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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

CAMPUS SÃO LUIS – MONTE CASTELO


DIRETORIA DE ENSINO SUPERIOR
DEPARTAMENTO DE CONTRUÇÃO CIVIL
ENGENHARIA CIVIL

ALISSON LOPES RIBEIRO


CARLOS HENRIQUE FERREIRA DO NASCIMENTO
IVAN ROCHA BANDEIRA ARAÚJO
JOZIMAR DIOGO NUNES FILHO

REVESTIMENTO DE PISO

SÃO LUÍS
2021
ALISSON LOPES RIBEIRO
CARLOS HENRIQUE FERREIRA DO NASCIMENTO
IVAN ROCHA BANDEIRA ARAÚJO
JOZIMAR DIOGO NUNES FILHO

REVESTIMENTO DE PISO

Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia


Civil, à Disciplina de Tecnologia das Construções II,
ministrada pelo Prof. João Crisóstomo Ramos Araújo,
como requisito para obtenção da segunda nota.

SÃO LUÍS
2021
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4

1 VEDAÇÕES HORIZONTAIS ............................................................................................. 6

1.1 Conceito .......................................................................................................................... 6

1.2 Função............................................................................................................................. 7

2 CONTRAPISO....................................................................................................................... 8

2.1 Conceito ............................................................................................................................... 8

2.2 Patologias ............................................................................................................................. 8

2.2.1 Fissuras ............................................................................................................................. 9

2.2.2 Desplacamento ............................................................................................................... 10

2.2.3 Esfarelamento e presença de pó na superfície ............................................................ 10

2.2.4 Superfícies irregulares .................................................................................................. 11

3 REVESTIMENTO PISO .................................................................................................... 11

3.1 Cerâmico............................................................................................................................ 12

3.2 Pétreos................................................................................................................................ 19

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 22
INTRODUÇÃO

Os pisos são, assim como as paredes, elementos de vedação de uma construção,


protegendo os ambientes internos do edifício contra os agentes externos. A diferença entre os
dois está no sentido em que essa vedação é construída: os pisos na horizontal e paredes na
vertical. Além, é claro, de outras diferenças como as camadas que constituem cada elemento.
De forma análoga às paredes, os pisos também são revestidos. Existem no mercado
diferentes tipos de materiais usados em revestimento de pisos, e consequentemente diferentes
técnicas, metodologias e cuidados na aplicação dos mesmos, para garantir o exercício pleno de
suas funções.
No quesito técnico, a NBR 13753 trata dos procedimentos para o “revestimento de piso
interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante”. Além do
detalhamento das técnicas de assentamento, materiais usados e definições fundamentais, vale
destacar o espaço reservado na norma para tratar das camadas que compõem o piso, como
indicado na Figura 1:
Figura 1 – Esquema genérico de camada de piso

Fonte: NBR 13753.

Em construções verticais, adiciona-se as lajes, que são os pisos dos pavimentos


superiores ao térreo, a camada de impermeabilização e isolamento termo acústico, como
indicado na Figura 2:
Figura 2 – Esquema de camadas de piso no subsistema de lajes.

Fonte: Araújo, 2021.

Como mencionado anteriormente, existem diversos materiais usados para fabricação de


peças de revestimento de piso, como mostra a Figura 3. Dentre esses materiais, este trabalho
será focado nos revestimentos de tipo cerâmicos e pétreos, que são pisos aderentes modulares
fixados por argamassa.
Figura 3 – Tipos de revestimentos de piso

Fonte: Araújo, 2021.

Este trabalho terá um caráter investigativo e detalhado das características e funções do


piso, contrapiso e os principais revestimentos utilizados em vedações horizontais, forma de
aplicação e que qualidades deve possuir para atender os requisitos mínimos de conforto e
utilidade para o usuário final.
1 VEDAÇÕES HORIZONTAIS

1.1 Conceito

Conceitualmente, a partir da nomenclatura adotada, as vedações horizontais tratam-se


de atividades realizadas com objetivo de revestir os planos das construções quer sejam internos
ou externos. São executados na posição horizontal em posição superior destinados aos tetos ou
inferior para os pisos, merecendo toda a atenção necessária, pois têm influência direta no fator
de habitalidade das construções.

Figura 4 – Revestimento de piso em madeira

Fonte: Google Imagens

Uma das características inerentes que deve ser ressaltada e que norteia a tecnologia de
desenvolvimento dos materiais a serem aplicados e a execução dos serviços, é o fato do contato
direto dos usuários através do ato de transitar sobre os mesmos. Os sistemas construtivos desta
natureza podem estar dispostos em uma única camada ou várias camadas de materiais, em
espessuras diferentes que associadas ou independentes produzem efeitos desejados para o bom
desempenho das funcionalidades nas edificações. Estas camadas recebem nomenclaturas tais
como: contra piso, subleito, sub-base, piso acabado, laje piso, interpiso dentre outras.
Figura 5 – Teto em gesso

Fonte: Google Imagens

1.2 Função
O revestimento horizontal possui diversas funções, desde estética até estrutural, dentre
elas, podemos citar:
- Proteger os elementos estruturais: função associada às exigências de durabilidade,
evitando a ação direta de agentes agressivos sobre os elementos estruturais;
- Contribuição na proteção térmica, acústica e funções de segurança (contra à ação do fogo);
- Função estética (acabamento final);
- Ocultamento de redes elétricas e hidráulicas, podendo também embutilas (suspensos);
- Rebaixamento de tetos (suspensos);
- Função decorativa (sanca, molduras);
- Estrutural, cobertura e piso de edificações;
Devido a sua ampla aplicabilidade, é justificável os gastos em revestimentos e vedações
representarem entre 20% a 30% de uma edificação. Por isso, esta é uma das etapas mais
delicadas e que chamam mais atenção em uma obra.
Figura 6 – SINAPI, Construção São Paulo – outubro/2016 (ref. Julho/2016)

2 CONTRAPISO
2.1 Conceito
O contrapiso é um elemento do piso formado por camada de material cimentícia sobre
uma base ou um piso com traço 1:3 (uma parte de cimento e três partes de areia) com a função
de regularizar a superfície para receber o piso de acabamento final, assim também, colaborar
no aumento da resistência do conjunto contrapiso e piso.
O contrapiso é essencial em áreas molhadas (banheiros, cozinhas, áreas de serviço) onde
é necessário é caimento, ou seja, uma inclinação nível do piso direcionada ao ralo. Dessa forma,
a água não fica acumulada sob o piso.
Dentre as funções do contrapiso, as que se destacam são: regularizar a base para
posterior recebimento de piso; ser suporte para fixação de revestimento e demais componentes
de instalações; possibilitar desnível entre ambientes; declividade para escoamento; correção de
defeitos da base.

2.2 Patologias
As patologias encontradas no contrapiso prejudicam o desempenho e o compromete o
seu desempenho, causando certo desconforto. Grande parte das vezes as patologias que ocorrem
no contrapiso são causadas pela má execução do serviço ou dosagem inadequada de argamassa.
No geral, reparo desta estrutura é bem custoso por ela é apenas percebida no fim da execução
do revestimento, sendo necessário remover tudo e executar novamente. Nos tópicos abaixo a
seguir serão vistas algumas patologias referentes a contrapisos e a forma adequada para
prevenção das mesmas.

2.2.1 Fissuras
São causadas pela retração e à concentração de cargas em pontos específicos do
material.
Em relação à retração, existem dois momentos: o primeiro, enquanto a argamassa está
no estado plástico ocorre a retração do material por causa da perda de água durante as reações
químicas, assim, diminuindo seu volume e provocando fissuras por toda a área. Nesse
momento, o contrapiso tem baixa resistência a tração. No segundo momento, quando a
argamassa ainda endurece ainda a perda de água por retração (Figura 4). Geralmente, a retração
acontece principalmente devido ao processo de cura inadequado, ao calor excessiva ou à
presença de água excessiva na mistura.
Figura 7 - Fissura superficiais por retração plástica do contrapiso

Fonte: BARROS, 2012.

Á concentração de cargas em pontos específicos do contrapiso também causam fissuras,


principalmente, em cantos de paredes e pilares, ou então devido à diferencia de temperatura,
por exemplo portas que dividem ambientes com temperaturas diferentes (Figura 5).
Figura 8 - Fissuras em locais de concentração de cargas no contrapiso .

Fonte: BARROS, 2012

2.2.2 Desplacamento

É a separação do contrapiso do substrato (Figura 96). Na figura, as causas desta


patologia são relacionadas com a presença de materiais como óleos e poeira no substrato onde
o contrapiso é aplicado, água em excesso na mistura e cargas elevadas, entre outros.
Figura 9 – Desplacamento em contrapiso

Fonte: BARROS, 2012.

2.2.3 Esfarelamento e presença de pó na superfície

O contrapiso que apresenta esfarelamento e presença de pó na superfície indica que a


resistência superficial do material é baixa. Essa patologia muitas vezes está relacionada com a
exsudação que pode acontecer no contrapiso quando há água em excesso na mistura, a
utilização de um traço fraco e a falta de compactação do material.
2.2.4 Superfícies irregulares

A falta de planicidade da camada e a consequente falta de caimento para ralos é outra


patologia comum em contrapisos. Uma superfície irregular pode causar desníveis inadequados
e gerar acúmulo de água em pontos indesejáveis que, com o tempo, pode se infiltrar no
contrapiso e provocar a degradação do mesmo. Este problema é relacionado
predominantemente com erros durante a execução do sistema, como a medição incorreta dos
níveis, posicionamento errado das taliscas e o inadequado sarrafeamento da camada.

2.3 Execução
As etapas de execução do contrapiso seguem a seguir: limpeza, A base deve estar
completamente limpa e lavada, devendo ser removidos todos os restos e crostas de argamassa
ou concreto eventualmente existentes, usando ponteiro e marreta, se necessário; taliscamento,
fixar taliscas nos cantos do ambiente, deixando-as niveladas, com espessura entre sua superfície
e a base de aproximadamente 2,5 cm no ponto mais baixo, usando para isso a mangueira ou o
aparelho de nível. Em seguida, fixar as taliscas intermediárias, com distâncias entre 1,50 e 2,00
m entre elas para depois fazer as guias, de forma semelhante ao feito para o
emboço; polvilhamento com Cimento: Antes de preencher as guias, polvilhar a base com
cimento, na quantidade de 0,5 kg de cimento por m2; execução das Guias: Preencher com
argamassa o espaço entre duas ou mais taliscas que estiverem na mesma direção, deixando as
guias com o mesmo nível das taliscas. Após o preenchimento, compactar as guias com
compactador de madeira; enchimento do Piso: Após a execução das guias, espalhar a argamassa
na área entre duas guias e em seguida compactá-la. Após a compactação sarrafear a área com
régua, deixando o piso com o mesmo nível das guias.

3 REVESTIMENTO PISO

A execução de revestimentos para o piso, assim como qualquer outro revestimento,


consiste em uma parte bastante onerosa para o orçamento de uma obra além do fato que o
acabamento é a parte mais visível por parte do cliente, portanto a forma com que executamos
além de acarretar economia ou desperdício, é responsável pela satisfação ou insatisfação do
cliente.
Desta forma, os revestimentos de pisos devem atender a alguns pontos. Entre as
exigências do usuário temos a segurança da utilização, higiene adequada, manutenção
facilitada, durabilidade, conforto e economia. Quanto aos requisitos de desempenho, temos a
resistência mecânica, à abrasão, aos agentes químicos, capacidade de absorver deformações,
comportamento em relação ao fogo, estanqueidade, nivelamento, isolamento acústico, térmico,
entre outros.
Dentre os revestimentos de pisos, podemos encontrar dois que apesar de distintos,
possuem algumas características em comum: placas cerâmicas e revestimentos pétreos.
Características comuns:
 Não apodrecem, não queimam e não corroem;
 Elevada estabilidade física e química;
 Alta durabilidade;
 Alta resistência mecânica;
 Alta resistência a água;
 Variedade de cores e padrões;
 São adequados para áreas internas e externas; ambientes secos ou molhados,
edifícios residenciais, comerciais e industriais;
 Concorrem entre si em todos os nichos de mercado, alto valor agregado, preços
competitivos em relação a outros tipos;
 O Brasil é um grande produtor mundial e exportador de ambos os componentes;

3.1 Cerâmico

Quanto ao revestimento de piso cerâmico, podemos encontrar dois tipos: as placas


cerâmicas e as pastilhas, ambas para revestimentos horizontais.
Estes revestimentos possuem muitas características em comum com os verticais, porém
possuem algumas características diferentes das características dos revestimentos verticais.
Entre elas podemos citar:
 Resistência à abrasão, que não é importante para as paredes pois suas superfícies
esmaltadas não apresentam desgastes, pois o tráfego de pessoas, movimentação de objetos
ocorrem apenas na superfície horizontal, valendo destacar também que quanto maior for a
classe PEI, maior é a resistência à abrasão;
 Resistência a choques e ao puncionamento;
 Coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4 com presença de água;
 Muito maior resistência ao manchamento;
 Maior resistência mecânica (módulo de ruptura), devido a maior espessura das peças;
Dentre as propriedades para revestimentos cerâmicos em pisos, podemos citar algumas
propriedades que estão ligadas à absorção do piso e à classe PEI:
 Maior resistência às manchas e ao ataque químico;
 Alta resistência à gretagem que por sua vez, apresenta-se através do aparecimento de
várias microfissuras em forma de círculos irregulares ou formando uma teia de aranha
na superfície esmaltada da peça;
 Ao congelamento, ao choque térmico e à abrasão
Quanto à resistência à abrasão, temos as seguintes classificações:
 Grupo 0 – é desaconselhável para piso por possuir baixíssima resistência à abrasão;
 PEI 01 – por possuir resistência baixa, é aconselhável para ambientes onde se caminha com
pés descalços ou chinelos, como por exemplo banheiros e dormitórios;
 PEI 02 – por possuir resistência média, é indicado para ambientes sem porta voltada para
ambientes externos, pois possuem um fluxo maior de pessoas;
 PEI 03 – de resistência média alta, é indicada para ambientes residenciais,mesmo que
tenham portas voltadas para ambientes externos de modo à resistir de maneira mais
eficiente ao fluxo mais intenso de pessoas como por exemplo cozinhas, corredores, halls
residenciais, sacadas e quintais;
 PEI 04 – sua resistência alta, permite sua utilização em ambientes residenciais com tráfego
intenso, como áreas comerciais, hotéis, show rooms, salões de venda, entre outros;
 PEI 05 – resistência altíssima e é indicada para áreas públicas, shoppings, aeroportos,
centros comerciais, indústrias de alto tráfego, etc.
A execução do piso cerâmico depende de um contrapiso pronto com acabamento
desempenado reforçado, para que possa receber a argamassa colante adequada que será
espalhada uniformemente com o auxílio de uma desempenadeira dentada, de modo que
proporcione atrito com a placa cerâmica. Uma dica valiosa para a execução é o uso da dupla
colagem, que potencializa a resistência de aderência, pois aumenta a extensão de aderência.
Estas argamassas no geral são constituídas à base de cimento, agregados e aditivos
químicos não tóxicos, que após adição de água, formam uma pasta viscosa, plástica e aderente
própria para o assentamento de placas cerâmicas, porcelanatos, mármores, granitos, entre
outros.
As argamassas colantes estão subdividas em quatro grupos e o conhecimento de cada
uma é fundamental, pois assentam diferentes tipos de revestimentos em contextos variados.
Dentre as classificações temos:
 Argamassa AC-I: é a primeira opção na linha de argamassas colantes, ela é resistente aos
esforços, à temperatura e umidade necessários em ambientes internos. Ou seja, a AC-I
costuma ser utilizada no assentamento de revestimentos e pisos cerâmicos em ambientes
internos. Dependendo da indicação do produto, também se adapta com facilidade às áreas
secas e molháveis, podendo ser aplicado em quartos, salas, cozinhas, banheiros, áreas de
serviço e outros espaços similares.
 Argamassa AC-II: possui uma quantidade maior de aditivos que a argamassa AC-I,
oferecendo assim uma maior aderência, sendo sugerida para ambientes internos e externos
com temperaturas elevadas, maior umidade ou com ação do vento.
 Argamassa AC-III: é a mais aderente entre os três tipos de argamassa colante,
por isso esse é o material indicado para ambientes como saunas, piscinas de
água quente e estufas, locais com tráfego intenso e também para o
assentamento de placas maiores do que 60x60cm.
 Argamassa AC-III E: se diferencia pelo fato de apresentar maior tempo estendido,
permitindo desta forma o assentamento de grandes placas de revestimento, pois permite
maior tempo de exposição antes de começar a perder suas propriedades.

Figura 10 – Aplicação de argamassa colante com o auxílio de desempenadeira dentada

Fonte: Google Imagens

Ainda sobre as argamassas colantes, vale ressaltar também que dentre suas
características essenciais, a resistência a tração varia para pisos internos e externos, sendo o
primeiro maior que 0,5MPa e o segundo maior que 1MPa. Para todas as argamassas o tempo
em aberto permanece no mínimo de 15 minutos no local, exceto para a argamassa AC-III E que
possui maior tempo em aberto, como já citado.
Um outro aspecto de grande relevância no tocante ao assentamento de revestimentos
cerâmicos horizontais, é a aplicação de juntas que são responsáveis pelo:
 Alinhamento entre as placas (considerando uma espessura uniforme);
 Estanqueidade, que é evitar a absorção de água por meio das juntas, uma vez que as
cerâmicas possuem baixíssima absorção de água, tornando as juntas, os “pontos fracos”,
ou seja, ao fazer um bom bloqueio contra a água, evitam surgimento de patologias,
desplacamentos, etc;
 Capacidade de absorver deformações das placas, pois devido às intempéries, calor, entre
outros, as placas podem sofrer expansão ou retração, aumentando ou reduzindo suas áreas,
logo as juntas se flexibilizam para adaptar essa movimentação;
A norma técnica brasileira determina espessuras definidas de juntas, a depender das
dimensões das placas cerâmicas. Para placas de 10x10cm deve-se utilizar 3mm de junta, placas
de 10x20cm e 20x20cm são 4mm de junta, 20x30 a junta deve ser 5mm e placas 30x30cm a
junta deve ser 6mm, mas para juntas internas. As juntas externas devem ter espessuras de
10mm, para evitar as patologias.

Figura 11 – Patologia encontrada em revestimento cerâmico devido à expansão do revestimento e junta


insuficiente

Fonte: Google Imagens

Alguns outros fatores podem requerer um maior cuidado por parte das juntas. Em pontos
de concentração de tensões são pontos onde podemos encontrar maiores dilatações das placas,
assim como perímetros de ambientes onde temos o encontro entre paredes e pilares. Um outro
exemplo que pode preocupar bastante são pisos cerâmicos aplicados em lajes de vãos superiores
a 7m, pois são vãos que podem possuir grande deformação devido ao momento fletor da laje,
consequentemente provocando movimentação nas juntas, onde sua ausência, certamente
provoca trincas em grandes quantidades.
Quanto ao assentamento das placas cerâmicas, é indicado que o assentamento se inicie
por um dos cantos do ambiente, desta forma podemos reduzir bastante o número de recortes,
reduzindo assim o desperdício e a mão-de-obra. O contrapiso pronto, deve ser varrido e
umedecido com o auxílio de uma brocha para então receber a argamassa colante e espalhada
com uma desempenadeira dentada. Na sequência, utiliza-se um martelo emborrachado para
assentar a placa delicadamente, iniciando assim o assentamento da placa seguinte. O
assentamento dessa placa deve ser nivelado com a anterior de modo que não fique uma
diferença indesejável no resultado final. Para isso são posicionados clipes espaçadores no
perímetro de contato com as placas seguintes. Ao assentar a segunda placa repetindo o mesmo
procedimento da primeira, utiliza-se agora a cunha niveladora com o auxílio de um alicate de
nivelamento, desta forma as placas se mantêm niveladas umas às outras, além de manter a
pressão no processo de cura do assentamento da placa.

Figura 12 – Porcelanato assentado com clipes espaçadores e cunhas niveladoras

Fonte: Google Imagens


Figura 13 – Clipe espaçador e cunha niveladora

Fonte: Google Imagens

Figura 14 – Alicate de nivelamento aplicando cunha niveladora no clipe espaçador

Fonte: Google Imagens

Embora possamos escolher um canto para iniciar o assentamento, de modo que evitemos
o desperdício, na maioria das vezes o que conseguimos é amenizar esse desperdício, pois
sempre são necessários arremates em pilares que ultrapassam os limites das vedações, ou
mesmo a não modulação dos ambientes conforme as dimensões das placas especificadas pelo
arquiteto e até mesmo furos feitos para instalações sanitárias, entre outros.
Para esses problemas podemos contar o auxílio de algumas ferramentas que podem
agilizar este serviço. Entre elas temos a riscadeira que pode fragilizar uma “linha” em uma placa
e parti-la perfeitamente sem o auxílio de uma máquina serra mármore. No caso da máquina
serra mármore juntamente com o disco diamantado, temos uma das ferramentas mais utilizadas
para o corte de cerâmicas e porcelanatos, mas deve ser feito de forma correta, sobre uma mesa
de corte para evitar sérios acidentes no trabalho. Os furos para instalações sanitárias, são
realizados com o auxílio da serra copo diamantada, encontrada em vários diâmetros no
mercado.
Um outro problema encontrado é a marcação desenhada na cerâmica para que seja feito
o corte. Este problema que na maioria dos casos é feito pelo método tradicional, utilizando lápis
de obra e uma régua simples, agora pode ser substituído pelo esquadro regulador para corte de
pisos, onde seus ângulos e medidas são ajustáveis ao canto que será posicionada a placa cortada,
seus ângulos e medidas fixadas no próprio esquadro e transportadas para decalque na própria
placa, possibilitando um corte perfeito, melhorando tanto a execução, quanto reduzindo o
desperdício.
Figura 15 – Esquadro regulador para corte de piso

Fonte: Google Imagens

Na fase final da execução do piso, retiradas todas as cunhas niveladoras, clipes


espaçadores e respeitadas 72 horas para que o piso receba carga, é dado início a fase de
rejuntamento.
Encontrados nas formas cimentícias, acrílicas, epóxis, entre outros, os rejuntes são
compostos por agregados minerais, cimentos, polímeros e outros aditivos que, ao receber
água, transformam-se em uma massa maleável e homogênea. O produto tem o objetivo
inicial de vedar o revestimento e, desta maneira, evitar fissuras, infiltrações e também o
mofo, podendo ser encontrados nas mais variadas tonalidades de modo que possam
combinar com as tonalidades do ambiente e da própria cerâmica.
Entre os cuidados que devemos ter ao aplicar o rejuntamento, os principais são:
 Atentar para os componentes porosos que devem receber maior proteção;
 Fazer o espalhamento do rejunte com uma desempenadeira de borracha dura;
 Secagem das juntas com cura;
 Limpeza dos componentes;
Figura 16 – Aplicação de rejunte com auxílio de uma desempenadeira de corracha

Fonte: Google Imagens

3.2 Pétreos

No que cerne os revestimentos pétreos, assim como os revestimentos cerâmicos estes


possuem uma vasta game de aplicações em uso externo ou interno. Também é comum o uso do
termo placas de rochas para se referir a esse tipo de revestimento.

Sua aplicabilidade vai desde pisos de hotéis, shoppings, escritórios, aeroportos,


hospitais e supermercados, além é claro do uso residencial para uso interno. Quanto ao uso
externo, é comum o uso de placas pétreas em pisos de praças e vias públicas, por exemplo.

Figura 17 – Marco Zero em Recife, importante ponto turístico com aplicação de piso pétreo

Fonte: Google Imagens.


Como vantagens dos revestimentos pétreos, pode-se elencar os seguintes itens:
 Variabilidade nas dimensões das placas
 Grande diversidade de cores e padrões estéticos
 Ótima resistência mecânica quanto ao risco e desgaste superficial
 Produto natural
 Vários tipos de acabamentos superficiais
 Pode ser antiderrapante ou liso
 Grande aceitação dos usuários

Em contrapartida, o custo elevado, a dificuldade em manutenção e a fragilidade de


algumas placas quando em contato com água se mostram como pontos de desvantagem na hora
da escolha do revestimento horizontal. A própria variabilidade de cores e padrões estéticos pode
se tornar uma desvantagem, uma vez que estamos lidando com um material natural e portanto
não existe um controle nas características do mesmo.

Os tipos mais comuns de rochas utilizadas no revestimento de piso são: granitos,


mármores e pedras ornamentais. Relativo à forma de aplicação, existem três técnicas de
aplicação mais comuns, caracterizadas pela espessura do revestimento.

A primeira trata da técnica de grande espessura, onde se usa um maior volume de


argamassa de cimento e areia, usualmente 1:3 a 1:5 em volume úmido. Nessa técnica é aplicada
uma “ponte de ligação” no tardoz da placa (chamada nata de cimento), e quando se opta por
essa técnica de aplicação não é executado o contrapiso, uma vez que a camada de assentamento
assume suas funções.

A técnica de pequena espessura consiste em aplicação da placa cerâmica em argamassas


com 5 a 6 mm de espessura, com desempenadeira denteada de 8 mm. O piso deve ser calibrado,
com aplicação em argamassas colantes especiais para placas de rochas, assim como na técnica
de média espessura, que exige uma espessura mínima de 10 mm de argamassa.
Figura 18 - Argamassa colante especial para placa de rocha

Fonte: Araújo, 2021.


REFERÊNCIAS

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753:


Revestimento de Piso interno ou externo com Placas Cerâmicas e com utilização de
argamassa colante – Procedimento - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 1996.

ARAÚJO, João Crisóstomo Ramos. Tecnologia da Construção Civil II – Vedações


Horizontais: Conceituação. Curso de Eng. Civil - IFMA. 2021. Notas de Aula. Slides.

ARAÚJO, João Crisóstomo Ramos. Tecnologia da Construção Civil II – Vedações


Horizontais: Revestimentos de pisos cerâmicos e pétreos. Curso de Eng. Civil - IFMA. 2021.
Notas de Aula. Slides.

BARROS, Rui Nuno Almeida de Sá. Betonilhas para o revestimento de pavimentos. 2012.
83 f. Tese (Mestrado). Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Braga, Portugal, 2012.

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