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REVESTIMENTO DE PISO
SÃO LUÍS
2021
ALISSON LOPES RIBEIRO
CARLOS HENRIQUE FERREIRA DO NASCIMENTO
IVAN ROCHA BANDEIRA ARAÚJO
JOZIMAR DIOGO NUNES FILHO
REVESTIMENTO DE PISO
SÃO LUÍS
2021
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
1.2 Função............................................................................................................................. 7
2 CONTRAPISO....................................................................................................................... 8
3.1 Cerâmico............................................................................................................................ 12
3.2 Pétreos................................................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 22
INTRODUÇÃO
1.1 Conceito
Uma das características inerentes que deve ser ressaltada e que norteia a tecnologia de
desenvolvimento dos materiais a serem aplicados e a execução dos serviços, é o fato do contato
direto dos usuários através do ato de transitar sobre os mesmos. Os sistemas construtivos desta
natureza podem estar dispostos em uma única camada ou várias camadas de materiais, em
espessuras diferentes que associadas ou independentes produzem efeitos desejados para o bom
desempenho das funcionalidades nas edificações. Estas camadas recebem nomenclaturas tais
como: contra piso, subleito, sub-base, piso acabado, laje piso, interpiso dentre outras.
Figura 5 – Teto em gesso
1.2 Função
O revestimento horizontal possui diversas funções, desde estética até estrutural, dentre
elas, podemos citar:
- Proteger os elementos estruturais: função associada às exigências de durabilidade,
evitando a ação direta de agentes agressivos sobre os elementos estruturais;
- Contribuição na proteção térmica, acústica e funções de segurança (contra à ação do fogo);
- Função estética (acabamento final);
- Ocultamento de redes elétricas e hidráulicas, podendo também embutilas (suspensos);
- Rebaixamento de tetos (suspensos);
- Função decorativa (sanca, molduras);
- Estrutural, cobertura e piso de edificações;
Devido a sua ampla aplicabilidade, é justificável os gastos em revestimentos e vedações
representarem entre 20% a 30% de uma edificação. Por isso, esta é uma das etapas mais
delicadas e que chamam mais atenção em uma obra.
Figura 6 – SINAPI, Construção São Paulo – outubro/2016 (ref. Julho/2016)
2 CONTRAPISO
2.1 Conceito
O contrapiso é um elemento do piso formado por camada de material cimentícia sobre
uma base ou um piso com traço 1:3 (uma parte de cimento e três partes de areia) com a função
de regularizar a superfície para receber o piso de acabamento final, assim também, colaborar
no aumento da resistência do conjunto contrapiso e piso.
O contrapiso é essencial em áreas molhadas (banheiros, cozinhas, áreas de serviço) onde
é necessário é caimento, ou seja, uma inclinação nível do piso direcionada ao ralo. Dessa forma,
a água não fica acumulada sob o piso.
Dentre as funções do contrapiso, as que se destacam são: regularizar a base para
posterior recebimento de piso; ser suporte para fixação de revestimento e demais componentes
de instalações; possibilitar desnível entre ambientes; declividade para escoamento; correção de
defeitos da base.
2.2 Patologias
As patologias encontradas no contrapiso prejudicam o desempenho e o compromete o
seu desempenho, causando certo desconforto. Grande parte das vezes as patologias que ocorrem
no contrapiso são causadas pela má execução do serviço ou dosagem inadequada de argamassa.
No geral, reparo desta estrutura é bem custoso por ela é apenas percebida no fim da execução
do revestimento, sendo necessário remover tudo e executar novamente. Nos tópicos abaixo a
seguir serão vistas algumas patologias referentes a contrapisos e a forma adequada para
prevenção das mesmas.
2.2.1 Fissuras
São causadas pela retração e à concentração de cargas em pontos específicos do
material.
Em relação à retração, existem dois momentos: o primeiro, enquanto a argamassa está
no estado plástico ocorre a retração do material por causa da perda de água durante as reações
químicas, assim, diminuindo seu volume e provocando fissuras por toda a área. Nesse
momento, o contrapiso tem baixa resistência a tração. No segundo momento, quando a
argamassa ainda endurece ainda a perda de água por retração (Figura 4). Geralmente, a retração
acontece principalmente devido ao processo de cura inadequado, ao calor excessiva ou à
presença de água excessiva na mistura.
Figura 7 - Fissura superficiais por retração plástica do contrapiso
2.2.2 Desplacamento
2.3 Execução
As etapas de execução do contrapiso seguem a seguir: limpeza, A base deve estar
completamente limpa e lavada, devendo ser removidos todos os restos e crostas de argamassa
ou concreto eventualmente existentes, usando ponteiro e marreta, se necessário; taliscamento,
fixar taliscas nos cantos do ambiente, deixando-as niveladas, com espessura entre sua superfície
e a base de aproximadamente 2,5 cm no ponto mais baixo, usando para isso a mangueira ou o
aparelho de nível. Em seguida, fixar as taliscas intermediárias, com distâncias entre 1,50 e 2,00
m entre elas para depois fazer as guias, de forma semelhante ao feito para o
emboço; polvilhamento com Cimento: Antes de preencher as guias, polvilhar a base com
cimento, na quantidade de 0,5 kg de cimento por m2; execução das Guias: Preencher com
argamassa o espaço entre duas ou mais taliscas que estiverem na mesma direção, deixando as
guias com o mesmo nível das taliscas. Após o preenchimento, compactar as guias com
compactador de madeira; enchimento do Piso: Após a execução das guias, espalhar a argamassa
na área entre duas guias e em seguida compactá-la. Após a compactação sarrafear a área com
régua, deixando o piso com o mesmo nível das guias.
3 REVESTIMENTO PISO
3.1 Cerâmico
Ainda sobre as argamassas colantes, vale ressaltar também que dentre suas
características essenciais, a resistência a tração varia para pisos internos e externos, sendo o
primeiro maior que 0,5MPa e o segundo maior que 1MPa. Para todas as argamassas o tempo
em aberto permanece no mínimo de 15 minutos no local, exceto para a argamassa AC-III E que
possui maior tempo em aberto, como já citado.
Um outro aspecto de grande relevância no tocante ao assentamento de revestimentos
cerâmicos horizontais, é a aplicação de juntas que são responsáveis pelo:
Alinhamento entre as placas (considerando uma espessura uniforme);
Estanqueidade, que é evitar a absorção de água por meio das juntas, uma vez que as
cerâmicas possuem baixíssima absorção de água, tornando as juntas, os “pontos fracos”,
ou seja, ao fazer um bom bloqueio contra a água, evitam surgimento de patologias,
desplacamentos, etc;
Capacidade de absorver deformações das placas, pois devido às intempéries, calor, entre
outros, as placas podem sofrer expansão ou retração, aumentando ou reduzindo suas áreas,
logo as juntas se flexibilizam para adaptar essa movimentação;
A norma técnica brasileira determina espessuras definidas de juntas, a depender das
dimensões das placas cerâmicas. Para placas de 10x10cm deve-se utilizar 3mm de junta, placas
de 10x20cm e 20x20cm são 4mm de junta, 20x30 a junta deve ser 5mm e placas 30x30cm a
junta deve ser 6mm, mas para juntas internas. As juntas externas devem ter espessuras de
10mm, para evitar as patologias.
Alguns outros fatores podem requerer um maior cuidado por parte das juntas. Em pontos
de concentração de tensões são pontos onde podemos encontrar maiores dilatações das placas,
assim como perímetros de ambientes onde temos o encontro entre paredes e pilares. Um outro
exemplo que pode preocupar bastante são pisos cerâmicos aplicados em lajes de vãos superiores
a 7m, pois são vãos que podem possuir grande deformação devido ao momento fletor da laje,
consequentemente provocando movimentação nas juntas, onde sua ausência, certamente
provoca trincas em grandes quantidades.
Quanto ao assentamento das placas cerâmicas, é indicado que o assentamento se inicie
por um dos cantos do ambiente, desta forma podemos reduzir bastante o número de recortes,
reduzindo assim o desperdício e a mão-de-obra. O contrapiso pronto, deve ser varrido e
umedecido com o auxílio de uma brocha para então receber a argamassa colante e espalhada
com uma desempenadeira dentada. Na sequência, utiliza-se um martelo emborrachado para
assentar a placa delicadamente, iniciando assim o assentamento da placa seguinte. O
assentamento dessa placa deve ser nivelado com a anterior de modo que não fique uma
diferença indesejável no resultado final. Para isso são posicionados clipes espaçadores no
perímetro de contato com as placas seguintes. Ao assentar a segunda placa repetindo o mesmo
procedimento da primeira, utiliza-se agora a cunha niveladora com o auxílio de um alicate de
nivelamento, desta forma as placas se mantêm niveladas umas às outras, além de manter a
pressão no processo de cura do assentamento da placa.
Embora possamos escolher um canto para iniciar o assentamento, de modo que evitemos
o desperdício, na maioria das vezes o que conseguimos é amenizar esse desperdício, pois
sempre são necessários arremates em pilares que ultrapassam os limites das vedações, ou
mesmo a não modulação dos ambientes conforme as dimensões das placas especificadas pelo
arquiteto e até mesmo furos feitos para instalações sanitárias, entre outros.
Para esses problemas podemos contar o auxílio de algumas ferramentas que podem
agilizar este serviço. Entre elas temos a riscadeira que pode fragilizar uma “linha” em uma placa
e parti-la perfeitamente sem o auxílio de uma máquina serra mármore. No caso da máquina
serra mármore juntamente com o disco diamantado, temos uma das ferramentas mais utilizadas
para o corte de cerâmicas e porcelanatos, mas deve ser feito de forma correta, sobre uma mesa
de corte para evitar sérios acidentes no trabalho. Os furos para instalações sanitárias, são
realizados com o auxílio da serra copo diamantada, encontrada em vários diâmetros no
mercado.
Um outro problema encontrado é a marcação desenhada na cerâmica para que seja feito
o corte. Este problema que na maioria dos casos é feito pelo método tradicional, utilizando lápis
de obra e uma régua simples, agora pode ser substituído pelo esquadro regulador para corte de
pisos, onde seus ângulos e medidas são ajustáveis ao canto que será posicionada a placa cortada,
seus ângulos e medidas fixadas no próprio esquadro e transportadas para decalque na própria
placa, possibilitando um corte perfeito, melhorando tanto a execução, quanto reduzindo o
desperdício.
Figura 15 – Esquadro regulador para corte de piso
3.2 Pétreos
Figura 17 – Marco Zero em Recife, importante ponto turístico com aplicação de piso pétreo
BARROS, Rui Nuno Almeida de Sá. Betonilhas para o revestimento de pavimentos. 2012.
83 f. Tese (Mestrado). Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Braga, Portugal, 2012.