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Negociação, Conciliação e Mediação de Conflitos – 5º Período - Karime Silva Siviero

karime.siviero@uvv.br
Bibliografia:
CÂMARA, A. F.. Arbitragem: Lei nº 9.307/96. 3. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro, RJ: Lumen Juris, 2002. GUILHERME. Luiz F. V.
A.. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva. 4. ed. São Paulo, SP. 2018.
KROETZ, T. A.. Arbitragem: conceito e pressupostos de validade: de acordo com a lei 9.307/96. São Paulo, SP: Revista dos Tribunais,
1998. SCAVONE JUNIOR, L. A. Manual de Arbitragem – Conciliação e Mediação. Forense. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ. 2018. ARMONA,
C. A.. Arbitragem e processo: um comentário à Lei nº 9.307/96. 2. ed. rev., atual. E ampl. São Paulo: Atlas, 2006. CAETANO, L. A.;
PAASHAUS, G. C.. Do Juízo Arbitral – Arbitragem e Mediação. Pilares. 2. ed. São Paulo, SP. 2016. SALLES, C. A.; LORENCINI, M. A.
G. L.. Negociação, Mediação e Arbitragem - Curso Básico Para Programas de Graduação Em Direito. Método. 1. ed. São Paulo, SP.
2013.
GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva  Jur, pp. 31-48; FALECK, Diego;
TARTUCE, Fernanda. Introdução histórica e modelos de mediação. Disponível em: <
http://www.fernandatartuce.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Introducaohistorica-e-modelos-de-mediacao-Faleck-e-Tartuce.pdf>.
Acesso em 20 out 2018. Leitura complementar: SANDER, Frank E. A., ROZDEICZER, Lukasz. Matching cases and dispute resolution
procedures: detailed analysis leading to a mediation centered approach.
Objetivo:
A disciplina tem como objetivo principal criar condições para que os alunos desenvolvam competências e habilidades inerentes aos
métodos adequados de solução de conflitos, principalmente a negociação, conciliação, mediação e arbitragem, através de debates que
permitam não apenas o domínio de técnicas e conceitos fundamentais dos MASCs, como também o estudo de casos práticos e temas
atuais e controvertidos relacionados a estes mecanismos.
Apresentar a teoria e a prática dos métodos adequados de solução de conflitos. Identificar e analisar os mecanismos de regulação dos
conflitos sociais, suas distinções e principais características; Analisar brevemente a evolução dos métodos adequados de solução de
conflitos no Brasil e no mundo; Analisar os critérios e estratégicas para a escolha dos mecanismos de solução de conflitos mais
adequado ao caso concreto, abordando-se as vantagens e desvantagens de cada método.
Conteúdo:
Unidade I Teoria dos conflitos.
Resolução extrajudicial de conflitos: Negociação, Conciliação, Mediação e Arbitragem. Evolução histórica dos métodos adequados de
solução de conflitos. Critérios e estratégias para a escolha do mecanismo de solução de conflitos adequado ao caso concreto.
Unidade II Conceito e características da negociação.
Elementos fundamentais da negociação. Distinção entre negociação baseada em posição de negociação baseada em interesses.
Etapas da negociação. Ferramentas psicológicas da negociação. A Negociação na atuação do advogado atual. Simulação de
negociação.
Unidade III Conceito e características da mediação.
Princípios da mediação. Etapas do procedimento da mediação. Escolas de mediação. Limites éticos da atuação do mediador.
Ferramentas procedimentais e técnicas comunicacionais utilizadas na mediação. Simulação de mediação.
Unidade IV Conceito e características da conciliação.
Evolução legislativa da conciliação e da mediação no Brasil. Conciliação e mediação de conflitos na Resolução n° 125/2010 do CNJ,
na Lei n°. 13.105/2015 e na Lei n° 13.140/2015. Simulação de conciliação.
Unidade V Conceito e aspectos gerais da arbitragem.
Elementos da arbitragem no Brasil (Lei n°. 9.307/96). Conceito de arbitrabilidade. Classificações da arbitragem. Princípios da
arbitragem. Fases do procedimento arbitral. Análise de um processo fictício de arbitragem. Simulação de arbitragem.
Metodologia:
As aulas serão desenvolvidas a partir de aulas dialogadas, casos simulados e debates de temas atuais, complexos e controvertidos,
que demandam o posicionamento crítico dos alunos, através do emprego da técnica de role play e do diálogo socrático. Recursos Os
recursos didático-pedagógicos a serem utilizados serão descriminados no Plano de Ensino da Disciplina (PED) elaborado pelo
professor e que deverá ser disponibilizado para os discentes, preferencialmente mediante postagem no blog da turma, durante a
primeira semana do semestre letivo.
TEMAS:
Negociação: https://www.agendor.com.br/blog/etapas-da-negociacao/
Objetivos → Apresentar o conceito e características da negociação; Distinguir negociação baseada em posição de negociação baseada em interesse; Analisar a estrutura básica de uma negociação; Discutir os limites
éticos de uma negociação. Identificar e analisar as etapas de uma negociação. Identificar e analisar as ferramentas psicológicas de uma negociação. Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: GUILHERME, L. F. V. A.
Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva Jur, pp. 53-68. MARASCHIN, Márcia Uggeri (Coord.). Manual de negociação baseado na teoria de Harvard.  Brasília: EAGU, 2017.
Disponível em: . Acesso em: 18 dez. 2018, pp. 88-97. Leitura complementar: MNOOKIN, Robert H.; PEPPET, Scott R.; TULUMELLO, Andrew S. Beyond. Winning: Negotiating  to create value in Deals and Disputes.
Harvard University Press 2000 (cap 01, pp. 09-43). FISHER, Roger; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim. Rio de Janeiro. 2a. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
Negociação: exercício em sala de aula. Objetivo de Identificar e analisar as etapas de uma negociação. Identificar e analisar as ferramentas psicológicas de uma negociação. Metodologia Atividade colaborativa:
desenvolvimento de um plano de negociação em sala de aula a partir do caso concreto apresentado pela professora. Material Didático a ser utilizado Quadro Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: MANGE, Flávia
Foz; GABBAY, Daniela Monteiro. Aspectos teóricos e práticos da negociação: nossos paradigmas para formação jurídica. Simulação de Negociação I tem objetivo de desenvolver competências e habilidades
inerentes à negociação de conflitos. Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: Leitura do caso selecionado para a simulação.
Mediação: Objetivos Conceituar a mediação de conflitos; Apresentar os princípios da mediação; Identificar e analisar as diferentes escolas de mediação; Debater os limites éticos da atuação do mediador. Bibliografia
de Apoio Leitura obrigatória: GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva Jur, pp. 83-87; FALECK, Diego; TARTUCE, Fernanda. Introdução histórica e modelos
de mediação. Disponível em: < http://www.fernandatartuce.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Introducaohistorica-e-modelos-de-mediacao-Faleck-e-Tartuce.pdf>. Acesso em 20 nov 2018; LOPES, VITOR
CARVALHO.
Breves observações sobre os princípios da imparcialidade e neutralidade do mediador: conceituação, importância e alcance prático desses princípios em um processo de mediação. Disponível em: <
http://www.arcos.org.br/periodicos/revistaeletronica-de-direito-processual/volume-v/breves-observacoes-sobre-os-principios-daimparcialidade-e-neutralidade-do-mediador-conceituacao-importancia-e-alcance-
praticodesses-principios-em-um-processo-de-mediacao)> . Leitura complementar: COBB, Sara; RIFKIN, Janet. Practice and Paradox: Deconstructing Neutrality in Mediation. Law  and Society Inquiry, n. 16, pp. 35- e
50, 1991; BUSH, Robert A. Baruch; POPE, S. Ganong. Changing the quality of conflict interaction: the  principles and practice of transformative mediation. Disponível em: <
http://digitalcommons.pepperdine.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1170&context=drlj>. Acesso em: 17 jul 2014.
Etapas do procedimento de mediação. Objetivo de identificar e analisar as etapas do procedimento da mediação.
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva  Jur, pp. 79-81. Leitura complementar: ALMEIDA, Tania. Caixa de
Ferramentas em Mediação. Aportes práticos e teóricos, pp. 37-50. Aula 15 – 12/05/2021
Ferramentas procedimentos e técnicas comunicacionais, objetivo de analisar as ferramentas procedimentais e técnicas comunicacionais que podem ser utilizadas pelo mediador na condução do procedimento;
Aprender a aplicar, na prática, as técnicas de questionamento na condução das sessões de mediação. Debates (40 minutos) Debate em sala de aula: análise crítica dos filmes História de um Casamento e 7 anos,
identificando as características da mediação observadas os filmes, habilidades exigidas do mediador, como se dá a participação dos envolvidos no conflito, como são tratados os aspectos emocionais e materiais do
conflito e quais as vantagens e desvantagens identificadas a partir da perspectiva trazida pelos filmes.
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva  Jur, pp. 81-83; ALMEIDA, Tania. Caixa de Ferramentas em Mediação.
Aportes práticos e teóricos, pp. 51/102. Leitura complementar: SCHABBEL, Corinna. Mediação na Prática. Abordagem Circular – Narrativa. 1 ed. São Paulo, SP:  Iglu Editora, pp. 113-158.
Aula 16 – 19/05/2021 - Simulação de Mediação Objetivos Desenvolver competências e habilidades inerentes à mediação de conflitos. Metodologia Role playing Material Didático a ser utilizado Quadro Grupo Aluno
01: Aluno 02: Aluno 03: Aluno 04: Aluno 05: Aluno 06: Aluno 01: Aluno 02: Aluno 03: Aluno 04: Aluno 05: Aluno 06: Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: Leitura do caso selecionado para a simulação. Exercício
avaliativo (valor: 2,0 pontos) Elaboração do plano de mediação.
Conciliação e mediação no Poder Judiciário Objetivos Conceituar a conciliação de conflitos; Analisar a evolução legislativa da conciliação e da mediação no Brasil; Analisar a Resolução n° 125/2010 do CNJ; Analisar
a conciliação e a mediação de conflitos na Lei n° 13.105/2015; Analisar a mediação de conflitos na Lei n° 13.140/2015;
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: CABRAL, Trícia Navarro Xavier. A evolução da conciliação e da mediação no Brasil. Disponível em: . Leitura complementar: CAMBI, Eduardo. Da audiência de conciliação ou
de mediação. In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. (coord.). Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil. São Paulo, SP: Editora Revista dos Tribunais, 2015, pp. 874-888.
Aula 18 – 02/06/2021 Arbitragem Apresentar o conceito e os aspectos gerais da arbitragem; Objetivos Identificar os elementos da arbitragem no Brasil (Lei n°. 9.307/96); Analisar o conceito de arbitrabilidade (art.
1º da lei n°. 9.307/96); Analisar as classificações da arbitragem; Analisar os princípios da arbitragem; Apresentar as fases do procedimento arbitral; Iniciar a análise da fase pré-arbitral do processo.
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Manual de Arbitragem, Mediação e Conciliação. 8. ed. rev. e  atual. Rio de Janeiro: Forense, 2018, pp. 01 a 109. Leitura complementar:
GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva Jur, pp. 137-173.
Arbitragem Analisar a fase pré-arbitral do processo: Objetivos Estudar a redação de cláusulas arbitrais; Investigar os critérios de escolha do árbitro ou tribunal arbitral; Analisar o procedimento arbitral.
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Manual de Arbitragem, Mediação e Conciliação. 8. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2018, pp. 193-265. Leitura complementar: 
GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva Jur, pp. 345-357.
Arbitragem Analisar a sentença arbitral; Objetivos Analisar a fase pós-arbitral: Identificar as hipóteses legais de anulação da sentença arbitral; Analisar o cumprimento da sentença arbitral;
Analisar o reconhecimento e execução da sentença arbitral estrangeira.
Bibliografia de Apoio Leitura obrigatória: SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Manual de Arbitragem, Mediação e Conciliação. 8. ed. rev. e  atual. Rio de Janeiro: Forense, 2018, pp. 193-265. Leitura complementar: 
GUILHERME, L. F. V. A. Manual de Arbitragem e Mediação. Saraiva, 4. ed. São Paulo, SP: Saraiva Jur, pp. 345-357. Aula 21 2ª
10/02/2021
Para superar um problema é necessário passar por mudanças de paradigmas, como sair
da zona de conforto, passar pela zona de medo a zona do desconhecido, entrar na zona
de aprendizagem e finalmente culminar na superação. Nem sempre um conflito é pontual,
ou seja, há um plano de fundo nele, uma série de elementos latentes nem sempre
percebidos que influenciam a forma como o conflito é abordado e enfrentado. Como se
pode comportar diante um conflito? Pode assumir um enfoque adversarial (embate,
litigiosidade, contrariedade, competitividade, individualismo, posição ganha/perde) ou um
enfoque conciliatório (voluntariedade, autocomposição, comunicação, cooperação, visão
sistêmica, interesses, ganha/ganha).
Posição de escapista, quando os envolvidos evitam reconhecer a existência do conflito,
agem em fuga, buscam neutralidade, não gostam de conflito, preferem fingir que não
existe problema, partes demoram a responder o conflito, o conflito perdura
indefinidamente, resulta em perde/perde e conflitos internos, quando você não põe pra
fora o que te faz mal, você si faz mal, por exemplo, um casal vive procrastinando suas
discussões para resolver conflitos e do nada vêm um divórcio. O pacificador, posição de
comodismo, a parte busca conforto, teme o conflito, cede às pressões, faz concessões,
aceita perder unilateralmente, busca a resposta que o outro quer ouvir, busca suprimir ou
suavizar as diferenças existentes entre os envolvidos no conflito, resulta em perde/ganha,
um perde e o outro ganha. O jogador, postura de competição, os envolvidos se veem
como adversários, a meta é a vitória, relação baseada no poder ou no direito, como um
processo clássico, posição não colaborativa entre as partes. O negociante, postura de
compromisso, as partes vão receber e doar na mesma proporção, ambos chegam ao
meio do caminham, ninguém perde, ninguém ganha, evitam olhar a raiz do problema, não
confrontam o conflito, focam na solução, normalmente é o que acontece na conciliação,
ficam no compromisso. O solucionador de problemas, posição de colaboração, é o perfil
mais benquisto que existe, conduz a resultados criativos e novas ideias, solucionado de
maneira sensata, resolução atingida de maneira eficiente e amigável, relacionamento
importa, se olha para as diferentes perspectivas, tratam de maneira positiva um conflito,
trabalham em conjunto, todos ganham, relação ganha/ganha.
Lide X Conflito
Diferença entre lide e conflito, conflito pode persistir, nem sempre é pacificado com a
sentença judicial porque o conflito tem raiz sociológica, a lide é um recorte do conflito
sociológico, apenas uma perspectiva, restrito ao pedido da inicial, o juiz não pode julgar
ultra petita ou extra petita, a lide sempre pacifica com a decisão judicial.
Glossário
Neutro: diz respeito ao objeto da demanda, em relação à matéria.
Parcial: em relação as partes.
Meio de resolução consensual: conciliação, mediação, negociação.
Meio de resolução adjudicatório: litígio judicial, processo judicial.
Meio de resolução misto: arbitragem
MECANISMOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS SOCIAIS:
Negociação
Mecanismo autocompositivo de resolução de conflitos marcado pela tratativa direta dos
envolvidos sem a obrigatoriedade da presença de terceiro facilitador é um método
consensual de resolução, mais usado nas relações interpessoais da infância até a vida
adulta, é usada com muita frequência entre empresas, é um método de resolução de
excelência.
Conciliação
É o método não adversarial, consensual, autocompositivo mais indicado quando as partes
não possuem relação continuada e buscam um terceiro o conciliador, neutro e imparcial
para propor solução ativamente, buscar caminhos que melhor atenda a ocorrência. Possui
um procedimento célere, e normalmente é usado para questões pontuais, objetivas,
materiais, econômicas, o conciliador tem visão prospectiva, objetiva apenas a solução, o
final e não a raiz do problema.
Mediação
É um método não adversarial, consensual, autocompositivo, adequado para lidar com
relações conflitivas derivadas de laços sociais duradouros, relações que necessitam
manter cuidado, pois vai continuar a existir no futuro, relação continuada, visa como as
pessoas se sentem, serve para restabelecer o diálogo, preponderam questões subjetivas,
como relações familiares, sócios, vizinhos, por exemplo, presidido pelo mediador, terceiro
facilitador, neutro, imparcial, tem trabalho mais aprofundado do que o do conciliador
porque o mediador tem visão retrospectiva, é necessário saber qual a raiz do problema
para posteriormente solucionar o conflito objetivo, o mediador ajuda para que as partes
continuem em bom estado de relação.
Arbitragem
É um método heterocompositivo privado de resolução de disputas, célere, as partes em
acordo contratam um terceiro neutro, o árbitro, que vai ouvir cada parte, a
nalisar e decidir sozinho. O arbitro recebe esse poder jurisdicional apenas para aquele
caso, acabando a sessão ele perde esse poder, ou seja, não existe trabalho/emprego de
árbitro, a pessoa está árbitra, é contratado para proferir para o caso específico, é
verificado pelas partes quem é o árbitro, sua bagagem, seu currículo. A arbitragem é
essencialmente contratual, normalmente usada para decidir disputas empresariais e
comerciais. (salário do arbitro?)
O CPC permite e incentiva autocomposição em qualquer grau de jurisdição.
Roteiro para seguir na autocomposição: perguntar a si mesma se existe conflito, se sim C.
M. A. N. +2. Não, prestar orientação. Há intenção de dialogar? As partes são flexíveis?
Através dos seus atos e contexto e elemento de fala dela, se sim descarta a
autocomposição. As pessoas dialogam bem sem que haja aumento da escala de
discussão, se sim → negociação. As respostas não serão explicitas tem de justificar,
percebi isso com base nisso, nesse momento, nessa fala...
24/02/2021
NEGOCIAÇÃO
Ler o livro "como conseguir um sim" de Fisher, Ury e Patton, 1981. Objetivo da
negociação deve ser analisar qual o objetivo da negociação. Por exemplo, em um caso
formulado pela Harvard, dois irmãos queriam a mesma laranja, a única disponível, como
resolver esse embate? a mãe primeiro perguntou qual é o objetivo de cada filho com a
laranja, e descobriu que um queria fazer um suco e o outro queria usar a casca para fazer
bolo, os dois conseguiram atingir 100% do objetivo, primeiro um fez o suco e depois o
outro usou a casca das laranjas. A palavra-chave na negociação é a pergunta "porque" o
que te motiva, o que te move?. Superar o “dilema do prisioneiro”, de Harvard, e separar
pessoas de problemas.
Posição X interesse
Posição é o que é dito pela pessoa, algo fixo, mas o interesse diz o que realmente a
pessoa deseja, é interno, as necessidades, anseios, preocupações limites, medos,
interesses envolvidos, o que está por trás da posição.
 Comunicação interativa:
Comunicação é o elemento mais importante para negociar, uma comunicação clara.
Mesmo se a pessoa disse que não existe a possibilidade de diálogo, esse não inicial não
é o seu limite, deve-se verificar se conseguiu ir a fundo nos interesses do sujeito, se
esgotou as possibilidades de analisar os interesses, pois só assim se sabe se a
possibilidade de diálogo pode ser descartada ou não, por exemplo, em uma separação
litigiosa, o pai não quer dividir a guarda com a matriarca, o que essa mãe deve fazer? Não
contra-argumentar primeiramente dizendo os motivos pelos quais as crianças devem ficar
com a mãe e sim acessar o interesse do patriarca perguntando o porquê ele quer a
guarda. O motor da negociação é sempre os interesses e os motivos, perguntar-se o
porquê, o que te move, e o para quê. Por exemplo, a laranja de Harvard, onde há como
atender plenamente os interesses de todas as partes envolvidas.
 Como superar o "dilema do prisioneiro"? Através da negociação baseada em princípios, 4
princípios gerais, o Problem Solving de Harvard.
 Posição: Sua posição diz o seu interesse. Por exemplo, num processo de caso de
negligenciamento paternal, a filha deseja a presença paterna ou está bem resolvida com
sua própria família já formada? um processo judicial prejudicaria a relação futura entre
filha e pai. Por isso falamos do tratamento adequado do caso; investigando de maneira
adequada por meio de entrevistas, por exemplo, descobrimos o tratamento adequado do
caso.
10/03/2021
Os quatro princípios de resolução de conflitos criados pela Harvard, o Problem Solving:
1- Separar a pessoa do problema (a pessoa não é o problema).
2- Focalizar nos interesses (interesse X necessidade).
3- Criar opções de ganho mútuo.
4- Adoção de critérios objetivos.
Há quatro fundamentos que todo interesse está atrelado, os lastros que estão em jogo,
são as emoções: desejo/anseios, necessidade, preocupações, medo.
ETAPAS DO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
1- Preparação para a negociação (etapa erroneamente ignorada); Planejar a negociação
é mais importante do que ter um plano. Roger Fisher: "é mais importante conhecer o
terreno completo do que só o atalho destrinchado". A preparação envolve sete elementos
básicos; os elementos da negociação são: a) Interesse; b) opções; c) critérios de
legitimidade; d) alternativa; e) relacionamento; f) comunicação; g) compromisso.
a) Comunicação
uma negociação é uma comunicação interativa, o sucesso da negociação vai depender
da boa comunicação feita. Onde está o foco? normalmente os negociantes vão com o
foco está no poder, quem tem mais poder sobre o outro, força sobre o outro, gerando
resistência, quebra de braço, e uma negociação que não é ganha/ganha; foco no direito, a
ideia é convencer o outro de que eu estou certo e o que eu tenho direito de receber, o
problema é que as pessoas raramente cedem a argumentos; foco no resultado, nessa
postura o importante é o resultado final, o foco da negociação está no resultado, o que se
deve ter em mente não é se o tribunal acha que você está certo e sim o resultado definido
com clareza, o que eu quero com essa negociação, o professor da FGV defende que se
deve ter foco nos ovos dourados da galinha, por exemplo, não se maltrata a galinha dos
ovos de ouro, para tê-la produzindo sempre ovos de ouro com regularidade eu preciso
tratá-la bem, mantê-la alimentada, respeitá-la, ou seja, eu preciso do outro lado, que ele
se engaje, eu poderia matar a galinha e pegar o ovo de ouro mas eu poderia ter mais, ou
eternamente. Sempre que se preparar para uma negociação se deve ter o foco no
resultado para preservar o outro lado como aliado para chegar ao melhor destino juntos.
Quais informações você precisa buscar/saber, que perguntas vai fazer, e que
técnicas/estratégias usará para isso, que informação deseja revelar e como comunicar de
maneira efetiva. Framing é a arte de dizer coisas, como emoldurar o que será proposto a
outra parte, por exemplo, um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes e logo que
despertou mandou chamar um adivinho para que interpretasse o sonho, o adivinho disse
que cada dente caído representava perda de um parente da majestade, o sultão se
enfureceu e expulsou tal adivinho, então chamou outro adivinho, este interpretou o sonho
como grande felicidade reservada pois o sultão seria o último a morrer de todos os seus
parentes, ele é o que mais viveria, o sultão se encheu de alegria e deu cem moedas de
prata ao segundo adivinho, na saída do palácio um dos cortesãos cochichou ao segundo
adivinho que a interpretação que ele fez do sonho foi a mesma do colega dele, mas o
adivinho respondeu, que tudo depende da maneira de dizer. Na negociação deve-se
manter o cuidado de emoldurar o que se fala. O sucesso da negociação depende
diretamente da boa comunicação entre as partes, 7% é comunicação verbal/apenas
palavras, 38% é vocal/tom de voz/volume/entonação/velocidade e ritmo de fala, 55% é
comunicação não verbal/postura/escolha da roupa/ gestos empregados/desviar os
olhos/agitação. Técnicas de comunicação: a comunicação mais disponível é a mais fácil
de ser lembrada, por exemplo, as propagandas repetitivas do Youtube. Possível agenda
para esse encontro: abertura, trocas de informações, verificação da compreensão,
brainstorming de opções, verificação dos critérios de legitimidade das opções, análise de
possível acordo, comparação do acordo com o seu MAANA, compromisso.
b) Interesse
Saber os seus interesses e recolher os interesses da outra parte, o que se busca com o
acordo, o que o acordo gerará.
c) Alternativa
Quais são as minhas alternativas e as possíveis alternativas da outra parte, conjunto de
possibilidades que podem ser feitas fora da mesa de negociação que não dependem de
anuência/consentimento do outro negociador, um plano B, C, D... Z. Batna/Maana, a
melhor alternativa à negociação de um acordo, como acessar o Maana/Batma da outra
parte? através de seus interesses, fazendo questionamentos, entrevistas, informações
colhidas. É necessário descobrir os interesses para construir alternativas e antecipar as
do outro. Escutatória, de Rubem Alvez: “sempre vejo anunciados cursos de oratória,
nunca vi anunciado curso de escutatória, todo mundo quer aprender a falar, mas ninguém
quer aprender a ouvir, pensei em oferecer um curso de escutatória mas acho que
ninguém vai se matricular”. Watna é a pior alternativa de acordo, a que menor atinge os
seus interesses. Se for na mesa de negociação se torna opção e não alternativa.
d) Opções
Traçar maneiras/caminhos de conciliar os interesses das partes, sair da posição, as
opções dependem da identificação correta dos interesses.
e) Critérios de legitimidade
São padrões externos que validam a minha opção perante a outra parte, decide/defende o
que é justo para as partes em cada opção que foi determinada/construída, é o que
fundamenta a opção que estou apresentando.
g) Relacionamento
O relacionamento entre as partes pode facilitar ou dificultar uma negociação. Tendência
do direito é de procurar culpados, numa negociação bem-sucedida se foge disso, não
importa mais, vamos focar na solução, evitar atacar, o foco é no resultado, a galinha dos
ovos dourado, tratá-la bem para produzir muitos ovos de ouro.
h) Compromisso
É a última etapa de negociação que gera compromisso entre as partes, o acordo final.
07/04/2021
Dia 28/04 – avaliação bimestral 8 pontos, com formato do plano de negociação, apenas
interesse, opções, critério de legitimidade, alternativa, compromisso. Dia 14/04 – trabalho
valor 1 ponto postado dia 9 no blog.
Opção X Compromisso
Opção é um leque aberto de possibilidades e compromisso é a opção aceita entre as
propostas apresentadas, ou seja, o compromisso vem depois das opções. No
compromisso existe a barreira entre a alternativa e a opção, é o que se pode ou não
aceitar, se for muito ruim a opção fico com minha alternativa.
preencher parte da comunicação
Ruído é o diagnóstico do que aconteceu de problemático.
Estratégia é como superar esses obstáculos comunicacionais.
14/04/2021
Apenas entrega e apresentação do trabalho sobre negociação. Prova: saber a ordem
correta de resposta do plano de negociação → interesse; opção; alternativa; critério de
legitimidade; compromisso.
28/04/2021 – Realização de prova.
05/05/2021 – Correção da prova.
12/05/2021
MEDIAÇÃO
Lei 13.140/2015 trata sobre mediação. A mediação consiste no mecanismo
autocompositivo adequado para lidar com conflitos onde preponderam os aspectos
subjetivos. As relações conflitivas derivadas de laços sociais duradouros, como a relação
entre pais e filhos ou entre vizinhos, não são simples de serem resolvidas, pois
demandam um conhecimento da raiz dos problemas (causas subjacentes) para somente
depois ser possível aventar as questões objetivas postas em discussão. No processo
judicial se trabalha posição, na mediação não, o foco é atender os interesses subjacentes
com objetivo de restabelecer o canal de comunicação. O objetivo da mediação é
possibilitar uma reflexão adequada sobre as circunstâncias do conflito e as necessidades
das pessoas envolvidas, e o restabelecimento do canal de comunicação interrompido pela
disputa. O objetivo primário é preservar a relação e a comunicação e não concluir acordo,
que é o produto final, o acordo é um objetivo secundário. Se o acordo for logrado por
motivos alheios a vontade do mediando, o mediador deve interferir em casos de acordo
desfavoráveis. Mas em caso de acordo desfavorável por vontade livre das partes, deve
ser respeitado sem opinião interventiva do mediador. O mediador não pode conceder
diretamente auxílio técnico com base no seu background, deve aconselhar a procurar um
advogado caso sinta que a parte precisa de orientação técnica.
Jurisdição x Mediação
A diferença é quanto ao objeto: A jurisdição atua sobre litígios, ao passo que a mediação
alcança as controvérsias. A jurisdição visa atribuir a cada um a parte que lhe cabe, ao
passo que a mediação pretende conservar a relação social; A jurisdição objetiva dividir as
reivindicações relacionadas aos direitos e obrigações de cada um, ao passo que a
mediação objetiva fortalecer os laços. Quanto ao critério: A jurisdição analisa a falta e a
culpa (enfoque retrospectivo), ao passo que a mediação analisa a existência de relações
anteriores ou potenciais (enfoque prospectivo). Quanto a sansão: A jurisdição atua a partir
da coação para o cumprimento de uma decisão, ao passo que a mediação trabalha com o
acordo voluntário entre as partes. Quanto a cerimônia: A jurisdição segue ritos e
procedimentos específicos, ao passo que a mediação não está vinculada a exigências de
forma. Quanto a agenda: A jurisdição trabalha com a agenda imposta, ao passo que na
mediação a agenda é decidida em conjunto. Quanto a hierarquia: A jurisdição possui
órgãos de justiça estruturados hierarquicamente, ao passo que a mediação é realizada no
local indicado pelas partes. Quanto ao debate: A jurisdição trabalha com o debate
ritualizado, ao passo que a mediação trabalha com o debate aberto às partes. Quanto as
questões em pauta: A jurisdição impõe uma variedade de questões às partes, ao passo
que a mediação impõe como questão apenas o respeito pelo outro. Quanto a decisão: A
jurisdição impõe decisões monológicas pautadas na autoridade da lei, ao passo que a
mediação estimula decisões consensuadas. Quanto aos resultados: A jurisdição objetiva
decidir a lide, ao passo que a mediação pretende gerenciar relações. O processo judicial
é pautado pela ética dos direitos (ethic of rights) e caracterizado pela inflexibilidade do rito
procedimental e pela competição. De acordo com as regras do jogo, ao final do processo
judicial uma das partes envolvidas no litígio será declarada vencedora, enquanto a outra
deverá se submeter à decisão proferida pelo juiz. Os processos de mediação baseiam-se
na ética da solicitude (ethic of care) ou ética da alteridade. De acordo com os princípios
éticos da mediação, deve-se buscar, através do diálogo, o atendimento das necessidades
concretas e diferentes para cada uma das pessoas em causa, consolidando-se os laços
afetivos e emocionais que as unem. Luís Alberto Warat: “Os conflitos nunca
desaparecem, se transformam; isso porque, geralmente, tentamos intervir sobre o conflito
e não sobre o sentimento das pessoas. Por isso, é recomendável, na presença de um
conflito pessoal, intervir sobre si mesmo, transformar-se internamente, então, o conflito se
dissolverá (se todas as partes comprometidas fizerem a mesma coisa)”. “A mediação
começa quando as partes conseguem interpretar, no simbólico, ódios e amores que as
diferenciam. A mediação facilita às partes a possibilidade de interpretar seus ódios e
amores. O que é mediável são os conflitos de afetos, não as diferenças patrimoniais sem
história, sem afetos, nem desejo (elas são transações que podem estar disfarçadas de
mediações). Nos casos patrimoniais sem história, se decidem as diferenças, não existe
conflito a resolver. Para que algo possa ser mediado, é necessário que uma das partes,
pelo menos, tenha um conflito de ódio, amor ou de dor”.
19/05/2021
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO:
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
Costuma ser arrolado como um atributo indispensável do mediador, a quem cumpriria
manter uma postura de equidistância entre as partes. Traduzido na proibição de qualquer
conduta por parte do mediador que importe em qualquer favorecimento de tratamento a
uma das partes.
Imparcialidade X Neutralidade
Imparcialidade consiste na proibição de qualquer conduta que importe em qualquer
favorecimento de tratamento a uma das partes. Neutralidade, por outro lado, diz respeito
à indiferença quanto ao resultado do processo. A imparcialidade do mediador adquire
importância ainda maior no contexto da mediação judicial. Exige-se que o mediador seja
imparcial no trato com as partes e neutro na condução do processo, tal como devem ser
os juízes nos processos judiciais. Entretanto, deve-se observar que a exigência de
neutralidade e imparcialidade dos serventuários da justiça, mais do que preocupação com
o favorecimento das partes, constitui-se em manifestação de poder e autoridade. Nesse
sentido, Geovany Cardoso Jeveaux: “[...] se se considerar o sistema jurídico mais que um
conjunto de normas ou instituições, mas um fenômeno de “partes em comunicação”, onde
estão pressupostos uma interação (troca de mensagens), um relato (informação contida
na mensagem) e um cometimento (informação sobre como encarar a mensagem), a
atuação do Estado-juiz como terceiro comunicador – além dos dois primeiros, que são as
partes, as quais estarão sujeitas à decisão – ocorre numa situação de controle
comunicativo para tornar a decisão um instrumento de suscitação de obediência,
justamente através de um domínio e de uma estratégia de domínio”
Multiparcialidade do mediador X Imparcialidade ativa
Multiparcialidade: É preferível que o mediador tome partido por todos, em contraposição à
ideia de distanciamento das partes.
Imparcialidade Ativa: Imparcialidade construída de maneira dinâmica, por meio de
movimentos de aproximação empática/distanciamento nas intervenções do mediador com
os mediandos.
Dilema: O que fazer se o mediador percebe, durante a mediação, que já teve algum
vínculo com pessoa próxima a um dos mediandos? O mediador deve avisar as partes
disso e se elas decidirem que afeta a parcialidade, o mediador deve ser trocado por outro
mediador neutro. Ou o próprio mediador preferir, pode se declarar impedimento.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
De acordo com o princípio da autonomia da vontade, a adesão espontânea das partes é
condição necessária para o início do processo de mediação. As partes devem ao menos
acreditar na possibilidade de resolução amigável do conflito antes de se submeter ao
processo de mediação. Tal como ninguém é obrigado a participar da mediação, também
não se pode obrigar ninguém a nele permanecer.
Dilema ➝ Participação de menores em uma mediação:
– A corrente dos que não defendem a participação dos menores, pela autonomia da
vontade, pelo fato de que ainda falta discernimento ao menor que ainda está em
formação, não conseguindo participar de maneira equilibrada e equitativa.
– Outra corrente considera que é possível a realização de mediação com menores de
idade em alguns casos específicos de interesse do menor, desde que considerada as
peculiaridades do caso, por exemplo, processo de separação, os pais poderiam participar
com os menores, desde que observados alguns cuidados para preservar o menor, precisa
ser levado em conta a idade do menor, o grau de maturidade, a animosidade dos
pais/envolvidos no conflito. Participando ativamente. Mas pela corrente dominante, o
menor não participaria ativamente numa mediação familiar. O mediador decide se a parte
está apta ou não para participar da mediação.
Dilema ➝ mentalmente instáveis ou emocionalmente fragilizados:
Em relação aos mentalmente instáveis a preocupação é de eles entenderem,
compreenderem e aderirem, com apoio de profissionais de suporte para os ajudarem é
possível. Os emocionalmente fragilizados, diferente do processo judicial, na mediação as
questões subjetivas, emocionais, o mediador deve estar atento ao abalo desproporcional
entre as partes, de modo a preservar a isonomia da participação das partes no diálogo, o
desequilíbrio não pode afetar a parte de modo que ela se submeta a vontade do outro.
Quando o mediador percebe um desequilíbrio emocional ele pode adiar a sessão,
requerer um acompanhante para auxílio, ou fazer uma sessão privada com apenas uma
das partes, o caucus – nome técnico para reunião privada na mediação, para saber o que
a parte está passando.
PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE
No caucus há dupla confidencialidade, além da confidencialidade natural, há entre os
mediados confidencialidade no caucus, ou seja, o mediador deve guardar silêncio a
respeito das informações obtidas na reunião privada. O mediador deve guardar sigilo
sobre todas as informações a que tiver acesso em razão do desempenho de sua
atividade; A cláusula de confidencialidade somente poderá ser quebrada se as partes
consentirem com a divulgação dos conteúdos abordados nas sessões, ou seja a
confidencialidade pode ser quebrada, mas é preciso o consentimento das partes, e
também em caso de crime; O mediador não poderá atuar como testemunha ou advogado
de qualquer das partes em eventual processo judicial.
Dilema ➝ cabe mediação se já houve ou há episódios de violência entre os
mediados? Pelos direitos humanos e a preservação física e emocional da mulher, não.
Há controvérsias, alguns autores defendem que um mediador experiente poderia conduzir
uma audiência de mediação nesse caso sim... acontecendo o caucus antes, adotando
uma série de cautelas, sem sessões conjuntas.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
As partes confiam mais no mediador quando sentem o seu engajamento e oferecimento
de oportunidade de fala para cada mediando. Um dos principais norteadores da mediação
é a preservação do equilíbrio entre os mediados. Busca-se garantir a cada uma das
partes oportunidades iguais de fala e de escuta.
Dilema ➝ O que fazer quando um dos mediados comparece acompanhado de
advogado e o outro não, ou quando apenas um deles têm vínculo com sua rede de
pertinência? Impactos do princípio da autonomia, o mediador não pode aconselhar
tecnicamente os mediados. O mediador pode adotar técnicas para ajudar a parte que
apresenta vulnerabilidade técnico-jurídica, adiando a sessão e indicando-a a procurar um
profissional para a próxima sessão, ou realizar a sessão com apenas as partes sem a
presença de advogados. Um mediando desassistido que tem habilidades técnico jurídicos
(terminando a faculdade ou é bacharel em direito) o mediador poderia seguir a audiência
normalmente nesse caso. Defensor dativo apenas para mediação judicial.
PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA
As partes não são obrigadas a celebrar um acordo ao final do processo de mediação. O
êxito do processo de mediação está relacionado ao restabelecimento do diálogo entre as
partes, independentemente da pacificação concreta do conflito. O princípio da
independência adquire ainda mais importância no âmbito da mediação judicial, onde os
mediadores ficam suscetíveis a sofrer pressões relacionadas à produtividade e ao
percentual de acordos obtidos nos processos.
21/05/2021
Dilema ➝ O que fazer se um dos mediados revela que está na iminência de praticar
um crime ou acusa o outro de abuso ou maus tratos contra incapaz? O mediador
deve levar a informação de crime praticado, ou em iminência de acontecer, ás
autoridades. O mediador explicará o princípio da oficialidade e suas exceções, esse é um
caso de exceção ao princípio.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Logo no início o mediador deve expor a regra da escuta ativa e o engajamento no
processo de diálogo. O diálogo é o fio condutor da mediação. As partes precisam ter
ciência e concordar que durante a sessão é pré-requisito a escutativa, e não o embate e
imposição de vontades sobreposta a do outro. As parte precisam se empenhar a ouvir o
outro. A mediação deve propiciar o diálogo e a escuta ativa entre as partes, ao contrário
das salas dos Tribunais, o espaço físico destinado às sessões de mediação deve ser
informal e acolhedor, para permitir a circulação da palavra e a construção do
entendimento; Na oralidade está o ponto central dos processos consensuais. A mediação
trabalha com um paradigma de justiça que considera o conflito como acontecimentos
inerentes aos processos comunicativos, e, nessa condição, remediáveis, se restabelecida
a comunicação.
PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE
O princípio da informalidade está ligado ao princípio da oralidade. As partes envolvidas no
processo de mediação possuem liberdade para estabelecer as suas próprias regras e a
dinâmica do procedimento, respeitadas as garantias mínimas do devido processo; Como
ensinam John Cooley e Steven W. Lubet: “A mediação proporciona oportunidade ilimitada
para que as partes exerçam a flexibilidade ao comunicar suas preocupações e prioridades
básicas em relação à disputa. A mediação pode mostrar às partes soluções alternativas
potenciais, dar-lhes condições de melhorar e reforçar suas relações em interações futuras
e estimulá-las a explorar e a atingir soluções criativas que permitam ganhos mútuos e um
alto grau de acato às decisões”.
Dilema ➝ O que fazer se um dos mediados insiste muito em apresentar provas de
suas alegações ou se condiciona o prosseguimento da mediação a uma visita do
mediador ao local em que se passa a controvérsia?
PRINCÍPIO DA DECISÃO INFORMADA
As partes precisam ser informadas do procedimento de mediação, o que se espera delas,
quais são suas garantias legais, por exemplo, na mediação familiar antes da mediação as
partes precisam saber o que a lei dispõe sobre o assunto, valores de pensão alimentícia,
por exemplo. O conhecimento sobre direitos e garantias não cabe ao mediador informar,
esse é o papel fundamental do advogado que assessora as partes informá-los
adequadamente, cabe ao mediador encaminhar a pessoa a se auxiliar com advogado. As
partes têm o direito de obter todas as informações necessárias sobre o processo de
mediação, e, quando necessário, também sobre os direitos e garantias assegurados pela
lei, antes de participarem do processo de mediação e de aprovarem os termos do acordo
alcançado (princípio da adesão voluntária: esclarecimento e informações sobre a
mediação. Diz respeito ao processo, como vai acontecer, seu objetivo, princípios
regentes, tudo o que envolve o procedimento, papel das partes, papel do advogado - ele
deve garantir o direito de informação sobre direitos e garantias - e papel mediador).
ETAPAS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO
Há nove etapas no processo de mediação, mas não é consenso, tem autores que consideram menos etapas:
I – Pré-mediação; II – Declaração ou Discurso de abertura; III – Relato de histórias
(discurso de abertura dos mediandos); IV - Elaboração da Agenda; V – Caucus; VI –
Negociações Mediadas; VII – Elaboração do termo de acordo; VIII – Derivação e
monitoramento; IX – Avaliação do resultado.
PRÉ-MEDIAÇÃO
Entrevista inicial com o mediador: Serve como uma etapa informativa; Etapa informativa
de mão dupla: é uma informação de mão dupla, traz informação aos mediados sobre o
processo de mediação (para que elas possam aderir o processo de mediação ou não,
saberem que não se pode usar da agressão verbal e mudar a chavinha do mindset das
partes para se atentar ao processo colaborativo da comunicação/escuta ativa, a mediação
deve ser adiada em caso de má-fé, agir para prejudicar o outro); Informação para o
mediador: também informa ao próprio mediador se a mediação é a forma correta de
resolução daquele conflito. I – Irá identificar se a mediação é o método de composição
mais adequado para lidar com as questões apresentadas pelas partes (se as partes estão
engajadas na solução, se a mediação vai ser efetiva); II – Momento em que verifica sua
neutralidade em relação ao tema e imparcialidade em relação aos envolvidos
(tratamento isonômico, o mediador não pode ter um desfecho preferencial por um
resultado na sua cabeça, as partes devem construir juntas a decisão final); III – Se a
comediação seria conveniente ou não na condução das sessões (comediação significa
mais de um mediador). Informação para o mediando: I – Possibilita aos mediados a
compreensão exata do que seja a mediação e a adesão espontânea e informada ao
processo; II – Iniciar a mediação engajados na busca por soluções de benefícios mútuos;
III – Empenho na observância dos propósitos e princípios éticos do instituto.
O que o mediador deve explicar na pré-mediação:
Natureza de sua atuação; Os princípios estruturais do processo; Procedimento da
mediação; Objetivos da mediação; Preceitos éticos; Adequação da mediação; Atuação
colaborativa dos mediandos, com postura que auxilie na fluidez do diálogo e não
adversarial; Mediandos devem envidar esforços para encontrar soluções de ganhos
mútuos; Indicar a conveniência ou não de uma comediação (mais de um mediador).
DISCURSO DE ABERTURA
Visa apresentar o processo às partes, como ele será conduzido, quais são as regras da
mediação, estabelecendo uma relação de confiança e cooperação. A mediação inicia com
o discurso de abertura do mediador, basicamente repete o que foi dito na pré-mediação.
Passo a passo do discurso de abertura: Descrição do processo de mediação; Perguntar
sempre se as partes já participaram de um processo de mediação anteriormente; Explicar
o que é o processo de mediação; Esclarecer cada um dos princípios que regem o
processo de mediação; Sobre a confidencialidade, o mediador e outra parte não poderão
intimados a servir como testemunha sobre o que for dito durante as sessões, e que tudo o
que for dito durante as sessões de mediação não será revelado em outros contextos,
salvo em três hipóteses: As partes podem concordar em revelar o conteúdo das sessões;
Não há confidencialidade quanto a atos ilegais, tais como ameaças para infligir danos ou
lesão corporal; Comunicações sobre o cometimento de um crime ou ocultação de um
crime. (exceção de comum acordo de vontade de revelar/tornar público é normal em
mediações empresariais, o mediador deve orientar que deve ser requerido pelas partes
essa possibilidade, e a exceção de crime ou a iminência do mesmo); Deixar claro que o
mediador não atua como juiz ou árbitro, o seu papel é facilitar a comunicação entre as
partes, bem como auxiliá-las a compreender os interesses envolvidos e explorar soluções
de ganhos mútuos (incentivar soluções criativas); Deixar claro que não cabe ao mediador
dizer como o caso será resolvido, e sim às próprias partes; Esclarecer que não cabe ao
mediador prestar aconselhamento jurídico às partes; Explicar que as partes têm o direito
de ter um advogado ao seu lado durante todo o processo de mediação; Esclarecer o
papel dos advogados no processo de mediação; Esclarecer que os acordos entabulados
pelas partes podem ser revisados por seus advogados (quem precisa ficar atento aos
termos do acordo é o advogado, como prazos por exemplo, o mediador deve deixar isso
claro); Cada um terá a oportunidade de se expressar e também de comentar sobre o que
a outra parte disser; Não interromper o outro durante a sua fala. Caso entenda
necessário, as partes podem ir anotando os comentários e/ou perguntas para que possam
fazê-los na sua vez de fala (as falas são flexíveis, rege o princípio do respeito, enquanto
um fala o outro cala); Explicar sobre o caucus (reunião privada com as partes), que pode
ser solicitada tanto pelo mediador quanto por qualquer das partes; As partes podem pedir
uma pausa na sessão para conversar separadamente com o seu advogado quando julgar
necessário; Deixar as partes se sentirem confortáveis: explicar onde estão localizados os
banheiros, onde há comida e bebidas disponíveis etc. Ao final da explicação, perguntar
novamente se as partes entenderam o processo de mediação; Perguntar se ainda há
dúvidas/pontos a serem esclarecidos. Não fazendo jus ao princípio da celeridade, o
mediador é obrigado a repetir todos os princípios e seus conceitos e as regras ditas na
pré-mediação, não se aprofundando muito nos detalhes do procedimento, e perguntar
sempre ao final: com essas informações recebidas, vocês ainda querem participar da
mediação?
26/05/2021 RELATO DE HISTÓRIA
Relato de história é a versão da história que cada um apresenta. Tanto o mediador como
o mediado vai observar o ponto de vista do outro. Baseado na oitiva e narrativa dos
envolvidos (substância, procedimento e relacionamento); Objetiva conhecer a desavença
sob o ponto de vista dos participantes (informações + interesses + necessidades das
partes); Possibilitar que as partes tenham contato com o ponto de vista do outro sobre o
mesmo evento; Mapeamento do conflito e construção das intervenções necessárias.
Recontextualização ou paráfrase: É a reformulação da frase para uma perspectiva
positiva, ou seja, retira aspectos negativos do relato de história. Técnica segundo a qual o
mediador estimula as partes a perceberem determinado contexto fático por uma
perspectiva mais positiva. O mediador foca na preocupação, interesses, desejos e
necessidades das partes. Exemplo: (Mãe para filha): “Minha filha, você ainda é uma
criança. Tem só 14 (catorze) anos de idade. Em hipótese alguma vou permitir que você
permaneça na festa até as três horas da manhã. Eu já havia estabelecido que o horário
limite é até a uma hora da manhã – pode não parecer, mas nossa cidade fica muito
perigosa depois de meia-noite. Eu já estou te dando uma colher de chá de uma hora!”
(Mediador para mãe e filha): “D. Clarisse, a senhora está indicando então que se
preocupa com o bem-estar da sua filha e que, como mãe zelosa, tem o interesse que sua
filha se divirta e gostaria de garantir que ela esteja em segurança ao sair à noite”.
Audição de propostas implícitas: As partes envolvidas no conflito, em razão do estado de
ânimo em que se encontram, possuem dificuldade para empregar uma linguagem neutra
e eficiente. Como resultado dessa comunicação ineficiente, as partes normalmente
propõem soluções sem perceber que, de fato, estão fazendo isso. Por exemplo, Qual a proposta
implícita na fala de Antônio: Joana e Antônio se separaram após um relacionamento de sete anos. Eles conseguiram realizar a partilha
de todo seu patrimônio, com exceção de uma coleção de discos de ópera e memorabilia. Joana diz: “Eu deveria ficar com a coleção,
pois, afinal, fui eu quem pagou por ela quase toda.” Antônio, por sua vez, diz: “A coleção é minha. Fui eu que comprei muitos discos e
garimpei em lojas de discos usados toda vez que eu estava em uma das minhas viagens de negócios. Eu tenho uma pretensão
igualmente legítima de ficar com a coleção”; Proposta implícita: cada um deve ficar com os discos e memorabilia que pagou.
Afago (reforço positivo): O afago consiste em uma resposta positiva do mediador a um
comportamento produtivo, eficiente ou positivo da parte ou do próprio advogado. Por
intermédio do afago busca-se estimular a parte ou o advogado a continuar com o
comportamento ou postura positiva para a mediação. Por exemplo, uma parte reconhece
que o outro tem razão, o mediador estimula essa ação para a empatia ser cada vez mais
presente, cabe ao mediador estimular tal exercício de empatia por intermédio de um afago
como: “Interessante essa sua forma de ver esta questão.” “O fato de perceber que o Jorge
teve boa intenção quando lhe entregou a documentação ajuda muito na mediação.
Quando estivermos novamente em uma sessão conjunta seria produtivo se você
comentasse isso com ele”.
ELABORAÇÃO DE UMA AGENDA
A elaboração da agenda é um processo dinâmico e mutável; A construção da agenda é
aconselhável por organizar questões e interesses, mas não é obrigatória. Os discursos
iniciais permitem que o mediador compreenda as visões, perspectivas e interesses das
partes; Permite identificar pontos importantes da disputa; Não raro, as partes iniciam a
mediação sem entender quais são os reais pontos de controvérsia do conflito, nem
sempre o ponto controverso está claro para as partes. Após a abertura, as partes devem:
Identificar assuntos amplos de preocupação; Concordar quanto aos tópicos e subtópicos
a serem discutidos; Determinar a ordem de discussão dos itens inseridos na agenda da
mediação. A agenda deve integrar as duas partes e depende de fatores como:
Quantidade e complexidade dos assuntos a serem trabalhados; A clareza dos discursos
de abertura das partes; A capacidade dos negociadores e do próprio mediador para
identificar os principais assuntos; A capacidade de integração dos negociadores; As
condições psicológicas e colaborativas das partes.
SESSÃO PRIVADA (CAUCUS)
O caucus pode ser requerido por qualquer das partes, advogados e mediador. Há
divergência de classificação de etapas em relação a ordem e a quantidade. O cáucus só
ocorre mediante necessidade. O caucus é para provocar soluções a parte, nunca trazer o
juízo de valor do mediador. O caucus possibilita acessar uma posição de fragilidade da
parte, que ela não abriria na sessão conjunta. Permite a expressão de sentimentos fortes
sem aumentar o conflito; Eliminar comunicação improdutiva (comunicação improdutiva é
ficar preso no mesmo ponto, quem está certo, quem está errado); Oportunidade para
identificar e esclarecer questões; Para realizar afagos; Evitar comprometimento imaturo
com propostas ou soluções; Explorar possível desequilíbrio de poder; Trabalhar com
táticas e/ou habilidades de negociação das partes; Criar um ambiente propício para
explorar alternativas e opções; Quebrar um impasse; Avaliar a durabilidade das
propostas; Risco à ocorrência de atos de violência; Aplicar a técnica de inversão dos
papeis: Tem como objetivo estimular a empatia entre as partes através de orientação para
que cada um perceba o conflito sob a ótica da outra parte, o mediador deve utilizar esta
técnica em sessões privadas e ter o cuidado de indicar que se trata de uma técnica de
mediação e que esta técnica também será utilizada com a outra parte (explicar que não é
uma provocação ou imparcialidade do mediador, que a outra parte fará o mesmo, e que é
uma técnica). Com as partes vendo o ponto de vista do outro constrói-se acordo de ganho
mútuo. Exemplo: “Sr. Paulo Tyrone, o senhor, apesar de ser dono de oficina mecânica também é consumidor. Nesse sentido, eu
vou aplicar uma técnica de mediação que é a inversão de papéis, e faço isso apenas porque gostaria de ver ambos se entendendo
bem e percebendo de forma clara como cada um viu e viveu essa situação. Naturalmente, quando tiver com a Drª. Tasha vou aplicar
essa inversão de papéis com ela também. Então, voltando à pergunta, como você gostaria de ser tratado, como consumidor, no que se
refere a orçamentos?”
NEGOCIAÇÕES MEDIADAS
Troca de informações: Discussão de interesses, perspectivas, recursos e capacidades.
Geração de Opções (Brainstorming): Perguntas que estimulem as partes a pensarem em
novas opções para a composição da disputa. Exemplos: “Na sua opinião, o que poderia
funcionar?”, “O que você pode fazer para ajudar a resolver esta questão?”, “Que outras
coisas você poderia tentar?”, “Para você, o que faria com que esta ideia lhe parecesse
mais razoável?”. Oposto de geração de opções: “Isso nunca vai funcionar!”, “A outra parte
jamais aceitaria isto, pode esquecer!”, Pela minha experiência, esta não é uma boa ideia”.
Avaliação das Opções e criação de propostas: Quem fica com quanto, o que deverá ser
feito e por quem deverá ser feito.
ELABORAÇÃO DO TERMO DE ACORDO
É o que tem que constar no termo de acordo. Informações de identificação: nome do
mediador e dos mediados e dos advogados; Data, local e horário em que ocorreu a
sessão de mediação; Descrição precisa do acordado entre os mediados, com dados que
permitam a verificação do cumprimento dos itens pactuados.
DERIVAÇÃO E MONITORAMENTO
Derivação: encaminhamento para outra forma mais adequada de solução de conflitos, a
derivação é quando a mediação não resolve de maneira plena todas as questões/anseios
em pauta.
Monitoramento: acompanhar a implementação do acordo, promover micronegociações
para aprimorar sua execução. O monitoramento deveria acontecer em todas as
mediações, mas é mais importante acontecer em acordos complexos, com muitos prazos.
Quem faz o monitoramento depende de quem realizou a mediação, existem empresas de
mediação que realizam o monitoramento.
AVALIAÇÃO DE RESULTADO
Compilação quantitativa e qualitativa dos dados relativos à percepção sobre o trabalho
desenvolvido e sobre os resultados alcançados.
02/02/2021 Apresentação da simulação de mediação.
09/02/2021 Apresentação da simulação de mediação.
16/06/2021
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO JUDICIAL
Resolução n° 125/2010 do CNJ; Lei n° 13.105/2015 – CPC/2015; Lei n° 13.140/2015 – Lei
de Mediação.
O CPC prevê:
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É
permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos. § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo
judicial.
TÍTULO IV - DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO III - DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Seção V – Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e
pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição; § 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo
respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. (O artigo 165
tornou obrigatória a criação dos CEJUSCs).
CAPÍTULO V – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver,
atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o
disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. Art.
335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo
termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última
sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não
houver auto composição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334,
§ 4º, inciso I;
PRESENÇA DO MAGISTRADO
O parágrafo primeiro do artigo 334 do CPC subentende-se que o juiz não atuará na
audiência de conciliação e mediação; mas não regula expressamente sobre a presença
dos magistrados nas sessões, vale salientar que a participação do juiz na audiência de
conciliação e mediação afetaria sua imparcialidade; em caso de impedimento, o mediador
deve devolver os autos ao juiz. Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou
mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá
os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de
conflitos, devendo este realizar nova distribuição.
23/06/2021
DOS CONCILIADORES E MEDIADORES JUDICIAIS
Diferenças entre conciliação e mediação
Art. 165. § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada
a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem. § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais
que gerem benefícios mútuos. CONTAGEM DO PRAZO PARA A REALIZAÇÃO DA
AUDIÊNCIA: 20 dias úteis para citação do réu; e mínimo de 30 dias úteis para designação
mediação e conciliação judicial. Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por
lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. § único. O disposto neste artigo
aplica-se somente aos prazos processuais. Art. 611. O processo de inventário e de
partilha deve ser instaurado dentro de 2 meses, a contar da abertura da sucessão,
ultimando-se nos 12 meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de
ofício ou a requerimento de parte. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em
dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos
termos do art. 183, § 1º; Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro
para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal. 60 dias úteis para realização da audiência, e citação com 40 dias úteis
de antecedência. O art. 334 prevê o prazo para citação do réu, o marco inicial de
contagem do prazo de 20 dias para o réu é o recebimento da comunicação
processual de que o aviso de recebimento teve um resultado positivo.
PRAZO PARA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA
Como o objetivo é a participação da parte na sessão, e não a apresentação de defesa,
tem-se como marco para o início da contagem a comunicação processual do aviso de
recebimento ou mandado com resultado positivo aos autos, e não a juntada do
mandado. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do
prazo: § 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data
em que se der a comunicação.
FRACIONAMENTO DA AUDIÊNCIA DE MED E CONC
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não
podendo exceder a 2 meses da data de realização da primeira sessão, desde que
necessárias à composição das partes. § 3º A intimação do autor para a audiência será
feita na pessoa de seu advogado.
OBRIGATORIEDADE DE PARTICIPAÇÃO DA SESSÃO DE AUDIÊNCIA DE
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO.
Autor deve indicar se deseja ou não participar da mediação e, caso não indique, o juiz
determinará que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias (319, VII c/c
321 CPC); Réu deverá manifestar o seu desinteresse em participar da mediação (334
CPC). Art. 334. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes
manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando
não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com
10 dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o
desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
SESSÕES ONLINE: § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por
meio eletrônico, nos termos da lei. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA: §
8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até
dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em
favor da União ou do Estado. OBRIGATORIEDADE DA PRESENÇA DE ADVOGADO: §
9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. §
10 A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com
poderes para negociar e transigir. § 11 A autocomposição obtida será reduzida a termo e
homologada por sentença. INTERVALO: § 12. A pauta das audiências de conciliação ou
de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 minutos entre
o início de uma e o início da seguinte.
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO JUDICIAL
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência,
da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da
informalidade e da decisão informada. § 1º A confidencialidade estende-se a todas as
informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para
fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. § 2º Em razão do dever
de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros
de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos
da conciliação ou da mediação. § 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o
objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. § 4º A mediação e a
conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que
diz respeito à definição das regras procedimentais.
ESCOLHA DO MEDIADOR EXTRAJUDICIAL E JUDICIAL
Somente na mediações/conciliações extrajudiciais é possível a livre escolha do
mediador/conciliador; nas audiência judiciais não cabe a parte decidir.
MEDIAÇÃO/CONCILIAÇÃO EXTRAJUDICIAL CPC: Art. 168. As partes podem escolher,
de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de
mediação. § 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar
cadastrado no tribunal. § 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou
conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal,
observada a respectiva formação. § 3º Sempre que recomendável, haverá a designação
de mais de um mediador ou conciliador. LEI DE MEDIAÇÃO 13.140/2015: Art. 11. Poderá
atuar como mediador judicial a pessoa capaz, graduada há pelo menos dois anos em
curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que
tenha obtido capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores,
reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados –
ENFAM ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo
Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. Art. 12. Os
tribunais criarão e manterão cadastros atualizados dos mediadores habilitados e
autorizados a atuar em mediação judicial; Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores
não estarão sujeitos à prévia aceitação das partes, observado o disposto no art. 5º
desta Lei. Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e
suspeição do juiz. § único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de
revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa
suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito,
oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. (Os parágrafos 1º, 2º do
artigo 168 não foram derrogados com o advento da Lei de Mediação Civil, por amparar
sessões privadas de mediação e não sobre mediação judiciária; Teoria do diálogo das
fontes, de Erik Jayme: Substituição do antigo mecanismo de exclusão de normas
incompatíveis entre si por um mecanismo de aplicação simultânea, coordenada e
sistemática de leis principais e coexistentes no sistema).
IMPEDIMENTO DO MEDIADOR
Lei 13.140, art. 5º. Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento
e suspeição do juiz. CPC, art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer
suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III
- quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
fim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no
processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de
direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for
herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure
como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de
contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de
advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro
escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. § 1º Na hipótese
do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o
membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade
judicante do juiz. § 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar
impedimento do juiz. § 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso
de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros
advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não
intervenha diretamente no processo. CPC, art. 170. No caso de impedimento, o
conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico,
e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de
solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição. § único. Se a causa de
impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será
interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para
novo conciliador ou mediador. Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do
exercício da função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro,
preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a
impossibilidade, não haja novas distribuições. Art. 172. O conciliador e o mediador ficam
impedidos, pelo prazo de 1 ano, contado do término da última audiência em que
atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. (O conciliador ou
mediador que é advogado, não poderá advogar para as partes do processo em que
mediou/conciliou).
SUSPEIÇÃO DO MEDIADOR
13.140, art. 5º. Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e
suspeição do juiz. § único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever
se revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância
que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o
conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. CPC, art. 145. Há
suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da
causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando
qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de
parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no
julgamento do processo em favor de qualquer das partes. § 1º Poderá o juiz declarar-se
suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. § 2º Será
ilegítima a alegação de suspeição quando: I - houver sido provocada por quem a alega; II
- a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
CAPACITAÇÃO DOS CONCILIADORES E MEDIADORES PRIVADOS E JUDICIAIS
DOS MEDIADORES EXTRAJUDICIAIS: Art. 9°. Poderá funcionar como mediador
extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha confiança das partes e que seja capacitada
para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade
de classe ou associação, ou nele inscreve-se. Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e
as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e
em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá
registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. § 1º
Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por
entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional
de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no
cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. § 2º Efetivado o
registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor
do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o
mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista,
a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade
dentro da mesma área de atuação profissional. § 3º Do credenciamento das câmaras e do
cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua
atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou
insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como
outros dados que o tribunal julgar relevantes. § 4º Os dados colhidos na forma do § 3º
serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos
anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da
conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos
conciliadores e dos mediadores. DOS MEDIADORES JUDICIAIS: Art. 11. Poderá atuar
como mediador judicial a parte capaz, graduada há pelo menos dois anos em curso de
ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido
capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM ou pelos
tribunais, observados os requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de
Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça. Art 167, § 5º Os conciliadores e
mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão
impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções.
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e
mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas
as disposições deste Capítulo.
EXCLUSÃO DO MEDIADOR DO CADASTRO
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: I - agir
com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade
ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º; II - atuar em
procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. § 1º Os
casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. § 2º O juiz do
processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver,
verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas
atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o
fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.
MEDIAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de
mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos
no âmbito administrativo, tais como: I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da
administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos,
por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; III - promover, quando
couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. Art. 175. As disposições desta
Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a
órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que
poderão ser regulamentadas por lei específica. § único. Os dispositivos desta Seção
aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação.
ESTÍMULO À MEDIAÇÃO
Introdução da audiência na etapa inicial do processo, art. 334. Renovação na audiência
de instrução, art. 359. Nas audiências de família em especial, art. 694. Título judicial:
decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza, art.
515, III. Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a
solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de
outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. § único. A requerimento
das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se
submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. Art. 359. Instalada a
audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de
outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
REMUNERAÇÃO DO MEDIADOR JUDICIAL
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º , o conciliador e o mediador receberão
pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme
parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. § 1º A mediação e a
conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação
pertinente e a regulamentação do tribunal. § 2º Os tribunais determinarão o percentual
de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras
privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que
deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.

INSERIR PROVAS:

Prova 1º Bimestre:

A partir das informações gerais e confidenciais fornecidas abaixo, indique o seguinte


(0,5 ponto para cada resposta correta):
 
§  03 interesses de Carlos
§  03 possíveis interesses de Mariana;
§  03 opções;
§  03 critérios de legitimidade;
§  02 alternativas de Carlos;
§  02 alternativas possíveis para Mariana
 
 
Cenário prático: “Mariana, uma das melhores representantes comerciais da empresa
de Carlos, pede para conversar com ele sobre uma licença de 11 meses que pretende
tirar na empresa. Carlos está com muito trabalho e tem receio do que a ausência de
Mariana pode gerar na empresa. Mariana verificou casos anteriores de licença da
empresa e está convencida de sua necessidade, pois precisa dar mais atenção ao filho
de 6 anos, que está com sérios problemas na escola”.
 
 
Informações confidenciais para Mariana: Mariana está em crise conjugal, e, com o
excesso de trabalho na empresa, tem conseguido dar pouca atenção ao seu filho
Marcos. Recentemente, foi chamada pela Diretora da Escola porque seu filho está
apresentando problemas de relacionamento e aprendizagem. Mariana gosta muito de
trabalhar na empresa e considera a sua saída como um último recurso, caso não
consiga ter um bom diálogo com Carlos. Contudo, no último ano, o volume de trabalho
aumentou muito, especialmente com a promoção de Mariana à gerência da empresa e
assunção de mais responsabilidades. Como Laura soube que Tânia, outra
representante, teve uma licença anterior de 6 meses, por problema de saúde, ela
gostaria de usar esse caso anterior como parâmetro para negociar o melhor cenário
possível para a sua licença.
Resposta Discursiva
- Interesses de Carlos: 1- Não conceder licença para Mariana que é a empregada mais
destacada, e sua ausência provavelmente gerará efeitos negativos em razão da quantidade
alta de trabalhos a serem realizados, e também devido à sua recente promoção ; 2- O
trabalho de Mariana em si, pois o medo de Carlos é o acúmulo de serviço ; 3- Mariana
treine outra(s) pessoa(s), de modo que consigam realizar o trabalho de Mariana de forma
exemplar . - Interesses Mariana: 1- Se ausentar do trabalho por 11 meses para
acompanhar o desenvolvimento intelectual do seu filho de dois anos ;2- Lapidar seu filho
para que seu rendimento escolar seja superior ao que é hoje; 3- Provar que sua
necessidade é legítima comparando-as aos casos de licença que a empresa concedeu no
passado à outros funcionários; Cuidar de sua família. - Opções: 1- Oferecer trabalho
homeoffice à Mariana; 2- Permitir que ela leve a criança ao trabalho e ajudá-la com os
deveres de casa e regras de boa convivência ; 3- Conceder a metade do prazo de 11 meses,
ou seja, 6 meses de licença tendo em vista que não se trata de um problema de saúde que
torna impossível o trabalho ser realizado, é apenas uma questão de princípio moral que
Mariana alimenta; -Critérios de legitimidade: 1- Devido a pandemia da Covid-19, outras
formas de realizar o trabalho corporativo da empresa foram abertos, sendo assim, é viável
que Mariana continue empregada na empresa e trabalhando em prol dela, só que de sua
própria casa; 2- Assim como grandes empresas, como por exemplo a googue que permite
que se leve os filhos ou até animais de estimação têm uma sala especial para esse tipo de
situação, a empresa poderia se adaptar à essa questão; 3- .Conceder um prazo de licença
menor do que Mariana demandou. - Alternativas de Carlos: 1- Anexar nova regra do
estatuto da empresa à respeito dos motivos de licenças e critérios elementares sobre
quem pode ou não requerer licença; 2- Demitir Mariana . - Alternativas de Mariana: 1-
Colocar seu filho de dois anos em esportes, aulas de etiqueta, incentivar leitura, separar os
finais de semana ou folgas para dar atenção ao seu filnho ; 2- contratar uma babá ; 4-
deixar o filho com os avós com a babá junto, para que os avós apenas se divirtam com o
neto; 3- Pedir demissão para dar atenção a sua família que passa por uma crise conjugal.

Nota Máxima
8,00

Nota
7,50

Comentário da Resposta
Ponto de atenção: o terceiro critério de legitimidade identificado (Conceder um prazo de
licença menor do que Mariana demandou) consiste, na verdade, em opção a ser
trabalhada na mesa de negociação (-0,50).
Prova 2º Bimestre

QUESTÃO 01. (Valor: 4,0 pontos).

A partir do regramento jurídico da mediação de conflitos estabelecido pela Lei n°


13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil) e pela Lei n° 13.140/2015 (Lei de
Mediação), discorra sobre o princípio da confidencialidade e suas exceções (Valor:
4,00 pontos).

Resposta Discursiva
O princípio da confidencialidade guarda todo o procedimento de mediação, o mediador
deve guardar sigilo sobre todas as informações que acessou devido ao desempenho de
sua função, sendo vedado confidenciar informações das sessões para qualquer um que
seja, nem entre as partes e envolvidos nas sessões, das informações obtidas por meio de
sessão privada/caucus, por isso há dupla confidencialidade, as informações do caucus e as
informações da sessão conjunta. Há exceção ao princípio da confidencialidade da
mediação quando o mediador presencia ameaças de crime, eminencia de crime, situações
relacionadas a práticas de crimes, abuso ou maus tratos contra incapaz, nesses casos o
mediador deverá reportar imediatamente às autoridades competentes os fatos. Também
nos casos de consentimento de todas as partes em divulgar as informações pode haver a
quebra do princípio da confidencialidade.

Nota Máxima
4,00

Nota
4,00

Comentário da Resposta

Descrição
QUESTÃO 02. (Valor: 4,0 pontos).

Qual o papel do advogado no contexto do processo de mediação? A análise deve levar em consideração a entrevista
inicial com o cliente (Valor: 1,00 ponto), a sua atuação durante o processo de mediação ( Valor: 1,50
ponto) e o seu papel em relação ao acordo construído entre as partes (Valor: 1,00 ponto).

Resposta Discursiva
O papel do advogado no procedimento de mediação é verificar qual método de resolução
de conflito é cabível, e no caso da mediação, a escolha da pessoa do mediador, apoiar seu
cliente em todas as sessões de mediação, esclarecer todo o procedimento de mediação,
suas etapas, princípios e ordenamentos, sanar dúvidas e ser um consultor legal, oferecer
segurança e assegurar suporte jurídico durante as sessões, avaliar o caso, os interesses e
posições das partes, recolher argumentos da parte contrária e formular a agenda de
mediação, para que seu cliente decida tudo de maneira informada e consciente,
colaborando assim na direção de construir um acordo, analisar o termo de compromisso
firmado entre as partes, seja habilidoso com a situação, acompanhe todos os
procedimentos de modo a assegurar a contemplação de todos os princípios e etapas. Ao
realizar a entrevista inicial com o seu cliente, se o advogado perceber que por conta da
controvérsia ou postura da parte a mediação não seja o caminho, este deverá aconselhá-lo
desta forma, bem como do contrário, ajudando na escolha do mediador que melhor se
encaixe ao caso e, se será uma mediação institucional ou ad hoc, e o lugar onde
acontecerá as sessões. Conforme ampara o artigo 10 da lei de mediação, nº 13.140/2015,
não é requisito obrigatório a presença de advogado, então se só uma das for
acompanhada de advogado, convém que este retire-se da sessão. O advogado tem um
papel fundamental para o sucesso dos procedimentos de mediação, é relevante que o
advogado realize a fase de preparação que antecede a sessão de mediação, assim
aconselhe seu cliente sobre a escuta ativa e a comunicação verbal e não verbal durante as
sessões de mediação. O advogado deve visar além das questões jurídicas e interpretações
legais, mas também reconhecer todos os interesses do seu cliente para que a solução do
conflito seja duradoura, beneficiando a curto e a longo prazo, preservando sempre o bom
relacionamento dos mediandos, preocupando-se com a litigiosidade aparente, e a
remanescente que pode persistir entre as partes após o encerramento do processo hetero
compositivo em razão de interesses não abordados ao longo das sessões. Convém que
seja um advogado experiente em mediação (cujo objetivos são distintos de uma audiência
de instrução de julgamento) deixando o protagonismo de argumentação e discursos para
as partes, saiba o momento certo de optar pelo uso do caucus. Acima de tudo um
advogado que facilite a aproximação das partes restabelecendo a comunicação, veja o
outro lado como um parceiro em potencial e caminhem todos em união ao melhor destino
final. A postura do advogado dever ser colaborativa de modo que a vontade das partes
sejam representadas no documento, a presença de advogado com domínio dos
mecanismos colabora na elaboração do termo de acordo utilizando expressões específicas
que torne o seu inadimplemento exequível, o advogado deve se ater a todo o conteúdo do
acordo produzindo um documento claro e cordial para todos os envolvidos. E depois de
construído o acordo o advogado poderá realizar o monitoramento e assessoramento
deste, acompanhando a implementação do acordo e o cumprimento dos prazos.

Nota Máxima
4,00

Nota
4,00

Comentário da Resposta
Excelente avaliação!

ARBITRAGEM

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