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Curso Técnico em Eletromecânica

Sistemas Eletro-Hidropneumáticos
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Marins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fáima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociai


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Eletromecânica

Sistemas Eletro-Hidropneumáticos

Guilherme de Oliveira Camargo

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consenimento do editor. Material em conformidade com a nova ortograia da língua portuguesa.

Equipe técnica que paricipou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáicos
Revisão Ortográica e Normaização SENAI/SC em Florianópolis
Contextual Serviços Editoriais
Autor
Coordenação Projetos EaD Guilherme de Oliveira Camargo
Maristela de Lourdes Alves

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

C172s
Camargo, Guilherme de Oliveira
Sistemas Eletro-Hidropneumáticos / Guilherme de Oliveira Camargo. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
119 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias e anexos.

1. Hidráulica. 2. Pneumática. 3. Ar comprimido. 4. Eletromagnetismo. I.


SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título.

CDU 621.22+621.5

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação proissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eiciente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro proissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualiicados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formaivo 11 22 Unidade de estudo 4 38 Unidade de estudo 6
Composição de um Composição de um
Apresentação 13 Sistema Hidráulico Sistema Pneumáico

14 Unidade de estudo 1 23 Seção 1 - Reservatório 39 Seção 1 - Compressores


Introdução 24 Seção 2 - Bombas de deslo- 40 Seção 2 - Redes de
camento posiivo distribuição do ar
26 comprimido
Seção 3 - Válvulas
direcionais hidráulicas 41 Seção 3 - Unidade de conser-
15 Seção 1 - Sistemas manuais
28 vação de ar
Seção 4 - Válvulas de
15 Seção 2 - Sistemas
retenção 41 Seção 4 - Válvulas direcionais
automaizados
29 pneumáicas
Seção 5 - Válvulas
reguladoras de vazão 42 Seção 5 - Atuadores para
sistemas pneumáicos
16 Unidade de estudo 2 29 Seção 6 - Válvulas
reguladoras de pressão
Grandezas Físicas
da Hidráulica e da 30 Seção 7 - Fluidos hidráulicos
44 Unidade de estudo 7
Pneumáica 31 Seção 8 - Filtros hidráulicos
Fundamentos da
32 Seção 9 - Atuadores para
sistemas hidráulicos Eletrotécnica
17 Seção 1 - Pressão
18 Seção 2 - Vazão
45 Seção 1 - Grandezas elétricas
34 Unidade de estudo 5
51 Seção 2 - Eletromagneismo
Fundamentos da
20 Unidade de estudo 3
Pneumáica
Fundamentos da
Hidráulica
35 Seção 1 - Introdução
21 Seção 1 - Introdução 35 Seção 2 - Caracterísicas da
pneumáica
21 Seção 2 - Princípio da
muliplicação de energia
54 Unidade de estudo 8 70 Unidade de estudo 10 78 Unidade de estudo 12
Princípio das Eletroválvulas Elementos Eletro-
Técnicas de hidropneumáicos
Comando
71 Seção 1 - Introdução
72 Seção 2 - Válvula direcional 79 Seção 1 - Circuito de
55 Seção 1 - Deinição de co-
hidráulica pré-operada comando de um cilindro de
mando
simples ação
57 Seção 2 - Representação das 72 Seção 3 - Válvula direcional
pneumáica de acionamento 80 Seção 2 - Circuito de
sequências de movimentos
direto comando de um cilindro de
dupla ação
73 Seção 4 - Válvula direcional
60 Unidade de estudo 9 pneumáica de acionamento 80 Seção 3 - Circuito de
indireto comando bilateral
Elementos Eletro-
81 Seção 4 - Circuito de
hidropneumáicos comando com ciclo conínuo
74 Unidade de estudo 11 81 Seção 5 - Circuito de
Especiicação de comando de um cilindro de
61 Seção 1 - Botoeiras Segurança e simples ação com
61 Seção 2 - Relés e contatores Proteção autorretenção elétrica
62 Seção 3 - Relés 81 Seção 6 - Circuito de coman-
temporizadores do de um cilindro de dupla
75 Seção 1 - Tipos de ação com temporização
62 Seção 4 - Contador digital de proteção de meios de
impulso serviços elétricos
62 Seção 5 - Limitador de curso 76 Seção 2 - Letras de
63 Seção 6 - Sensores ideniicação para elementos
elétricos
67 Seção 7 - Detectores de
pressão 77 Seção 3 - Ideniicação dos
circuitos eletro-hidropneu-
68 Seção 8 - Transdutores ele-
máicos
trônicos de pressão
69 Seção 9 - Transdutores
eletrônicos de posição
82 Unidade de estudo 13 94 Unidade de estudo 14
Métodos para Introdução à
Elaboração de Automação com
Circuitos Controlador Lógico
Eletro-pneumáicos Programável
Sequenciais

83 Seção 1 - Método intuiivo 95 Seção 1 - Estrutura de um


84 Seção 2 - Primeira solução CLP
86 Seção 3 - Segunda solução 96 Seção 2 - Linguagens de
programação
86 Seção 4 - Método
minimização de contatos 97 Seção 3 - Diagrama Ladder
(sequência mínima)
88 Seção 5 - Método
maximização de contatos Finalizando 99
(cadeia estacionária)
89 Seção 6 - Montando o
circuito Referências 101

Anexos 103
10 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 105 horas

Competências

Interpretar e executar projetos de automação industrial para montagem e manu-


tenção de máquinas e equipamentos.

Conhecimentos

▪ Componentes e acessórios eletropneumáicos e eletro-hidráulicos.


▪ Circuitos e diagramas eletropneumáicos e eletro-hidráulicos, simbologia, uni-
dades de medida e grandezas mecânicas.
▪ Compressores e redes de ar.
▪ Bombas e luidos.
▪ Sotwares especíicos.
▪ Princípios de automação (CLP, sensores e atuadores).

Habilidades

▪ Interpretar e aplicar normas técnicas regulamentadoras de preservação am-


biental.
▪ Ideniicar os componentes e acessórios de sistemas eletropneumáicos e
eletro-hidráulicos.
▪ Uilizar técnicas da matemáica aplicada.
▪ Uilizar catálogos e tabelas técnicas.
▪ Ideniicar e prospectar melhorias nas instalações de sistemas eletropneumái-
cos e eletro-hidráulicos.
▪ Elaborar leiautes, diagramas e esquemas de sistemas eletropneumáicos e
eletro-hidráulicos.
▪ Aplicar sotwares especíicos.
▪ Selecionar e realizar programas básicos em CLP.
▪ Ideniicar caracterísicas de sensores e atuadores.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 11
Aitudes

▪ Zelo no manuseio dos equipamentos e instrumentos de medição.


▪ Uso racional de insumos e tratamentos de resíduos.
▪ Adoção de normas de segurança do trabalho.
▪ Proaividade e organização.
▪ Conservação do laboratório e equipamentos.

12 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Apresentação
Hoje, na indústria, diicilmente você encontrará equipamentos que uti- Guilherme de Oliveira
lizem apenas uma forma de acionamento em seu funcionamento, nor- Camargo
malmente são utilizadas várias formas para se acionar um equipamento.
A eletro-hidropneumática associa os sistemas hidráulicos, pneumáticos Guilherme de Oliveira Camargo
e elétricos por meio da utilização de conversores de sinais e elementos é especialista em Automação
Industrial pelo Serviço Nacio-
de comandos.
nal de Aprendizagem Industrial,
com formação superior em Au-
Atualmente, devemos nos preocupar com soluções abrangentes no de- tomação Industrial pela mesma
senvolvimento de nossos equipamentos e processos, mas para isso ser insituição e formação técnica
possível é necessário conhecer as tecnologias existentes no mercado para em Mecânica de Manutenção
pela Escola Técnica Federal de
solucionar os problemas. Diicilmente as melhores soluções a serem uti-
Santa Catarina. É colaborador
lizadas num processo virão de uma única técnica, daí a importância de do SENAI/SC há 20 anos, tendo
conhecer cada vez mais a interligação entre elas. atuado como instrutor de ensi-
no industrial na unidade móvel
O objetivo deste material é fornecer conhecimentos para o desenvolvi- de acionamentos eletro-hidrop-
neumáicos e no SENAI/SC nos
mento da técnica de comandos eletro-hidropneumáticos, pois cada vez
cursos de Tecnologia e Especiali-
mais as empresas necessitam estar preparados para inovar seus proces- zação em Automação Industrial.
sos, aumentando a sua produtividade. Paricipou diretamente na ela-
boração e organização de mate-
Aqui iremos abordar os assuntos: rial didáico dos cursos de Auto-
mação do SENAI/SC. Ministrou
▪ fundamentos da hidráulica e pneumática; cursos para empresas do Estado
e para os proissionais do SENAI.
▪ componentes hidráulicos e pneumáticos;
▪ fundamentos da eletrotécnica;
▪ princípios da técnica de comandos;
▪ componentes eletropneumáticos, eletro-hidráulicos e elétricos;
▪ representação das sequências de movimentos;
▪ princípios de automação com CLP;
▪ confecção e montagem de circuitos de comandos eletro-hidropneu-
máticos utilizando lógica de relés e controlador lógico programável;
▪ simbologia dos componentes elétricos, pneumáticos e hidráulicos.

Aproveite bem estes conhecimentos. Bom estudo!

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 13
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – Sistemas Manuais


Seção 2 – Sistemas Automaizados
Introdução
SEÇÃO 1
Sistemas Manuais
O primeiro tipo de acionamento a vo exige do operário movimento ▪ lexibilidade – alterações
ser estudado é o manual. Durante repetitivo, monótono e rápido. rápidas na forma de produção;
esta seção você será apresentado Submetidos a situações de grande ▪ aumento da produção –
às principais características deste estresse, os operários podem co- pelo melhor aproveitamento do
tipo de acionamento. meter falhas que resultam muitas tempo e aumento da velocidade
Sabendo de suas limitações físicas, vezes em sérios prejuízos. de operação das máquinas e
o homem tem criado, ao longo da Nesta seção você viu como o processos;
história, mecanismos que lhe per- acionamento manual é usado no ▪ valorização do trabalho do
mitem ampliar seus poderes natu- trabalho. ser humano – substituição do
rais e, com a utilização de fontes Na seção seguinte você será apre- homem em trabalhos repetitivos
de energias alternativas, o homem sentado a sistemas com aciona- executados em longos períodos
construiu máquinas movidas pela mento automatizado. nos quais o homem é levado à
força animal, eólica e da água.
exaustão física e psicológica, e
Com o surgimento das máquinas a também em trabalhos insalubres
vapor, muitos limites foram ultra- SEÇÃO 2 e de alta periculosidade.
passados, principalmente nas áre-
as de transporte (barcos a vapor e
Sistemas
trens) e na fabricação de bens de Automaizados É importante salientar que a
consumo. A força das máquinas a automação de um processo
vapor foi uma das principais bases produivo não garante o au-
Você sabe o que é um sistema au-
mento da produividade ou
para a Revolução Industrial, que tomatizado? Nesta seção você es- da qualidade dos produtos,
se iniciou na Inglaterra no século tudará este tipo de sistema e suas mas sim da repeição dos
XIX. vantagens em relação aos sistemas processos.
Até poucas décadas atrás, o co- manuais.
mando e controle dessas máqui- Com a evolução da eletrônica, que
nas e equipamentos eram feitos possibilitou a criação dos sistemas Nesta seção foram listadas as van-
por operadores humanos. Essa de telecomunicações e computa- tagens dos sistemas automáticos
associação, na qual a máquina for- cionais, surgiram novas tecnolo- em relação aos manuais, como
nece força e o homem o pensa- gias que permitiram a criação de melhor repetição, lexibilidade e
mento, é denominada de maqui- equipamentos que não só substi- aumento da produção. Além de
nismo. tuem a força muscular do homem, substituir o homem em trabalhos
No maquinismo o operador, dis- mas também têm a capacidade de repetitivos.
pondo dos dados de aparelhos de tomada de decisões. A essas tec- Na Unidade 1 você foi apresen-
medida e de informações diversas, nologias é dado o nome de auto- tado aos sistemas de acionamen-
faz correções durante o processo mação. A automação se baseia na tos manuais e automáticos e pôde
de produção para atingir, da me- utilização de equipamentos capa- perceber a diferença entre eles e
lhor forma possível, um objetivo zes de realizar controles e auto- suas aplicações.
determinado. Um exemplo é o correções por meio de sensores e
Na próxima unidade você estu-
torneiro mecânico que comanda ações similares às do ser humano.
dará algumas grandezas físicas
os movimentos do seu torno de A automação traz as seguintes fundamentais na hidráulica e na
acordo com a forma que a peça vantagens: pneumática.
fabricada vai tomando, em função
das medidas que realiza periodi- ▪ repetição – processo unifor-
camente. Esse modelo produti- me mantém as características dos
produtos;
SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 15
Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Pressão
Seção 2 – Vazão
Grandezas Físicas da
Hidráulica e da Pneumática

Você verá a seguir as principais grandezas físicas, seus conceitos e uni- Pressão: é a força exercida
dades de medida para que possa compreender melhor o funcionamento por unidade de área.
dos sistemas hidráulicos e pneumáticos.

SEÇÃO 1
Pressão
Nesta seção, pressão será o tema estudado. Entre outros destaques você
aprenderá os tipos de pressão, as unidades de pressão e a classiicação
dos sistemas quanto à pressão.

Figura 1 - Fórmulas para Cálculo da Pressão, Força e Área


Fonte: Uggioni (2002, p. 12).

Em um sistema hidráulico ou pneumático, a função da bomba hidráu-


lica ou do compressor é fornecer vazão ao sistema. A pressão resultará
de qualquer oposição à passagem do luido, por exemplo, se a válvula
abaixo estiver totalmente aberta não temos pressão, mas à medida que
a fechamos, começamos a veriicar um aumento gradativo da pressão.

Figura 2 - Restrição na Tubulação


Fonte: SENAI/SC (2004, P. 26).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 17
Classiicação dos siste-
Existem três ipos de pressão. São elas:
mas quanto à pressão
▪ pressão atmosférica – é o peso da coluna de ar da atmosfera
em 1 cm² de área; De acordo com a National Fluid
▪ pressão relaiva – é a pressão registrada no manômetro; Power Association (NFPA), classii-
camos os sistemas quanto à pres-
▪ pressão absoluta – é a soma da pressão manométrica com a
pressão atmosférica. são da seguinte forma:

Tabela 2 - Classiicação dos


sistemas quanto à pressão
Unidades de pressão
Unidade Símbolo 0 a 14 bar Baixa pressão
Atmosfera Atm
14 a 35 bar Média pressão
Quilograma-força por cenímetro quadrado Kgf/cm²
Báreas Bar Média alta
35 a 84 bar
pressão
Pounds per square inches = lb/pol2 ou Libras por
PSI 84 a 210
polegadas ao quadrado Alta pressão
bar
Pascal – unidade do SI Pa
Acima de Extra-alta
Quadro 1 - Unidades de Pressão
210 bar pressão
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 27).
Fonte: Racine (1987, p. 10).

Conversão das unidades de pressão Nesta seção você foi apresentado


ao tema pressão, tendo acesso, in-
Para converter as unidades de pressão, pegue o valor da unidade conhe- clusive, a fórmulas para cálculo da
cida na coluna e multiplique pelo valor da unidade solicitada na linha. pressão, força e área. A próxima
seção abordará o tema vazão.
Tabela 1 - Conversão das unidades de pressão
UNIDADES ATM kgf/cm² bar PSI Pa
ATM 1 1,033 1,013 14,69 101325
SEÇÃO 2
Kgf/cm² 0,968 1 0,981 14,23 98100 Vazão
bar 0,987 1,02 1 14,5 100000
PSI 0,068 0,07 0,069 1 6896 A Seção 2 estuda a vazão, forne-
Pa 0,0000098 0,0000102 0,00001 0,000145 1 cendo a você a deinição do tema,
a tabela de conversão das unida-
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 27).
des de vazão para a hidráulica e a
relação entre as unidades de vazão
para a pneumática.

Q = V/t

Q = Vazão
V = Volume deslocado
t = tempo

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Tabela de conversão das unidades de vazão para a Vazão: é o volume desloca-
do em função do tempo.
hidráulica
Tabela 3 - Conversão das unidades de vazão para a hidráulica
Unidades Símbolo Conversão

Galões por minuto GPM 1 GPM = 3,785 l/min = 0,2271 m3/h

Decímetro cúbico
dm3/seg 1 dm3/seg = 1 l/seg =15,8502 GPM
por segundo
Pés cúbicos por
t3/h 1 t3/h = 0,472 l/min = 0,125 GPM
hora
Fonte: SENAI/SC (2004, p. 28).

Unidades de vazão para a pneumáica


▪ L/s: litros por segundo.
▪ L/min: litros por minuto.
▪ m³/min: metros cúbicos por minuto.
▪ m³/h: metros cúbicos por hora.
▪ cfm: (cubic feet for minute), pcm.

Relação entre as unidades de vazão para a pneumáica


Tabela 4 - Relação entre as unidades de vazão para a pneumáica
Para converter Em Muliplicar por
pcm cfm 1
pcm L/s 0,4720
pcm m³/min 0,02832
pcm m³/h 1,69923
L/s m³/min 0,06
L/s pcm 2,1186
m³/min pcm 35,31
Fonte: Parker (2008, p. 9).

Como continuação dos seus estudos, na próxima unidade você será


apresentado à ciência que estuda os luidos em escoamento e sob pres-
são: a hidráulica.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 19
Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Princípio da Muliplicação de
Energia
Fundamentos da Hidráulica
Nas duas seções desta unidade
você estudará os fundamentos da
hidráulica. A primeira seção faz
uma introdução ao tema, enquan-
to a segunda trata do princípio da
multiplicação de energia.

SEÇÃO 1 Figura 3 - Princípio de Pascal

Introdução Fonte: Uggioni (2002, p. 11).

Em 1795, Joseph Bramah criou a primeira prensa hidráulica manual,


A hidráulica é a ciência que aplicando o princípio de Pascal.
estuda os luidos em escoa-
mento e sob pressão, e divi-
de-se em duas: SEÇÃO 2
▪ hidrostáica – estuda os
luidos sob pressão; Princípio da Muliplicação de Energia
▪ hidrodinâmica – estuda os
luidos em escoamento. Se aplicarmos uma força de 10 kgf em uma área de 1 cm2, teremos uma
pressão de 10 Kgf/cm2, que atuando em uma área de 100 cm2 suportará
uma carga de 1.000 Kgf.

Quando falamos em luido, esta-


mos falando de qualquer substân-
cia no estado líquido ou gasoso
capaz de escoar e assumir a for-
ma do recipiente que a contém.
O termo hidráulica deriva da raiz
grega HIDRO que signiica água.
Hoje, entende-se por hidráulica
a transmissão, o controle de for-
ças e os movimentos por meio
de luidos líquidos (óleos mine-
rais e sintéticos). Em 1648, Blaise
Pascal enunciou a lei que rege os
princípios dos sistemas hidráuli-
cos: “A pressão exercida em um
ponto qualquer de um líquido
estático é a mesma em todas as Figura 4 - Muliplicação de Energia
direções e exerce forças iguais em
Fonte: Racine (1987, p. 14).
áreas iguais”.

Nesta unidade você estudou os fundamentos da hidráulica e viu como


ela é aplicada para multiplicar forças.
Continue seus estudos na Unidade 4, lá você conhecerá como um siste-
ma hidráulico é composto.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 21
Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 – Reservatório
Seção 2 – Bombas de
Deslocamento posiivo
Seção 3 – Válvulas Direcionais
hidráulicas
Seção 4 – Válvulas de Retenção
Seção 5 – Válvulas Reguladoras de Vazão
Seção 6 – Válvulas Reguladoras de Pressão
Seção 7 – Fluidos Hidráulicos
Seção 8 – Filtros Hidráulicos
Seção 9 – Atuadores para
Sistemas Hidráulicos
Composição de um Sistema Hidráulico
Nesta unidade você irá estudar a composição de um sistema hidráulico.
Ao longo de 9 seções você acompanhará uma abordagem completa so-
SEÇÃO 1
bre este tipo de sistema. Reservatório
Um sistema hidráulico, independente do trabalho que irá realizar, é com-
posto dos grupos seguintes. Acompanhe. Nesta seção você estudará as ca-
racterísticas do reservatório em
um sistema hidráulico.

Sua principal função é ar-


mazenar o luido hidráulico
e como regra geral (práica)
deve conter duas a três vezes
a vazão da bomba. Conecta-
dos ao reservatório encon-
traremos linhas de sucção,
retorno e dreno. Quando as
Figura 5 - Composição do Sistema Hidráulico linhas não possuírem iltros
nas extremidades, devem ser
Fonte: Parker (2008, p. 5).
cortadas a 45º e montadas
para a parede do reservatório
As fontes de energias normalmente utilizadas são energia elétrica (motor facilitando o luxo normal do
elétrico) e energia térmica (motor a combustão). O grupo de geração luido.
que transforma energia mecânica em energia hidráulica é constituído pe-
las bombas hidráulicas, entre outros componentes. O grupo de controle
que regula e direciona a energia hidráulica é composto de válvulas dire-
cionais e reguladoras de vazão e pressão. No grupo de atuação, encon-
traremos os atuadores, que podem ser cilindros, osciladores e motores.
O grupo de ligação responsável pela transmissão da energia hidráulica é
composto por conexões, tubos e mangueiras.

Figura 7 - Reservatório
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 76).

No reservatório encontraremos
a tampa de inspeção, o bocal de
enchimento, o respiro, o visor
de nível e no seu interior a pla-
ca deletora (chicana), que tem a
função de reduzir a turbulência e
evitar que o luido de retorno seja
sugado sem antes ter circulado
pelo reservatório para trocar calor
e decantar impurezas.
Figura 6 - Sistema Hidráulico

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 23
Simbologia

Reservatório
aberto

Reservatório
pressurizado

SEÇÃO 2
Bombas de
Deslocamento
Posiivo Figura 8 - Bomba de Engrenagem
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 72).
A Seção 2 aborda bombas de des-
Caracterísicas
locamento positivo, bombas que,
teoricamente, fornecem vazão in- Rendimento de 80 a 85% Deslocamento ípico de 250 cm3/r
dependente da pressão. Pressão ípica de 250 bar Apenas deslocamento ixo
As bombas de deslocamento po-
Geralmente ruidosa Boa resistência à contaminação
sitivo podem ser de engrenagens,
de palhetas ou de pistões. Compacta e de pouco peso Pouca possibilidade de manutenção
Baixo custo Resistente aos efeitos da cavitação
Bombas de
engrenagens Simbologia
Compostas de uma carcaça com
orifícios de entrada e saída do De deslocamento
luido e um mecanismo de bom- ixo unidirecional
beamento (engrenagem movida
e motora). Com o desengrena-
mento das engrenagens motora Bombas de palhetas
e movida, o luido é conduzido
da entrada para a saída nos vãos Seu mecanismo de bombeamento é composto de um rotor, palhetas,
formados pelos dentes das en- anel e placas com aberturas de entradas e saídas, além do mecanismo de
grenagens e as paredes internas ajuste de pressão e vazão.
da carcaça da bomba; com o en-
grenamento das engrenagens, o
luido é forçado para a saída da
bomba.

Figura 9 - Bomba de Palheta


Fonte: Racine (1987, p. 141).

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Caracterísicas Bombas de pistões
Rendimento 75% a 80% Estas bombas geram uma ação de bombeamento devido ao desloca-
mento de pistões no interior de um tambor cilíndrico.
Montagem múlipla e simples
Gama para controle da bomba
Baixo custo
Pouca tolerância às impurezas
Deslocamento ípico 100 cm3/r
Pressão ípica 160 bar
Pouco ruidosa
Vazão uniforme

Simbologia

Bomba de
deslocamento
ixo
unidirecional Figura 10 - Bomba de Pistões
Fonte: Racine (1987, p. 144).

Bomba de Caracterísicas
deslocamento
variável Rendimento em torno de 95% Simbologia
unidirecional
Deslocamento ípico 500 cm /r 3
com Bomba de
compensação Alta eiciência total deslocamento ixo
de pressão unidirecional
Vazão ixa ou variável
Pouca tolerância a impurezas Bomba de
deslocamento
Pressão ípica 700 bar
variável
Possibilidade de montagem unidirecional com
múlipla compensação de
pressão
Compacta
Bomba de
deslocamento
variável
bidirecional com
compensação de
pressão

Nesta seção você estudou as


bombas de deslocamento posi-
tivo. Continue seus estudos na
próxima seção, com as válvulas
direcionais hidráulicas.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 25
SEÇÃO 3
Válvulas Direcionais
Hidráulicas
Agora que você já estudou as
bombas, conhecerá a composição
e a simbologias das válvulas.
As válvulas são compostas de um
corpo com ligações internas que
são conectadas e desconectadas
por uma parte móvel que é o car-
retel. Para identiicar a simbologia
de uma válvula devemos conside-
rar o número de posições, vias,
posição normal e o tipo de acio-
namento.

Figura 11 - Válvulas Direcionais


Fonte: Parker (2008, p. 71).

Número de posições: ideniicamos pelo número de quadrados da


simbologia e devemos saber que uma válvula direcional deve ter no
mínimo duas posições.

Número de vias: corresponde ao número de conexões úteis que uma


determinada válvula possui.

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Depois de ter sido apresentado,
Tipos de centro: podem ser abertos ou fechados. nesta seção, às válvulas direcio-
nais hidráulicas, veja na Seção 4 as
válvulas de retenção.

Tipos de acionamento: podem ser manuais ou automáicos.

Alavanca Mola

Botão Detente

Pedal Solenóide
SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 27
Válvula de retenção sim-
ples: bloqueiam a passa-
SEÇÃO 4
gem do luxo em um senido, Válvulas de Retenção
permiindo o luxo reverso livre.
Nesta seção você irá estudar as válvulas de retenção, válvulas de cons-
Válvula de retenção pilo- trução simples e pequenas se comparadas a outros componentes hidráu-
tada: permite o luxo em licos, mas com funções importantes.
uma direção, sendo que na di- Válvulas de retenção possuem construção simples e são pequenas quan-
reção contrária só exisirá luxo do comparadas a outros componentes hidráulicos, mas desenvolvem
quando o êmbolo de pilotagem várias funções importantes nos sistemas hidráulicos, sendo a segurança
receber pressão e abrir a válvula
a principal delas.
principal.

Figura 12 - Válvula de Retenção Simples


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 125).

Figura 13 - Válvula de Retenção Pilotada


Fonte: Racine (1987, p. 144).

Você estudou, nesta seção, as válvulas de retenção, sua utilidade e os


principais tipos existentes. Estude, a seguir, as válvulas reguladoras de
vazão.

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 5
Válvulas Reguladoras de Vazão
Você já estudou as válvulas direcionais hidráulicas e as válvulas de re-
tenção, agora irá estudar, nesta seção, as válvulas reguladoras de vazão.
As válvulas reguladores de vazão são usadas em sistemas hidráulicos
quando existe a necessidade de reduzir a velocidade dos atuadores. Os
tipos são: válvulas unidirecionais, bidirecionais com orifício de passagem
ixo, regulável e com compensação de temperatura e pressão.

Figura 14 - Válvula Reguladora de Vazão


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 134).

Esta seção abordou mais um tipo de válvula, as válvulas reguladoras de


vazão, usadas para reduzir a velocidade dos atuadores. Agora, avance e
estude as válvulas reguladoras de pressão na Seção 6.

SEÇÃO 6
Válvulas Reguladoras de Pressão
A Seção 6 mostra as válvulas reguladoras de pressão, cujo nome já ex-
plica sua função.
As válvulas reguladoras de pressão controlam a pressão de um sistema
hidráulico. Elas são de posicionamento ininito, ou seja, podem assumir
diversas posições, desde totalmente aberta até totalmente fechada.

Figura 15 - Válvula Reguladora de Pressão


Fonte: Parker (2008, p. 109).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 29
A pressão de trabalho age con- Tipos de luidos e suas caracterísicas.
tra um elemento de vedação que
é mantido pressionado contra
a sede por meio de uma mola.
Quando a pressão de trabalho
for maior do que a força da mola,
o elemento de vedação se afasta
da sede, deslocando o excesso de
pressão ao tanque.
Nesta seção você estudou as vál-
vulas reguladoras de pressão. A
próxima seção lhe orientará quan-
to aos luidos hidráulicos.

SEÇÃO 7
Fluidos Hidráulicos
Agora você irá estudar funções,
tipos e características dos luidos
hidráulicos.

O luido hidráulico tem como função: Figura 16 - Caracterísicas dos Fluidos


Transmiir energia Fonte: Festo Didacic (2001, p. 59).

Lubriicar
Os aditivos são produtos químicos que adicionados ao óleo melhoram
Vedar suas características ou criam novas características. Como exemplos te-
Trocar calor mos: antiespumante, inibidores de corrosão, antidesgaste, etc. Apesar
de não existirem normas nem diretrizes legais que deinam a compati-
bilidade de um luido com o meio ambiente, já se veriica na prática a
Um bom luido hidráulico, com utilização dos luidos não poluentes, como os biodegradáveis.
uma boa iltragem, contribuirá
muito para o aumento da vida útil
dos componentes. O mais usado é
o óleo mineral a base de petróleo,
que recebe aditivos em sua com-
posição para adequá-lo ao uso em
sistemas hidráulicos.

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A viscosidade é a resistência do
luido em escoar. Se um luido
escoa facilmente, sua viscosidade
é baixa, pode-se dizer que é ino
ou pouco encorpado. Um luido
que escoa com diiculdade tem
alta viscosidade, portanto, pode-
se dizer que é grosso ou muito
encorpado.
Nesta seção você estudou os lui-
dos hidráulicos. A próxima seção
apresentará os iltros hidráulicos.

SEÇÃO 8
Filtros Hidráulicos
Figura 17 - Filtros Hidráulicos
Durante esta seção você será
Fonte: Parker (2008, p. 34).
apresentado às características dos
iltros hidráulicos.
Os iltros hidráulicos possuem a
função de reter as partículas inso- Filtros hidráulicos
lúveis do luido. Os iltros, bem
como os elementos iltrantes, po-
dem ser de diversos tipos e mo-
delos, recomenda-se que o iltro Tipos de iltros:
seja dimensionado para permitir ▪ de sucção – 100 a 150 mícrons, são os iltros montados entre o
a passagem de no mínimo três reservatório e a bomba;
vezes a vazão do sistema. O iltro ▪ de pressão – 0,1 a 20 mícrons, são iltros montados antes de
no sistema hidráulico é muito im- alguns componentes que requeiram um grau de iltragem mais
portante, pois em estudos realiza- apurado, como servoválvulas, motores de pistões axiais, válvulas
dos icou provado que entre 70 e proporcionais, entre outros;
80% dos problemas acorridos em ▪ de retorno – 40 a 80 mícrons, são os iltros montados na linha de
sistemas hidráulicos estão relacio- retorno do luido para o reservatório.
nados à qualidade do óleo.

O menor limite de visibilidade para o olho é de 40 mícrons. Em outras


palavras, uma pessoa normal pode enxergar uma partícula que mede 40
mícrons, no mínimo. Isso signiica que não conseguimos determinar as
condições de um luido sem a utilização de equipamentos adequados.
O próximo passo em seu estudo será conhecer os atuadores para siste-
mas hidráulicos.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 31
SEÇÃO 9
Atuadores para Sistemas Hidráulicos
Você sabe o que são atuadores para sistemas hidráulicos? Conhece sua
função?
Os atuadores possuem como função a conversão de energia hidráulica
em energia mecânica linear ou rotativa, dependendo de seu tipo constru-
tivo. Veremos a seguir os atuadores mais comuns de serem encontrados
na indústria.

Atuador linear de dupla ação


Realiza trabalho nos dois sentidos (avanço e retorno).

Simbologia
Atuador
linear de
dupla ação

Figura 18 - Atuador Linear de Dupla Ação


Fonte: Racine (1987, p. 77).

Atuador rotaivo de engrenamento externo


Simbologia

Atuador
rotaivo

Figura 19 - Atuador Rotaivo


Fonte: Racine (1987, p. 134).

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Oscilador de pinhão e cremalheira
Simbologia

Oscilador

Figura 20 - Oscilador – Racine


Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p. 128).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 33
Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Caracterísicas da Pneumáica
Fundamentos da Pneumática

Nesta unidade serão abordadas al- ▪ Trabalha com baixa pressão e


gumas características da pneumá- Dos anigos gregos provém alta velocidade (4m/s).
tica imprescindíveis para que você a expressão PNEUMA, que ▪ Velocidade e força facilmente
signiica fôlego, vento. Deri-
possa entender o funcionamento controladas.
de sistemas dessa natureza. vando da palavra PNEUMA
surgiu o conceito de PNEU- ▪ Circuito aberto, não possui
MÁTICA, que é a ciência que retorno do ar.
estuda o movimento dos ga-
SEÇÃO 1 ▪ Energia facilmente armazená-
ses e os seus fenômenos.
vel e transportável.
Introdução
▪ Fácil instalação e manutenção
A Seção 1 apresenta uma visão de equipamentos.
Embora a base da pneumática seja
geral da pneumática e como foi um dos mais velhos conhecimen- ▪ Fluido e componentes insensí-
sua utilização ao longo dos tem- tos da humanidade, foi preciso veis à variação de temperatura.
pos. aguardar o século XIX para que ▪ Aplicação altamente lexível.
O ar comprimido é uma das mais o estudo de seu comportamento ▪ Necessita de tratamento do ar
antigas formas de transmissão de e de suas características se tornas- a ser utilizado.
energia que o homem conhece, se sistemático. Pode-se dizer que
empregada e aproveitada para am- somente após o ano 1950 é que ▪ Perdas por vazamento redu-
pliar sua capacidade física. O re- ela foi realmente introduzida na zem sua eiciência.
conhecimento da existência física produção industrial. ▪ Fluido compressível provo-
do ar, bem como a sua utilização ca movimentos irregulares nos
mais ou menos consciente para o atuadores.
trabalho, são comprovados há mi- SEÇÃO 2 ▪ Limitação da força máxima de
lhares de anos.
Caracterísicas da trabalho em função da pressão
O primeiro homem que, com cer- (3.000 kgf).
teza, sabemos ter se interessado Pneumáica
▪ Escape de ar ruidoso.
pela pneumática, isto é, o empre-
go do ar comprimido como meio Nesta seção você estudará as ca-
auxiliar de trabalho, foi o grego racterísticas da pneumática e co-
Ktésibios que há mais de 2000 nhecerá algumas de suas aplica-
anos construiu uma catapulta a ções.
ar comprimido. Um dos primei- A pneumática tem se expandido
ros livros sobre o emprego do ar muito e entre suas características
comprimido como transmissão a que mais se destaca é a de que
de energia data do século I d.C. nenhuma outra técnica pode ser
e descreve equipamentos que fo- empregada de forma tão simples
ram acionados com ar aquecido. para solucionar os problemas de
automação.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 35
Caracterísicas do ar Propriedades ísicas do ar
comprimido
▪ Compressibilidade: propriedade do ar que permite a redução do
▪ Quantidade: o ar, ao ser seu volume sob a ação de uma força externa, resultando no aumento
comprimido, é encontrado em de sua pressão.
quantidade ilimitada na atmos-
fera.
▪ Transporte: o ar comprimido
é facilmente transportável por tu-
bulações, mesmo para distâncias
consideravelmente grandes. Não
há necessidade de se preocupar
com o retorno do ar.
▪ Armazenamento: o ar Figura 21 - Compressibilidade do Ar
comprimido pode ser sempre
armazenado em um reservatório
e, posteriormente, utilizado ou ▪ Elasticidade: propriedade do ar que possibilita voltar ao seu volu-
transportado. me inicial uma vez extinta a força externa responsável pela redução de
volume.
▪ Temperatura: o trabalho
realizado com o ar comprimido é
insensível às oscilações de tempe-
ratura. Isso garante um funcio-
namento seguro em situações
extremas.
▪ Segurança: não existe o
perigo de explosão ou de incên-
dio. Portanto, não são necessá-
Figura 22 - Elasicidade do Ar
rias custosas proteções contra
explosões.
▪ Velocidade: o ar comprimido, ▪ Difusibilidade: propriedade do ar que permite se misturar homo-
devido à sua baixa viscosidade, geneamente com qualquer meio gasoso que não esteja saturado.
é um meio de transmissão de
energia muito veloz.
▪ Preparação: o ar comprimido
requer boa preparação. Impure-
zas e umidade devem ser evita-
das, pois provocam desgaste nos
elementos pneumáticos.
▪ Limpeza: o ar comprimido é
limpo, mas o ar de exaustão dos
componentes libera óleo pulveri-
zado na atmosfera.
▪ Custo: estabelecendo o valor Figura 23 - Difusibilidade do Ar
1 para a energia elétrica, a relação
com a pneumática e hidráulica é a
seguinte: Elétrica < Pneumática <
Hidráulica.

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪ Expansibilidade: propriedade do ar que possibilita ocupar total-
mente o volume de qualquer recipiente, adquirindo o seu formato.
▪ Peso: como toda matéria concreta, o ar tem peso e esse peso é de
1,293 x 10-3 Kgf a 0 °C e ao nível do mar.

Aplicações da pneumáica
A pneumática pode ser usada em todos os seguimentos industriais e de
transporte para a realização de movimentos lineares, rotativos e outros.
▪ Movimentos lineares: ixar, levantar, alimentar, transportar, abrir,
fechar.
▪ Movimentos rotativos: lixar, furar, cortar, aparafusar, rosquear.
▪ Outros: pulverizar, pintar, soprar, transportar.

Nesta unidade você conheceu os componentes de um sistema hidráuli-


co: reservatório, bombas e válvulas.
Na unidade a seguir você verá esses componentes juntos, formando um
sistema.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 37
Unidade de
estudo 6
Seções de estudo

Seção 1 – Compressores
Seção 2 – Redes de Distribuição
do Ar Comprimido
Seção 3 – Unidade de
Conservação de Ar
Seção 4 – Válvulas Direcionais
Pneumáicas
Seção 5 – Atuadores para
Sistemas Pneumáicos
Composição de um Sistema
Pneumático

Nesta unidade você estudará a composição de um sistema pneumático. Os rotores são sincronizados por
Assim como vimos na hidráulica, a pneumática também se divide em meio de engrenagens, entretanto,
quatro grupos. existem fabricantes que fazem
com que um rotor acione o ou-
tro por contato direto. O proces-
so mais comum é acionar o rotor
macho, obtendo-se uma velocida-
de elevada do rotor fêmea.

Figura 24 - Composição do Sistema Pneumáico

meio de válvulas de admissão,


SEÇÃO 1 preenchendo a câmara de com-
Compressores pressão. A compressão do ar tem
início com o movimento de abrir Figura 26 - Compressor de Parafusos
Você estudará, nesta primeira a válvula de descarga, assim o ar é Fonte: Howden (2010).
seção da Unidade 6, os compres- expulso para o sistema.
sores, equipamentos utilizados O ar, à pressão atmosférica, ocu-
para alcançar pressões de traba- pa espaço entre os rotores e, con-
lho desejadas. forme giram o volume compre-
São equipamentos utilizados para endido entre eles, o ar é isolado
a manipulação de uma atmosfera, da admissão e transportado para
a uma pressão de trabalho dese- a descarga.
jada.

SEÇÃO 2
Compressor de êmbo- Figura 25 - Compressor de Êmbolo
lo (pistões) Fonte: Festo Didacic (2001, p. 15).
Redes de Distribuição
Este compressor é um dos mais
do Ar Comprimido
usados e conhecidos, pois ele é Compressor de Esta seção apresenta as redes de
apropriado não só para compres-
parafusos distribuição de ar comprimido,
são a baixas e médias pressões,
sequência natural após você ter
mas também para pressões altas. Este compressor é dotado de uma estudado os compressores.
O movimento alternativo é trans- carcaça na qual giram dois rotores
mitido para o pistão por meio de helicoidais em sentidos opostos. A rede de distribuição de ar com-
um sistema virabrequim e biela, Um dos rotores possui lóbulos primido compreende todas as
fazendo assim o pistão subir e convexos e o outro uma depres- tubulações que saem do reserva-
descer. Iniciando o movimento são côncava, são denominados, tório, passando pelo secador. Uni-
descendente, o ar é aspirado por respectivamente, rotor macho e das, as tubulações orientam o ar
fêmea. comprimido até os pontos indivi-
duais de utilização.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 39
A rede possui duas funções básicas:
SEÇÃO 3
▪ funcionar como um reservatório para atender as exigências locais; Unidade de
▪ comunicar a fonte com os equipamentos consumidores. Conservação de Ar
Você sabe o que é unidade de
conservação de ar? Ela se destina
a iltrar, regular a pressão. e, em
Numa rede distribuidora, para que haja eiciência, segurança e econo- alguns casos, adicionar óleo ao ar
mia, são importantes três pontos: antes de ser utilizado nos equipa-
▪ baixa queda de pressão entre a instalação do compressor e os mentos.
pontos de uilizações; Após passar por todo o processo
▪ apresentar o mínimo de vazamento; de produção, tratamento e distri-
▪ boa capacidade de separação do condensado em todo o sistema. buição, o ar comprimido deve so-
frer um último condicionamento,
antes de ser utilizado nos equipa-
mentos. Esse condicionamento
consiste em iltragem, regulagem
da pressão e, em alguns casos,
lubriicação (que atualmente está
deixando de ser utilizada, pois os
componentes já possuem lubrii-
cação própria). Uma das maneiras
de fazer isso acontecer é a insta-
lação da unidade de conservação
de ar.

Figura 27 - Rede de Distribuição do Ar Comprimido


Fonte: Fargon (2010).

1 Compressor de parafuso 7 Secador


2 Resfriador posterior ar/ar 8 Filtros coalescentes (grau x, y, z) Figura 28 - Unidade de Conservação
de Ar
3 Separador de condensado 9 Purgador automáico eletrônico
Fonte: Adaptado de Festo Didacic
4 Reservatório 10 Separador de água e óleo (2001, p. 16).

5 Purgador automáico 11 Separador de condensado


6 Pré-iltro coalescente Nesta seção você aprendeu as
funções de uma unidade de con-
servação de ar.
Nesta seção você foi apresentado às redes de distribuição do ar compri-
mido, a seguir verá a última etapa de condicionamento de ar.

40 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 4
Válvulas Direcionais Pneumáicas
Válvulas direcionais pneumáticas, o que é isso? Para que servem? Essa e
outras questões serão respondidas nesta seção.
Assim como na hidráulica, as válvulas direcionais para a pneumática
também são identiicadas pelo número de vias, posições, tipo de acio-
namento, etc. Também possuem a função de direcionar o luido que irá
desenvolver diversas funções como, por exemplo, movimentar atuado-
res lineares e rotativos.

Figura 29 - Válvula Direcional


Fonte: Adaptado de Festo Didacic (2001, p. 16).

Ideniicação para válvulas eletropneumáicas

Tabela 5 - Ideniicação de válvulas eletropneumáicas

Oriício Norma DIN 24300 Normal ISO 1219


Pressão P 1
Uilização A B C 2 4 6
Escape R S T 3 5 7
Pilotagem X Y Z 10 12 14
Fonte: Parker (2008, p. 41).

Você acabou de estudar as válvulas direcionais pneumáticas. A seguir,


serão mostradas as características dos atuadores para sistemas pneumá-
ticos.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 41
SEÇÃO 5 Atuador linear de simples ação com retorno por mola
Atuadores para Realiza trabalho em um sentido.
Sistemas
Pneumáicos
Estude agora, nesta seção, os atu-
adores para sistemas pneumáti-
cos, componentes com função si-
milar à dos atuadores hidráulicos:
transformar a energia pneumática
Figura 30 - Atuador Linear de Simples Ação
em energia mecânica linear ou ro-
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 36).
tativa.
Como visto anteriormente em
hidráulica, os atuadores pneumá-
ticos também convertem energia
pneumática em energia mecânica Simbologia
linear ou rotativa dependendo de
seu tipo construtivo. A seguir ve- Atuador linear de simples ação com
remos os tipos mais comuns utili- retorno por mola
zados na indústria.

Atuador linear de dupla ação com amortecimento de


im de curso
Realiza trabalho nos dois sentidos (avanço e retorno).

Figura 31 - Atuador Linear de Dupla Ação


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 39).

Simbologia

Atuador linear de dupla ação com


amortecimento de im de curso

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Atuador rotaivo de palhetas unidirecional Esta unidade abordou os sistemas
pneumáticos, sistemas que reú-
Realiza movimento rotativo em um sentido. nem os componentes estudados
na unidade anterior.
Na unidade seguinte você irá ini-
ciar o estudo das grandezas elétri-
cas e eletromagnéticas.

Figura 32 - Atuador Rotaivo


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 42).

Simbologia

Atuador rotaivo unidirecional (motor)

Atuador rotaivo de palheta bidirecional (oscilador)


Realiza movimento rotativo nos dois sentidos com ângulo de rotação
limitado.

Figura 33 - Oscilador
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 41).

Simbologia

Atuador rotaivo de palheta bidirecional (oscilador)

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 43
Unidade de
estudo 7
Seções de estudo

Seção 1 – Grandezas Elétrcas


Seção 2 – Eletromagneismo
Fundamentos da Eletrotécnica

A energia elétrica é utilizada em


máquinas dos mais diversos tipos. O núcleo é o centro do átomo e nele estão os nêutrons (não possuem
Os elementos elétricos utilizados carga elétrica) e os prótons (possuem carga elétrica posiiva). A ele-
em comandos também são dos trosfera são camadas ou órbitas formadas pelos elétrons (possuem
mais variados, desde os relés e carga elétrica negaiva), que se movimentam em torno do núcleo.
contactores até os microproces-
sadores. Porém para um enten-
dimento perfeito desses compo-
nentes e usufruir a técnica com
racionalidade, devemos conhecer
os conceitos básicos da eletrotéc-
nica.
Através da energia elétrica, pode-
se produzir luz, calor, ação mag-
nética ou fenômenos químicos.
As causas que contribuem para a
produção desses efeitos serão fa-
cilmente compreendidas se izer-
Figura 34 - Átomo
mos um estudo das partículas que
compõem as várias substâncias Fonte: Saggin (2002, p. 3).
encontradas na natureza, come-
çando pelos átomos.
SEÇÃO 1 Tensão elétrica
Sabemos que todas essas subs-
tâncias são formadas por átomos. (representada por E ou U)
Grandezas Elétricas
Cada átomo tem um núcleo, ao Tensão elétrica é a diferença de
redor do qual giram os elétrons. Nesta seção serão listas as carac- potencial elétrico entre dois pon-
Os átomos são partículas ex- terísticas das grandezas elétricas. tos. Sua unidade de medida é o
tremamente reduzidas, cujo di- volt, em homenagem ao físico
âmetro é de aproximadamente Grandezas elétricas são aquelas
grandezas que provocam ou são italiano Alessandro Volta. Em
1/10.000.000 mm. O diâmetro outras palavras, a tensão elétrica é
do núcleo é aproximadamente provocadas por efeitos elétricos,
ou ainda, que contribuem ou in- a “força” responsável pela movi-
1/10.000 do diâmetro do átomo mentação de elétrons. Portanto, a
completo e o diâmetro do elétron terferem nesses efeitos.
tensão é a tendência que uma car-
é aproximadamente 1/10 do diâ- As grandezas elétricas são: tensão, ga tem de ir de um ponto para o
metro do núcleo. Os átomos são corrente, condutância e resistên- outro. Normalmente, toma-se um
tão pequenos, que 100 milhões cia. ponto que se considera de tensão
deles, um ao lado do outro, for- A seguir você conhecerá as carac- zero e mede-se a tensão do res-
marão uma reta de 10 mm de terísticas de cada uma delas. to dos pontos relativos ao ponto
comprimento. O átomo é com- inicial.
posto por duas partes. Veja.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 45
Quando nós aproximamos um material carregado positivamente de um Corrente elétrica
carregado negativamente, ocorre um luxo de elétrons do polo negativo
para o positivo (sentido real). De forma análoga, podemos dizer que a
(representada por I)
tensão elétrica é equivalente à pressão de um sistema hidráulico, o líqui- É o luxo de elétrons pelo con-
do se movimentará pelo duto se existir diferença de pressão, a mesma lei dutor que ocorre sempre quando
vale para a eletricidade, os elétrons se movimentarão pelo condutor se houver uma diferença de poten-
existir diferença de tensão. cial (tensão), buscando o equi-
líbrio elétrico. A passagem dos
elétrons ocorre naturalmente pelo
io de cobre, passando de um áto-
mo para outro átomo até atingir o
outro extremo.

Para medir a intensidade da


corrente elétrica a unidade
de medida é o ampère, repre-
sentado por A.

Ampère é igual a coulomb/seg: 1


A = 1 coulomb/s. 1 (um). Cou-
lomb representa 6,25 x 1.018 elé-
trons, isso quer dizer, se em um
condutor passar a quantidade de
Figura 35 - Sistema Hidráulico elétrons equivalente a um cou-
Fonte: Saggin (2002, p. 5). lomb em um segundo, teremos
corrente elétrica igual a um am-
père.
A diferença de potencial (ddp) é uma grandeza, portanto, pode ser medi-
da. A unidade de medida utilizada é o volt, representado por V.
Ao medir a tensão elétrica, o voltímetro deve ser conectado sempre em
paralelo com a fonte geradora ou com a carga consumidora, observado
sempre a polaridade e a escala a ser utilizada.

As formas mais usadas para a produção de tensão elétrica são:


▪ geração de tensão por indução;
▪ geração de tensão mediante processos eletroquímicos ou eletró-
lise;
▪ geração de tensão através de calor;
▪ geração de tensão mediante luz (fotoelétrico);
▪ geração de tensão a través da deformação de cristais
(piezelétrico).

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 36 - Representação de 1 Coulomb
Fonte: Saggin (2002, p. 7).

Tipos de correntes Para a medição de correntes elétricas, é utilizado um instrumento cha-


mado amperímetro, que deve ser ligado sempre em “série” com o cir-
Corrente contínua: corrente que cuito como mostra o exemplo abaixo.
se mantém constante com relação
ao sentido e à intensidade em fun-
ção do tempo. Na igura abaixo Resistência (R)
Corrente (l)
temos a sua representação gráica. (Válvula)
(Fluxo)
Tensão (V)
(h)

Figura 37 - Representação da Corrente Amperimetro


Conínua
A
Corrente alternada: corrente
Figura 39 - Representação da Medição de Corrente
que muda, periodicamente, de
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 29).
intensidade e sentido, conforme
mostrado na igura que segue. Em
nossas residências, assim como O corpo humano e o corpo dos animais são condutores elétricos. Se a
em grande parte das indústrias, corrente elétrica lui através do coração, ela produz o que denominamos
utiliza-se a corrente alternada ob- “ibrilação dos ventrículos do coração”. A consequência disso é a parali-
tida através de um elemento gera- sação do corpo e da respiração. Portanto, é necessário sempre observar
dor de corrente alternada. as medidas de proteção a im de evitar acidentes.

Ação da corrente no homem:


▪ 0,3 mA – limite da insensibilidade;
▪ 1 mA – susto;
▪ 10 mA – espasmo muscular;
▪ 30 mA – a pessoa ica inconsciente;
Figura 38 - Representação da Corrente ▪ 50 mA – ibrilação dos ventrículos do coração (morte).
Alternada

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 47
Correntes acima de 50 mA (0,05 A)
são perigosas para o homem se o
percurso da mesma passar através
do coração.

Condutância e
resistência
Quando, nos exemplos anterio-
res, nós falamos sobre a corrente Figura 40 - Representação da Condutância
elétrica circulando pelos mate- Fonte: Saggin (2002, p. 9).
riais, para simpliicar não citamos
a facilidade ou oposição que ela
poderia encontrar ao atravessar
esses materiais. A facilidade que
a corrente elétrica encontra, ao
percorrer os materiais, é chamada
de condutância. Essa grandeza é
representada pela letra (G).

Porém os materiais sempre ofe-


recem certa oposição à passagem Figura 41 - Representação da Resistência
da corrente elétrica. Essa diicul- Fonte: Saggin (2002, p. 9).
dade que a corrente elétrica en-
contra ao percorrer um material,
ao contrário da condutância, é a
resistência elétrica, normalmente
representada pela letra (R).

A condutância é o
inverso da resistência
A condutância e a resistência elé-
trica se manifestam com maior ou
menor intensidade nos diversos
tipos de materiais. Por exemplo:
no cobre, a condutância é maior Figura 42 - Comparação entre Resistência e Condutância
que a resistência; já no plástico, Fonte: Saggin (2002, p. 9).
a resistência é muito maior que a
condutância.

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A Lei de Ohm Essa propriedade que possui as Associação de
matérias de alterar a corrente elé-
trica, ou seja, de se opor à passa-
resistores
gem da corrente, assim como de Para satisfazer certas condições
1 ohm é igual à resistência produzir calor, chama-se resistên- de um circuito devemos recorrer
elétrica entre dois pontos de cia elétrica. à combinação de resistências. As
um condutor metálico em ligações de resistências são do
forma de io, homogêneo e tipo paralelo e série.
uniformemente temperado, A unidade de medida adotada para
na qual uma tensão elétrica resistência elétrica é o Ohm em ho-
de 1 volt, aplicada a esses menagem ao ísico alemão Georg Associação de resistores em
pontos, produz uma corrente Simon Ohm (1787-1845). série: Vários resistores estão as-
elétrica de intensidade igual a sociados em série quando são li-
1 ampère. gados um em seguida do outro,
O símbolo da resistência elétrica é de modo a serem percorridos pela
o (ômega, letra grega maiúscula). mesma corrente.”
A Lei de Ohm é a mais impor- Segundo a resistência que ofere-
tante no estudo da eletricidade, cem à passagem da corrente, os
pois ela relaciona tensão, corrente materiais se classiicam em: iso-
e resistência e é aplicável a todos lantes, condutores e semicondu-
os circuitos de corrente contínua tores.
(DC) e com algumas modiica- Figura 43 - Associação de Resistores
▪ Isolantes: são substâncias
ções pode também ser aplicada que possuem os elétrons sujeitos em Série
para circuitos de corrente alterna- a uma forte atração dos núcleos Fonte: Saggin (2002, p. 9).
da (AC). A Lei de Ohm pode ser de seus átomos, ou seja, nestes
expressa pela equação: materiais existem poucos elétrons
A associação em série possui as
de “valência”. Esses elétrons têm
seguintes características:
E=RxI movimentação constatada com
Sendo: muita diiculdade. Por exemplo: ▪ a corrente é a mesma para
R = resistência; borracha, PVC, porcelana, etc. todas assistências;
E = tensão elétrica; ▪ Condutores: ao contrário dos ▪ a soma das tensões sobre cada
I = corrente elétrica.
isolantes, possuem baixa energia resistor é igual à tensão total da
de ligação dos elétrons aos núcle- fonte;
Resistência elétrica os, portanto, muitos elétrons de ▪ as tensões parciais são direta-
(representada por R) “valência” e menor obstáculo aos mente proporcionais às corres-
seus movimentos. Por exemplo: pondentes.
A corrente que circula em um cir- prata, cobre alumínio, aço, etc.
cuito elétrico não depende só da
tensão que está sendo aplicada,
▪ Semicondutores: entre os
isolantes e os condutores estão
mas também das propriedades do
os semicondutores, substâncias
material do condutor, Mantendo-
que no estado puro e a uma
se a mesma tensão, as proprieda-
temperatura de 0 C são isolantes.
des provocarão intensidades dife-
No estado puro e à temperatura
rentes de corrente. A variação da
de 20 C são maus condutores
corrente é inluenciada pela área
e aumentam sua condutivida-
da seção transversal do condutor
de ao serem combinados com
e pela natureza do material do ele-
outros materiais, ou então com
mento consumidor. Em qualquer
o aumento da temperatura. Por
caso, também se veriica a produ-
exemplo: germânio, silício.
ção de calor.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 49
Associação de resistores em Potência elétrica (representada por P)
paralelo: Vários resistores estão
associados em paralelo quando É uma grandeza elétrica frequentemente utilizada para os cálculos de um
são ligados pelos terminais de circuito. A potência é deinida como sendo a razão de um trabalho e é
modo que iquem submetidos à obtida do produto da tensão e da corrente em um circuito de corrente
mesma ddp. contínua.

P = E. I
Sendo:
P= potência elétrica em wat;
E= tensão elétrica em volt;
I = corrente elétrica em ampère.

De acordo com a expressão acima, podemos observar que a potência


Figura 44 - Associação de Resistores varia diretamente com a tensão aplicada e o luxo de corrente do circui-
em Paralelo
to. A unidade watt é uma unidade pequena para especiicar a potência
em certas instalações, por isso são utilizadas unidades múltiplas, como o
Fonte: Saggin (2002, p. 9).
quilowatt, megawatt e outras.

Características da associação em Exempliicando:


paralelo:
1 quilowatt = 1.000 watts;
▪ todos os resistores estão sujei- 1 megawatt = 1.000.000 watts.
tos à mesma tensão;
▪ a somatória das correntes que Em muitos casos, são utilizadas as seguintes unidades: CV e HP. A rela-
passa em cada resistor é igual à ção das unidades com watt é a seguinte: 1 HP = 746 watts; 1 CV = 736
corrente total da associação. watts.
Após estudar esta seção você já conhece as características das grandezas
elétricas e está preparado para conhecer os conceitos do eletromagne-
tismo.

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Se considerarmos, agora, uma bobina com várias espiras de io, o campo
SEÇÃO 2 magnético se tornará muitas vezes mais forte, circulando em torno da
Eletromagneismo bobina e se concentrando, principalmente, no centro. O nome dado a
essa construção é eletroímã. O efeito observado é semelhante ao ocor-
Nesta seção você estudará os rido quando se tem um ímã.
princípios fundamentais do ele-
tromagnetismo, efeito causado
pela passagem de corrente elétrica
em um condutor.
Eletromagnetismo é o efeito cau-
sado pela passagem de corrente
elétrica em um condutor, esse
efeito é um dos mais importantes
para a concepção de muitos ele-
mentos elétricos e eletromecâni- Figura 46 - Eletroimã
cos, como no funcionamento de Fonte: Sagginw (2002, p. 20).
relés, contactores, eletroválvulas,
entre outros.
Embora um campo magnético possa circular no ar, ele circula mais fa-
O eletromagnetismo está baseado cilmente através de materiais ferromagnéticos como o ferro ou o aço.
em três princípios fundamentais: Assim, se colocarmos uma bobina envolvendo uma armadura de ferro,
▪ no condutor pelo qual lui o campo magnético será concentrado principalmente na armadura de
uma corrente elétrica é produ- ferro. A igura abaixo mostra esse comportamento.
zido ao seu redor um campo
magnético;
▪ o sentido da corrente no con-
dutor é determinado pelo sentido
das linhas do campo magnético; e
▪ a intensidade da corrente
elétrica inluência diretamente na
intensidade do campo magnético.

Quando a corrente elétrica passa


através de um io condutor, pro-
duz um campo magnético em vol-
ta do mesmo conforme mostra a
igura abaixo.
Figura 47 - Campo Magnéico
Fonte: Saggin (2002, p. 20).

Linhas de tempo

Se, além disso, colocarmos uma peça de aço (também chamada martelo
ou núcleo) no centro da bobina, o campo magnético gerado pela pas-
Corrente
sagem de uma corrente elétrica na bobina irá se comportar da seguinte
forma:

Figura 45 - Campo Magnéico


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 43).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 51
Pelo fato de o ferro ser excelente condutor e o ar péssimo condutor, o
núcleo de aço é atraído pelo campo magnético para uma determinada
posição quando a bobina é percorrida por uma corrente elétrica (i).

Figura 48 - Armadura
Fonte: Racine (1987, p. 14).

Temos, então, um solenóide, que é constituído basicamente da arma-


dura, bobina e entreferro (núcleo ou martelo). Quando energizamos a
bobina, forma-se um campo magnético que atrai o núcleo (martelo) e
empurra o êmbolo da válvula direcional.

Figura 49 - Construção do Solenóide


Fonte: Racine (1987, p. 181).

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Solenóides: defeitos, causas e soluções

Tabela 6 - solenóides: defeitos, causas e soluções


Defeitos Causas Possíveis Soluções
Veriicar circuito elétrico
Falta de energia elétrica
Solenóide não atua Efetuar a troca da
Bobina queimada
bobina
Efetuar a limpeza
Carretel da válvula trancado, componente elétrico do sistema. Veriicar
defeituoso circuito elétrico
Solenóide vibrando
Suprimento deiciente de energia Colocar estabilizador de
tensão
Sujeira entre os contatos “T” x armadura Efetuar a limpeza, lixar,
com uma lixa ina o
Zumbido no solenóide Mau assentamento entre os contatos provocado pela martelo e a carcaça para
inversão da posição do martelo ajustar os contatos

Solenóide vibrando Veriicar circuito elétrico

Martelo não fecha completamente Veriicar componentes


do circuito elétrico
Acionamento simultâneo de 2 solenóides da mesma
válvula Usar estabilizador

Queima da bobina Corrente residual – possibilidade do mesmo c/o solenóide


desligado

Circular pela bobina uma corrente relaivamente alta, com


baixa voltagem provocando aquecimento

Oscilações de tensão

Fonte: Saggin (2002, p. 28).

Nesta seção você estudou o eletromagnetismo. Aprendeu sua deinição


e recebeu importantes e fundamentais conhecimentos sobre o assunto.
Você viu, ainda, que a passagem de uma corrente elétrica através de um
condutor resulta em um efeito chamado eletromagnetismo.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 53
Unidade de
estudo 8
Seções de estudo

Seção 1 – Deinição de Comando


Seção 2 – Representação das
Sequências de Movimentos
Princípio das Técnicas de Comando
Esta unidade traz um estudo do Veja as características de cada um, a seguir.
princípio das técnicas de coman-
do. Dividida em duas seções, esta
unidade apresenta a deinição de Comando de Interligação
comando e a representação das O comando de interligação associa os sinais de entrada a certas condi-
sequências de movimentos. ções dos sinais de saída.
As técnicas de comandos são lin-
guagens necessárias para as áreas
de hidráulica, pneumática, elétri-
ca, eletrônica e outras. É impor-
tante que essa linguagem concei-
tual seja universal para todas as
áreas.

SEÇÃO 1
Deinição de
Comando
Nesta seção a deinição de co-
mando conforme DIN 19226
será abordada. Preste atenção às
ilustrações, pois elas lhe auxiliarão
no seu aprendizado.
Figura 50 - Comando de Interligação
“Comandar e controlar são fe- Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).
nômenos gerados no interior de
um sistema, no qual uma ou mais
grandezas inluenciam, como Comando Sequencial
grandeza de entrada, outras como
grandezas de saídas, de acordo O comando sequencial é um comando no qual se efetua um passo para
com as leis do próprio sistema” após executar o passo seguinte, dependendo das condições impostas
(DIN 19226, 1994 apud DRES- pela sequência.
CH JUNIOR, 2006, p. 10). As
ações se originam de elementos Representação do Fluxo de Sinais
de transferência e de cadeias de
comandos. Trabalhando com uma única técnica
Comando, na linguagem comum, Entrada de Sinais Processamento de sinais Saída de sinais
é um dispositivo ou meio que ser-
ve para acionar grandes cargas,
utilizando energias menores, ou
ainda, acionar de forma manual
com a interferência do homem Trabalhando com diferentes técnicas em um sistema
(botão, alavanca). Entrada Processamento Conversão Saída
Os tipos de comando podem ser de Sinais de sinais de sinais de Sinais
de interligação ou sequencial.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 55
Formas de Energias
para Acionamento
Saída de sinal da parte
Uilizadas na Automação
hidráulica de trabalho

Elétrica Hidráulica Pneumáica

S1=Conversor de sinal

M ▪ Energia elétrica: a eletri-


cidade tem sido um caminho
usado pelo homem para lhe
proporcionar beneícios no dia
Entrada de sinais E1,E2,E3 a dia. Podemos notar que a sua
transformação, como uma for-
E3
ma de energia em outros ipos
E1
de energia, tem trazido grandes
E E K1.1
Processamento dos sinais
vantagens. Entretanto, ela
através de K1
E2 precisa ser muito bem conhe-
E cida para poder ser usufruída
K1 S1 em sua forma completa, sem
Saída do sinal para S1
oferecer perigo ao usuário.
▪ Energia pneumáica: apesar
de o ar comprimido ser uma
aniga forma de energia conhe-
Figura 51 - Representação do Fluxo de Sinais em um Circuito Eletro-Hidráulico cida pelo homem, somente a
parir de 1950 ele foi aplicado
Fonte: Saggin (2002, p. 15).
industrialmente na automação
e na racionalização da força
humana para trabalhos repei-
Termos Técnicos Uilizados na Técnica de Comando ivos e insalubres. Atualmente,
o ar comprimido tornou-se in-
dispensável nos diversos ramos
Sinais são informações e representam variações de valores de uma industriais.
caracterísica ísica.
▪ Energia hidráulica: expe-
▪ Sinal analógico: é um ipo de sinal conínuo que varia em fun- riências têm mostrado que a
ção do tempo. Exemplos: manômetros, mulímetros. hidráulica vem se destacando
▪ Sinal digital: é um sinal com valores discretos (desconínuos) e ganhando espaço como um
no tempo e em amplitude. Isso signiica que um sinal digital só é meio de transmissão de ener-
deinido para determinados instantes de tempo, e que o conjunto gia nos mais variados segui-
de valores que pode assumir é inito. Exemplos: contador, relógio mentos do mercado, sendo a
digital. hidráulica industrial e a móbil
as que apresentam um maior
▪ Sinal binário: é um sinal digital com duas posições deinidas. crescimento.
Exempliicando um interruptor, está fechado ou está aberto.

Formas de Energia para Trabalho e Comando Agora, trataremos de uma visão


geral dos meios de trabalho e de
Dentro de um sistema de comando podemos trabalhar com várias for- comandos mais utilizados e dos
mas de energias, pois existe a possibilidade de transformar sinais de critérios para sua escolha.
uma forma de energia para outra por meio de conversores de sinais. A
possibilidade de projetarmos um sistema de comando ideal, tanto eco-
nomicamente como tecnicamente, nem sempre é fácil, pois dependerá
de fatores externo, como por exemplo, o local de montagem, o meio
ambiente, o pessoal de manutenção, etc.

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Critérios para Escolha das Formas de Energia
Energia Hidráulica Elétrica Pneumáica
Transmissão Limitada e muito cara Rápida e longas dist. Limitada e lenta
Distância Econômica Até aprox. 100 m Praicamente sem limites Até aprox. 1000 m
Velocidade de transmissão Aprox. 50 mm/s Aprox. 300.000 km/s Aprox. 2 m/s
Rotações Limitadas Boas Até 500.000 rpm
Força Bem alta Alta Baixa
Prot. contra sobre carga Excelente Não tão boa Excelente
Tabela 7 - Critérios Para Escolha das Formas de Energia
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 17).

Durante esta seção foram apresentados os tipos de comando e suas ca-


racterísticas.
Como sequência natural de apresentação do conteúdo, a Seção 2 lista as
formas de representação das sequências de movimentos.

SEÇÃO 2
Representação das Sequências de Movimentos
Nesta seção você verá as maneiras com as sequências de movimento
podem ser representadas.
Quando os procedimentos de comando são mais complicados ou temos
que reparar grandes instalações, é uma ótima ajuda para o técnico de
manutenção dispor dos esquemas de comando e sequências de movi-
mentos para o desenvolvimento do trabalho nos equipamentos.

DICA

Exemplo
Pacotes chegam sobre um transportador de rolos, são levados por
um cilindro pneumáico A e empurrados por um segundo cilindro
B sobre um segundo transportador. Nisso, devido ao enunciado do
problema, o cilindro B deverá retornar apenas quando A houver al-
cançado a posição inal recuada.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 57
Figura 52 - Transportador de Rolos
Fonte: Saggin (2002, p. 45).

Representação Gráica em Diagrama de Trajeto e


Veja, a seguir, como a sequência
de movimentos do exemplo pode Passo
ser representada. Neste caso, representa-se a sequência de operação de um elemento de
Representação em sequência cro- trabalho, levando ao diagrama o valor percorrido em dependência de
nológica: cada passo considerado (passo: variação do estado de qualquer unidade
construtiva). Se existirem diversos elementos de trabalho para um co-
▪ o cilindro A avança e eleva os
mando, estes são representados da mesma maneira e desenhados uns
pacotes;
sob os outros. A correspondência é realizada pelos passos.
▪ o cilindro B empurra os pacotes
sobre o segundo transportador; O diagrama de trajeto e passo, para o exemplo apresentado, possui cons-
trução segundo a igura a seguir.
▪ o cilindro A desce;
▪ o cilindro B retrocede.

Representação
Abreviada em Sequência
Algébrica
Na sequência algébrica, a letra
maiúscula representa o atuador,
enquanto que o sinal algébrico,
o movimento. Sinal positivo (+)
para o avanço e negativo (-) para
o retorno.

Exemplo: A+, B+, A-, B-.

Figura 53 - Diagrama Trajeto Passo


Fonte: Saggin (2002, p. 46).

58 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Representação Gráica em Diagrama de Trajeto e Tempo
O trajeto de uma unidade construtiva é representado em função do tempo.
Contrariamente ao diagrama de trajeto e passo, o tempo é representado line-
armente, neste caso, e constitui a ligação entre as diversas unidades.
Diagrama de trajeto e tempo para o exemplo:

Figura 54 - Diagrama Trajeto Passo


Fonte: Saggin (2002, p. 46).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 59
Unidade de
estudo 9
Seções de estudo

Seção 1 – Botoeiras
Seção 2 – Relés e Contatores
Seção 3 – Relés Temporizadores
Seção 4 – Contador Digital de
Impulso
Seção 5 – Limitador de Curso
Seção 6 – Sensores
Seção 7 – Detectores de Pressão
Seção 8 – Transdutores Eletrônicos de
Pressão
Seção 9 – Transdutores Eletrônicos de
Posição
Elementos Eletro-hidropneumáticos
Nesta unidade serão abordados
os elementos eletro-hidropneu-
SEÇÃO 2
máticos. Você não só aprenderá Relés e Contatores
os símbolos, mas também conhe-
cerá o funcionamento, a aplicação O que são relés? E contatores? Qual é a utilidade desses elementos?
e a construção dos elementos que Essas perguntas serão respondidas nesta seção.
compõem o sistema. Bom estudo!
A energia elétrica de comando ou
de acionamento é processada por Relés: são uilizados para o processamento de sinais e para o controle
elementos como: sensores, relés, remoto de circuitos que transportam correntes elevadas. Na realida-
contactores, condutores, motores de, o relé nada mais é do que um interruptor acionado eletromagne-
e outros. Devido à simplicidade icamente para determinadas capacidades de ligação.
dos elementos, eles são represen-
tados em esquemas de comando
por meio de símbolos, dessa for-
ma, facilitam a interpretação para
a montagem e manutenção. Po-
rém não basta somente conhecer
os símbolos, temos que conhecer
o funcionamento, a aplicação e
a construção dos elementos que
compõem o sistema.

SEÇÃO 1
Botoeiras
Botoeiras são chaves acionadas
manualmente que possuem nor-
malmente um contato aberto e
outro fechado. De acordo com o
tipo de sinal a ser enviado ao co-
mando elétrico, as botoeiras são Figura 56 - Relé Metaltex
caracterizadas como pulsadoras Fonte: Metaltex (2009, p. 35).
ou com trava.w

Contatores: o símbolo do contator é o mesmo do relé, mudando


somente a designação dos contatos. O princípio de funcionamento
também é o mesmo, a diferença está na aplicação de ambos, ou seja,
enquanto o relé é previsto para a comutação de pequenas cargas, o
contator é empregado para potências elevadas, como na ligação de
motores, aquecedores, iluminação, etc.

Figura 55 - Botoeiras
Fonte: Weg (2002, p. 1).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 61
Relé de tempo com retardo
na energização: alimentan-
do-se o aparelho, a tempo-
rização se inicia. Depois de
transcorrido o tempo selecio-
nado na escala, o relé de sa-
ída é energizado, comutando
seus contatos.
Figura 57 - Contator
Fonte: Weg (2002, p. 30).

Você acabou de estudar relés e


contatores. A seguir serão apre-
Relé de tempo com retardo Figura 59 - Contador Digital de Impulso
sentados os relés temporizadores.
na desenergização: alimen- Fonte: Coel (2010).
tando-se o aparelho, seus
contatos mudam de estado
SEÇÃO 3 instantaneamente, ao reirar-
Relés Temporizadores mos sua alimentação, inicia- SEÇÃO 5
se a temporização para no-
vamente alterar o estado dos Limitador de Curso
contatos.
Relé de tempo: os relés de
Também denominado de micro-
tempo eletrônicos são apare-
lhos industriais que efetuam switch, é um dispositivo que quan-
funções temporizadas em Dando sequência ao conteúdo do acionado pode altera a posição
circuitos de comando elétri- desta e das seções anteriores, a de seus contatos. Eletricamente
co. A denominação “relés de próxima seção apresentará o con- pode ser classiicado como um
tempo” é genérica e abrange tador digital de impulso. interruptor acionado mecanica-
desde circuitos simples, base- mente.
ados no tempo de descarga
(ou carga) de um capacitor,
até circuitos digitais que ui- SEÇÃO 4
lizam a frequência da rede Contador Digital de
como base do tempo. Devido
à variedade de aplicações, Impulso
foram desenvolvidos vários
ipos. Nesta seção você estudará con-
tador digital de impulso, com-
ponente usado na contagem de
movimentos de outros elementos
por meio de impulsos provenien-
tes de contatos de relés, sensores, Figura 60 - Limitador de Curso
etc.
Fonte: Metaltex (2010).
Registram a contagem de movi-
mentos de outros elementos por
meio de impulsos provenientes
de contatos de relés, sensores,
etc. Proporciona a contagem pro-
gressiva (ou regressiva) e uma vez
atingido o valor pré-selecionado,
aciona um relé de saída.

Figura 58 - Relés Temporizadores


Fonte: Weg (2002, p. 25).

62 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 6
Sensores
Nesta seção serão apresentados os principais sensores utilizados em sis-
temas eletro-hidropneumáticos.
Os sensores são elementos emissores de sinais por aproximação, isto é,
sem o contato mecânico das partes móveis a serem detectadas. Confor-
me o emprego a que se destinam, podem ser encontrados sensores de
corrente alternada ou corrente contínua.

Contato reed (Acionamento Magnéico)


Estes elementos são especialmente vantajosos quando se necessita alto
número de ciclos, quando não há espaço suiciente para a montagem de
chaves im de curso convencional, ou quando são solicitadas sob con-
dições ambientais adversas (poeira, umidade, etc.). Construtivamente é
composto de dois contatos colocados no interior de uma ampola de vi-
dro preenchida com um gás inerte. Ao se aproximar um imã permanente
deste invólucro, o campo magnético faz com que as duas lâminas em seu
interior se toquem, estabelecendo um contato elétrico. Removendo-se o
imã, o contato é imediatamente desfeito.

Figura 61 - Contato Reed


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 64).

Cuidado especial deve ser tomado no local de instalação destes detec-


tores, que não poderá conter campos magnéticos alheios, sob risco de
acionamento aleatório dos contatos, por exemplo, próximo a motores,
transformadores, solenóides.

Sensor Induivo
Em máquinas ou dispositivos, frequentemente é necessário detectar par-
tes móveis ou objetos metálicos, assim como tarefas de contagem, que
não possibilitam o uso convencional de chaves im de curso. Para esses
casos, podem ser empregados os sensores indutivos. Os sensores induti-
vos estão constituídos por um circuito oscilador, um circuito de disparo
e um circuito ampliicador.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 63
Quando qualquer tipo de material
é aproximado da face sensora, ou
seja, do campo elétrico, o dielé-
trico do meio se altera, alterando
também o dielétrico do capacitor
frontal do sensor. Como o oscila-
dor do sensor é controlado pelo
capacitor frontal, quando aproxi-
mamos um material, a capacitân-
cia também se altera, provocando
uma mudança no circuito oscila-
dor. Tal variação é convertida em
um sinal contínuo que comparado
com um valor padrão passa a atu-
Figura 62 - Sensor Induivo ar no estágio de saída.
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 65).

Princípio de
O oscilador gera, através de uma bobina, um campo magnético alterna- Funcionamento de um
do de alta frequência que se manifesta em forma de calota esférica na
Sensor Ópico
face do sensor. Ao ser introduzido nesse campo alternado um corpo
metálico, são produzidas correntes parasitas neste, absorvendo energia O princípio de funcionamento
do oscilador. Em virtude disso, a tensão do oscilador cai, acionando o dos sensores ópticos se baseia na
circuito disparador, que emite um sinal. Posteriormente, esse sinal é am- existência de dois componentes, o
pliicado para ser compatibilizado com a carga a ser comandada. emissor e o receptor. O emissor,
na maioria das vezes um fotodio-
do, é a fonte de luz que cria a re-
Sensor Capaciivo gião ativa do sensor. O receptor é
Os sensores capacitivos reagem a todos os materiais, metálicos ou não. um componente fotoelétrico que
O princípio de funcionamento se baseia na geração de um campo elétri- monitora continuamente a inten-
co por meio de um oscilador controlado por um capacitor. O capacitor sidade de luz que o atinge.
é formado por duas placas metálicas carregadas com cargas elétricas Quando a luz gerada pelo emissor
opostas, montadas na face sensora, de forma a projetar o campo mag- de alguma forma atinge o receptor
nético para fora do sensor, formando, assim, um capacitor que possui com intensidade suiciente para
como dielétrico o ar. ativá-lo, o sensoriamento é então
executado e o sinal óptico é con-
vertido em elétrico, comandando
o estágio de saída do sensor.

Sensor Óico por


Relexão Difusa
O emissor e o receptor se encon-
tram montados no mesmo invó-
lucro. A luz gerada pelo emissor
relete de modo difuso sobre o
objeto a ser detectado de tal for-
ma que uma parcela dessa luz
retorne ao sensor atingindo o re-
Figura 63 - Sensor Capaciivo ceptor.
Fonte: Festo Didacic (2001, p. 68).

64 CURSOS TÉCNICOS SENAI


por micro pirâmides que formam
ângulo de 90º entre suas paredes,
fazendo com que praticamente
toda luz emitida seja reletida em
direção ao ponto de origem.

Figura 64 - Sensor Óico por Relexão Difusa Figura 66 - Espelho Reletor


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 71). Fonte: Festo Didacic (2001, p. 74).

Os sensores ópticos não atingem grandes distâncias sensoras (até 360


Em função de seu tipo de detec-
mm), em função de que na relexão difusa apenas uma pequena parcela
ção, os sensores por retrorrele-
da luz emitida é reletida em direção ao receptor. É importante lembrar
xão são adequados para utilização
que a luz reletida depende de algumas características do objeto a ser
a médias distâncias na detecção de
detectado, tais como: cor, dimensões e acabamento da superfície. Dessa
objetos escuros, pois nesse caso o
forma, objetos escuros, pequenos ou com superfície altamente rugosa
importante é interromper o facho
podem, em alguns casos, não serem detectados por este tipo de sensor.
luminoso para se executar a co-
mutação do sensor.
Sensor Óico por Retrorrelexão
Neste caso, além do emissor e do receptor, que são montados no mes- Sensor Ópico por
mo invólucro, também é necessário o auxílio de um espelho reletor Barreira de Luz
para estabelecer uma barreira de luz entre os componentes ópticos. Um
objeto, ao interromper a barreira de luz, impede a chegada da mesma ao O emissor e o receptor se encon-
receptor, ativando o sensor. tram montados em invólucros
separados, sendo necessário o
alinhamento desses componentes
para colocar o sensor em condi-
ções de operar. A luz originária
do emissor atinge o receptor, for-
mando uma barreira de luz entre
os componentes. A barreira, ao
ser interrompida, aciona o sensor.

Figura 65 - Sensor Óico por Retrorrelexão


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 74).
Figura 67 - Sensor Ópico por Barrerira
de Luz
A distância de acionamento desses sensores depende, além de suas pró- Fonte: Festo Didacic (2001, p. 74).
prias características, das dimensões e da qualidade do espelho reletor.
O motivo pelo qual os espelhos reletores possibilitam médias distâncias
de acionamento ao conjunto (até 4,5 m), é o fato de serem constituídos

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 65
Estes sensores são apropriados para altas distâncias (até 10 m) e isso Os cabos de ibra óptica têm
dependerá exclusivamente de suas próprias características. Como para sido normalmente aplicados em
serem acionados a interrupção do facho luminoso é necessária, não são conjunto com sensores ópticos
indicados para detecção de objetos transparentes, sendo apropriados de maneira vantajosa nas seguin-
para detecção de objetos escuros ou de superfícies espelhadas. tes situações: sensoriamento em
locais de difícil acesso; detecção
em objetos em locais de tempera-
turas elevadas (até 200 ºC); e em
aplicações nas quais o elemento
sensor deverá ser ixado em pe-
ças móveis. Esses elementos são
fornecidos em diferentes versões,
de maneira a reproduzir as formas
de detecção dos sensores por re-
lexão difusa, por retrorrelexão e
por barreira de luz.
Após concluir os estudos dos sen-
sores, prossiga para Seção 7, que
abordará os detectores de pressão.

Figura 68 - Sensor Ópico por Barrerira de Luz


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 75).

Cabos de Fibra Ópica


São elementos que vêm sendo cada vez mais utilizados em conjunto
com sensores ópticos. Seu princípio de funcionamento é a transmissão
da luz por meio da sua relexão no interior da ibra, do local do senso-
riamento ao sensor óptico.

Figura 69 - Cabo de Fibra Ópica


Fonte: Saggin (2000, p. 30).

66 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 7
Detectores de Pressão
Um estudo sobre detectores de pressão é o que será realizado nesta
seção.
Os pressostatos e vacuostatos são elementos que convertem sinal de
pressão em sinal elétrico. São muito usados no monitoramento de pres-
são máxima e mínima em sistemas industriais hidráulicos e pneumáticos,
também são utilizados para a emissão de sinais nos processos de auto-
mação, quando a grandeza medida for pressão.

Figura 70 - Pressostato
Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p. 263).

A pressão a ser controlada atua sobre o êmbolo 2, que se apoia por


meio da haste sobre a mola 3. A força da mola é ajustada pelo parafuso
de regulagem 4. Caso a força do êmbolo ultrapasse a força da mola, o
êmbolo se desloca contra a mola. A haste transmite o movimento ao
microinterruptor 5.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 67
SEÇÃO 8
Transdutores Eletrônicos de Pressão
Transdutores eletrônicos de pressão são dispositivos que geram um sinal
elétrico analógico, proporcional ao valor da pressão à que são submeti-
dos. Esse assunto é o tema desta seção.
São dispositivos que geram um sinal elétrico analógico, proporcional ao
valor da pressão à que são submetidos. Este dispositivo vem sendo lar-
gamente utilizado em aplicações como monitoração e/ou controle de
processos envolvendo pressão, forças de cilindros, nível de líquidos, etc.
O sinal de saída gerado pelo transmissor pode ser em corrente e/ou em
tensão.

Figura 71 - Transmissor de Pressão


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 80).

O princípio de funcionamento dos transmissores se baseia na técnica


piezorresistiva (semicondutor strain gauge) que é hoje a mais usada mun-
dialmente, proporcionando uma operação coniável e alta precisão nas
leituras.
Nesta seção você estudou os transdutores eletrônicos de pressão. A pró-
xima seção você continua estudando os transdutores eletrônicos, no en-
tanto agora transdutores eletrônicos de posição.

68 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 9
Transdutores Eletrônicos de Posição
Você sabe o que são transdutores eletrônicos de posição? Veja nesta
seção as características destes componentes.
O sensor potenciométrico (localizado, normalmente, ao lado do cilin-
dro) sofre uma variação no seu valor resistivo de acordo com a posição
do êmbolo, produzindo dessa forma um sinal elétrico, como é possível
ver abaixo. Esse sinal será processado primeiramente por um elemento
de controle para depois interferir no comando.

Figura 72 - Transdutor de Posição


Fonte: Festo Didacic (2001, p. 85).

Com o estudo da Seção 9, transdutores eletrônicos de posição, você


encerrou esta unidade.
Esta unidade abordou os elementos eletro-hidropneumáticos. O con-
teúdo foi dividido em nove seções para que você pudesse assimilar os
conceitos.
Prossiga com o estudo das eletroválvulas, tema da Unidade 10.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 69
Unidade de
estudo 10
Seções de estudo

Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Válvula Direcional
Hidráulica Pré-operada
Seção 3 – Válvula Direcional
Pneumáica de Acionamento Direto
Seção 4 – Válvula Direcional
Pneumáica de Acionamento Indireto
Eletroválvulas

SEÇÃO 1
Introdução
A Seção 1 faz uma introdução ao assunto estudado nesta unidade: as Dentre os solenóides convencio-
eletroválvulas. Nela serão apresentados os solenóides, componentes ele- nais existem dois tipos constru-
tromecânicos que transformam a energia elétrica em energia mecânica tivos básicos: solenóides a seco
linear. e solenóides em banho de óleo.
Como visto anteriormente, solenóides são componentes eletromecâni- Quanto ao sinal de alimentação,
cos que transformam energia elétrica em energia mecânica linear. Nos podem ser alimentados com cor-
sistemas hidráulicos e pneumáticos, os solenóides que têm sido tradi- rente contínua ou alternada. Os
cionalmente utilizados são do tipo digital. Como a denominação deixa solenóides a seco receberam essa
claro, esses solenóides possuem duas posições de equilíbrio, totalmente denominação porque todo o sole-
energizado ou totalmente desenergizado. O princípio de operação dos nóide é isolado do luido hidráu-
solenóides, independente do seu tipo construtivo, é bastante similar, lico e, portanto, o núcleo móvel
podendo ser resumido da seguinte forma: o solenóide é constituído se desloca através de um espaço
basicamente de um núcleo ixo, um núcleo móvel, mola de retorno e de ar quando o solenóide é ener-
bobina. Quando o solenóide está desenergizado, o núcleo móvel é man- gizado. Estes solenóides tiveram
tido através da ação de uma mola de retorno afastado do núcleo ixo. seu desenvolvimento e aplicação
anterior aos solenóides em banho
de óleo, encontrando aplicação
até os dias atuais, apesar de apre-
sentarem alguns inconvenientes.
O primeiro inconveniente é a ex-
cessiva geração de calor no sole-
nóide, especialmente para sole-
nóides alimentados com corrente
alternada e que operam em equi-
pamentos com uma frequência de
Figura 73 - Válvula Direcional Hidráulica com Acionamento Direto (Em Repouso) acionamentos muito grande, ha-
Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p. 168). vendo o risco de queima do sole-
nóide. O segundo inconveniente é
Quando uma corrente elétrica é aplicada à bobina, esta gera um campo a necessidade da vedação dinâmi-
magnético, o qual atrai o núcleo móvel que, por sua vez, desloca o ca, entre o pino de acionamento
carretel da válvula dando nova direção ao luxo do luido. e o corpo da válvula, o que pode
permitir eventuais vazamentos de
luido hidráulico para o interior do
solenóide e daí para o seu exterior.

Figura 74 - Válvula Direcional Hidráulica com Acionamento Direto (Acionada)


Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p. 168).
SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 71
Figura 76 - Válvula Direcional Hidráuli-
ca Pré-Operada (Em Repouso)
Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, p.
171).

Figura 75 - Solenóide em Banho de Óleo e a Seco


Fonte: Festo Didacic (1986, p. 42).

Para eliminar esse problema, outra concepção de solenóide foi desenvol-


vida, foi criado o solenóide em banho de óleo. Nessa concepção o pino
de acionamento e o núcleo móvel estão imersos no luido hidráulico
que circula através da válvula, estando a bobina e núcleo ixo isolados
do luido hidráulico por meio de um tubo aparafusado no corpo da vál-
vula. Assim, é permitido um escoamento contínuo do luido hidráulico
em torno do núcleo móvel, melhorando a dissipação do calor gerado na
bobina.
Na próxima seção, as válvulas direcionais hidráulicas pré-operadas serão Figura 77 - Válvula Direcional Hidráuli-
apresentadas.
ca Pré-Operada (Acionada)
Fonte: Rexroth Hidráulica (2005, P.

SEÇÃO 2 171).

Válvula Direcional Hidráulica Pré-operada


O estudo desta seção foi voltado
São válvulas de tamanho nominal grande e de elevada potência hidráuli- à válvula direcional hidráulica pré-
ca (P x Q), sendo que uma válvula pequena comandada por solenóides é operada. A próxima seção tem
acionada deslocando o carretel que permite a passagem do óleo que irá como tema as válvulas direcionais
deslocar o êmbolo da válvula principal. Por esse motivo são chamadas pneumáticas de acionamento di-
de válvulas de duplo acionamento ou eletro-hidráulicas. reto.

72 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Após estudar as válvulas pneumáticas de acionamento direto, na próxi-
SEÇÃO 3 ma seção você conhecerá as válvulas de acionamento indireto.
Válvula Direcional
Pneumáica de SEÇÃO 4
Acionamento Direto Válvula Direcional Pneumáica de
Você estudará, a partir de agora, Acionamento Indireto
as válvulas direcionais pneumáti-
cas de acionamento direto, válvu- O funcionamento das válvulas direcionais pneumáticas de acionamento
las para pequenas vazões comu- indireto será descrito ao longo desta seção.
mente utilizadas para pilotagem As válvulas direcionais pneumáticas de acionamento indireto têm seu
de válvulas maiores. funcionamento baseado no pré-acionamento feito por uma válvula de
São válvulas para pequenas va- ação direta acionada por solenóide. Ao ser comandada, abre a passagem
zões comumente utilizadas para do ar, que por sua vez irá deslocar o carretel da válvula principal, efetu-
pilotagem de válvulas maiores. ando as ligações das vias de trabalho pressão e escape.
Ao acionar o solenóide, este des-
loca o seu núcleo que abre dire-
tamente a passagem do luxo de
ar através do corpo da válvula.

Figura 79 - Válvula Direcional Pneumáica com Acionamento Indireto


Fonte: Festo Didacic (2001, P. 92).

Na Unidade 10 você estudou os tipos e o funcionamento das eletrovál-


vulas.

Figura 78 - Válvula Direcional Pneumá-


ica com Acionamento Direto
Fonte: Parker (2008, P. 52).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 73
Unidade de
estudo 11
Seções de estudo

Seção 1 – Tipos de Proteção de Meios


de Serviços Elétricos
Seção 2 – Letras de Ideniicação para
Elementos Elétricos
Seção 3 – Ideniicação dos
Circuitos Eletro-hidropneumáicos
Especificação de Segurança e Proteção

Agora você será apresentado a um estudo da especiicação de segurança


e proteção, envolvendo os tipos de proteção de meios de serviços elétri-
cos, as letras de identiicação para elementos elétricos e a identiicação
dos circuitos eletro-hidropneumáticos.

SEÇÃO 1
Tipos de Proteção de Meios de Serviços
Elétricos
Nesta seção você conhecerá os tipos de proteção existentes ao se traba-
lhar com eletricidade.
A norma DIN 40050:1993 é direcionada à proteção de pessoas contra
contato de partes energizadas ou partes internas que podem ser tocadas
pelas mãos. Além disso, trata sobre a proteção de meios de serviços
contra a penetração de corpos estranhos e de água. A formação da sigla
consiste em duas letras, IP (International Protection), e dois números para o
grau de proteção, sendo que o primeiro representa o grau de proteção à
penetração de corpos estranhos e o segundo número representa o grau
de proteção contra a iniltração de água, conforme a tabela a seguir.

▪ Primeiro número: grau de proteção contra contatos e corpos


estranhos.
▪ Segundo número: grau de proteção contra água.

Formação da Sigla/Grau de Proteção


Tabela 08: Grau de Proteção - Din 40050
Denominação
Primeiro Segundo Denominação (Água)
(Contatos e Corpos Estranhos)
0 Nenhuma proteção 0 Nenhuma proteção
Proteção contra grandes corpos Proteção contra gotas que caem
1 1
estranhos, diâmetro maior 50mm vericalmente
Proteção contra corpos de tamanho Proteção contra gotas de água que caem
2 2
médio, diâmetro maior 12mm obliquamente até 15o com a verical
Proteção contra pequenos corpos Proteção contra água respingante e que cai
3 3
estranhos, diâmetro maior 2,5mm com o até 60o com a verical.
Proteção contra corpos estranhos em
4 4 Proteção contra água pulverizada
forma de grão
5 Proteção contra depósito de poeira 5 Proteção contra jatos de água
6 Proteção contra penetração de poeira 6 Proteção na imersão
7 Proteção na submersão
Fonte: Saggin (2002, p. 38).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 75
SEÇÃO 2
Letras de Ideniicação para Elementos
Elétricos
Nesta seção você irá estudar as letras de identiicação para os elementos Nesta seção você conheceu as le-
elétricos (DIN 40719:1978). Esse assunto é muito importante, pois para tras de identiicação dos elemen-
um perfeito entendimento de um comando, é necessária a correta inter- tos elétricos (DIN 40719:1978).
pretação de sua representação gráica. Continuando a estudar a respeito
Para um perfeito entendimento de um comando, é necessária a correta de identiicação, você verá na pró-
interpretação de sua representação gráica, que é o esquema. A repre- xima seção a identiicação dos cir-
sentação deve conter todas as informações e identiicações para os com- cuitos eletro-hidropneumáticos.
ponentes, assim como uma disposição que contemple uma leitura fácil.

Tabela 09: Ideniicação de Elementos Elétricos Din 40719


Letra Tipo de Equipamento
A Grupos construivos, grupos construivos especiais.
Conversores de grandezas não elétricas para grandezas
B
elétricas, ou vice-versa.
C Condensadores.
D Elementos binários, disposiivos de memória.
Cercas elétricas, instalação de iluminação, instalação de
E
aquecimento.
F Disposiivos de proteção, fusíveis, reles de proteção, etc.
G Geradores.
H Instalações de aviso: sinaleiros.
J Livre.
Reles, contactores, os uilizados em comandos para
K
funcionamento do sistema.
L Indutores.
M Motores.
N Ampliicadores, reguladores.
P Aparelhos de medição, aparelhos de teste.
Q Aparelho de ligação de altas correntes.
R Resistências, potenciômetros, termitores, etc.
S Chaves, seletores, chaves im de curso, botões.
T Transformadores.
Moduladores, conversores de grandeza elétrica outra
U
grandeza elétrica.
V Válvulas, semicondutores.
W Recursos de transmissão, antenas.
X Borres, pulgões, tomadas.
Disposiivos mecânicos acionados eletricamente: freios,
Y embreagens, válvulas de pressão, ímãs de bloqueio,
ploter.
Z Filtros, disposiivos de compensação.
Fonte: SENAI/SC (2002, p. 39).

76 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 3
Ideniicação dos Circuitos
Eletro-hidropneumáicos
Ainda estudando identiicação você aprenderá como é a identiicação
dos circuitos eletro-hidropneumáticos.
Os circuitos eletro-hidropneumáticos devem ter seus componentes
identiicados segundo orientação fornecida abaixo para facilitar seu en-
tendimento e padronizar sua identiicação.

Atuadores: número sequencial + letra A - (1A..., 2A...).


Válvulas: número do atuador + letra V + número sequencial - (1V1...,
2V1...).
Botões: letra S + número sequencial – (S1, S2, S3).
Fins de curso: número do atuador + letra S ou B + 1 p/ recuado e 2 p/
avançado (1S1..., 1S2..., 1B1..., 1B2...) Obs: S → com contato físico – B
→ sem contato físico.
Sensores: letra B + número sequencial - (B1, B2, B3).
Solenóide: número do atuador + letra Y + 1 p/ avanço e 2 p/ retorno
(1Y1..., 1Y2...).
Bombas: número sequencial + letra P - (1P..., 2P...).
Outros: número do atuador + letra Z + número sequencial de identi-
icação.

Nesta unidade você conheceu a identiicação dos elementos elétricos e


dos circuitos eletro-hidropneumáticos.
Na próxima unidade você estudará a elaboração de circuitos eletro-hi-
dropneumáticos.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 77
Unidade de
estudo 12
Seções de estudo

Seção 1 – Circuito de Comando de um


Cilindro de Simples Ação
Seção 2 – Circuito de Comando de um
Cilindro de Dupla Ação
Seção 3 – Circuito de Comando Bilateral
Seção 4 – Circuito de Comando com Ciclo
Conínuo
Seção 5 – Circuito de Comando de um
Cilindro de Simples Ação com Autorretenção
Elétrica
Seção 6 – Circuito de Comando de um
Cilindro de Dupla Ação com Temporização
Elaboração de Circuitos Eletropneumáticos

Na elaboração de circuitos eletro-hidropneumáticos devemos conside-


rar o seguinte:
▪ o circuito hidráulico ou pneumático deve ser desenhado separado
do elétrico;
▪ o circuito hidráulico ou pneumático dever ser representado por sua
simbologia;
▪ a parte elétrica é representada, se possível, na forma de diagrama de
circuito de corrente;
▪ a disposição deve ser vertical dos trajetos de corrente entre as barras
positivas e negativas dispostas horizontalmente;
▪ convém dispor os equipamentos e elementos de comutação apenas
sobre as linhas verticais dos trajetos de corrente;
▪ o luxo de corrente deve, se possível, transcorrer de cima para baixo;
▪ evitar cruzamento de condutores a medida do possível;
▪ os equipamentos são sempre desenhados no estado livre de corrente
e não acionados. Divergindo-se dessa situação, deve-se indicar esse fato
claramente (exemplo: por seta).

SEÇÃO 1
Circuito de Comando de um Cilindro de
Simples Ação
O êmbolo de um cilindro de simples ação deve avançar pelo acionamen-
to de um botão. Ao soltar o botão, o cilindro deve retornar.

Figura 80 - Circuito de Comando de um Cilindro de Simples Ação


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 79
SEÇÃO 2
Circuito de Comando de um Cilindro de Dupla
Ação

Figura 81 - Circuito de Comando de um Cilindro de Dupla Ação


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SEÇÃO 3
Circuito de Comando Bilateral
Com um impulso no botão o cilindro irá avançar e permanecer no i-
nal do curso, com um impulso em outro botão receberá um sinal para
recuar.

Figura 82 - Comando Bilateral


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

80 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 4
Circuito de Comando
com Ciclo Conínuo
Circuito de comando com ciclo
contínuo de um cilindro de dupla
ação, com comando indireto. Ao
ser ligada uma chave com trava,
o êmbolo do cilindro deverá icar
avançando e recuando até a chave Figura 83 - Circuito de Comando Conínuo
ser desligada. O cilindro sempre Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).
deverá icar recuado.

SEÇÃO 5
Circuito de Comando
de um Cilindro de
Simples Ação com
Autorretenção
Elétrica
Ao acionar um botão, o êmbolo
de um cilindro de simples ação
deverá avançar e acender uma Figura 84 - Circuito de Comando com Autorretenção Elétrica
lâmpada até o acionamento de Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).
outro botão.

SEÇÃO 6
Circuito de comando
de um cilindro de du-
pla ação com
temporização
Circuito de comando de um cilin-
dro de dupla ação com tempori-
zação em S2 (retardo na energiza-
Figura 85 - Circuito de Comando com Temporização
ção). Ao ser acionado um botão
Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).
de impulso, o êmbolo do cilindro
deverá avançar e ao chegar ao i-
nal do curso deverá contar um
tempo e depois recuar.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 81
Unidade de
estudo 13
Seções de estudo

Seção 1 – Método Intuiivo


Seção 2 – Primeira Solução
Seção 3 – Segunda Solução
Seção 4 – Método Minimização de
Contatos (Sequência Mínima)
Seção 5 – Método Maximização de
Contatos (Cadeia Estacionária)
Seção 6 – Montando o Circuito
Métodos para Elaboração de Circui-
tos Eletropneumáticos Sequenciais

Nesta unidade você conhecerá os


métodos para elaboração de cir-
SEÇÃO 1
cuitos eletro-hidropneumáticos Método Intuiivo
sequenciais: o método intuitivo; a
primeira e segunda solução; e os A seção apresenta o método intuitivo. Preste atenção na igura mostra-
métodos de minimização e maxi- da, pois ela é fundamental para o entendimento deste método.
mização de contatos. Além disso, Utilizando um circuito eletropneumático básico, vamos desenvolver de
verá como é feita a montagem do forma intuitiva o comando de um dispositivo para levantar caixas.
circuito.
Os circuitos eletro-hidropneumá-
ticos representam os componen-
tes pneumáticos, hidráulicos e elé-
tricos empregados em máquinas
e equipamentos industriais, bem
como a interação entre esses ele-
mentos para se obter o funciona-
mento desejado e os movimentos
exigidos do sistema mecânico. En-
quanto os circuitos pneumáticos e
hidráulicos representam o acio-
namento das partes mecânicas, o
circuito elétrico representa a se-
quência de movimento dos com-
ponentes pneumáticos e hidráuli-
cos para que as partes móveis do
equipamento se movimentem do
acordo com a necessidade. Figura 86 - Transportador de Rolos
Fonte: Saggin (2002, P. 45).

Existem basicamente três As caixas que chegam ao dispositivo por meio de uma esteira transpor-
métodos de elaboração dos
tadora de rolos deverão ser levantadas pelo cilindro A. O cilindro B,
circuitos eletro-hidropneu-
máicos:
ao chegar à posição superior, deverá empurrar a caixa para a segunda
esteira, em seguida o cilindro A deverá retornar, e somente quando este
▪ intuiivo; alcançar a posição traseira, o cilindro B deverá retornar.
▪ minimização de contatos Nesta seção você viu o método intuitivo. Na próxima seção você estu-
ou seqüência mínima;
dará a primeira solução.
▪ maximização de contatos
ou cadeia estacionária.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 83
SEÇÃO 2
Primeira Solução
Você sabe o que é primeira solução? É o que você estudará agora, na
Seção 2.

▪ 1º passo: desenhar os cilindros A e B, com as válvulas direcionais de


acionamento bilateral. Identiicar as chaves im de curso elétricas.

Figura 87 - Circuito Pneumáico


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

▪ 2º passo: desenhar o circuito de comando e o circuito principal.

Figura 88 - Circuito Elétrico 2º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

84 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪ 3º passo: desenhar a segunda linha de corrente no circuito de co-
mando e no circuito principal.

Figura 89 - Circuito Elétrico 3º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

▪ 4º passo: desenhar a terceira linha de corrente no circuito de co-


mando e no circuito principal.

Figura 90 - Circuito Elétrico 4º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

▪ 5º passo: desenhar a quarta linha de corrente no circuito de coman-


do e no circuito principal.

Figura 91 - Circuito Elétrico 5º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 85
Você terminou de estudar Seção 2, a primeira solução. A Seção 3 é con-
tinuação desta: a segunda solução.
SEÇÃO 4
Método Minimização
SEÇÃO 3 de Contatos (Sequên-
Segunda Solução cia Mínima)
Esta seção descreve o método mi-
Agora que você já foi apresentado à primeira solução, pode avançar e nimização de contatos.
estudar a segunda solução.
Este método tem como objetivo
Esta é a segunda solução para a sequência de funcionamento do exem- reduzir o número de relés auxi-
plo anterior, utilizando válvulas direcionais com retorno por mola. liares utilizados no comando elé-
Desenhar os cilindros A e B, com as válvulas direcionais de acionamen- trico. É aplicado, principalmente,
to unilateral e retorno por mola. Posicionar as chaves im de curso. em circuitos sequenciais eletro-
hidropneumáticos acionados por
válvulas direcionais de duplo so-
lenóide (bilateral) que, por não
possuírem mola de reposição,
apresentam a característica de
memorizar o último acionamento
efetuado.
Neste método é preciso fazer a di-
visão dos movimentos em grupos.
Figura 92 - Circuito Pneumáico A divisão para formar os grupos
Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).
deve obedecer ao seguinte crité-
rio: somente deverá acontecer um
movimento do cilindro para cada
grupo.

▪ 1º passo: deve-se escrever a


sequência de movimentos dese-
jada.

A+B +A-B- A+A- B+B-

▪ 2º passo: divide-se a sequên-


cia exatamente ao meio.

Figura 93 - Circuito Elétrico A+B+ A-B- A+A- B+B-


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

▪ 3º passo: se os dois lados do


traço tiverem as letras diferentes
e na mesma ordem, trata-se de
uma sequência direta e pode ser
construído facilmente pelo mé-
todo intuitivo sem sobreposição
de sinais.

86 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Mas se a sequência for indire- Para dois setores secundários é necessário um único relé auxiliar K1.
ta, o passo seguinte é dividir a Enquanto o relé K1 está desligado, o contato fechado de K1 mantém
sequência em setores secundários energizado o setor 2 e o contato aberto de K1 mantém desenergizado
que determinarão o tamanho da o setor I.
cascata e o número de relés au-
xiliares a serem utilizados como
Exemplo de aplicação: comando de uma fresadora.
mostrado abaixo.

A+ A-B+ B-
1 2 1

▪ 4º passo: desenhar a cascata


elétrica de acordo com o número
de setores secundários encontra-
dos na divisão da sequência.

Figura 94 - Comando de uma Fresadora


Fonte: Saggin (2002, P. 1).

▪ 1º passo: desenhar o diagrama “trajeto-passo”.


▪ 2º passo: reconhecimento da situação na qual os sinais se sobre-
põem pela resolução intuitiva, desenhando o esquema pneumático e
elétrico.

Figura 95 - Circuito Eletropneumáico


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 87
▪ 3º passo: dividir ou classiicar a sequência de movimentos em
grupos. O desligamento de sinal se processa após o último movimento
SEÇÃO 5
do grupo e assim sucessivamente para os demais grupos. O número de Método Maximização
grupos representa o número de linhas auxiliares de corrente que serão de Contatos (Cadeia
energizadas e desenergizadas uma a uma (em forma de cascata), elimi-
nando os sinais indesejáveis, através de relés com circuito de autorre- Estacionária)
tenção. O número de relés (Nrelés) para comutação de linhas auxiliares
é sempre igual ao número de linhas auxiliares (Nlinhas) menos um (1). O método apresentado nesta se-
Nrelés = Nlinhas – 1 ção, maximização de contatos,
▪ 4º passo: desenhar o circuito pneumático, identiicar e representar pode ser aplicado com segurança
a posição das chaves im de curso ou sensores e o acionamento das em todo circuito sequencial ele-
válvulas (solenóides). tro-hidropneumático, como você
verá ao longo desta seção.
Este método não apresenta a ca-
racterística de reduzir o número
de relés auxiliares utilizados no
comando elétrico, em compensa-
ção, pode ser aplicado com segu-
rança em todo circuito sequencial
eletro-hidropneumático, não im-
portando o tipo de acionamento
das válvulas direcionais. A grande
vantagem que o comando cadeia
Figura 96 - Circuito Pneumáico estacionária leva sobre os demais
Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009). métodos de construção de circui-
tos elétricos é a total segurança
▪ 5º passo: desenhar a parte elétrica, com o circuito de comando (re- na emissão dos sinais enviados
lés comutadores de linhas) e o circuito principal, em que aparecerão as pelos componentes de entrada,
linhas auxiliares que são energizadas pelos contatos dos relés comuta- tais como botoeiras, chaves im
dores de linhas. de curso e sensores de proximida-
de. Isso signiica que o movimen-
to seguinte de uma sequência só
ocorre depois da conirmação do
movimento anterior.
Vamos tomar como exemplo a se-
guinte sequência de movimentos
para dois cilindros:

A+, B+, B-, A-.

1º passo: desenhar o circuito com


os atuadores e as válvulas identi-
icando os componentes e as po-
sições de montagem dos ins de
curso.

Figura 97 - Circuito Eletropneumáico


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

88 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 6
Montando o Circuito
Você sabe como é feita a monta-
gem de um circuito? Conhece as
vantagens de cada método?
A Seção 6 apresenta a montagem
de um circuito e destaca as van-
tagens de cada método estudado
nas seções anteriores.
Figura 98 - Circuito Pneumáico
Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009). 1º passo: desenhar a linha padrão
de comando.
2º passo: anotar a sequência de trabalho A+ B+B-A-.
3º passo: colocar a função reset no inal A+B+ B- A-R.
4º passo: separar todas as funções de comando A+/B+/B-/ A-/R,
lembrando que o R deve ser a memória ou relé 0, ex.: R0.
5º passo: preencher a tabela de dados.

Tabela 10 - Tabela De Dados


1 Seqüência de movimento A+ wwB+ B- A- R
Solenóide que comando o Y1 Y3 Y4 Y2
2 movimento
Desligar duplos solenóides no Y1 Y3 Y4 Y2
3 passo seguinte
Fins de cursos que conirmam o S2 S4 S3 S1
4 movimento
Relê, lag ou memória de co- K1 K2 K3 K4 0
5 mando
6 Parida S0

A Seção 5 apresentou o método maximização de contatos. Agora você Figura 99 - Circuito Elétrico 1º Passo
está apto a estudar a montagem dos circuitos. Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6
(2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 89
2º passo: a linha padrão deve ser repetida para icar igual ao número
de memórias ou relés.

Figura 100 - Circuito Elétrico 2º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

3º passo: voltar na primeira linha de comando e inverter o tipo do


contato de desligamento.

Figura 101 - Circuito Elétrico 3º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

4º passo: identiicar as memórias ou relés exatamente na ordem como


aparece na tabela de identiicação.

Figura 102 - Circuito Elétrico 4º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

90 CURSOS TÉCNICOS SENAI


5º passo: identiicar as instruções que estão fora da retenção em ordem
crescente.

Figura 103 - Circuito Elétrico 5º Passo


FontE: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

6º passo: identiicar a retenção correspondente à memória ou ao relé.

Figura 104 - Circuito Elétrico 6º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

7º passo: identiicar os elementos de sinal de acordo com a ordem da


tabela.

Figura 105 - Circuito Elétrico 7º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 91
8º passo: desenhar a linha padrão 9º passo: copiar o número de linhas de potência igual ao número de
de potência. solenóides.

Figura 107 - Circuito Elétrico 9º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

10º passo: identiicar a saída das linhas de potência em ordem crescente.

Figura 106 - Circuito Elétrico 8º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6
(2009).

Figura 108 - Circuito Elétrico 10º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

92 CURSOS TÉCNICOS SENAI


11º passo: com base na tabela, localizar cada solenóide e identiicar
quem liga e quem desliga o mesmo.

Figura 109 - Circuito Elétrico 11º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

12º passo: circuito inalizado e pronto para entrar em funcionamento.

Figura 110 - Circuito Elétrico 12º Passo


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Vantagens do método maximização de contatos ou cadeia estacionária:


simpliicar o raciocínio;
reduzir o tempo de solução da lógica;
diminuir a zero a chance de erro quando aplicado corretamente;
resolver o circuito independente do tipo de válvula direcional que está
sendo usada.

Você estudou, nesta seção, cada etapa da montagem de um circuito e


viu as vantagens do método maximização de contatos ou cadeia esta-
cionária.
Nesta unidade você aprendeu a elaborar circuitos eletro-hidropneumá-
ticos.
A próxima unidade fará uma introdução à automação com controlador
lógico programável.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 93
Unidade de
estudo 14
Seções de estudo

Seção 1 – Estrutura de um CLP


Seção 2 – Linguagens de
Programação
Seção 3 – Diagrama Ladder
Introdução à Automação com
Controlador Lógico Programável

Esta unidade faz uma abordagem Os CLP possibilitam a implementação de funções especíicas, como
introdutória da automação com por exemplo, controles lógicos, controles sequenciais, funções de tem-
controladores lógicos programá- porização, de contagem e aritméticas. Visam controlar diversos tipos
veis. de máquinas e processos por meio de sinais de entrada e saídas digitais
Os controladores lógicos progra- ou analógicos. O controlador lógico programável e os periféricos cor-
máveis são equipamentos eletrô- respondentes são desenvolvidos de modo que possam ser integrados
nicos programáveis destinados a facilmente em sistemas industriais de comando e serem aplicados em
substituir sistemas controlados todas as funções a eles designadas.
por dispositivos eletromecânicos.
São também conhecidos por sua
sigla, CLP, ou por PLC, da sigla SEÇÃO 1
em inglês de programmable logic con-
trol.
Estrutura de um CLP
São ferramentas de trabalho mui- Você irá iniciar seus estudos sobre CLP com uma descrição de sua es-
to úteis e versáteis para aplicações trutura.
em sistemas de acionamentos e
controle, e por isso são muito uti- A estrutura de um CLP é dividida em três partes: entrada, processamen-
lizadas na indústria. Os CLP per- to e saída.
mitem desenvolver e alterar facil-
mente a sua programação. Sendo
assim, podemos associar diversos
E
sinais de entrada para controlar N S
diversos atuadores ligados às suas T A
R UNIDADE CENTRAL Í
saídas. A norma IEC 1131-1 criou A DE D
a deinição para um CLP, confor- D PROCESSAMENTO A
me descrito a seguir: A S
S

“Um sistema eletrônico digital


a ser uilizado na indústria que
Figura 111 - Estrutura de um CLP
contém uma memória progra-
mável capaz de armazenar in- Fonte: UERJ (2009, p. 4).
ternamente instruções de co-
mando orientadas ao usuário.”
(IEC 1131-1, 1993 apud DRESCH
JR., 2006, p. 10).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 95
Os sinais de entrada e saída dos CLPs podem ser digitais ou analógicos.
Existem inúmeros tipos de módulos de entradas e saídas para atenderem
SEÇÃO 2
as demandas dos sistemas industriais a serem controlados. Os sinais dos Linguagens de
sensores são ligados às entradas do controlador e a cada ciclo de varre- Programação
dura esses sinais são lidos e memorizados internamente. Após associa-
dos entre si e ao programa do CLP, os resultados são transferidos para
Para operar um CLP, é preciso uti-
as saídas do controlador como representa a igura abaixo:
lizar uma linguagem de programa-
ção. Nesta seção são listadas algu-
mas linguagens de programação
usadas em CLP.
As linguagens de programação
permitem que os usuários se co-
muniquem com o CLP por meio
de um dispositivo de programa-
ção e deinam as operações que
o CLP deve executar. Ao longo
do tempo surgiram diversas lin-
guagens de programação. Essas
linguagens de programação cons-
tituem-se em um conjunto de sím-
bolos, comandos, blocos , iguras,
etc., com regras a serem seguidas.
No início, cada fabricante de CLP
desenvolveu uma forma diferen-
te de programar o seu CLP, mas
com o surgimento da IEC 61131
isso passou a ser padronizado. A
norma IEC 61131-3 trata sobre
modelo de programação e de sof-
tware para programação.
As linguagens mais usadas são:
▪ Ladder – Ladder Diagram (LD)
ou Diagrama de Contatos;
▪ Lista de Instruções – Instruction
List (IL);
▪ Diagrama de Blocos – Function
Block Diagram (FBD);
▪ Diagrama Funcional Seqüen-
Figura 112 - Ciclo de Varredura cial – Sequential Function Chart
Fonte: UERJ (2009, p. 4). (SFC).

Agora que você já estudou a estrutura de um CLP, será apresentado às Na próxima seção você estudará o
linguagens de programação utilizadas nesses comandos. diagrama Ladder.

96 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 3
Diagrama Ladder
Você sabe o que é o Diagrama Ladder? Conhece a linguagem Ladder?
Diagramas Ladder são diagramas de relés cujos símbolos representam:
▪ contatos abertos ( );
▪ contatos normalmente fechados ( );
▪ saída representando a bobina( ), entre outros, conforme o
fabricante do CLP.

Figura 113 - Diagrama Ladder


Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Linguagem Ladder
As entradas em série formam a função “E”, já as entradas em paralelo
formam a função “OU”. O contato fechado é representado pelo símbo-
lo barrado ( ). As saídas são representadas pelo símbolo ( )
colocado do lado direito no inal da linha horizontal.
Quando programamos, cada símbolo se refere a um endereço real do
CLP em forma simpliicada. Esse tipo de programação foi desenvolvido
através do diagrama de circuito (comando). O diagrama de circuito pode
ser convertido para um diagrama Ladder que é a mais tradicional das
linguagens que apresenta facilidades de aprendizado e leitura para quem
está acostumado aos diagramas de relés.
O diagrama Ladder é como uma escada, ele é feito entre duas linhas ver-
ticais, a esquerda será conectada à tensão da fonte e a direita ao terra. As
linhas horizontais são feitas interligando as duas linhas verticais e nelas
são colocados os símbolos para a realização da lógica pretendida.
Nesta unidade você foi apresentado à automação com controlador lógi-
co programável e conheceu um pouco sobre linguagens de programação
utilizadas.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 97
Finalizando
Ao concluir o estudo deste material você estará apto a trabalhar com circuitos eletro-
hidropneumáticos.
Os conceitos estudados são fundamentais para que você possa desenvolver circuitos
complexos, pois garantem uma base teórica sólida.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 99
Referências
▪ COEL. Contador digital de impulso HCW1840. 2010. Disponível em: <http://www.
coel.com.br/produtos.asp>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ DRESCH JÚNIOR, Antonio. Programando o CLP SIEMENS S7-200. 2. ed. Joinville:


SENAI/SC, 2006. 52 p.

▪ FAMIC Automation Studio 2009. Version 5.6: Famic Technologies Inc, 2009. 1 CD-ROM.

▪ FARGON. Rede de distribuição de ar. 2010. Disponível em: <http://www.fargon.com.


br/catalogos/manual_tratamento_ar.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ FESTO DIDACTIC. Introdução a sistemas eletropneumáticos e eletro-hidráulicos.


São Paulo, 2001. 162 p.

▪ ______. Introdução à hidráulica proporcional. São Paulo, 1986. 206 p.

▪ HOWDEN. Figure 1: unidade integrada de compressor de parafusos. 2010. Disponível


em: <http://www.howden.com/pt/Library/HowThingsWork/Compressors/ScrewCom-
pressor.htm>. Acesso em: 10 jan. 2010.

▪ METALTEX. Relé. 2009. Disponível em: <http://www.metaltex.com.br/downloads/


OP.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2009.

▪ ______. Chaves de im de curso FM7121. 2010. Disponível em: <http://www.metaltex.


com.br/downloads/FM7.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ PARKER. Hidráulica industrial: apostila M 2001. [S.l.], 2008.

▪ RACINE. Manual de hidráulica básica. 6. ed. Cachoeirinha, 1987. 328 p.

▪ REXROTH HIDRAÚLICA. Treinamento hidráulico. Diadema: GraiK Design, 2005.


278 p. v. 1.

▪ SAGGIN, Adagir (Org.). Técnicas de comandos eletro-hidropneumáticos. Blumenau:


SENAI/CTV, 2002. 68 p.

▪ SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Regio-


nal de Santa Catarina. Hidráulica e técnicas de comando. Florianópolis, 2004. 102 p.

▪ UGGIONI, Natalino. Hidráulica industrial. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2002. 131 p.

▪ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Controladores lógicos pro-


gramáveis. Rio de Janeiro, 2009. 33 p.

▪ WEG. Dispositivos de comando e proteção. Jaraguá do Sul, 2002. 85 p.

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 101


Anexo
Anexo 1 - Simbologia dos Elementos Elétricos
Simbologia dos Elementos Elétricos

Elemento de ligação-fechador Elemento de desligamento-abridor

Contato fechador ou NA
Elemento reversor ou comutador
Retardo ao Ligar

Contato Abridor ou NF Contato fechador ou NA


Retardo ao Ligar Retardo ao Desligar

Contato Abridor ou NF Acionamento por botão


Retardo ao Desligar Contato Fechador

Acionamento por botão Acionamento por botão com Trava


Contato Abridor Contato Fechador

Acionamento por rolete Acionamento por rolete


Fim de curso Fechador Fim de curso Abridor

Sensor de Proximidade NF Sensor de proximidade NA

Contato do Prestostato NA Contato do Termostato NA

Acionamento geral
Contato de Nível NA
Para rele ou Contador

Rele de Tempo Rele de Tempo


Retardo ao ligar Retardo ao Desligar

Solenóides ou eletro-ímã
Válvulas acionadas
Eletromagneicamente
Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 103


Anexo 2 - Simbologia dos Elementos Pneumáicos
Símbolos gráicos mais utilizados para componentes de sistemas pneumáticos segundo
norma ISO1219-1.

Linhas de Fluxo

Linha de trabalho e retorno

Linha de pilotagem

Indicação de conjunto de funções ou componentes

Mangueira lexível

União de linhas

Linhas cruzadas e não conectadas

Possibilidade de regulagem (inclinação a 45º)

Direção do luxo

Fluxo pneumáico

Senido de rotação

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

104 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Fontes de Energia

Motor elétrico

Motor térmico

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Acoplamentos

Acoplamento

Acoplamento com proteção

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Compressores

Compressor de deslocamento ixo unidirecional

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 105


Condicionadores de Energia

Filtro

Separador com dreno manual

Separador com dreno automáico

Filtro com separador e dreno


manual

Desumidiicador de ar

Lubriicador

Reservatório de ar

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Válvulas Direcionais

3/2 vias

4/3 vias

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

106 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Métodos de Acionamento

Detente ou trava

Manual

Mecânico (rolete)

Pedal

Alavanca

Botão

Mola

Solenóide

Piloto

Duplo acionamento

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 107


Conversores Rotaivos de Energia

Motor de deslocamento ixo bidirecional

Osciladores

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Conversores Lineares de Energia

Simples ação ou simples efeito

De dupla ação ou duplo efeito

De haste dupla

Com amortecimento regulável

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

108 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvulas Controladoras de Vazão

Oriício ixo

Oriício variável

Oriício variável com retorno livre (by


pass)

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Válvula de Retenção

Simples

Válvula alternadora (elemento OU)

Válvula seletora (elemento E)

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Válvula Reguladora de Pressão

Alivio ou segurança

Redutora de pressão

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 109


Instrumentos e Acessórios

Manômetro

Vacuômetro

Termômetro

Medidor de vazão (rotâmetro)

Filtro

Registro fechado

Registro aberto

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

110 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Anexo 3 - Simbologia dos Elementos Hidráulicos
Símbolos gráicos mais utilizados para componentes de sistemas hidráulicos (con-
forme norma ISO 1219).

Linhas de Fluxo

Linha de trabalho e retorno

Linha de pilotagem (x)

Linha de dreno (y)

Mangueira lexível

União de linhas

Linhas cruzadas e não conectadas

Possibilidade de regulagem (inclinação a


45º)

Direção do luxo

Fluxo hidráulico

Senido de rotação

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 111


Fontes de Energia/Acoplamento

Motor elétrico

Motor elétrico

Acoplamento

Acoplamento com proteção

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Válvulas Direcionais

Válvula direcional 3/2 vias

Válvula direcional 4/3 vias

Válvula direcional proporcional 4/3 vias

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

112 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Métodos de Acionamento

Detente ou trava

Manual

Mecânico (rolete)

Pedal

Alavanca

Botão

Mola

Solenóide convencional

Solenóide proporcional

Piloto

Duplo acionamento

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 113


Válvulas Controladoras de Vazão

Oriício ixo

Oriício variável

Oriício variável com retorno livre (by


pass)

Com compensação de temperatura e


pressão

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Válvulas de Retenção

Simples

Pilotada

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

114 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvula Reguladora de Pressão

Ação direta Ação indireta

Reguladora de pressão

(alívio)

Sequência

Redutora de pressão

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 115


Reservatório

Aberto à atmosfera

Pressurizado

Acumulador a gás

(símbolo genérico)

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Bombas

Bomba de deslocamento ixo unidirecional

Bomba de deslocamento variável unidirecional com compensação de pressão

Bomba de deslocamento ixo bidirecional

Bomba de deslocamento variável bidirecional com compensação de pressão

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

116 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Motores, Idênico à Simbologia das Bombas Invertendo-se Somente o Triângulo Interno

Motor de deslocamento ixo unidirecional

Osciladores

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

Atuadores Lineares

Atuador linear de simples ação ou simples efeito

Atuador linear de dupla ação ou duplo efeito

Atuador linear de haste dupla

Com amortecimento regulável

Cilindro telescópio

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 117


Instrumentos e Acessórios

Manômetro

Vacuômetro

Termômetro

Medidor de vazão (rotâmetro)

Pressostato

Transdutor de pressão

Termostato

Fluxostato

Visor ou indicador de nível

118 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Filtro

Bocal de enchimento com iltro

Válvula de bloqueio

Fonte: Sotware Automaion Studio 5.6 (2009).

SISTEMAS ELETRO-HIDROPNEUMÁTICOS 119

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