Você está na página 1de 25

DESEMPENHO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE

SISTEMAS CONSTRUTIVOS
PERFORMANCE AND EVALUATION OF THE PERFORMANCE OF
BUILDING SYSTEMS

Ricardo Lopes 1
Rafael Mantuano Netto 2

A argamassa para revestimento é um material de construção constituído


basicamente pela mistura de um ou mais aglomerantes (cimento, cal), agregado
miúdo (areia) e água, podendo ainda conter aditivos com a finalidade de melhorar
ou conferir determinadas propriedades à argamassa. A aderência ao substrato é
uma das principais propriedades que a argamassa deve garantir durante sua vida
útil, sendo um dos principais requisitos de avaliação do desempenho de sistemas de
revestimento.

The mortar coating is a construction material consisting essentially by the mixture


of one or more binders (cement, lime), fine aggregate (sand) and water. May also
contain additives in order to improve or confer certain properties to the mortar. The
adhesion to the substrate is one of the main properties that the mortar should
guarantee throughout its lifetime, being a major assessment requirements of the
coating system performance.

Palavras-chave: Argamassa, aderência, substrato, interface, revestimento.

Keywords: Mortar, adhesion, substrate interface, coating.

1
Engenheiro Civil. Especialista em Instalações pela FEI. Mestre em Construções pelo IPT-SP.
2
Arquiteto. Especialista em Avaliações e Perícias pela UFMG – Mestre em Construções pelo IPT-SP.
1
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
INTRODUÇÃO

A argamassa é aplicada sobre uma superfície, estabelecendo uma região de


contato. A interface entre a matriz (argamassa) e o substrato (superfície de
aplicação) ocorre justamente nessa região de contato. Segundo Costa e John
(2011), as interações químicas e mecânicas que ocorrem na interface regem a
aderência do material, que é um fenômeno de contato entre superfícies. As
interações ocorrem após o contato da matriz cimentícia ainda no estado plástico
com o substrato e, vão se modificando ao longo do tempo devido à cinética de
hidratação e a absorção da base (COSTA e JOHN, 2011).

Para Polito, Carvalho Jr e Brandão (2009), o desempenho das argamassas quanto


à aderência está diretamente relacionado à microestrutura da interface
revestimento/substrato.

De acordo com Temoche-Esquivel et al. (2007), a aderência é influenciada pelas


características da base (absorção de água, porosidade, rugosidade e sua natureza
química), pela energia de lançamento, e pelas características reológicas da
argamassa no estado fresco: no momento do contato inicial entre argamassa e
substrato, no momento da conformação sobre o substrato através do corte e
sarrafeamento, ou no momento do desempeno. O resultado das características da
base, da argamassa e da aplicação definirá a área de contato efetivo na interface
entre pasta e substrato, denominada extensão de aderência, que de acordo com
Antunes (2005) apud Temoche-Esquivel et al. (2007), pode ser avaliada através da
quantidade de defeitos na interface.

2
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
SUMÁRIO

1. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 5

2. ETAPAS DO TRABALHO .................................................................................................................... 5

3. INTERFACE MATRIZ/SUBSTRATO - INFLUÊNCIA NA ADERÊNCIA....................................................... 5

3.1. INTERFACE E ADERÊNCIA............................................................................................................ 5

3.2. EXTENSÃO DE ADERÊNCIA .......................................................................................................... 6

3.3. ADESÃO INICIAL, ADESÃO E ADERÊNCIA.................................................................................. 13

3.4. ADERÊNCIA MECÂNICA E QUÍMICA ............................................................................................ 17

3.5. DURABILIDADE DE ADERÊNCIA ................................................................................................. 21

4. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 23

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................... 24

3
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Superfícies de aderência. (COSTA e JOHN, 2011). ........................................................... 7

Figura 2: Contato entre substrato e matriz. (CARASEK, 1996). ...................................................... 8

Figura 3: Contato entre substrato e matriz (CARASEK, 1996).. ...................................................... 8

Figura 4: Aplicação de argamassa de revestimento ....................................................................... 9

Figura 5: Aspecto final da argamassa de revestimento ................................................................ 10

Figura 6: Aplicação de argamassa - sistema convencional ........................................................... 10

Figura 7: Aspecto final - sistema convencional............................................................................. 11

Figura 8: Tentativa de retirada forçada da argamassa logo após sua aplicação. ......................... 12

Figura 9: Aplicação da primeira camada (fina) ............................................................................. 12

Figura 10: Tentativa de retirada forçada da argamassa de revestimento.................................... 13

Figura 11: Representação esquemática do fluxo de água reversível (SCARTEZINI, 2002). .......... 16

Figura 12: Relação entre resistência de aderência à tração e quantidade de poros ativos. ........ 17

Figura 13: Interface das zonas de transição e matriz cimentícia (METHA e MONTEIRO, 2008). . 19

Figura 14: Micrografia de Cristais de Etringita, Sulfo-alumintato de Cálcio. ................................ 20

Figura 15: Variações nas propriedades de uma argamassa (SABBATINI, 1998). .......................... 22
4
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
1. Objetivos

Este trabalho visa compreender os mecanismos que ocorrem na interface entre


substrato e argamassa, através do estudo das características microestruturais dos
constituintes, das características da base, das características reológicas da matriz
e a influência da forma de aplicação no comportamento da argamassa.

2. Etapas do trabalho

Este trabalho foi dividido em duas etapas, por se tratar de uma revisão a
respeito dos mecanismos de formação de aderência entre argamassa e substrato.

A primeira etapa é uma pesquisa a respeito dos mecanismos de formação de


aderência, as teorias de ancoragem mecânica e química, a teoria dos poros ativos,
e uma discussão a respeito da teoria de ancoragem mecânica.

A segunda etapa é a nossa conclusão a respeito da interface entre substrato e


matriz, e os principais fatores que merecem atenção.

3. Interface matriz/substrato - influência na aderência

3.1. Interface e aderência

A argamassa de revestimento, ao ser aplicada sobre uma superfície, gera uma


região de contato com o substrato, chamada de região de interface, onde ocorrem
diversas interações químicas e mecânicas. Essas interações se iniciam logo após o
contato entre a argamassa no estado fresco e o substrato, e vão se modificando
devido ao processo de hidratação do cimento e a absorção da base.

Segundo COSTA e JOHN (2011), as interações químicas e mecânicas que


ocorrem na interface regem a aderência do material, que é um fenômeno de
contato entre superfícies. Nesta mesma linha, WU (1982) afirma que a aderência é
o estado no qual duas fases mantêm-se unidas por contato interfacial, de forma
que forças mecânicas ou trabalho possam ser transferidos através da interface.
Tais forças mecânicas ou trabalho podem ser traduzidos principalmente como
forças de tração e cisalhamento.

SCARTEZINI (2002) afirma que a aderência entre a argamassa e o substrato


poroso resulta da união entre a resistência de aderência à tração, resistência de
aderência ao cisalhamento e a extensão de aderência (que corresponde à razão
entre a área de contato efetivo e a área total possível de ser unida), sendo estas,
propriedades da região de contato entre os dois materiais.
5
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
 Resistência de aderência à tração, devido aos esforços normais gerados na
utilização de um sistema de revestimento;
 Resistência de aderência ao cisalhamento, pelos esforços verticais e
tangenciais ao revestimento, gerados com a atuação da gravidade no
revestimento aderido ao substrato;
 Extensão de aderência, que evidencia a possível existência de falhas de
contato como espaços vazios na interface.

As resistências de aderência são, segundo ANTUNES (2005) apud MOURA


(2007), a combinação dos efeitos da entrada da argamassa nos poros do substrato
e da resistência mecânica desta argamassa e das forças de ligação superficiais
entre argamassa e substrato.

No entanto a adesão entre dois materiais, por meio de suas superfícies, é um


fenômeno complexo e, possivelmente, formado pela interação de mecanismos
atuantes tanto na interface quanto a pequenas profundidades nos materiais
aderidos, compreendendo forças de natureza variada.

Essa capacidade de transmitir os esforços mecânicos da matriz para o


substrato, que se traduz na aderência do material à base, depende de diversos
fatores. De acordo com TAHA e SHRIVE (2001) apud MOURA (2007), dentre os
fatores que condicionam os mecanismos de aderência estão aqueles que os
afetam diretamente (ou que afetam a micro ancoragem da matriz ao substrato),
como a capacidade de absorção do substrato, a estrutura de poros do mesmo, a
composição da argamassa de revestimento, sua capacidade de retenção de água e
as condições de cura. Indiretamente (ou afetando a macroancoragem ao
substrato), estão a influência da rugosidade do substrato e a mão-de-obra de
execução do revestimento.

Além desses fatores, outra questão determinante na resistência de aderência é


a conformação da interface substrato/matriz, seja como resultado do transporte de
água entre base e matriz (que será discutido posteriormente), seja em função da
extensão de aderência, que será discutida a seguir.

3.2. Extensão de aderência

O processo de aderência é acompanhado por outro fator também


preponderante para o desempenho do revestimento, a extensão de aderência.
Esta, segundo PAES (2004), corresponde à razão entre a área de contato efetivo e
a área total possível de ser unida entre a argamassa e o substrato poroso. Essa
característica da interface entre os materiais aderidos se mostra importante no
efetivo desenvolvimento de uma aderência mais resistente e duradoura.
6

De acordo com ANTUNES (2005), se não houver contato não há aderência.


Página

Nesse sentido, PAES (2004) ressalta que a utilização de argamassas com


características compatíveis com as do substrato, nem sempre proporciona uma
Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos
Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
aderência adequada, em função da interferência da mão-de-obra, que influência
principalmente a extensão de aderência. Se a pressão (“aperto”) exercida pelo
operário, na hora de comprimir a argamassa de revestimento ao substrato, não for
suficientemente forte a ponto de ocasionar um contato íntimo da argamassa sobre
o substrato, pode gerar falhas de contato na interface entre os dois materiais.

PAES (2004) acrescenta que provavelmente a existência dessas falhas de


contato seja uma das causas primordiais da variabilidade da resistência de
aderência à tração dos revestimentos ser elevada, apresentando coeficientes da
ordem de 50%, em obra, conforme dados de GONÇALVES (2004), em virtude da
argamassa estar aderida “pontualmente” ao substrato.

A Figura 1 mostra duas situações onde se percebe uma maior superfície de


aderência na imagem “(a)” em relação à imagem “(b)”.

Figura 1: Superfícies de aderência. (COSTA e JOHN, 2011).

A imagem (a) apresenta uma superfície de aderência maior que a imagem (b).

A extensão de aderência pode ter seu nível influenciado pela natureza dos
materiais constituintes do substrato e da argamassa e suas propriedades. Dentre
os diversos fatores podemos citar:

 Trabalhabilidade inadequada da argamassa: pode causar menor nível de


extensão de aderência, pela deficiência de penetração nas reentrâncias do
substrato;
 Composição da argamassa: argamassas mistas de cal tendem a apresentar
maior nível de extensão de aderência, em função da melhora na
trabalhabilidade;
 Depende da relação entre a retenção de água da argamassa e a taxa de
sucção de água pelo substrato;
 Energia de aplicação ou compactação de modo a eliminar o ar (defeitos)
presente na interface;

A rugosidade do substrato afeta a capacidade de espalhamento da matriz; se


for elevada pode aumentar a quantidade de defeitos na interface.

A Figura 2 mostra uma situação onde o contato entre substrato e matriz


abrange uma área maior que a situação apresentada na Figura 3, ou seja, a
extensão de aderência na Figura 2 é maior que na Figura 3.
7
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Extensão de aderência elevada

Figura 2: Contato entre substrato e matriz. (CARASEK, 1996).

Extensão de aderência baixa

Figura 3: Contato entre substrato e matriz (CARASEK, 1996)..


Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Dentre os fatores que impactam na extensão de aderência entre o substrato e a
matriz, cabe destacar a energia de aplicação, que se for inadequada pode gerar
falhas de contato na interface.

As Figuras 4 e 5 mostram a aplicação de um revestimento argamassado sobre


um substrato chapiscado em alvenaria de bloco de concreto, onde foi utilizado o
sistema de aplicação com canequinha, cuja energia de aplicação é dada pela
pressão gerada pelo ar comprimido sobre a argamassa, projetando-a sobre a base.

Em função da pressão gerada pelo sistema, a argamassa é forçada a penetrar


nas rugosidades do substrato aumentando sua área de contato, e
consequentemente promovendo uma maior extensão de aderência.

Figura 4: Aplicação de argamassa de revestimento


9

A imagem mostra o operador utilizando o sistema do tipo “canequinha” para


Página

realizar a projeção da argamassa sobre o substrato em bloco de concreto


chapiscado.
Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos
Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 5: Aspecto final da argamassa de revestimento

Na Figura 5 é possível
observar a adesão inicial
da argamassa de
revestimento sobre o
substrato, não tendo sido
observado escorrimento
ou descolamento do
material.

As Figuras 6 e 7
mostram a aplicação de
argamassa sobre o
mesmo substrato das
Figuras 4 e 5, em bloco
de concreto chapiscado,
porém utilizando sistema
convencional com colher
de pedreiro.
Figura 6: Aplicação de argamassa - sistema convencional
10
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 7: Aspecto final - sistema convencional.

Pode-se observar na Figura 7 um vazio entre a argamassa de revestimento e o


substrato, nas bordas onde foram aplicadas as “chapadas” de argamassa. Após ser
aplicada com a colher de pedreiro, a argamassa encosta na base, sendo que parte
dessa argamassa se espalha para os lados cobrindo o substrato, mas sem pressão
suficiente para penetrar nas rugosidades da base.

Além disso, esse espalhamento gera uma série de vazios que posteriormente
dificultam o contato com a base.

A Figura 8 mostra o descolamento ocorrido na argamassa de revestimento logo


após sua aplicação (feita com colher de pedreiro), em função da tentativa de
retirada forçada com a colher de pedreiro. Importante observar o vão formado entre
a argamassa e o substrato, apresentando descolamento.

Além disso, na região onde ocorreu o descolamento observa-se uma área


considerável onde a argamassa de revestimento não ficou impregnada na base
(área mais escura). Essas duas questões denotam uma adesão inicial ruim entre a
argamassa de revestimento e a base.

Observa-se também que a área de contato entre a argamassa e o substrato


ficou prejudicada.
11
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 8: Tentativa de retirada forçada da argamassa logo após sua aplicação.

As Figuras 9 e 10 mostram a
aplicação de uma primeira
camada (fina) de argamassa de
revestimento utilizando a colher
de pedreiro, com posterior
pressão desta argamassa contra
o substrato. Em seguida é
aplicada outra camada sobre a
anterior, também com a colher de
pedreiro, sem que a argamassa
seja comprimida. Após aplicação
foi feita tentativa de retirada
forçada da argamassa

Figura 9: Aplicação da primeira camada (fina)


12
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 10: Tentativa de retirada forçada da argamassa de revestimento.

Pode-se observar na Figura 10 que a argamassa de revestimento, aplicada


sobre uma camada anteriormente comprimida contra o substrato, quando sofreu
uma tentativa forçada de retirada com colher de pedreiro, não apresentou
descolamento. Além disso, a argamassa ficou impregnada no substrato, o que
demonstra uma boa adesão da argamassa sobre a base.

Portanto, reforçando a afirmação de PAES (2004), a mão-de-obra influencia


principalmente a extensão de aderência, pois a aplicação inadequada pode gerar
falhas de contato na interface matriz-substrato.

3.3. Adesão inicial, Adesão e Aderência.

Segundo PAES (2004), a argamassa aplicada ao substrato sofre alterações


desde os momentos iniciais, pós-aplicação, até o desenvolvimento adequado da
aderência. As variáveis que atuam a cada momento são diferentes, bem como são
dinâmicas as interações que ocorrem na argamassa e no substrato. Em se tratando
da relação de aderência nos sistemas de revestimento em argamassa, é possível
13

se diferenciar todo o processo de desenvolvimento da propriedade em três fases


Página

complementares: adesão inicial, adesão e aderência.

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
A adesão inicial, também denominada de “estado pegajoso”, está diretamente
ligada às características reológicas da pasta, sendo a responsabilidade pela
adesão física ao substrato atribuída à baixa tensão superficial da pasta (ROSELLO,
1976 apud PAES, 2004).

Esta tensão resultará nas forças de adesão, que devem ser “[...] fortes e
estáveis o suficiente para assegurar que essa interface formada não seja o elo
fraco da união dos materiais.” (PAES, 2004). Esta propriedade é que permite a
argamassa permanecer aderida ao substrato momentaneamente após a aplicação.

PAES (2004) comenta que o contato interfacial adequado é primordial para o


desenvolvimento da adesão entre as superfícies a serem unidas; para tanto, deve-
se ter um contato molecular íntimo, o que significa um espalhamento apropriado do
adesivo na superfície sólida.

Nesse contexto um conceito importante é o de “molhabilidade”, que define a


extensão na qual um fluido (argamassa de revestimento) se espalhará sobre uma
superfície sólida (substrato). Uma adequada molhabilidade significa que o líquido
fluirá sobre o sólido cobrindo cada reentrância do mesmo e retirando todo o ar
entre eles. (PAES, 2004)

O processo se inicia quando a matriz, ainda no estado plástico, entra em


contato com o substrato. A matriz “molha” o substrato, e para que ocorra o
recobrimento de toda a superfície deve haver uma combinação adequada entre a
reologia da matriz e a energia de aplicação ou compactação de modo a eliminar o
ar (defeitos) presente na interface. (COSTA e JOHN, 2011). A adesão inicial
depende de alguns fatores:

 Características reológicas da argamassa (estado fresco);

 Características da base de aplicação, como a porosidade, rugosidade,

condições de limpeza;

 Superfície de contato entre a argamassa e a base (extensão de aderência);

 Trabalhabilidade e retenção de água, adequadas à sucção da base e às

condições de exposição;

 Energia de aplicação.
14
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
A fase de adesão se caracteriza pelo transporte intenso de água entre matriz e
substrato. Segundo PAES (2004), esse transporte ocorre durante o período de
tempo no qual a argamassa está à espera do sarrafeamento, que demanda uma
perda razoável da quantidade de água, indicando uma diminuição nítida de
plasticidade e aumento da consistência. A partir deste momento se tem à aderência
propriamente dita.

Segundo diversos autores, a aderência entre um substrato poroso e a


argamassa de revestimento ocorre através de um fenômeno essencialmente
mecânico. Este mecanismo é caracterizado basicamente pela “[...] transferência de
água que ocorre entre a argamassa e o substrato” (SCARTEZINI e CARASEK,
2003 citados por MOURA, 2007), possibilitando a entrada da pasta de cimento nos
poros da base.

Este sistema matriz-substrato deve ser entendido como um sistema de poros.


Segundo CARASEK (1996), “o sistema de poros do substrato é modelado através
de um conjunto de tubos cilíndricos paralelos independentes, abertos,
perpendiculares à superfície da argamassa, de raios constantes ao longo do tempo
e inicialmente vazios”. De acordo com MOURA (2007), os poros da argamassa
também podem ser modelados como tubos cilíndricos independentes, mas
possuem raios variáveis em função dos vazios formados pelos grãos de cimento e
agregado, encontrando-se inicialmente saturados (argamassa no estado fresco).

Sendo assim, o transporte de água entre os poros da matriz e do substrato


pode ser explicado pela teoria dos poros ativos. Esta teoria relaciona a capilaridade
e a conseqüente capacidade de absorção dos substratos e a capacidade de
retenção de água da argamassa matriz.

A teoria dos poros ativos é um modelo, inicialmente proposto por pesquisadores


do INSA (Institut National des Sciences Appliquées - França), o qual sugere a
distinção dos poros no sistema argamassa/substrato, conforme sua capacidade de
absorção e retenção de água. De acordo com SCARTEZINI (2002), poros ativos
são aqueles que possuem força capilar suficiente para exercer a ação de sucção
de água.

Inicialmente, no sistema argamassa/substrato, os poros do substrato são em


sua maioria poros ativos, pois estão vazios e possuem força capilar necessária
para absorver água da argamassa.

Segundo GALLEGOS (1995) apud SCARTEZINI (2002), poros inferiores a


0,1µm não são considerados como poros ativos, pois absorvem quantidades
insignificantes de água, apesar de sua força capilar elevada. No entanto, poros
maiores que 5µm também são inoperantes, pois não possuem força capilar
suficiente para vender os poros existentes na argamassa.

Segundo GROOT (1993) citado por SCARTEZINI (2002), imediatamente após o


contato argamassa/base absorvente a água começa a fluir da argamassa em
15

direção à base. Esse fluxo permanece até que o equilíbrio seja alcançado entre
sucção capilar e as forças físico-químicas de retenção de água, fazendo com que o
Página

aperto mecânico das partículas no interior da argamassa seja tal que o raio médio

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
dos seus capilares se torne igual aos capilares da base, interrompendo-se com isto
o fluxo de água por sucção.

Com a densificação das partículas no interior da argamassa, o raio dos


capilares diminui, concorrendo com os poros do substrato em termos de força
capilar. No momento em que os poros da argamassa se tornam menores que os
existentes no substrato, esses poros passam a ser chamados poros ativos, pois
possuem força capilar suficiente para retirar água do substrato em direção à
argamassa. Nesse momento ocorre a reversão do sentido de sucção de água,
ocorrendo da base para a matriz (SCARTEZINI, 2002).

Na Figura 11 é apresentado um esquema de fluxo de água no interior da


argamassa de revestimento no momento do contato entre a argamassa e a base
porosa, e após a formação de poros ativos no interior do revestimento.

Figura 11: Representação esquemática do fluxo de água reversível (SCARTEZINI, 2002).

A Figura 12 apresenta um estudo feito por CARASEK (1996), que apresenta a


relação entre o volume de poros realmente ativos dos substratos com as suas
respectivas resistências de aderência à tração, quando da aplicação de
argamassas de revestimento.
16
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 12: Relação entre resistência de aderência à tração e quantidade de
poros ativos.

A Figura 12 permite observar que, à medida que aumenta a quantidade de


poros ativos do substrato, maior será a resistência de aderência da argamassa
aplicada sobre eles. Segundo SCARTEZINI (2002), isto reforça a teoria de que a
aderência é decorrente da absorção de água da argamassa pelo substrato, com a
posterior precipitação dos produtos de hidratação do cimento no interior dos poros
do substrato.

3.4. Aderência mecânica e química

A utilização de concretos de alta resistência, o uso de desmoldantes ou o


emprego de fôrmas plastificadas são fatores que cada vez mais contribuem para
que a base se torne lisa ou de baixa porosidade superficial, prejudicando a
absorção capilar que deve existir na camada superficial da ase, de modo que
permita a penetração e ancoragem dos produtos de hidratação da argamassa de
revestimento no interior do substrato, o que garante a ancoragem mecânica.

Carasek (2007) afirma que a aderência da argamassa endurecida ao substrato


é um fenômeno essencialmente mecânico devido, basicamente, a penetração da
pasta aglomerante ou da própria argamassa nos poros ou entre as rugosidades da
base de aplicação. Outra parcela menos significativa que contribui para a aderência
das argamassas aos substratos são as ligações secundárias do tipo Van der
Waals.

Quando a argamassa no estado plástico entra em contato com a superfície


17

absorvente do substrato, parte da água de amassamento, que contém em


Página

dissolução ou estado coloidal os componentes do aglomerante, penetra pelos


poros e pelas cavidades do substrato. No interior dos poros ocorrem fenômenos de

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
precipitação dos produtos de hidratação do cimento e da cal, e transcorrido algum
tempo, esses precipitados intra-capilares exercem ação de ancoragem da
argamassa à base.

O estudo e perfeito entendimento do mecanismo de aderência da argamassa ao


substrato poroso e dos fatores intervenientes nesta ligação é de grande
importância, pois grande parte das manifestações patológicas nos revestimentos é
devida às falhas nessa aderência (CARASEK, 1996).

Falhas ou a perda da aderência de revestimentos argamassados resulta em


patologias, prejuízos econômicos significativos e ações processuais civis uma vez
que pode representar risco de vidas humanas. O desempenho é prejudicado, a
durabilidade e conforto das edificações ficam comprometidos.

É fundamental conhecer materiais, mecanismos de aderência e os fatores que


têm interferência na aderência da argamassa ao substrato, assim como definir
parâmetros de projeto e o estabelecimento de procedimentos executivos para
garantir desempenho aceitável e seguro.

CARASEK (1996), afirma que a taxa inicial de sucção de água (IRA) do tijolo
define sua capacidade de aderência com as argamassas de assentamento e
revestimento. Ainda de acordo com a autora, inúmeros autores apresentam valores
de IRA ótimos ou valores de IRA mínimos e máximos com vistas à garantia de uma
aderência adequada. Para tijolos cerâmicos, os valores mais aceitos oscilam entre
10 e 30g / 200cm2/min.

GALLEGOS (1995) afirma que o IRA e seus ensaios similares não podem
representar com fidelidade o comportamento absorvente do tijolo frente à
argamassa, ao longo do tempo. Isto porque o IRA não está relacionado com a
distribuição dos tamanhos dos poros e sim apenas com o conteúdo dos poros
capilares do substrato; além disso, ele é medido com relação a água livre e não
água restringida na argamassa; e finalmente, o ensaio é determinado em um
minuto, por estar limitado a esse curto espaço de tempo, não mede a real
capacidade se sucção de água que, na prática, pode ser mais elevada, uma vez
que as forças capilares poderão continuar atuando durante um período mais
prolongado. O autor também chama a atenção para o fato de blocos de diferentes
matérias primas, com o mesmo valor de IRA, em geral produzirem resistências de
aderência diferentes.

Já para MCGINLEY (1990), a consistência da argamassa e a taxa de sucção de


água do substrato (IRA) afetam a água disponível na interface, portanto ambos
afetam a resistência de aderência do conjunto.

Mecanismos de ligação argamassa-substrato


18

De acordo com CARASEK (2007), a aderência da argamassa endurecida ao


substrato é um fenômeno essencialmente mecânico, causado pela penetração da
Página

pasta aglomerante nos poros ou entre as rugosidades da superfície de aplicação.


Ainda segundo a autora, parte da água de amassamento, que contem em
Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos
Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
dissolução ou em forma coloidal os componentes do aglomerante, penetra pelos
poros e pelas cavidades do substrato, onde ocorrem os fenômenos de precipitação
dos produtos de hidratação do cimento e da cal, produzindo um efeito de
ancoragem da argamassa à base.

CARASEK (1996), através de estudos realizados com o MEV, observou que a


aderência é decorrente do intertravamento principalmente de etringita
(3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O – trissulfoaluminato de cálcio hidratado: um dos
produtos da hidratação do cimento) no interior dos poros do substrato.

A Etringita é um Sulfo-alumintato de cálcio ou Monossulfato C6AS3H32.

Figura 13: Interface das zonas de transição e matriz cimentícia (METHA e


MONTEIRO, 2008).

O aumento localizado da concentração de etringita se deve ao fato de ao se


misturar o cimento Portland com a água, a gipsita utilizada como reguladora de
pega do cimento dissolve-se e libera íons sulfato e cálcio. Esses íons são os
primeiros a entrar em solução, seguidos pelos íons aluminato e cálcio provenientes
da dissolução do C3A do cimento. Devido ao efeito de sucção imposto pelo
substrato poroso, estes íons são carreados para o interior dos poros causando a
referida ancoragem.

Com a precipitação da etringita e a dissolução mais rápida dos íons SO2 -4,
ALO-4 e Ca2+, os poros são preenchidos prioritariamente por eles, sobrando
menos espaço para precipitação de outros produtos de hidratação do cimento,
como o CSH, ou mesmo produtos posteriores da carbonatação da cal como a
calcita. Por isto estes últimos aparecem em menor quantidade na região da
19

interface
Página

De forma geral quanto à aderência mecânica associada à hidratação do


cimento são verificados:
Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos
Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
1. Hidratação dos silicatos:
a) Gel silicatos de cálcio hidratados (CSH) apresentam áreas de superfície
significativas, suficientes para ocorrência das forças de Van der Waals que
conseqüentemente conferem resistência mecânica à pasta.

2. Hidratação dos aluminatos:


a) Sem o gesso ocorre reação imediata com liberação de calor, formando
hidratos cristalinos, conseqüentemente conferem a pega.

3. Hidratação do gesso:
a) A adsorção superficial retarda a tendência à pega rápida do clínquer
Portland.

Figura 14: Micrografia de Cristais de Etringita, Sulfo-alumintato de Cálcio.

A etringita é encontrada em argamassas e concretos de cimento Portland e é


normalmente referenciada em relatórios petrográficos, conforme pode ser
verificado na figura 14ª Micrografia de Cristais de Etringita, sulfo-aluminato de
Cálcio (Portland Cement Association, 2001). Fontes de sulfato de cálcio, tais como
o gesso, são adicionados ao cimento Portland da pega rápida para evitar o
desenvolvimento e melhorar a força. Sulfato também está presente no material
complementar de cimento e misturas. Os compostos de sulfato de gesso e outros
reagem com aluminato de cálcio do cimento para formar etringita dentro das
primeiras horas após a mistura com água. Essencialmente todo o enxofre do
cimento é normalmente consumido para formar etringita em 24 horas.

Outro termo usado em relatórios petrográficos é o Retardo na Formação de


Etringita (DEF). Isto se refere a uma condição normalmente associada a tratamento
20

térmico do concreto. Certos concretos com composição química específica,


expostos a temperaturas superiores a 70C (158°F) durante a cura, podem sofrer
Página

expansão fissuras causadas pela formação de etringita mais tarde. Isso pode
ocorrer por causa da alta temperatura se decompõe qualquer etringita formada
Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos
Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
inicialmente e prende o sulfato de alumina firmemente no gel de silicato hidratado
de cálcio (CSH) da pasta de cimento. A formação normal de etringita é assim
impedida.

CARASEK et al. (2001) definiram a aderência como sendo a resistência e a


extensão de contato entre a argamassa e uma base porosa.

A NBR 13528 (ABNT, 2010) define aderência como a propriedade do


revestimento de resistir a tensões normais ou tangenciais atuantes na interface do
substrato.

O desenvolvimento do mecanismo da aderência ocorre em duas etapas


distintas, consecutivas e intrinsicamente relacionadas: Adesão Inicial e Aderência.
A primeira ocorre no momento em que a argamassa no estado fresco é lançada
sobre o substrato poroso e a segunda é a aderência propriamente dita, que se
desenvolve ao longo do processo de hidratação dos aglomerantes da argamassa.
(Moreno et al., 2007).

GARBACZ et al. (2006) definem o fato de que a adesão depende de vários


fenômenos na zona de interface como higroscopicidade do substrato, capilaridade,
geometria da superfície do substrato, forças de atração e tipo de material de
assentamento.

3.5. Durabilidade de aderência

A durabilidade da aderência é proporcionada pelo restabelecimento ou


reconstituição autógena, através do fechamento gradual de trincas e fissuras pela
carbonatação dos hidróxidos nas aberturas, ou seja, a propriedade que a cal possui
em preencher vazios evitando o surgimento de fissuras o que é obtido pela reação
da carbonatação ao longo do tempo. (SCARTEZINI, CASCUDO e CARASEK,
2001).

Segundo CARASEK (1996), a maior plasticidade e retenção de água conferem


à argamassa mista (cimento e cal) preenchimento mais fácil e completo de toda a
superfície do substrato, propiciando maior extensão de aderência. Afirma que a
durabilidade de aderência é proporcionada pela habilidade da cal em evitar
minúsculas fissuras e preencher os vazios através da sua carbonatação que se
processa ao longo do tempo. Essa característica tem o nome de reconstituição
autógena.
21
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
Figura 15: Variações nas propriedades de uma argamassa (SABBATINI,
1998).

AGOPYAN (1998) afirma que a cal proporciona à argamassa a capacidade de


retenção de água, favorecendo a hidratação do cimento. Para o autor, a retenção é
causada pelas pequenas partículas de cal, as quais favorecem também o
endurecimento e a aderência da argamassa ao substrato.

SABBATINI, F.H. (1998) afirma que a falta de boa retenção de água por parte
da argamassa pode ocasionar a absorção excessiva de água pelo substrato
aumentando o potencial de retração por secagem; a redução da resistência de
aderência e resistência mecânica devido a prejuízos causados à hidratação do
cimento e carbonatação da cal, menor capacidade de absorver deformações
devido a um maior módulo de elasticidade da argamassa endurecida e por fim
menor resistência. Como conseqüência de todos esses fatores haverá ainda
prejuízos na durabilidade e na estanqueidade da parede, conforme indicado na
figura 15 - Variações nas propriedades de uma argamassa com a alteração da
composição relativa de cimento e cal.
22
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
4. Conclusão

“Apesar de vários estudos relacionados ao processo de formação da interface,


ainda não é possível dar uma explicação detalhada de como a aderência ocorre,
pois se tratam de estudos específicos, com ênfase nas propriedades da matriz
cimentícia (pasta ou argamassa) ou substrato (base ou agregado), associada à
falta de técnicas de caracterização geram dúvidas e alto índice de defeitos” (Costa
e John, 2011).

O fenômeno de aderência entre substrato e matriz ainda não é completamente


compreendido.

A extensão de aderência tem grande influência na resistência de aderência da


argamassa no substrato, tanto na teoria de aderência química quanto aderência
mecânica.

A energia de aplicação impacta na adesão inicial e resistência de aderência, em


função do aumento na área de contato entre o substrato e a matriz. Se não há
contato não há aderência.

A absorção da base influencia a microestrutura da interface e o grau de


ancoragem mecânica da argamassa no substrato.

É fundamental a existência da durabilidade da aderência que começa com o


endurecimento inicial da argamassa e continua ao longo da vida útil do
revestimento. O surgimento de fissuras durante ou após o endurecimento da
argamassa, pode comprometer a aderência.

23
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
5. Referências Bibliográficas

ANTUNES, R. P. Influência da reologia e da energia de impacto na resistência


de aderência de revestimentos de argamassa, 2005.

CABRAL, E. Aula 3: Argamassa. Curso de Engenharia Civil. Universidade


Federal do Ceará.

CARASEK, H.; CASCUDO, O.; CINCOTTO, M. A.; DJANIKIAN, J. G. II


Simpósio Brasileiro. Microestrutura da interface argamassa / tijolo cerâmico, 1997.

CARASEK, H.; DJANIKIAN, Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP –


Aderência de Argamassas a Base de Cimento Portland a Unidades de Alvenaria,
1997.

CARVALHO JUNIOR, C. A. N. Avaliação da aderência dos revestimentos


argamassados: uma contribuição à identificação do sistema de aderência
mecânico, 2005.

COSTA, E. B. C.; JOHN, V. M. IX Simpósio Brasileiro de Tecnologia de


Argamassas. Aderência substrato-matriz cimentícia – estado da arte, 2011.

DAY, ROBERT L., The Effect of Secondary Ettringite Formation on the Durability
of Concrete: A Literature Analysis, RD108, Portland Cement Association, 1992.

HO, S. Strength and microstructural characteristics of brick/mortar bond, 2000.

LERCH, WILLIAM, Effect of SO3 Content of Cement on Durability of Concrete,


R&D Serial No. 0285, Portland Cement Association, 1945.

MACIEL, L. L.; BARROS, M. M. S. B.; SABBATINI, F. H. Recomendações para


Execução de Revestimentos de Argamassa para paredes de vedação internas e
externa e tetos. São Paulo, 1998.

MOURA, C. B. Aderência de revestimentos externos de argamassa em


substratos de concreto: influências das condições de temperatura e ventilação na
cura do chapisco. Dissertação (mestrado em Engenharia Civil). Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

PAES, I. L.; BAUER, E.; CARASEK, H. VI Simpósio Brasileiro de Tecnologia de


Argamassas. Influência da estrutura de poros de argamassas mistas e de blocos
de concreto e cerâmico no desempenho dos revestimentos, 2005.
24
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP
PAES, I. N. L. Avaliação do transporte de água em revestimentos de argamassa
nos momentos iniciais pós-aplicação. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) –
Universidade de Brasília, Brasília-DF, 2004.

PCA, Ettringite Formation and the Performance of Concrete, IS417, Portland


Cement Association, 2001.

POLITO, G.; CARVALHO JUNIOR, A. N.; BRANDÃO, P. R. G. VIII Simpósio


Brasileiro de Tecnologia de Argamassas. Caracterização micro estrutural da
interface argamassa mista / bloco cerâmico. Universidade Federal de Minas Gerais,
2009.

PRETTO, MÁRCIA ELISA JACONDINO, Influência da rugosidade gerada pelo


tratamento superficial do substrato de concreto na aderência do revestimento da
argamassa. Dissertação (mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

RUDUIT, F. R. Contribuição ao estudo da aderência de revestimentos de


argamassa e chapisco em substrato de concreto. Dissertação (Mestrado em civil).
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

SANTOS, A. B. Ensaio de aderência das argamassas de revestimento.


Monografia (Especialização) – Escola de Engenharia da UFMG – Universidade
Federal de Minas Gerais, 2008.

TEMOCHE-ESQUIVEL, J. F.; DEIFELD, T.; BARROS, M. M. B. S.; JOHN, V.;


França, R. VII Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Argamassas. Influência da taxa
de defeitos de interface nas tensões de origem térmica em revestimentos de
argamassa, 2007.

WU, S; DEKKER, M. Polymer interface and adhesion, New York, 1982.


25
Página

Artigo Técnico Desempenho de Sistemas Construtivos


Ricardo Lopes & Rafael Mantuano Netto - 21.Dez.2014 SP

Você também pode gostar