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Unidade II
5 MADEIRAS PARA ESTRUTURAS
5.1 Generalidades
A madeira e a pedra eram os materiais mais importantes das obras de engenharia até o século XIX e
usualmente utilizados em conjunto. Porém, somente durante as primeiras décadas do século XX, foram
desenvolvidos cálculos teóricos direcionados às estruturas de madeira, possibilitando que atualmente
tenhamos métodos seguros para o dimensionamento dos mais variados elementos estruturais que
compõem uma construção.
Para Dias (2018, p. 66), “A madeira para a construção DEVE vir de florestas de manejo florestal
sustentável. E nós devemos exigir que sejam dessa maneira”.
Suas utilizações práticas podem ser em pontes, casas, estruturas de cobertura, andaimes, formas
para estruturas de concreto, escoramentos, forros, pisos, rodapés etc.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
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Unidade II
A madeira, em razão de possuir resistência equivalente à do concreto, está começando a ser empregada
em construções de prédios de vários pavimentos em todo o mundo. Com a madeira industrializada é
possível produzir elementos estruturais com as mesmas dimensões das peças de concreto.
As fontes das madeiras são as florestas que podem ser plantadas ou nativas.
• Florestas plantadas: têm como objetivo produzir matéria‑prima para as indústrias de madeira
serrada, cuja implantação, manutenção e exploração seguem projetos aprovados pelo Ibama. No
Brasil, em geral são constituídas por eucalipto e pínus.
• Florestas nativas: são exploradas para atender o mercado de duas maneiras. Por meio de manejo
florestal, que possibilita a exploração planejada e controlada da mata, ou através de exploração
extrativista, sem controle.
O manejo florestal é a forma correta para a utilização dos recursos naturais, em função de utilizar
o princípio de sustentabilidade, ou seja, prevendo um uso que permite a recomposição da floresta,
possibilitando a sua viabilização econômica, social e ambiental.
Saiba mais
FLORESTAS PARA TODOS, PARA SEMPRE. Sobre o FSC Brasil: [on‑line]: [s.d.].
Disponível em: <https://br.fsc.org/pt‑br/fsc‑brasil>. Acesso em: 2 abr. 2019.
No caso das seções sujeitas a esforços de flexão, dividimos o seu estudo em dois grupos, em função
das solicitações normais atuantes, segundo as denominações duras e macias.
As madeiras duras são originárias das árvores dicotiledôneas, com folhas achatadas e largas, cujo
crescimento é lento, como: ipê, aroeira, peroba, carvalho e outras.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Estas madeiras de melhor qualidade costumam ser chamadas, no Brasil, madeiras de lei. Fora
das áreas de preservação ambiental, atualmente, este tipo só existe em locais distantes dos grandes
centros consumidores.
As madeiras macias são originárias das árvores coníferas, com folhas em forma de agulhas ou
escamas e sementes agrupadas em forma de cone, como: pinheiros, cedros, sequoias e outras.
Comercialmente, as madeiras são classificadas de acordo com a sua qualidade conforme segue:
• Primeira categoria: através de método visual normalizado, são classificadas como isentas de
defeitos e também são submetidas a uma avaliação mecânica que garanta a homogeneidade
da rigidez das peças que compõem o lote de madeira. São muito caras e utilizadas em
situações especiais.
• Segunda categoria: são aquelas que apresentam poucos defeitos. No caso de nós, eles devem ser
firmes. São as mais utilizadas na construção civil, principalmente com função estrutural.
• Terceira categoria: são aquelas que demonstram uma maior incidência de defeitos. Não são
utilizadas com função estrutural.
Lembrete
Seguem listados os sete tipos de madeiras mais comuns utilizados nas construções, sendo os três
primeiros referentes a madeiras maciças, e os demais a madeiras industrializadas: madeira roliça, madeira
falquejada ou lavrada, madeira serrada, madeira laminada colada, madeira laminada colada cruzada,
madeira compensada e madeira recomposta.
• Madeira roliça: utilizada na forma de troncos sem a casca, é comumente usada em escoramentos,
postes e colunas. Os tipos mais comuns no Brasil são o eucalipto e o pinho‑do‑paraná.
• Madeira falquejada ou lavrada: trata‑se de madeira obtida por meio de corte com machado, de
forma que as partes laterais são retiradas, formando uma peça de seção retangular. Seu uso é mais
comum em antigos dormentes de madeira, estacas, cortinas cravadas e pontes.
• Madeira serrada: é aquela que resulta diretamente das toras, constituída por peças cortadas
longitudinalmente com uma serra, independentemente de suas dimensões, obtendo-se uma
seção retangular ou quadrada.
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Unidade II
• Madeira laminada colada: também conhecida pela sigla MLC, é um tipo de produto estrutural de
madeira que compreende várias lâminas de madeira, coladas com adesivos estruturais duráveis
e resistentes à umidade. Laminação, por definição, são pequenos pedaços de madeira colados
entre si, formando um único elemento grande, forte e estrutural. Esses elementos estruturais são
utilizados como pilares e vigas.
Madeira laminada colada, como outros produtos de madeira, representa um uso eficiente da
madeira disponível. Enquanto a demanda continua a aumentar em todo o mundo, ocorre uma
redução das madeiras de alta qualidade e grande diâmetro. Em função dos fatos já mencionados
(e combinados com as preocupações ambientais e as mudanças nas práticas de gestão florestal
para obter madeira maciça), fica cada vez mais caro e difícil de se conseguir. Já a MLC faz o uso
de menores dimensões da madeira, mas que são associadas para serem mais fortes e terem as
mesmas dimensões das madeiras maciças.
A MLC é o produto estrutural de madeira mais importante nos países da Europa e da América
do Norte. A madeira selecionada é cortada em lâminas, de 15 mm a 50 mm de espessura, que
são coladas sob pressão, transformando-se em grandes vigas e pilares para a construção. Para a
obtenção de elementos estruturais de grandes comprimentos, as lâminas podem ser emendadas
com defasagem de modo a evitar mais de uma emenda na mesma seção.
• Madeira laminada colada cruzada (CLT, de cross laminated timber): é um produto fabricado
com três, cinco ou sete camadas ortogonais de madeira laminada serrada que são coladas com
adesivos estruturais a fim de formar painéis retangulares para utilização como lajes, paredes de
fechamento e paredes estruturais. No caso de paredes, podem ser encomendados com aberturas
para portas e janelas. O conceito para a fabricação é muito parecido com o utilizado nas placas
de madeira compensada. O único avanço tecnológico trazido pelo CLT é a possibilidade de se
produzir painéis de grandes dimensões, podendo chegar até 3 m x 12 m, e grandes espessuras,
podendo chegar a 300 mm.
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• Madeira compensada: é um produto fabricado pela colagem de três ou mais lâminas, em camadas
ortogonais de madeira laminada, cujas lâminas de um modo geral possuem espessuras entre
1 mm e 5 mm. As chapas de compensado são fabricadas com dimensões de 1,6 m x 2,2 m e
espessuras entre 4 mm e 25 mm. O compensado pode ter qualidade inferior pela possibilidade
de existência de nós e vazios. É por isso que o material é mais utilizado para a fabricação de
mobiliário, revestimentos de tetos e paredes, além de formas de concreto.
Saiba mais
<http://techne17.pini.com.br>.
<http://www.remade.com.br>.
Exemplo de aplicação
As árvores crescem através da adição de camadas externas, sob a casca. A figura a seguir indica
quatro partes distintas e bem definidas, com características e funções diferentes. A partir do centro,
temos a medula, que representa um tecido macio e sem interesse de utilização, sendo removido durante
o beneficiamento do tronco.
Logo a seguir encontramos o cerne, que é constituído de células inativas e coloração mais escura.
É a parte da árvore mais indicada para uso estrutural. Na sequência temos o alburno ou branco, que
representa a camada formada por células vivas que conduzem a seiva a partir das raízes, com espessura,
geralmente, entre 3 cm e 5 cm, dependendo da espécie. Por último, temos a casca, que é a proteção
externa da árvore, devendo ser sempre removida para melhor secagem do tronco.
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Unidade II
Casca
Albuno ou branco
Raios medulares
Câmbio ou líber
Medula
Anisotropia
A madeira é um material anisotrópico, pois há variação de suas propriedades nas três principais
direções: radial, tangencial e longitudinal. A direção longitudinal é comumente designada “direção
paralela às fibras”. Quanto às direções radial e tangencial, na prática, em função da pequena variação
das propriedades, são agrupadas em uma só, comumente denominada de “direção normal às fibras”.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Umidade
O teor de umidade é a relação entre a massa da água contida na madeira e a massa da madeira seca.
É dado por:
Teor de umidade:
mi − ms
U( % ) = x100
ms
Sendo:
Para a determinação da umidade nas amostras da madeira, deve-se seguir a orientação descrita na
NBR 7190 (ABNT, 1997).
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Unidade II
• Água livre: inclusa nas cavidades das células, pode ser eliminada por secagem.
• Água impregnada: inclusa nas paredes das células, difícil de ser eliminada por secagem.
O teor de referência para aplicação estrutural é de 12%, conforme NBR 7190 (ABNT, 1997).
A umidade na madeira é um aspecto que influi diretamente na sua resistência como estrutura.
Observação
Densidade
massa seca
densidade básica =
volume saturado
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Consiste na redução ou expansão das dimensões da madeira, que ocorrem em função da perda ou
ganho de umidade, respectivamente. Este fenômeno é mais intenso na direção perpendicular às fibras,
sendo praticamente desprezível na direção longitudinal.
Dilatação térmica
A madeira tem uma boa resistência ao fogo, ao contrário do que se imagina. Uma peça exposta ao
fogo vira para disseminação das chamas, mas, depois de alguns minutos de queima, sua camada externa
carbonizada vira um isolante térmico, adiando a ação do incêndio.
Lembrete
Durabilidade natural
Já existem vários edifícios no mundo construídos com madeira, como o Butler Square Building em
Mineápolis, que já tem mais de 100 anos e permanece intacto (DIAS, 2018, p. 96).
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Unidade II
Saiba mais
Resistência química
A maioria das espécies catalogadas possui boa resistência à atividade química (esse fator é
amplamente adotado como solução em ambientes com agressividade química).
Problemas relacionados a fungos ou insetos xilófagos (cupins e brocas) são, em geral, o resultado de
pouca atenção aos detalhes da construção, permitindo a exposição da madeira à umidade e à luz solar,
ou falha em sua especificação.
A umidade da madeira também tem a sua importância na deterioração. O teor de umidade superior
a 20% possibilita a proliferação de fungos manchadores, apodrecedores e de insetos xilófagos.
Aqui no Brasil, temos problemas com umidade relativa do ar e também com a presença de vários
tipos de insetos que se alimentam da madeira.
Lembramos, mais uma vez, a importância da NBR 16143 (ABNT, 2013a), cujo foco principal é o
tratamento preservativo, com a finalidade de aumentar a proteção e, portanto, a durabilidade da madeira.
Lembrete
Os defeitos que a madeira apresenta podem ser originados no próprio processo de formação do
tronco ou durante o beneficiamento das peças.
1
1
1
(A)
(B) 4 3
1
2
(D)
(C) 1
(F)
(E)
Figura 58 – Defeitos das madeiras: A) Nós; B) Fendas; C) Gretas; D) Abaulamento; E) Arqueadura; F) Fibras reversas
Nós
Os galhos são muito importantes para a vida da árvore, por serem os portadores dos ramos, folhas,
flores e frutos. O nó corresponde à base do galho que está encaixado no tronco de uma árvore, e, nesta
região, surgem imperfeições como desvios das fibras longitudinais.
Os nós afetam a resistência da madeira, assim como sua flexibilidade. Esses defeitos enfraquecem a
madeira e impactam diretamente em seu valor, em especial para o uso em estruturas onde a resistência
é importante.
Se, no momento do corte da árvore, o galho estiver vivo, o nó será firme, caso contrário, será de fácil
remoção, produzindo orifícios na madeira.
Fendas
São aberturas que surgem nas extremidades das peças, provocadas pela secagem mais rápida da
superfície em relação ao material interno. Nesta situação, os extremos começam a contrair rapidamente
e, como o resto da peça não acompanha, surgem as rachaduras.
Este fenômeno pode ser evitado mediante a secagem lenta e uniforme da peça de madeira.
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Unidade II
Gretas
Esta imperfeição corresponde à separação entre os anéis de crescimento, provocada por tensões
internas devidas ao crescimento lateral da árvore. Também pode surgir em função de ações externas,
como a flexão por causa do vento.
Abaulamento
Encurvamento na direção transversal (largura) da peça. Pode ser provocado por secagem inadequada.
Arqueadura
Encurvamento na direção longitudinal (comprimento) da peça. Uma das causas é a secagem inadequada.
Fibras reversas
São situações em que as fibras não são paralelas ao eixo do tronco. Podem ser oriundas de causas
naturais, como a proximidade de nós, ou provocadas por uma serragem em plano inadequado.
Saiba mais
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Propriedades necessárias
• ft90 é a resistência à tração normal às fibras, que para a utilização em estruturas é considerada nula;
• fv é a resistência ao cisalhamento.
A norma NBR 7190 (ABNT, 1997) estabelece uma padronização para as classes de resistência das
madeiras que serve para a orientação da escolha do material nos projetos estruturais. Veja a seguir:
Coníferas
(Valores na condição‑padrão de referência U = 12%)
fcOk fvk EcO, m ρbas, m ρaparente
Classes
MPa MPa MPa kg/m³ kg/m³
C 20 20 4 3500 400 500
C 25 25 5 8500 450 550
C 30 30 6 14500 500 600
Dicotiledôneas
(Valores na condição‑padrão de referência U = 12%)
fcOk fvk EcO, m ρbas, m ρaparente
Classes
MPa MPa MPa kg/m³ kg/m³
C 20 20 4 9500 500 650
C 30 30 5 14500 650 800
C 40 40 6 19500 750 950
C 60 60 8 24500 800 1000
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Unidade II
A rigidez da madeira é medida pelo valor médio do módulo de elasticidade. O módulo de elasticidade
na direção paralela às fibras Ec0 é definido no ensaio de compressão paralelo às fibras, e o módulo de
elasticidade na direção normas às fibras Ec90 é estabelecido no ensaio de compressão de normas às fibras.
Tanto a resistência como a elasticidade da madeira sofrem influência direta da umidade, inclusive a
umidade do ambiente no qual a madeira será utilizada. Veja o modelo a seguir contendo as classes de umidade.
Classes de umidade Umidade relativa do ambiente Uamb Umidade de equilíbrio da madeira Ueq
1 ≤ 65% 12%
2 65% < Uamb ≤ 75% 15%
3 75% < Uamb ≤ 85% 18%
4 Uamb > 85% durante longos períodos ≥ 25%
Observação
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Nas tabelas a seguir, estão representados os valores médios das propriedades de resistência e rigidez
de algumas espécies de madeiras nativas e de florestamento. Eles foram extraídas do Anexo E da
NBR 7190 (ABNT, 1997).
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Unidade II
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Até as peças de madeira chegarem às nossas mãos, para que possam ser utilizadas nas construções, elas
passam por uma série de transformações, também chamadas de beneficiamento. O primeiro passo, naturalmente,
é o corte da árvore, que deve ocorrer de modo preferencial após atingir a maturidade, momento em que o cerne
ocupa a maior porcentagem do tronco, resultando em madeira de melhor aproveitamento. O tempo necessário
para que as árvores atinjam a maturidade depende da espécie, podendo chegar a várias décadas.
O melhor momento para o corte é a estação seca, quando a árvore possui pouca umidade. Em
seguida é retirada a sua casca, para facilitar o manuseio e o transporte.
O desdobramento do tronco em toras de 4 m a 6 m deve ser realizado com o menor intervalo possível após
o corte da árvore, para evitar defeitos oriundos da secagem da madeira. Quando o corte é efetuado na estação
chuvosa, é necessária a secagem das toras durante algum tempo, com a finalidade de reduzir o teor de umidade.
As toras são cortadas em serras com fita contínua, que as transforma em pranchas e lâminas com
espessuras uniformes, que em geral seguem os padrões comerciais.
Os desdobramentos das toras podem ser realizados de várias maneiras, das quais vamos salientar as duas
mais utilizadas: desdobramento em pranchas paralelas e desdobramento radial, conforme figura a seguir:
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Unidade II
O desdobramento radial produz pranchas mais homogêneas, mas é mais caro, o que favorece a
utilização do desdobramento paralelo com maior frequência.
Antes de poder ser utilizada, a madeira serrada precisa passar por um processo de secagem com
a finalidade de diminuir a umidade. Os objetivos principais desta etapa são: reduzir a movimentação
dimensional, inibir os ataques de fungos, melhorar a trabalhabilidade e aumentar a resistência física
da madeira.
Lembrete
A secagem natural deve ser executada em locais abertos, porém cobertos, empilhando as tábuas
espaçadas entre si de modo a permitir que o ar circule livremente entre as peças. É muito importante o
isolamento do solo.
Como a secagem natural é lenta, foram desenvolvidos processos artificiais de secagem. A secagem
artificial é praticada em fornos alongados através dos quais a madeira se desloca lentamente. As
vantagens da secagem artificial são: o menor tempo do processo e o maior controle do teor de
umidade desejado.
Uma vez seca, as pranchas passam por um novo desdobramento com a finalidade de atingir as
dimensões utilizadas comercialmente.
Conforme a NBR 7190 (ABNT, 1997), citaremos as dimensões mínimas das seções transversais.
Para os elementos principais isolados, como vigas e barras longitudinais de treliças, a área mínima
será de 50 cm² com espessura mínima de 5 cm. Para os elementos secundários, esses valores reduzem‑se,
respectivamente, a 18 cm² e 2,5 cm.
Nas peças principais múltiplas, a área mínima da seção transversal para cada componente será
de 35 cm² com espessura mínima de 2,5 cm. Já para as peças secundárias múltiplas, esses valores
reduzem‑se, respectivamente, a 18 cm² e 1,8 cm.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Dimensões (cm)
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Unidade II
7 SISTEMAS ESTRUTURAIS
Neste item, vamos indicar algumas fórmulas empíricas dos principais sistemas estruturais.
As ações são as causas a partir das quais surgem os esforços ou as deformações nas estruturas.
Nos projetos de estruturas correntes de madeira, são consideradas as cargas permanentes e as variáveis.
São permanentes peso próprio da estrutura, telhas, luminárias, dutos de ventilação/ar condicionado,
equipamentos, peso das paredes, revestimentos, entre outros; já as principais cargas variáveis são as
sobrecargas indicadas na NBR 6120 (ABNT, 1980), em função do tipo de uso da edificação, e o vento,
conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988), cuja influência é mais significativa em coberturas com telhas
fixadas na estrutura ou em edificações esbeltas.
O vento é a movimentação das massas de ar que sofrem variações de aquecimento devido à influência
do sol. Algumas regiões possuem maior aquecimento e esse ar quente, ao subir, é substituído por uma
massa de ar frio a uma dada velocidade. Devido à ocorrência de atrito com a superfície terrestre, plana
ou montanhosa, essas velocidades variam com a altura, crescendo até atingirem certas altitudes em que
as velocidades se tornam praticamente constantes.
O vento possui energia cinética, pois há uma massa de ar em movimento, e, quando essa massa
atinge uma estrutura, essa energia é convertida em pressão na superfície dessa estrutura que
recebeu tal massa de ar. A força correspondente a essa pressão pode variar dependendo da forma
da estrutura, da angulação e da velocidade do vento. Essa pressão será sempre perpendicular à
superfície da edificação.
Quando essas estruturas são simétricas ou possuem formas comumente utilizadas, os coeficientes
para cálculos estão disponíveis em normas, porém, quando há assimetria na estrutura ou uma maior
complexidade em suas formas, a melhor opção é realizar ensaios em túnel de vento para aferir o
comportamento e definir os coeficientes de pressão relativos à estrutura que está sendo analisada.
No Brasil, os coeficientes utilizados para o cálculo de vento em situações mais usuais em edificações
estão disponíveis na NBR 6123 (ABNT, 1988).
A velocidade básica do vento varia dependendo da localização onde será implantada a construção.
Na fase de projetos, precisamos consultar o gráfico das isopletas da velocidade básica no Brasil, apresentado na
NBR 6123 (ABNT, 1988), pois a pressão provocada pelo vento nas estruturas é determinada em função dessa
velocidade. As pressões são maiores em locais nos quais as velocidades têm valores mais elevados.
As velocidades básicas do vento são definidas através de medições realizadas em estações meteorológicas
do serviço de proteção ao voo, do Ministério da Aeronáutica, espalhadas por todo território brasileiro.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Para uma melhor compreensão a respeito dos efeitos provocados pelo vento nas superfícies das
construções, apresentamos a seguir algumas ilustrações. Lembramos que as pressões provocadas
pelo vento são sempre perpendiculares às superfícies das construções e são consideradas no projeto
várias hipóteses, com a finalidade de obtenção dos esforços críticos para o dimensionamento das
peças estruturais. Observe nas ilustrações que é fundamental a consideração desses efeitos, tanto nas
superfícies externas como nas internas.
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Unidade II
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Figura 65 – Efeitos do vento em superfícies internas das edificações. Observar que nesta situação
o vento provoca sucção nas superfícies, pois está atuando na face (ver seta indicativa em planta)
oposta em relação à da abertura
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Unidade II
Saiba mais
A madeira, sem dúvida, é um dos materiais mais antigos utilizados na construção. Através dos
séculos, a sua empregabilidade teve evoluções, inclusive com a participação da indústria promovendo
produtos exclusivos com a finalidade de aumentar a sua durabilidade (em função de situações como o
desgaste natural principalmente em ambientes úmidos, ataques de insetos ou fungos e problemas com
agentes químicos).
Claramente, o sistema estrutural mais utilizado é o treliçado para coberturas tanto residenciais como
em galpões e ginásios poliesportivos.
Além dos sistemas estruturais permanentes, temos os sistemas estruturais provisórios, que podem
ser representados de diversas formas, porém o mais utilizado é o cimbramento. Os cimbramentos são
projetados para suportar o peso de uma estrutura enquanto ela não é autoportante. Seus projetos
são para resistir com deformações limitadas para que elas não prejudiquem ou causem problemas nas
estruturas definitivas.
As estruturas de madeira mais comumente utilizadas no Brasil são para coberturas de edificações.
O concreto armado e a alvenaria, seja ela estrutural ou não, correspondem à grande maioria das
aplicações em edificações, sejam de pequeno, médio ou grande porte.
O sistema mais utilizado nesses países é o frame, em que sua estruturação é feita a partir de montantes
verticais, placas de compensado para as áreas externas e placas de gesso acartonado (drywall) para as
áreas internas, conforme ilustra a figura esquemática a seguir.
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Como a madeira é um excelente isolante térmico, nos países com invernos rigorosos, a maioria de suas
obras residenciais e de pequeno porte são realizadas utilizando esse sistema. Além desses revestimentos,
são inseridos isolantes térmicos e acústicos entre as placas externas e internas para um maior conforto.
Nos últimos anos tem ocorrido uma tendência de substituição da construção de concreto e alvenaria
por madeira em razão da sustentabilidade dessa solução.
Um fator que não podemos deixar de citar é que, para construções industriais, com existência de
agentes químicos, de um modo geral, a madeira possui um melhor desempenho se comparada com os
materiais aço ou concreto armado.
A treliça de cobertura é uma solução muito utilizada nas edificações, tanto para construções de
pequeno como de médio ou grande porte. O uso em madeira destaca‑se em residências e galpões.
Os tipos de treliças mais utilizadas em coberturas contendo duas águas são: Howe, Pratt e Belga,
sendo a Howe o tipo mais empregado em madeira, devido ao fato de possuir ligações com soluções
mais simples. O tipo Pratt é comumente usado em estruturas metálicas, já o tipo Belga é aplicado
quando existe a necessidade de passagem de alguma utilidade no vão central, pois neste tipo de
solução não existe o montante, também chamado de pendural.
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Unidade II
As treliças para cobertura são conhecidas como tesouras e sua função é a sustentação do telhado,
trabalhando em conjunto com o seu vigamento de apoio. Os componentes desse vigamento são terças,
caibros e ripas, quando a solução do telhado é através de telhas cerâmicas, e apenas terças quando da
utilização de telhas metálicas, que conseguem vencer vãos maiores.
• Terças: são as vigas dispostas entre as treliças, devendo ser apoiadas em seus nós de modo a evitar
a flexão das barras do banzo superior (a seguir veremos uma tesoura com solução inadequada,
pois existem pendurais, montantes, e terças executados fora dos nós).
• Caibros: são elementos apoiados nas terças e dispostos ao longo da estrutura, geralmente seus
espaçamentos variam entre 40 cm e 60 cm.
• Ripas: são peças de madeira pregadas sobre os caibros, para sustentação das telhas. Geralmente
seu espaçamento fica na ordem de 35 cm para telhas cerâmicas.
a Pendural
en
Emp 4 2 3 2
Escora 3
Howe 1 Belga 1
1. Banzo inferior
2. Banzo superior
3. Diagonal
4 2 4. Montante
3
Pratt 1
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Figura 69 – Cobertura em treliça de madeira com solução inadequada (terças e pendurais executados fora dos nós)
Em construções industriais, existe uma solução muito utilizada, chamada de cobertura tipo shed,
pois sua concepção possibilita boa ventilação e iluminação e, em casos de necessidade de expansão,
é possível ampliar com grande facilidade, em especial se existe um planejamento para construção em
etapas no decorrer do tempo. Nesse caso, utilizam‑se como fechamentos laterais chapas metálicas
ou de fibrocimento, de modo a facilitar a desmontagem e montagem em outras fachadas quando da
ampliação do empreendimento.
As coberturas tipo shed são construídas com vigas‑mestras, com os banzos paralelos e meias tesouras
do mesmo tipo ou vigas retas inclinadas.
Para coberturas com mais de duas águas, surge um novo elemento chamado espigão, que é a linha
de intercessão de dois planos inclinados referentes às águas do telhado.
É a peça estrutural responsável pelo apoio das terças no local onde ocorre a mudança de direção
delas, conforme indicado na figura a seguir.
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Unidade II
O esquema estrutural do espigão corresponde a uma viga inclinada recebendo as cargas das terças.
Para diminuir o vão do espigão, é comum a utilização de tesouras de canto. Veja a figura a seguir:
Figura 72 – Principais elementos de um telhado, com indicação dos espigões e tesouras de canto
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SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Quando falamos de coberturas em treliça, existe sempre a necessidade de projetar uma estrutura
de contraventamento entre as tesouras para melhorar a rigidez do conjunto. O motivo principal é a
atuação do vento, em especial quando ele atua na direção perpendicular ao plano das tesouras ou ainda
em direção esconsa (inclinada em relação ao plano da tesoura), conforme podemos observar a seguir:
Atualmente, com o uso de telhas leves como as de fibrocimento, metálicas e asfálticas tipo shingle,
precisamos considerar a ação do vento nos cálculos estruturais. Para esses tipos de telhas, é necessário
determinar os esforços que podem ser diferentes nas barras dependendo das combinações das ações
(cargas permanentes, sobrecargas e ventos 0º e 90º), podendo ocorrer esforços de tração para uma
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Unidade II
combinação e esforços de compressão considerando outra combinação, a cada uma das barras da
tesoura. Lembrando sempre que, quando surgirem esforços de compressão nas barras das tesouras,
existe a necessidade de consideração dos efeitos de flambagem.
Quando da utilização de telhas cerâmicas, esse efeito do vento não é tão significativo, pois as telhas,
além de serem pesadas, não são fixadas na estrutura e, portanto, o efeito de sucção (arrancamento das
telhas) é desprezível.
Resumindo, podemos dizer que quando da utilização de telhas leves, as soluções estruturais são
mais complexas, se comparadas com os referentes à solução com telhas pesadas (cerâmicas).
Para o projeto e a execução das estruturas em treliças, devemos seguir as orientações na sequência.
Os eixos geométricos das barras precisam convergir para o mesmo nó, lembrando que os seus eixos
geométricos passam pelos respectivos centros de gravidade das seções transversais das barras, conforme
figura a seguir:
98
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
• evite acrescentar um número excessivo de barras (barras redundantes), muitas vezes tornando a
estrutura hiperestática;
• impeça o surgimento de momentos fletores nas barras, em especial as terças, uma vez que as
cargas devem ser aplicadas somente nos nós das treliças;
• tenha um cuidado especial no detalhe de fixação das treliças nos apoios, geralmente pilares,
comumente elas são consideradas como estruturas simplesmente apoiadas;
• evite a ocorrência de flecha pronunciada definindo a altura da treliça entre 1/6 e 1/8 do vão
teórico. Para situações em que o projeto indique a necessidade de aumento da altura da estrutura,
podemos substitui‑lo pela utilização de uma contraflecha.
7.2.3 Pórticos
A definição do pórtico é um conjunto de elementos estruturais que funcionam como uma só peça,
havendo transferência de momento.
Os pórticos geralmente são usados em edificações que necessitam de vãos livres maiores, como:
ginásios poliesportivos, galpões, estações ferroviárias ou rodoviárias, piscinas, com seu vão livre podendo
variar entre 20 m a 100 m. Seu sistema estrutural pode ser bi ou triarticulado, tendo como padrão o fato
de o material empregado ser pré‑fabricado.
99
Unidade II
(A) (B)
(C) (D)
Figura 77 – Esquemas de pórticos em madeira para galpões, ginásios e espaços públicos em geral:
(A) pórtico biarticulado treliçado; (B) pórtico biarticulado de alma cheia de seção I;
(C) e (D) pórticos triarticulados em madeira laminada e colada
7.2.4 Arcos
Para vencer grandes vãos, a estrutura de madeira mais usual e econômica é em forma de arco,
podendo chegar a um vão de até 100 m. As estruturas em arco acarretam esforços horizontais muito
elevados nos topos dos pilares e/ou fundações. Esses esforços podem ser equilibrados através da
utilização de tirantes instalados nas bases dos arcos (topo dos pilares ou fundações), o que possibilita
uma maior economia na solução, mas nem sempre isso é possível, pois o tirante atravessa todo o vão,
podendo interferir com gabaritos dependendo da utilização do espaço abaixo da estrutura.
A solução mais comum para essas estruturas é através de arco treliçado. Atualmente, com a
disponibilidade de madeiras industrializadas, a solução com madeira laminada colada (MLC) também tem
sido utilizada. Outra alternativa mais econômica em relação a MLC é a utilização de sarrafos pregados em
vigas curvas, o que possibilita uma seção composta com aparência de estrutura de alma cheia.
Sarrafos com
inclinações
contrárias
Caibros ou
pontaletes
Arco com sarrafos Detalhe de arco com sarrafos
100
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
7.2.5 Pontes
Por séculos, utilizando variados sistemas estruturais, a construção de pontes de madeira era uma
prática muito comum. Nos dias atuais, elas geralmente são realizadas em estradas secundárias.
Um dos itens mais importantes em projetos de pontes é a sua vida útil. A madeira precisa
preferencialmente se manter seca e nas construções mais antigas algumas obras eram acompanhadas
por uma cobertura, conforme pode ser observado nas imagens a seguir. Hoje em dia não existe mais a
necessidade de cobertura em função dos avanços das tecnologias e produtos industrializados para o
tratamento e conservação da madeira.
101
Unidade II
Observação
I
h≥
10
A distância entre vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 12º a 30º.
102
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
I
hmaior ≥
10
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 12º a 30º.
I
h≥
12
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 3º a 8º.
103
Unidade II
I
hmaior ≥
12
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 3º a 8º.
I I
h≥ →
12 15
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, sendo que não há inclinação.
104
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
I I
h≥ →
12 15
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, sendo que não há inclinação.
h= I
12
A distância entre as vigas varia de 4,0 m a 10,0 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 3º a 8º.
105
Unidade II
h= I
12
A distância entre as vigas varia de 6,0 m a 10,0 m, sendo que não há inclinação.
h= I
17
A distância entre as vigas varia de 5,0 m a 7,5 m, sendo que não há inclinação.
I I
=H = h
18 25
106
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
A distância entre as vigas varia de 5,0 m a 7,5 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 8º a 12º.
I I
=H = h
16 30
A distância entre as vigas varia de 5,0 m a 7,5 m, tendo inclinação máxima da cobertura de 3º a 8º.
8.5 Vagonadas
I I
=H = f
40 12
A distância entre as vigas varia de 5,0 m a 7,0 m, sendo que não há inclinação.
107
Unidade II
8.6 Em balanço
k I k k
= = H =h
l 3 10 45
h= I
17
A distância entre as vigas varia de 0,5 m a 5,0 m, sendo que não há inclinação.
108
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Figura 95 – Grelha
I
h= ( do menor vão livre)
18
h= I
50
109
Unidade II
Conforme a NBR 7190 (ABNT, 1997), em seu capítulo 8, as ligações mecânicas podem ser efetuadas
por meio dos seguintes elementos:
Os pinos metálicos podem ser constituídos por pregos ou parafusos e não é permitida a utilização
de ligações com apenas um pino.
Outro recurso utilizado para evitar o fendilhamento é a utilização obrigatória (ABNT, 1997)
de pré‑furos na madeira, com diâmetros d0 inferiores aos diâmetros efetivos def dos pregos. Para as
estruturas definitivas, os valores usuais são os seguintes:
Os pregos estruturais devem ser em aço com resistência característica ao escoamento fyk ≥ 600 Mpa
e com diâmetro mínimo de 3 mm.
Para a denominação dos pregos, ainda são utilizadas as bitolas comerciais antigas, que descrevem
os pregos através de dois números, sendo que o primeiro indica o diâmetro em fieiras francesas (uma
fieira francesa equivale a 0,155 mm) e o segundo, o comprimento em linhas portuguesas (uma linha
portuguesa equivale a 1,87 mm).
Observação
110
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Na figura a seguir temos uma tabela de pregos indicando suas dimensões na bitola tradicional e em
milímetros.
Quanto aos parafusos, serão utilizados somente os que atravessam totalmente as peças de madeira
a serem ligadas e possuam porcas que possibilitem o reaperto. Devem possuir diâmetro não menor que
10 mm e resistência característica ao escoamento fyk ≥ 240 Mpa.
Seguem figuras com indicações de regras para a utilização de pinos em corte simples (ligação entre
duas peças de madeira), ligação entre peça de madeira e peça metálica e pinos em corte duplo (ligação
entre uma peça central e duas laterais).
111
Unidade II
112
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
8.11 Cavilhas
As cavilhas são pinos circulares executados em madeiras duras correspondentes à classe C60 ou
através de madeiras macias com ρap ≤ 600 kg/m3 impregnadas com resinas que possibilitem o aumento
de sua resistência.
Para utilização em cavilhas, as peças impregnadas devem possuir resistências compatíveis com a
classe C60. Com o objetivo de fins estruturais, admite‑se o emprego de cavilhas com diâmetros de
16 mm, 18 mm e 20 mm.
Nas ligações com a utilização de cavilhas também existe a obrigatoriedade de execução de pré‑furos
para evitar a ocorrência de fendilhamento, com diâmetro d0 igual ao diâmetro da cavilha.
As ligações principais com a utilização de cavilhas só podem ser executadas em corte duplo (uma
peça central e duas laterais), deixando o corte simples para as ligações secundárias.
A seguir temos uma figura com a indicação de ligações em cavilha em corte simples (ligações
secundárias) e em corte duplo.
A norma NBR 7190 (ABNT, 1997) estabelece regras para os valores de espaçamentos mínimos em
ligações com pinos, sendo que a figura a seguir indica condições para pregos, parafusos e cavilhas.
113
Unidade II
8.12 Conectores
Os conectores são constituídos por anéis metálicos ou ainda por chapas metálicas com dentes estampados.
Os anéis metálicos são peças inseridas em entalhes executados nas interfaces das madeiras com
ferramentas apropriadas e são mantidos nas posições através da utilização de parafusos, conforme
figura a seguir.
A seguir temos uma figura com indicação dos espaçamentos mínimos a serem utilizados para
ligações com anéis metálicos, segundo a NBR 7190 (ABNT, 1997).
As chapas metálicas com dentes estampados são comumente utilizadas em tesouras de madeira
pré‑fabricadas. Esses elementos são prensados contra as peças de madeira.
A NBR 7190 (ABNT, 1997) estabelece que as resistências de cálculo associadas às chapas sejam
garantidas pelos fabricantes. Essas chapas somente podem ser utilizadas em ligações estruturais quando
a eficácia da cravação for garantida pela empresa executora.
115
Unidade II
Para estas situações, devemos tomar um cuidado especial no contato entre o pilar e o solo, com a
finalidade de proteger a madeira contra a umidade. Precisamos projetar essas estruturas com algum tipo
de proteção, sendo o ponto crítico o trecho de transição entre o piso acabado e o solo.
Quando nada for feito para evitar essa situação de risco estrutural, existe a necessidade de realização
de vistorias frequentes (manutenção preventiva) com a finalidade de identificar e recuperar eventuais
situações de risco.
Pilar com
superfície
tratada
≥ 15 cm
Concreto
Gravata de concreto
≥ 100 cm
Perfil
umetálico
A
Pino
metálica
Chapa
metálica
Vista A
Exemplo de aplicação
Convidamos os alunos a realizarem uma pesquisa de campo focando a parte dos pilares de madeira
junto ao piso com a finalidade de observar e alertar sobre eventuais situações de risco.
116
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Resumo
117
Unidade II
Exercícios
Questão 1. (Enade 2008, adaptada) A figura a seguir mostra a relação entre as espessuras mínimas
de barras de madeira que sofrem esforços axiais e os diâmetros dos elementos de união.
Figura 107
Em uma estrutura, cujas espessuras das barras são iguais à mínima permitida para que seja respeitada
a relação com o diâmetro do parafuso, são usados parafusos passantes de 8 mm de diâmetro. Deseja‑se
substituir esses parafusos por pregos cujos comprimentos são iguais à soma entre as duas espessuras. O
diâmetro máximo desses pregos é:
A) 8 mm.
B) 2 mm.
C) 1,3 mm.
D) 2,6 mm.
E) 5 mm.
118
SISTEMAS ESTRUTURAIS (MADEIRA E METAIS)
Resolução da questão
A espessura mínima da barra de madeira quando o parafuso tem 8 mm de diâmetro respeita a relação:
t = 2d
t =2 . 8 mm → t = 16 mm
Com essa espessura, observando que a relação entre o diâmetro do prego e a espessura da barra é:
t ≥ 12 d
16mm
16mm ≥ 12 . d → =d → =d 1,3mm
12
Questão 2. A um engenheiro foi solicitada uma consultoria sobre uma estrutura, feita de madeira,
destinada a um telhado. Ao chegar na obra, o engenheiro a observou e verificou que ela tinha uma
forma semelhante à apresentada a seguir.
Figura 108
II – A solução para a união das barras é inadequada, pois algumas uniões não constituem um nó.
III – A espessura das barras, que é igual a 6 cm, respeita a relação entre o diâmetro dos parafusos e
a espessura das barras, já que os parafusos têm 15 mm de diâmetro.
119
Unidade II
A) I.
B) II.
C) I, II e III.
D) II e III.
E) I e III.
120
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 2
GRUPO UNIP‑Objetivo.
Figura 3
GRUPO UNIP‑Objetivo.
Figura 4
GRUPO UNIP‑Objetivo.
Figura 25
Figura 26
PRAVIA, Z. M. C. Galpões para usos gerais. 4. ed. Rio de Janeiro: IABr/CBCA, 2010. p. 14.
Figura 27
Figura 39
PRAVIA, Z. M. C. Galpões para usos gerais. 4. ed. Rio de Janeiro: IABr/CBCA, 2010. p. 10.
Figura 40
GRUPO UNIP‑Objetivo.
Figura 41
Figura 43
Figura 44
Figura 45
Figura 46
Figura 47
122
Figura 48
Figura 54
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 2.
Figura 58
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 7.
Figura 59
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 219.
Figura 60
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 11.
Figura 61
Figura 62
Figura 63
Figura 64
123
Figura 65
Figura 67
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 17.
Figura 68
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 17.
Figura 70
Figura 71
Figura 72
Figura 73
Figura 74
Figura 75
124
Figura 77
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 19.
Figura 78
REBELLO, Y. C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2007. p. 249.
Disponível em: <https://www.academia.edu/30461803/Bases_para_Projeto_Estrutural_na_
Arquitetura_Yopanan_Conrado_Pereira_Rebello>. Acesso em: 3 abr. 2019.
Figura 97
REBELLO, Y. C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2007. p. 263.
Disponível em: <https://www.academia.edu/30461803/Bases_para_Projeto_Estrutural_na_
Arquitetura_Yopanan_Conrado_Pereira_Rebello>. Acesso em: 3 abr. 2019.
Figura 98
Figura 99
Figura 100
Figura 101
Figura 102
Figura 103
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 69.
125
Figura 104
Figura 105
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. p. 74.
Figura 106
REBELLO, Y. C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2007. p. 267.
Disponível em: <https://www.academia.edu/30461803/Bases_para_Projeto_Estrutural_na_
Arquitetura_Yopanan_Conrado_Pereira_Rebello>. Acesso em: 3 abr. 2019.
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Exercícios
129
130
131
132
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000