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São Paulo
2018
MIRIAN SANTANA GABRIEL
São Paulo
2018
MIRIAN SANTANA GABRIEL
São Paulo
2018
CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
Aos meus pais, meu irmão e minha sogra, pelo apoio, compreensão, incentivo e
carinho de sempre.
Ao meu orientador, Prof. Msc Alexandre Amado Britez, pelos ensinamentos e pela
orientação com sabedoria e clareza.
This work presents a discussion about the use of climbing cranes in structural masonry
projects, with the aim of reducing the cycle time for the execution of pavements. The
work presents the main technical characteristics of the equipment and the main
potential advantages of its use. A case study comparing two projects was raised from
a construction company, one with the use of the climbing crane and one without the
equipment. As a result of this study, the conclusion was that the climbing crane was
not cost-effective for this project since the use of the equipment was not planned in
order to extract its maximum efficiency.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
1.2 Objetivo
1.3 Metodologia
A metodologia utilizada para coleta dos dados e informações deste trabalho foi
composta da experiência da autora nos empreendimentos da construtora estudada,
enquanto engenheira residente da obra, acesso aos dados dos empreendimentos que
compõem o estudo de caso e revisão bibliográfica acerca do tema.
A coleta dos dados dos empreendimentos do estudo de caso buscou determinar o
porte dos empreendimentos e as suas necessidades, buscando entender as decisões
tomadas do ponto de vista da distribuição vertical de material para abastecimento da
obra.
A revisão bibliográfica objetivou conceituar o equipamento objeto deste estudo, suas
necessidades para instalação na obra, vantagens, desvantagens e os itens
normativos referentes à sua utilização.
2.1 Definição
O local de instalação deste tipo de grua deve ser preparado prevendo vigas com
capacidade de carga correspondente ao necessário pela grua indicado pelo
fornecedor. A grua ascensional é suportada por dois conjuntos de amarras em duas
lajes subsequentes. A fixação deste conjunto de amarras é feita por vigas perfil “I” e
travadas por meio de barras roscadas que atravessam cada laje.
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A grua ascensional dispõe de acessórios para facilitar a operação com cargas como:
Garfo paleteiro;
Caçamba para entulho;
Balde para concreto, argamassa e graute;
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2.2 Histórico
0,25 m³ de concreto
1 m² de alvenaria
Elevador de obras 5 minutos
100 kg de aço
0,13 m³ de argamassa
0,25 m³ de argamassa
0,5 m³ de concreto
Grua 5 minutos
8 m² de alvenaria
200 kg de aço
Guincho de coluna 6 minutos 0,04 m³ de argamassa
Fonte: Souza e Franco (1997)
Estes indicadores possibilitam avaliar todos os transportes de uma fase crítica da obra
para o atendimento nos andares solicitados.
Portanto, além do custo, devem ser avaliadas quais serão as decisões, dentre as
diversas opções a serem tomadas para o processo construtivo. Souza (2000) cita
algumas destas opções como para a armação podendo a obra optar por:
Nota-se que, se a opção for pré-montar as peças em central, a grua se faz necessária
para fazer o transporte da central até o pavimento em execução.
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2.5 Normalização
e) alarme sonoro para ser acionado pelo operador em situações de risco e alerta, bem
como de acionamento automático, quando o limitador de carga ou momento estiver
atuando;
f) placas indicativas de carga admissível ao longo da lança, conforme especificado
pelo fabricante;
g) luz de obstáculo (lâmpada piloto);
h) trava de segurança no gancho do moitão;
i) cabos-guia para fixação do cabo de segurança para acesso à torre, lança e contra
lança;
j) limitador de giro, quando a grua não dispuser de coletor elétrico;
k) anemômetro que emita alerta visual e sonoro para o operador do equipamento de
guindar quando for detectada a incidência de vento com velocidade igual ou superior
a 35 km/h;
l) dispositivo instalado nas polias que impeça o escape acidental do cabo de aço;
m) limitador de curso de movimentação de gruas sobre trilhos, por meio de sistema
de segurança monitorado por interface de segurança;
n) limitadores de curso para o movimento da lança – item obrigatório para gruas de
lança móvel ou retrátil;
o) aterramento elétrico;
p) dispositivo de parada de emergência;
q) dispositivo limitador de velocidade de deslocamento vertical do cesto suspenso.
A NR 18 estabelece as diretrizes para instalação de gruas e para a execução do plano
de cargas. Nela estão determinadas as distancias necessárias de edificações vizinhas
para a instalação da grua, os itens obrigatórios que devem estar presentes em todas
as gruas, a obrigatoriedade de aterramento do equipamento, e as demais condições
de operação da grua.
O operador da grua e o sinaleiro deve ser treinado nesta NR para a correta operação
do equipamento observando as melhores práticas e evitando acidentes. Este
treinamento deve oferecer certificado e a construtora deve exigir este documento dos
funcionários e da locadora do equipamento.
A NR 18 determina também a execução de um plano de carga, conforme exemplo na
figura 11, que detalhe a localização da obra, da grua, a determinação do fornecedor
locador, o responsável pela manutenção da grua, a informação de todas as possíveis
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3 ESTUDO DE CASO
DIRETORIA
REPRESENTANTE
SESMT
DA DIREÇÃO
GERÊNCIA
GERÊNCIA GERÊNCIA
ADMINISTRATIVA
COMERCIAL TÉCNICA
E FINANCEIRA
CORDENADOR
CORDENADOR DE ASSISTENCIA
ADMINISTRATIVO SUPRIMENTOS
OBRA TÉCNICA
E FINANCEIRO
ENGENHARIAS
CONTAS A PAGAR DAS OBRAS EM
ANDAMENTO
CONTAS A
RECEBER
Fonte: A autora
Os edifícios são construídos em sua maioria com estrutura mista tendo das garagens
até o térreo estrutura reticulada de concreto e alvenaria estrutural nos pavimentos tipo
até a cobertura.
Para a organização da produção e controle de qualidade a construtora tem
procedimentos de qualidade, segurança, saúde ocupacional e gestão ambiental.
O suprimento de material é requisitado pela obra e o mapa de concorrência é
executado pelo escritório. Já para mão-de-obra, a concorrência e contratação é feita
pela obra, salvo itens de grande impacto na “curva abc” de serviços como empreiteiro
de fundações, estrutura de concreto e alvenaria, que são contratados pelo escritório.
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3.2 Empreendimento A
O empreendimento tem apartamentos com dois e três dormitórios, sendo uma suíte e
opções para living ampliado em algumas unidades. São 3 tipos de unidades
habitacionais de 52m², 53m² e 65m² além de duas unidades de cobertura com 124m²
e 132m².
Figura 14 – Planta apartamento 2 dormitórios.
Além destes equipamentos a obra utilizou uma mini carregadeira (bobcat) com garfo
para descarga do caminhão e transporte horizontal de cargas.
3.3 Empreendimento B
Empreendimento denominado Vision SPA Bela Vista, localizado no Bela Vista, bairro
de Osasco-SP, composto de uma torre com 17 pavimentos tipo com 99 unidade de 2
dormitórios e com 1 ou 2 vagas de garagem e uma área total construída de 10.389
m².
Conta com itens de lazer como: praça das águas, quadra recreativa, salão gourmet,
piscina adulto e infantil, praça dos esportes, praça das festas, gourmet externo com
churrasqueira e forno para pizza, salão de jogos, prainha, playground, brinquedoteca,
fitness com sala de yoga, boulevard social, solarium e salão de festas.
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O fornecimento de concreto do edifício era feito por caminhões betoneira por empresa
especializada e a elevação deste concreto era realizada por meio de bomba
estacionária ou bomba lança, quando possível.
O aço era entregue já cortado e dobrado em feixes identificados conforme sua posição
de acordo com o projeto de armação para montagem na obra.
As fôrmas de madeira também eram fornecidas prontas apenas para montagem na
obra e os escoramentos fornecidos por empresa de locação com projeto próprio de
acordo com o projeto de estruturas do empreendimento.
Os blocos de concreto para elevação das paredes de alvenaria estrutural eram
fornecidos com resistências de 16 a 4 MPa.
A argamassa e o graute eram fornecidos ensacados com resistência de acordo com
o projeto para mistura na obra por meio de argamassadeiras.
O acabamento das áreas secas era realizado em gesso liso desempenado aplicado
diretamente sobre a alvenaria estrutural. Já as áreas molhadas como banheiros,
cozinhas, áreas de serviço e varandas eram realizados em chapisco e emboço.
O concreto das lajes era executado com piso zero, o que demanda de contrapiso
apenas nas áreas de banheiros e varandas de modo a executar as caídas
necessárias. Somente era realizado contrapiso no pavimento inteiro quando da
impossibilidade de adequado acabamento de piso zero na execução da concretagem.
Os serviços descritos acima são os que mais impactam na escolha do meio de
transporte.
No empreendimento em questão o meio de transporte vertical escolhido foi um
elevador de obra e uma grua ascensional.
Com o uso destes equipamentos o transporte era realizado conforme os itens a seguir:
Os blocos de concreto eram descarregados pela grua ascensional e
armazenados no pavimento térreo até o momento do transporte para o
pavimento em execução. O palete era transportado inteiro e, no pavimento
distribuído aos pedreiros conforme a necessidade;
A argamassa e o graute foram adquiridos industrializados em sacos e eram
descarregados do caminhão pela grua e armazenados no pavimento térreo.
Neste pavimento também ficavam as argamassadeiras. Após a mistura, a
argamassa e o graute eram transportados por meio do acessório balde para o
pavimento em execução e distribuídos aos pedreiros;
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Além dos problemas com a grua, a obra teve problemas com o empreiteiro de
alvenaria estrutural e de concreto armado o que ocasionou inclusive a troca deste.
Esta troca, que ocorreu do 8º para o 9º pavimento, também ocasionou mais atrasos.
5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve como principal objetivo discutir sobre o emprego de grua
ascensional em edifícios de alvenaria estrutural, com base em um estudo de caso em
dois empreendimentos de uma construtora. O intuito do emprego da grua ascensional
no empreendimento B foi de alcançar menor tempo para cada ciclo na execução dos
pavimentos em alvenaria estrutural.
Para esta análise foram levantados os dados referentes aos dois empreendimentos
quanto aos equipamentos empregados e quanto aos resultados obtidos no tempo de
ciclo para a execução de cada pavimento. Além disso, foram levantadas as
características técnicas e as potenciais vantagens do uso da grua ascensional por
meio do levantamento bibliográfico do equipamento.
Como resultado deste trabalho notou-se que, o empreendimento em questão não fez
um bom uso do equipamento. Além dos problemas com o equipamento e seu
fornecedor a construtora não planejou o uso da grua ascensional em seu máximo de
capacidade, de modo a diminuir também o seu custo.
Esta conclusão demonstra a desatenção da construtora quanto ao emprego deste
equipamento. Para obter melhores resultados a construtora deve ter em mente a
importância da análise do fornecedor na contratação, a avaliação ao fim do contrato e
avaliação do resultado obtido pelo empreendimento com o uso do novo equipamento.
Estas análises devem ser sistêmicas e formais para que a construtora concretize
investimentos certeiros para uma maior industrialização de suas obras.
Há neste trabalho uma significativa diferença na quantidade de pavimentos das obras
estudadas, o empreendimento A possui 12 pavimentos em alvenaria estrutural
enquanto o B possui 17. Esta diferença pode trazer um questionamento quanto à
efetividade do uso do conjunto de equipamentos do empreendimento A (elevador de
obra, guincho de elevação e mini carregadeira) em um empreendimento com mais
andares. Como proposta para novas pesquisas com sobre este tema, sugere-se o
estudo em empreendimentos iguais ou, pelo menos, mais semelhantes quanto a
quantidade de andares, já que quanto a complexidade de cada andar os
empreendimentos estudados já são bem parecidos.
Quanto a nomenclatura destes equipamentos há também uma grande confusão no
mercado. A grua ascensional é, de fato, uma grua, como as gruas fixas, não devendo
ser confundidas com mini grua nem com guincho de elevação ou velox, que, em geral
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REFERÊNCIAS
BRITEZ, A. A. Básico para engenheiros. Curso ministrado na PINI. São Paulo – SP:
PINI, 2014.
SCIGLIANO, W. A. Manual para utilização de gruas. São Paulo: Ed. Do Autor, 2015.
160 p.