

346
Documentos apresentados com o pedido

➢ A repactuação depende de requerimento formal


da contratada, no qual sejam explicitados os custos
que sofreram variação no último interregno de um ano
e a demonstração dos fatos que a provocaram;

➢ Ademais, a contratada deve demonstrar, por meio


de documentos, a efetividade da variação dos
custos para execução dos serviços, mediante
documentos (que podem ser substituídos pela
informação prestada pelo fiscal do contrato)

347
Peças incluídas pelo servidor
O servidor encarregado da instrução do processo de
repactuação pode incluir peças adicionais que visem a
subsidiar a decisão da autoridade competente, bem como
esclarecer pontos específicos que foram objeto de análise.

➢ Exemplos:
▪ normas coletivas do trabalho
▪ pareceres jurídicos emitidos em processos similares
▪ jurisprudência do TCU e Tribunais do Poder Judiciário
▪ notas técnicas do Ministério do Trabalho e Emprego
▪ soluções de consulta da Receita Federal do Brasil
▪ despachos/decisões da autoridade administrativa, tomadas
em outros processos, resolvendo questões similares às
debatidas
▪ séries históricas de índices financeiros 348
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
➢ Boa Prática: Antes de proceder-se à descrição dos itens
constantes do pedido e da análise de mérito, sugere-se que
se registre na instrução os dados relevantes da contratação e
alterações havidas.

▪ Licitação:
▪ informar número do processo;
▪ mencionar edital, indicando o número da peça no
processo em que se encontra juntado por cópia;
▪ informar dados da proposta vencedora: preço mensal e
anual (empreitada por preço global); ou preços unitários
(empreitada por preço unitário) e total estimado; indicar o
número da peça no processo em que se encontra juntada
por cópia
349
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
▪ Contratação:
▪ informar número do contrato, indicando o número da peça
no processo em que se encontra juntado por cópia;
▪ informar datas de assinatura e de início e término da
vigência;
▪ consignar a cláusula que prevê o reajuste/repactuação;
▪ indicar a cláusula que prevê a prestação de garantia e
respectivo valor;
▪ informar o nome do fiscal do contrato e/ou da unidade
gestora do contrato.

350
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
▪ Aditivo de Renovação do Contrato:
▪ informar número do termo aditivo, indicando o número da
peça no processo em que se encontra juntado por cópia;
▪ informar datas de assinatura e de término da vigência
prorrogada;
▪ indicar as planilhas de custos e formação de preços
relacionadas, que normalmente constituem anexo do termo
aditivo.

351
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
▪ Aditivo de Alteração do Contrato:
▪ informar número do termo aditivo, indicando o número da
peça no processo em que se encontra juntado por cópia;
▪ informar datas de assinatura e de início dos efeitos da
alteração contratual havida (qualitativa ou quantitativa);
▪ informar novos valores contratuais decorrentes da
alteração, se for o caso;
▪ indicar as planilhas de custos e formação de preços
relacionadas, que normalmente constituem anexo do termo
aditivo.

352
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
▪ Termo Aditivo de Revisão ou Apostila de
Reajuste/Repactuação:
▪ informar número do termo aditivo/apostila, indicando o
número da peça do processo em que se encontra juntado
por cópia;
▪ informar datas de assinatura e de início dos efeitos
financeiros da revisão, do reajuste ou da repactuação;
▪ informar novos valores mensal e anual do contrato;
▪ indicar as planilhas de custos e formação de preços
relacionadas, que normalmente constituem anexo do termo
aditivo/apostila.

353
Redigindo a Instrução:
Histórico da contratação
▪ Minuta da Apostila Objeto da Instrução (Repactuação):
▪ informar número da peça do processo em que se encontra
a minuta da apostila de que trata a instrução;
▪ informar a motivação da repactuação (exemplo: aplicação
da nova CCT);
▪ consignar data prevista para início dos efeitos financeiros;
▪ indicar as planilhas de custos e formação de preços
relacionadas, mencionando o número da peça em que se
encontram no processo;
▪ importante: informar se há processos conexos em
trâmite, cuja apreciação podem repercutir nos novos preços
(exemplo: alteração quantitativa; prorrogação)
➢ ATENÇÃO: a planilha que será adotada como base
para a repactuação é a mais recente, vale dizer, a da
última revisão ou reajuste ou repactuação. 354
Redigindo a Instrução:
Análise motivada do pedido
➢ Análise motivada do pedido: Ao apreciar o pedido de
repactuação, o gestor deve proceder à análise detalhada
de cada item de custo do contrato, para se certificar da
efetiva variação havida no período.

➢ Na instrução do processo, deve fazer menção a cada item


analisado, propondo, motivadamente, o deferimento –
parcial ou total – ou o indeferimento.

➢ Em síntese: Destacar os itens objeto de pedido de


repactuação; apontar os itens cuja majoração deva ser
deferida ou indeferida, apresentando as devidas
justificativas.
355
Preclusão lógica

Na análise do pedido de repactuação deve verificar se o


mesmo reúne condições de procedibilidade, vale dizer, se
não houve, antes da apresentação do requerimento, a
renúncia tácita do direito pela “preclusão lógica” (Acórdãos
1827 e 1828, ambos do Plenário do TCU)

IN 05/2017:
Art. 57.....
[...]
§ 7º As repactuações a que o contratado fizer jus e não
forem solicitadas durante a vigência do contrato, serão
objeto de preclusão com a assinatura da prorrogação
contratual ou com o encerramento do contrato.
356
Aplicabilidade da norma coletiva do trabalho

Aplicabilidade da CCT = o gestor deve discorrer a respeito


da aplicabilidade da CCT apresentada pela contratada para
fins de repactuação.
A norma deve ser a mesma adotada para elaboração da
proposta (mesmos sindicatos).
A contratada deve justificar a alteração da CCT a cuja
observância estiver obrigada (ex.: adoção da CCT do local
da prestação dos serviços, em face do acréscimo de posto
de serviço no contrato; etc.)

357
Majoração de salários

Majoração de salários = o próximo item de verificação é a


variação efetiva dos salários, mediante o exame da cláusula
da CCT que determinou a majoração do piso da categoria
e/ou fixou percentual de reajuste.
Se o contrato prevê salários acima do piso, aplicar o
percentual de reajuste concedido.
Atentar para o piso de cada categoria específica.
Parcelas remuneratórias incidentes sobre o salário
básico = os adicionais calculados sobre o salário básico
devem ser reajustados na mesma proporção (exemplo:
adicional de periculosidade);
358
Auxílio alimentação

➢ Auxílio alimentação (no âmbito do PAT – Lei 6.321/76)


= observar o novo valor do auxílio alimentação previsto na
CCT.
➢ Caso o benefício não tenha seu valor fixado pela CCT,
deve ser mantido sem reajustamento (contudo, é possível
repactuar com base em valores médios praticados no
mercado).
➢ O trabalhador participa no custeio com até 20% do valor
do benefício, podendo ser tal participação reduzida ou
isentada pela norma coletiva de trabalho.
➢ Se não houver dedução de custeio na proposta de
empresa, essa isenção deverá ser observada nas
repactuações. 359
Vale transporte

➢ Vale transporte (Lei 7.418/1985, regulamentada pelo


Decreto 95.247/87) = verificar se o valor unitário da tarifa
corresponde à atualmente praticada no Município onde os
serviços são prestados; Decreto do Prefeito/Governador do
DF geralmente fixa o valor das tarifas de transporte público.
➢ A participação no custeio é limitada a 6% do salário base
do trabalhador, podendo ser tal participação reduzida ou
isentada pela norma coletiva de trabalho.
➢ Se não houver dedução de custeio na proposta de
empresa, essa isenção deverá ser observada nas
repactuações.

360
Benefícios criados ou majorados pela CCT
➢É possível, por ocasião da repactuação, a inclusão no
contrato dos custos relativos a novos direitos ou
benefícios de natureza pecuniária, criados pela CCT?
▪ IN 05/2017:
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas
em Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho
que tratem de pagamento de participação dos trabalhadores
nos lucros ou resultados da empresa contratada, de matéria
não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não previstos em
lei, tais como valores ou índices obrigatórios de encargos
sociais ou previdenciários, bem como de preços para os
insumos relacionados ao exercício da atividade.
Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às
disposições previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios
Coletivos de Trabalho que tratem de obrigações e direitos que
somente se aplicam aos contratos com a Administração
361
Pública.
Benefícios criados ou majorados pela CCT
➢É possível, por ocasião da repactuação, a inclusão no
contrato dos custos relativos a novos direitos ou
benefícios de natureza pecuniária, criados pela CCT?
▪ IN 05/2017:
Art. 57º ...
§ 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de
benefícios não previstos na proposta inicial, exceto quando se
tornarem obrigatórios por força de instrumento legal, Acordo,
Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho, observado o
disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.

362
Observância dos novos valores pela
contratada
➢ Antes de formalizar a repactuação, deve-se
verificar se o contratado efetivamente arca com os
ônus invocados para legitimar o pedido.
➢ O ônus deve ser efetivo e não meramente
potencial, vale dizer, o contratado já tem que, no
momento da repactuação, efetivamente pagar aos
empregados os novos valores de salários e
benefícios.
➢ Tal informação pode ser prestada pelo fiscal do
contrato, dispensando, assim, a apresentação de
documentos comprobatórios pela contratada.
363
Nova planilha
Montagemdedapreços do contrato
Nova Planilha
➢ Entendimento: Só cabe repactuação quando o preço
contratado puder ser discriminado em planilha, na qual se
detalhem os custos unitários – de cada item – de modo a
viabilizar a demonstração analítica da variação de tais custos.

▪ Jurisprudência do TCU:
▪ (Acórdão 161/2012 – Plenário) Repactuação.
A repactuação não se aplica a contrato em que não há
detalhamento, por meio de planilha de custos e formação de
preços, dos custos afetos à mão de obra e aos demais insumos.
Sem planilha, inviável a repactuação. [...] O TCU considerou
que o contrato apreciado em concreto continha previsão ilegal
que estabelecia “a necessidade de reajustes com negociação
entre as partes, após demonstração analítica da variação dos
componentes de custo do contrato, com limitação do reajuste à
variação do IGPDI/FGV ocorrida nos últimos 12 meses”. 364
Nova planilha
Montagemdedapreços do contrato
Nova Planilha
▪ Boa prática: A partir do cotejo da planilha apresentada com o
pedido da repactuação com aquela da proposta, o sevidor
encarregado da análise elabora nova planilha, destacando os
itens de custo cuja majoração entende deva ser deferida, bem
como apontar os itens cuja repactuação deva ser indeferida,
consignando a devida fundamentação.

▪ Jurisprudência do TCU (continuação):


▪ (Acórdão 2094/2010 – 2ª Câmara) Repactuação.
Imprescindibilidade da planilha. Demonstração analítica da
variação dos custos.
9.4.2. compare as planilhas de custos e formação de preços
fornecidas pela contratada nos momentos da apresentação da
proposta e do requerimento de repactuação, nos termos do § 1º,
art. 57 da Lei nº 8.666, de 16 de junho de 1993, e do art. 5º do
Decreto nº 2.271, de 7 de julho de 1997, com vistas a verificar se
ocorreu ou não a efetiva repercussão dos eventos majoradores365nos
Montagem da Nova Planilha
▪ Jurisprudência do TCU (continuação):
▪ (Acórdão 265/2010 – Plenário) Repactuação.
Imprescindibilidade da planilha. Demonstração analítica
da variação dos custos.
Efetue diagnóstico analítico dos componentes do
custo do contrato e pondere a real necessidade de
reajustar cada um deles, quando realizar repactuações
de valores por meio de termo de aditamento, abstendo-se
de simplesmente aplicar os percentuais de reajuste aos
itens unitários, de forma a restabelecer o equilíbrio entre os
encargos do contratado e a retribuição da administração
para a justa remuneração do serviço, conforme estabelecido
nos arts. 40, inciso XI; e 65, inciso II, alínea “d”, da Lei nº
8.666/1993, e no art. 5º do Decreto nº 2.271/1997.
366
Montagem da Nova Planilha
▪ Jurisprudência do TCU (continuação):
▪ (Acórdão 55/2000 – Plenário) Repactuação.
Imprescindibilidade da planilha. Demonstração analítica
da variação dos custos.
8.5. determinar à Universidade Federal de Lavras que:
[...]
8.7. na repactuação de seus contratos de serviços de
natureza contínua efetuada nos termos da IN 18/97/MARE,
confira se ocorreu de fato o aumento de custos alegado
pela contratada, por meio de minucioso exame da
Planilha de Custos e Formação de Preços apresentada,
sendo que, caso seja deferido o pedido, tal estudo subsidie
as justificativas formuladas pela autoridade competente;

367
Montagem da Nova Planilha

➢ Indicação da data de início dos efeitos financeiros da


repactuação = indicar expressamente a data de início dos
efeitos financeiros da repactuação; coincide com a data-base
indicada na CCT adotada como base para a repactuação. Vide
Acórdão 1827/2008 – Plenário e art. 41 da IN 02/2008.

➢ Período de abrangência da repactuação e nova planilha


= especificar as datas de início e término de vigência dos
novos valores decorrentes da repactuação. A data de término é
a data prevista para a extinção do contrato.

➢ Confeccionar e juntar aos autos do processo planilha com


resumo dos novos valores do contrato após a repactuação.
Mencionar a peça do processo em que consta tal planilha.
368
Adequação Orçamentária e Financeira
▪ Lei Complementar 101/2000 (LRF):
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e
lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou
assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16
e 17.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
[...]
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária
anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias.
[...]
§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa
considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de
diretrizes orçamentárias. [R$ 8.000,00)
369
O que é jogo de planilha?
Quais os seus mecanismos?
E como evitá-lo?
Jogo de Planilha
O Jogo de Planilha é representado por aditamentos
contratuais aumentando ou incluindo quantitativos de itens
que apresentam preços acima dos de mercado, combinado
com expressiva redução ou supressão de quantitativos
relativos a serviços que apresentam preço abaixo do
referencial.
Entre as causas determinantes para o jogo de planilha estão:
1) licitação conduzida sem a estipulação de critérios de
aceitabilidade de preços unitários;
2) ausência de verificação da compatibilidade das propostas
das licitantes com os preços praticados no mercado;
3) celebração de aditivos contratuais em razão de
deficiências ou insuficiências do projeto básico;
4) Alterações indevidas de projetos e especificações.
Estudo de Caso - Jogo de Planilha
Situação tratada no Acórdão 2.878/2015-Plenário:

Houve a perda
de um desconto
contratual
inicialmente
pactuado de
8,49% e o
surgimento de
um sobrepreço
de 13,45%.
Estudo de Caso - Jogo de Planilha

Observa-se que a banqueta do tipo MFC 01 possui dimensões e consumos de escavação,


concreto e fôrmas bem superiores aos da banqueta do tipo MFC 03 e, por isso, possui preço de
execução superior.
Estranhamente, a empresa construtora ofertou preços de R$ 8,49 para a banqueta MFC 01 (que
deveria ser a mais cara) e R$ 21,99 para a banqueta MFC 03 (que deveria ser a mais barata).
Em momento posterior, o quantitativo da banqueta MFC 01, que acabou sendo contratado com
preço totalmente inexequível, foi quase que totalmente suprimido, passando de 67.480,00 metros
para 8.700,00 metros, enquanto o quantitativo da banqueta MCF 03 foi majorado em quase de 15
vezes.
Inclusão de Serviços Novos e
Manutenção do Desconto
Qual é o procedimento para a
inclusão de serviços novos no
contrato, que não constaram da
planilha orçamentária original da
avença?
A Administração está obrigada a
promover a manutenção do
desconto? A contratada pode se
recusar a manter o desconto
inicialmente ofertado na licitação?
Disposições do Decreto 7.983/2013
Art. 14. A diferença percentual entre o valor global do contrato e o
preço global de referência não poderá ser reduzida em favor do
contratado em decorrência de aditamentos que modifiquem a
planilha orçamentária.
Parágrafo único. Em caso de adoção dos regimes de empreitada por
preço unitário e tarefa, a diferença a que se refere o caput poderá ser
reduzida para a preservação do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato em casos excepcionais e justificados, desde que os custos
unitários dos aditivos contratuais não excedam os custos unitários
do sistema de referência utilizado na forma deste Decreto,
assegurada a manutenção da vantagem da proposta vencedora ante a
da segunda colocada na licitação.
Disposições do Decreto 7.983/2013
Art. 17...§1º Em caso de celebração de termo aditivo, o serviço
adicionado ao contrato ou que sofra alteração em seu quantitativo
ou preço deverá apresentar preço unitário inferior ao preço de
referência da administração pública, mantida a proporcionalidade
entre o preço global contratado e o preço de referência, ressalvada
a exceção prevista no parágrafo único do art. 14 e respeitados os
limites previstos no §1º do art. 65 da Lei 8.666/93.
Art. 17...§2º O preço de referência a que se refere o §1º deverá ser
obtido na forma do Capítulo II, considerando a data-base de
elaboração do orçamento de referência da Administração,
observadas as cláusulas contratuais.
Método do Desconto
SITUAÇÃO ORIGINAL SITUAÇÃO DO CONTRATO APÓS ADITIVOS
ORÇAMENTO PLANILHA ORÇAMENTO
PLANILHA CONTRATUAL PARADIGMA CONTRATUAL PARADIGMA
QUANT. PREÇO PREÇO PREÇO PREÇO QUANT.
ITEM INICIAL UNIT. TOTAL UNIT. TOTAL FINAL PREÇO TOTAL PREÇO TOTAL
1 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 R$ 20,00 R$ 2.400,00 240 R$ 12.000,00 R$ 4.800,00
2 130 R$ 90,00 R$ 11.700,00 R$ 80,00 R$ 10.400,00 150 R$ 13.500,00 R$ 12.000,00
3 200 R$ 25,00 R$ 5.000,00 R$ 30,00 R$ 6.000,00 240 R$ 6.000,00 R$ 7.200,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 320 R$ 4.800,00 R$ 3.200,00
5 280 R$ 10,00 R$ 2.800,00 R$ 40,00 R$ 11.200,00 80 R$ 800,00 R$ 3.200,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 100 R$ 2.000,00 R$ 2.500,00
Total R$ 32.300,00 R$ 35.700,00 R$ 39.100,00 R$ 32.900,00
Desconto Original 9,52% Sobrepreço após aditivos 18,84%
Metodo do Desconto
Orçamento paradigma final: R$ 32.900,00
Desconto de 9,52% (R$ 3.133,33)
Valor final paradigma do contrato com desconto R$ 29.766,67

Valor do contrato após aditivos R$ 39.100,00


Valor final paradigma do contrato com desconto R$ 29.766,67
Superfaturamento apurado pelo método do desconto R$ 9.333,33
Método da Comparação com a Segunda Licitante Melhor
Classificada
PLANIHA SEGUNDA PLANIHA TERCEIRA
ITEM QUANTIDADE PLANILHA CONTRATUAL COLOCADA COLOCADA
PREÇO PREÇO PREÇO
UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL
1 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 R$ 20,00 R$ 2.400,00 R$ 15,00 R$ 1.800,00
2 130 R$ 90,00 R$ 11.700,00 R$ 80,00 R$ 10.400,00 R$ 70,00 R$ 9.100,00
3 240 R$ 25,00 R$ 6.000,00 R$ 30,00 R$ 7.200,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 R$ 20,00 R$ 6.400,00
5 280 R$ 10,00 R$ 2.800,00 R$ 40,00 R$ 11.200,00 R$ 50,00 R$ 14.000,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 R$ 30,00 R$ 3.000,00
Total R$ 33.300,00 R$ 36.900,00 R$ 39.100,00

PLANIHA SEGUNDA PLANIHA TERCEIRA


PLANILHA CONTRATUAL COLOCADA COLOCADA
ITEM QUANTIDADE
PREÇO PREÇO PREÇO
UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL UNIT. PREÇO TOTAL
1 240 R$ 50,00 R$ 12.000,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00 R$ 15,00 R$ 3.600,00
2 150 R$ 90,00 R$ 13.500,00 R$ 80,00 R$ 12.000,00 R$ 70,00 R$ 10.500,00
3 240 R$ 25,00 R$ 6.000,00 R$ 30,00 R$ 7.200,00 R$ 20,00 R$ 4.800,00
4 320 R$ 15,00 R$ 4.800,00 R$ 10,00 R$ 3.200,00 R$ 20,00 R$ 6.400,00
5 80 R$ 10,00 R$ 800,00 R$ 40,00 R$ 3.200,00 R$ 50,00 R$ 4.000,00
6 100 R$ 20,00 R$ 2.000,00 R$ 25,00 R$ 2.500,00 R$ 30,00 R$ 3.000,00
Total R$ 39.100,00 R$ 32.900,00 R$ 32.300,00
Sobrepreço R$ 6.800,00
O que fazer para manter o desconto?
Fazendo uso de uma parcela compensatória negativa a ser
descontada de cada medição para manter o desconto. Tal
entendimento foi adotado no Acórdão TCU n° 1200/2010 –
Plenário :
“9.1. determinar à [...], que, nas próximas licitações realizadas com recursos
públicos federais, em cumprimento à sólida jurisprudência do Tribunal:
(...)
9.1.3. em caso de aditivos contratuais em que se incluam ou se suprimam
quantitativos de serviços:
(...)
9.1.3.2. calcule os descontos globais antes e depois do aditivo, para, em caso
de diminuição desse percentual, ser inserida no contrato parcela
compensatória negativa como forma de se dar cumprimento ao art. 65, § 6º,
da Lei n. 8.666/1993 (por interpretação extensiva) e aos arts. 112, § 6º, da Lei
n. 12.017/2009 – LDO 2010 e 109, § 6º, da Lei n. 11.768/2008 – LDO 2009;”
Inclusão de Serviços Novos – Lei 8666/93

Art. 65 (...)

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados


preços unitários para obras ou serviços, esses serão
fixados mediante acordo entre as partes, respeitados
os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
Inclusão de Serviços Novos
Os aditivos para inclusão de serviços novos (art. 65,
§ 3º, da Lei 8.666/1993) devem observar, no mínimo,
o mesmo desconto inicial do ajuste, ou seja, a
mesma diferença percentual entre o valor global
contratado e aquele obtido a partir dos custos
unitários do sistema de referência aplicável.
(Acórdão nº 855/2016-Plenário).
Inclusão de Serviços Novos
•O Acórdão 2.622/2013-Plenário orientou os jurisdicionados a
estabelecerem, nos editais de licitação, que, na hipótese de
celebração de aditivos contratuais para a inclusão de novos
serviços, o preço desses serviços será calculado considerando
o custo de referência e a taxa de BDI de referência
especificada no orçamento-base da licitação, subtraindo desse
preço referencial a diferença percentual entre o valor do
orçamento-base e o valor global do contrato obtido na licitação,
com vistas a garantir o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato e a manutenção do percentual de desconto ofertado
pelo contratado, em atendimento ao art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal e aos artigos 14 e 15 do Decreto
7.983/2013.
Inclusão de Serviços Novos
•Acórdão 2.699/2019-Plenário:
VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos que tratam
de consulta formulada pelo ex-Ministro de Estado da
Integração Nacional, (...)
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,
reunidos em Sessão do Plenário, ante as razões expostas pelo
Relator, em:
(...)
9.2.2. em caso de necessidade de celebração de termos
aditivos em contratos de obras públicas, deve ser observado o
disposto nos arts. 14 e 15 do Decreto 7.983/2013, sendo
necessário, para tanto, que se realize análise da planilha
confrontando a situação antes e depois do aditivo pretendido
para averiguar quanto à eventual redução no percentual
do desconto originalmente concedido;
Inclusão de Serviços Novos
•Acórdão 2.699/2019-Plenário (continuação):
9.2.3. na hipótese de celebração de aditivos contratuais para a
inclusão de novos serviços, tal qual consta na publicação
"Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de
Obras Públicas" (TCU, 2014), o preço desses serviços deve
ser calculado considerando o custo de referência e a taxa de
BDI de referência especificada no orçamento-base da licitação,
subtraindo desse preço de referência a diferença percentual
entre o valor do orçamento-base e o valor global do contrato
obtido na licitação, com vistas a garantir o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato e a manutenção do
percentual de desconto ofertado pelo contratado, em
atendimento ao art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e
aos arts. 14 e 15 do Decreto n. 7.983/2013;
Inclusão de Serviços Novos
•Acórdão 2.699/2019-Plenário (continuação):

9.2.4. nas situações em que, em virtude do aditivo, houver


diminuição do desconto originalmente concedido, pode-se
incluir parcela compensatória negativa como forma de se dar
cumprimento ao art. 14 do Decreto 7.983/2013, ressalvada a
exceção prevista em seu parágrafo único;
Inclusão de Novos Serviços
•Por exemplo, considere a seguinte licitação:

Rubrica Orçamento Proposta da Proposta da


Base da Licitante 1 Licitante 2
Administração
Custo Direto 100 80 100
BDI 25% 50% 23%
Preço de Venda 125 120 123
Inclusão de Serviços Novos – Item existente no
Sinapi
• A título de exemplo, durante a execução da obra, planejada inicialmente
para apresentar estrutura em concreto aparente, entendeu-se, de forma
justificada, em aplicar duas demãos de pintura epoxi sobre o concreto.
• Considerando que a data-base do contrato era de julho/2014, em
atendimento ao disposto no art. 17, §2º, do Decreto 7983/1993,
pesquisou-se o Sinapi e obteve-se o seguinte custo unitário para o
serviço:
Inclusão de Serviços Novos – Item existente
no Sinapi
•O desconto da licitante 1 em relação ao orçamento de
referência foi de 4% (R$ 5/R$ 125).
•Se o custo do serviço no Sinapi, na data-base do contrato,
equivale a R$ 29,57, o valor do serviço a ser incluído no
contrato é de:

• P = 29,57 x 1,25 x 0,96 = R$ 35,48

•Reparem que foi aplicado o BDI do orçamento de referência e


não o BDI da proposta da licitante.
•Recomenda-se que esta regra esteja prevista no contrato.
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no
mercado
• Considere que em um contrato reajustado pelo INCC, com data base em
maio/2015, foi necessário incluir um switch de 24 portas de 10/100 Mbits.
• A pesquisa de mercado foi realizada em fevereiro de 2016, quando o
INCC sofreu uma variação acumulada de 5,03%
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no
mercado
• A pesquisa de preço realizada pela Administração com os menores valores
para várias marcas/modelos encontra-se sintetizada a seguir:
Inclusão de Serviços Novos – Item cotado no
mercado
• Considerando que todos os modelos atenderiam aos requisitos de
desempenho especificados, foi incluído o switch de R$ 190,90 na
planilha orçamentária da obra seguindo os seguintes procedimentos:

• Deflação até a data base do contrato: R$ 190,90/1,0503


• = R$ 181,76

• Aplicação do BDI do orçamento-base: R$ 181,76 x 1,25


• = R$ 227,20

• (admitindo que não seja o caso de aplicar um BDI reduzido, pois o


fornecimento não era materialmente relevante)

• Aplicação do desconto obtido na licitação: R$ 227,20 x 0,96


• = R$ 218,11
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no
edital

•Para evitar discussões com a empresa sobre os critérios a serem


adotados, é relevante que o instrumento convocatório preveja a aplicação
do Decreto 7983/2013 bem como das seguintes regras:

a) Itens existentes no Sinapi:


1) Será pesquisado o valor do serviço mais apropriado, obtido a partir
da mediana do Sinapi, extraído do relatório de serviços da data-base
do contrato.
2) Se necessário, serão realizados ajustes nas composições do Sinapi
para adequar o serviço às particularidades executivas da obra.
3) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o custo do Sinapi.
4) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no
edital
b) Itens não existentes no Sinapi, pesquisados no mercado:
1) A administração realizará pesquisa de mercado do serviço/insumo
em pelos menos três prestadores de serviço/fornecedores, adotando o
menor preço pesquisado como parâmetro.
2) O valor obtido será deflacionado pelo índice de reajuste contratual
até a data-base da contratação.
3) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o custo deflacionado.
4) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Inclusão de Serviços Novos – Regra prevista no
edital
c) Itens não existentes no Sinapi, pesquisado em outros sistemas
referenciais ou orçados com composição própria.
1) A administração utilizará a composição do sistema de referência,
realizando os ajustes pertinentes e substituindo os preços dos insumos
por aqueles praticados pela contratada em sua proposta ou no Sinapi,
adotando o menor valor. Para os insumos novos, não existentes na
proposta da contratada ou no Sinapi, haverá pesquisa de mercado,
adotando o menor valor pesquisado como parâmetro.
2) Conforme o caso, a composição deverá ser elaborada na mesma
data-base do contrato. Caso inviável, em vista da adoção de insumos
cotados no mercado, será deflacionada até a data-base do contrato pelo
índice de reajuste contratual.
3) Será aplicado o BDI de referência do orçamento-base da
Administração sobre o valor obtido na etapa anterior.
4) Será aplicado o fator de desconto apresentado pela licitante em
relação ao orçamento-base.
Necessidade de Manter o Desconto

A caracterização de jogo de planilha prescinde da intenção de


conferir vantagem indevida por parte dos agentes
administrativos ou dos prepostos da pessoa jurídica
contratada (Acórdão 1.721/2016-Plenário).
Necessidade de Manter o Desconto
Acórdão 1.757/2008-Plenário (Voto):
22. Não é preciso avaliar o eventual dolo da administração ou da empresa
para que se caracterize o desequilíbrio contratual e a necessidade de
adoção de medidas no sentido de restaurar esse equilíbrio. Nesse
diapasão, julgo pertinente transcrever trecho do voto condutor do Acórdão
1.755/2004-Plenário:
"50. ...Por isso que a completa consideração dos efeitos das alterações de
projeto não representa "oneração" ou "penalização" de quem quer que seja.
Se, pela falta de delimitação dos preços unitários, as obrigações contratuais
restaram desproporcionadas, o restabelecimento da simetria é imperativo.
51. Portanto, tem menos importância saber se o prejuízo sofrido pela
administração decorre de um autêntico "jogo de planilha", de um
comportamento volitivo por parte da empresa contratada no sentido de
fraudar a administração pública. É puro dever de justiça agir na defesa do
equilíbrio financeiro do contrato, quaisquer que sejam as causas do
desequilíbrio, tanto mais quando se tem na origem uma licitação irregular. E
acima disto, é imposição legal combater sobrepreços. Enfim, não é preciso
analisar a conduta da empresa para responsabilizá-la pelo ganho de lucros
indevidos e excessivos."
Estudos de Casos Diversos
Estudo de Caso - Dissídio Coletivo
▪ Pleito: Durante a execução de uma obra rodoviária, em outubro de 2015, a houve
um dissídio coletivo reajustando os salários em 10%, o que motivou o empreiteiro a
formular pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
▪ Baseado na curva ABC de insumos da obra, solicitou reajuste de 0,46% aplicável
sobre o saldo remanescente do contrato, equivalente ao reajuste de 10% aplicado
sobre a participação dos profissionais “servente” e “encarregado” no valor global do
contrato.
Tipo Descrição do Insumo Unid. Quantidade Preço Parcial % % Acumulado
Caminhão Basculante : Mercedes Benz : H
Equipamento 2423 K : 10 m3 - 15 t 177.486,08 23.758.464,36 43,87 43,87
Ton.
Material Cimento Asfáltico de Petróleo 4.320,00 5.616.000,00 10,37 54,24
H
Mão de Obra Servente 219.575,72 2.458.977,67 4,54 58,78
M3
Material Brita 3 12.247,08 1.751.332,42 3,23 62,01
M3
Material Brita 2 12.243,41 1.750.807,12 3,23 65,24
M3
Material Brita 1 12.243,41 1.750.807,12 3,23 68,47
Unid.
Material Dente de corte (W6/22) p/ recicladora 22.321,15 1.427.660,88 2,64 71,11
Ton.
Material Asfalto diluído - CM-30 598,38 1.244.630,40 2,30 73,41
Caminhão Basculante : Volvo BM : FM H
Equipamento 12 6X4 : 20 t 4.308,13 976.370,03 1,80 75,21
Recicladora de Pavimento : Wirtgen : WR H
Equipamento 2000 : a frio 1.701,31 918.966,90 1,70 76,91
Litro
Material Óleo combustível 1A 576.000,00 913.536,00 1,69 78,60
Rolo Compactador : Dynapac : CA-25-P : H
pé de carneiro autopropelido 11,25t
Equipamento vibratório 4.563,27 752.607,91 1,39 79,99
Kg
Material Cimento portland CP II-32 1.088.599,32 649.284,18 1,20 81,19
H
Mão de Obra Encarregado de turma 28.696,72 620.834,05 1,15 82,34
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: Em vista das considerações realizadas no estudo de caso anterior,
o pleito não deve ser deferido, pois não está fundamentado no art. 65, inciso
II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993 e na teoria da imprevisão, que requer o
atendimento dos seguintes requisitos:
▪i) fato imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, alheio
à vontade das partes; e
▪Ii) desequilíbrio econômico ou financeiro elevado no contrato, impondo
onerosidade excessiva a uma das partes ou a ambas, eventualmente.
▪O fato não é imprevisível (dissídio coletivo da categoria ocorre todo ano),
nem tampouco representa um ônus elevado, excessivo, ao contratado que o
permita ser enquadrado como álea extraordinária.
▪No Acórdão 2255/2005-Plenário, proferido em face de Consulta formulada
pela Câmara dos Deputados, foi deliberado que a viabilidade de os
incrementos dos custos de mão de obra ocasionados pela data-base de cada
categoria profissional constituírem fundamento para a alegação de
desequilíbrio econômico-financeiro contraria o disposto no art. 65, inciso II,
alínea “d”, da Lei 8.666/93, que estabelece as hipóteses de reequilíbrio
econômico-financeiro dos contratos.
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: (continuação)

▪Como já demonstrado em itens precedentes, o incremento dos custos de mão-de-obra


decorrente da data-base das categorias profissionais trata-se de mero reajuste
provocado pela inflação. Em consequência, são aplicáveis a esse incremento de custos
as regras atinentes ao reajuste dos contratos, que fixam o prazo anual para realização
de cada novo reajustamento (Acórdão nº 1.563/2004-Plenário)
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: (continuação)
▪Tal posição é corroborada pelo STJ, pelo teor das deliberações contidas nos
RESPs 134797/DF, 411101/PR, 382260/RS, dos quais se retira que o
aumento salarial a que está obrigada por força do dissídio coletivo não é fato
imprevisível capaz de autorizar o reequilíbrio econômico-financeiro do
contrato.
▪Segundo Marçal Justen Filho, a Administração pode recusar o
restabelecimento da equação econômica-financeira do contrato mediante a
invocação dos seguintes motivos:
▪Ausência de elevação dos encargos do particular;
▪Ocorrência do evento antes da formulação da proposta;
▪Ausência de vínculo de causalidade entre o evento ocorrido e a
majoração dos encargos do contratado;
▪Culpa do contratado pela majoração dos seus encargos (o que inclui a
previsibilidade da ocorrência do evento).
▪ O motivo que fundamenta o pedido era de prévio conhecimento da empresa.
Em outras palavras, as convenções e dissídios coletivos de trabalho, que
majoram os encargos trabalhistas, são plenamente previsíveis no momento de
formulação das propostas na licitação.
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: (continuação)
▪A título de exemplo, que a data-base do dissídio da categoria em análise seja
outubro de cada ano. Se a data-base da proposta for maio/2013, o contrato só
poderá ter reajustes após maio/2014.
▪Em função da oferta e demanda do mercado de mão de obra, bem como da
inflação acumulada no período ou, até mesmo, diante de reivindicações
concretas do sindicato da categoria, o engenheiro de custos deve arbitrar uma
taxa de reajuste esperada para a categoria em função do dissídio coletivo em
outubro/2013. Digamos que as condições atuais do mercado de trabalho
indiquem um reajuste provável em torno de 6%, em outubro/2013.
▪O custo da mão de obra ficará com preço constante de maio a outubro de
cada ano, ou seja, entre novembro e abril o salário da mão de obra conterá
um reajuste de 6%. Suponha que a obra em análise tem prazo de execução
contratual de 20 meses, com início a partir de 01/05/2013. Uma distribuição
hipotética do quantitativo de trabalhadores e o respectivo histograma são
apresentados na tabela e na figura a seguir:
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: (continuação)
Quantidade de
Mês Trabalhadores
Maio/2011 100
Junho/2011 150
Julho/2011 200
Histograma de mão de obra Agosto/2011 400
Setembro/2011 700
3000 Outubro/2011 1.100
Novembro/2011 1.900
Quantidade de trabalhadores

2500 Dezembro/2011 1.900


Janeiro/2012 2.800
2000 Fevereiro/2012 2.800
Março/2012 2.800
1500
Abril/2012 2.800
Maio/2012 2.800
1000
Junho/2012 2.800
500 Julho/2012 1.700
Agosto/2012 1.700
0 Setembro/2012 900
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Outubro/2012 900
Mês Novembro/2012 300
Dezembro/2012 300
Total homens x mês 29.050

▪O fator de variação salarial a ser adotado sobre o salário da categoria pode ser obtido
da seguinte forma:
▪Entre maio e outubro de 2013 serão gastos 2.650 homens x mês.
▪Entre novembro/2013 e abril/2014 serão gastos outros 15.000 homens x mês.
▪Como o décimo terceiro salário é calculado com base no salário de dezembro, há um
custo adicional equivalente a 1.900 homens x mês.
▪Sobre o quantitativo total de homens x mês de novembro/2013 a abril/2014, incluindo
décimo terceiro salário (16.900 homens x mês), aplica-se o fator de reajuste de 6%,
obtendo-se um quantitativo de homem x mês corrigido igual a 17.914.
Estudo de Caso – Dissídio Coletivo
▪Análise: (continuação)
▪No período de maio a outubro de 2014 estão previstos um total de 10.800
homens x mês. Aqui os quantitativos de homem x mês não serão reajustados,
pois os preços dos serviços contratuais serão reajustados em virtude do
transcurso do prazo de um ano de vigência contratual. Por simplicidade dos
cálculos, foi suposto que o índice de reajuste contratual seja igual ao índice de
reajuste dos salários.
▪Nos dois últimos meses do contrato são necessários apenas 600 homens x
mês e outros 300 para pagamento do décimo terceiro salário de dezembro.
Estes 900 homens x mês sofrerão um reajuste de 6%. Assim, obtém-se um
quantitativo equivalente de 954 homens x mês.
▪Somando-se os quantitativos equivalentes de homens x mês: 1.900 + 17.914
+ 10.800 + 954 = 32.318 homens x mês.
▪Dividindo-se o quantitativo equivalente de homens x mês pelo quantitativo
nominal de homens mês (31.250, pois foram incluídos os quantitativos
relativos ao décimo terceiro salário), obtém-se o fator de variação salarial de
mão de obra: 1,034176, a ser aplicado linearmente sobre os salários de todos
os profissionais para fins de elaboração do orçamento.
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Pleito: Um determinado contrato, cujo objeto abrangia a construção de uma usina
termoelétrica, tinha data base no dia 28/8/2012, quando a cotação do dólar
comercial se encontrava em R$ 2,0433.
▪ Cerca de 35% do contrato se referem a equipamentos importados (turbinas a gás,
trocadores de calor, válvulas, gerador, tubulação, instrumentação e sistema de
automação).
▪ O contrato foi iniciado em dezembro/2012 e permaneceu em baixo ritmo de
execução até setembro/2015, devido a problemas no licenciamento ambiental da
obra. No período foram executadas basicamente as obras civis da usina
termoelétrica.
▪ No dia 24/09/2012, com base na Ptax divulgado pelo Banco Central (R$ 4,1949/US$
1,00), a empresa pleiteou a correção de 105,3% ( ( (4,1949/2,0433) – 1 ) x 100%)
sobre o preço contratual de todos os itens importados do contrato.
Estudo de Caso - Desvalorização Cambial
▪ Análise: O pleito, em tese, se enquadra na teoria da imprevisão:
i) fato imprevisível ou previsível, mas de consequências incalculáveis, alheio à vontade
das partes; e
Ii) desequilíbrio econômico ou financeiro elevado no contrato, impondo onerosidade
excessiva a uma das partes.
▪ Ademais, o evento ocorreu após a formulação da proposta, alterando a equação
econômico-financeira do contrato, e há relação causal entre o evento (desvalorização
da moeda) e a majoração dos encargos do contratado.
▪É de se perquirir se existiu culpa do contratado pela majoração dos seus encargos,
pois um administrador de razoável diligência (um homem-médio), ao assumir um
compromisso contratual de centenas de milhões de dólares, deveria buscar proteção
cambial por meio de algum instrumento de hedge, comprando contratos de dólar futuro
na BM&F ou realizando contratos de swap com alguma instituição financeira.
▪Por esse, motivo, o instrutor partilha da opinião de que o pleito não deve ser deferido.
▪ Não obstante, apresenta-se aqui jurisprudência predominante do Poder Judiciário em
sentido inverso, que possui certa razoabilidade, pois sabendo o construtor que o
equilíbrio econômico-financeiro de sua proposta está protegido pela Constituição
Federal, não vê incentivo em realizar o hedge cambial e incorrer no custo associado.
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪ Cita-se o seguinte precedente do STJ:
“CONTRATO ADMINISTRATIVO. EQUAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DO
VÍNCULO. DESVALORIZAÇÃO DO REAL. JANEIRO 1999. ALTERAÇÃO DE
CLÁUSULA REFERENTE AO PREÇO. APLICAÇÃO DA TEORIA DA IMPREVISÃO E
FATO DE PRÍNCIPE. (...)
2. O episódio ocorrido em janeiro de 1999, consubstanciado na súbita desvalorização
da moeda nacional (real) frente ao dólar norte-americano, configurou-se causa
excepcional de mutabilidade dos contratos administrativos, com vistas à manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro das partes. (...)” (STJ – ROMS 15153 UF: PE – 1ª
Turma – Data da decisão: 19/11/2002 – Min. Relator Luiz Fux).
▪ Obviamente, não é qualquer variação cambial que justifica o ocorrido, pois o dólar
naturalmente oscila diariamente com o real, sem que isso possa ser considerado fato
imprevisível.
▪As demais observações anteriormente feitas também são aplicáveis ao caso, em
particular que o impacto global da desvalorização cambial no saldo contratual seja
elevada a ponto de ser impeditiva ou retardadora da execução do contrato, por
exemplo, em percentual superior à taxa de lucro declarada no BDI.
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪ O TCU já se manifestou no sentido de que oscilações
naturais no câmbio posteriores ao contrato não ensejam a
aplicação da teoria da imprevisão, tampouco haverá a
recomposição do equilíbrio contratual.

Acórdão nº 3.282/2011 – Plenário

(...) o poder público não interveio no regime de câmbio,


tampouco ocorreu situação extraordinária e inevitável
relativamente às variações na taxa inflação ou índices de
preços setoriais. Ao contrário, a meu ver, as alterações por
que passaram as variáveis econômicas foram movimentos
naturais regidos pelas leis do mercado.
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪Com efeito, a desvalorização da moeda nacional pode ser um evento extracontratual
impactante nos contratos administrativos em vigor. Contudo, não pode ser tida como
uma condição suficiente e autônoma para justificar a revisão contratual.
▪Explica-se melhor, a aplicação da teoria da imprevisão aos contratos administrativos
também requer demonstração objetiva de que ocorrências supervenientes tornaram a
sua execução excessivamente onerosa para uma das partes. A simples variação
cambial, por si só, não justifica a revisão contratual por um motivo simples: o particular
contratado pode ter adquirido os insumos ou incorrido nas despesas impactadas pelo
câmbio antes da ocorrência do evento. Em tal situação, ao contrario do alegado, a
posterior desvalorização da moeda favoreceria ao contratado, pois os índices de
reajuste contratual supervenientes captariam em maior ou menor grau o fato ocorrido.
▪Assim, o construtor teria sua remuneração majorada por índices que foram afetados
ao menos parcialmente pelo câmbio, mas não incorreria em custos adicionais, haja
vista que adquiriu os bens importados antes da depreciação do Real.
▪Portanto, pleitos do gênero não podem se basear exclusivamente nos preços
contratuais ou na variação de valores extraídos de sistemas referenciais de custos,
sendo indispensável que se apresente outros elementos adicionais do impacto
cambial, tais como a comprovação dos custos efetivamente incorridos no contrato,
demonstrados mediante notas fiscais.
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪Aferir a quebra do equilíbrio contratual não é uma tarefa simples, posto que a doutrina
explicita a indispensabilidade de que seja comprovado o prejuízo do particular. Nesse
sentido é válido citar o ensinamento de Bandeira de Mello:
“Para tanto, o que importa, obviamente, não é a “aparência” de um respeito ao valor
contido na equação econômico-financeira, mas o real acatamento dele. De nada vale
homenagear a forma quando se agrava o conteúdo. O que as partes colimam em um
ajuste não é a satisfação de fórmulas ou de fantasias, mas um resultado real, uma
realidade efetiva que se determina pelo espírito da avenca; vale dizer, pelo conteúdo
verdadeiro do convencionado” (BANDEIRA DE MELLO, 1999, p. 560).
Tratando-se de um caso em que diversos equipamentos serão adquiridos,
provavelmente em diferentes datas, com taxas de câmbio e moedas diversas, o pleito
não pode ser calculado de forma simplória como demonstrado pela construtora, e os
reajustes contratuais acumulados devem ser descontados do valor da revisão.
A tabela a seguir ilustra o modelo de cálculo a ser utilizado:
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪O pleito solicitado pela construtora se baseia na tabela abaixo, em que é solicitada
recomposição de mais de R$ 294 milhões:

Valor do Contrato: 800.000.000,00


Obras civis: 400.000.000,00
Equipamentos nacionais: 120.000.000,00
Equipamentos importados: 280.000.000,00
Data-base: 28/08/2012
Taxa de Câmbio na data-base: 2,0433
Índice de reajuste contratual: IPCA
Taxa de Câmbio em 24/09/2012 4,1949
Pleito da construtora: 294.840.698,87

▪ O valor do desequilíbrio calculado pelo contratante se baseia na tabela abaixo,


apurando-se montante de apenas R$ 3 milhões (ou 0,307% do valor corrigido do
contrato):
Valor contratual
Valor contratual Valor contratual Data de Taxa de Valor contratual Desequilíbrio
Aquisições reajustado pelo
(R$) (em US$) pagamento câmbio reajustado IPCA em R$
Câmbio
Equipamento 1 50.000.000,00 24.470.219,74 28/08/2013 2,2315 53.135.346,13 54.605.295,36 1.469.949,22
Equipamento 2 50.000.000,00 24.470.219,74 29/08/2014 2,2396 56.590.343,39 54.803.504,14 - 1.786.839,26
Equipamento 3 60.000.000,00 29.364.263,69 30/09/2014 2,4510 68.078.224,85 71.971.810,31 3.893.585,45
Equipamento 4 100.000.000,00 48.940.439,49 01/03/2013 1,9848 104.457.943,34 97.136.984,29 - 7.320.959,05
Equipamento 5 20.000.000,00 9.788.087,90 27/05/2015 3,1740 24.274.180,30 31.067.390,99 6.793.210,69
Total 280.000.000,00 137.033.230,56 306.536.038,02 309.584.985,07 3.048.947,06
Estudo de Caso – Desvalorização Cambial
▪ Análise: (continuação)
▪O impacto simulado (0,307% do valor atualizado do contrato) não é significativo,
desenquadrando o pleito do construtor na teoria da imprevisão.
▪O pleito deve ser indeferido.
▪Fazemos uma última consideração. Se o contrato/edital dispor que o risco de variação
cambial é do empreiteiro, não há nenhuma possibilidade de conceder o reajuste
pleiteado. Nesse sentido, Maurício Portugal RIBEIRO e Lucas Navarro PRADO
argumentam que:
“A partir da leitura do art. 65, II, “d”, da Lei 8.666/93, pretende-se atribuir à
Administração Pública os riscos de força maior, caso fortuito, fato de príncipe etc. nos
contratos de obras e de prestação de serviço, como se o contrato não pudesse dispor
de forma diferente. Todavia, essa interpretação passa ao largo do fato de que o
dispositivo menciona tratar-se de evento extracontratual. Ora, se o contrato dispuser
de forma distinta, portanto, deverá prevalecer. Pensamos que não há – seja na Lei
8.666/93 ou em qualquer outro diploma legal – um sistema de distribuição de riscos
positivado. Aliás, assim que deve ser, pois a distribuição de riscos é uma questão de
eficiência econômica, e não de valor.”
▪A Teoria da IMPREVISÃO recebe esse nome porque se aplica ao que não está
PREVISTO no contrato.
Estudo de Caso – Alteração de DMT
▪ Pleito: Uma obra de saneamento tem um projeto prevendo um
expressivo volume de material escavado (sobra do reaterro das valas)
para ser transportado para um bota-fora localizado a 5 km de distância
do canteiro.

▪ Durante a execução da obra, o empreiteiro comprovou que não foi


possível utilizar o bota-fora originalmente previsto.

▪ O novo bota-fora aprovado pela fiscalização estava localizado a 15 km


da obra, o que motivou a formulação de um pedido de aditivo de
momento de transporte extraordinário pelo construtor.
Estudo de Caso – Alteração de DMT
▪ Análise: O pleito é parcialmente procedente.

▪ É pacífica a jurisprudência do TCU que a alteração de DMT implica


em alterações de projeto e a consequente celebração de termo de
aditamento.

▪ Por exemplo, no Acórdão 1914/2015-Plenário, o TCU entendeu que a


redução, durante a execução de obras rodoviária, de distância média
de transporte de insumos (DMT) obriga a adequação dos preços aos
serviços efetivamente realizados, sob pena de caracterização de
superestimativa de quantidade, vício que não permite ponderação na
análise do preço global do contrato. No mesmo sentido, Acórdãos
Plenários 1922/2011 e 3061/2011.

▪ Todavia, em vez de realizar o incremento de momento de transporte


extraordinário no contrato, é preferível suprimir o serviço de ECT com
transporte por 5 km e incluir igual quantidade de serviço de ECT com
DMT de 15 km.
Estudo de Caso – Alteração no modo de
fornecimento
▪ Pleito: Em uma obra rodoviária foi contratada com projeto básico
prevendo a produção de uma brita em uma determinada jazida,
situada a 5 km da usina de CBUQ.

▪ No entanto, a referida pedreira não pode ser licenciada pelo órgão


ambiental competente, o que obrigou a aquisição comercial de brita.

▪ Assim, o empreiteiro formalizou pleito solicitando a elevação do preço


da brita.
Estudo de Caso – Alteração do modo de
fornecimento
▪ Análise: O pleito é procedente e deve ser concedido.

▪ Nos termos do Acórdão 1923/2011-Plenário (e de muitos outros julgados


do TCU), a forma de aquisição – se comercial ou produzida – e a
distância de transporte da pedreira são preponderantes para a definição
do preço real da brita, de forma que, se fora contratada brita comercial e,
na prática, é utilizada brita produzida, com expressiva alteração de
encargos, é vinculada a alteração do contrato com a redução do preço
contratado.

▪ Nesses casos, o preço contratual deve ser ajustado de forma a


considerar a produção do insumo, e não sua aquisição comercial. Isto
porque o equilíbrio econômico entre encargos e a remuneração
respectiva deve ser mantido por todo o decorrer da avença, em atenção
ao art. 37, XXI, da Constituição Federal, e ao art. 65 da Lei 8666/93.

▪ Raciocínio análogo é cabível quando contratada brita produzida e,


efetivamente, foi realizada a aplicação de brita comercial, encarecendo a
execução do objeto.
Estudo de Caso – Alteração de velocidade de
transporte
▪ Pleito: Considere que foi contratada a execução de uma pista de
pousos e decolagens de aeronaves contendo o seguinte serviço de
escavação, carga e transporte:
Estudo de Caso – Alteração de velocidade de
transporte
▪ Pleito (continuação): Durante a execução da obra, a velocidade
média de 45 km/hora não foi atingida. Em vista do exposto, o
empreiteiro solicita a alteração do serviço contratado para uma
composição com velocidade média de 24 km/hora:
Estudo de Caso – Alteração de velocidade de
transporte
▪ Análise: O pleito não deve ser deferido, embora seja algo um tanto
controverso, pois a velocidade de transporte constou da descrição do
serviço.
▪ Entende-se que as produtividades, consumos de materiais e velocidades
sejam riscos ordinários de construção, alocados exclusivamente ao
contratado.
▪ Ademais, deve-se investigar se a velocidade média real obtida pelo
empreiteiro realmente seja a pleiteada e quais os motivos ensejaram a sua
redução, que pode ser por culpa do empreiteiro (sinalização deficiente,
interferência com outras frentes de serviço da própria obra, controles de
acesso redundantes etc.) ou por culpa do contratante ou por fatores
alheios a parte.
▪ Nesse último caso, há de se investigar se houve alguma ocorrência
superveniente à contratação, que ensejou o desequilíbrio do contrato. Por
exemplo, a realização de uma outra obra de terceiro, que provocou desvio
de tráfego e congestionamentos na região. Nesse caso, pode ser aplicável
a teoria da imprevisão e, sob certas circunstâncias, ser devido o
aditamento.
Estudo de Caso – Alteração de equipamento
▪ Pleito: Durante a execução do mesmo serviço de escavação, o empreiteiro
opta por utilizar uma escavadeira hidráulica de 0,8 m3, alegando não existir
disponibilidade para locação de um equipamento com 1,2 m2. Em vista do
exposto, o empreiteiro solicita a alteração do serviço contratado para a
seguinte composição:
Estudo de Caso – Alteração de equipamento
▪ Análise: O pleito não deve ser deferido, pois a escolha do equipamento
ocorreu pelo empreiteiro.

▪ Ademais, se foi especificado em edital a realização do serviço com o


equipamento de maior capacidade, a Administração pode impor ao
construtor que execute o serviço com a escavadeira de 1,2 m3.

▪ Ressalta-se que a questão reserva algumas controvérsias, pois há vários


julgados do TCU apontando sobrepreço quando a situação inversa
ocorre, ou seja, a Administração orça a obra considerando uma
metodologia (ou equipamento) antieconômico e o construtor executa o
objeto com metodologia (ou equipamento) corriqueiramente utilizado,
obtendo um ganho ilícito.

▪ Nesse sentido, há julgados em que a escavação foi orçada considerando


a utilização de motoscrapers ou de conjuntos trator de esteiras/pá
carregadeira e, durante a execução da obra, o construtor fez o serviço
com escavadeiras hidráulicas, opção de menor custo de execução.
Estudo de Caso – Alteração de equipamento
▪ Análise: Cita-se como exemplo o Acórdão 826/2015-Plenário, em que o
TCU entendeu que nos contratos executados sob regime de preço
unitário, a remuneração de cada serviço passa pela efetiva conferência
da atividade executada, tanto em termos quantitativos como qualitativos,
implicando o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos a adoção
pela contratada de outro método construtivo, mais racional e econômico
do que o considerado no orçamento da obra, se este previu metodologia
executiva claramente ineficiente, antieconômica ou contrária à boa
técnica da engenharia.
Estudo de Caso – Mudança do horário de execução
dos serviços – pedido de adicional noturno

▪Pleito: Durante a execução de uma obra de pavimentação, a Prefeitura


contratante determinou que a execução dos serviços ocorresse somente no
período de 22:00 às 5:00 da manhã.
▪Considerando que não havia disposição contratual expressa nesse sentido, o
construtor apresentou pleito solicitando o pagamento de adicional noturno.
Estudo de Caso – Mudança do horário de execução
dos serviços – pedido de adicional noturno

▪Pleito: (continuação). Considere que a planilha orçamentária contratual foi


decomposta na seguinte curva ABC de insumos:

Tipo Descrição do Insumo Unid. Quantidade Preço Parcial % % Acumulado


Caminhão Basculante : Mercedes Benz : H
Equipamento 2423 K : 10 m3 - 15 t 177.486,08 23.758.464,36 43,87 43,87
Ton.
Material Cimento Asfáltico de Petróleo 4.320,00 5.616.000,00 10,37 54,24
H
Mão de Obra Servente 219.575,72 2.458.977,67 4,54 58,78
M3
Material Brita 3 12.247,08 1.751.332,42 3,23 62,01
M3
Material Brita 2 12.243,41 1.750.807,12 3,23 65,24
M3
Material Brita 1 12.243,41 1.750.807,12 3,23 68,47
Unid.
Material Dente de corte (W6/22) p/ recicladora 22.321,15 1.427.660,88 2,64 71,11
Ton.
Material Asfalto diluído - CM-30 598,38 1.244.630,40 2,30 73,41
Caminhão Basculante : Volvo BM : FM H
Equipamento 12 6X4 : 20 t 4.308,13 976.370,03 1,80 75,21
Recicladora de Pavimento : Wirtgen : WR H
Equipamento 2000 : a frio 1.701,31 918.966,90 1,70 76,91
Litro
Material Óleo combustível 1A 576.000,00 913.536,00 1,69 78,60
Rolo Compactador : Dynapac : CA-25-P : H
pé de carneiro autopropelido 11,25t
Equipamento vibratório 4.563,27 752.607,91 1,39 79,99
Kg
Material Cimento portland CP II-32 1.088.599,32 649.284,18 1,20 81,19
H
Mão de Obra Encarregado de turma 28.696,72 620.834,05 1,15 82,34
Estudo de Caso – Mudança do horário de execução
dos serviços – pedido de adicional noturno

▪Análise: O pleito é procedente de deve ser concedido. Trata-se de típico fato


da administração que torna a execução da obra mais onerosa para o
contratado.
▪Para a mão de obra operativa noturna, as disposições da CLT determinam
que a hora noturna tenha remuneração superior ao trabalho diurno em pelo
menos 20% e que seja computada pelo tempo de 52 minutos e 30 segundos.
▪Assim, adota-se um fator majorador do custo da mão de obra noturna em
37,15%.
▪Considerando que a obra tem uma previsão de utilização de 5,69% de mão
de obra em relação ao custo total, há um impacto de 2,11% no montante
global contratado, que deve ser o valor a ser concedido ao empreiteiro.
▪A análise do pleito admite outra abordagem ex-post, em que o empreiteiro
comprova os gastos adicionais incorridos mediante apresentação da folha de
pagamento, acompanhada da GFIP da obra. Nesse caso, o custo adicional
regularmente comprovado seria indenizado pela Administração contratante.
Estudo de Caso – Chuvas – pedido de prorrogação
de prazo de execução e de reequilíbrio do contrato
▪ Pleito: Um serviço de compactação de aterro (em uma barragem) foi executado ao
longo do ano de 2014, em que se verificou a seguinte distribuição de chuvas:

▪ Baseado em tal fato, o construtor pleiteia uma prorrogação de prazo de quatro


meses, considerando que em quatro meses do ano houve uma chuva acima da
média. Também pleiteia o acréscimo de administração local relativo ao período da
prorrogação solicitada.
Estudo de Caso – Chuvas – pedido de prorrogação
de prazo de execução e de reequilíbrio do contrato
▪ Análise: Compilando-se os dados pluviométricos colhidos durante a execução do
contrato, pode-se observar que em 2014, período de execução contratual, houve
uma aumento de apenas 90 mm em relação à média histórica, o que caracteriza um
desvio de apenas 5,6%.
▪ Em nossa opinião, tal variação não encontra amparo nos condicionantes da teoria
da imprevisão para embasar o pleito de reequilíbrio econômico financeiro do
contrato.
Estudo de Caso – Chuvas – pedido de prorrogação
de prazo de execução e de reequilíbrio do contrato
▪ Análise: Com relação ao aumento de prazo, será adotada a metodologia do
Centran. Para concessão de aditivo de prazo ao contrato da obra, o valor máximo de
dias a ser considerado será o produto do valor de nd pelo número de dias do mês,
conforme abaixo:
▪ Dias adicionais de prazo ao contrato = nd · número de dias do mês
Estudo de Caso – Chuvas – pedido de prorrogação
de prazo de execução e de reequilíbrio do contrato
▪ Análise: Valores de nd:
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Pleito: Uma obra de pavimentação foi contratada em abril/2014, havia previsão para
expedição da ordem de serviço em maio/2014, e prazo de execução de 3 meses.
Porém, devido a atrasos na desapropriação, a ordem de início dos serviços só foi
emitida em setembro/2014.
▪ Em vista disso, o empreiteiro formulou pedido de prorrogação de prazo e de
recomposição do equilíbrio econômico financeiro do contrato.
▪ A ocorrência de chuvas no local da obra encontra-se sintetizada no gráfico seguinte.
(fonte: www.inmet.gov.br/sim/gera_graficos.php).

Mês Dias de chuva Horas trabalháveis


Janeiro 10 146,6
Fevereiro 12 131,94
Março 23 51,31
Abril 16 102,62
Maio 1 212,57
Junho 2 205,24
Julho 2 205,24
Agosto 0 219,9
Setembro 1 212,57
Outubro 11 139,27
Novembro 24 43,98
Dezembro 24 43,98
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Análise: A resolução de um caso real é complexa, pois a obra é composta por
diversos serviços, realizados segundo determinada sequência, sendo cada um deles
impactado de forma diferente pelas chuvas.
▪ Vamos realizar uma análise simplificada aqui, considerando apenas a execução de
um único serviço, no caso do CBUQ – Capa de rolamento, que é o serviço mais
significativo na pavimentação, cuja composição é mostrada a seguir:
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Análise: O demonstrativo de produção da equipe mecânica é mostrada a seguir,
em que se conclui que a produção horária da patrulha é de 75 toneladas/hora:
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Análise: Estava prevista a pavimentação de 30 km de rodovia de 6 metros de
plataforma, com espessura de 8 cm de asfalto. Isso equivale a 34.560 toneladas de
CBUQ (0,08*6*2,4*30000).
▪ Considerando os dias de chuva e que o CBUQ não pode ser executado na chuva,
segundo a norma DNIT 031/2006-ES, é possível elaborar a seguinte tabela de
praticabilidade:

Produção Mensal por


Dias de Horas Horas equipe mecânica
Mês chuva trabalháveis improdutivas (toneladas)
Janeiro 10 146,67 73,33 11.000,0
Fevereiro 12 132,00 88,00 9.900,0
Março 23 51,33 168,67 3.850,0
Abril 16 102,67 117,33 7.700,0
Maio 1 212,67 7,33 15.949,9
Junho 2 205,33 14,67 15.399,9
Julho 2 205,33 14,67 15.399,9
Agosto 0 220,00 0,00 16.499,9
Setembro 1 212,67 7,33 15.949,9
Outubro 11 139,33 80,67 10.450,0
Novembro 24 44,00 176,00 3.300,0
Dezembro 24 44,00 176,00 3.300,0
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Análise: Se a obra tivesse tido o seu início em maio, conforme cláusula contratual,
poderia ter sido executada da seguinte forma, com certa folga de prazo no terceiro
mês:
Produção Mensal por
Dias de Horas Horas Horas equipe mecânica
Mês chuva trabalháveis trabalhadas improdutivas (toneladas)
Maio 1 212,67 212,67 7,33 15.949,9
Junho 2 205,33 205,33 14,67 15.399,9
Julho 2 205,33 42,80 3,06 3.210,1
Total 5 623,33 460,80 25,06 34.560,0

▪ Como a obra se iniciou em setembro, se prolongou por pouco mais de quatro


meses, conforme abaixo:

Produção Mensal por


Dias de Horas Horas Horas equipe mecânica
Mês chuva trabalháveis trabalhadas improdutivas (toneladas)
Setembro 1 212,67 212,67 7,33 15.949,9
Outubro 11 139,33 139,33 80,67 10.450,0
Novembro 24 44,00 44,00 176,00 3.300,0
Dezembro 24 44,00 44,00 176,00 3.300,0
Janeiro 10 146,67 20,80 10,40 1.560,2
Total 70,0 586,7 460,8 450,4 34.560,0
Estudo de Caso – Chuvas – Mudança do período de
execução da obra
▪ Análise: Em vista do exame realizado, poderia ser concedida uma prorrogação de
prazo aproximada de 65 dias, considerando o acréscimo observado de 5 dias de
chuva para 70 dias de chuva.
▪ O construtor incorrerá também em um aumento de custo equivalente a 425,34 horas
improdutivas (450,4 horas – 25,06 horas).
▪ A indenização a ser realizada ao construtor deve considerar um custo da hora
improdutiva. Preconiza-se aqui que tal custo, quando utilizado equipamento próprio,
seja equivalente ao salário do operador do equipamento.
▪ Teríamos três operadores para os rolos (de pneu e liso), um operador para o trator
agrícola, e outro operador para a vibroacabadora. O total de salários, com encargos
sociais, seria de R$ 68,05/hora improdutiva, o que resultaria numa indenização de
R$ 28.944,64.
▪ E discutível se outras parcelas deveriam ser incorporadas ao custo do equipamento
parado. Entendemos inadequado incluir parcelas relacionadas com custo horário de
depreciação, custo de oportunidade ou custos com locação de equipamentos.
▪ Observação: existem outras abordagens para o tratamento do pleito do construtor,
mas acreditamos que o critério adotado seja o mais correto do ponto da engenharia
de custos. Ver estudo de caso a seguir.
Estudo de Caso – Aceleração de Execução –
Obra Executada em Vários Turnos
▪Pleito: Foi solicitado do construtor a execução da obra em dois turnos
diários, de segunda a sábado, a saber:
▪De 8:00 às 17:00, com 1 hora de intervalo (70% do efetivo)
▪De 17:00 às 02:00, com 1 hora de intervalo (30% do efetivo)
▪O Jornada normal de trabalho era de 8:00 às 17:00, de segunda a sexta, e de
8:00 às 12:00 no sábado. Assim, haverá necessidade de pagamento de 4:00
horas extras no sábado.
▪Como a solicitação da Administração tornou a obra reconhecidamente mais
onerosa para o construtor, trata-se de típico fato da Administração sendo
cabível o reequilíbrio do ajuste.
Estudo de Caso – Aceleração de Execução –
Obra Executada em Vários Turnos
▪Análise: O pleito é procedente e deve ser deferido, pois se trata de típico
fato da Administração.
▪Considerando que os encargos sociais utilizados pelo construtor em sua
formação de preços foi de 123,5%, pode-se elaborar o seguinte demonstrativo
para o primeiro turno:
1 - DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS TRABALHADAS SEMANAIS

Dias H.N. H.N.* H. E. tipo I H. E.* tipo I H. E. tipo II H. E.* tipo II H. E. tipo III H. E.* tipo III
Segunda 8,00
Terça 8,00
Quarta 8,00
Quinta 8,00
Sexta 8,00
Sabádo 4,00 2,00 2,00
Domingo
Total* 44 2 2

Encargos
AD H. E. AD Noturno
Sociais
44,00 H.N. 123,50% 98,34
H.N.*
2,00 H. E. tipo I 123,50% 50,00% 6,71
H. E.* tipo I
2,00 H. E. tipo II 123,50% 50,00% 6,71
H. E.* tipo II
H. E. tipo III
H. E.* tipo III

Taxa de Encargo Social 132,81%


Estudo de Caso – Aceleração de Execução –
Obra Executada em Vários Turnos
▪Análise: (continuação) O segundo turno é detalhado a seguir:

1 - DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS TRABALHADAS SEMANAIS

Dias H.N. H.N.* H. E. tipo I H. E.* tipo I H. E. tipo II H. E.* tipo II H. E. tipo III H. E.* tipo III
Segunda 4,00 4,00
Terça 4,00 4,00
Quarta 4,00 4,00
Quinta 4,00 4,00
Sexta 4,00 4,00
Sabádo 4,00 2,00 2,00
Domingo
Total* 24 20 2 2

Encargos
AD H. E. AD Noturno
Sociais
24,00 H.N. 123,50% 53,64
20,00 H.N.* 123,50% 37,14% 61,30
H. E. tipo I
2,00 H. E.* tipo I 123,50% 50,00% 37,14% 9,20
H. E. tipo II
2,00 H. E.* tipo II 123,50% 50,00% 37,14% 9,20
H. E. tipo III
H. E.* tipo III

Taxa de Encargo Social 177,78%


Estudo de Caso – Aceleração de Execução – Obra
Executada em Vários Turnos
▪Análise: (continuação) Assim, o percentual de encargos sociais ponderados
de ambos os turnos é detalhado a seguir:
5 - RESUMO DOS ENCARGOS
TOTAL DE HORAS
417,60
TRABALHADAS NO MÊS
1º TURNO - Percentual do efetivo de funcionários que trabalhará
70%
neste período:
Encargo Social do Turno : 132,81%
Horas Trabalhadas Mensais : 292,32
1º TURNO - Percentual do efetivo de funcionários que trabalhará
30%
neste período
Encargo Social do Turno : 177,78%
Horas Trabalhadas Mensais : 125,28
ENCARGO PONDERADO
Encargo Social : 146,30%

▪O acréscimo de encargos sociais de 22,8% (146,3% - 123,5%) deve ser


aplicado sobre o percentual de 32,07%, que equivale à participação da mão
de obra no custo total de construção.
▪O resultado procurado corresponde a um aumento de custo de 7,31% do
valor contratual.
▪É de se analisar também se existirão outros acréscimos em função do
trabalho noturno (engenheiros, vigias, mestres de obras adicionais),
iluminação, etc.)
Estudo de Caso – O niple do ar condicionado
▪Pleito: Um determinado contrato, de valor global de R$ 30 milhões, foi
assinado contendo um serviço denominado “niple duplo galvanizado com
rosca”, que seria utilizado no sistema de ar condicionado. A tabela abaixo
apresenta o trecho da planilha orçamentária em que o serviço foi previstos:

▪A composição de custo unitário apresentada pela construtora na licitação é


reproduzida a seguir:
Estudo de Caso – O niple do ar condicionado
▪Pleito: Pode-se observar que a licitante ofertou preço idêntico ao orçado
pela Administração:
Preços ( R$ )
Código

Caderno 18 - Ar condicionado
UNID. QUANT. Unitários Totais Geral
Mão de Obra - Material -
Título da Etapa ou Atividade Mão de Obra Material Total
DEFLACIONADO DEFLACIONADO
18.03.158 Niple duplo galvanizado com rosca PEÇA 9 16,97 212,09 152,70 1.908,80 2.061,50

▪Pois bem, durante a execução contratual, observou-se que o quantitativo


projetado estava equivocado e seriam necessários 8.125 niples de ¾” e
outros 130 niples de 1 1/2”.
▪Assim, a construtora pleiteou uma acréscimo de R$ 1.888.792,11 no valor
contratual, correspondente ao custo unitário contratado (R$ 229,06)
multiplicado pelo quantitativo acrescido (8246 = 8125 + 130 – 9).
Estudo de Caso – O niple do ar condicionado
▪Análise: A Administração incorreu em erro ao aprovar a planilha
orçamentária, que foi elaborada por empresa projetista. Como se tratava de
uma obra superior a R$ 30 milhões, o erro no quantitativo e no custo
unitário do niple não foi percebido, pois se tratava de um item
materialmente irrelevante no contrato, que não figurava entre os mais
representativos na curva ABC de serviços e de insumos.
▪Somente ao ser surpreendida pelo pleito da empreiteira é que a
Administração percebeu o erro.
▪O contratante elaborou acurada pesquisa de mercado para o serviço,
compondo os serviços conforme tabela a seguir.
▪Pode-se observar que foi aplicado um percentual de desconto de 6,78%
nos itens para preservar o desconto global oferecido na proposta da
licitante.
Estudo de Caso – O niple do ar condicionado
Estudo de Caso – O niple do ar condicionado
▪Análise: (contratada) aceitou os novos preços, em substituição aos
ofertados em sua proposta.
▪Se houvesse impasse, a Administração, valendo-se do seu poder de
império, poderia suprimir unilateralmente o serviço e outros itens do sistema
de climatização que estivessem associados ao uso do niple, contratando
sua instalação com um terceiro.
▪Tal medida não seria interessante para o construtor, pois este perderia um
dos serviços mais lucrativos da planilha orçamentária. Melhor lucrar pouco
do que não lucrar nada.
Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
▪Pleito: Determinado órgão contratou a construção de uma edificação por um
custo direto de R$ 21.856.786,75, com prazo de execução contratual em 12
meses. A composição de custo da administração local da obra apresentada
pela construtora é apresentada a seguir, em que se pode observar que a
Administração Local representa um valor de R$ 1.856.785,75, ou 8,5% do
valor total do custo direto.
▪[ver memória de cálculo na planilha exemplo]
▪O critério de medição e pagamento estipulado no edital para a Administração
Local seguiu o preconizado pelo TCU, ou seja, adotou-se um pagamento
mensal proporcional ao andamento financeiro dos serviços.
▪Ocorre que o órgão contratante sofreu contingenciamentos financeiros em
sua dotação orçamentária ainda antes da emissão da ordem de serviço.
▪Dessa forma, foi realizada nova programação da obra, considerando a
previsão de sua execução em 18 meses, ou seja com 6 meses de atraso.
▪Na formalização do aditivo de prorrogação de prazo com a contratada, a
empreiteira apresentou um pedido de acréscimo contratual de R$ 928 mil,
correspondente a um acréscimo de 50% na Administração Local.
Descrição Custo Mensal Custo Total

Mão de Obra Suplementar - Segurança do Trabalho 7.732,80 92.793,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Técnico de Seg. Trabalho 2,00 7.732,80 24,00 92.793,60

Mão de Obra Suplementar - Garantia e Controle da Qualidade 26.211,68 95.791,46

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Estudo de Caso
Enc.da Qualidade/Técnico 1,00 18.427,20 12,00 41.882,40
Engenheiro da Qualidade/Coordenador 0,33 6.167,04 3,96 53.909,06
Aux Técnico da Qualidade - 1.617,44 - -

– Acréscimo na
Mão de Obra Suplementar - Meio Ambiente 7.982,62 95.791,46

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Engenheiro do Meio Ambiente/Coordenador 0,33 4.492,42 3,96 53.909,06


Enc.do Meio Ambiente/Técnico 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40

Administração
Aux Técnico Meio Ambiente - - - -

Mão de Obra Suplementar - Seção Técnica 19.945,80 239.349,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Local em
Encarregado de S.T (Medição) 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Técnico de Edificações 2,00 7.700,40 24,00 92.404,80
Auxiliar Técnico 1,00 2.095,20 12,00 25.142,40
Apropiador 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00

virtude de
Desenhista / Cadista 1,00 5.031,00 12,00 60.372,00

Mão de Obra Suplementar - Administrativo 30.414,60 364.975,20

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Encarregado Pessoal 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40

atraso na
Almoxarife 2,00 3.258,00 24,00 39.096,00
Comprador 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Recepcionista Ajudante 1,00 1.747,80 12,00 20.973,60

execução da
Motorista 1,00 1.967,40 12,00 23.608,80
Faxineira/copeira/Servente 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Mensageiro / Ajudante 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Vigia 4,00 8.316,00 48,00 99.792,00

obra.
Eletricista de Apoio 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Ajudante de Apoio 2,00 3.258,00 24,00 39.096,00

Mão de Obra Suplementar - Produção 58.305,60 699.667,20

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Gerente de Contrato(Engº Master A) 1,00 17.886,60 12,00 214.639,20


Engenheiro de Produção 1,00 10.809,00 12,00 129.708,00
Mestre de Obras 1,00 3.493,80 12,00 41.925,60
Encarregado de Obras 6,00 20.941,20 72,00 251.294,40
Topografo 1,00 1.958,40 12,00 23.500,80
Laboratorista 1,00 3.216,60 12,00 38.599,20

Consumos Gerais Concessionárias 176,94 236.450,22

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total

Energia Életrica (Luz/Força) - KW 15.478,32 0,55 8.513,08 102.156,91


Água/Esgoto - m³ 776,04 6,39 4.958,91 59.506,91
Telefone Fixo 36,66 70,00 2.566,20 30.794,40
Telefone Celular / Rádio 36,66 100,00 3.666,00 43.992,00

Materiais de Consumo 3.330,00 31.968,00

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total Obra

Material de Escritório para Adminstração 0,80 1.600,00 1.280,00 15.360,00


Material de Limpeza / Higiene para Adminstração 0,80 800,00 640,00 7.680,00
Xerox / Cópias / Impressões 0,80 930,00 744,00 8.928,00

Total Geral da Administração Local da Obra 1.856.786,75

Valor Total da Obra (Custos Diretos + Custos Indiretos) 21.856.786,75

% da Administração Local 8,50%


Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
▪Análise: O pleito não procede totalmente. Embora a culpa pelo atraso na
execução da obra seja da Administração – o que enseja uma revisão do custo
do item, deve-se ponderar que o gasto com Administração Local não é
diretamente proporcional ao prazo de execução do objeto.
▪ Ao realizar nova simulação da Administração Local, baseada na composição
e na memória de cálculo apresentada pela construtora, foi verificado que a
Administração Local para a execução da obra em 18 meses deveria ser de R$
2.190.277,94, ou 9,87% do novo custo direto da obra.
▪[ver memória de cálculo na planilha exemplo]
▪Assim, deve ser realizado um aditamento de apenas R$ 333.491,18,
conforme demonstrado na tabela a seguir:
Descrição Custo Mensal Custo Total

Mão de Obra Suplementar - Segurança do Trabalho 3.866,40 69.595,20

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Técnico de Seg. Trabalho 1,00 3.866,40 18,00 69.595,20

Mão de Obra Suplementar - Garantia e Controle da Qualidade 26.211,68 62.823,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Enc.da Qualidade/Técnico 1,00 18.427,20 18,00 62.823,60


Engenheiro da Qualidade/Coordenador - 6.167,04 - -
Aux Técnico da Qualidade - 1.617,44 - -

Mão de Obra Suplementar - Meio Ambiente 3.490,20 62.823,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Engenheiro do Meio Ambiente/Coordenador - - - -


Enc.do Meio Ambiente/Técnico 1,00 3.490,20 18,00 62.823,60

Estudo de Caso–
Aux Técnico Meio Ambiente - - - -

Mão de Obra Suplementar - Seção Técnica 19.945,80 359.024,40

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Acréscimo na
Encarregado de S.T (Medição) 1,00 3.490,20 18,00 62.823,60
Técnico de Edificações 2,00 7.700,40 36,00 138.607,20
Auxiliar Técnico 1,00 2.095,20 18,00 37.713,60
Apropiador 1,00 1.629,00 18,00 29.322,00

Administração
Desenhista / Cadista 1,00 5.031,00 18,00 90.558,00

Mão de Obra Suplementar - Administrativo 23.448,60 422.074,80

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Local em virtude
Encarregado Pessoal 1,00 3.490,20 18,00 62.823,60
Almoxarife 1,00 1.629,00 18,00 29.322,00
Comprador 1,00 3.490,20 18,00 62.823,60
Recepcionista Ajudante 1,00 1.747,80 18,00 31.460,40

de atraso na
Motorista 1,00 1.967,40 18,00 35.413,20
Faxineira/copeira/Servente - - - -
Mensageiro / Ajudante 1,00 1.629,00 18,00 29.322,00
Vigia 3,00 6.237,00 54,00 112.266,00

execução da obra.
Eletricista de Apoio 1,00 1.629,00 18,00 29.322,00
Ajudante de Apoio 1,00 1.629,00 18,00 29.322,00

Mão de Obra Suplementar - Produção 51.325,20 923.853,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Gerente de Contrato(Engº Master A) 1,00 17.886,60 18,00 321.958,80


Engenheiro de Produção 1,00 10.809,00 18,00 194.562,00
Mestre de Obras 1,00 3.493,80 18,00 62.888,40
Encarregado de Obras 4,00 13.960,80 72,00 251.294,40
Topografo 1,00 1.958,40 18,00 35.251,20
Laboratorista 1,00 3.216,60 18,00 57.898,80

Consumos Gerais Concessionárias 176,94 254.118,74

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total

Energia Életrica (Luz/Força) - KW 10.556,00 0,55 5.805,80 104.504,40


Água/Esgoto - m³ 529,25 6,39 3.381,91 60.874,34
Telefone Fixo 29,00 70,00 2.030,00 36.540,00
Telefone Celular / Rádio 29,00 100,00 2.900,00 52.200,00

Materiais de Consumo 3.330,00 35.964,00

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total Obra

Material de Escritório para Adminstração 0,60 1.600,00 960,00 17.280,00


Material de Limpeza / Higiene para Adminstração 0,60 800,00 480,00 8.640,00
Xerox / Cópias / Impressões 0,60 930,00 558,00 10.044,00

Total Geral da Administração Local da Obra 2.190.277,94

Valor Total da Obra (Custos Diretos + Custos Indiretos) 22.190.277,94

% da Administração Local 9,87%


Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
Uma outra variante possível
▪Pleito: A situação anterior teve a análise simplificada, pois houve percepção,
ainda antes do início dos serviços, que haveria atraso na execução da obra
ocasionada pelo contingenciamento de recursos orçamentários. Assim, a
Administração pôde reorganizar uma nova estrutura de Administração Local
otimizada para o novo prazo contratual de 6 meses.
▪No entanto, imagine uma situação em que a obra estivesse tendo um
andamento normal, estando, ao final do sexto mês, com 50% de execução e,
consequentemente, com 50% do item “administração local” medido e pago.
▪Nessa circunstância, ocorre um inesperado contingenciamento orçamentário,
o que obriga a redução do ritmo de execução para que a conclusão da obra
seja postergada em seis meses.
▪Assim, considerando que o prazo remanescente da obra será prorrogado em
100%, a empresa solicita o aditamento do saldo remanescente da
Administração Local em 100%.
Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
Uma outra variante possível
▪Análise: O caso exige nova programação da execução do saldo contratual,
que será agora executado em 12 meses, em vez de 6 meses. A tabela a
seguir ilustra um exemplo simulado.
▪[ver memória de cálculo na planilha exemplo]
▪O saldo original da Administração Local (R$ 928.392,88), precisa ser
acrescido em R$ 508.438,44, totalizando R$ 1.436.831,31.
▪Assim, a Administração Local total do contrato é aditada de R$ 1.856.785,75
para R$ 2.365.244,19.
Descrição Custo Mensal Custo Total

Mão de Obra Suplementar - Segurança do Trabalho 3.866,40 46.396,80

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Técnico de Seg. Trabalho 1,00 3.866,40 12,00 46.396,80

Mão de Obra Suplementar - Garantia e Controle da Qualidade 26.211,68 41.882,40

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Enc.da Qualidade/Técnico 1,00 18.427,20 12,00 41.882,40


Engenheiro da Qualidade/Coordenador - 6.167,04 - -
Aux Técnico da Qualidade - 1.617,44 - -

Estudo de Caso –
Mão de Obra Suplementar - Meio Ambiente 3.490,20 41.882,40

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Engenheiro do Meio Ambiente/Coordenador - - - -

Acréscimo na
Enc.do Meio Ambiente/Técnico 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Aux Técnico Meio Ambiente - - - -

Mão de Obra Suplementar - Seção Técnica 19.945,80 239.349,60

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Administração
Encarregado de S.T (Medição) 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Técnico de Edificações 2,00 7.700,40 24,00 92.404,80
Auxiliar Técnico 1,00 2.095,20 12,00 25.142,40
Apropiador 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00

Local em virtude
Desenhista / Cadista 1,00 5.031,00 12,00 60.372,00

Mão de Obra Suplementar - Administrativo 23.448,60 281.383,20

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

de atraso na
Encarregado Pessoal 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Almoxarife 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Comprador 1,00 3.490,20 12,00 41.882,40
Recepcionista Ajudante 1,00 1.747,80 12,00 20.973,60

execução da obra.
Motorista 1,00 1.967,40 12,00 23.608,80
Faxineira/copeira/Servente - - - -
Mensageiro / Ajudante 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Vigia 3,00 6.237,00 36,00 74.844,00

Uma outra
Eletricista de Apoio 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00
Ajudante de Apoio 1,00 1.629,00 12,00 19.548,00

Mão de Obra Suplementar - Produção 51.325,20 615.902,40

variante possível
Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês Quantidade Total R$ Total

Gerente de Contrato(Engº Master A) 1,00 17.886,60 12,00 214.639,20


Engenheiro de Produção 1,00 10.809,00 12,00 129.708,00
Mestre de Obras 1,00 3.493,80 12,00 41.925,60
Encarregado de Obras 4,00 13.960,80 48,00 167.529,60
Topografo 1,00 1.958,40 12,00 23.500,80
Laboratorista 1,00 3.216,60 12,00 38.599,20

Consumos Gerais Concessionárias 176,94 146.058,51

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total

Energia Életrica (Luz/Força) - KW 8.320,00 0,55 4.576,00 54.912,00


Água/Esgoto - m³ 417,14 6,39 2.665,54 31.986,51
Telefone Fixo 29,00 70,00 2.030,00 24.360,00
Telefone Celular / Rádio 29,00 100,00 2.900,00 34.800,00

Materiais de Consumo 3.330,00 23.976,00

Descrição Quantidade R$ Unit R$/Mês R$ Total Obra

Material de Escritório para Adminstração 0,60 1.600,00 960,00 11.520,00


Material de Limpeza / Higiene para Adminstração 0,60 800,00 480,00 5.760,00
Xerox / Cópias / Impressões 0,60 930,00 558,00 6.696,00

Total Geral da Administração Local da Obra 1.436.831,31

Valor Total da Obra (Custos Diretos + Custos Indiretos) 11.436.831,31

% da Administração Local 12,56%


Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
Uma outra variante possível
▪Análise: Em todos esses casos, a planilha utilizada para simulação é
meramente ilustrativa. Em uma situação real, contratante e contratada devem
compor juntamente uma nova composição de Administração Local,
considerando a nova situação fática da obra.
▪Parte-se também da premissa de que a equipe administrativa inicialmente
proposta pela empresa estava efetivamente trabalhando no canteiro. Caso
contrário, o pleito terá que ser apurado com base na equipe efetiva da obra,
considerando inclusive eventuais glosas a serem aplicados em pagamentos já
realizados.
▪A nova equipe proposta também será vinculante para as partes, devendo ser
efetivamente utilizada na execução da obra.
▪Entende-se também que, dado o caráter eminentemente indenizatório desse
pleito, os salários declarados pela empresa tenham que ser comprovados com
folhas de pagamento e comprovantes de recolhimento previdenciário.
▪Não pode haver o pagamento de uma indenização cujo custo não tenha sido
efetivamente comprovado pelo construtor.
Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
Mais uma possibilidade
▪Análise: Imagine agora que não é possível reduzir o ritmo do trabalho.
Imagine que a obra sofreu algum tipo de embargo ocasionado por terceiro e
teve que ser paralisada. Por exemplo, o órgão ambiental cassou a licença de
instalação da obra.
▪A situação é complexa e a fiscalização contratual deverá realizar um exame
circunstanciado da melhor alternativa para a Administração:
▪Determinar a desmobilização da empresa, mantendo-se apenas no
canteiro a equipe indispensável para, dentre outras funções, preservar
suas instalações; ou
▪Determinar a suspensão do trabalho, preservando-se a equipe da obra.
▪Via de regra, em curtos períodos de tempo, a segundo alternativa é mais
econômica do que a primeira, pois o custo fixo com salários da equipe da obra
suplanta o custo com a desmobilização da obra e posterior mobilização.
Estudo de Caso – Acréscimo na Administração
Local em virtude de atraso na execução da obra.
Mais uma possibilidade
▪No caso da opção pela desmobilização, a Administração Local teria
um custo mensal de R$ 9.054,39, conforme detalhado a seguir.
▪O custo com desmobilização teria que ser calculado, considerando
as verbas indenizatórias dos funcionários demitidos e a
desmobilização dos equipamentos.

Descrição Custo Mensal

Descrição Quantidade / Mês R$ / Mês

Vigia 3,00 6.237,00


Ajudante de Apoio 1,00 1.629,00

Descrição Quantidade R$/Mês

Energia Életrica (Luz/Força) - KW 640,00 352,00


Água/Esgoto - m³ 104,29 666,39
Telefone Fixo 1,00 70,00
Telefone Celular / Rádio 1,00 100,00

Total Mensal da Administração Local da Obra 9.054,39


Estudo de Caso – Desenquadramento da
empresa no Simples
▪Pleito: Determinada microempresa foi contratada para executar uma obra. Em
virtude do acréscimo de faturamento obtido, a empresa foi excluída do Simples,
motivo pelo qual pleiteou a aplicação do disposto no art. 65, §5º, da Lei 8666/93,
solicitando o aumento do BDI de 24,83% para 39,10%, conforme detalhamento
apresentado a seguir:
“§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como
a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados,
implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso”
ITEM DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$) TAXA (%) ITEM DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$) TAXA (%)

1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ 60.000,00 6,00% 1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ 60.000,00 6,00%


2 SG - SEGUROS e GARANTIA R$ 10.000,00 1,00% 2 SG - SEGUROS e GARANTIA R$ 10.000,00 1,00%
3 R - RISCOS R$ 10.000,00 1,00% 3 R - RISCOS R$ 10.000,00 1,00%
4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS R$ 10.800,00 1,00% 4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS R$ 10.800,00 1,00%
5 L - LUCRO LÍQUIDO R$ 76.356,00 7,00% 5 L - LUCRO LÍQUIDO R$ 76.356,00 7,00%
6 I - IMPOSTOS R$ 81.139,19 6,50% 6 I - IMPOSTOS R$ 223.805,74 16,09%
6.1 PIS 0,00% 6.1 PIS 0,65%
6.2 COFINS 1,28% 6.2 COFINS 3,00%
6.3 IRPJ 0,00% 6.3 IRPJ 2,56%
6.4 CSLL 1,22% 6.4 CSLL 2,88%
6.5 ISS (CONFORME LEGISLAÇÃO MUNICIPAL) 2,00% 6.5 ISS (CONFORME LEGISLAÇÃO MUNICIPAL) 5,00%
6.6 CONTRIB.PREV. SOBRE REC. BRUTA - CPRB 2,00% 6.6 CONTRIB.PREV. SOBRE REC. BRUTA - CPRB 2,00%
TOTAL DO BDI (R$) R$ 248.295,19 TOTAL DO BDI (R$) R$ 390.961,74
PREÇO DE VENDA (R$) R$ 1.248.295,19 PREÇO DE VENDA (R$) R$ 1.390.961,74
BDI (%) 24,83% BDI (%) 39,10%
Estudo de Caso – Desenquadramento da
empresa no Simples
▪Análise: Caso polêmico!!!
▪ Defendemos que o pleito é improcedente, pois não houve alteração legislativa
alterando, criando ou extinguindo tributos. A mudança da tributação já estava prevista
na legislação pré-existente.
▪O desenquadramento da empresa no Simples era perfeitamente previsível na
ocasião em que a empresa formulou sua proposta.
▪Há pareceres da AGU e artigos defendendo tese em contrário, portanto, vamos
aprofundar o exame do caso.
▪Ainda que se entenda de forma diversa, de início, é preciso averiguar se de fato há
aumento nos encargos da Contratada, o que de fato houve.
▪Ademais, para que se verifique a situação, a Administração deverá certificar-se
junto à Receita Federal do Brasil se houve, de fato, o desequandramento, o que
implica checar a informação apresentada pela empresa.
▪Em uma primeira análise a planilha inicial de BDI apresentada pela empresa estava
compatível com as alíquotas de uma empresa com faturamento anual de até R$ 180
mil, enquanto a outra demonstração de BDI é compatível com uma empresa tributada
pelo lucro presumido, não optante do Simples.
Estudo de Caso – Desenquadramento da
empresa no Simples
▪Análise: (continuação)
▪É matéria pacífica no Poder Judiciário e na doutrina que os aumentos do CSLL e do
IRPJ não devem repercutir nos preços contratados.
▪O STJ, no REsp 976.836/RS, definiu com clareza que a alteração da carga tributária
dos tributos incidentes sobre a renda ou o lucro não ensejaria a aplicação da cláusula
do reequilíbrio econômico financeiro dos contratos administrativos, por não produzir
qualquer efeito sobre os custos da prestação de serviços em virtude da ausência de
relação direta com as atividades necessárias à prestação de serviços.
▪O entendimento de que esses tributos não têm relação com a atividade de prestação
de serviço encontra guarita na doutrina abalizada de Justen Filho (2010, p. 783/784),
quando da análise do § 5º do art. 65 da Lei 8.666/1993, que trata da repactuação dos
preços no caso de alteração de alíquota tributária que resulta no rompimento da
equação econômico-financeira do contrato administrativo:
“(...) É necessário, porém, um vínculo direto entre o encargo e a prestação. Por isso,
a lei que aumentar a alíquota do imposto de renda não justificará alteração do valor
contratual. O imposto de renda incide sobre o resultado das atividades empresariais,
consideradas globalmente (lucro tributável). O valor percebido pelo particular será
sujeito, juntamente com o resultado de suas outras atividades, à incidência tributária.
Se a alíquota for elevada, o lucro final poderá ser inferior. Mas não haverá relação
direta de causalidade que caracterize rompimento do equilíbrio econômico-financeiro.
Estudo de Caso – Desenquadramento da
empresa no Simples
▪Análise: (continuação)
▪A forma prática de avaliar se a modificação da carga tributária propicia desequilíbrio
da equação econômico-financeira reside em investigar a etapa do processo
econômico sobre o qual recai a incidência. Ou seja, a materialidade de hipótese de
incidência tributária consiste em certo fato signo-presuntivo da riqueza. Cabe
examinar a situação desse fato signo-presuntivo no processo econômico. Haverá
quebra da equação econômico-financeira quando o tributo (instituído ou majorado)
recair sobre a atividade desenvolvida pelo particular ou por terceiro necessária à
execução do objeto da contratação. Mas precisamente, cabe investigar se a
incidência tributária configurara-se como um "custo" para o particular executar sua
prestação. A resposta positiva a esse exame impõe o reconhecimento da quebra do
equilíbrio econômico-financeiro. Diversa é a situação quando a incidência recai sobre
a riqueza já expropriada pelo particular, incidindo economicamente sobre os
resultados extraídos da exploração.”
Estudo de Caso – Desenquadramento da
empresa no Simples
▪Análise: (continuação)
▪Além disso, considerando que a empresa era optante do Simples, cumpre verificar
se houve repasse da isenção das contribuições do Sistema “S” à Administração,
conforme jurisprudência colacionada a seguir.
▪Assim, há necessidade de ressarcimento/compensação dos valores indevidamente
pagos desde o início do contrato.
▪Ementa: determinação à Secretaria-Geral de Administração do TCU para que,
considerando o que prescreve o art. 13, § 3º, da Lei Complementar nº
123/2006, exclua do pagamento mensal devido à adjudicatária, enquanto essa
permanecer na condição de empresa de pequeno porte, os valores referentes às
contribuições afetas às entidades do terceiro setor, restabelecendo o pagamento,
automaticamente, caso a empresa venha a perder a condição supracitada (Acórdão
387/2010-2ª Câmara).
▪Ementa: Determinação ao TRF/1ª Região para que, em observância ao que
prescreve o art. 13, § 3º, da Lei Complementar nº 123/2006, exclua do
pagamento mensal devido à adjudicatária, enquanto essa permanecer na condição
de microempresa, os valores referentes às contribuições afetas às entidades do
terceiro setor, reestabelecendo o pagamento, automaticamente, caso a empresa
venha a perder a condição supracitada (Acórdão 982/2010-1ª Câmara).
Exemplo Detalhado de Cálculo de
Reequilíbrio
Obra tomada como exemplo:
Obra tomada como exemplo:
Obra tomada como exemplo:
Cenário 1:
▪Tipo de Obra: Edificação.
▪Orçamento-base da administração: R$ 1.941.789,27.
▪Data-base do orçamento da administração: abril/2020.
▪Data de apresentação da proposta: setembro/2020.
▪Marco inicial para reajustamento do contrato (data de apresentação da
proposta): setembro/2020.
▪Desconto global ofertado na licitação: cerca de 9,31%
▪Índice de reajuste contratual: INCC-DI
▪Data de apresentação do pleito: junho/2021.
▪Situação da obra no momento do pleito: Infraestrutura executada (o início
da execução do contrato atrasou e a obra ficou paralisada alguns meses por
conta de medidas restritivas).
▪Pleito apresentado: O empreiteiro alega aumento de 80% no preço do
cimento e 100% no preço do aço.
▪Para efeitos didáticos vamos analisar o pleito apenas nos serviços de
execução da estrutura do prédio.
Cenário 1:

▪Solução:
▪Não foi concedido reequilíbrio para os serviços executados
anteriormente ao pleito. A revisão dos preços ocorreu apenas
para os serviços ainda por executar.
▪Aplicada a variação do Sinapi de setembro/2020 até
junho/2021, expurgando do valor do Sinapi de junho/2021 o
mesmo desconto ofertado pela construtora na licitação (9,31%).
▪O resultado da análise no item “superestrutura” se encontra
detalhado nas tabelas a seguir:
Orçamento-base (abril/2020):
CUSTO UNIT PREÇO UNIT VALOR (R$)
ITEM CÓDIGO FONTE DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANTIDADE
(R$) (R$)

5 SUPERESTRUTURA 360.726,37
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES
RETANGULARES E ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS
SEÇÕES MENOR OU IGUAL A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM M2 94,08 60,28 75,73 7.125,03
CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES.
5.1.1 92418 SINAPI AF_12/2015
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA
EM EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL
M3 25,09 360,55 452,98 11.364,43
A 0,25 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO.
5.1.2 92720 SINAPI AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL
DE CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS
KG 4.029,58 6,25 7,85 31.641,43
PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM.
5.1.3 92764 SINAPI AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL
DE CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS
KG 729,90 9,67 12,15 8.867,64
PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM.
5.1.4 92760 SINAPI AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO
COM GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 755,16 89,70 112,70 85.102,99
5.2.1 92455 SINAPI MADEIRA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES
MACIÇAS OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO
M3 124,14 343,96 432,14 53.645,83
COM ÁREA MÉDIA DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² -
5.2.2 92725 SINAPI LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL
DE CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS
KG 653,87 9,67 12,15 7.943,96
PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM.
5.2.3 92760 SINAPI AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL
DE CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS
KG 3.842,09 6,63 8,33 32.003,51
PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM.
5.2.4 92763 SINAPI AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 7.290,00 8,26 10,38 75.652,60
UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
5.2.5 92770 SINAPI
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM
ÁREA MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM M2 729,12 27,62 34,70 25.301,11
5.2.6 92513 SINAPI CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES.

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2
LANCES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 80,28 147,15 184,87 14.841,70
5.3.1 95939 SINAPI UTILIZAÇÕES. AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE KG 535,20 6,66 8,37 4.478,23
5.3.2 95947 SINAPI 12,5 MM - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E
M3 6,69 26,07 32,75 219,12
5.3.3 92874 SINAPI ACABAMENTO DE CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/
M3 6,69 302,10 379,55 2.538,79
BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
5.3.4 94971 SINAPI
Proposta da Construtora (setembro/2020):
CUSTO UNIT (R$) PREÇO UNIT VALOR (R$)
ITEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANTIDADE
(R$)

5 SUPERESTRUTURA 334.709,05
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU IGUAL
M2 94,08 60,28 70,53 6.635,23
A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA
5.1.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 360,55 421,84 10.583,20
5.1.2 LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 6,25 7,31 29.466,30
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 9,67 11,31 8.258,06
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 89,70 104,95 79.252,76
5.2.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS OU
NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA DE
M3 124,14 343,96 402,43 49.958,05
LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
5.2.2 ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 9,67 11,31 7.397,87
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 6,63 7,76 29.803,49
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 8,26 9,66 70.452,01
5.2.5 50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 26,19 30,64 22.341,94
5.2.6 MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES,
EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. M2 80,28 147,15 172,17 13.821,44
5.3.1 AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM KG 535,20 6,66 7,79 4.170,38
5.3.2 - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 26,07 30,50 204,05
5.3.3 CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1)
M3 6,69 302,10 353,46 2.364,27
Sinapi com desconto da licitação (setembro/2020):
CUSTO UNIT (R$) PREÇO UNIT VALOR (R$)
ITEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS UNID. QUANTIDADE
(R$)

5 SUPERESTRUTURA 343.464,78
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU IGUAL
M2 94,08 54,93 64,27 6.046,34
A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA
5.1.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 345,13 403,80 10.130,58
5.1.2 LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 6,62 7,75 31.210,71
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 10,15 11,88 8.667,97
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 91,17 106,67 80.551,55
5.2.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS OU
NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA DE
M3 124,14 332,21 388,69 48.251,44
LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
5.2.2 ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 10,15 11,88 7.765,09
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 7,01 8,20 31.511,69
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 8,72 10,20 74.375,49
5.2.5 50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 27,40 32,06 23.374,16
5.2.6 MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES,
EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. M2 80,28 152,06 177,91 14.282,63
5.3.1 AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM KG 535,20 7,03 8,23 4.402,07
5.3.2 - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 26,50 31,01 207,42
5.3.3 CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1)
M3 6,69 343,42 401,80 2.687,64
5.3.4 - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Sinapi, com o desconto da licitação (junho/2021):
SUPERESTRUTURA 475.477,56 (Variação percentual)
PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 94,08 66,28 77,55 7.295,67 20,66%
COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_09/2020
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 393,80 460,75 11.559,19 14,10%
LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 10,63 12,44 50.116,29 60,57%
UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 14,97 17,51 12.784,19 47,49%
UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

VIGAS E LAJES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 122,44 143,25 108.179,57 34,30%
RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_09/2020
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS
OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA
M3 124,14 379,27 443,75 55.086,61 14,17%
DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 14,97 17,51 11.452,55 47,49%
UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 11,04 12,92 49.627,54 57,49%
UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 13,66 15,98 116.510,23 56,65%
50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA, PÉ-DIREITO
SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 729,12 33,11 38,74 28.245,19 20,84%
UTILIZAÇÕES. AF_09/2020

ESCADAS
FABRICAÇÃO DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES EM "U" E LAJE
CASCATA, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA PLASTIFICADA, E=18 MM. M2 80,28 153,43 179,51 14.411,31 0,90%
AF_11/2020
ARMAÇÃO DE ESCADA, DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. KG 535,20 11,06 12,94 6.925,59 57,33%
AF_11/2020
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 27,69 32,40 216,73 4,49%
CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (EM MASSA SECA DE CIMENTO/
AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 6,69 391,88 458,50 3.066,90 14,11%
AF_05/2021
Cenário 1:
▪Solução:
▪Assim, a empresa fará jus ao reequilíbrio de valor global de R$ 461.675,36
– R$ 334.709,05 = R$ 126.966,31, que será o valor do reforço da nota de
empenho.
▪O aditivo será formalizado com a inclusão da nova planilha com preços
revisados em anexo. Tais preços serão calculados pela variação efetiva do
sinapi item a item, conforme tabela a seguir.
▪Tomar cuidado com mudanças ou descontinuidades nas composições do
Sinapi, o que é uma situação muito comum. Sempre é possível manter a
composição original contratada, apenas alterando o valor dos insumos.
▪Tomar cuidado com o regime de recolhimento previdenciário (obra onerada
ou desonerada) e com mudanças nos percentuais de encargos sociais do
Sinapi. Recomenda-se manter o percentual originalmente declarado pelo
empreiteiro para isolar a variação apenas dos insumos.
▪Se o particular apresentar notas fiscais de compra de materiais e o valor
desses for inferior ao Sinapi (com o desconto da licitação), usar os valores
fornecidos pelo particular.
Planilha contratual com revisão de preços
(junho/2021):
5 SUPERESTRUTURA 461.675,36
5.1 PILARES

MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES


E ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU
M2 94,08 85,10 8.006,24
IGUAL A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.1.1
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M3 25,09 481,33 12.075,64
5.1.2 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 11,74 47.315,23
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 16,69 12.179,62
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO
COM GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 755,16 140,94 106.435,31
5.2.1 MADEIRA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES
MACIÇAS OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM
M3 124,14 459,44 57.034,98
ÁREA MÉDIA DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO,
5.2.2 ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 16,69 10.910,95
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 12,22 46.937,31
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO KG 7.290,00 15,14 110.364,05
5.2.5 CA-50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 37,03 26.997,86
MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.2.6

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2
LANCES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 80,28 173,72 13.945,97
5.3.1 UTILIZAÇÕES. AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 KG 535,20 12,26 6.561,09
5.3.2 MM - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO
M3 6,69 31,87 213,21
5.3.3 DE CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/
M3 6,69 403,33 2.697,90
5.3.4 BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Planilha contratual com revisão de preços
(junho/2021):
5 SUPERESTRUTURA 461.675,36
5.1 PILARES

MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES


E ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU
M2 94,08 85,10 8.006,24
IGUAL A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.1.1
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M3 25,09 481,33 12.075,64
5.1.2 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 11,74 47.315,23
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 16,69 12.179,62
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO
COM GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 755,16 140,94 106.435,31
5.2.1 MADEIRA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES
MACIÇAS OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM
M3 124,14 459,44 57.034,98
ÁREA MÉDIA DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO,
5.2.2 ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 16,69 10.910,95
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 12,22 46.937,31
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO KG 7.290,00 15,14 110.364,05
5.2.5 CA-50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 37,03 26.997,86
MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.2.6

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2
LANCES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 80,28 173,72 13.945,97
5.3.1 UTILIZAÇÕES. AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 KG 535,20 12,26 6.561,09
5.3.2 MM - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO
M3 6,69 31,87 213,21
5.3.3 DE CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/
M3 6,69 403,33 2.697,90
5.3.4 BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Cenário 1:
▪Solução:
▪A nova data-base para efeito de reajustamento do contrato
será junho/2021 (o contrato terá o próximo reajuste pelo INCC
apenas em junho/2022).
▪Por meio do aditivo, a empresa deve renunciar expressamente
aos efeitos financeiros da variação do INCC no período de
setembro/2020 a junho/2021.
▪A análise exemplificativa ora feita para a superestrutura
poderia ser replicada para toda a planilha contratual.
▪A título de exemplo, a variação do índice de reajuste contratual
no período (INCC-DI) foi de 13,85% (vide slide seguinte).
▪Se tal índice fosse aplicado ao valor contratado, a revisão de
preços seria de R$ 47.559,29, o que demonstra que ocorreu
uma variação de fato acima do INCC nos serviços relacionados
com a estrutura do edifício.
Variação do INCC-DI no período
Cenário 2:
▪Tipo de Obra: Edificação.
▪Orçamento-base da administração: R$ 1.941.789,27.
▪Data-base do orçamento da administração: abril/2020.
▪Data de apresentação da proposta: setembro/2020.
▪Marco inicial para reajustamento do contrato (data do orçamento-base):
abril/2020.
▪Desconto global ofertado na licitação: cerca de 9,31%
▪Índice de reajuste contratual: INCC-DI
▪Data de apresentação do pleito junho/2021.
▪Situação da obra no momento do pleito: Infraestrutura executada (o início da
execução do contrato atrasou e a obra ficou paralisada alguns meses por conta de
medidas restritivas).
▪Pleito apresentado: O empreiteiro alega aumento de 80% no preço do cimento e
100% no preço do aço.
▪ O cenário 2 difere do cenário 1 pelo fato de o contrato já ter sido reajustado
anteriormente (em abril/2021) pelo INCC-DI, que acumulou uma variação de
12,99% no período.
▪Para efeitos didáticos vamos analisar o pleito apenas nos serviços de execução da
estrutura do prédio.
Proposta da Construtora (abril/2020):
5 SUPERESTRUTURA 334.709,05
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU IGUAL
M2 94,08 60,28 70,53 6.635,23
A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA
5.1.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 360,55 421,84 10.583,20
5.1.2 LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 6,25 7,31 29.466,30
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 9,67 11,31 8.258,06
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 89,70 104,95 79.252,76
5.2.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS OU
NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA DE
M3 124,14 343,96 402,43 49.958,05
LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
5.2.2 ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 9,67 11,31 7.397,87
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 6,63 7,76 29.803,49
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 8,26 9,66 70.452,01
5.2.5 50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 26,19 30,64 22.341,94
5.2.6 MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES,
EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. M2 80,28 147,15 172,17 13.821,44
5.3.1 AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM KG 535,20 6,66 7,79 4.170,38
5.3.2 - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 26,07 30,50 204,05
5.3.3 CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1)
M3 6,69 302,10 353,46 2.364,27
5.3.4 - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Planilha reajustada INCC (abril/2021):
5 SUPERESTRUTURA 378.187,78
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU IGUAL
M2 94,08 60,28 79,69 7.497,15
A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA
5.1.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 360,55 476,64 11.957,96
5.1.2 LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 6,25 8,26 33.293,98
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 9,67 12,78 9.330,78
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 89,70 118,58 89.547,69
5.2.1 RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS OU
NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA DE
M3 124,14 343,96 454,71 56.447,60
LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
5.2.2 ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 9,67 12,78 8.358,86
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 6,63 8,76 33.674,96
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 8,26 10,92 79.603,73
5.2.5 50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 26,19 34,62 25.244,16
5.2.6 MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES,
EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. M2 80,28 147,15 194,53 15.616,85
5.3.1 AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM KG 535,20 6,66 8,80 4.712,11
5.3.2 - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 26,07 34,46 230,56
5.3.3 CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/ BRITA 1)
M3 6,69 302,10 399,37 2.671,39
5.3.4 - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Variação de preços unitários entre abril/2020 e
junho/2021
5 SUPERESTRUTURA 475.477,56 (Variação percentual)
5.1 PILARES
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES E
ESTRUTURAS SIMILARES, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 94,08 66,28 77,55 7.295,67 9,95%
5.1.1 92419 SINAPI COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_09/2020
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M² - M3 25,09 393,80 460,75 11.559,19 9,22%
5.1.2 92720 SINAPI LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 10,63 12,44 50.116,29 70,08%
5.1.3 92764 SINAPI UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 14,97 17,51 12.784,19 54,81%
5.1.4 92760 SINAPI UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO COM
GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA M2 755,16 122,44 143,25 108.179,57 36,50%
5.2.1 92455 SINAPI RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_09/2020
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES MACIÇAS
OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM ÁREA MÉDIA
M3 124,14 379,27 443,75 55.086,61 10,27%
DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E
5.2.2 92725 SINAPI ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 14,97 17,51 11.452,55 54,81%
5.2.3 92760 SINAPI UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 11,04 12,92 49.627,54 66,52%
5.2.4 92763 SINAPI UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO CA- KG 7.290,00 13,66 15,98 116.510,23 65,38%
5.2.5 92770 SINAPI 50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA, PÉ-DIREITO
SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 729,12 33,11 38,74 28.245,19 26,42%
5.2.6 92514 SINAPI UTILIZAÇÕES. AF_09/2020

5.3 ESCADAS
FABRICAÇÃO DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2 LANCES EM "U" E LAJE
CASCATA, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA PLASTIFICADA, E=18 MM. M2 80,28 153,43 179,51 14.411,31 4,27%
5.3.1 101985 SINAPI AF_11/2020
ARMAÇÃO DE ESCADA, DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. KG 535,20 11,06 12,94 6.925,59 66,07%
5.3.2 95947 SINAPI AF_11/2020
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO DE
M3 6,69 27,69 32,40 216,73 6,21%
5.3.3 92874 SINAPI CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (EM MASSA SECA DE CIMENTO/
AREIA MÉDIA/ BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. M3 6,69 391,88 458,50 3.066,90 29,72%
5.3.4 94971 SINAPI AF_05/2021
Planilha contratual com revisão de preços
(junho/2021)
5 SUPERESTRUTURA 475.477,59
5.1 PILARES

MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE PILARES RETANGULARES


E ESTRUTURAS SIMILARES COM ÁREA MÉDIA DAS SEÇÕES MENOR OU
M2 94,08 60,28 77,55 7.295,67
IGUAL A 0,25 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE MADEIRA
COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.1.1
CONCRETAGEM DE PILARES, FCK = 25 MPA, COM USO DE BOMBA EM
EDIFICAÇÃO COM SEÇÃO MÉDIA DE PILARES MENOR OU IGUAL A 0,25 M3 25,09 360,55 460,75 11.559,20
5.1.2 M² - LANÇAMENTO, ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 4.029,58 6,25 12,44 50.116,30
5.1.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 16,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 729,90 9,67 17,51 12.784,19
5.1.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015

5.2 VIGAS E LAJES


MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE VIGA, ESCORAMENTO
COM GARFO DE MADEIRA, PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 755,16 89,70 143,25 108.179,57
5.2.1 MADEIRA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
CONCRETAGEM DE VIGAS E LAJES, FCK=20 MPA, PARA LAJES
MACIÇAS OU NERVURADAS COM USO DE BOMBA EM EDIFICAÇÃO COM
M3 124,14 343,96 443,75 55.086,61
ÁREA MÉDIA DE LAJES MENOR OU IGUAL A 20 M² - LANÇAMENTO,
5.2.2 ADENSAMENTO E ACABAMENTO. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 653,87 9,67 17,51 11.452,55
5.2.3 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE
CONCRETO ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS KG 3.842,09 6,63 12,92 49.627,54
5.2.4 UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
ARMAÇÃO DE LAJE DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO
ARMADO EM UM EDIFÍCIO DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS UTILIZANDO AÇO KG 7.290,00 8,26 15,98 116.510,24
5.2.5 CA-50 DE 8,0 MM - MONTAGEM. AF_12/2015
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA DE LAJE MACIÇA COM ÁREA
MÉDIA MENOR OU IGUAL A 20 M², PÉ-DIREITO SIMPLES, EM CHAPA DE M2 729,12 26,19 38,74 28.245,19
MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 UTILIZAÇÕES. AF_12/2015
5.2.6

5.3 ESCADAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE FÔRMA PARA ESCADAS, COM 2
LANCES, EM CHAPA DE MADEIRA COMPENSADA RESINADA, 4 M2 80,28 147,15 179,51 14.411,31
5.3.1 UTILIZAÇÕES. AF_01/2017
ARMAÇÃO DE ESCADA, COM 2 LANCES, DE UMA ESTRUTURA
CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 KG 535,20 6,66 12,94 6.925,59
5.3.2 MM - MONTAGEM. AF_01/2017
LANÇAMENTO COM USO DE BOMBA, ADENSAMENTO E ACABAMENTO
M3 6,69 26,07 32,40 216,73
5.3.3 DE CONCRETO EM ESTRUTURAS. AF_12/2015
CONCRETO FCK = 25MPA, TRAÇO 1:2,3:2,7 (CIMENTO/ AREIA MÉDIA/
M3 6,69 302,10 458,50 3.066,90
5.3.4 BRITA 1) - PREPARO MECÂNICO COM BETONEIRA 600 L. AF_07/2016
Cenário 2:
▪Solução:
▪A nova data-base para efeito de reajustamento do contrato
será junho/2021 (o contrato terá o próximo reajuste pelo INCC
apenas em junho/2022).
▪Por meio do aditivo, a empresa renuncia expressamente aos
efeitos financeiros da variação do INCC no período de
setembro/2020 a junho/2021.
▪O valor a ser acrescido ao contrato (reforço de empenho)
corresponde à diferença entre o total da planilha revisada (R$
475.477,59) e a planilha com o reajuste ocorrido em abril/2021
(R$ 378.187,78), ou seja R$ 97.289,81.
▪Poderia ter sido mantido o reajuste na data original (abril de
cada ano), mas o efeito da variação do INCC entre abril/2021 e
junho/2021 deveria ser expurgado do valor do reequilíbrio.
Cenário 3:
▪Usando as mesmas premissas do cenário 1, em que se
entendeu cabível o reequilíbrio de R$ 126.966,31, que seria o
valor do reforço da nota de empenho, é possível visualizar a
possibilidade de expurgar da referida quantia a taxa de lucro
declarada pelo construtor.
▪Suponha-se, então, que foi adotada uma taxa de lucro de
8,3%, conforme composição do BDI abaixo:
ITEM DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$) TAXA (%) OBSERVAÇÃO SITUAÇÃO DO PARCELAS DO BDI (%)
INTERVALO
1 Quartil Médio 3 Quartil
ADMISSIVEL
1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ 8.250,00 5,50% OK 3% 4% 5,50%
2 SG - SEGUROS e GARANTIA R$ 1.485,00 0,99% OK 0,80% 0,80% 1%
3 R - RISCOS R$ 1.905,00 1,27% OK 0,97% 1,27% 1,27%
4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS R$ 1.939,68 1,20% OK 0,59% 1,23% 1,39%
5 L - LUCRO BRUTO R$ 13.577,11 8,30% OK 6,16% 7,40% 8,96%
6 I - IMPOSTOS R$ 17.842,43 9,15%
6.1 PIS 0,65%
6.2 COFINS 3,00%
6.3 ISS (CONFORME LEGISLAÇÃO MUNICIPAL) 1,00%
6.4 CONTRIB.PREV. SOBRE REC. BRUTA - CPRB 4,50% Equação Acordão TCU 2.622/2013 - Plenário
TOTAL DO BDI (R$) R$ 44.999,22 Parâmetros do Acórdão 2.622/2013 - Plenário
PREÇO DE VENDA (R$) R$ 194.999,22 Sem CPRB 20,34% 22,12% 25,00%
BDI (%) 30,00% OK Com CPRB 26,01% 27,87% 30,89%
Cenário 3:
▪Caberia expurgar algumas rubricas do BDI a ser adotado no
reequilíbrio, conforme abaixo.
▪O valor do reequilíbrio seria de R$ 126.966,31 / 1,30 x 1,1281
= R$ 110.177,46.

ITEM DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$) TAXA (%) OBSERVAÇÃO SITUAÇÃO DO PARCELAS DO BDI (%)
INTERVALO
1 Quartil Médio 3 Quartil
ADMISSIVEL
1 AC - ADMINISTRAÇÃO CENTRAL R$ - 0,00% DIFERE 3% 4% 5,50%
2 SG - SEGUROS e GARANTIA R$ - 0,00% DIFERE 0,80% 0,80% 1%
3 R - RISCOS R$ 1.905,00 1,27% OK 0,97% 1,27% 1,27%
4 DF - DESPESAS FINANCEIRAS R$ 1.822,86 1,20% OK 0,59% 1,23% 1,39%
5 L - LUCRO BRUTO R$ - 0,00% DIFERE 6,16% 7,40% 8,96%
6 I - IMPOSTOS R$ 15.482,77 9,15%
6.1 PIS 0,65%
6.2 COFINS 3,00%
6.3 ISS (CONFORME LEGISLAÇÃO MUNICIPAL) 1,00%
6.4 CONTRIB.PREV. SOBRE REC. BRUTA - CPRB 4,50% Equação Acordão TCU 2.622/2013 - Plenário
TOTAL DO BDI (R$) R$ 19.210,63 Parâmetros do Acórdão 2.622/2013 - Plenário
PREÇO DE VENDA (R$) R$ 169.210,63 Sem CPRB 20,34% 22,12% 25,00%
BDI (%) 12,81% DIFERE Com CPRB 26,01% 27,87% 30,89%
Cenário 3:
▪O lucro foi expurgado, pois não é razoável que o particular
aufira lucro sobre o valor a ser indenizado pelo poder público.
Seria um verdadeiro enriquecimento seu causa do empreiteiro
em face de fatos imprevisíveis que ensejaram o aumento do
valor avençado.
▪A administração central foi zerada, pois a taxa de rateio
prevista no BDI do construtor remunera as despesas da sede
da empresa de acordo com divisão proporcional ao custo direto
de cada contrato em execução. O aumento superveniente do
custo de uma obra por conta do reequilíbrio ensejaria o
reembolso da administração central em valor superior ao
montante que foi utilizado para a taxa de rateio.
▪A rubrica seguros e garantia foi zerada com a premissa que
não se exigirá o reforço das garantias e/ou a emissão de
endossos do seguro exigido em face do aumento do valor do
contrato.
Cenário 3:
▪Mas há de se ressaltar que o art. 56, §2º, da Lei 8.666/1993,
prevê que o valor da garantia terá o seu valor atualizado nas
mesmas condições do contrato. Se este for o caso, a rubrica
garantia deve ser mantida no BDI, pois haverá sua elevação e
custos adicionais para o particular.
▪A rubrica riscos foi mantida, pois os serviços ainda não foram
executados. Então, é razoável que diante do aumento relativo
do valor dos serviço há igual aumento do nível de risco.
▪Pelo mesmo raciocínio, foi mantido o valor das despesas
financeiras no BDI.
▪Se o reequilíbrio fosse pago por indenização, relativo a
serviços já executados, caberia o expurgo do risco, seguros,
garantias e despesas financeiras do BDI.
Comentários finais
▪Em ambos os exemplos, está havendo um exame da
equidade global do contrato, considerando outros insumos
além dos que foram pleiteados pelo particular (madeira, areia,
brita, prego, servente, pedreiro, carpinteiro etc.)
▪Em ambos os exemplos, caberia negociação para expurgar o
lucro declarado pelo empreiteiro do valor do reequilíbrio (vide
cenário 3).
▪Nos dois cenários, o desconto ofertado na licitação foi
expurgado para efeito da apuração do desequilíbrio.
▪A análise ora proposta poderia ser realizada medição a
medição, considerando a variação efetiva do Sinapi mês a
mês.
▪Os mesmos critérios de análise seriam possíveis para os
serviços já medidos antes de a empresa apresentar pleito de
reequilíbrio (no caso de este se referir a serviços já liquidados).
Comentários finais

▪No caso de serviços inexistentes no sinapi (ou em outro


sistema de referência adotado pelo órgão), usar as
composições de custo unitário apresentadas pelo empreiteiro
ou elaboradas pela administração (no caso de entender que
as composições do empreiteiro apresentam incoerências).
▪No caso de itens que foram pesquisados no mercado, realizar
nova pesquisa para verificar a variação destes no período de
análise.
▪Em todos os cenário exemplificados, caberia o exame da
materialidade do valor do suposto reequilíbro para efeito de
estabelecer se o fato é mera álea ordinária ou se impõe
acentuada onerosidade ao particular, caracterizando álea
extraordinária.
Obrigado!!!

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