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Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Volume VII

Espécies arbóreas raras de Santa Catarina

Editores
André Luís de Gasper
Laio Zimermann Oliveira
Débora Vanessa Lingner
Alexander Christian Vibrans
Volume VII

Espécies arbóreas raras de Santa Catarina

Editores

André Luís de Gasper

Laio Zimermann Oliveira

Débora Vanessa Lingner

Alexander Christian Vibrans

Blumenau 2018
© André Luís de Gasper, Laio Zimermann Oliveira, Débora Vanessa
Lingner, Alexander Christian Vibrans.
(Editores) UNIVERSIDADE REGIONAL DE
BLUMENAU

REITOR
Editora da FURB
João Natel Pollônio Machado
Rua Antônio da Veiga, 140
VICE-REITOR
89012-900 Blumenau-SC, BRASIL
Udo Schroeder
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Helena Maria Zanetti de Azeredo Orselli
Moacir Marcolin
Revisão científica: Robson dos Santos Juliana de Mello Moraes
Diagramação: Nenno Silva Roberto Heinzle
Márcia Oliveira
Fotografia da capa: Juliano Zago da Silva Maria José Ribeiro
Distribuição: Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina
EDITOR EXECUTIVO
Fone: (47) 3221-6040 Maicon Tenfen
Correio eletrônico: acv@furb.br
Internet: www.iff.sc.gov.br

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10.994 de 14 de dezembro de 2004.


“Impresso no Brasil / Printed in Brazil”

Ficha Catalográfica elaborada pela


Biblioteca Universitária da FURB

I62i

Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Volume VII, Espécies arbóreas raras de Santa Catari-
na / André Luís de Gasper ... [et al.] (editores). - Blumenau: Edifurb, 2017.

256 p. : il.

ISBN: 978-85-7114-254-1

1. Florestas. 2. Florestas - Santa Catarina. 3. Florestas - Conservação. 4. Levantamentos florestais. 5.


Degradação ambiental. 6. Plantas em extinção. I. Gasper, André Luís de. 2. Oliveira, Laio Zimermann. 3.
Lingner, Débora Vanessa. 4. Vibrans, Alexander C. II. Título.
CDD 634.9
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Governo do Estado de Santa Catarina


Governador Eduardo Pinho Moreira
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável
Secretário Adenilso Biasus
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina
Presidente Sergio Luiz Gargioni
Serviço Florestal Brasileiro
Diretor-Geral Raimundo Deusdará Filho
Universidade Regional de Blumenau
Reitor João Natel Pollônio Machado
Universidade Federal de Santa Catarina
Reitor Ubaldo César Balthazar
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Presidente Luiz Ademir Hessmann
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Butia catarinensis (acima). Foto: Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais (NPFT).


Butia eriospatha (abaixo), em Curitibanos. Fotógrafo: Juliano Zago da Silva.
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

D
urante muito tempo, a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico atuavam
em campos opostos. A revolução industrial proporcionou grande crescimento para a
economia global, mas acarretou muitos prejuízos ao meio ambiente. Até o fim do século
passado, o crescimento industrial exigia, muitas vezes, a exploração das riquezas naturais sem qualquer
controle.

Nos últimos 30 anos, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a fazer parte do


cotidiano. Em Santa Catarina, é colocado em prática com políticas públicas que garantem a proteção
e recuperação de áreas naturais. Esse é um compromisso assumido pelo Governo do Estado, por meio
da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), com a realização do
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC).

A SDS tem papel estratégico na conservação das florestas. Entre as ações executadas atualmente,
destacam-se a elaboração de seis Planos de Bacias Hidrográficas, os estudos para Implantação do
Programa Produtor de Água e a implantação de instrumentos como o Cadastro Ambiental Rural (CAR).
O objetivo é o mesmo: garantir a melhoria da qualidade ambiental em Santa Catarina.

Hoje, um terço do território catarinense é coberto por florestas que compõem um mosaico de
elevada biodiversidade e grande valor social e econômico. O Inventário Florístico Florestal de Santa
Catarina indica novos desafios, pois cada região fitogeográfica catarinense apresenta suas características
e complexidades.

Conhecer cada espécie, por mais rara que seja, é um desafio à pesquisa catarinense. Estimular o
uso racional e, especialmente, cuidar da qualidade das nossas florestas são os principais objetivos desse
compromisso construído com apoio da sociedade civil e do poder público.

Adenilso Biasus
Secretário de Estado do
Desenvolvimento Econômico Sustentável
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

N
ovos instrumentos para orientar políticas públicas de conservação.
O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) não parou para comemorar
10 anos de atuação, em 2017 e todos os envolvidos no trabalho merecem reconhecimento,
especialmente os pesquisadores da Universidade Regional de Blumenau (FURB), da Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Desde 2007, o IFFSC utiliza uma metodologia compatível com a do Inventário Florestal
Nacional (IFN), adequada às especificidades estaduais. O levantamento deve ser repetido a cada cinco
anos, para monitorar o estado de conservação dos recursos florestais, bem como as mudanças ocorridas
ao longo do tempo. Por isso, o inventário tornou-se um programa permanente do governo estadual e a
primeira remedição das parcelas será concluída até o final desta década.
Antes disso, os conhecimentos gerados pelo levantamento dos remanescentes florestais vem
sendo difundidos por meio de diversas cartilhas, 15 boletins, publicações científicas e 6 livros que
foram lançados com resultados parciais do inventário, sem falar numa exposição itinerante que já levou
os resultados numa forma acessível ao grande público a 52 municípios do estado. O presente volume,
intitulado “Espécies arbóreas raras de Santa Catarina”, abre agora a segunda década de esforços
para popularizar dados obtidos no IFFSC e, mediante essa sensibilização, preservar a biodiversidade
catarinense.
Ainda há muito a ser descoberto e catalogado da flora catarinense, particularmente sobre as
espécies raras e menos conhecidas. Além do estudo taxonômico, é importante ver como a comunidade
interage com a floresta, considerar o conhecimento popular já existente e prospectar novas possibilidades,
por exemplo, de cadeias produtivas que associem geração de renda, sustentabilidade e preservação da
natureza. Como a abordagem deve ser interdisciplinar, os estudos prosseguem sob responsabilidade de
uma equipe brilhante, coordenada pela FURB, e conclusões importantes já constam do livro que ora
apresentamos.
A FAPESC parabeniza os editores do volume, professores Alexander Christian Vibrans, André
Luís de Gasper, Débora Vanessa Lingner e Laio Zimermann Oliveira, bem como as demais pessoas
que fizeram do IFFSC um motivo de orgulho para o Governo Estadual e de comemoração, em 2018 –
quando estão previstos eventos alusivos aos 10 anos do Inventário – e no futuro!

Sergio Luiz Gargioni


Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa
e Inovação de Santa Catarana
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

A
meaças à biodiversidade já eram percebidas pelos naturalistas viajantes. Martius e Spix,
em uma longa viagem entre 1817 e 1820 no Brasil, narram que “... sem demora, se iniciem
estas investigações na terra fecunda, antes que a mão destruidora e transformadora do
homem tenha obstruído ou desviado o curso da natureza. Só por poucos séculos ainda disporá a ciência
de completa liberdade de ação para este fim, e os subsequentes investigadores não mais obterão os fatos
na sua pureza...”. Esses naturalistas demonstraram a necessidade de preservação das matas nativas. Elas
seriam indispensáveis para a realização de pesquisas futuras sobre as plantas.
As ciências naturais progrediam lentamente e estes naturalistas viajantes vinham ao Brasil,
coletavam material e retornavam aos seus países com os navios repletos de nossa biodiversidade. Estes
viajantes não deixavam discípulos e divulgavam os resultados de seus estudos em periódicos inacessíveis
aos brasileiros. Esta situação começou a mudar com os naturalistas que residiam em Santa Catarina,
alguns dos quais destacamos a seguir.
Fritz Müller (1822-1897) apresentou argumentos que corroboraram a teoria evolucionista. Foi o
primeiro cientista a apresentar modelos matemáticos para elucidar a seleção natural e fornecer evidências
de sua existência. Foi chamado por Darwin de “o príncipe dos observadores”.
Raulino Reitz (1919-1990) e Roberto Miguel Klein (1923-1991), o primeiro botânico e o segundo
ecólogo, que idealizaram a partir de 1946 o levantamento da flora do Estado de Santa Catarina. Traçaram um
plano de ação e durante quatorze anos executaram coletas por todo Estado e durante 25 anos trabalharam,
principalmente, na publicação da Flora Ilustrada Catarinense (FIC) e da Revista Sellowia. Realizaram
mais de mil excursões, catalogando a diversidade vegetal de Santa Catarina. Klein relata: “Nós marcamos
as estações de coleta a fim de observar as variações dos solos ao longo das encostas, ao contrário de outros
pesquisadores botânicos que exploraram em locais próximos aos rios ou mais fáceis. Nós nos cansávamos
muito para conseguir espécies de solos úmidos, médios, xeromorfos e outros. As nossas estações ficavam
em locais muito acidentados da Mata Atlântica, mas por isso mesmo conseguimos espécies novas para a
ciência”.
Não poderíamos deixar de mencionar a trajetória de Lucia Sevegnani (in memoriam), bióloga,
botânica e ambientalista que, além de participar da organização e publicação dos livros do Inventário
Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), também se preocupou em repassar aos educadores seus
conhecimentos sobre a Biodiversidade Catarinense, mostrando suas características, potencialidades e
ameaças, na luta pela conservação das florestas. Embora tenha nos deixado precocemente (1959-2015),
seus conhecimentos e saberes continuarão vivos naqueles que a admiravam. Sua contribuição científica,
seu verdadeiro amor pela natureza, sua dedicação, sensibilidade e espontaneidade jamais serão esquecidos.
Nos últimos 10 anos, os estudos botânicos mais representativos foram desenvolvidos pelo Inventário
Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) que registrou 2.341 espécies de plantas vasculares. No
entanto, constatou a redução da biodiversidade de espécies arbóreas em comparação com os dados da FIC
em levantamentos realizados há 50 anos. Estão entre elas, principalmente, as espécies naturalmente raras,
que sempre ocorreram em pequena quantidade ou em locais restritos. Com a redução da área florestal essas
espécies estão desaparecendo e são ameaçadas de extinção. Além disso, 32% de todas as espécies arbóreas
e arbustivas foram encontradas com menos de 10 indivíduos no estado. Todo este esforço da equipe
do IFFSC resultou em sete livros e culmina com a presente obra que contempla 87 espécies arbóreas
e arbustivas classificadas em diferentes formas de raridade. Ela mostra a situação atual e estabelece
recomendações para conservação de 13 espécies de alto valor para uso e conservação no Estado de Santa
Catarina. A obra envolveu grande número de especialistas botânicos e supre uma lacuna importante no
conhecimento da vegetação de Santa Catarina.

Vanilde Citadini-Zanette
Robson dos Santos
Universidade do Extremo Sul Catarinense
Dedicamos este livro à memória da nossa amiga e colega Lucia Sevegnani.
Lucia nos ensinou, nos inspirou, nos estimulou, nos foi exemplo.
Lucia era conhecimento, sabedoria, coragem, energia, alegria, otimismo,
carinho, seriedade, compromisso, responsabilidade, dedicação, persistência,
determinação.
Lucia certamente gostaria de ter visto esta obra publicada. Mas não era
tempo, ainda.

Lucia fez alunos. Todos nós.


Obrigado, Lucia.
Reprodução da Carta do Príncipe Charles, recebida em março de 2015.
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Podocarpus lambertii, Unidade


12Amostral 1190, Anita Garibaldi.
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

Agradecimentos

O
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina não teria sido realizado sem a
contribuição de um grande número de pessoas que, com entusiasmo e perseverança,
apoiaram a ideia de realizar o inventário das florestas catarinenses e fizeram com que os
inúmeros obstáculos que este empreendimento enfrentou fossem superados. O projeto, agora programa
permanente do Governo do Estado de Santa Catarina, elevou os estudos das florestas catarinenses
a um nível sem precedentes, com reconhecimento internacional e inserção em importantes grupos
de pesquisas transnacionais como o Global Forest Biodiversity Initiative (GFBI) e o Integrative
Biodiversity Research (iDiv). A base de dados do IFFSC constitui hoje o mais abrangente conjunto de
dados de florestas (sub)tropicais do hemisfério Sul e integrou, por sua qualidade e consistência, dois
estudos publicados nas revistas Nature (em 2015) e Science (em 2016), respectivamente.
Pelo reconhecimento e apoio permanente para a realização do IFFSC agradecemos, em especial,
aos Governadores João Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira, aos Secretários de Estado do
Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Alberto Chiodini e Adenilso Biasus, aos Diretores
Luiz Antônio Garcia e Bruno Henrique Beilfuss, da mesma secretaria, ao Presidente da Fundação
de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (FAPESC), Sergio Luiz Gargioni, ao Diretor de
Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação da FAPESC, César Zucco e ao gerente de projetos,
Alexandre Conceição.

Alexander Christian Vibrans


Coordenador do Inventário Florístico
Florestal de Santa Catarina

André Luís de Gasper


Curador do Herbário Dr. Roberto Miguel Klein
da Universidade Regional de Blumenau

13
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Dicksonia sellowiana, São Joaquim - Parque Nacional de São Joaquim. Fotógrafa: Marcia Patricia Hoeltgebaum.
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

Sumário
Agradecimentos.................................................................................................................................. 11
Equipe executora IFFSC..................................................................................................................... 17
1 Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais.............................................................. 21
1.1 Conceitos de raridade.............................................................................................................. 22
1.2 Espécie endêmica, rara ou ameaçada de extinção?................................................................. 25
1.3 Sobre esta obra........................................................................................................................ 26
1.4 Referências.............................................................................................................................. 26

2 Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação


da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina................................................. 31
2.1 Área de estudo......................................................................................................................... 32
2.2 Coleta de Dados...................................................................................................................... 33
2.3 Classificação de espécies em formas de raridade.................................................................... 34
2.3.1 Implicações do critério de inclusão na classificação da raridade...................................... 34
2.4. Atributos da raridade.............................................................................................................. 34
2.4.1. Distribuição geográfica..................................................................................................... 35
2.4.2. Especificidade por habitat................................................................................................ 36
2.4.3 Tamanho da população...................................................................................................... 36
2.5 Síntese dos atributos de raridade............................................................................................. 36
2.6 Sobre o Capítulo 3: Catálogo das espécies arbóreo-arbustivas raras de Santa Catarina......... 37
2.7 Sobre o Capítulo 4: Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina........................................................... 37
2.7.1 Amostragem para caracterizar a diversidade genética...................................................... 38
2.7.2 Eletroforese de isoenzimas................................................................................................ 39
2.7.3 Análise dos dados genéticos.............................................................................................. 39
2.7.4 Análise da paisagem.......................................................................................................... 40
2.7.5 Análise de componentes principais (PCA)........................................................................ 40
2.7.6 Análise de redundância (RDA).......................................................................................... 41
2.7.7 Análise em Unidades de Conservação............................................................................... 41
2.8 Referências.............................................................................................................................. 42
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

3 Catálogo das espécies arbóreo-arbustivas raras de Santa Catarina............................................ 45


3.1 Introdução................................................................................................................................ 46
3.2 Resultados gerais..................................................................................................................... 46
3.3 Descrição e distribuição das espécies arbóreas raras.............................................................. 52
3.4 Referências............................................................................................................................ 146

4 Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto valor para uso e
conservação no estado de Santa Catarina.................................................................................... 157
Introdução.................................................................................................................................... 158
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.......................................................................................... 159
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze..................................................................................... 164
Butia catarinensis Noblick & Lorenzi........................................................................................ 171
Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc..................................................................................... 175
Calophyllum brasiliense Cambess.............................................................................................. 179
Cedrela fissilis Vell...................................................................................................................... 183
Dicksonia sellowiana Hook........................................................................................................ 188
Euterpe edulis Mart..................................................................................................................... 194
Myrocarpus frondosus Allemão.................................................................................................. 201
Ocotea catharinensis Mez........................................................................................................... 205
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer................................................................................................. 212
Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso...................................................................................... 216
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl..................................................................................... 221
Considerações finais e perspectivas para as 13 espécies............................................................. 227
Referências.................................................................................................................................. 228
Apêndice I................................................................................................................................... 241
Ocotea catharinensis e Euterpe edulis, Blumenau - Parque das Nascentes. Fotógrafo: Juliano Zago da Silva.
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Equipe do IFFSC
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

Equipe do IFFSC (2017)

A equipe envolvida na coleta de dados e análises contidas neste livro foi formada por integrantes da
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A equipe contou com a valiosa colaboração dos
proprietários das florestas inventariadas e de consultores e taxonomistas de várias instituições, dentre elas
universidades e instituições de pesquisa brasileiras e estrangeiras.

Coordenação Geral

Alexander Christian Vibrans Engenheiro Florestal, Dr., FURB acv@furb.br

Equipe científica

Adelar Mantovani Agrônomo, Dr, UDESC/CAV, Lages adelar.mantovani@udesc.br

Adilson Nicoletti Engenheiro Florestal, MSc., FURB adilson.ln@gmail.com

Aline Klitzke Engenheira Florestal, FURB klitzkealine@gmail.com

Anderson Kassner Filho Biólogo, FURB andersonkassner@gmail.com

André Luís de Gasper Biólogo, Dr., Curador Herbário Ro- algasper@furb.br


berto Miguel Klein, FURB
Arthur Vinícius Rodrigues Biólogo, MSc., FURB rodrigues.arthur.v@gmail.com

Daniel Augusto da Silva Engenheiro Florestal, MSc., FURB daneflorestal@gmail.com

Débora Vanessa Lingner Engenheira Florestal, MSc., FURB deboravanessa.ef@gmail.com

Dumont Santos Acadêmico de Ciências Biológicas, dduddu_santos@gmail.com


FURB
Eva Sevillano Marco Engenheira Ambiental, Dra., FURB evasevillano@yahoo.es

Fábio Fiamoncini Pastório Biólogo, FURB fiamoncini.f@gmail.com

Gabriel Bollmann Engenheiro Florestal, FURB gobollmann@gmail.com

Heitor Felippe Uller Engenheiro Florestal, FURB heitor.uller.florestal@gmail.


com
Laio Zimermann Oliveira Engenheiro Florestal, MSc., FURB laiozoliveira@gmail.com

Lauri Amândio Schorn Engenheiro Florestal, Dr., FURB lschorn@furb.br

Lucia Sevegnani (in memoriam) Bióloga, Dra., Curadora Herbário


Roberto Miguel Klein, FURB

19
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Manoela Drews de Aguiar Engenheira Florestal, MSc., FURB manooaguiar@gmail.com

Marcus Boeno Acadêmico de Engenharia Florestal, marcusboeno@gmail.com


FURB
Maurício Sedrez dos Reis Agrônomo, Dr, UFSC, Florianópolis msedrez@gmail.com

Murilo Schramm da Silva Engenheiro Florestal, FURB Murilo.sch.silva@gmail.com

Paolo Moser Matemático, Dr., FURB, UDESC, paolo.moser@gmail.com


Ibirama
Tiago Montagna Agrônomo, MSc., UFSC, monttagna@gmail.com
Florianópolis

Equipe envolvida de 2007 a 2017

Alunos de graduação, mestrado e doutorado, técnicos e colaboradores.

Inventário Florestal - coleta e processamento de dados de campo: Adam Henry Marques Gonçalves;
Ademar Hilton Kniess; Adilson Luiz Nicoletti; Alciane Cé Valim; Alexandre Amilton de Oliveira; Ale-
xandre Korte; Alexandre Küster; Aline Haverroth; Aline Luiza Tomazi; Aline Renata Klitzke; Andres
Krüger; Anita Stival dos Santos; Annete Bonnet; Aron Magnus Grando; Arthur Vinicius Rodrigues; Ary
Francisco Mohr Filho; Ary Gustavo Brignoli Wolff; Bruna Grosch; Bruno Burkhardt; Camila Bernadete
Petermann; Camila Mayara Gessner; Carla Marcolla; Carlos Anastácio Júnior; Caroline Cristofolini; Cé-
sar Pedro Lopes de Oliveira; Claudia Fontana; Claudia Mariana Kirchheim Da Silva; Claus Leber; Débora
Cristina da Silva; Deise Clarice Melchioretto; Deisi Cristini Sebold; Deunízio Stano; Diego Henrique
Klettenberg; Diego Knoch Sampaio; Diego Marcos Feldhaus; Dirce Harnisch; Djeniffer Cristine Vieira;
Douglas Meyer; Eder Caglioni; Éder de Lima; Eduardo Brogni; Eduardo Francisco Pedro; Emilio Boing;
Emily Daiana dos Santos; Eron Marcus Santos; Eusebio Afonso Welter; Evair Legal; Fábio Christiano
Speck Vieira; Felipe Bittencourt; Felipe Borsoi Saulo; Fernando Gustavo de Albuquerque Biavatti; Fran-
cisco Estevão Carneiro; Francys João Balestreri; Gabriel Eduardo Marroquín Choto; Gabrielli Melato
Pintarelli; Gisele Müller Amaral; Gislan Anderson Badjak; Guilherme Klemz; Gustavo Antonio Piazza;
Heitor Felippe Uller; Helena Koch; Hélio Tomporowski; Herison José de Melo; Itamara Kureck; Jair Ivan
Rodrigues da Fonseca; Jaison Leandro; Janaina Naiara Sestari Vendrami; Jefferson Tachini; João Paulo
de Maçaneiro; José Francisco Torres; Juliane Luzia Schmitt; Kamila Vieira; Karine Heil Soares; Kathlen
Heloise Pfiffer; Leila Meyer; Letícia Kemczinski; Letícia Mariah Soares Cordeiro; Leticia Rocha; Lin-
domar de Melo; Luana Hudler; Luana Silveira e Silva Schlei; Maiara Jade Panca; Marcela Braga Godoy;
Marcelo Bucci; Marcelo Devid Ferreira Silva; Márcio Verdi; Marco Antonio Florêncio; Maria José Santa-
na Barros; Mariana Sara Custódio; Matheus Van Den Bylaardt; Morilo José Rigon Junior; Murilo Larsen;
Murilo Schramm da Silva; Naiara Maria Bruggemann; Nayara Lais de Souza; Otávio Junior Jeremias;
Paulo Roberto Lessa; Pedro Rodrigues dos Santos; Rafaela Tamara Marquardt; Raphael Borsoi Saulo; Ra-
phaela Noêmia Dutra; Regiane Patrícia de Souza; Regiane Richartz; Reginaldo José de Carvalho; Renato
Schmitz; Ricardo Zimmermann; Robson Carlos Avi; Ronnie Schmitt; Rony Paolin Hasckel; Sabrina De

20
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

Moraes Clemes; Shams Sabbagh; Simone de Andrade; Simone Silveira; Sivonir Ricardo Fuchs; Solan-
ge Maria Krug; Stefanie Cristina De Souza; Suélen Schramm Schaadt; Susana Dreveck; Talita Macedo
Maia; Tatiana Machado Oliveira; Taysa Cristina Nardes; Thales Bohn Pessatti; Thiago Alberto Beckhau-
ser; Thiago Michael Barth; Tiago João Cadorin; Valdir de Oliveira; Vanessa Bachmann; Volnei Rodrigo
Pasqualli; Yone Louise Brych.

Taxonomistas: Angelo Alberto Schneider; Adriana Lobão; Alain Chautems; Alexandre Quinet; Alexandre
Salino; Alice Calvente; Ana Claudia Fernandes; Ana Odete Santos Vieira; Andrea Costa; Ângela Vaz;
Ariane Luna Peixoto; Armando Cervi; Cláudio Nicoletti; Denilson Fernandes Peralta; Denise Pinheiro
da Costa; Eliane de Lima Jacques; Elsie Guimarães; Eric Smidt; Erik Koiti Okiyama Hattori; Fábio de
Barros; Gustavo Martinelli; Hilda Maria Longhi-Wagner; João Aranha; João Renato Stehmann; Leandro
Giacomin; Lidyanne Aona; Lucia Lohmann; Luciano Moreira Ceolin; Mara Rejane Ritter; Marcos
Eduardo Guerra Sobral; Marcus Nadruz; Maria de Fátima Freitas; Maria Leonor D´El Rei Souza; Maria
Salete Marchioretto; María Silvia Ferrucci; Mássimo Bovini; Mizue Kirizawa; Rafael Trevisan; Rafaela
Campostrini Forzza; Regina Andreata; Renato Goldenberg; Rodrigo Augusto Camargo; Sheila Profice;
Vidal Mansanno; Werner Siebje Mancinelli.

Genética: Alex Zechinni; Alexandre Mariot; Alison Gonçalves Nazareno; Alison Paulo Bernardi; Andréa
Gabriela Mattos; Beatriz Bez; Caio Darós Fernandes; Cristina Sant’Anna; Diogo Klock Ferreira; Dou-
glas Loch Santos da Silva; Felipe Steiner; Fernando André Loch Santos da Silva; Georg Altrak; Glauco
Schussler; Ivone de Bem; Juliano Pereira Gomes; Juliano Zago da Silva; Lilian Iara Bet Stedille; Lucas
Milanesi; Luiz Guilherme Ugioni Figueredo; Márcia Patrícia Hoeltgebaum; Miguel Busarello; Newton
Clóvis F. da Costa; Oiéler Felipe Vargas; Renata Diane Menegatti; Ricardo Bittencourt; Roberta Duarte;
Samantha Filippon.

21
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Euterpe edulis ao fundo, Unidade


22 Amostral 1025, Joinville.
Capítulo 1
Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina

Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais1

Rarity of tree species in forest ecosystems: an introduction

Lucia Sevegnani, Laio Zimermann Oliveira, André Luís de Gasper, Alexander Christian Vibrans

Abstract
In this chapter, we revised and discussed the concept of rarity, which usually convey the sense of uniqueness
or small populations. Generally, a given species is classified as rare when it has reduced abundance and/
or small occurrence area. In fact, other criteria could be used to improve species rarity classification
algorithms (e.g., habitat preference), although population size and geographical range are the most used
ones. A dichotomous three-pronged classification algorithm was proposed by Rabinowitz (1981), which
comprises seven rarity forms. In her classic approach, the author employed species’ (i) population size
(abundant or scarce), (ii) habitat preference (with or without preference), and (iii) geographical distribution
(wide or restrict). There are cases in which the limits of the geographical distribution of a given species
overlap with the territory of a state or country. Therefore, even though a species is widely distributed in
neighboring states or countries, it may be classified as rare in the state holding peripheral populations.
This phenomenon is called ‘jurisdictional rarity’ and should be acknowledged by researchers. In (sub)tropical
forests, two sets of tree species may be found, i.e., common and rare species. Common species usually
represent most trees found in a forested area. Even though rare species may present diminished populations,
they may account for most of the species richness found in a certain area. Possible drivers of species
rarity are: (i) vulnerability due to natural dynamic processes, such as floods, fire, and natural enemies; (ii)
sensitivity to anthropic activities; (iii) exploitation of natural resources or specific taxa; (iv) sensitivity
to population isolation. A general hypothesis for the increased number of rare species found in (sub)
tropical forests is related to the stability of climatic conditions overtime and the variety of habitats with
reduced spatial dimensions. Despite all the above, it is prudent to emphasize that any method to determine
the degree or form of rarity will always carry a certain degree of subjectivity. It takes place because the
adopted criteria are not pre-defined or universal, but are rather established based on the available literature
and researchers’ expertise regarding the ecosystem(s). In addition, it is important to note that not every
rare species is necessarily threatened or at risk of extinction, although some may be, indeed. Also, an
endemic species is not necessarily rare or at risk of extinction. Facing this context, the objective of this
study was to classify 647 native tree species occurring in three subtropical species-rich forest types within
the state of Santa Catarina (Southern Brazil) into the rarity forms proposed by Rabinowitz (1981). Data
were obtained from a equal probability systematic sampling design forest inventory covering the entire
state of Santa Catarina (~96,000 km²).

1
Sevegnani, L.; Oliveira, L.Z.; Gasper, A.L. de; Vibrans, A.C.; 2018. Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais. In: Gasper,
A.L. de; Oliveira, L.Z.; Lingner, D.V.; Vibrans, A.C. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Vol. VII, Espécies arbóreas raras
de Santa Catarina. Blumenau, Edifurb.

23
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

1.1 Conceitos de raridade

As espécies raras trazem consigo a conotação de exclusividade, de serem particularmente


valiosas, ou de terem risco de extinção aumentado (Drever et al. 2012). E o que vem a ser uma espécie
rara? Será uma espécie rara também ameaçada?
Em termos gerais, espécies vegetais raras são aquelas que têm baixa abundância e (ou) pequena
área de ocupação ou ocorrência. Esses dois parâmetros podem servir como elementos de uma definição
básica, aos quais outros podem ser acrescentados, como observaram Gaston (1994), Izco (1998) e
Drever et al. (2012). Critérios como especificidade de habitat, nitidez taxonômica e persistência ao
longo do tempo podem ser utilizados para tornar mais robusta e detalhada a classificação da raridade
de uma espécie; ressalta-se, no entanto, que em alguns casos esses critérios podem dificultar a
categorização, pelo fato de alguns serem inconciliáveis entre si. Ainda, há risco de critérios considerados
na classificação de raridade serem, na verdade, fatores que conduzem as espécies a serem classificadas
como raras (Gaston 1994).
Segundo Fiedler & Ahouse (1992), espécies classificadas como raras podem estar em um dos
grupos apresentados a seguir, os quais consideram os critérios acima citados (distribuição geográfica e
tamanho populacional): (i) Grupo A – com distribuição restrita, mas com grande tamanho populacional;
(ii) Grupo B – com distribuição restrita e população pequena; (iii) Grupo C – com distribuição
ampla, mas com tamanho populacional pequeno. Espécies categorizadas no último grupo apresentam
raridade do tipo suffusive (Schoener 1987), ou ‘rarefeita’. Rabinowitz (1981), por sua vez, adotou três
variáveis binárias relevantes e comuns a cada espécie como critérios para a categorização da raridade:
(i) distribuição geográfica (ampla ou restrita), (ii) especificidade de habitat (variada ou única) e (iii)
tamanho da população (abundante ou escassa); desses critérios, foram derivadas sete formas de raridade.
A existência de diferentes formas de raridade é, possivelmente, resultado de complexos
processos ecológicos e de ações antrópicas nos ecossistemas, de forma que a identificação da ‘estrutura’
da raridade pode embasar o pensamento sobre suas causas e consequências (Brown et al. 1996, Espeland
& Emam 2011). Algumas possíveis causas podem ser elencadas: (i) vulnerabilidade devido a processos
dinâmicos naturais, como alagamentos, incêndios, patologias e inimigos naturais; (ii) sensibilidade
às mudanças ambientais geradas por humanos; (iii) exploração de recursos naturais ou de táxons
específicos; (iv) sensibilidade ao isolamento de populações.
Embora ocorram muitas espécies raras nos ecossistemas florestais (sub)tropicais (Ricklefs 2000,
Caiafa & Martins 2010), nem toda espécie rara está necessariamente em risco de extinção, embora
algumas estejam de fato nessa situação (Drever et al. 2012). Ainda, de acordo com esses autores,
espécies raras são vulneráveis ao declínio de suas populações ou redução de sua área de ocupação e,
por conseguinte, demandam atenção especial em relação à conservação da biodiversidade na respectiva
escala de análise (Lozano & Schwartz 2005).
Em síntese, espera-se encontrar numa comunidade florestal dois conjuntos de espécies: espécies
com baixa abundância, eventualmente com distribuição espacial restrita, e outro com poucas espécies
de elevada abundância, geralmente com distribuição espacial ampla (Pitman et al. 1999, Ricklefs 2000,
Caiafa & Martins 2010, Drever et al. 2012, Rezende et al. 2014, Oliveira et al. 2016). A NatureServe
(www.natureserve.org), através do programa Natural Heritage Database, contempla uma lista detalhada
de táxons raros dos Estados Unidos e Canadá. Baseados nesse banco de dados, Mills & Schwartz
(2005) constataram que das 15.066 espécies de plantas analisadas, 4.555 espécies (~30%) podem ser
consideradas raras. Estima-se que um terço das espécies de plantas nativas dos Estados Unidos sejam
raras (Stein et al. 2000). Recente pesquisa publicada pela revista Science demonstrou que nas planícies

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1 | Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais

da bacia Amazônica, abrangendo cerca de seis milhões de km², o número estimado de espécies arbóreas
é de ~16.000. Dessas espécies, 227 podem ser consideradas ‘hiperdominantes’ e o conjunto das cerca
de 11.000 mais raras teria densidade correspondente a 0,12% do total de árvores presentes na área
de estudo (ter Steege et al. 2013). Em outras palavras, essas espécies apresentam populações muito
pequenas. Tal realidade foi constatada também pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina
(IFFSC), pois cerca de 30% das espécies apresentaram 10 ou menos indivíduos em toda a amostra
(Vibrans et al. 2012).
Uma possível explicação para a elevada raridade encontrada nos ecossistemas florestais do
Brasil advém do estudo de distribuição de espécies de plantas no Neotrópico, elaborado por Morueta-
Holme et al. (2013). Os autores constataram que a elevada concentração de espécies com distribuição
restrita, como a encontrada nos Andes, na América Central e na Floresta Ombrófila Densa do Brasil,
está relacionada ao clima estável e à presença de diversidade de habitats com dimensões espaciais
reduzidas.
De acordo com Drever et al. (2012), critérios para categorização de espécies raras podem ser
idênticos aos empregados para definir espécies ameaçadas de extinção, como as da Lista Vermelha da
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN 2012). Nos Estados Unidos, a NatureServe
deu ênfase na abundância e distribuição geográfica. Os demais critérios, tais como a especificidade
de habitat, foram utilizados de modo secundário, especialmente quando havia incerteza ou carência
de informações precisas sobre os outros dois. Drever et al. (2012) consideram a abundância o critério
mais apropriado, pois relaciona raridade com risco de extinção, ao menos para as espécies arbóreas.
Nesse sentido, a abundância de uma espécie pode ser caracterizada por três parâmetros: (i) número
total de indivíduos de uma população (tamanho da população), (ii) número de indivíduos numa dada
área (densidade) e (iii) número de indivíduos em relação à outra população, ou seja, obtido a partir da
classificação decrescente de uma lista contendo as espécies e suas respectivas abundâncias (Drever et
al. 2012).
Relativo ao tamanho da área geográfica ocupada por uma espécie, duas medidas podem ser
levadas em consideração: (i) Extensão da Ocorrência (EO) – área que engloba os limites espaciais onde
a espécie pode ocorrer; geralmente são indicados os limites latitudinais e longitudinais de ocorrência,
formando polígonos; (ii) Área de Ocupação (AO) – área onde a espécie é registrada; trata-se de um
refinamento da EO, da qual foram removidas áreas desabitadas ou não adequadas para ocupação (Drever
et al. 2012). A AO é preferível para ser adotada como medida de tamanho da distribuição geográfica
para a categorização de espécies raras porque apresenta maior coerência ecológica (Gaston 1994).
Quanto à especificidade de habitat, utilizada como terceiro critério por Rabinowitz (1981) e
Rabinowitz et al. (1986), nem sempre é possível determiná-la para cada espécie e em toda sua respectiva
abrangência geográfica. Por isso, Gaston (1994) sugere deixar a especificidade de habitat como critério
suplementar ou somente empregá-la na ausência de outro. No entanto, incluindo a especificidade
de habitat, a combinação dos três critérios (binários) empregados por Rabinowitz (1981) resulta em
oito grupos de espécies: espécies classificadas como comuns são caracterizadas por apresentar: (i)
distribuição geográfica ampla, (ii) ocorrência em vários habitats e (iii) população abundante; os demais
grupos de espécies constituem sete formas de raridade (Tabela 1.1), a saber:
Forma 1: abrange espécies com ampla distribuição geográfica, ocupando habitat variados, sempre com
populações escassas;
Forma 2: abrange espécies com ampla distribuição geográfica, habitat único, com populações
abundantes;

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Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Forma 3: abrange espécies com ampla distribuição geográfica, habitat único e populações escassas;
Forma 4: abrange espécies com distribuição geográfica restrita, habitats variados e populações
abundantes;
Forma 5: abrange espécies com distribuição geográfica restrita, habitats variados e populações escassas;
Forma 6: abrange espécies com distribuição geográfica restrita, ocupando um único habitat e com
populações abundantes;
Forma 7: abrange espécies com distribuição geográfica restrita, habitat único e populações escassas.
Tabela 1.1. Grade de parâmetros para classificação de espécies em formas de raridade. Adaptada de Rabinowitz (1981).
Table 1.1. Parameters for the classification of species into rarity forms. Adapted from Rabinowitz (1981).

Distribuição geográfica Ampla Restrita


Habitat Vários Único Vários Único
População abundante Comum Forma 2 Forma 4 Forma 6
População escassa Forma 1 Forma 3 Forma 5 Forma 7

Lim et al. (2012) chamam a atenção dos taxonomistas e ecólogos para as numerosas espécies
encontradas com apenas um indivíduo na amostra (singletons), o que pode fazer com que parte da
raridade não seja identificada ou registrada, uma vez que os taxonomistas têm receio de identificar
espécies a partir de material botânico escasso. Os taxonomistas deveriam assumir que grande parte de
todas as espécies é rara (10-30%). Portanto, raridade não representa ‘anormalidade’, pois ‘o mundo
está repleto de raridade’. A constatação vale para plantas, bem como para (in)vertebrados, embora nos
últimos o percentual de classificações taxonômicas feitas a partir de um único exemplar é maior. À
vista disso, Procópio & Souza Secco (2008) chamam a atenção para a identificação correta de material
botânico ao apontar que espécies podem ser confundidas, principalmente se nomes populares são
empregados, ou quando há ausência de coleta(s) adequada(s).
Concorrentemente aos conceitos e métodos elencados acima, ocorre um fenômeno denominado
‘raridade jurisdicional’ (Bunnell et al. 2009), que acontece quando o limite da distribuição geográfica
de uma espécie sobrepõe-se ao território de um estado ou país. Nesse caso, uma determinada espécie
pode possuir distribuição ampla nos estados vizinhos, embora no estado em questão a sua distribuição
seja reduzida por constituir uma população periférica (Channell & Lomolino 2000, Leppig & White
2006). Por conseguinte, esse fenômeno pode influenciar a classificação de raridade de certa espécie
quando toda a distribuição geográfica de sua ocorrência não é considerada (Peterson 2001, Drever et
al. 2012). Em certos casos, grande parte das espécies classificadas como raras pode ser composta por
espécies com população periférica em dada área de estudo (Godown & Peterson 2000). Entretanto, tais
espécies não deixam de ser raras nesses locais, de forma que é relevante considerá-las em estratégias de
conservação (Lesica & Allendorf 1995).
Cientistas discutem a importância e a viabilidade de dirigir esforços conservacionistas às espécies
com populações periféricas. De acordo com Channell (2004), existem cinco argumentos contrários ao
esforço especial na conservação de tais espécies: (i) os recursos disponíveis para a conservação são
geralmente baixos e poderiam ser direcionados para causas prioritárias (Hunter & Hutchinson 1994,
Lesica & Allendorf 1995, Possingham et al. 2002); (ii) os métodos de manejo de populações periféricas
podem ser inapropriados quando aplicados para espécies comuns da região em questão (Hunter &
Hutchinson 1994); (iii) ações conservacionistas direcionadas às populações periféricas podem ‘diluir’

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1 | Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais

a eficiência da aplicação da legislação concernente à proteção de espécies com populações em declínio


(Peterson 2001, Possingham et al. 2002); (iv) as populações periféricas possuem baixa variabilidade
genética (Hardie & Hutchings 2010), logo, possuem menor valor para conservação, embora podem
abrigar alelos raros; (v) as populações periféricas têm, geralmente, tamanho reduzido (Holt & Gaines
1992).

1.2 Espécie endêmica, rara ou ameaçada de extinção?

Nas últimas décadas tem sido comum ouvir os termos espécie endêmica, espécie ameaçada e
espécie rara, especialmente quando se trata de conservação da biodiversidade. E o que é uma espécie
endêmica? O que ela tem em comum com uma espécie rara ou ameaçada de extinção?
Em termos biogeográficos, um táxon é endêmico quando é exclusivo de um determinado espaço
geográfico, devido a processos históricos, ecológicos ou fisiológicos (Gaston 1994, Werneck et al. 2011).
Por exemplo, uma espécie pode ser endêmica de uma ilha, estado, país ou continente. Quando uma
determinada área possui duas ou muitas espécies endêmicas e com ocorrência geográfica congruente,
ela pode ser denominada de ‘centro de endemismo’. Áreas de endemismo, levando-se em consideração
a riqueza da flora e da fauna, têm sido propostas para os Domínios Floresta Atlântica e Amazônica
(Echternacht et al. 2011). A Floresta Atlântica é considerada rica em endemismos (Werneck et al. 2011),
pois atualmente, das 13.708 espécies de angiospermas listadas, 48% são endêmicas (Stehmann et al.
2009).
Dois conceitos são mantidos sob a rubrica de endemismo e são importantes para as estratégias
de conservação: (i) endemismo – utilizado para se referir a algo restrito a uma região geográfica
estabelecida, delimitada por limites políticos ou por características geográficas naturais; (ii) restrição
geográfica (range restriction) – utilizado para se referir a uma espécie com distribuição geográfica menor
que um determinado critério de extensão geográfica, sem referência a uma característica geográfica
específica (Peterson & Watson 1998); um tamanho de área proposto é 50.000 km2 (Bibby 1992).
Com base nos conceitos expostos, uma espécie pode ser endêmica de uma determinada região,
embora pode não ser rara. No entanto, dependendo do tamanho populacional e do tamanho da área
geográfica ocupada, as condições de endêmica e rara podem apresentar-se simultaneamente (Gaston
1994). Dessa forma, podemos encontrar as seguintes situações, dependentes da escala geográfica,
especialmente quando se trata de limites políticos, como no caso das espécies levantadas pelo IFFSC:

● Uma espécie endêmica não necessariamente precisa ser rara ou ameaçada de extinção;
● Uma espécie rara não necessariamente precisa ser endêmica ou ameaçada de extinção;
● Uma espécie ameaçada de extinção não precisa ser necessariamente endêmica e rara.
No entanto:
● Uma espécie endêmica pode ser rara e ameaçada de extinção;
● Uma espécie rara pode ser endêmica e ameaçada de extinção;

● Uma espécie ameaçada de extinção pode ser endêmica e rara.

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Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

A IUCN, aliada a outras instituições de pesquisa, o poder público em diversos países e à


sociedade civil organizada, tem empenhado esforços em apontar espécies e ecossistemas sob ameaça,
visando a conservação. Nesse contexto, a IUCN elaborou uma lista de critérios a serem considerados na
determinação do status de conservação e risco de extinção de espécies da flora e da fauna (IUCN 2012,
2016). Os critérios são adotados pelo governo Brasileiro na definição das espécies vegetais e animais
ameaçadas levando em conta, principalmente, o tamanho das populações e a área de ocorrência, conforme
Martinelli & Moraes (2013) e MMA (2014). As categorias estabelecidas são (IUCN 2012, 2016): (i)
Extinta (EX, Extinct), (ii) Extinta na Natureza (EW, Extinct in the Wild), (iii) Criticamente em Perigo
(CR, Critically Endangered), (iv) Em Perigo (EN, Endangered), (v) Vulnerável (VU, Vulnerable),
(vi) Quase Ameaçada (NT, Near Threatened), (vii) Pouco Preocupante (LC, Least Concern), (viii)
Deficiência de Dados (DD, Data Deficient) e (ix) Não Avaliada (NE, Not Evaluated). Dessas categorias,
as que revelam a ameaça de extinção são: ‘Criticamente em Perigo’, ‘Em Perigo’ e ‘Vulnerável’. O
enquadramento de uma espécie em qualquer das categorias torna-se mais robusto quando fundamentado
em dados de pesquisas científicas acerca das respectivas populações, principalmente as que adotam
amostragem repetida em diversas ocasiões.

Martinelli & Moraes (2013), com o auxílio de especialistas botânicos, publicaram o Livro
Vermelho da Flora do Brasil, no qual os critérios da IUCN foram aplicados às espécies listadas
anteriormente em outras listas e portarias nacionais. Já em 2014, o Conselho Estadual do Meio
Ambiente de Santa Catarina (CONSEMA) estabeleceu, através da Resolução N°51 de 05/12/2014, a
‘Lista de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção no Estado de Santa Catarina’ (CONSEMA 2014).
Na lista elaborada pelo CONSEMA, constam espécies como canela-preta (Ocotea catharinensis Mez),
imbuia (Ocotea porosa (Nees) Barroso), araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), pinho-
bravo (Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl.) e xaxim (Dicksonia sellowiana Hook.).

1.3 Sobre esta obra

A partir dos registros contidos na monumental obra de Reitz e Klein, a ‘Flora Ilustrada
Catarinense’ (Reitz 1965), e das coletas realizadas pelo IFFSC, seria possível endereçar o grau de
raridade das espécies arbóreas e arbustivas de Santa Catarina. À vista disso, a presente obra tem como
objetivo preencher uma lacuna deixada pelos trabalhos do memorável professor Roberto Miguel Klein
(Klein 1990, 1996), que iniciou um amplo processo de sintetização de informações sobre espécies raras
de Santa Catarina, mas não chegou a concluir. Destacamos que a natureza dos dados aqui utilizados
é distinta daquela dos dados coletados pelo professor Klein, assim como a metodologia empregada;
apesar disso, seus comentários, assim como os dos demais autores da Flora Ilustrada Catarinense,
foram considerados neste trabalho, sempre quando disponíveis para as diferentes espécies.

As análises contidas nesta obra estão baseadas em dados do levantamento sistemático conduzido
pelo IFFSC a partir de 2007 (Vibrans et al. 2012). A amostragem abrangeu com igual intensidade e
probabilidade os remanescentes florestais de todo o território catarinense, evitando assim qualquer
tendenciosidade da amostragem realizada por conveniência, isto é, em localidades de fácil acesso ou
próximas aos centros de estudos. A amostragem sistemática do IFFSC pode não ter registrado algumas
das espécies com distribuição muito restrita, como Raulinoa echinata R.S.Cowan, espécie que ocorre
exclusivamente nas margens de um pequeno trecho do Rio Itajaí-Açu (Cowan & Smith 1973). Algumas
espécies foram amostradas no componente arbóreo (DAP ≥ 10 cm) em pequeno número, mas não são
necessariamente árvores, mas, sim, arbustos de grande porte, que em determinados locais cresceram a
ponto de ultrapassar o diâmetro limite para serem incluídas na amostra; portanto, espécies nessa situação

28
1 | Raridade de espécies arbóreas em ecossistemas florestais

não foram consideradas raras. É importante mencionar que diversos taxonomistas especializados
estiveram envolvidos na identificação do material botânico coletado pelo IFFSC, agregando, assim,
qualidade aos dados coletados em campo.
Não foram empregados dados de herbário, porque análises conduzidas a partir de dados dessa
natureza podem gerar resultados tendenciosos, uma vez que existe maior probabilidade de espécies
comuns serem coletadas quando comparadas às raras (ter Steege et al. 2013). Ademais, o ‘efeito
herbário’ poderia manifestar-se, visto que há correlação entre o número de coletas e tombamentos
efetuados em uma região e a quantidade (e proximidade) de herbários na mesma região.
É prudente enfatizar que qualquer meio de determinação do grau ou forma de raridade de espécies
sempre conterá certo grau de subjetividade, uma vez que os critérios adotados não são pré-definidos
ou universais, mas são estabelecidos com auxílio da literatura disponível e apoiados na experiência
dos autores. Os critérios utilizados neste estudo foram discutidos e estabelecidos pela equipe científica
do IFFSC em diversos encontros, que ainda contaram com a fiel e dedicada participação da ilustre
professora Lúcia Sevegnani.

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of Angiosperms in the Atlantic Forest. Natureza & Conservação 9 (2): 188–193.

31
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Cedrela fissilis, Unidade


32Amostral 1025, Joinville.
Capítulo 2
Espécies arbóreas raras de
Santa Catarina

Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade


e de avaliação da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa
Catarina1

Methodologies of classification of tree species into rarity forms and evaluation of the genetic
diversity of 13 species in the state of Santa Catarina

Laio Zimermann Oliveira, André Luís de Gasper, Alexander Christian Vibrans, Lucia Sevegnani, Débora
Vanessa Lingner, Tiago Montagna, Adelar Mantovani, Maurício Sedrez dos Reis

Abstract

In this chapter, we described the methodologies of field data collection, classification of tree species
into rarity forms, and the assessment of population structure and genetic diversity of 13 species that are
widely used and endowed with great conservation value. Data were gathered in 418 0.4 ha systematically
distributed sample plots, wherein all trees with diameter at breast height (dbh) ≥ 10 cm were identified and
measured. Among the 418 sample plots, 197 were installed in the Dense Ombrophylous Forest (DOF),
143 in the Mixed Ombrophylous Forest (MOF), and 78 in the Seasonal Deciduous Forest (SDF). Based
on the IFFSC data, species were classified into the seven rarity forms proposed by Rabinowitz (1981).
The classification algorithm uses three dichotomous attributes, namely, geographical distribution (wide
or restricted), habitat preference (with or without preference), and population size (scarce or abundant).
A species was categorized as with restricted geographical distribution when it was recorded in only one
geographical band of ~1° width, or with wide geographical distribution when it was recorded in more
than one band; latitudinal bands were created for the DOF, and longitudinal bands for the MOF and
SDF. A species was classified as with habitat preference if it occurred in only one of the altitude floors
proposed by the Oliveira-Filho (2015) vegetation classification system; if it occurred in more than one
floor, it was classified as without habitat preference. A species was classified as with abundant population
if it presented more than 10 individuals in the given phytogeographic region, or with scarce population
if it presented 10 or less individuals in the given phytogeographic region. The rarity classification was
conducted independently for each phytoecological region. This means that the rarity form attributed to a
given species was related to the phytoecological region(s) in which it was sampled; in other words, it may
present a certain rarity form in one phytoecological region, but it may be common in another. Population
structure and genetic diversity of the following 13 species were assessed: Calophyllum brasiliense, Euterpe
edulis, Ocotea catharinensis, and Ocotea odorifera in the DOF; Araucaria angustifolia, Butia eriospatha,
Dicksonia sellowiana, Ocotea porosa, and Podocarpus lambertii in the MOF; Apuleia leiocarpa, Cedrela
fissilis, and Myrocarpus frondosus in the SDF; Butia catarinensis in the Restinga (coastal vegetation). For
the population structure analysis, data from the canopy (dbh ≥ 10 cm) and natural regeneration (dbh < 10
cm) layers gathered in 421 sample plots – including three samples plots allocated in the Restinga – were
used. The genetic diversity analyses were conducted using data from 195 populations of reproductive

1
Oliveira, L.Z.; Gasper, A.L.; Vibrans, A.C.; Sevegnani, L.; Lingner, D.V.; Montagna, T.; Mantovani, A.; Reis, M.S. 2018. Metodologia de
classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina.
In: Gasper, A.L. de; Oliveira, L.Z.; Lingner, D.V.; Vibrans, A.C. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Vol. VII, Espécies
arbóreas raras de Santa Catarina. Blumenau, Edifurb.

33
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

individuals and 63 populations of regenerant individuals. The isoenzyme electrophoresis technique


was employed to genotype all individuals. Several genetic diversity indices were calculated, such as
the observed and expected heterozygosities, and the fixation index. Several landscape metrics were
calculated within a buffer with radius of 2,800 m starting at the sample plot’s center, and multivariate
analysis (PCA and RDA) were performed to identify associations among genetic diversity indices and
landscape metrics. To evaluate the importance of Conservation Units in maintaining genetic diversity,
comparisons among genetic diversity indices calculated for populations inside and outside protected
areas were conducted.

2.1 Área de estudo

A área de estudo é o estado de Santa Catarina, localizado entre as latitudes 25° 57’ e 29° 21’ S e
longitudes 48° 62’ e 53° 50’ W, com área de 95.346 km². As principais regiões fitoecológicas florestais
do estado foram delimitadas de acordo com o mapa fitogeográfico de Klein (1978) e classificadas
segundo IBGE (2012): Floresta Ombrófila Densa (FOD), com área de 31.281 km², dos quais 12.638
km² são floresta nativa; Floresta Ombrófila Mista (FOM), com área de 56.395 km², dos quais 15.621
km² são floresta nativa; Floresta Estacional Decidual (FED), com área de 7.671 km², dos quais 1.250
km² são floresta nativa (Vibrans et al. 2013).

De acordo com a classificação climática de Köppen, Santa Catarina apresenta dois tipos
climáticos: Cfa – clima temperado úmido, com verão quente e Cfb – clima temperado úmido, com
verão ameno (Alvares et al. 2013). A temperatura média anual varia entre 10-22 °C; a precipitação
média anual varia entre 1.100-2.900 mm e é uniformemente distribuída ao longo do ano; a umidade
relativa média anual varia entre 74-88% (Tabela 2.1).
Tabela 2.1. Dados climatológicos médios (desvio padrão entre parênteses) gerados a partir de uma série histórica (> 30 anos)
de 197 estações meteorológicas inseridas nas áreas de ocorrência da Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila
Mista (FOM) e Floresta Estacional Decidual (FED) (EPAGRI 2008) e amplitude altitudinal das Unidades Amostrais (UA)
do IFFSC.
Table 2.1. Average climatological data (standard deviation in brackets) generated from a historical series (> 30 years) of 197
meteorological stations located in the occurrence areas of the Ombrophylous Dense Forest (FOD), Mixed Ombrophylous
Forest (FOM) and Seasonal Deciduous Forest (FED) (EPAGRI 2008), and the altitudinal range of the IFFSC’s sample plots
(UA).

Variável FOD FOM FED


Temp. média anual (°C) 18,9 (0,9) 16,4 (1,3) 18,4 (0,7)
Temp. média mês mais frio (°C) 13,8 (1,1) 12,9 (1,5) 13,4 (1,2)
Temp. média mês mais quente (°C) 22,9 (1,5) 21,5 (2,0) 22,7 (1,3)
Precipitação média anual (mm) 1.574,5 (239,9) 1.632,4 (200,1) 1.651,5 (194,6)
Evapotranspiração (mm) 911,8 (48,4) 787,8 (65,1) 911,5 (62,5)
Umidade relativa média (%) 80,1 (2,1) 83,03 (1,2) 77,8 (1,2)
Dias de geada por ano 6 (3) 16 (3) 9 (2)
Altitude das UA (m a.n.m.) 2 – 1.195 514 – 1.560 503 – 898

34
2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina

2.2 Coleta de dados

Os dados do IFFSC provêm de uma amostragem sistemática em 1.074 Unidades Amostrais


(UA) localizadas nas interseções de uma grade de 10 km × 10 km cobrindo todo o estado. Uma grade
de 5 km × 5 km foi adotada para a FED devido à fragmentação das florestas dessa região (Vibrans et
al. 2010). Das 1.074 UA, 418 foram classificadas como floresta, de acordo com a seguinte definição:
área contínua de vegetação arbórea, com dossel ≥ 10 m de altura e área basal ≥ 10 m².ha-1 (Vibrans et
al. 2013). Dentre as 418 UA, 197 foram alocadas na FOD, 143 na FOM e 78 na FED. Além dessas, três
UA foram alocadas na restinga. Devido ao número amostral reduzido na restinga, as três UA não foram
incluídas nas análises neste livro. A UA do IFFSC consiste em um conglomerado com área de 4.000
m² (0,4 ha). O conglomerado é composto por quatro subunidades dispostas de forma perpendicular
entre si; cada subunidade tem área de 1.000 m2 (20 m × 50 m) e é posicionada a uma distância de 30
m do centro do conglomerado (Vibrans et al. 2010). Cada subunidade (1.000 m²) é composta por 10
subparcelas com área de 100 m² (10 m × 10 m) (Figura 2.1). As equipes de campo identificaram e
mediram o diâmetro de cada árvore ou arbusto com diâmetro à altura do peito (DAP; 1,30 m) ≥ 10 cm.

Os sistemas de classificação adotados foram APG IV (2016) para angiospermas, PPG 1 (2016)
para samambaias e Christenhusz et al. (2011) para gimnospermas. A Flora do Brasil 2020 (2017) foi
consultada para a ortografia e sinonimização dos nomes das espécies. Espécies exóticas e as identificadas
em nível de gênero foram excluídas da análise.

Figura 2.1. Distribuição das 418 Unidades Amostrais nas três principais regiões fitoecológicas de Santa Catarina, definidas
conforme Klein (1978).
Figure 2.1. Distribution of the 418 sample plots in the three main phytoecological regions of Santa Catarina, defined
according to Klein (1978).

35
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

2.3 Classificação de espécies em formas de raridade

A classificação da raridade das espécies arbóreas de Santa Catarina foi conduzida de forma
independente para as três regiões fitoecológicas prevalentes no estado (FOD, FOM e FED). A
classificação de raridade gerada para dada espécie é concernente à(s) região(ões) fitoecológica(s) na
qual ela foi registrada. Por exemplo, uma espécie pode apresentar certa forma de raridade em uma região
fitoecológica e pode ser comum em outra, como a espécie Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze.

A metodologia de classificação de raridade aplicada pelo IFFSC compreende espécies comuns e


sete formas de raridade, conforme proposto por Rabinowitz (1981). A classificação integra informações
dicotômicas acerca de três atributos fixos, inerentes à dada espécie: (i) distribuição geográfica (ampla
ou restrita), (ii) especificidade por habitat (com ou sem especificidade) e (iii) tamanho da população
(escassa ou abundante). A partir das informações dicotômicas sobre os atributos mencionados, são
derivadas sete formas de raridade, conforme a Tabela 2.2. As formas de raridade variam entre a forma
1 (menos restritiva) e a forma 7 (mais restritiva).

Tabela 2.2. As sete formas de raridade propostas por Rabinowitz (1981). Tabela adaptada de Rabinowitz (1981).
Table 2.2. The seven rarity forms. Adapted from Rabinowitz (1981).

Distribuição geográfica Ampla Restrita


Habitat Vários Único Vários Único
População abundante Comum Forma 2 Forma 4 Forma 6
População escassa Forma 1 Forma 3 Forma 5 Forma 7

2.3.1 Implicações do critério de inclusão na classificação da raridade

Algumas espécies foram amostradas em pequeno número no componente arbóreo (DAP ≥


10 cm). Entre essas espécies, encontram-se também aquelas que, embora não sendo necessariamente
árvores, mas arbustos de maior porte, cresceram em determinados ambientes a ponto de ultrapassarem
o limite de 10 cm de DAP. Essas espécies foram inicialmente classificadas em alguma forma de raridade
sem serem, de fato, raras. Por essa razão, elas não constam no Capítulo 3 – que trata das espécies
classificadas nas formas 5, 6 e 7 –, mas foram mantidas na tabela geral para consulta (Apêndice I).

2.4. Atributos da raridade

No método de classificação de raridade de Rabinowitz (1981), os três atributos da raridade


acima citados são definidos arbitrariamente, uma vez que não existem na literatura recomendações de
critérios quantitativos rígidos. Entretanto, é necessário adequar os critérios ao sistema alvo, de acordo
com a dimensão da área de estudo, propriedades ecológicas da(s) fitofisionomia(s), dentre outros
fatores. No caso de Santa Catarina, considerando também a natureza dos dados do IFFSC, a definição
dos critérios foi baseada no estudo de Caiafa & Martins (2010).

36
2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina

2.4.1. Distribuição geográfica

A distribuição geográfica de dada espécie foi avaliada através da sua ocorrência em uma ou
múltiplas faixas geográficas. As faixas foram criadas a partir da divisão da área de ocorrência das
regiões fitoecológicas em seis faixas latitudinais ou longitudinais com largura de aproximadamente um
grau (1°). Para a FOD, foram criadas faixas latitudinais (Figura 2.2. A) e para a FOM e FED foram
criadas faixas longitudinais (Figura 2.2 B e C).

A distribuição geográfica de dada espécie foi considerada restrita se ela ocorreu em apenas
uma faixa geográfica. A distribuição geográfica foi considerada ampla se a espécie ocorreu em duas ou
mais faixas geográficas.

Figura 2.2. Disposição das faixas criadas para a avaliação da distribuição geográfica das espécies arbóreas registradas pelo
IFFSC, onde, (A) Floresta Estacional Decidual, (B) Floresta Ombrófila Mista e (C) Floresta Ombrófila Densa.
Figure 2.2. Geographic bands created to evaluate the geographic distribution of the tree species recorded by the IFFSC,
where (A) Seasonal Deciduous Forest, (B) Mixed Ombrophylous Forest, and (C) Dense Ombrophylous Forest.

37
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

2.4.2. Especificidade por habitat

A especificidade por habitat foi avaliada de acordo com os pisos altitudinais propostos por
Oliveira-Filho (2015). Cada piso altitudinal foi considerado como um habitat independente, uma vez
que podem apresentar características ambientais particulares, bem como vegetação com peculiaridades
estruturais e florísticas (Leite 2002). Os habitats considerados para cada uma das regiões fitoecológicas
são apresentados na Tabela 2.3.

Uma espécie foi classificada como com especificidade por habitat se ela ocorreu em somente
um dos pisos altitudinais. Uma espécie foi classificada como sem especificidade por habitat se ela
ocorreu em dois ou mais pisos altitudinais.
Tabela 2.3. Habitats – pisos altitudinais determinados por Oliveira-Filho (2015) – empregados na classificação de espécies
arbóreas de Santa Catarina em formas de raridade.
Table 2.3. Habitats – altitudinal floors determined by Oliveira-Filho (2015) – employed in the classification of tree species
of Santa Catarina into rarity forms.

Fitofisionomia Piso altitudinal Amplitude altimétrica (m)


Baixada 0 ˫ 100
Morraria baixa 100 ˫ 500
Floresta Ombrófila Densa
Morraria alta 500 ˫ 900
Baixo-serrana 900 ˫ 1.300
Morraria alta 500 ˫ 900
Floresta Ombrófila Mista Baixo-serrana 900 ˫ 1.300
Alto-serrana 1.300 ˫ 1.800
Morraria baixa 100 ˫ 500
Floresta Estacional Decidual
Morraria alta 500 ˫ 900

2.4.3 Tamanho da população

A população de dada espécie foi classificada como escassa quando foram registrados até 10
indivíduos e abundante quando foram amostrados mais que 10 indivíduos nas UA do IFFSC, alocadas
na região fitoecológica em questão. Salienta-se que a classificação de raridade de dada espécie é
específica para cada região fitoecológica, ou seja, as UA consideradas são apenas aquelas alocadas na
região fitoecológica avaliada.

2.5 Síntese dos atributos de raridade

Concatenando os atributos dicotômicos definidos acima (Tabela 2.2; Tabela 2.3), chegou-se às
formas de raridade e seus respectivos atributos, sintetizados na Tabela 2.4.

38
2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina

Tabela 2.4. Síntese dos atributos adotados para a definição das formas de raridade das espécies arbóreas amostradas pelo
IFFSC.
Table 2.4. Summary of the attributes adopted for the definition of the rarity forms of the tree species sampled by the IFFSC.
Distribuição geográfica –
Raridade Habitat – ocorre em: População
ocorre em:
Comum Mais que uma faixa geo. Mais que um habitat > 10 indivíduos
Forma 1 Mais que uma faixa geo. Mais que um habitat ≤ 10 indivíduos
Forma 2 Mais que uma faixa geo. Um único habitat > 10 indivíduos
Forma 3 Mais que uma faixa geo. Um único habitat ≤ 10 indivíduos
Forma 4 Uma única faixa geo. Mais que um habitat > 10 indivíduos
Forma 5 Uma única faixa geo. Mais que um habitat ≤ 10 indivíduos
Forma 6 Uma única faixa geo. Um único habitat > 10 indivíduos
Forma 7 Uma única faixa geo. Um único habitat ≤ 10 indivíduos

2.6 Sobre o Capítulo 3: Catálogo das espécies arbóreo-arbustivas raras de Santa Catarina

No Capítulo 3, são apresentadas 87 espécies arbóreas classificadas nas formas de raridade 5,


6 e 7. Para cada uma dessas espécies, são apresentadas as seguintes informações: (i) nome científico,
família e nome(s) popular(es) mais empregado(s) em Santa Catarina; (ii) forma de raridade; (iii) grau
de ameaça nacional e estadual (CONSEMA 2014, MMA 2014, CNCFlora 2016); (iv) distribuição
geográfica no Brasil (Flora do Brasil 2020 2017); (v) número de indivíduos amostrados nos estratos
arbóreo e regeneração natural, DAP médio e altura média, de acordo com a base de dados do IFFSC;
(vi) preferências ecológicas e descrição do ambiente de ocorrência, de acordo com a literatura
disponível (e.g., Reitz et al. 1965); (vii) usos da espécie, conforme registrados na literatura; (viii) mapa
de distribuição da espécie no estado, construído a partir dos dados do IFFSC.

As espécies que apresentaram forma de raridade 5, 6 ou 7 em alguma região fitoecológica, mas


apresentaram forma de raridade menos restritiva em outra, não foram consideradas no Capítulo 3,
mas constam na lista geral do Apêndice I, assim como todas as espécies classificadas nas formas de
raridade 1 a 4. Não obstante, as formas de raridade menos restritivas não devem ser negligenciadas,
uma vez que as formas 1 e 3, por exemplo, incluem espécies com população escassa, isto é, com menos
que 10 indivíduos amostrados no estado.

2.7 Sobre o Capítulo 4: Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

No Capítulo 4, é apresentado um estudo sobre a estrutura populacional e diversidade genética


de um grupo de 13 espécies de alto valor de uso e conservação. Entre elas, há espécies constantes
da Lista das Espécies Ameaçadas do Brasil (MMA 2014), como Araucaria angustifolia (araucária),
Butia eriospatha (butiá-da-serra), Dicksonia sellowiana (xaxim), Ocotea porosa (imbuia) na Floresta

39
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Ombrófla Mista; Euterpe edulis (palmiteiro), Ocotea catharinensis (canela-preta) e Ocotea odorifera
(canela-sassafrás) na Floresta Ombrófila Densa. Integram também o grupo espécies com alto valor
comercial, representativas em certas regiões fitoecológicas, que eventualmente têm histórico de intensa
exploração e, por consequência, pressões de uso, como Apuleia leiocarpa (grápia), Cedrela fissilis
(cedro) e Myrocarpus frondosus (cabreúva) na Floresta Estacional Decidual, Podocarpus lambertii
(pinho-bravo) na Floresta Ombrófila Mista, Calophyllum brasiliense (guanandi) nas planícies litorâneas
da Floresta Ombrófila Densa e Butia catarinensis (butiá-da-praia) na restinga.

Após uma introdução sobre cada espécie, são apresentados um panorama da estrutura
populacional de acordo com os dados do IFFSC e um mapa de ocorrência; em seguida, são abordadas
a estrutura e a diversidade genética das populações, bem como recomendações para uso e conservação.

2.7.1 Amostragem para caracterizar a diversidade genética

Desde a publicação do capítulo “Distribuição da diversidade genética e conservação de espécies


arbóreas em remanescentes florestais de Santa Catarina” (Reis et al. 2012) no primeiro volume dos
livros do IFFSC (Vibrans et al. 2012), houve avanços em relação à coleta e análise de dados relativos
à estrutura e diversidade genética das espécies estudadas na época. A continuidade dos estudos de
genética de populações atrelados ao IFFSC trouxe progresso à análise da diversidade genética de
indivíduos regenerantes, que são tidos como representantes da situação atual das populações. Avançou-
se também em análises integrativas dos dados de genética e indicadores da estrutura da paisagem,
visando fundamentar estratégias de conservação mais robustas para as espécies alvo.

Os dados apresentados neste estudo provêm de uma amostragem realizada em todo o estado
de Santa Catarina, que começou em 2001 e se estendeu até 2015. As espécies estudadas, por região
fitoecológica, são: FOD: canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-sassafrás (Ocotea odorifera),
palmiteiro (Euterpe edulis) e guanandi (Calophyllum brasiliense); FOM: araucária (Araucaria
angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), xaxim (Dicksonia sellowiana), butiá-da-serra (Butia eriospatha)
e pinho-bravo (Podocarpus lambertii); FED: cedro (Cedrela fissilis), grápia (Apuleia leiocarpa) e
cabreúva (Myrocarpus frondosus); restinga: butiá-da-praia (Butia catarinensis).

A Tabela 2.5 traz o número de populações amostradas para cada espécie e as análises numéricas
realizadas, detalhadas abaixo. A amostragem de cada população consistiu na coleta de material foliar de
ao menos 50 indivíduos reprodutivos em cada população. Para algumas espécies, conforme a Tabela
2.5, também foram amostrados, nas mesmas áreas, indivíduos regenerantes. Foram considerados
regenerantes os indivíduos mais jovens de cada espécie (Tabela 2.5), encontrados nos fragmentos
amostrados.
Tabela 2.5. Número de populações de indivíduos reprodutivos e regenerantes amostradas e análises realizadas.
Table 2.5. Number of sampled populations of reproductive and regenerant individuals and performed analyzes.

Espécie Reprodutivos Regenerantes PCA RDA AUC


Apuleia leiocarpa 9 5 ×
Araucaria angustifolia 32 21 × ×
Butia catarinensis 9 ×
Butia eriospatha* 14

40
2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina

Espécie Reprodutivos Regenerantes PCA RDA AUC


Calophyllum brasiliense 9 ×
Cedrela fissilis 9 ×
Dicksonia sellowiana 30 10 × ×
Euterpe edulis 20 9 × ×
Myrocarpus frondosus 9 ×
Ocotea catharinensis 19 12 × ×
Ocotea odorifera 9 ×
Ocotea porosa 13 × ×
Podocarpus lambertii 13 6 ×
Total 195 63
PCA = análise de componentes principais, RDA = análise de redundância e AUC = análise em Unidades de Conservação.
*avanços com base em resultados de Teses e Dissertações.
PCA = principal component analysis, RDA = redundancy analysis, and AUC = analysis in Conservation Units.
*advances based on results of Thesis and Dissertations.

2.7.2 Eletroforese de isoenzimas

Marcadores alozímicos foram utilizados para a genotipagem de todos os indivíduos estudados,


pertencentes às espécies apresentadas na Tabela 2.5. A extração de enzimas foi realizada com auxílio
do macerador automático Precellys® 24, e em cada tubo de maceração (modelo Hard tissue grinding
MK28) foram acondicionados: ~50 mg de material foliar, cinco a seis esferas de aço inoxidável,
três gotas de solução de extração n° 1 (Alfenas 1998) e cerca de 10 mg de polivinilpolipirrolidona
(PVPP).
A eletroforese de isoenzimas foi realizada em gel de penetrose 30 a 13% submetido à corrente
elétrica com sistema tampão-eletrodo e sistemas isoenzimáticos específicos para cada espécie, a partir
das recomendações básicas descritas em Kephart (1990) e Alfenas (1998). Cabe ressaltar que, para cada
espécie, foram utilizados os mesmos loci enzimáticos para os indivíduos reprodutivos e regenerantes,
estabelecendo assim uma igualdade na amostragem do genoma dos indivíduos reprodutivos e
regenerantes de cada espécie.

2.7.3 Análise dos dados genéticos

A partir dos genótipos observados em gel, foram estimadas para as populações estudadas a
porcentagem de locos polimórficos ( ), número total de alelos (alelos), número médio de alelos por
loco ( ), número médio de alelos por loco polimórfico ( ), número médio de alelos efetivos por loco
( ), heterozigosidade observada ( ), que representa a quantidade de heterozigotos na
população, e heterozigosidade esperada ( ), ou diversidade genética, que representa a quantidade
potencial de heterozigotos caso a população estivesse em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Foi estimado
também o índice de fixação ( ) de cada população, o qual mede possíveis desvios entre a diversidade
real ( ) e potencial ( ). A significância estatística (p < 0,05) dos valores de foi obtida por meio
41
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

de permutações de alelos entre indivíduos, dentro das populações. Índices de fixação positivos e
significativos (i.e., ≠ 0) indicam potencial de perda de diversidade genética por geração, enquanto
que índices negativos indicam potencial de ganho de diversidade genética por geração e índices não
diferentes de zero indicam manutenção dos níveis de diversidade genética. O tamanho efetivo ( ) foi
estimado por meio da equação proposta por Li (1976): .

2.7.4 Análise da paisagem

Foram estimadas métricas de paisagem para os fragmentos nos quais foram amostradas as
populações das espécies apresentadas na Tabela 2.5 com auxílio do software ArcGis 10.0, através da
extensão V-LATE 2.0 (Lang & Tiede 2003). As métricas foram calculadas utilizando-se um buffer
de 2.800 m de raio gerado a partir do ponto central de cada UA. Quando o fragmento era maior que
o buffer, foi considerada apenas a área do fragmento contida no buffer. As seguintes métricas foram
estimadas considerando o fragmento florestal em que o ponto central da UA estava inserido: (i) área do
fragmento (ha) (Área); (ii) área-núcleo (ha) (Core_Área): área do fragmento florestal, desconsiderando
uma borda de 50 m; (iii) perímetro (m) (Perimeter): comprimento total da borda do fragmento; (iv) razão
perímetro-área (Paratio): divisão do perímetro do fragmento pela sua área – estimativa da complexidade
do fragmento; (v) índice de forma (Shape_Idx): representa o quão parecida é a forma do fragmento
com um círculo; (vi) dimensão fractal (Frac_Dim): representa a complexidade ou a irregularidade
de um fragmento; (vii) distância ao vizinho mais próximo (m) (NNDist): distância até o fragmento
mais próximo da mesma classe (floresta em estágio médio ou avançado de sucessão) (viii) índice de
proximidade (PXfg): proximidade de um fragmento em relação a outros da mesma classe (floresta em
estágio médio ou avançado de sucessão) no seu entorno.

O mapeamento base adotado para a estimativa das métricas foi o Mapeamento Temático Geral do
Estado de Santa Catarina (Geoambiente 2008), em arquivo vetorial na escala 1:50.000. O mapeamento
foi elaborado com base em 53 imagens multiespectrais do satélite SPOT-4, capturadas no ano de 2005
(Geoambiente 2008).

2.7.5 Análise de componentes principais (PCA)

A análise de componentes principais (PCA) (Legendre & Legendre 2012) foi utilizada para a
ordenação dos dados de genética e de paisagem (métricas de paisagem), visando encontrar possíveis
conformações de paisagem que favoreçam a conservação da diversidade genética das espécies estudadas.
As PCA não foram conduzidas para todas as espécies elencadas na Tabela 2.5, mas apenas para aquelas
que não tiveram indivíduos regenerantes genotipados.

Como grande parte das métricas podem ser colineares, foi conduzida uma seleção prévia das
mesmas para a realização das análises. A correlação de Pearson foi calculada para os possíveis pares de
métricas de paisagem, sendo que nos pares de variáveis em que a correlação foi maior que |0,75|, uma
delas foi excluída. Como estimativas da diversidade genética real, foram empregados o número total
de alelos em cada população (alelos) e . A variável foi tratada como a estimativa da diversidade
genética potencial. A variável foi adotada como um estimador das diferenças entre a diversidade
genética real e potencial. As PCA foram conduzidas com os dados de genética e paisagem transformados
pelo método da estandardização (escore z).

42
2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
da diversidade genética de 13 espécies no estado de Santa Catarina

As análises foram realizadas em linguagem R (R Development Core Team 2015) por meio do
pacote “vegan” (Oksanen et al. 2016). O valor de carga de cada variável em cada eixo (loading) foi
multiplicado pela raiz quadrada do autovetor (eixo) com o intuito de obter a correlação de cada variável
com cada eixo (Legendre & Legendre 2012). Apenas as variáveis com correlação maior que |0,60| com
seu respectivo eixo foram levadas em consideração nas discussões.

2.7.6 Análise de redundância (RDA)

A análise de redundância (RDA) é uma análise direta de gradiente que permite identificar
relações matemáticas entre variáveis resposta e variáveis preditoras (van den Wollenberg 1977). A
RDA foi conduzida relacionando as variáveis de diversidade genética (alelos, , e ) às métricas
de paisagem, considerando as espécies nas quais houve amostragem de indivíduos reprodutivos e
regenerantes (Tabela 2.5). O intuito dessa abordagem foi verificar se as diferenças entre os índices
de diversidade genética entre indivíduos reprodutivos e regenerantes têm relação com as métricas de
paisagem.

As variáveis preditoras (métricas de paisagem) foram selecionadas com base no fator de inflação
da variância (Variance Inflation Factor, VIF), sendo excluídas as variáveis com VIF > 10, de acordo com
as recomendações de Oksanen et al. (2016). A RDA foi conduzida para as espécies em questão (Tabela
2.5) utilizando apenas os dados dos fragmentos nos quais foram amostrados indivíduos reprodutivos e
regenerantes. Os dados (genética e paisagem) foram transformados através da estandardização (escore
z).

As análises foram realizadas em linguagem R (R Development Core Team 2015) utilizando o


pacote “vegan” (Oksanen et al. 2016) para a RDA e o pacote “HH” (Heiberger 2016) para o cálculo do
VIF. Um teste F global por permutações foi conduzido para cada RDA para testar a hipótese (nula) de
que não há relação linear entre as variáveis resposta e as variáveis preditoras. O teste foi conduzido em
linguagem R (R Development Core Team 2015), com nível de significância de 5%.

2.7.7 Análise em Unidades de Conservação

Alguns dos fragmentos estudados estão inseridos em Unidades de Conservação (UC). Assim,
foram realizadas comparações entre as populações em áreas fora de UC e populações em UC a fim
de acessar a magnitude da diversidade genética contida nas UC estudadas. Tais comparações foram
realizadas apenas para populações reprodutivas das espécies listadas na Tabela 2.5, agrupando-as
conforme o local de ocorrência (dentro ou fora de UC).

Para cada grupo (dentro ou fora de UC), foi estimado o número de alelos médio (AM), total
(AT) e exclusivos (AE), bem como , , , e a divergência genética entre as populações de cada
grupo ( ). Comparações entre as médias de , e de cada grupo foram realizadas por meio de
intervalos de confiança construídos por meio de 1000 amostras geradas através de reamostragem com
reposição (bootstrapping) entre locos, com nível de significância de 5%.

43
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

2.8 Referências

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2 | Metodologia de classificação de espécies arbóreas em formas de raridade e de avaliação
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45
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Espécies raras: a) Myrcia selloi, b) Myrceugenia campestris, c) Esenbeckia hieronymi e d) Tetrastylidium grandifolium.

46
Capítulo 3
Espécies arbóreas raras de
Santa Catarina

Catálogo das espécies arbóreo-arbustivas raras de Santa Catarina1

Catalog of rare tree/shrub species of Santa Catarina

André Luís de Gasper, Fabio Fiamoncini Pastório, Débora Vanessa Lingner, Manoela Drews de
Aguiar, Laio Zimermann Oliveira, Alexander Christian Vibrans

Abstract

In this chapter, we presented results of the classification of tree species occurring in Santa Catarina into
rarity forms. From the 647 tree species recorded by the IFFSC, 435 were classified into one of the seven
rarity forms at least in one phytogeographic region. Approximately 50% of the species found in each
phytogeographic region were classified as rare, whereas the remaining species were considered common.
The Seasonal Deciduous Forest (SDF) presented the greatest proportion of rare species (51.2%), followed
by the Mixed Ombrophylous Forest (MOF) (49.2%) and the Dense Ombrophylous Forest (DOF) (44.4%).
Myrtaceae was the family with the greatest number of rare species, followed by Fabaceae, Lauraceae and
Melastomataceae. In turn, Eugenia, Myrcia, Ocotea and Myrceugenia were the genera with the greatest
number of rare species. All rarity forms were found in the MOF and DOF, although the forms 4 and 5
were not observed in the SDF. Rare species with scarce populations – i.e., forms 1, 3 and 7 – represented
more than 40% of the total species richness recorded in each phytogeographic region. Rare species were
absent in two, 22 and 23 sample plots installed in the SDF, MOF and ERF, respectively. The absence of
rare species in forest fragments may be an effect of general biodiversity loss. In ~25% of the sample plots,
the proportion of rare species was greater than 5%. Sample plots installed in old-growth forests, ecotone
areas, or areas with specific environmental conditions (e.g., hydromorphic soils), often showed greater
proportion of rare species. Conservation Units appeared to be important for rare species protection. Some
species were observed exclusively in protected areas, and were represented by only one individual, such
as Faramea oligantha and Mycia diaphana at the Serra do Tabuleiro State Park. Also in this chapter,
we provided the following information about 87 tree species classified into the rarity forms 5, 6 or 7:
(i) scientific name, family name, and the most used popular name(s) in Santa Catarina; (ii) rarity form
in each phytogeographic region; (iii) threat level according to national- and state-level species lists;
(iv) geographical distribution in Brazil, as per Flora do Brasil 2020; (v) number of sampled individuals,
number of sample plots with occurrence of the species in the canopy and natural regeneration layers, mean
dbh (cm), and mean total height (m), based on the IFFSC data; (vi) species’ ecological preferences and
description of the environment in which the IFFSC recorded it; (vii) eventual uses of the species; (viii)
distribution map according to the IFFSC data.

1
Gasper, A.L.; Pastório, F.F.; Lingner, D.V.; Aguiar, M.D.; Oliveira L.Z.; Vibrans, A.C. 2018. Catálogo das espécies arbóreo-arbustivas raras
de Santa Catarina. In: Gasper, A.L. de; Oliveira, L.Z.; Lingner, D.V.; Vibrans, A.C. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina,
Vol. VII, Espécies arbóreas raras de Santa Catarina. Blumenau, Edifurb.

47
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

3.1 Introdução

Neste capítulo são contempladas 87 espécies arbóreas e arbustivas classificadas nas formas de
raridade 5, 6 ou 7, de acordo com a metodologia detalhada no Capítulo 2, em ordem alfabética dos
nomes das famílias e, posteriormente, dos gêneros. Para cada uma das espécies são apresentadas as
seguintes informações:
(i) Nome científico, família e nome(s) popular(es) mais empregado(s) na região;
(ii) Forma de raridade;
(iii) Grau de ameaça nacional e estadual (CONSEMA 2014, MMA 2014, CNCFlora 2016);
(iv) Distribuição geográfica no Brasil (Flora do Brasil 2020 2017);
(v) Número de indivíduos amostrados e número de Unidades Amostrais com ocorrência
da espécie nos estratos arbóreo e regeneração natural2, DAP médio (cm) e altura total
média (m), de acordo com a base de dados do IFFSC;
(vi) Preferências ecológicas e descrição do ambiente de ocorrência, de acordo com a literatura
disponível (e.g., Reitz et al. 1965);
(vii) Usos da espécie, conforme registrados na literatura;
(viii) Mapa de distribuição da espécie no estado construído a partir dos dados do IFFSC.
As espécies classificadas nas formas de raridade 5, 6 ou 7 em alguma região fitoecológica,
porém comuns ou forma 1-4 em outra região fitoecológica, não foram consideradas neste capítulo,
mas constam na lista geral de espécies no Apêndice I. Não obstante, as demais formas de raridade
não devem ser negligenciadas, uma vez que as formas 1 e 3, por exemplo, incluem espécies com
população escassa, isto é, com menos que 10 indivíduos amostrados pelo IFFSC no estado em dada
região fitoecológica.
Para algumas espécies aqui listadas, os dados coletados pelo IFFSC constituem os primeiros
registros para Santa Catarina. Por essa razão, não há outra informação sobre sua ocorrência no estado
e, como provavelmente são raras também em outros estados da Região Sul, poucas informações sobre
suas preferências ecológicas e usos foram encontradas na literatura.

3.2 Resultados gerais


Das 646 espécies avaliadas, 435 foram classificadas em uma das sete formas de raridade em
pelo menos uma das regiões fitoecológicas. Nas três regiões, aproximadamente metade das espécies
encontradas foi classificada em uma das sete formas de raridade, enquanto as demais podem ser
consideradas comuns. A Floresta Estacional Decidual apresentou a maior proporção de espécies raras
em relação ao total de espécies registradas na região (51,2%), seguida da Floresta Ombrófila Mista
(49,2%) e Floresta Ombrófila Densa (44,4%) (Tabela 3.1).
Foram analisadas 88 famílias, dentre as quais Myrtaceae (98 espécies raras), Fabaceae (39),
Lauraceae (29) e Melastomataceae (20) apresentaram o maior número de espécies classificadas como
raras nas formas 5, 6 ou 7 em pelo menos uma das regiões fitoecológicas. Caiafa & Martins (2010)
também encontraram essas famílias com os maiores números de espécies raras na porção meridional da
Floresta Ombrófila Densa. Fontana et al. (2014) observaram na Floresta Estacional Decidual de Santa
Catarina que as espécies da família Mytaceae são predominantemente raras em virtude da seletividade
por habitat e do número reduzido de indivíduos. Segundo Fontana et al. (2016), 59,5% das espécies da
família Lauraceae encontradas na Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Mista de Santa
Catarina são raras. Dentre os 259 gêneros observados, 186 apresentaram alguma forma de raridade,

2
As metodologias de amostragem do estrato arbóreo e da regeneração natural constam em detalhes em Vibrans et al. (2012).

48
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

com destaque para Eugenia (36 espécies raras), Myrcia (21), Ocotea (15) e Myrceugenia (14).
Tabela 3.1. Número de espécies do componente arbóreo (DAP ≥ 10 cm) por forma de raridade nas três principais regiões
fitoecológicas de Santa Catarina, Brasil.
Table 3.1. Number of species (DBH ≥ 10 cm) per rarity form in the three main phytoecological regions of Santa Catarina,
Brazil.
FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)
Forma de raridade
Espécies % Espécies % Espécies %
Forma 1  24  11,5  89  15,7  49  13,4 
Forma 2  8  3,8  4  0,7  4  1,1 
Forma 3  14  6,7  37  6,5  19  5,2 
Forma 4  -  -  3  0,5  4  1,1 
Forma 5  -  -  8  1,4  10  2,7 
Forma 6  1  0,5  4  0,7  3  0,8 
Forma 7  60  28,7  107  18,9  91  24,9 
Comum  102  48,8  314  55,5  186  50,8 
Total  209    566    366   
Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila Mista (FOM), Floresta Estacional Decidual (FED). As porcentagens
indicam a proporção em relação ao número total de espécies registradas na região fitoecológica.
Dense Ombrophilous Forest (FOD), Mixed Ombrophylous Forest (FOM), Seasonal Deciduous Forest (FED). Percentages
indicate the proportion of the total number of species registered in the phytoecological region.

Na Tabela 3.2 está compilado o número de Unidades Amostrais (UA) por região fitoecológica
que contém espécies classificadas em diferentes formas de raridade ou apenas espécies comuns. Há
uma menor proporção de fragmentos florestais amostrados na qual não foi encontrada nenhuma espécie
rara: são apenas dois (2,5%) na Floresta Estacional Decidual, 22 (15%) na Floresta Ombrófila Mista
e 23 (12%) na Floresta Ombrófila Densa. Apesar de a maioria das florestas amostradas (~95%) ter
sido classificada como secundária em estágio médio ou avançado de sucessão, a presença de espécies
raras agrega um importante valor para a conservação da biodiversidade dessas florestas em processo
de desenvolvimento, em especial, por seu papel de step-stone e fonte de propágulos na sucessão e
restauração de ecossistemas em paisagens fragmentadas (Magnago et al. 2014). Nesse sentido,
enfatizando a importância da conservação de florestas jovens, Maçaneiro et al. (2016) mostraram que
florestas secundárias em diferentes estados de conservação em Santa Catarina podem conter riqueza e
diversidade de espécies semelhantes à uma floresta madura situada em uma Unidade de Conservação
(UC) na mesma região fitoecológica.
Tabela 3.2. Número de Unidades Amostrais do componente arbóreo (DAP ≥ 10 cm) nas três principais regiões fitoecológicas
de Santa Catarina que contém espécies classificadas em diferentes formas de raridade ou apenas espécies comuns.
Table 3.2. Number of sample plots of the canopy layer (DBH ≥ 10 cm) containing species classified into different rarity
forms, or as common.
FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)
Forma de raridade
UA % UA % UA %
Comuns + Formas 1–4 71 91,0 164 83,2 106 74,1
Comuns + Formas 5–7 50 64,1 99 50,3 67 46,9
Apenas comuns 2 2,6 23 11,7 22 15,4
Floresta Ombrófila Densa (FOD), Floresta Ombrófila Mista (FOM) e Floresta Estacional Decidual (FED). As porcentagens
indicam a proporção em relação ao número total de Unidades Amostrais implantadas na região fitoecológica.
Dense Ombrophylous Forest (FOD), Mixed Ombrophylous Forest (FOM), Seasonal Deciduous Forest (FED). Percentages
indicate the proportion of the total number of sample plots measured in the phytoecological region.

49
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

A Figura 3.1 mostra a proporção de espécies raras (formas 1 a 7) e de espécies comuns por
UA. Especialmente na Floresta Estacional Decidual, a proporção de espécies raras tendeu a ser mais
elevada nas zonas de ecótono, como é o caso da UA 1187, na qual ~30% das espécies eram raras. Nessa
UA, predominaram espécies características da Floresta Estacional Decidual, porém, foram encontradas
espécies comuns da Floresta Ombrófila Mista que ocorrem na Floresta Estacional Decidual como raras.
As UA situadas nas proximidades do Rio Uruguai também apresentaram maior proporção de espécies
raras, o que sugere que nessas áreas existem espécies de ocorrência restrita a ambientes sob influência
fluvial – um exemplo disso é a UA 1770, na qual 21,4% das espécies registradas eram raras.
Na Floresta Ombrófila Densa, em 34 UA, espécies raras representaram pelo menos 10% do total
de espécies registradas por UA; em 80% dessas UA, foram observadas no máximo duas evidências
de impacto antrópico. A ocorrência de UA com mais de 10% das espécies classificadas como raras
foi relativamente menor na Floresta Ombrófila Densa se comparada às outras regiões fitoecológicas.
A proporção mais elevada observada foi de 25% na UA 959, no município de Balneário Barra do
Sul, onde foram registradas nove espécies raras. Essa foi uma das UA alocadas em florestas de Terras
Baixas, as quais possuem estrutura e composição florística típica devido às condições edáficas e
susceptibilidade a inundações. Nessas florestas, espécies raras representaram pelo menos 8% do total
de espécies registradas por UA.
Em áreas protegidas situadas no âmbito da Floresta Ombrófila Densa, a maior concentração de
espécies raras foi observada na RPPN Morro da Palha, em uma floresta de Terras Baixas – 19% das
espécies amostradas na área eram raras. Na APA Serra Dona Francisca, a proporção de espécies raras
variou entre 13 e 17%. Foram encontradas cinco espécies exclusivas3 na APA e seu entorno, sendo
elas: Calyptranthes obovata, Eugenia neoglomerata, Ficus clusiifolia, Malouetia cestroides e Roupala
asplenioides. Ademais, foram observadas espécies comuns da Floresta Ombrófila Mista na APA, como
Eugenia pluriflora, Maytenus aquifolia e Symplocos tetrandra – a proximidade da área com a Floresta
Ombrófila Mista é um dos motivos da presença de elementos florísticos típicos do planalto catarinense.
Na Floresta Ombrófila Mista, 35 UA apresentaram proporção de espécies raras em relação ao
número total de espécies registrado por UA superior a 10%. Dessas UA, 18 foram alocadas em florestas
secundárias em estágio avançado de sucessão e a maior parte está situada em zonas de ecótono ou
próximo a elas. Nas UC, a proporção máxima encontrada foi de 12,5% no Parque Estadual da Serra do
Tabuleiro. No Parque, predominam formações da Floresta Ombrófila Densa, entretanto, nas porções
mais elevadas, podem ser encontrados trechos de Floresta Ombrófila Mista e trechos de floresta em
transição com a Estepe Ombrófila. Destaca-se também o Parque Nacional de São Joaquim, onde foram
registradas duas espécies raras e exclusivas: Azara uruguayensis e Xylosma tweediana.
As UA 313 (município de Rancho Queimado) e 566 (município de Taió) apresentaram as maiores
proporções de espécies raras por UA: 30,8% (12 espécies raras) e 29,5% (13), respectivamente. Ambas
as UA estão localizadas em áreas de transição entre a Floresta Ombrófila Mista e Densa, e dentre as
espécies raras encontradas nessas UA, muitas são comuns na Floresta Ombrófila Densa e nenhuma é
exclusiva dessas áreas. As UA 856 (município de Doutor Pedrinho) e 939 (município de Bela Vista do
Toldo), localizadas fora da zona de ecótono, também se destacaram com 12 espécies raras cada. Vale a
pena ressaltar que essas UA possuem floresta em estágio avançado de sucessão. Uma espécie exclusiva
– Eugenia oeidocarpa – foi observada na UA 856. Já na UA 939, foi registrada a espécie Caseria
catharinensis, com apenas dois indivíduos amostrados em todo estado.

3
Entende-se por ‘espécie exclusiva’ aquela registrada em Santa Catarina somente na área indicada no texto.

50
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.1. Proporção de espécies comuns e raras nas Unidades Amostrais do IFFSC. A: Floresta Estacional Decidual; B:
Floresta Ombrófila Mista; C: Floresta Ombrófila Densa.
Figure 3.1. Proportion of common and rare species in the IFFSC’s sample plots. A: Seasonal Deciduous Forest; B: Mixed
Ombrophylous Forest; C: Dense Ombrophylous Forest.

A Figura 3.2 mostra a proporção das diversas formas de raridade por UA nas três regiões
fitoecológicas, permitindo uma visão geral da distribuição da raridade das espécies em Santa Catarina.
As formas de raridade 4 e 5, as quais compreendem espécies com distribuição geográfica restrita,
não foram observadas na Floresta Estacional Decidual. Nessa região fitoecológica, predominaram
espécies raras com populações escassas, pertencentes às formas 1 e 7, ambas presentes em 63% das
UA. As formas de raridade 2 (31% das UA), 3 (26%) e 6 (4%) foram registradas somente em formações
montanas (400 – 1000 m) da Floresta Estacional Decidual.
Na Floresta Ombrófila Densa, a forma de raridade 1 ocorreu em 75% das UA instaladas, seguida
da forma 7 (45% das UA) e forma 3 (38%). As formas de raridade 4 (7%) e 5 (11%), embora presentes
em uma ampla faixa altitudinal, apareceram concentradas nas regiões hidrográficas da Baixada Norte e
Vale do Itajaí. Nas planícies litorâneas, foi encontrada grande parte das espécies com forma 2, as quais
possuem população abundante, mas são restritas a esses ambientes, como Calophyllum brasiliense,
Myrcia racemosa e Ocotea lobbii. Com populações variando de 11 a 30 indivíduos arbóreos, as espécies
com forma 6 – a qual ocorreu em 3% das UA – foram, em geral, observadas em apenas uma UA, incluindo
Calyptranthes tricona, Croton urucurana e Ouratea salicifolia. Nas UC, foram registradas 70, 26 e 18
espécies nas formas 1, 3 e 7, respectivamente. Algumas espécies foram observadas exclusivamente
nas UC, sendo muitas delas pertencentes à forma 7 e representadas por apenas um indivíduo, como
Callisthene kuhlmannii, Faramea oligantha e Myrcia diaphana na Serra do Tabuleiro, Machaerium
debile no Parque Nacional da Serra do Itajaí, Miconia theizans e Savia dictyocarpa na ARIE da Serra
da Abelha, e Malouetia cestroides na APA Serra Dona Francisca.

51
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Na Floresta Ombrófila Mista, as formas de raridade 1, 3 e 7 foram também as mais frequentes,


ocorrendo em 66%, 40% e 25% das UA, respectivamente. Em 11% das UA, foi observada a forma 5, a
qual esteve presente em todos os pisos altitudinais da Floresta Ombrófila Mista, distribuída no planalto
norte, região serrana e em áreas de transição com a Floresta Ombrófila Densa. A forma 4 ocorreu em
9% das UA, principalmente próxima às áreas de transição com a Floresta Ombrófila Densa. Já a forma
2 (7% das UA) concentrou-se em florestas montanas (400 – 1000 m) da porção oeste do estado; cerca
de metade das UA em que essa forma de raridade ocorreu estava localizada em regiões de transição
com a Floresta Estacional Decidual. A forma 6 (2% das UA) foi encontrada em altitudes superiores a
800 m, representada pelas espécies Myrceugenia seriatoramosa, Nectandra angustifolia e Pilocarpus
pennatifolius, com populações variando de 11 a 27 indivíduos arbóreos. Nas UC, predominaram as
espécies da forma de raridade 7, incluindo Azara uruguayensis e Xylosma tweediana no Parque Nacional
de São Joaquim, Symplocos corymboclados no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e Diatenopteryx
sorbifolia no Parque Estadual das Araucárias.

Figura 3.2. Distribuição das formas de raridade em Santa Catarina em cada uma das Unidades Amostrais do IFFSC. A:
Floresta Estacional Decidual; B: Floresta Ombrófila Mista; C: Floresta Ombrófila Densa.
Figure 3.2. Distribution of rarity forms in Santa Catarina in each of the IFFSC’s sample plots. A: Seasonal Deciduous
Forest; B: Mixed Ombrophylous Forest; C: Dense Ombrophylous Forest.

Considerando o número absoluto de espécies raras em cada UA (Figura 3.3), observa-se


um maior número de UA na Floresta Estacional Decidual e na Floresta Ombrófila Densa contendo
espécies classificadas tanto nas formas de raridade 1 a 4, como 5 a 7. Apontar possíveis causas que
possam explicar esses resultados é uma missão delicada, uma vez que a raridade de espécies arbóreas é
esperada em florestas biodiversas (ter Steege et al. 2013), embora também possa ser influenciada pelas
pressões antrópicas históricas e correntes. Conjecturas robustas poderiam ser feitas caso houvesse dados
provenientes de inventários florestais conduzidos antes da pesada exploração madeireira conduzida no
estado catarinense. Nessa ótica, dados de referência fundamentariam hipóteses mais pertinentes. Não

52
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

obstante, pode-se sugerir que a Floresta Ombrófila Mista, por ter apresentado menos espécies raras,
pode ter sofrido mais intensamente aos impactos antrópicos históricos e atuais – como corte seletivo
e gado dentro da floresta – em comparação às demais regiões fitoecológicas do estado. Isso significa
que as espécies comuns, isto é, aquelas mais generalistas e menos exigentes em termos de recursos
ecológicos, são os principais elementos florísticos que compõem os fragmentos florestais dessa região
fitoecológica na atualidade. De fato, Orihuela et al. (2015) mostraram que fragmentos de Floresta
Ombrófila Mista tendem a apresentar maior proporção de espécies pioneiras que florestas contínuas.
Quando consideradas as três maiores UC do estado, o Parque Nacional da Serra do Itajaí (~57.374
ha), Parque Nacional de São Joaquim (~49.300 ha) e Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (~84.130
ha), nota-se que as UA alocadas nessas áreas apresentaram menor número de espécies raras nas formas
5, 6 e 7 em comparação a áreas não protegidas. Contudo, as formas de raridade que compreendem
espécies com distribuição geográfica ampla (formas 1 a 3) aparecem com maior destaque nessas UC.

Figura 3.3. Número de espécies raras nas Unidades Amostrais do IFFSC. A: Formas de raridade 1, 2, 3 e 4; B: Formas de
raridade 5, 6 e 7.
Figure 3.3. Number of rare species in the IFFSC’s sample plots. A: rarity forms 1, 2, 3 and 4; B: rarity forms 5, 6 and 7.

53
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

3.3 Descrição e distribuição das espécies arbóreas raras

Annonaceae
Annona glabra L.
Cortiça, araticum-do-brejo

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Nordeste (exceto PI, RN e PB) e Norte
(apenas AP e PA).

Tabela 3.3. Informações dendrométricas de Annona glabra em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.3. Dendrometric data of Annona glabra in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


N° de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
N° de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 23,2 -
Altura total média (m) - 13,0 -
N° de regenerantes amostrados - - -
N° de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of individuals registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com ~6 m de altura (Záchia & Irgang 2004); apenas um indivíduo foi registrado pelo
IFFSC. A espécie costuma estar associada a ambientes lagunares, próximos às restingas, mangues ou
matas de galeria (Duke 1962, Pontes et al. 2004) em toda a América do Sul (Záchia & Irgang 2004).
Ela foi registrada em Santa Catarina por Klein (1980) próxima aos mangues. A espécie é higrófita e não
tolerante à sombra (Borgo et al. 2011).

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em um fragmento com evidências de corte seletivo; no entorno, havia cultivo de


árvores exóticas.

Usos: Desconhecidos.

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3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Apocynaceae
Aspidosperma olivaceum Müll.Arg.
Guatambu, peroba

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste e Nordeste (BA).

Tabela 3.4. Informações dendrométricas de Aspidosperma olivaceum em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.4. Dendrometric data of Aspidosperma olivaceum in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 19,3 -
Altura total média (m) - 9,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of individuals registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 30 m (Rizzini 1971, Reitz et al. 1983, Kinoshita 2015), ocorrendo em florestas
primárias em encostas íngremes na Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina (Klein 1980). Segundo
Reitz et al. (1983), era uma das espécies mais comuns da região, apresentando, em média, cinco a oito
árvores por hectare. Contudo, ela foi registrada apenas na UA 795 (município de Papanduva). A espécie
foi classificada por Caiafa & Martins (2010) na forma 4 de raridade.

● Espécie anemocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte raso, com plantações de Pinus sp. e áreas de pastagem e
lavoura no entorno.

Usos: Madeira.

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Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Malouetia cestroides (Nees ex Mart.)


Müll.Arg.
Goerana

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC), Sudeste (exceto ES),
Centro-Oeste (MG), Nordeste (BA) e Norte (AM).

Tabela 3.5. Informações dendrométricas de Malouetia cestroides em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.5. Dendrometric data of Malouetia cestroides in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 12,4 -
Altura total média (m) - 10,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 6 a 30 m que ocorre na Floresta Ombrófila Densa (Simões et al. 2013, Kinoshita
2015). O registro do IFFSC é o primeiro para o estado. Ela foi coletada na UA 1049 (município de
Joinville), a 240 m de altitude. Borgo et al. (2011) consideram a espécie não tolerante à sombra.

● Espécie anemocórica, secundária;

● Encontrada em apenas um fragmento, no qual foi observado corte raso e seletivo, exploração
de palmito e sub-bosque alterado por pastejo. No entorno, havia áreas de pastagem e plantação de
banana (Musa sp.).

Usos: Desconhecidos.

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3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Aquifoliaceae
Ilex taubertiana Loes.
Caúna

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste (apenas SP e RJ).

Tabela 3.6. Informações dendrométricas de Ilex taubertiana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.6. Dendrometric data of Ilex taubertiana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 3 (1,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 16,5 (10,5 - 22,3) -
Altura total média (m)** - 8,0 (6,0 - 10,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com altura entre 6 e 11 m ocorrendo em topos de morros e Matas Nebulares (Edwin &
Reitz 1967, Groppo Jr & Pirani 2002, Meireles 2009), e na transição entre a Floresta Ombrófila Densa
e Mista (Reginato & Goldenberg 2007); foi registrada em uma única UA, a uma altitude de 893 m. A
espécie já era apontada como muito rara em Santa Catarina (Edwin & Reitz 1967), e foi classificada por
Caiafa & Martins (2010) na forma 4 de raridade.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com áreas de silvicultura de espécies exóticas no entorno.

Usos: Lenha.

57
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Araliaceae
Aralia warmingiana (Marchal) J.Wen
Carobão, cinamomo-do-mato, gameleiro, cinamão-do-mato

Forma de raridade: FOD/FOM: Não registrada; FED: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto RJ e ES) e Nordeste


(apenas BA e PB).

Tabela 3.7. Informações dendrométricas de Aralia warmingiana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.7. Dendrometric data of Aralia warmingiana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 1 (1%) - -
Nº de UA de ocorrência 1 - -
DAP médio (cm) 11,1 - -
Altura total média (m) 5,0 - -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 20 a 30 m (Klein 1972, Fiaschi & Jung-Mendaçolli 2007), encontrada em vegetação
secundária (Madeira et al. 2009) ou em solos úmidos de encosta (Klein 1972). Espécie considerada
muito rara por Klein (1972), típica da Floresta Estacional Decidual e Semidecidual (Ruschel et al.
2007, Stehmann et al. 2009); ela foi amostrada pelo IFFSC em apenas uma UA alocada na Floresta
Estacional Decidual.

● Espécie zoocórica, secundária ou climácica;

● Registrada em apenas um fragmento, no qual observou-se abertura de estrada, corte seletivo e


raso; havia áreas de agricultura, silvicultura de exóticas e pastagens no entorno.

Usos: O uso como recurso madeireiro vem aumentando (Ruschel et al. 2003).

58
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Arecaceae
Trithrinax acanthocoma Drude
Carandá, buriti 

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Quase Ameaçada (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul.

Tabela 3.8. Informações dendrométricas de Trithrinax acanthocoma em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.8. Dendrometric data of Trithrinax acanthocoma in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 6 (2%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 19,7 (14,3 - 30,2)
Altura total média (m)** - - 10,3 (7,0 - 13,0)
Nº de regenerantes amostrados* 1 (2,4%) - -
Nº de UA da regeneração 1 - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 4 a 10 m de altura (Reitz 1974, Soares et al. 2014), característica do planalto
meridional, ocorrendo em quase todo o planalto catarinense, formando, por vezes, pequenos
agrupamentos (Reitz 1974). Espécie seletiva heliófita e higrófita, bastante rara no estado de Santa
Catarina (Reitz 1974); ela também ocorre em áreas abertas, associada a ambientes rochosos em relevos
inclinados no Rio Grande do Sul (Soares et al. 2014). Há registro da espécie para a região litorânea de
Santa Catarina (Falkenberg 1999), mas Reitz (1974) suspeita que ela foi plantada por visitantes. 

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, presença de Pinus sp. e abertura de estrada; áreas
de agricultura, silvicultura de Pinus e Eucalyptus e pastagens ocorrem no entorno.

Usos: Ornamental.

59
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Asteraceae
Vernonanthura petiolaris (DC.) H.Rob.
Pau-toucinho

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;


Grau de ameaça: Desconhecido;
Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto ES) e Centro-Oeste (apenas
MS).

Tabela 3.9. Informações dendrométricas de Vernonanthura petiolaris em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.9. Dendrometric data of Vernonanthura petiolaris in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (1,2%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,5 (13,1 - 15,9) -
Altura total média (m)** - 12,0 (11,0 - 13,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (1,4%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 20 m ocorrendo na Floresta Ombrófila Densa e raramente nos sub-bosques
da Floresta Ombrófila Mista do extremo oeste (Cabrera & Klein 1980, Jarenkow & Budke 2009). A
espécie é heliófita ou de luz difusa e aparentemente indiferente quanto às condições físicas do solo,
podendo ser comum em florestas secundárias (Cabrera & Klein 1980). Os mesmos autores sugerem que
a espécie é bastante frequente no Baixo e Médio Vale do Itajaí (SC), porém, não foi registrada com alta
frequência pelo IFFSC.

● Espécie anemocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com fragmentos florestais
no entorno.

Usos: Desconhecidos.

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3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Bignoniaceae
Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex
DC.) Mattos
Ipê-amarelo

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste e Nordeste (apenas BA, PB e PE).

Tabela 3.10. Informações dendrométricas de Handroanthus chrysotrichus em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.10. Dendrometric data of Handroanthus chrysotrichus in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (1%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 29,6 (12,1 - 47,1) -
Altura total média (m)** - 10,5 (5,0 - 16,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 15,0 (0,7%) -
Nº de UA da regeneração - 3 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 10 m de altura (Gentry 1992), encontrada na Floresta Ombrófila Densa e em
algumas regiões do planalto paranaense (Sandwith & Hunt 1974, Inoue et al. 1984). Espécie de luz
difusa ou heliófita e seletiva higrófita, bastante rara (Sandwith & Hunt 1974). De acordo com os últimos
autores, ela é encontrada principalmente em capoeiras, pastos, beiras de estradas, beiras de rios e nos
topos de morros de altitude. Caiafa & Martins (2010) classificaram a espécie na forma 1 de raridade e
Guedes-Bruni et al. (2009) a indicaram como rara na Floresta Ombrófila Densa do Rio de Janeiro. A
espécie é mais comum na restinga (Gentry 1992), tipo de vegetação em que foi registrada com maior
densidade pelo IFFSC (Korte et al. 2013).

● Espécie anemocórica, secundária;

● Registrada em apenas um fragmento, no qual foi observado corte seletivo.

Usos: Medicinal, ornamental e madeireiro.

61
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Handroanthus heptaphyllus Mattos


Ipê-rosa

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste (apenas MS e MT) e Nordeste


(apenas BA, CE e PE).

Tabela 3.11. Informações dendrométricas de Handroanthus heptaphyllus em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina .
Table 3.11. Dendrometric data of Handroanthus heptaphyllus in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 1 (1%) 1 (0,2%) -
Nº de UA de ocorrência 1 1 -
DAP médio (cm) 10,8 15,9 -
Altura total média (m) 6,0 11,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,7%) -
Nº de UA da regeneração - 2 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 30 m de altura (Gentry 1992), ocorrendo, principalmente, em Florestas


Estacionais (Spichiger et al. 2006). Espécie seletiva higrófita e heliófita. Rara em Santa Catarina –
apenas um indivíduo foi registrado pelo IFFSC no oeste e outro no norte catarinense; entretanto, ela
pode formar agrupamentos bastante densos no estado do Paraná e, sobretudo, no Paraguai (Sandwith
& Hunt 1974). No Rio Grande do Sul, ela ocorre na Depressão Central e nas florestas do Alto Uruguai
(Sobral et al. 2006). A espécie foi classificada por Caiafa & Martins (2010) como comum.

● Espécie anemocórica, secundária ou climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte raso e seletivo, abertura de estrada, com áreas de
agricultura, silvicultura de espécies exóticas e pastagens no entorno.

Usos: Medicinal, ornamental e madeireiro.

62
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Cardiopteridaceae
Citronella engleriana (Loes.)
R.A.Howard
Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste (apenas RJ) e Nordeste (apenas RN).

Tabela 3.12. Informações dendrométricas de Citronella engleriana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.12. Dendrometric data of Citronella engleriana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) 1 (0,2%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm) - 24,5 11,5
Altura total média (m) - 13,0 5,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* Os valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas
pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 10 m. Poucos estudos registraram a espécie, a qual apresenta distribuição
disjunta no país. Existem poucos registros da espécie em herbários. Ela foi registrada pelo IFFSC em
apenas duas UA, uma na Floresta Ombrófila Densa e outra na Floresta Ombrófila Mista, a 329 e 1.231
m de altitude, respectivamente. A espécie foi registrada em florestas altomontanas no Paraná (Vieira et
al. 2014)

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com extração de erva-mate, corte seletivo, abertura de estrada e sub-
bosque alterado por pastejo. No entorno, havia predomínio de áreas de agricultura, pastagens,
campos antrópicos, banhado e fragmentos florestais.

Usos: Desconhecidos.

63
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Celastraceae
Maytenus dasyclada Mart.
Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste (exceto ES).

Tabela 3.13. Informações dendrométricas de Maytenus dasyclada em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.13. Dendrometric data of Maytenus dasyclada in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) 1 (0,5%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm) - 10,5 11,8
Altura total média (m) - 5,0 3,5
Nº de regenerantes amostrados* - 18 (0,6%) 1 (6,7%)
Nº de UA da regeneração - 10 1
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 5 m (Carvalho-Okano 2005), ocorrendo preferencialmente na Floresta


Ombrófila Mista, considerada tolerante à sombra (Budke et al. 2007). Ela é mais abundante no Rio
Grande do Sul (Carvalho-Okano 2005), no entanto, foi amostrada no sub-bosque em 10 UA do IFFSC;
ela foi categorizada por Ferreira et al. (2015) como comum no planalto da região de Lages (SC). A
espécie foi classificada na forma 7 com base nos dados do IFFSC, principalmente por conta de seu porte
reduzido no componente arbóreo.

● Espécie zoocórica, secundária ou climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte raso e seletivo, sub-bosque alterado por pastejo e roçada,
com áreas de agricultura, pastagens e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Espécie usada na medicina popular e também no paisagismo (Calil et al. 2005).

64
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Chrysobalaceae
Parinari excelsa Sabine
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Centro-Oeste (apenas MT),


Nordeste (apenas BA e MA) e Norte (exceto AC e TO).

Tabela 3.14. Informações dendrométricas de Parinari excelsa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.14. Dendrometric data of Parinari excelsa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 4 (1,8%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 29,6 (16,2 - 57,6) -
Altura total média (m)** - 15,8 (12,0 - 19,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie de grande porte (Prance 2003), ocorrendo em áreas de baixa altitude da Floresta
Ombrófila Densa (Oliveira-Filho & Fontes 2000). A espécie tem distribuição pantropical e anfi-
atlântica, ocorrendo na África (Rizzini 1997) e no Cerrado brasileiro, sendo Santa Catarina, a princípio,
seu limite de distribuição austral.

● Espécie zoocórica, secundária ou climácica;

● Encontrada em fragmento com poucos distúrbios antrópicos, cercado por fragmentos florestais.

Usos: O fruto é comestível e a madeira é eventualmente usada na construção (Prance 2003).

65
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Figura 3.4. Mapa de ocorrência de Annona glabra, Aspidosperma olivaceum, Malouetia cestroides, Ilex taubertiana, Aralia
warmingiana e Trithrinax acanthocoma em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.4. Occurrence map of Annona glabra, Aspidosperma olivaceum, Malouetia cestroides, Ilex taubertiana, Aralia
warmingiana, and Trithrinax acanthocoma in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.5. Mapa de ocorrência de Vernonanthura petiolaris, Handroanthus chrysotrichus, Handroanthus heptaphyllus,
Citronella engleriana, Maytenus dasyclada e Parinari excelsa em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.5. Occurrence map of Vernonanthura petiolaris, Handroanthus chrysotrichus, Handroanthus heptaphyllus,
Citronella engleriana, Maytenus dasyclada, and Parinari excelsa in Santa Catarina, Brazil.

66
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Cyatheaceae
Cyathea hirsuta C.Presl
Samambaia-açu

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste.

Tabela 3.15. Informações dendrométricas de Cyathea hirsuta em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.15. Dendrometric data of Cyathea hirsuta in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 11,3 (11,1 - 11,5) -
Altura total média (m)** - 9,8 (7,5 - 12,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,2%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Xaxim arborescente de até 12 m (Fernandes 1997) ocorrendo em áreas de baixa altitude em


Santa Catarina e Paraná, na região da Floresta Ombrófila Densa. A espécie tem ampla distribuição
no Brasil e pode ocorrer em florestas primárias ou secundárias, tanto no interior quanto na borda de
fragmentos (Fernandes 1997).

● Espécie autocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, exploração de palmito e abertura de estrada, com
áreas de fruticultura, silvicultura de espécies exóticas e pastagens no entorno.

Usos: Desconhecidos.

67
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Sphaeropteris gardneri Hook.


Samambaia-açu

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto ES) e Centro-Oeste


(apenas DF e GO).

Tabela 3.16. Informações dendrométricas de Sphaeropteris gardneri em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.16. Dendrometric data of Sphaeropteris gardneri in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 4 (1%) -
Nº de UA de ocorrência - 2 -
DAP médio (cm)** - 18,5 (13,7 - 23,2) -
Altura total média (m)** - 4,5 (4,0 - 5,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,1%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Xaxim arborescente de até 8 m de altura (Fernandes 1997), registrado na Floresta Ombrófila


Mista (Jarenkow & Budke 2009) e Floresta Ombrófila Densa (em SC), além de Cerrados e Floresta
Estacional Semidecidual (Fernandes 1997). De acordo com Fernandes (1997), a espécie cresce
preferencialmente na beira de córregos, em ambientes sombreados ou a pleno sol, em barrancos muito
úmidos. A espécie também foi considerada rara em Santa Catarina por Klein (1979).

● Espécie autocórica/anemocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de agricultura,
silvicultura de espécies exóticas e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Empregada em alguns locais para fabricação de vasos de plantas.

68
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Erytroxylaceae
Erythroxylum ambiguum Peyr.
Cocão

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (exceto ES).

Tabela 3.17. Informações dendrométricas de Erythroxylum ambiguum em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.17. Dendrometric data of Erythroxylum ambiguum in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,2%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 10,2 -
Altura total média (m) - 13,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,2%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie de pequeno porte (~2 m de altura), ocorrendo no sub-bosque da Floresta Ombrófila


Densa (Amaral Jr. 1980) e da Floresta Ombrófila Mista (Jarenkow & Budke 2009). Ela é considerada
heliófita até mesófita, encontrada tanto em florestas primárias como secundárias (Amaral Jr. 1980).
Klein (1990) considerou a espécie rara e ameaçada em Santa Catarina devido à forte pressão antrópica
– motivo de preocupação em relação à sua conservação, apesar de ser amplamente distribuída nas
Regiões Sul e Sudeste do país.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com caça e com áreas de silvicultura de espécies exóticas no entorno.

Usos: Madeira.

69
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Erythroxylum amplifolium (Mart.)


O.E.Schulz
Concon, cocão

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste (exceto ES).

Tabela 3.18. Informações dendrométricas de Erythroxylum amplifolium em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.18. Dendrometric data of Erythroxylum amplifolium in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 9 (4,6%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,6 (10,5 - 21,3) -
Altura total média (m)** - 9,6 (6,5 - 12,0) -
Nº de regenerantes amostrados * - 27 (4,6%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie considerada comum na vegetação secundária de restinga em Santa Catarina (Falkenberg


1999); Klein (1979) a cita como frequente no Vale do Itajaí (SC). Também há registros da espécie na
Floresta Ombrófila Mista (Jarenkow & Budke 2009). O critério de inclusão é o principal motivo da
espécie ter sido classificada como rara pelo IFFSC, pois geralmente atinge 2 a 3 m de altura e, em casos
isolados, pode alcançar 5 a 6 m de altura (Amaral Jr. 1980). A espécie é heliófita até mesófita e seletiva
higrófita, bastante comum em solos arenosos úmidos, ou em solos brejosos de florestas em encostas.
Ela também pode ser encontrada em capoeiras e capoeirões (Amaral Jr. 1980). Caiafa & Martins (2010)
classificaram a espécie na forma 4 de raridade.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com sub-bosque alterado por pastejo, com áreas urbanas e de
pastagens no entorno.

Usos: A madeira é utilizada em cabos de ferramentas, em pequenas obras de construção civil, marcenaria,
carpintaria e lenha (Corrêa 1984).

70
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Erythroxylum vacciniifolium Mart.

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste (exceto ES), Centro-Oeste


(apenas DF e GO) e Nordeste (exceto AL, MA, PB e PE).

Tabela 3.19. Informações dendrométricas de Erythroxylum vaccinifolium em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.19. Dendrometric data of Erythroxylum vacciniifolium in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,8%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,2 (12,1 - 16,2) -
Altura total média (m) - 10,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; ** diameter range.

Espécie com 1 a 2 m de altura (Costa-Lima et al. 2014), amplamente distribuída no país,


registrada em Santa Catarina na Floresta Ombrófila Mista, nas planícies litorâneas (Negrelle 2006) e
restingas (Sonehara 2005). Caiafa & Martins (2010) a classificaram na forma 6 de raridade. A espécie
possui as mesmas preferências ambientais de E. amplifolium. E. vacciniifolium e E. amplifolium são
consideradas a mesma espécie por alguns autores.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, com áreas urbanas no entorno.

Usos: Empregada na medicina popular na Região Nordeste (Saraiva et al. 2015).

71
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Escalloniaceae
Escallonia megapotamica Spreng.
Esponja-do-mato

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste (apenas SP e MG).

Tabela 3.20. Informações dendrométricas de Escallonia megapotamica em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.20. Dendrometric data of Escallonia megapotamica in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,6%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 14,3
Altura total média (m) - - 8,0
Nº de regenerantes amostrados* - - 2 (6,7%)
Nº de UA da regeneração - - 1
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 4 m que cresce em locais abertos e ensolarados ou pouco sombreados nos
campos dos planaltos sulinos e sub-bosques dos pinhais de araucária (Fritsch & Cervi 2011). No Rio
Grande do Sul, ela ocorre eventualmente em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006). Espécie
heliófita e seletiva xerófita, bastante frequente de acordo com Klein & Reitz (1985). Seu porte arbustivo
a coloca entre as espécies raras, pois em uma única ocasião atingiu o critério de inclusão.

● Espécie autocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com abertura de estrada, com áreas de agricultura, silvicultura de


espécies exóticas e pastagens no entorno.

Usos: Desconhecidos, mas tem potencial ornamental (Klein & Reitz 1985).

72
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Euphorbiaceae
Croton urucurana Baill.
Urucuana, sangue-da-água

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada FOD: Forma 6;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste (apenas AL, BA e MA) e


Norte (apenas AC, AM e TO).

Tabela 3.21. Informações dendrométricas de Croton urucurana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.21. Dendrometric data of Croton urucurana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 11 (4,9%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 20,5 (11,1 - 31,2) -
Altura total média (m)** - 13,1 (6,0 - 20,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com ~10 m de altura (Allem 1978) que, de acordo com Smith et al. (1988), seria
rara e exclusiva de margens de rio na Floresta Estacional Decidual no Alto Uruguai e na Floresta
Estacional Semidecidual da bacia do Rio Paraná no Sul do Brasil. Contudo, ela foi registrada pelo
IFFSC no município de Águas Mornas (Floresta Ombrófila Densa) a 620 m de altitude. Outros autores
registraram a espécie no litoral (França & Stehmann 2004, Rebelo 2006), mas sempre em áreas fluviais;
ela foi classificada por Caiafa & Martins (2010) na forma 4 de raridade. A espécie é classificada como
heliófita ou de luz difusa e seletiva higrófita.

● Espécie autocórica, pioneira ou secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, com áreas de pastagem, corte seletivo/raso e
fragmentos florestais no entorno.

Usos: Madeireiro.

73
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Fabaceae
Cassia leptophylla Vogel
Barbatimão

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecida;

Distribuição: Sul, Sudeste (SP), Centro-Oeste (DF, MG), Nordeste (BA), Norte (PA).

Tabela 3.22. Informações dendrométricas de Cassia leptophylla em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.22. Dendrometric data of Cassia leptophylla in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 38,7 -
Altura total média (m) - 17,5 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 10 m de altura (Tozzi 2016), registrada pelo IFFSC apenas na Floresta Ombrófila
Densa a 790 m de altitude, mas pode ocorrer na Floresta Ombrófila Mista (Jarenkow & Budke 2009,
Tozzi 2016). Klein (1980) aponta a espécie como frequente em áreas planas e aluviais do Alto Vale do
Itajaí (SC); por isso, a espécie é considerada seletiva higrófita.

● Espécie autocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com corte raso, com plantações de Pinus sp. e áreas de pastagem e
lavoura no entorno.

Usos: Arborização urbana.

74
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Cyclolobium brasiliense Benth.


Louveira, cabruitinga

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecida;

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC), Sudeste (apenas
MG e SP), Centro-Oeste, Nordeste (apenas BA) e Norte (apenas RO).

Tabela 3.23. Informações dendrométricas de Cyclolobium brasiliense em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.23. Dendrometric data of Cyclolobium brasiliense in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 3 (1,2%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 21,4 (15,6 - 35,3) -
Altura total média (m)** - 12,8 (10,0 - 17,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 20 m de altura (Warwick & Pennington 2002), geralmente encontrada em áreas
de maior altitude (Sanchez et al. 2013), porém, foi registrada a 270 m de altitude pelo IFFSC. A espécie
é comum em Florestas Estacionais e Matas Ciliares (Warwick & Pennington 2002, Tozzi 2016), mas foi
registrada na Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina e São Paulo (Sanchez et al. 2013).

● Espécie autocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e exploração de palmito, com áreas de fruticultura
no entorno.

Usos: Desconhecidos.

75
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Leptolobium elegans Vogel


Amendoim-falso

Forma de raridade: FOD/FOM: Não registrada; FED: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC), Sudeste


(apenas MG e SP) e Centro-Oeste (exceto DF).

Tabela 3.24. Informações dendrométricas de Leptolobium elegans em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.24. Dendrometric data of Leptolobium elegans in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 1 (0,6%) - -
Nº de UA de ocorrência 1 - -
DAP médio (cm) 10,5 - -
Altura total média (m) 8,0 - -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 5 a 10 m (Tozzi 2016) que pode chegar a 18 m de altura, comum no Cerrado e nas
Florestas Deciduais (Andrade et al. 2009, Rodrigues & Tozzi 2012). Ela foi registrada pela primeira vez
em Santa Catarina, na Floresta Estacional Decidual. A espécie é semidecídua e heliófita.

● Espécie anemocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte raso e presença de espécies exóticas, com áreas com
silvicultura de espécies exóticas no entorno.

Usos: Medicinal, construção e forragem para animais (Lorenzi 1992).

76
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Machaerium debile (Vell.) Stellfeld


Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (exceto ES).

Tabela 3.25. Informações dendrométricas de Machaerium debile em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.25. Dendrometric data of Machaerium debile in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 20,7 -
Altura total média (m) - 14,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 4 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 3 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie que pode atingir até 8 m de altura (Camargo 2005, Tozzi 2016), ocorrendo em capoeiras
e bordas de fragmentos e em florestas de encosta no litoral (Sartori 1994). Em Santa Catarina, ela foi
registrada na Floresta Ombrófila Densa, tipo florestal preferencial da espécie no país.

● Espécie anemocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, exploração de palmito e abertura de estrada, com
áreas de silvicultura de espécies exóticas e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

77
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth.


Bico-de-pato

Forma de raridade: FOM: Não registrada; FED/FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste e Nordeste (apenas BA).

Tabela 3.26. Informações dendrométricas de Machaerium nyctitans em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.26. Dendrometric data of Machaerium nyctitans in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 1 (0,7%) 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência 1 1 -
DAP médio (cm) 43,3 25,1 -
Altura total média (m) 13,9 15,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* Os valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas
pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 25 m de altura ocorrendo em florestas em regiões litorâneas, Floresta Ombrófila
Mista, inclusive na Argentina (Mendonça Filho et al. 2007); ela foi registrada pelo IFFSC na Floresta
Ombrófila Densa e na Floresta Estacional Decidual. Espécie heliófita que demanda abertura de dossel
para se desenvolver (Appolinário et al. 2005). De acordo com Lorenzi (1992), ela é semidecídua e
indiferente quanto ao solo, embora Mendonça Filho et al. (2007) sugerem que a espécie ocorre em solos
arenosos.

● Espécie anemocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de silvicultura
de espécies exóticas, agricultura e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Há registros de uso na construção de casas e móveis, como lenha e na produção de carvão (Botrel
et al. 2006).

78
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.6. Mapa de ocorrência de Cyathea hirsuta, Sphaeropteris gardneri, Erythroxylum ambiguum, Erythroxylum
amplifolium, Erythroxylum vacciniifolium e Escallonia megapotamica em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.6. Occurrence map of Cyathea hirsuta, Sphaeropteris gardneri, Erythroxylum ambiguum, Erythroxylum
amplifolium, Erythroxylum vacciniifolium, and Escallonia megapotamica in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.7. Mapa de ocorrência de Croton urucurana, Cyclolobium brasiliense, Cassia leptophylla, Leptolobium elegans,
Machaerium debile e Machaerium nyctitans em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.7. Occurrence map of Croton urucurana, Cyclolobium brasiliense, Cassia leptophylla, Leptolobium elegans,
Machaerium debile, and Machaerium nyctitans in Santa Catarina, Brazil.

79
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Lauraceae
Nectandra angustifolia (Schrad.)
Nees
Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 6;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (SC: novo registro - IFFSC), Sudeste (apenas SP) e Nordeste
(apenas BA).

Tabela 3.27. Informações dendrométricas de Nectandra angustifolia em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.27. Dendrometric data of Nectandra angustifolia in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 13 (3,8%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 17,1 (11,8 - 29,9)
Altura total média (m)** - - 9,0 (8,0 - 10,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 18 m (Zanon et al. 2009) que prefere ambientes úmidos, como margens de rios
(Rohwer 1993). De acordo com o último autor, as folhas estreitas da espécie podem ser uma resposta
adaptativa a períodos de inundação. Este é o primeiro registro da espécie para Santa Catarina, apesar
de existirem registros para os demais estados da Região Sul. No Paraná, ela foi registrada apenas na
Floresta Estacional Semidecidual, ao longo de cursos d’água (Zanon et al. 2009).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte raso, com áreas de silvicultura de espécies exóticas e
pastagens no entorno.

Usos: Desconhecidos.

80
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Ocotea marumbiensis Brotto &


Baitello
Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Em Perigo (Brotto & Baitello 2012);

Distribuição: Sul (exceto RS).

Tabela 3.28. Informações dendrométricas de Ocotea marumbiensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.28. Dendrometric data of Ocotea marumbiensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,3%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 52,5
Altura total média (m) - - 21,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
*The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com geralmente 10 m (Brotto et al. 2013), registrada com 21 m pelo IFFSC, ocorrendo
na Floresta Ombrófila Densa Montana e Altomontana, entre as atitudes de 700 e 1.230 m (Broto &
Baitello 2012). Ela foi amostrada pelo IFFSC a 989 m de altitude num fragmento de Floresta Ombrófila
Mista próximo à região fitoecológica Floresta Ombrófila Densa. A espécie foi descrita recentemente,
logo, há pouca literatura a seu respeito.

● Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento sem perturbação antrópica; no entorno, havia uma estrada de acesso
a antenas de transmissão e áreas com silvicultura de Pinus sp.

Usos: Desconhecidos.

81
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Persea venosa Nees & Mart.


Canela-sebo

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (SP e MG).

Tabela 3.29. Informações dendrométricas de Persea venosa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.29. Dendrometric data of Persea venosa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,4%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 29,9
Altura total média (m) - - 16,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com ~7 m de altura (Kopp 1966) ocorrendo na Floresta Ombrófila Densa de Santa
Catarina (Veloso & Klein 1968, Negrelle 2006), Floresta Ombrófila Mista (IFFSC) e Cerrado (Mendonça
et al. 1998). De acordo com Baitello (2003), a espécie é abundante em terrenos úmidos e várzeas
associadas a rios e córregos. Caiafa & Martins (2010) classificaram a espécie como comum, mas em
Santa Catarina apenas um indivíduo foi registrado.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento com evidências de caça, exploração madeireira histórica e corte raso
recente; no entorno, havia áreas de plantio de couve e Eucalyptus sp.

Usos: Desconhecidos.

82
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Rhodostemonodaphne macrocalyx
(Meisn.) Rohwer ex Madriñán
Forma de raridade: FED/FOM: não registrada; FOD: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC), Sudeste (exceto
MG) e Nordeste (BA, PI).

Tabela 3.30. Informações dendrométricas de Rhodostemonodaphne macrocalyx em cada uma das regiões fitoecológicas de
Santa Catarina.
Table 3.30. Dendrometric data of Rhodostemonodaphne macrocalyx in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 7 (1,1%) -
Nº de UA de ocorrência - 3 -
DAP médio (cm)** - 20,3 (11,1 - 31,5) -
Altura total média (m)** - 12,1 (8,0 - 19,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 12 a 15 m (Baitello 2003, Mandriñán 2004) ocorrendo em restingas e na Floresta


Ombrófila Densa até os 800 m de altitude, eventualmente até os 1.500 m (Mandriñán 2004). De acordo
com Baitello (2003), a espécie pode ocorrer em florestas bastante degradadas. Caiafa & Martins (2010)
a classificaram na forma 7 de raridade.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte raso e seletivo, sub-bosque alterado por pastejo e abertura
de estradas; no entorno, existiam áreas de silvicultura de espécies exóticas e nativas e pastagens.

Usos: Desconhecidos.

83
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Malvaceae
Heliocarpus popayanensis Kunth
Algodoeiro

Forma de raridade: FOD/FOM: Não registrada; FED: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC) e Sudeste (apenas
SP).

Tabela 3.31. Informações dendrométricas de Heliocarpus popayanensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.31. Dendrometric data of Heliocarpus popayanensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 7 (9,1%) - -
Nº de UA de ocorrência 1 - -
DAP médio (cm)** 32,0 (17,2 - 72,3) - -
Altura total média (m)** 10,1 (5,0 - 22,0) - -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com ~10 m de altura que possui ampla distribuição nas Florestas Deciduais das Américas
(Lay 1949, Souza & Esteves 2002). Ela aparece como DD (Deficiente de Dados) na lista vermelha de
espécies ameaçadas de Minas Gerais (Biodiversitas 2007). A espécie ocorre em encostas de rios, em
áreas ensolaradas e de vegetação secundária.

● Espécie anemocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e raso, abertura de estrada, com áreas de agricultura,
silvicultura de espécies exóticas, pastagens e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Tem potencial madeireiro (Ruschel et al. 2005).

84
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Melastomataceae
Huberia semiserrata DC.
Jacatirão-do-brejo

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul e Sudeste (apenas SP);

Tabela 3.32. Informações dendrométricas de Huberia semiserrata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.32. Dendrometric data of Huberia semiserrata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 12,1 -
Altura total média (m) - 8,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 2 a 9 m de altura (Reitz 1961, Martins 2009) ocorrendo na restinga arbórea de
Santa Catarina (Falkenberg 1999), mas em geral pode ser encontrada em áreas antropizadas até 900 m
de altitude (Baumgratz 2004). Ela foi amostrada pelo IFFSC a 13 m de altitude em uma UA próxima da
zona de transição com a restinga arborescente. De acordo com Falkenberg (1999), a espécie ocorre em
locais úmidos, onde pode tornar-se dominante.

● Espécie autocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, presença de lixo, abertura de estrada e sub-bosque
alterado por pastejo; no entorno, havia áreas de pastagem e fragmentos florestais.

Usos: Desconhecidos.

85
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Moraceae
Ficus arpazusa Casar.
Mata-pau

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (Pederneiras et al. 2011, Pelissari &


Romaniuc Neto 2013);

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste (exceto CE, PE e PI) e


Norte (apenas PA e RO).

Tabela 3.33. Informações dendrométricas de Ficus arpazusa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.33. Dendrometric data of Ficus arpazusa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 13,1 -
Altura total média (m) - 12,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com ~10 m de altura (Pelissari & Romaniuc Neto 2013), encontrada na Floresta
Ombrófila Densa, Floresta Estacional Decidual e restinga (Mendonza-Souza 2006, Pederneiras et al.
2011). Espécie heliófita e seletiva higrófita (Lorenzi 2009) que cresce em fissuras de rochas e a pleno
sol (Pelissari & Romaniuc Neto 2013).

● Espécie zoocórica, pioneira ou secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, alteração do sub-bosque por pastejo e presença de
espécies exóticas, com áreas de pastagem e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Silvicultura (Lorenzi 2009).

86
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Ficus clusiifolia Schott


Mata-pau, figueira

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (Pederneiras et al. 2011);

Distribuição: Sul (apenas SC), Sudeste, Centro-Oeste (apenas GO e MT),


Nordeste (apenas BA, PE e SE) e Norte (exceto AP, RO e TO).

Tabela 3.34. Informações dendrométricas de Ficus clusiifolia em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.34. Dendrometric data of Ficus clusiifolia in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 10,2 -
Altura total média (m) - 6,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,3%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 18 m de altura (Lorenzi 2009), registrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila
Densa, mas também é possível encontrá-la na restinga (Stehmann et al. 2009) e na Floresta Estacional
Decidual, onde cresce em locais expostos ao sol (Pelissari & Romaniuc Neto 2013). Espécie heliófita
e seletiva higrófita (Lorenzi 2009). Ela foi classificada como comum por Caiafa & Martins (2010),
entretanto, foi registrada em apenas uma UA pelo IFFSC.

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e sub-bosque alterado por pastejo, com áreas de
silvicultura de espécies exóticas e pastagem no entorno.

Usos: Silvicultura (Lorenzi 2009).

87
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrtaceae
Calyptranthes hatschbachii D.Legrand
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 5;

Grau de ameaça: Em Perigo (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC).

Tabela 3.35. Informações dendrométricas de Calyptranthes hatschbachii em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.35. Dendrometric data of Calyptranthes hatschbachii in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 6 (0,9%) -
Nº de UA de ocorrência - 3 -
DAP médio (cm)** - 21,9 (15,0 - 31,8) -
Altura total média (m)** - 15,2 (11,0 - 24,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 20 m, registrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Densa entre 600 e 900 m
de altitude. Apesar de não constarem registros em herbários nos últimos 20 anos (Martinelli & Moraes
2013), a espécie foi amostrada em três UA do IFFSC nos municípios de Doutor Pedrinho e Rio dos
Cedros.

● Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, estradas e trilhas.

Usos: Desconhecidos.

88
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Calyptranthes obovata Kiaersk.


Guamirim-ferro

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (apenas RJ e SP).

Tabela 3.36. Informações dendrométricas de Calyptranthes obovata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.36. Dendrometric data of Calyptranthes obovata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 4 (1,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,8 (10,8 - 20,1) -
Altura total média (m)** - 9,4 (7,0 - 12,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 12 m, endêmica da Floresta Ombrófila Densa, ocorrendo desde o estado do
Rio de Janeiro até Santa Catarina, onde torna-se bastante rara (Legrand & Klein 1971). De acordo com
os mesmos autores, a espécie é seletiva higrófita e ciófita, pouco frequente, ocorrendo em florestas
primárias ou em topos de morro (Scheer & Mocochinski 2009). A espécie havia sido coletada apenas
na ilha de Santa Catarina (Legrand & Klein 1971), mas agora foi registrada também no município de
Joinville.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento sem perturbação antrópica.

Usos: Lenha.

89
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Curitiba prismatica (D.Legrand)


Salywon & Landrum
Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS).

Tabela 3.37. Informações dendrométricas de Curitiba prismatica em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.37. Dendrometric data of Curitiba prismatica in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 5 (11,9%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 24,2 (17,8 - 29,6)
Altura total média (m)** - - 7,7 (5,0 - 9,5)
Nº de regenerantes amostrados* - - 1 (3,7%)
Nº de UA da regeneração - - 1
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 2 a 4 m (Wilson 2011), muito rara, endêmica da Região Sul, mais especificamente
dos planaltos catarinense e paranaense (Legrand & Klein 1969a, Iganci et al. 2011). Até o momento,
a espécie foi amostrada pelo IFFSC apenas na região do planalto norte, enquanto que no estado do
Paraná foi registrada tanto no primeiro como no segundo planalto (Legrand & Klein 1969a). A espécie
é classificada como heliófita e xerófita (Legrand & Klein 1969a).
● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, caça, queimada, extração de erva-mate, presença
de Hovenia dulcis e sub-bosque alterado por pastejo. No entorno, havia áreas de agricultura,
silvicultura de espécies exóticas e fragmentos florestais.

Usos: Tem potencial madeireiro.

90
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.8. Mapa de ocorrência de Nectandra angustifolia, Ocotea marumbiensis, Persea venosa, Rhodostemonodaphne
macrocalyx e Heliocarpus popayanensis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.8. Occurrence map of Nectandra angustifolia, Ocotea marumbiensis, Persea venosa, Rhodostemonodaphne
macrocalyx, and Heliocarpus popayanensis in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.9. Mapa de ocorrência de Huberia semiserrata, Ficus arpazusa, Ficus clusiifolia, Calyptranthes hatschbachii,
Calyptranthes obovata e Curitiba prismatica em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.9. Occurrence map of Huberia semiserrata, Ficus arpazusa, Ficus clusiifolia, Calyptranthes hatschbachii,
Calyptranthes obovata, and Curitiba prismatica in Santa Catarina, Brazil.

91
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia capitulifera O.Berg


Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS; SC: novo registro - IFFSC) e Sudeste


(apenas RJ).

Tabela 3.38. Informações dendrométricas de Eugenia capitulifera em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.38. Dendrometric data of Eugenia capitulifera in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 8 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 5 -
DAP médio (cm)** - 16,9 (12,4 - 23,2) -
Altura total média (m)** - 10,9 (8,0 - 14,5) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 8 a 15 m, endêmica do Brasil (Sobral et al. 2016), amostrada no norte catarinense
pelo IFFSC. Existem poucos registros da espécie em herbários. Ela foi classificada por Caiafa & Martins
(2010) na forma 6 de raridade.
● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento com corte raso e seletivo, exploração de palmito, abertura de estrada e
sub-bosque alterado por pastejo, com áreas de agricultura e fruticultura, pastagens e fragmentos
florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

92
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia florida DC.


Guamirim

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Todo o Brasil, exceto SE, AL e RN.

Tabela 3.39. Informações dendrométricas de Eugenia florida em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.39. Dendrometric data of Eugenia florida in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 17,0 -
Altura total média (m) - 9,3 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 5 a 9 m (Lorenzi 1998), registrada pelo IFFSC apenas na Floresta Ombrófila
Densa, mas possui ampla distribuição no país. Trata-se de uma espécie muito rara em Santa Catarina,
tendo como centro de dispersão o Centro e o Nordeste do Brasil, regiões em que parece ser bastante
frequente (Legrand & Klein 1969a, Lorenzi 1998). Até a publicação da Flora Ilustrada Catarinense,
apenas um indivíduo havia sido amostrado no oeste de Santa Catarina; contudo, o IFFSC registrou a
espécie na UA 464 (Vale do Itajaí). Fora esse exemplar, apenas outros cinco estão registrados no INCT
para Santa Catarina. Espécie seletiva higrófita, heliófita até ciófita.

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, com áreas de agricultura e silvicultura de espécies
exóticas no entorno.

Usos: Lenha.

93
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia gracillima Kiaersk.


Murta

Forma de raridade: FOD/FOM: Não registrada; FED: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste (apenas SP), Centro-Oeste e Nordeste (apenas BA,


CE e PE).

Tabela 3.40. Informações dendrométricas de Eugenia gracillima em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.40. Dendrometric data of Eugenia gracillima in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 6 (1,2%) - -
Nº de UA de ocorrência 3 - -
DAP médio (cm)** 23,9 (10,8 - 57,9) - -
Altura total média (m)** 9,1 (2,5 - 20,0) - -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 20 m, registrada apenas no oeste de Santa Catarina, na região da Floresta
Estacional Decidual. Fontana et al. (2014) comentaram sobre a escassez de literatura sobre a espécie
que também foi considerada rara no Rio de Janeiro por Guedes-Bruni et al. (2009).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte raso, sub-bosque alterado por pastejo e espécies exóticas,
com áreas de agricultura, pastagem e área urbana no entorno.

Usos: Lenha.

94
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia hiemalis Cambess.


Guamirim

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste (exceto ES) e Centro-Oeste (apenas MS).

Tabela 3.41. Informações dendrométricas de Eugenia hiemalis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.41. Dendrometric data of Eugenia hiemalis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) 1 (0,6%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm) - 11,5 10,2
Altura total média (m) - 9,0 6,5
Nº de regenerantes amostrados* 5 (31,3%) 15 (1,7%) -
Nº de UA da regeneração 1 1 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 10 m (Legrand & Klein 1969a), com ampla distribuição em Santa Catarina
(Legrand 1961), mas pouco frequente (Legrand & Klein 1969a), ocorrendo tanto na Floresta Ombrófila
Densa como na Floresta Ombrófila Mista. De acordo com Scariot et al. (2005), ela pode ser comum
em formações florestais pioneiras. Na Floresta Estacional Decidual de Santa Catarina, ela foi registrada
pelo IFFSC apenas no componente regeneração natural. A espécie é heliófita e característica de beiras
e margens rochosas de rios, matas de galeria e capões (Legrand & Klein 1969a).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, exploração de palmito, queimada, caça, abertura
de estrada e plantio de café no sub-bosque, com áreas urbanas e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

95
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia longipedunculata Nied.


Grumixama-miúda

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (exceto RJ).

Tabela 3.42. Informações dendrométricas de Eugenia longipedunculata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.42. Dendrometric data of Eugenia longipedunculata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 2 (1,8%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 12,6 (10,5 - 14,6)
Altura total média (m)** - - 7,5 (7,0 - 8,0)
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (3,2%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 2 a 5 m (Legrand & Klein 1969a), encontrada com até 8 m pelo IFFSC. A espécie
foi registrada na Floresta Ombrófila Mista por Legrand & Klein (1969a), ocorrendo em altitudes
elevadas (900 a 1.300 m). Ela foi considerada exclusiva da Floresta Ombrófila Mista pelos últimos
autores, porém, foi amostrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Densa, entre 620 e 890 m de altitude,
no componente regeneração natural. Ramos et al. (2008) registraram a espécie na Floresta Estacional
Semidecidual. A espécie é considerada seletiva higrófita. Caiafa & Martins (2010) a classificaram na
forma 5 de raridade.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de pastagem e
fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha e frutos.

96
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia mosenii (Kausel) Sobral

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (apenas RJ e SP).

Tabela 3.43. Informações dendrométricas de Eugenia mosenii em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.43. Dendrometric data of Eugenia mosenii in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 7 (1,6%) -
Nº de UA de ocorrência - 2 -
DAP médio (cm)** - 15,7 (11,5 - 22,6) -
Altura total média (m)** - 8,7 (4,0 - 14,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,8%) -
Nº de UA da regeneração - 2 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 10 m (Legrand & Klein 1969a), registrada pelo IFFSC exclusivamente na
Floresta Ombrófila Densa. Espécie seletiva higrófita e ciófita, ocorrendo em áreas conservadas e com
solo úmido (Legrand & Klein 1969a). Caiafa & Martins (2010) classificaram a espécie na forma 4 de
raridade.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e exploração de palmito, com áreas de pastagem
e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

97
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia neoglomerata Sobral

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto MG) e Nordeste (apenas BA).

Tabela 3.44. Informações dendrométricas de Eugenia neoglomerata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.44. Dendrometric data of Eugenia neoglomerata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 3 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,2 (10,5 - 19,1) -
Altura total média (m)** - 8,0 (6,0 - 10,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,8%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 5 m (Lima et al. 2015), registrada na Floresta Ombrófila Densa por Scudeller
et al. (2001); o IFFSC a amostrou na mesma região fitoecológica, na Serra do Quiriri, próxima à divisa
com o Paraná, local em que já havia sido encontrada (Lima et al. 2015). A Flora Ilustrada Catarinense
não lista a espécie para o estado.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento sem perturbações antrópicas. As áreas do entorno do fragmento eram


campos naturais.

Usos: Desconhecidos.

98
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia neotristis Sobral


Guamirim

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Em Perigo (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS).

Tabela 3.45. Informações dendrométricas de Eugenia neotristis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.45. Dendrometric data of Eugenia neotristis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 2 -
DAP médio (cm)** - 23,2 (22,3 - 24,2) -
Altura total média (m)** - 13,3 (13 - 13,5) -
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,01%) -
Nº de UA da regeneração - 3 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 3 a 8 m (Legrand & Klein 1969a), amostrada com até 13,5 m pelo IFFSC. Legrand
& Klein (1969a) a consideraram exclusiva da Floresta Ombrófila Densa; na época, havia coletas feitas
apenas no estado catarinense. Espécie seletiva higrófita e ciófita, muito rara e com preferência por
florestas conservadas ocorrendo em relevo plano, ambiente em que foi registrada por Negrelle (2006).
Caiafa & Martins (2010) a classificaram na forma 6 de raridade.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo e abertura de estradas; havia áreas de silvicultura
de Eucalytus sp., indústria e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

99
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia oeidocarpa O.Berg

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecida;

Distribuição: Sul e Sudeste (apenas MG).

Tabela 3.46. Informações dendrométricas de Eugenia oeidocarpa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.46. Dendrometric data of Eugenia oeidocarpa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,6%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 10,5
Altura total média (m) - - 8,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 2 a 4 m (Sobral 2003), encontrada com 8 m pelo IFFSC, a 900 m de altitude. Há
registros da espécie na Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa Altomontana (Scheer et al.
2011) e na Matinha Nebular (Sobral et al. 2006).

● Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, presença de lixo e vestígios de fogueiras, abertura
de estradas e sub-bosque alterado por pastejo, roçada e gado; no entorno, havia silvicultura de
espécies exóticas, pastagens e fragmentos florestais.

Usos: Lenha.

100
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia pachyclada D.Legrand


Guamirim

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Em Perigo (CNCFlora 2016); Vulnerável (CONSEMA


2014);

Distribuição: Sul (apenas SC).

Tabela 3.47. Informações dendrométricas de Eugenia pachyclada em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.47. Dendrometric data of Eugenia pachyclada in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 2 (0,9%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 14,1 (10,2 - 18,8)
Altura total média (m)** - - 6,3 (5,5 - 7,5)
Nº de regenerantes amostrados* - - 1 (2%)
Nº de UA da regeneração - - 1
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 3 a 4 m (Legrand & Klein 1969a), amostrada com até 7,5 m pelo IFFSC. Ela foi
considerada exclusiva da Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina (Legrand & Klein 1969a), mas
foi registrada apenas na Floresta Ombrófila Mista pelo IFFSC. Espécie seletiva higrófita, muito rara e
endêmica de Santa Catarina (Klein 1990); cresce em solos úmidos de florestas em encosta e topo de
morro, bem como nas margens de rios (Legrand & Klein 1969a).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento no qual não foram observadas influências antrópicas; havia grandes
fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

101
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia paracatuana O.Berg


Cambuí

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste (apenas MG e SP) e Centro-Oeste (exceto DF).

Tabela 3.48. Informações dendrométricas de Eugenia paracatuana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.48. Dendrometric data of Eugenia paracatuana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 10,2 -
Altura total média (m) - 7,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 8 m (Legrand & Klein 1969a, Silva & Mazine 2016). Apenas um indivíduo da
espécie foi registrado pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Densa, no município de Laguna, em uma área
de clareiras e solo bem drenado. Legrand & Klein (1969a) apontam registros da mesma para o oeste de
Santa Catarina; em Goiás, ela foi registrada em matas ciliares (Faria Júnior 2010).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com corte raso e seletivo, sub-bosque alterado por pastejo, com
áreas de silvicultura de espécies exóticas, pastagens e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

102
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.10. Mapa de ocorrência de Eugenia capitulifera, Eugenia florida, Eugenia gracilima, Eugenia hiemalis, Eugenia
longipedunculata e Eugenia mosenii em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.10. Occurrence map of Eugenia capitulifera, Eugenia florida, Eugenia gracilima, Eugenia hiemalis, Eugenia
longipedunculata, and Eugenia mosenii in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.11. Mapa de ocorrência de Eugenia neoglomerata, Eugenia neotristis, Eugenia oeidocarpa, Eugenia pachyclada
e Eugenia paracatuana em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.11. Occurrence map of Eugenia neoglomerata, Eugenia neotristis, Eugenia oeidocarpa, Eugenia pachyclada, and
Eugenia paracatuana in Santa Catarina, Brazil.

103
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Eugenia subavenia O.Berg


Guamirim-de-folha-miúda

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (apenas RJ e SP).

Tabela 3.49. Informações dendrométricas de Eugenia subavenia em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.49. Dendrometric data of Eugenia subavenia in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 2 -
DAP médio (cm)** - 11,8 (11,1 - 12,4) -
Altura total média (m)** - 7,5 (7,0 - 8,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 17 (0,9%) -
Nº de UA da regeneração - 8 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 5 a 10 m (Legrand & Klein 1969a), amostrada pelo IFFSC com 7 a 8 m na Floresta
Ombrófila Densa. Considerada ciófita e higrófita que prefere encostas úmidas da Serra do Mar. A espécie
foi amostrada com maior abundância pelo IFFSC na regeneração natural em duas UA. Sua inclusão
entre as espécies raras pode ser devido ao fato de não atingir diâmetros expressivos. Ela foi classificada
como comum por Caiafa & Martins (2010).

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de pastagem e
fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

104
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Eugenia umbellata Spreng.

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (SC, PR), Sudeste (ES, SP).

Tabela 3.50. Informações dendrométricas de Eugenia umbellata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.50. Dendrometric data of Eugenia umbellata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 4 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 4 -
DAP médio (cm)** - 19,4 (10,2 - 34,1) -
Altura total média (m)** - 13,2 (10,0 - 16,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com ~4 m (Sobral 2011), amostrada com até 16 m pelo IFFSC. Há pouca informação
sobre a espécie na literatura; existem coletas para a Floresta Estacional Semidecidual de São Paulo
(Sartori et al. 2015); em Minas Gerais, ela foi considerada raríssima por Oliveira-Filho (2006). A
espécie foi classificada como típica da Floresta Ombrófila Densa Montana do Paraná por Reginato &
Goldenberg (2007), fisionomia florestal em que foi amostrada pelo IFFSC.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, exploração de palmito, abertura de trilhas e


sub-bosque alterado pelo gado; no entorno, havia áreas de silvicultura de espécies exóticas,
fragmentos florestais e residências.

Usos: Desconhecidos.

105
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrceugenia campestris (DC.)


D.Legrand & Kausel
Guamirim-de-folha-miúda

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul e Sudeste.

Tabela 3.51. Informações dendrométricas de Myrceugenia campestris em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.51. Dendrometric data of Myrceugenia campestris in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,2%) 2 (1,1%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm)** - 10,8 16,4 (13,7 - 19,1)
Altura total média (m)** - 8,0 5,3 (3,5 - 7,0)
Nº de regenerantes amostrados* - 8 (0,3%) 1 (1,1%)
Nº de UA da regeneração - 5 1
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 2 a 4 m (Landrum 1981) que ocorre na Floresta Ombrófila Densa (Legrand &
Klein 1970, Sobral et al. 2006); o IFFSC também a registrou na Floresta Ombrófila Mista. Legrand
& Klein (1970) consideraram a espécie muito rara em Santa Catarina, ocorrendo apenas no norte do
estado, nas planícies litorâneas, bem como em florestas sobre solos úmidos em encostas. Reitz (1961)
a registrou na restinga de Santa Catarina, no município de Palhoça.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmentos com histórico de exploração madeireira; havia regeneração natural


de Pinus sp. na floresta e evidências de caça; no entorno, existiam áreas urbanas e de silvicultura
de espécies exóticas.

Usos: Lenha.

106
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrceugenia hoehnei (Burret)


D.Legrand & Kausel
Guamirim

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Vulnerável (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (apenas MG e SP).

Tabela 3.52. Informações dendrométricas de Myrceugenia hoehnei em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.52. Dendrometric data of Myrceugenia hoehnei in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 22,9 -
Altura total média (m) - 9,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com ~2,5 m (Landrum 1981), registrada pelo IFFSC com 9 m. Espécie seletiva higrófita
e ciófita (Legrand & Klein 1970). A Flora Ilustrada de Santa Catarina registra apenas uma coleta, na
Serra do Mar no extremo nordeste do estado (Legrand & Klein 1970). Em geral, existem poucas coletas
da espécie tombadas nos herbários de Santa Catarina.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, caça e sub-bosque alterado por pastejo e roçada,
com áreas de pastagem e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

107
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrceugenia kleinii D.Legrand &


Kausel
Guamirim

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Vulnerável (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (apenas SP) e Nordeste (apenas BA).

Tabela 3.53. Informações dendrométricas de Myrceugenia kleinii em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.53. Dendrometric data of Myrceugenia kleinii in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 25,5 -
Altura total média (m) - 14,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 4 (0,5%) -
Nº de UA da regeneração - 2 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com até 18 m (Landrum 1981), encontrada pelo IFFSC com 14 m na Floresta Ombrófila
Densa. Espécie seletiva higrófita e ciófita que cresce apenas em florestas primárias em várzeas e encostas
suaves, em solos úmidos (Legrand & Klein 1970). Landrum (1981), em sua monografia sobre o gênero
Myrceugenia, reportou apenas quatro coletas da espécie.

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, com áreas de agricultura, silvicultura de espécies
exóticas e pastagens no entorno.

Usos: Taboado, lenha.

108
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrceugenia mesomischa (Burret)


D.Legrand & Kausel
Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto PR).

Tabela 3.54. Informações dendrométricas de Myrceugenia mesomischa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.54. Dendrometric data of Myrceugenia mesomischa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 3 (1,7%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 13,7 (11,5 - 16,6)
Altura total média (m)** - - 4,5 (3,5 - 5,0)
Nº de regenerantes amostrados* - - 5 (2,3%)
Nº de UA da regeneração - - 3
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 16 m (Setubal et al. 2011), mas registrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila
Mista com até 5 m. No Rio Grande do Sul, ela ocorre nas matas de galeria da Floresta Estacional
Decidual (Setubal et al. 2011) e na Floresta Ombrófila Mista (Santos et al. 2015). Indivíduos de menor
porte foram registrados na regeneração natural em três UA do IFFSC.

● Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, abertura de estrada e sub-bosque alterado pelo
gado, com áreas de agricultura e pastagem no entorno.

Usos: Desconhecidos.

109
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrcia diaphana (O.Berg)


N.Silveira
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Vulnerável (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste.

Tabela 3.55. Informações dendrométricas de Myrcia diaphana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.55. Dendrometric data of Myrcia diaphana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,6%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 27,1 -
Altura total média (m) - 4,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie registrada na Floresta Ombrófila Densa pelo IFFSC e na Floresta Estacional Semidecidual
em São Paulo por Sartori et al. (2015), crescendo no interior da floresta (Salimena et al. 2013, Sartori et
al. 2015), em altitudes próximas a 600 m (Lucas et al. 2016). Há poucas coletas além do exemplar tipo.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, caça, sub-bosque alterado por pastejo e lixo, com
ausência de áreas antrópicas no entorno.

Usos: Lenha.

110
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrcia lajeana D.Legrand


Cambuí, cambuim

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul.

Tabela 3.56. Informações dendrométricas de Myrcia lajeana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.56. Dendrometric data of Myrcia lajeana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 7 (0,7%)
Nº de UA de ocorrência - - 3
DAP médio (cm)** - - 16,9 (10,3 - 23,6)
Altura total média (m)** - - 7,9 (5,0 - 12,0)
Nº de regenerantes amostrados* - - 17 (2,8%)
Nº de UA da regeneração - - 2
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 6 m (Legrand & Klein 1969b, Sobral et al. 2006), registrada pelo IFFSC
exclusivamente na Floresta Ombrófila Mista com até 12 m. A espécie é seletiva higrófita, ocorrendo em
capões e em ambientes com solo úmido (Legrand & Klein 1969b).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, extração de erva-mate, abertura de estrada e sub-
bosque alterado pelo gado, com áreas de silvicultura de espécies exóticas, pastagem, agricultura
e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha, cabos de ferramentas.

111
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrcia laruotteana Cambess.


Cambuí, cambuim

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto RJ), Centro-Oeste (exceto GO),
Nordeste (apenas MA) e Norte (apenas TO).

Tabela 3.57. Informações dendrométricas de Myrcia laruotteana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.57. Dendrometric data of Myrcia laruotteana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,2%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 12,7
Altura total média (m) - - 8,5
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,1%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com 3 a 6 m (Legrand & Klein 1969b), registrada no IFFSC com 8,5 m, característica
da Floresta Ombrófila Mista, mas encontrada na regeneração natural em uma UA alocada na Floresta
Ombrófila Densa, tipo florestal em que a espécie é considerada rara, de acordo com Legrand & Klein
(1969b). A espécie é seletiva higrófita e heliófita, e pode ser muito abundante em capões situados sobre
solos úmidos (Legrand & Klein 1969b); entretanto, foi encontrada pelo IFFSC em apenas uma UA.
De acordo com os mesmos autores, a espécie é abundante nas matas de galeria da Floresta Ombrófila
Mista.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas urbanas e de
pastagem no entorno.

Usos: Lenha e cabos de ferramentas.

112
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.12. Mapa de ocorrência de Eugenia subavenia, Eugenia umbellata, Myrceugenia campestris, Myrceugenia
hoehnei e Myrceugenia kleinii em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.12. Occurrence map of Eugenia subavenia, Eugenia umbellata, Myrceugenia campestris, Myrceugenia hoehnei,
and Myrceugenia kleinii in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.13. Mapa de ocorrência de Myrceugenia mesomischa, Myrcia diaphana, Myrcia lajeana e Myrcia laruotteana em
Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.13. Occurrence map of Myrceugenia mesomischa, Myrcia diaphana, Myrcia lajeana, and Myrcia laruotteana in
Santa Catarina, Brazil.

113
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrcia oligantha O.Berg


Guamirim

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste.

Tabela 3.58. Informações dendrométricas de Myrcia oligantha em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.58. Dendrometric data of Myrcia oligantha in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,5%) 1 (0,4%)
Nº de UA de ocorrência - 2 1
DAP médio (cm)** - 17,2 (15,6 - 18,8) 13,4
Altura total média (m)** - 14,5 (13,0 - 16,0) 11,5
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,9%) 3 (2,3%)
Nº de UA da regeneração - 3 2
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 3 a 10 m (Legrand & Klein 1969b, Sobral 2003), chegando a 16 m, registrada
na Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa. A espécie é seletiva higrófita e heliófita,
abundante na porção oriental da Serra Geral catarinense (Legrand & Klein 1969b), principalmente em
áreas abertas.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte raso e seletivo, abertura de estrada e sub-bosque alterado
por pastejo, com áreas de silvicultura de espécies exóticas, pastagem, fragmentos florestais e
área urbana no entorno.

Usos: Caibros, estacas e lenha.

114
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrcia tenuivenosa Kiaersk.


Guamirim

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste.

Tabela 3.59. Informações dendrométricas de Myrcia tenuivenosa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.59. Dendrometric data of Myrcia tenuivenosa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (1,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 22,1 (14,6 - 29,6) -
Altura total média (m)** - 16,0 (15,0 - 17,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie rara registrada, a princípio, apenas na Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina
(Legrand & Klein 1969b). Espécie seletiva higrófita, tolerante à sombra, ocorrendo em florestas
primárias em encostas úmidas (Legrand & Klein 1969b, Borgo et al. 2011).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com corte raso e seletivo, abertura de estrada e sub-bosque alterado
por pastejo, com áreas de silvicultura de espécies exóticas, pastagem e fragmentos florestais no
entorno.

Usos: Lenha.

115
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrcia venulosa DC.


Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Centro-Oeste (apenas DF e GO) e


Nordeste (apenas BA).

Tabela 3.60. Informações dendrométricas de Myrcia venulosa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.60. Dendrometric data of Myrcia venulosa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) 8 (1,9%)
Nº de UA de ocorrência - 1 2
DAP médio (cm)** - 28,0 13,3 (10,5 - 16,6)
Altura total média (m)** - 14,0 10,2 (8,0 - 14,0)
Nº de regenerantes amostrados* - 20 (1,4%) -
Nº de UA da regeneração - 3 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 3 a 4 m (Legrand & Klein 1969b), registrada com até 14 m pelo IFFSC, característica
da Floresta Ombrófila Mista, embora foi encontrada pelo IFFSC com menor abundância no componente
arbóreo da Floresta Ombrófila Densa. Há registros da espécie no Cerrado (Durigan 2006). Espécie
seletiva higrófita e heliófita, crescendo em ambientes abertos, em solos úmidos, na borda de fragmentos
(Legrand & Klein 1969b).

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, evidências de caça, abertura de estrada e sub-
bosque alterado por pastejo, com áreas de agricultura, silvicultura de espécies exóticas, pastagens
e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Lenha.

116
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg


Cambuí, cambuim

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste e Centro-Oeste (apenas MS).

Tabela 3.61. Informações dendrométricas de Myrciaria delicatula em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.61. Dendrometric data of Myrciaria delicatula in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,2%) 4 (1,4%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm)* - 23,6 16,9 (11,8 - 26,2)
Altura total média (m)* - 12,0 6,8 (6,0 - 8,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com altura média de 5 m (Legrand & Klein 1978), podendo chegar a 12 m (Lorenzi
2009). Quatro indivíduos foram encontrados pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Mista e apenas um
indivíduo em uma região de transição da Floresta Ombrófila Densa com a Floresta Ombrófila Mista.
Espécie ciófita e seletiva higrófita que pode ser comum em ambientes úmidos e matas de galeria (Klein
1963, Souza et al. 2014).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com abertura de estrada e sub-bosque alterado pelo gado, com áreas
de silvicultura de espécies exóticas e pastagens no entorno.

Usos: Muito empregada como palanque de cerca no planalto. Fornece ótima lenha. Seus frutos são
comestíveis.

117
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Plinia edulis (Vell.) Sobral


Cambucá, jabuticaba

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Vulnerável (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste (exceto MG), Nordeste (apenas BA e RN) e Norte


(apenas TO).

Tabela 3.62. Informações dendrométricas de Plinia edulis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.62. Dendrometric data of Plinia edulis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 16,6 -
Altura total média (m) - 13,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 2 (0,8%)
Nº de UA da regeneração - 1
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie registrada com 13 m de altura pelo IFFSC, tolerante à sombra (Borgo et al. 2011),
ocorrendo na Floresta Ombrófila Densa, mas em muitos casos sob cultivo por conta dos frutos
comestíveis (Sobral et al. 2006).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, abertura de trilha, cultivo de banana, com áreas
de pastagem e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Alimentício.

118
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Nyctaginaceae
Bougainvillea glabra Choisy
Três-marias, primavera

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste (apenas GO) e Nordeste (apenas BA e PE).

Tabela 3.63. Informações dendrométricas de Bougainvillea glabra em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.63. Dendrometric data of Bougainvillea glabra in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 5 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 4 -
DAP médio (cm)** - 18,6 (14,3 - 26,1) -
Altura total média (m)** - 11,0 (8,0 - 15,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,7%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 10 a 15 m (Reitz et al. 1983), altura similar à registrada pelo IFFSC, ocorrendo
com maior frequência no Vale do Itajaí (SC) e na Serra do Espigão (SC), em altitudes de 180 a 733
m, de acordo com os dados do IFFSC, e 800 a 1000 m, de acordo com Reitz (1970). Ela ocorre
preferencialmente em solos úmidos em planícies aluviais, beiras de rio e encostas suaves (Reitz 1970).

● Espécie anemocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, exploração de palmito, evidência de caça e


abertura de estrada, com áreas de agricultura, silvicultura de espécies exóticas, pastagens e
campos antrópicos no entorno.

Usos: Planta ornamental (Reitz et al. 1983).

119
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Ochnaceae
Ouratea salicifolia
(A.St.-Hil. & Tul.) Engl.
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 6;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MS) e Nordeste (exceto MA


e PI).

Tabela 3.64. Informações dendrométricas de Ouratea salicifolia em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.64. Dendrometric data of Ouratea salicifolia in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 30 (15,2%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 13,6 (10,2 - 24,5) -
Altura total média (m)** - 9,3 (7,0 - 12,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,5%) -
Nº de UA da regeneração - 4 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 5 m (Salvador et al. 2010), registrada com 9 m pelo IFFSC. Ela ocorre nas
restingas de Santa Catarina (Guimarães 2006, Korte et al. 2013), Floresta Ombrófila Densa, Floresta
Ombrófila Mista e até no Cerrado (Salvador et al. 2010).

● Espécie zoocórica, secundária inicial a climácica;

● Encontrada numa floresta com fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

120
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Olacaceae
Tetrastylidium grandifolium (Baill.)
Sleumer 
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FED: Forma 5;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste e Nordeste (BA). 

Tabela 3.65. Informações dendrométricas de Tetrastylidium grandifolium em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.65. Dendrometric data of Tetrastylidium grandifolium in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 7 (1,1%) -
Nº de UA de ocorrência - 3 -
DAP médio (cm)** - 16,3 (11,5 - 22,3) -
Altura total média (m)** - 13,1 (6,0 - 18,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 3 (0,6%) -
Nº de UA da regeneração - 2 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie que pode chegar a 25 m de altura, mas geralmente alcança 15 m (Rodrigues & Rossi
2002). Ela ocorre nas planícies litorâneas e formações submontanas da Floresta Ombrófila Densa de
Santa Catarina (Klein & Sleumer 1984, Negrelle 2006).

● Zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte raso e seletivo, exploração de palmito e abertura de trilha,
com áreas de silvicultura de Pinus e Eucalyptus no entorno.

Usos: Construção civil (Klein & Sleumer 1984).

121
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Phyllanthaceae
Richeria grandis Vahl 
Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste (exceto PB,


PI e RN) e Norte;

Tabela 3.66. Informações dendrométricas de Richeria grandis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.66. Dendrometric data of Richeria grandis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 11,1 -
Altura total média (m) - 6,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 5 a 10 m de altura, ocorrendo na Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas,


planícies aluviais e planícies litorâneas (Smith et al. 1988). Espécie de luz difusa e seletiva higrófita,
já considerada rara pelos últimos autores. Em alguns casos, ela pode apresentar elevada densidade
(Veloso & Klein 1961), o que não foi encontrado pelo IFFSC. 

● Autocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo; existiam áreas de silvicultura de Pinus e


Eucalyptus no entorno.

Usos: Desconhecidos.

  

122
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Savia dictyocarpa Müll.Arg.


Araçazeiro

 Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto ES) e Centro-Oeste (apenas MS). 

Tabela 3.67. Informações dendrométricas de Savia dictyocarpa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.67. Dendrometric data of Savia dictyocarpa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,5%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 26,7 -
Altura total média (m) - 10,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 25 m, heliófita e seletiva higrófita (Smith et al. 1988). Os mesmos autores,
além de Silva & Soares (2002) e Durigan et al. (2000), apontam a espécie como comum nas Florestas
Deciduais. Entretanto, não foi encontrada pelo IFFSC na Floresta Estacional Decidual.  

● Autocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de silvicultura de
Pinus e Eucalyptus e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

123
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Picramniaceae
Picramnia excelsa Kuhlm. ex Pirani
Cedrico

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS).

Tabela 3.68. Informações dendrométricas de Picramnia excelsa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.68. Dendrometric data of Picramnia excelsa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 2 (0,7%)
Nº de UA de ocorrência - - 2
DAP médio (cm)** - - 13,1 (11,8 - 14,5)
Altura total média (m)** - - 6,0 (5,0 - 7,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 25 m de altura, registrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Mista, considerada
rara em Santa Catarina por Pirani (1997). Espécie esciófita ou de luz difusa e seletiva higrófita. Pirani
(1989) registrou a espécie também na Floresta Estacional Semidecidual próxima à foz do Rio Iguaçu.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com intensa exploração de erva-mate, abertura de estrada e sub-


bosque alterado por pastejo e roçada, com áreas de pastagem no entorno.

Usos: Sua madeira é empregada localmente como lenha e palanques de cerca.

124
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.14. Mapa de ocorrência de Myrcia oligantha, Myrcia tenuivenosa, Myrcia venulosa, Myrciaria delicatula e Plinia
edulis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.14. Occurrence map of Myrcia oligantha, Myrcia tenuivenosa, Myrcia venulosa, Myrciaria delicatula, and Plinia
edulis in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.15. Mapa de ocorrência de Bougainvillea glabra, Ouratea salicifolia, Tetrastylidium grandifolium, Richeria
grandis, Savia dictyocarpa e Picramnia excelsa em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.15. Occurrence map of Bougainvillia glabra, Ouratea salicifolia, Tetrastylidium grandifolium, Richeria grandis,
Savia dictyocarpa, and Picramnia excelsa in Santa Catarina, Brazil.

125
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Polygonaceae
Coccoloba argentinensis Speg.
Forma de raridade: FOM: Não registrada; FED/FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto PR; SC: novo registro - IFFSC) e Centro-Oeste


(apenas MS).

Tabela 3.69. Informações dendrométricas de Coccoloba argentinensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.69. Dendrometric data of Coccoloba argentinensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* 2 (0,6%) 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência 2 1 -
DAP médio (cm)** 13,5 (11,8 - 14,6) 14,6 -
Altura total média (m)** 7,7 (6,0 - 10,0) 12,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

A espécie apresenta diversas formas de vida: árvore caducifólia (Marino & Pensiero 2003),
arbusto apoiante de 2 a 4 m de altura, ou liana (Troncoso & Bacigalupo 1982, Melo & Marcondes-
Ferreira 2009); foi registrada com até 12 m pelo IFFSC. Espécie associada às Florestas Estacionais e
ao Chaco (Barberis et al. 2002), registrada também nas regiões costeiras do Uruguai (Silva & Mónica
2015).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmentos com corte seletivo, abertura de estrada e sub-bosque alterado por
pastagem, com silvicultura de espécies exóticas, pastagens e agricultura no entorno.

Usos: Desconhecidos.

126
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Ruprechtia paranensis Pendry

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste (apenas MS), Nordeste (exceto MA,


PI e RN). 

Tabela 3.70. Informações dendrométricas de Ruprechtia paranensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.70. Dendrometric data of Ruprechtia paranensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 3 (1,3%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 37,8 (23,6 - 46,8)
Altura total média (m)** - - 26,0 (20,0 - 38,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com ~27 m (Pendry 2003), encontrada na Floresta Ombrófila Mista (Jarenkow &
Budke 2009) entre 500 a 900 m de altitude (Pendry 2003). A espécie foi recentemente descrita (Pendry
2003) e existem poucos registros da mesma. Cervi et al. (2007) a registraram como erva em campos e
afloramentos de arenito no Paraná.

● Anemocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com evidências de caça, com áreas degradadas e de pastagem no


entorno.

Usos: Desconhecidos.

127
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Primulaceae
Myrsine laetevirens (Mez) Arechav.
Capororoca

Forma de raridade: FED/FOD: não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul.

Tabela 3.71. Informações dendrométricas de Myrsine laetevirens em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.71. Dendrometric data of Myrsine laetevirens in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,5%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 13,7
Altura total média (m) - - 9,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 4 a 8 m de altura (Jung-Mendaçolli 2005, Freitas & Kinoshita 2015), registrada na
Floresta Ombrófila Mista pelo IFFSC e em Florestas Estacionais (Pennington 2006, Farias et al. 2009).
De acordo com Souza et al. (2012), a espécie é classificada como tolerante à sombra.

● Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada em fragmento com sub-bosque alterado por pastejo; havia áreas de agricultura,
silvicultura de Pinus, pastagens e indícios de queimadas no entorno.

Usos: Desconhecidos.

128
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Myrsine lineata (Mez) Imkhan.

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS) e Sudeste (exceto ES).

Tabela 3.72. Informações dendrométricas de Myrsine lineata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.72. Dendrometric data of Myrsine lineata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 4 (2,3%) 2 (0,9%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm)** - 13,6 (11,5 - 19,1) 29,0 (23,9 - 34,1)
Altura total média (m)** - 10,5 (8,0 - 15,0) 12,3 (9,5 - 15,0)
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,9%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie que pode alcançar 8 m de altura (Jung-Mendaçolli 2005, Freitas & Kinoshita 2015).
De acordo com os mesmos autores, a espécie é ciófita, ou semiciófita até heliófita, ocorrendo com
maior frequência em ambientes úmidos como beiras de rio na Floresta Ombrófila Densa e em locais de
altitude.

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, evidências de caça, abertura de trilha e presença
de lixo no sub-bosque, com áreas de silvicultura de espécies exóticas, pastagens e áreas urbanas
no entorno.

Usos: Desconhecidos.

129
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Proteaceae
Roupala asplenioides Sleumer
Carvalho 

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Em Perigo (CNCFlora, 2016);

Distribuição: Sul (exceto PR).

Tabela 3.73. Informações dendrométricas de Roupala asplenioides em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.73. Dendrometric data of Roupala asplenioides in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 3 (0,7%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 12,6 (10,2 - 14,6) -
Altura total média (m)** - 8,7 (7,0 - 10,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 2 (1,7%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of individuals/saplings trees in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com ~7 m (Prance et al. 2007), com distribuição disjunta (Martinelli & Moraes 2013),
registrada em locais de maior altitude em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre 850 e 1.700 m de
altitude (Prance et al. 2007).

● Anemocórica, climácica;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de silvicultura
de Pinus e Eucalyptus, campos naturais e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

130
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Roupala montana var. paraensis


(Sleumer) K.S.Edwards
Carvalho 

Forma de raridade: ENFED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (exceto ES), Nordeste (BA) e Norte
(PA, TO)

Tabela 3.74. Informações dendrométricas de Roupala montana var. paraensis em cada uma das regiões fitoecológicas de
Santa Catarina.
Table 3.74. Dendrometric data of Roupala montana var. paraensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,6%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 17,3 (17,2 - 17,5) -
Altura total média (m)** - 11,5 (8,0 - 15,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie que ocorre em locais mais elevados, registrada na Floresta Ombrófila Mista de Santa
Catarina (Klein 1981, Martins-Ramos et al. 2011) e Floresta Ombrófila Densa Altomontana do Paraná
(Scheer & Mocochinski 2009). Foi classificada por Caiafa & Martins (2010) como comum, mas como
rara no Rio de Janeiro por Guedes-Bruni et al. (2009).

● Anemocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de silvicultura
de Pinus e Eucalyptus e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

131
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Rutaceae
Esenbeckia hieronymi Engl.
Cutia, momoninha-do-mato

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Quase Ameaçada (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste (apenas SP) e Centro-Oeste (apenas


MS).

Tabela 3.75. Informações dendrométricas de Esenbeckia hieronymi em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.75. Dendrometric data of Esenbeckia hieronymi in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (0,8%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 13,4 (12,7 – 14,0) -
Altura total média (m)** - 7,8 (7,5 – 8,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 21 (21,4%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of individuals/saplings trees in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 2 a 5 m (Kaastra 1982, Pirani 2002), muito rara, ocorrendo na região litorânea de
Santa Catarina (Cowan & Smith 1973, Klein 1979), bem como em capoeiras, restingas e matas ciliares
(Kaastra 1982, Pirani 2002). Apenas dois indivíduos de maior porte foram registrados em uma única
UA do IFFSC; contudo, havia abundância de indivíduos da espécie na regeneração natural.

● Espécie autocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e evidências de caça, abertura de estrada e trilha,
com áreas de agricultura e pastagem no entorno.

Usos: Desconhecidos.

132
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Salicaceae
Azara uruguayensis (Speg.) Sleumer
Amargoso

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Quase Ameaçada (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul e Sudeste (apenas MG e SP).

Tabela 3.76. Informações dendrométricas de Azara uruguayensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.76. Dendrometric data of Azara uruguayensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,2%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 18,8
Altura total média (m) - - 8,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 3 m de altura (Torres & Ramos 2007); no entanto, o IFFSC amostrou um
indivíduo com 8 m. Em Santa Catarina, ela é registrada apenas para a Floresta Ombrófila Mista (Klein
& Sleumer 1984), em florestas conservadas (Torres & Ramos 2007). De acordo Klein & Sleumer
(1984), a espécie é rara e tem preferência por áreas abertas próximas a cursos d’água.

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Registrada em fragmento com corte seletivo e sub-bosque alterado por pastejo, com áreas de
pastagem, campos naturais e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

133
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Casearia catharinensis Sleumer


Cambroé

Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD/FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (apenas SC).

Tabela 3.77. Informações dendrométricas de Casearia catharinensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.77. Dendrometric data of Casearia catharinensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) 1 (0,7%)
Nº de UA de ocorrência - 1 1
DAP médio (cm) - 21,3 17,8
Altura total média (m) - 15,0 7,5
Nº de regenerantes amostrados* - 5 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 4 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com 5 a 8 m, podendo chegar a 15 m, rara e endêmica de Santa Catarina (Klein &
Sleumer 1984, Marquete et al. 2016). Espécie característica e preferencial da Floresta Ombrófila Densa,
mas registrada pelo IFFSC também na Floresta Ombrófila Mista, no município de Bela Vista do Toldo.
Ela apresenta ocorrência descontínua, sobretudo no Vale do Itajaí (SC) e na borda oriental do planalto
meridional catarinense (Sleumer 1980, Klein & Sleumer 1984). Espécie esciófita ou de luz difusa
e seletiva higrófita, ocorrendo preferencialmente no interior da Floresta Ombrófila Densa Montana
(Sleumer 1980, Klein & Sleumer 1984).

● Espécie zoocórica, climácica;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com silvicultura de Pinus e
Eucalyptus e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

134
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Casearia lasiophylla Eichler


Cambroé, espeto-peludo

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Centro-Oeste (apenas DF) e Nordeste


(apenas AL, MA e PI).

Tabela 3.78. Informações dendrométricas de Casearia lasiophylla em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.78. Dendrometric data of Casearia lasiophylla in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 34,5 -
Altura total média (m) - 12,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 3 a 8 m, registrada com 12 m pelo IFFSC, característica do sub-bosque da Floresta


Ombrófila Mista do Sul do Brasil (Klein & Sleumer 1984). Espécie esciófita, de luz difusa ou até
mesmo heliófita, seletiva higrófita, bastante rara (Klein & Sleumer 1984). Ela possui ampla distribuição
no Brasil – também pode ser encontrada em matas de galeria e no Cerrado (Mendonça et al. 1998,
Santos et al. 2012).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com pastejo, corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de
pastagem no entorno.

Usos: Desconhecidos.

135
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Xylosma tweediana (Clos) Eichler


Sucará

Forma de raridade: FED/FOD: não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto PR) e Sudeste (apenas SP). 

Tabela 3.79. Informações dendrométricas de Xylosma tweediana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.79. Dendrometric data of Xylosma tweediana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 3 (0,6%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 19,0 (11,8 - 22,9)
Altura total média (m)** - - 9,0 (7,0 - 12,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 1 a 5 m, podendo chegar a 15 m (Klein & Sleumer 1984, Torres & Ramos 2007).
A espécie é heliófita ou de luz difusa, adaptada a diferentes condições edáficas, considerada rara e
característica do planalto catarinense por Klein & Sleumer (1984). Os últimos autores sugerem que
a espécie cresce no sub-bosque, preferencialmente em solos rochosos de rápida drenagem. Ela foi
registrada pelo IFFSC apenas na Floresta Ombrófila Mista, mas pode ocorrer em outros estados na
Floresta Ombrófila Densa Altomontana, Floresta Estacional Semidecidual e matas ciliares (Torres &
Ramos 2007).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo e sub-bosque alterado por pastejo, com áreas de
pastagem, campos naturais e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Cabos de ferramentas e lenha (Klein & Sleumer 1984).

136
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.16. Mapa de ocorrência de Coccoloba argentinensis, Ruprechtia paranensis, Myrsine laetevirens, Myrsine lineata,
Roupala asplenioides e Roupala montana var. paraensis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.16. Occurrence map of Coccoloba argentinensis, Ruprechtia paranensis, Myrsine laetevirens, Myrsine lineata,
Roupala asplenioides, and Roupala montana var. paraensis in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.17. Mapa de ocorrência de Esenbeckia hieronymi, Azara uruguayensis, Casearia catharinensis, Casearia
lasiophylla e Xylosma tweediana em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.17. Occurrence map of Esenbeckia hieronymi, Azara uruguayensis, Casearia catharinensis, Casearia lasiophylla,
and Xylosma tweediana in Santa Catarina, Brazil.

137
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Santalaceae
Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.)
Reissek
Cancrosa, cancorosa-de-três-pontas

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (apenas SC e RS).

Tabela 3.80. Informações dendrométricas de Jodina rhombifolia em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.80. Dendrometric data of Jodina rhombifolia in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 1 (0,4%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm) - - 45,5
Altura total média (m) - - 17,0
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com até 4 m, registrada pelo IFFSC na Floresta Ombrófila Mista e já apontada por
Mattos (1967) como rara em Santa Catarina. A espécie é comum no Chaco (Barberis et al. 2002), e no
Brasil sua distribuição é restrita à Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul. Ela pode ocorrer na Floresta
Ombrófila Mista do Sul do Brasil, nas serras da Floresta Ombrófila Densa do Rio Grande do Sul
(Sobral et al. 2006) e na restinga, preferindo sempre terrenos bem drenados (Lorenzi 2009). A espécie
é esciófita ou heliófita e seletiva higrófita (Lorenzi 2009).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com evidências de caça, com áreas urbanas e pastagens no entorno.

Usos: As folhas possuem substâncias com propriedades medicinais (Coradin et al. 2011).

138
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Sapotaceae
Sideroxylon obtusifolium
(Roem. & Schult.) T.D.Penn.
Coronilha 

Forma de raridade: FED/FOD: Não registrada; FOM: Forma 7;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte (apenas TO). 

Tabela 3.81. Informações dendrométricas de Sideroxylon obtusifolium em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.81. Dendrometric data of Sideroxylon obtusifolium in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - - 3 (1,3%)
Nº de UA de ocorrência - - 1
DAP médio (cm)** - - 13,8 (11,5 - 16,6)
Altura total média (m)** - - 6,5 (5,0 - 9,0)
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 18 m de altura (Lorenzi 1998), heliófita e seletiva higrófita. Ela ocorre
preferencialmente em florestas primárias (Lorenzi 1998), em ambientes úmidos. A espécie tem ampla
distribuição no Brasil, ocorrendo desde a restinga até as Florestas Decíduas (Pennington 1990). Não
obstante, ela foi registrada apenas em uma UA do IFFSC. Apesar de ser amplamente distribuída, Caiafa
& Martins (2010) classificaram a espécie na forma 4 de raridade.

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com áreas de silvicultura
de Pinus e Eucalyptus, pastagens e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Madeireiro, alimentício.

139
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Siparunaceae
Siparuna guianensis Aubl.
Capitiú, limão-bravo

Forma de raridade: FED/FOM: não registrada; FOD: Forma 7.

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Ocorre em todo o Brasil, exceto RS (SC: novo registro - IFFSC).

Tabela 3.82. Informações dendrométricas de Siparuna guianensis em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.82. Dendrometric data of Siparuna guianensis in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 20,7 -
Altura total média (m) - 11,0 -
Nº de regenerantes amostrados* - 1 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 1 -
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com 10 a 15 m, amplamente distribuída na Amazônia (Peixoto 2002, Renner &


Hausner 2005) e muito comum na Floresta Estacional Decidual (Pennington et al. 2006). Ela ocorre
em formações florestais litorâneas e até 1.200 a 1.400 m de altitude (Peixoto 2002, Renner & Hausner
2005). O primeiro registro da espécie em Santa Catarina foi feito pelo IFFSC.

● Espécie zoocórica, pioneira ou secundária;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e abertura de trilha, com áreas de silvicultura de
Pinus e Eucalyptus e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Planta medicinal.

140
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Solanaceae
Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn.
Forma de raridade: FED: Não registrada; FOD: Forma 7;
FOM: Forma 5;

Grau de ameaça: Pouco Preocupante (CNCFlora 2016);

Distribuição: Sul, Sudeste, Nordeste (apenas AL, BA e PE) e Norte


(apenas AC e PA).

Tabela 3.83. Informações dendrométricas de Aureliana fasciculata em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.83. Dendrometric data of Aureliana fasciculata in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) 8 (0,7%)
Nº de UA de ocorrência - 1 5
DAP médio (cm)** - 14,0 12,4 (10,0 - 15,3)
Altura total média (m)** - 6,0 8,7 (7,0 - 13,5)
Nº de regenerantes amostrados* - 6 (0,8%) 1 (3,6%)
Nº de UA da regeneração - 4 1
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie arbustiva segundo Hunziker et al. (1990), por isso pouco amostrada na maioria dos
levantamentos florestais. Ela foi classifcada na forma 4 de raridade por Caiafa & Martins (2010) e na
forma 7 e forma 5 pelo IFFSC na Floresta Ombrófla Densa e Floresta Ombrófila Mista, respectivamente.

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Registrada em fragmentos com corte seletivo, vestígios de caça, sub-bosque alterado por pastejo
e abertura de trilha. No entorno, havia silvicultura de espécies exóticas, agricultura e pastagens.

Usos: Desconhecidos.

141
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Solanum caavurana Vell.

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Centro-Oeste (apenas MS e MT) e


Nordeste 

Tabela 3.84. Informações dendrométricas de Solanum caavurana em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.84. Dendrometric data of Solanum caavurana in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 2 (1%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm)** - 14,5 (11,5 - 17,5) -
Altura total média (m)** - 8,5 (4,0 - 13,0) -
Nº de regenerantes amostrados* - 2 (0,4%) -
Nº de UA da regeneração - 2 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com até 5 m (Knapp 2002, Mentz & Oliveira 2004), classificada como comum por
Knapp (2002) e como rara em Santa Catarina por Smith & Downs (1966). A espécie é amplamente
distribuída no Brasil, mas foi registrada apenas na Floresta Ombrófila Densa pelo IFFSC em apenas
uma UA situada no nordeste do estado.

● Espécie zoocórica, pioneira ou secundária inicial;

● Encontrada em fragmento com corte seletivo, exploração de palmito e abertura de estrada, com
áreas de agricultura e pastagens no entorno.

Usos: Desconhecidos.

142
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Styracaceae
Styrax glabratus Schott
Canudo-de-pito

 Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 6;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul (exceto RS), Sudeste, Nordeste (apenas BA) e Norte (apenas AM, AP e PA) 

Tabela 3.85. Informações dendrométricas de Styrax glabratus em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa Catarina.
Table 3.85. Dendrometric data of Styrax glabratus in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 13 (3,1%) -
Nº de UA de ocorrência - 2 -
DAP médio (cm)** - 16,2 (10,2 - 26,7) -
Altura total média (m)** - 10,8 (8,0 - 14,0) -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie.
The values in brackets are *percentages calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region; **diameter/height ranges.

Espécie com 10 a 20 m (Capistrano 2012, Asprino & Amorim 2013), registrada por Negrelle
(2006) na Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas catarinense, mas pode ocorrer em outros
ecossistemas, como a Floresta Estacional Decidual e restingas (Capistrano 2012). Espécie seletiva
higrófita (Flaster 1973). 

• Espécie zoocórica, grupo ecológico não definido;


• Encontrada em fragmentos com corte seletivo, presença de Pinus sp. e abertura de trilha, com
áreas degradadas e de pastagem no entorno.

Usos: Planta medicinal (Pio Corrêa 1926).

143
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Thymelaeaceae
Daphnopsis racemosa Griseb.
Embira-branca

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul, Sudeste, Centro-Oeste (apenas MS e MT) e Nordeste (apenas BA e PE).

Tabela 3.86. Informações dendrométricas de Daphnopsis racemosa em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.86. Dendrometric data of Daphnopsis racemosa in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,4%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 11,8 -
Altura total média (m) - 7,0 -
Nº de regenerantes amostrados* 1 (2,1%) 1 (1,2%) 1 (1,9%)
Nº de UA da regeneração 1 1 1
* Valores entre parênteses expressam o percentual calculado sobre o total de indivíduos/regenerantes do conjunto de UA
instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The values in brackets are percentages calculated based on the total number of trees/saplings registered in the IFFSC’s
sample plots in the respective phytoecological region.

Espécie com 1 a 3 m, podendo chegar a 8 m (Nevling & Reitz 1968, Rossi 2005), amostrada
pelo IFFSC com 7 m. Espécie de ampla distribuição no Brasil, registrada em todas as regiões
fitoecológicas de Santa Catarina. Contudo, devido seu pequeno porte, ela não foi amostrada pelo IFFSC
com frequência no componente arbóreo. De acordo com Klein (1979), a espécie é muito rara no Vale do
Itajaí (SC). Espécie seletiva higrófita, abundante nas matas de galeria, bem como em capões e bosques
estabelecidos sobre solos bastante úmidos (Nevling & Reitz 1968).

● Espécie zoocórica, secundária;

● Encontrada num fragmento com evidências de caça e abertura de trilha, com áreas de pastagem
e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Fabricação de fibras (embira).

144
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Verbenaceae
Citharexylum montevidense (Spreng.)
Moldenke
Tarumã-de-espinho

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Desconhecido;

Distribuição: Sul e Sudeste.

Tabela 3.87. Informações dendrométricas de Citharexylum montevidense em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.87. Dendrometric data of Citharexylum montevidense in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 11,5 -
Altura total média (m) - 7,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 5 a 10 m (Lorenzi 2009), rara em Santa Catarina; a maioria das coletas tombadas
em herbários foi realizada no sul do estado. A espécie é mais comum no Rio Grande do Sul, em
Florestas Decíduas (Lorenzi 2009) e em matas ciliares e de galeria (Budke et al. 2004); entretanto, ela
não foi amostrada pelo IFFSC na Floresta Estacional Decidual. Espécie heliófita e seletiva higrófita
(Lorenzi 2009).

● Espécie zoocórica, pioneira;

● Encontrada num fragmento com exploração de palmito, corte seletivo e sub-bosque alterado por
pastejo, com áreas de agricultura e pastagens no entorno.

Usos: Lenha.

145
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Vochysiaceae
Callisthene kuhlmannii H.F.Martins
Araçá, araçalina

Forma de raridade: FED/FOM: Não registrada; FOD: Forma 7;

Grau de ameaça: Vulnerável (CONSEMA 2014);

Distribuição: Sul (apenas SC).

Tabela 3.88. Informações dendrométricas de Callisthene kuhlmannii em cada uma das regiões fitoecológicas de Santa
Catarina.
Table 3.88. Dendrometric data of Callisthene kuhlmannii in each phytoecological region of Santa Catarina.

Informações quantitativas FED FOD FOM


Nº de indivíduos amostrados no estrato arbóreo* - 1 (0,3%) -
Nº de UA de ocorrência - 1 -
DAP médio (cm) - 40,1 -
Altura total média (m) - 18,0 -
Nº de regenerantes amostrados - - -
Nº de UA da regeneração - - -
* O valor entre parênteses expressa o percentual calculado sobre o total de indivíduos do conjunto de UA instaladas pelo
IFFSC na região fitoecológica correspondente.
* The value in brackets is the percentage calculated based on the total number of trees registered in the IFFSC’s sample plots
in the respective phytoecological region.

Espécie com 15 a 25 m (Martins 1998), muito rara, endêmica de Santa Catarina (Vianna &
Martins 2001), preferindo florestas sobre encostas suaves, próximas ao litoral. Havia um único registro
da espécie na Floresta Ombrófila Densa no município de Garuva (Vianna & Martins 2001), agora
ampliado pelo IFFSC para o município de Imaruí, sul do estado. Apesar de Vianna & Martins (2001)
sugerirem que a ocorrência da espécie é restrita ao norte do estado, os dados do IFFSC apontam uma
ampliação da sua área de ocorrência, ainda que apenas um indivíduo tenha sido registrado pelo IFFSC
em todo o estado.

● Espécie autocórica, grupo ecológico não definido;

● Encontrada num fragmento com corte seletivo e abertura de estrada, com silvicultura de espécies
exóticas, pastagens e fragmentos florestais no entorno.

Usos: Desconhecidos.

146
3 | Espécies raras da flora arbórea de Santa Catarina

Figura 3.18. Mapa de ocorrência de Jodina rhombifolia, Sideroxylon obtusifolium, Siparuna guianensis, Aureliana
fasciculata e Solanum caavurana em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.18. Occurrence map of Jodina rhombifolia, Sideroxylon obtusifolium, Siparuna guianensis, Aureliana fasciculata,
and Solanum caavurana in Santa Catarina, Brazil.

Figura 3.19. Mapa de ocorrência de Styrax glabratus, Daphnopsis racemosa, Citharexylum montevidense e Callisthene
kuhlmannii em Santa Catarina, Brasil.
Figure 3.19. Occurrence map of Styrax glabratus, Daphnopsis racemosa, Citharexylum montevidense, and Callisthene
kuhlmannii in Santa Catarina, Brazil.

147
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

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Záchia, R.A. & Irgang, B.E. (2004) A família Annonaceae no Estado do Rio Grande do Sul,
Brasil. Pesquisas, Botânica 55: 7–127.
Zanon, M.M.F., Goldenberg, R. & Moraes, P.L.R. (2009) O gênero Nectandra Rol. ex Rottb.
(Lauraceae) no Estado do Paraná, Brasil. Acta Botanica Brasilica 23: 22–35.

157
André Luís de Gasper Laio Zimermann Oliveira Débora Vanessa Lingner Alexander Christian Vibrans
Editores

Apuleia leiocarpa, Quilombo.


158 Fotógrafo: Felipe Steiner.
Capítulo 4
Espécies Ameaçadas da Flora
Catarinense

Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto


valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina1

Current situation and recommendations for conservation of 13 widely used species with great
conservation value in the state of Santa Catarina

Tiago Montagna, André Luís de Gasper, Laio Zimermann Oliveira, Débora Vanessa Lingner, Manoela
Drews de Aguiar, Lauri Amandio Schorn, Alison Paulo Bernardi, Andréa Gabriela Mattos, Felipe
Steiner, Juliano Zago da Silva, Marcia Patricia Hoeltgebaum, Miguel Busarello Lauterjung, Newton
Clóvis Freitas da Costa, Rafael Candido-Ribeiro, Adelar Mantovani, Maurício Sedrez dos Reis,
Alexander Christian Vibrans

Abstract

In this chapter, we presented the population structure and genetic diversity of 13 widely used species
that are also endowed with great conservation value. Most of these species are found in national- and
state-level threatened species lists, namely, Apuleia leiocarpa, Araucaria angustifolia, Butia catarinensis,
Butia eriospatha, Calophyllum brasiliense, Cedrela fissilis, Dicksonia sellowiana, Euterpe edulis, Ocotea
catharinensis, Ocotea porosa, Ocotea odorifera, and Podocarpus lambertii. Myrocarpus frondosus is not
included in any threatened species list, despite the fact that this species produces timber with commercial
value and was heavily exploited in the past. The majority of the aforementioned species still present
moderate to high levels of genetic diversity for both reproductive and regenerant populations, even after
the historical timber exploitation and the ongoing habitat fragmentation. Two of them presented reduced
genetic diversity: C. brasiliense and P. lambertii. C. brasiliense was classified into the rarity form 2
according to the IFFSC data; it is exclusive to forests occurring in Santa Catarina’s coastal plains, which
are currently being diminished by the expansion of real estate developments. In turn, the results regarding
regenerant populations revealed that most of the studied species are able to pass their genetic diversity to
the next generations. However, this was not observed for O. catharinensis; indeed, there is an imminent
risk of genetic diversity loss for this species. About 20 to 50 trees of O. catharinensis would be found
per hectare in old-growth Dense Ombrophylous Forest stands. However, according to the IFFSC data,
approximately five trees per hectare may be found nowadays. This is a result of the heavy exploitation
the species suffered because of its valuable wood. Species such as A. angustifolia, E. edulis, and O.
catharinensis, still present increased frequency and density in part of their occurrence areas. Nevertheless,
they are usually represented by shorter and thinner individuals than the ones expected in developed
populations. Associations among landscape metrics and genetic diversity indices varied substantially
among species. Notwithstanding, they brought up insights on conservation strategies, especially for C.
fissilis and O. porosa. It was found that most species are closely dependent on animals for pollination
and seed dispersal. Therefore, conserving them is crucial for maintaining gene flow, especially in the
fragmented forests of Santa Catarina. The gathered data on genetic diversity and population structure may

1
Montagna, T.; Gasper, A.L.; Oliveira, L.Z.; Lingner, D.V.; Aguiar, M.D.; Schorn, L.A.; Bernardi, A.P.; Mattos, A.G.; Steiner, F.; Silva, J.Z.;
Hoeltgebaum, M.P.; Lauterjung, M.B.; Costa, N.C.F.; Candido-Ribeiro, R.; Mantovani, A.; Reis, M.S.; Vibrans, A.C. 2018. Situação atual
e recomendações para conservação de 13 espécies de alto valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina. In: Gasper, A.L. de;
Oliveira, L.Z.; Lingner, D.V.; Vibrans, A.C. (eds.). Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, Vol. VII, Espécies arbóreas raras de Santa
Catarina. Blumenau, Edifurb.

159
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

be useful to identify and establish areas for collection of seeds with satisfactory genetic diversity. Pure
or mixed plantations, or even the enrichment of native forest stands, seem to be a win-win approach
that would lead to genetic diversity conservation and economic growth. Ex situ conservation by means
of urban afforestation and landscaping stand as feasible ways to promote gene flow, as well as to
strengthen the relationship among the civil population and these emblematic species of the state of
Santa Catarina.

Introdução
O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) realiza um levantamento contínuo
dos fragmentos florestais catarinenses, fornecendo suporte às novas políticas públicas voltadas para
conservação e uso das florestas nativas no estado. Entre os objetivos específicos outrora estabelecidos,
constam a elaboração de uma lista de espécies vegetais ameaçadas de extinção, a definição de áreas
prioritárias para recuperação e a recomposição dos recursos florestais nativos. Além disso, o IFFSC
previa a possibilidade de estabelecer um zoneamento ecológico/econômico para o estado. Em seus
diversos segmentos e etapas, o IFFSC almejava:

(i) Listar e caracterizar a riqueza de espécies vegetais vasculares disponíveis nos herbários, com
indicações dos seus status de conservação e potencialidades de uso;
(ii) Inventariar e analisar a estrutura horizontal e vertical dos fragmentos florestais do estado
de Santa Catarina, bem como coletar amostras e identificar todas as formas de vida de vegetais
vasculares ocorrendo nos fragmentos;
(iii) Avaliar a diversidade genética de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, visando
fundamentar estratégias efetivas de conservação;
(iv) Quantificar e caracterizar a importância socioeconômica dos recursos florestais nativos do
estado de Santa Catarina e identificar novas potencialidades de uso econômico e cultural desses
recursos;
(v) Elaborar e implementar um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para auxiliar a
execução dos trabalhos necessários para a elaboração da lista de espécies vegetais ameaçadas
de extinção no estado de Santa Catarina.
Nesse contexto, a partir dos resultados iniciais e de várias reuniões e workshops visando
realizar análises preliminares, ajustar métodos de trabalho, divulgar resultados parciais e estabelecer
diretrizes para políticas públicas, foram escolhidas 13 espécies para aprofundamento dos estudos.
Para essas espécies, além dos levantamentos de campo que geraram informações dendrométricas e
socioeconômicas, foram realizadas amostragens sistemáticas para caracterização da diversidade
genética.

Parte das 13 espécies foi escolhida por constar na Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção do ano de 2008 (MMA 2008), como Araucaria angustifolia (araucária),
Butia eriospatha (butiá-da-serra), Dicksonia sellowiana (xaxim-bugio), Ocotea porosa (imbuia) na
Floresta Ombrófila Mista; Euterpe edulis (palmito-juçara), Ocotea catharinensis (canela-preta) e
Ocotea odorifera (canela-sassafrás) na Floresta Ombrófila Densa. Passaram a integrar o grupo espécies
representativas em certas regiões fitoecológicas, e/ou com alto valor comercial, histórico de intensa
exploração e, por consequência, pressão de uso, como Apuleia leiocarpa (grápia), Cedrela fissilis
(cedro) e Myrocarpus frondosus (cabreúva) na Floresta Estacional Decidual, Podocarpus lambertii
(pinho-bravo) na Floresta Ombrófila Mista, Calophyllum brasiliense (guanandi) nas planícies litorâneas

160
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

da Floresta Ombrófila Densa e Butia catarinensis (butiá-da-praia) na restinga. Eventualmente, algumas


dessas espécies passaram a constar na lista atual de espécies ameaçadas do Brasil, como A. leiocarpa
e C. fissilis (MMA 2014), assim como na lista de espécies ameaçadas de Santa Catarina, a saber, B.
catarinensis, C. brasiliense e P. lambertii (CONSEMA 2014).
A maioria das espécies elencadas pode ser classificada como ‘comum’ com base nos aspectos
apresentados nos dois primeiros capítulos desta obra. Em alguns casos, apesar da forte redução
populacional devido à exploração visando lucros, essas espécies ainda apresentam alta frequência e
densidade em parte de suas áreas de ocorrência, ainda que com indivíduos de menor porte, como, por
exemplo, A. angustifolia, O. catharinensis e E. edulis.
Em todos os casos, as 13 espécies apresentam elevada importância ecológica e socioeconômica;
a maioria delas consta em listas de espécies ameaçadas devido à intensa exploração histórica e/ou
exploração corrente não sustentável. Assim, o aprofundamento dos estudos tratando de diversidade
genética e da integração dos resultados com informações populacionais e de paisagem busca trazer
subsídios científicos para futuras ações de conservação e uso dessas espécies no estado de Santa
Catarina.
Para cada espécie, após uma introdução, são reportadas médias de variáveis dendrométricas,
mapa de ocorrência e estrutura populacional; em seguida, são abordadas a estrutura e a diversidade
genética de suas populações, bem como recomendações para conservação e uso.

Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr.

Introdução

Apuleia leiocarpa (Fabaceae), a grápia, possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo no Peru,
Venezuela, Colômbia, Argentina, e em quase todo o Brasil nas Florestas Estacionais, geralmente abaixo
dos 700 m de altitude (Reitz et al. 1983, Tozzi 2016, Flora do Brasil 2020 2017). Não existem estudos
populacionais específicos para a espécie; contudo, em levantamentos de Florestas Estacionais no Sul
do Brasil, a espécie geralmente aparece entre as de maior valor de importância, mas com regeneração
natural escassa (Hack et al. 2005, Siminski et al. 2011, Lopes et al. 2012). Em Santa Catarina, as
maiores populações estão na Floresta Estacional Decidual, mas eventualmente é encontrada em zonas
de transição dessa região fitogeográfica com a Floresta Ombrófila Mista (Meyer et al. 2013).
Espécie secundária inicial de grande porte (Vaccaro 1997) que pode chegar a 25-30 m de altura,
com até 100 cm de DAP. Ela é decídua, geralmente emergente e facilmente reconhecida em campo pelas
características da casca, copa e folhagem (Reitz et al. 1979). É considerada uma espécie monóica com
polinização realizada principalmente por abelhas (Carvalho 2003). O fruto é uma vagem oblonga ou
ovado-oblonga, achatada, ligeiramente oblíqua, indeiscente, elíptica, de cor castanho-claro (Heringer
& Ferreira 1973). As sementes são ortodoxas – com longevidade próxima a dois anos (Eibl et al.
1994) – e dispersas pelo vento (anemocoria). Em Santa Catarina, A. leiocarpa floresce na primavera e
frutifica no outono (Reitz et al. 1979); muitas vezes seus frutos permanecem na árvore por vários meses
(Lorenzi 2002).
A densidade da madeira de A. leiocarpa varia de 0,75 a 1,00 g.cm-3 a 15% de umidade; a
madeira apresenta boa trabalhabilidade, moderada resistência ao apodrecimento e baixa resistência a
cupins de madeira seca, embora estacas de cerne podem ser resistentes a fungos e cupins (Carvalho
2003). De acordo com Reitz et al. (1979), a madeira é muito durável e resistente a umidade e xilófagos.
161
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

A madeira é indicada para construção civil, obras externas, marcenaria, implementos agrícolas, barris
de envelhecimento de bebidas, dentre muitos outros usos; fornece lenha e carvão de boa qualidade
(Reitz et al. 1979, Carvalho 2003). Klein (1966) e Reitz et al. (1979) mencionaram a espécie como uma
das nativas com potencial silvicultural em Santa Catarina.
De acordo com Reitz et al. (1983), a espécie não era muito visada nos primeiros momentos
da exploração madeireira no Sul do Brasil – até o fim do século XIX era mais utilizada localmente.
Atualmente, ela consta como “Vulnerável” na lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA 2014) e na
lista do CNCFlora (2016). É considerada uma das espécies mais valiosas na Argentina (Parodi 2002), e
Campos Filho & Sartorelli (2015) a colocam entre as espécies de alto valor econômico no Brasil.

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, A. leiocarpa foi encontrada em 34
(8%), somando 13,4 ha mensurados. De acordo com as observações das equipes de campo, a vegetação
de 22 das UA avaliadas foi classificada como secundária em estágio médio de sucessão, e a vegetação
de 12 UA foi classificada como secundária em estágio avançado de sucessão. O total de indivíduos
amostrados foi de 84, sendo que cinco apresentavam dois ou três fustes (Tabela 4.1).
Tabela 4.1. Estimativas de variáveis dendrométricas de Apuleia leiocarpa considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.1. Estimates of dendrometric variables of Apuleia leiocarpa per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.

FED FOD FOM


Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 2,7 (0,6%) - 0,02 (0,003%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* 2,9 (0,6%) - 0,02 (0,003%)
DAP médio (cm)** 29,7 (10 - 116,8) - 13,1
Altura total média (m)** 13 (4 - 42) - 10
Área basal média (m².ha-1)* 0,3 (1,7%) - 0,0002 (0,001%)
Posição no ranking de valor de importância**** 27 - 377
Nº de UA de ocorrência*** 33 (42,3%) - 1 (0,7%)
N° médio de regenerantes por UA* 4 (0,1%) - -
Nº de UA com regeneração 2 - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

O número médio de indivíduos de A. leiocarpa, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de aproximadamente três, com valores variando entre um (em 15 UA) e nove indivíduos
(em uma UA) (Figura 4.1). O DAP variou entre 10 e 117 cm, com média de 30 cm. A estimativa da
densidade absoluta nas UA com ocorrência da espécie resultou em 6 ind.ha-1 e a de dominância absoluta
em 0,7 m2.ha-1. A maior concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro

162
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

e altura (Figura 4.2). Juntas, as duas primeiras classes de altura, isto é, até 15 m, somaram 61% dos
indivíduos medidos. Da mesma forma, as menores classes de diâmetro (entre 10 e 30 cm) concentraram
66% dos indivíduos (Figura 4.2). 

Figura 4.1. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Apuleia leiocarpa em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.1. Occurrence and population size of Apuleia leiocarpa in Santa Catarina, Brazil.

Figura 4.2. Distribuição dos indivíduos de Apuleia leiocarpa em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.2. Distribution of Apuleia leiocarpa trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Chapecó (12 ind. em duas UA),
Quilombo (8 ind. em uma UA) e São José do Oeste (8 ind. em uma UA). A maioria das UA nesses
municípios estava situada em torno de 600 m de altitude, ambiente preferencial da espécie. A vegetação
de metade dessas UA encontrava-se em estágio avançado de sucessão e em bom estado de conservação,
com até duas atividades antrópicas observadas (Tabela 4.2).

163
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Tabela 4.2. Atividades antrópicas no interior das 34 UA com ocorrência de Apuleia leiocarpa.
Table 4.2. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Apuleia leiocarpa.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 2 5,9
Corte raso 15 44,1
Corte seletivo 25 73,5
Cultivo de erva-mate 1 2,9
Espécies exóticas 6 17,6
Estradas 16 47,1
Pastejo 9 26,5
Roçada 2 5,9
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

De maneira geral, as populações de A. leiocarpa estudadas apresentaram altos índices de


diversidade genética; portanto, elas têm potencial de manter a variabilidade genética em longo prazo.
Não obstante, o índice de fixação médio2 ( ) também foi elevado, apontando, ao mesmo tempo,
fragilidades na manutenção em longo prazo das populações da espécie, possivelmente em decorrência
da exploração madeireira realizada em um passado recente (Tabela 4.3).

As nove populações reprodutivas avaliadas apresentaram médio de 0,218 e as cinco populações


reprodutivas que tiveram os regenerantes genotipados apresentaram médio de 0,226. Diferente do
encontrado para os reprodutivos, o médio mostrou-se reduzido (0,027) para as cinco populações
regenerantes. Além disso, as populações de regenerantes apresentaram valores menores de em
comparação às populações de reprodutivos no mesmo fragmento (Tabela 4.3).
Tabela 4.3. Índices de diversidade genética para as populações de Apuleia leicarpa.
Table 4.3. Genetic diversity indices of Apuleia leiocarpa populations.
UA n alelos
1536 rep. 50 48 29 66,7 2,42 3,13 0,307 0,298 0,029
1536 reg. 50 48 28 75,0 2,33 2,78 0,316 0,301 0,048
1861 rep. 34 28 29 66,7 2,42 3,13 0,278 0,221 0,208*
1864 rep. 44 37 30 75,0 2,50 3,00 0,357 0,292 0,183*
1864 reg. 49 47 30 91,7 2,50 2,64 0,274 0,261 0,047
2051 rep. 31 22 27 75,0 2,25 2,67 0,374 0,240 0,361*
2051 reg. 49 51 30 91,7 2,50 2,64 0,322 0,336 -0,043
2056 rep. 48 42 27 66,7 2,25 2,88 0,338 0,291 0,142*
2179 rep. 43 37 27 66,7 2,25 2,88 0,279 0,239 0,146*
2179 reg. 48 46 30 83,3 2,50 2,80 0,335 0,319 0,050

2
Potencial de perda de diversidade genética por geração por cruzamento entre aparentados e/ou restrição no tamanho populacional.

164
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

UA n alelos
2406 rep. 52 43 29 91,7 2,42 2,55 0,327 0,262 0,200*
3097 rep. 55 40 36 91,7 3,00 3,18 0,358 0,230 0,361*
3097 reg. 48 46 33 91,7 2,75 2,91 0,338 0,326 0,036
6003 rep. 48 38 29 75,0 2,42 2,89 0,305 0,219 0,282*
Média rep. 45 37 29 75,0 2,44 2,92 0,325 0,255 0,218
Média rep.ϯ 44 37 30 75,0 2,48 2,97 0,335 0,260 0,226
Média reg. 49 48 30 86,7 2,52 2,75 0,317 0,309 0,027
Total rep. 404 - 37 91,7 3,08 3,18 0,345 0,256 0,256
Total reg. 244 - 34 91,7 2,83 2,82 0,330 0,308 0,067
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

O fato de haver redução no índice de fixação ( ) de reprodutivos para regenerantes nos cinco
fragmentos em apenas uma geração sugere que o sistema reprodutivo de A. leiocarpa é eficiente em
promover cruzamentos aleatórios. Assim, os índices de fixação positivos e significativos encontrados
para as populações adultas podem estar associados, em grande parte, a eventos históricos de exploração
da espécie. Não obstante, a espécie apresenta considerável capacidade de se restabelecer em ambientes
fragmentados e recuperar os níveis de diversidade genética originais com o passar das gerações.

A análise3 visando caracterizar possíveis relações entre a variação nos índices de diversidade
de A. leiocarpa e as características de paisagem foram conduzidas utilizando três das oito métricas
estimadas para os fragmentos (área, razão perímetro/área e distância ao vizinho mais próximo). As
métricas de paisagem explicaram 20% da variação dos índices de diversidade genética estimados para
as populações de reprodutivos (R²aj. = 0,20), embora o modelo de RDA não mostrou-se significativo de
acordo com o teste F global (p = 0,40). Para os indivíduos regenerantes, 56% da variação dos índices
de diversidade genética foi explicada pelas métricas de paisagem (R²aj. = 0,56), no entanto, o modelo de
RDA não foi significativo de acordo com o teste F global (p = 0,16).

Os resultados demonstraram que apesar da forte exploração madeireira conduzida no passado,


os indivíduos reprodutivos existentes são capazes de manter a diversidade genética e de passar essa
diversidade para as próximas gerações (regenerantes), reforçando que as trocas alélicas entre os
indivíduos reprodutivos são eficientes.

Síntese e recomendações

Devido ao acentuado nível de fragmentação e da redução da cobertura florestal da Floresta


Estacional Decidual catarinense, todo e qualquer fragmento é de grande importância para a conservação
da diversidade genética de A. leiocarpa. Ainda que existam evidências de que a espécie tem um sistema
reprodutivo eficiente em realizar trocas alélicas, fato que gera uma perspectiva positiva de perpetuação

3
RDA, ver metodologia no Capítulo 2.

165
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

de diversidade nas próximas gerações, efeitos de restrição de tamanho efetivo e deriva genética podem
ameaçar a conservação da diversidade em longo prazo. Isso é especialmente preocupante se não forem
tomadas medidas para conter a exploração sem critérios da espécie e da Floresta Estacional Decidual
como um todo.

A espécie apresenta elevado valor madeireiro e foi intensamente explorada e, por isso, foi
classificada como “Vulnerável” (MMA 2014, CNCFlora 2016). Contudo, por ser classificada como
secundária inicial, a espécie tem, a princípio, crescimento relativamente rápido e pode ser usada para
restauração florestal e eventualmente em plantios comerciais. A utilização de A. leiocarpa em plantios
visando lucro pode ser realizada através de enriquecimento de florestas secundárias, visto que árvores
plantadas em áreas abertas podem assumir formas indesejáveis para o uso madeireiro, uma vez que
a espécie não possui dominância apical definida (Carvalho 2003). Esse método de plantio também
adequa-se à ecologia da espécie, a qual apresenta regeneração vigorosa em florestas degradadas e no
interior de capoeirões (Reitz et al. 1979). Sugere-se a utilização da espécie na restauração florestal,
especialmente na Floresta Estacional Decidual, já que ela, teoricamente, é uma das espécies mais
comuns dessa região fitoecológica em Santa Catarina (Reitz et al. 1979).

Essas ações, de fato, auxiliariam a conservação da espécie, aumentando o tamanho de suas


populações e a conectividade entre fragmentos florestais. Nesse sentido, os resultados sobre diversidade
genética apresentados podem servir como base para a determinação de áreas de coleta de sementes com
qualidade genética.

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze


Introdução
Araucaria angustifolia (Araucariaceae), o pinheiro-do-paraná ou araucária, possui distribuição
no Sul e em parte do Sudeste do Brasil (Flora do Brasil 2020 2017), e sem dúvidas é a destacada
representante da Floresta Ombrófila Mista, crescendo em altitudes que variam de 500 até 1.500 m
(Reitz & Klein 1966). Estudos populacionais da espécie foram conduzidos recentemente no Brasil (e.g.,
Paludo et al. 2009, 2011, Valente et al. 2010). Eles trouxeram evidências de que a regeneração natural
da A. angustifolia pode ser escassa em algumas áreas ou mais abundante em outras; entretanto, em
termos gerais, a espécie tem dificuldade de regenerar-se em florestas em estágio avançado de sucessão
ecológica (Paludo et al. 2016).

Klein (1963) mencionou que as araucárias em suas áreas de estudo possuíam 30 a 35 m de


altura, raramente ultrapassando 40 m, com diâmetros próximos de 64 cm. Contudo, segundo as próprias
palavras do pesquisador, “atualmente quase todos estes exemplares foram derrubados”. Segundo o
mesmo autor, no município de Caçador (SC) foi encontrado o maior indivíduo: 43,5 m de altura e
183 cm de diâmetro. Os primeiros inventários da espécie em Santa Catarina foram conduzidos pelo
Instituto Nacional do Pinho entre 1949 e 1950; os levantamentos estimaram um total de 38.000.000
araucárias com 20 a 40 cm de diâmetro e 34.000.000 araucárias com mais de 40 cm (Rizzini 1971).

A A. angustifolia é facilmente identificada, pois é a gimnosperma nativa de maior porte, além


de possuir uma disposição particular de seus galhos e folhas. Ademais, suas sementes – os pinhões
– são consumidas pela fauna e também pelos humanos desde tempos pré-colombianos, tornando-a
muito conhecida pela população em geral. O forte laço entre a araucária e o homem foi responsável
pela expansão da área de ocorrência da espécie por povos originários nos últimos 2.000 anos – de

166
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

áreas relictuais até a área de ocorrência conhecida atualmente (Bittencourt & Krauspenhar 2006, Reis
et al. 2014, Lauterjung 2017). Em Santa Catarina, as maiores populações são encontradas no planalto
(Figura 4.3), embora, ‘núcleos de pinhais’, termo empregado pelo Prof. Dr. Roberto Miguel Klein,
ocorriam na Floresta Ombrófila Densa, como os pinhais do município de Rio do Sul, e em partes mais
baixas da Serra Geral, como os pinhais do município de Lauro Müller (Klein 1960, 1978, IBGE 2012).
Eventualmente, a espécie foi plantada em áreas de menor altitude para fins ornamentais, mesmo que
seu desenvolvimento seja mais lento nessas regiões.

Sua polinização é anemófila, enquanto a dispersão primária de sementes é barocórica e a


dispersão secundária é zoocórica. As sementes dispersas pela fauna podem se distanciar até 100 m da
planta mãe, entretanto, na maioria dos casos, as sementes alcançam distâncias menores que 100 m em
relação à matriz (Bittencourt & Sebbenn 2007, Cristofolini 2013). O ciclo reprodutivo da araucária é de
20 a 24 meses – a polinização ocorre entre agosto e setembro, e a oferta de sementes começa após ~20
meses, entre março e junho (Mantovani et al. 2004); em alguns casos, a oferta pode acontecer após 14
meses (Zechini 2012). As sementes são disponibilizadas em épocas de escassez de outros recursos para
a fauna (Paise & Vieira 2005), fato que ilustra a importância ecológica da espécie. A araucária é uma
espécie dióica, ou seja, necessita cruzamentos entre indivíduos para a produção de sementes (Souza et
al. 2005, Mantovani et al. 2006, Bittencourt & Sebbenn 2008, Ferreira et al. 2012, Medina-Macedo et
al. 2015).

Alguns autores classificam a espécie como pioneira (Klein 1960, Reitz et al. 1979), uma vez que
seu desenvolvimento parece depender de luz direta. Não obstante, a espécie persiste na floresta devido
à sua longevidade e crescimento relativamente lento quando comparada a outras pioneiras e até mesmo
às angiospermas de maneira geral. Recentemente, foi classificada como pioneira longeva (Souza 2007,
Souza et al. 2008).

A densidade da madeira de A. angustifolia varia de 0,50 a 0,61 g.cm-3 a 15% de umidade;


a madeira apresenta boa trabalhabilidade, baixa durabilidade natural e não é resistente a xilófagos,
entretanto, apresenta alta permeabilidade a produtos preservantes (Carvalho 2003). A madeira é indicada
para construções em geral, marcenaria, laminados, instrumentos musicais, dentre muitos outros usos
(Reitz et al. 1979, Carvalho 2003). Fornece lenha de baixa qualidade, embora o “nó-de-pinho” seja
procurado e usado em propriedades rurais como lenha de ótima qualidade, apesar de conter altos teores
de lignina, o que pode limitar o uso frequente em fogões e lareiras. O nó-de-pinho também é usado em
obras torneadas e artísticas (Reitz et al. 1979).

Devido ao declínio das populações e à diminuição da diversidade genética da espécie, desde


1992, a A. angustifolia é tida como ameaçada de extinção no Brasil e, desde 2014, em Santa Catarina.
A principal causa da decadência das populações e da diversidade genética foi a intensa exploração
madeireira com fins comerciais (Martinelli & Moraes 2013, CONSEMA 2014, MMA 2014). A
exploração ocorreu principalmente durante o século XX, com aumento expressivo a partir de 1914
devido à demanda de madeira gerada pela Primeira Guerra Mundial (Koch & Corrêa 2002, Fonseca et
al. 2009). Nessa época, Santa Catarina era o maior exportador de madeira do Brasil, sendo as florestas
do planalto catarinense responsáveis por mais da metade das exportações de madeira do país (Fonseca
et al. 2005). Estima-se que no século XX apenas a Lumber4, a maior madeireira da América Latina,
sediada no município de Três Barras (SC), tenha derrubado 15 milhões de araucárias durante seus 40

4
A empresa Southern Brazil Lumber and Colonization Company subsidiou a Brazil Railway Company, construtora da ferrovia do Sul do
Brasil (São Paulo – Rio Grande do Sul), e recebeu uma concessão para explorar a madeira e a erva-mate dos terrenos que margeavam a
linha principal da estrada de ferro.

167
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

anos de operação (Medeiros et al. 2004). Após esses eventos, o corte da espécie foi proibido através
da Resolução nº 78 do CONAMA (2001) e reforçado pela Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428,
Brasil 2006). Mesmo que o corte tenha sido proibido, outras maneiras de suprimir uma araucária são
observadas, como atear fogo na base do tronco – uma forma alternativa de anelar a árvore. A intensa
coleta de pinhões certamente é motivo de preocupação em relação à manutenção das populações e da
diversidade genética.

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) levantadas pelo IFFSC, a A. angustifolia foi encontrada em
96 (23%), somando 38,3 ha mensurados. De acordo com as descrições de campo, a vegetação de 47
das UA medidas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 49 como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados foi de
1.390, sendo que 18 apresentaram dois fustes (Tabela 4.4).
Tabela 4.4. Estimativas de variáveis dendrométricas de Araucaria angustifolia considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.4. Estimates of dendrometric variables of Araucaria angustifolia per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 0,2 (0,05%) 0,01 (0,002%) 24,4 (4,4%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* 0,2 (0,04%) 0,01 (0,002%) 24,7 (4%)
DAP médio (cm)** 53,5 (30,6 - 72,3) 14,2 26,3 (10 - 107,9)
Altura total média (m)** 16,5 (11 - 21) 6 12,4 (2,5 - 34)
Área basal média (m².ha-1)* 0,05 (0,3%) 0,0002 (0,001%) 1,7 (7%)
Posição no ranking de valor de importância**** 108 606 2
Nº de UA de ocorrência*** 3 (3,8%) 1 (0,5%) 92 (64,3%)
N° médio de regenerantes por UA* 2 (0,1%) - 66 (1%)
Nº de UA com regeneração 2 - 23
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

168
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Figura 4.3. Mapa de ocorrência e tamanhos populacionais de Araucaria angustifolia em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.3. Occurrence and population size of Araucaria angustifolia in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de A. angustifolia, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de 14, com valores variando entre um (em 12 UA) e 108 indivíduos (em uma UA) (Figura
4.3). O DAP variou entre 10 e 108 cm, com média de 26 cm. A estimativa da densidade absoluta nas
UA com ocorrência da espécie foi de 36 ind.ha-1 e da dominância absoluta foi de 2,6 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.4).
Juntas, as classes que correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 62,5% dos indivíduos medidos.
Já as classes de diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram 60% dos indivíduos.

Figura 4.4. Distribuição dos indivíduos de Araucaria angustifolia em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.4. Distribution of Araucaria angustifolia trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram São Joaquim (339 ind. em oito UA)
e Campo Alegre (108 ind. em uma UA). Grande parte das UA nesses municípios estava situada entre
1.000 e 1.500 m de altitude. A vegetação de cinco dessas UA foi classificada como em estágio avançado
169
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

de sucessão e encontrava-se em bom estado de conservação, com até quatro atividades antrópicas
observadas (Tabela 4.5).
Tabela 4.5. Atividades antrópicas no interior das 96 UA com ocorrência de Araucaria angustifolia.
Table 4.5. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Araucaria angustifolia.
Atividade antrópica Número de UA* %**
Caça 7 7,3
Corte raso 28 29,2
Corte seletivo 78 81,3
Cultivo de erva-mate 12 12,5
Espécies exóticas 10 10,4
Estradas 36 37,5
Fogueira 3 3,1
Pastejo 69 71,9
Roçada 33 34,4
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

Os índices de diversidade genética da espécie refletiram o que restou da exploração madeireira:


grande parte da diversidade pode ter sido perdida. As populações amostradas de indivíduos adultos de
A. angustifolia (32 no total) apresentaram diversidade genética moderada, contudo, mostraram elevados
índices de fixação ( ) (Tabela 4.6). Isso pode ser resultado da superexploração madeireira histórica,
a qual elevou as chances de ocorrerem cruzamentos entre aparentados; outra possibilidade é que as
populações tenham sofrido o “efeito fundador”, isso é, que as populações foram formadas a partir de
sementes provenientes de poucas mães. A divergência genética entre as populações amostradas foi de
~4% ( = 0,037), não associada com distâncias geográficas, indicando que diferentes populações da
espécie contêm praticamente o mesmo material genético.

Tabela 4.6. Índices de diversidade genética para as populações de Araucaria angustifolia.


Table 4.6. Genetic diversity indices of Araucaria angustifolia populations.

UA n alelos
92 rep. 52 49 17 33,3 1,42 2,25 0,072 0,067 0,061
92 reg. 46 43 18 33,3 1,50 2,50 0,065 0,061 0,057
140 rep. 52 42 20 41,7 1,67 2,60 0,079 0,061 0,230*
140 reg. 52 48 21 33,3 1,75 2,75 0,093 0,086 0,070
167 rep. 52 43 16 33,3 1,33 2,00 0,074 0,059 0,209*
167 reg. 44 45 20 41,7 1,67 2,60 0,087 0,089 -0,018
186 rep. 51 51 20 16,7 1,67 4,00 0,059 0,059 0,004
192 rep. 51 42 19 25,0 1,58 2,67 0,077 0,06 0,221*

170
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

UA n alelos
211 rep. 51 48 20 41,7 1,67 2,60 0,082 0,078 0,059
321 rep. 55 41 22 58,3 1,83 2,29 0,134 0,088 0,346*
321 reg. 50 37 17 25,0 1,42 2,67 0,078 0,050 0,358*
369 rep. 56 49 21 41,7 1,75 2,60 0,093 0,081 0,131*
453 rep. 53 62 20 41,7 1,67 2,40 0,104 0,119 -0,149*
453 reg. 51 43 22 33,3 1,83 3,25 0,072 0,059 0,188*
537 rep. 52 57 19 41,7 1,58 2,40 0,077 0,083 -0,090
537 reg. 50 49 19 33,3 1,58 2,75 0,075 0,073 0,025
562 rep. 52 41 21 50,0 1,75 2,33 0,102 0,076 0,260*
562 reg. 43 44 21 50,0 1,75 2,50 0,075 0,078 -0,028
597 rep. 55 57 20 33,3 1,67 2,75 0,078 0,081 -0,043
597 reg. 40 40 19 25,0 1,58 3,33 0,075 0,075 0,002
714 rep. 56 60 21 25,0 1,75 3,33 0,054 0,057 -0,068
714 reg. 50 50 17 33,3 1,42 2,25 0,060 0,060 0,008
718 rep. 50 43 20 50,0 1,67 2,17 0,087 0,072 0,178*
718 reg. 51 47 21 33,3 1,75 2,75 0,070 0,065 0,082
720 rep. 53 49 19 41,7 1,58 2,20 0,075 0,07 0,069
727 rep. 52 47 22 50,0 1,83 2,67 0,091 0,082 0,100
729 rep. 54 51 19 41,7 1,58 2,40 0,071 0,066 0,067
729 reg. 52 53 23 58,3 1,92 2,57 0,109 0,111 -0,011
789 rep. 56 56 21 58,3 1,75 2,29 0,094 0,094 0,001
789 reg. 32 37 20 41,7 1,67 2,60 0,081 0,091 -0,130
832 rep. 52 50 20 50,0 1,67 2,33 0,108 0,103 0,048
901 rep. 55 62 20 25,0 1,67 3,00 0,057 0,064 -0,116
901 reg. 52 53 24 41,7 2,00 3,40 0,076 0,077 -0,013
919 rep. 60 41 21 50,0 1,75 2,33 0,084 0,046 0,457*
919 reg. 44 42 20 50,0 1,67 2,33 0,075 0,072 0,049
926 rep. 51 41 22 41,7 1,83 2,60 0,086 0,065 0,243*
926 reg. 55 58 21 41,7 1,75 2,40 0,081 0,085 -0,048
984 rep. 51 47 20 33,3 1,67 2,75 0,078 0,072 0,077
984 reg. 47 45 20 41,7 1,67 2,60 0,070 0,067 0,040
1001 rep. 55 53 19 41,7 1,58 2,20 0,075 0,073 0,032
1013 rep. 50 54 23 58,3 1,92 2,57 0,079 0,085 -0,079
1013 reg. 50 50 26 75,0 2,18 2,56 0,091 0,091 -0,002
1038 rep. 51 47 19 33,3 1,58 2,50 0,066 0,06 0,089
1038 reg. 50 40 22 41,7 1,83 3,00 0,081 0,062 0,243*
1055 rep. 51 48 20 33,3 1,67 2,75 0,057 0,053 0,057
1061 rep. 57 48 23 50,0 1,92 2,67 0,088 0,072 0,185*

171
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

UA n alelos
1980 rep. 52 45 19 33,3 1,58 2,50 0,063 0,053 0,163*
1980 reg. 45 44 21 50,0 1,75 2,50 0,066 0,065 0,024
5000 rep. 54 48 19 50,0 1,58 2,17 0,093 0,082 0,123
5000 reg. 51 46 23 41,7 1,92 2,80 0,092 0,082 0,114
6001 rep. 55 48 23 33,3 1,92 3,00 0,084 0,074 0,126
6003 rep. 54 49 20 25,0 1,67 2,67 0,081 0,073 0,092
6003 reg. 42 35 19 33,3 1,58 2,75 0,073 0,059 0,191*
Média rep. 53 49 20 40,1 1,68 2,56 0,081 0,073 0,106
Média rep.ϯ 53 49 20 40,9 1,69 2,54 0,082 0,073 0,113
Média reg. 47 45 21 39,3 1,72 2,73 0,078 0,074 0,045
Total rep. 1698 - 33 58,3 2,75 3,14 0,084 0,073 0,140
Total reg. 995 - 32 41,7 2,67 3,60 0,079 0,074 0,064
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

Houve pouca variação entre reprodutivos e regenerantes (Tabela 4.6). Em média, foi possível
observar uma manutenção de todos os índices genéticos entre as gerações, exceto do índice de fixação,
o qual apresentou expressiva redução ( = 0,113 para reprodutivos, = 0,045 para regenerantes).
Esses resultados são evidências de que o sistema reprodutivo da espécie é eficaz na manutenção da
diversidade genética.
A comparação entre as UA dentro e fora de Unidades de Conservação (UC) não apresentou
diferenças significativas para nenhum índice (Tabela 4.7). Não obstante, cada grupo possui alelos
exclusivos, mesmo havendo um menor número de populações em UC.
Tabela 4.7. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Araucaria angustifolia agrupadas pela
ocorrência em áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.7. Genetic diversity indices of reproductive populations of Araucaria angustifolia inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.
Local AT AM AE
UC (8) 29 20 3 0,077 0,069 0,078[0,017/0,161] 0,098[0,029/0,363] 0,015[0,004/0,018]
FUC (24) 30 20 4 0,083 0,074 0,086[0,025/0,181] 0,110[0,009/0,302] 0,044[0,016/0,157]
AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional. () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

Não foram encontradas associações significativas entre as métricas de paisagem e os descritores


genéticos na RDA (ver metodologia no Capítulo 2).

172
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Síntese e recomendações

Apesar das discussões, evidências apontam que A. angustifolia tem dificuldade em regenerar-
se em florestas em estágios avançados de sucessão (Paludo et al. 2016); de fato, existe uma diferença
substancial entre o número de UA com presença de adultos (96 UA) e regenerantes (25 UA) (Tabela
4.4). Em muitas áreas visitadas pelas equipes do IFFSC, foram encontrados indivíduos jovens de
araucária anelados ou foi constada roçada do sub-bosque da floresta. Essa prática é comum enquanto
os indivíduos são jovens, já que o corte da espécie é proibido e mais propenso a ser fiscalizado quando
feito em árvores adultas. Métodos alternativos de supressão da espécie, por assim dizer, reduzem o
número de indivíduos jovens, podendo, em longo prazo, afetar a manutenção das populações, bem
como a diversidade genética pelos efeitos da deriva produzida pela redução do tamanho das populações.
Tais fatos revelam que regulamentações e legislações rigorosas sem um sistema efetivo de divulgação
de informação, estímulo ao plantio e pagamentos por serviços ambientais, podem não ser eficientes.
Populações localizadas fora de UC mantêm índices de diversidade genética semelhantes aos
encontrados nas populações em UC; portanto, áreas fora de UC são importantes para a conservação da
diversidade genética da espécie. Além disso, diversas áreas podem ser recomendadas para a coleta de
sementes para plantios comerciais e programas de melhoramento genético.
O plantio, e/ou o estímulo à regeneração natural da A. angustifolia em propriedades rurais, são
suportados por diversos aspectos econômicos, pois há um aumento na utilização dos pinhões para a
alimentação humana. Nesse sentido, a aplicação de técnicas de propagação vegetativa, desenvolvidas
por meio de pesquisas científicas, permite antecipar o início da fase reprodutiva dos indivíduos, fator
considerado limitante para o plantio de araucária visando a produção de pinhões.
Entre as demais alternativas de plantio e expansão da araucária em Santa Catarina, destaca-se a
sua inclusão em sistemas silvipastoris através da arborização de pastagens. Esse sistema de uso do solo
proporciona inúmeros e reconhecidos benefícios aos animais e, nesse contexto, a araucária pode ser
inserida e manejada também para a produção de pinhões, gerando benefícios econômicos adicionais.
Em síntese, é recomendada a elaboração de estratégias de promoção do aumento populacional
da espécie, tanto através da regeneração espontânea, como de plantios com fins comerciais e sistemas
agroflorestais. Sem dúvidas, incentivos econômicos e fiscais aos proprietários rurais, proteção da
regeneração natural das florestas dos efeitos do pastoreio do gado, plantios da espécie para a produção
de pinhões, sementes e madeira, seriam meios efetivos para a conservação da espécie.

Butia catarinensis Noblick & Lorenzi

Introdução

Butia catarinensis (Arecaceae), o butiá ou butiá-da-praia, é endêmico da região litorânea dos


estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocorrendo em restingas situadas entre 3 a 30 m de altitude
(Lorenzi et al. 2010). A espécie pode ser facilmente reconhecida por ser uma palmeira de pequeno
porte, alcançando até 5 m de altura, e por formar pequenos agrupamentos em restingas ocorrendo sobre
solo muito arenoso (dunas estáveis) (Reitz 1974, Lorenzi et al. 2010). Suas folhas podem chegar a 2 m
de comprimento e seus frutos podem medir até 2 cm de diâmetro e 2,6 cm de comprimento (Lorenzi et
al. 2010). B. catarinensis é uma espécie heliófita (Reitz 1974), assim como outras espécies do gênero
Butia (Soares et al. 2014).
173
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

A espécie possui inflorescências protândricas; em populações nativas, os indivíduos de maior


porte têm maior probabilidade de tornarem-se reprodutivos e mais fecundos (Rosa et al. 1998). Outro
aspecto das populações nativas da espécie é a flutuação tanto do número de indivíduos reprodutivos,
quanto da produtividade de infrutescências por indivíduo; isso pode indicar um mecanismo de alternância
reprodutiva e de alocação de recursos de uma temporada reprodutiva para outra (Rosa et al. 1998).

B. catarinensis tem grande importância ecológica para a fauna que habita as restingas do Sul do
Brasil. As abelhas nativas, por exemplo, usam recursos oferecidos pelas flores e efetuam a polinização
(Rosa 2000). Em um estudo sobre a biologia reprodutiva de B. catarinensis, Rosa et al. (1998)
mostraram que a espécie apresenta um longo período de frutificação, o que representa um importante
recurso alimentício para a fauna frugívora da restinga. A fauna também utiliza os indivíduos da espécie
como abrigo e para nidificar (Rosa 2000). Diversas espécies de plantas, como orquídeas e samambaias,
crescem sobre o estipe de indivíduos de B. catarinensis; isso mostra a importância ecológica da espécie
também para a comunidade de plantas da restinga (Rosa 2000).

Além da sua importância ecológica, B. catarinensis está intimamente relacionada aos seres
humanos que habitam o litoral catarinense. Ao longo de décadas, suas folhas foram exploradas e
comercializadas para fabricação de crina vegetal, matéria-prima empregada na confecção de colchões e
estofados (Reitz 1974). Suas folhas também foram por muito tempo utilizadas para construir coberturas
de casas e ranchos, chapéus e obras trançadas diversas (Reitz 1974). Atualmente, o principal produto
extraído dos butiazeiros são os frutos, consumidos in natura ou usados na preparação de sucos,
doces, sorvetes ou para dar sabor em aguardentes (Rosa 2000). Segundo Sampaio (2011), esses usos
proporcionam um complemento de renda para moradores do litoral catarinense.

Sampaio (2011), ao estudar aspectos da estrutura populacional de B. catarinensis na região do


município de Imbituba (SC), encontrou grande variação em relação ao número de indivíduos por classe
ontogenética entre seis áreas distintas. Áreas mais manejadas pelos moradores locais, principalmente
onde eram colhidos os frutos da espécie e onde eram estabelecidas roças, foram as que apresentaram
maior recrutamento de plântulas. Portanto, tais áreas seriam, a princípio, mais propensas a manter
populações de B. catarinensis ao longo do tempo.

Apesar de B. catarinensis não estar na lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA 2014), nem
na Lista Vermelha da IUCN (2015), ela consta na lista de espécies ameaçadas catarinense (CONSEMA
2014). Nessa última, é classificada como “Em Perigo”, o que sugere que há elevado risco de extinção
na natureza. O principal fator de ameaça à espécie é a crescente ocupação humana nas áreas de restinga
do estado, sobretudo em prol do crescimento urbano (Rosa 2000). O avanço da urbanização pode
fragmentar ou até mesmo eliminar populações de B. catarinensis. Nas áreas de restinga da ilha de Santa
Catarina (Florianópolis), por exemplo, a espécie é considerada muito rara, provavelmente devido à
transformação da paisagem para o uso da orla marítima (Reitz 1974).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, B. catarinensis foi encontrada em
apenas uma (0,2%), somando apenas 0,2 ha mensurados (Tabela 4.8). Nessa UA, situada no município
de Içara (SC), a 26 m de altitude, foi medido um único indivíduo (Figura 4.5). O indivíduo possuia
2,3 m de altura e 28,6 cm de diâmetro. A vegetação amostrada na UA foi classificada como secundária
em estágio avançado de sucessão e se encontrava em bom estado de conservação, não apresentando
evidências de atividades antrópicas. A estimativa da densidade absoluta com base na UA com ocorrência
da espécie resultou em 5 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 0,3 m2.ha-1. Cabe destacar que a espécie

174
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

dificilmente atinge os critérios de inclusão (DAP ≥ 10 cm), pois seu porte é baixo, além das restingas
não terem sido objeto de estudo intensivo do IFFSC.
Tabela 4.8. Estimativas de variáveis dendrométricas de Butia catarinensis considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.8. Estimates of dendrometric variables of Butia catarinensis per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
FED FOD FOM Restinga
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143) (n = 3)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - - - 1,7 (0,2%)
N° médio de estipes (estipes.ha-1)* - - - 1,7 (0,1%)
DAP médio (cm)** - - - 28,6
Altura total média (m)** - - - 2,3
Área basal média (m².ha-1)* - - - 0,1 (1%)
Posição no ranking de valor de importância**** - - - 30
Nº de UA de ocorrência*** - - - 1 (33,3%)
N° médio de regenerantes por UA* - - - -
Nº de UA com regeneração - - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/estipes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of palms/stipes/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

Figura 4.5. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Butia catarinensis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.5. Occurrence and population size of Butia catarinensis in Santa Catarina, Brazil.

175
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Genética

A caracterização da diversidade genética de indivíduos adultos de nove populações nativas de


B. catarinensis publicada no primeiro volume dos livros do IFFSC mostrou, a partir de frequências
alélicas de locos isoenzimáticos, alta diversidade genética; todas as populações apresentaram alelos
raros (frequência < 5%); a maioria das populações apresentou índices de fixação ( ) menores que
0,2. A divergência genética ( ) entre as populações amostradas foi intermediária e alelos exclusivos
foram encontrados em três populações; isso indica que devem ser consideradas populações distintas em
estratégias de conservação da espécie (Reis et al. 2012).
Com o intuito de avaliar a eficiência das UC na manutenção da diversidade genética de B.
catarinensis, as nove populações avaliadas pelo IFFSC foram separadas em dois grupos – dentro e fora
de UC. O primeiro grupo foi formado por duas populações que ocorrem na Área de Proteção Ambiental
Baleia Franca (APA – UC de Uso Sustentável), e o segundo grupo foi formado por sete populações que
ocorrem em áreas fora de UC no litoral catarinense (Tabela 4.9).
Dos 36 alelos amostrados em todas as populaçoes avaliadas, 32 estavam no grupo das populações
em UC e somente um alelo não foi observado nas populações fora de UC. Além disso, quatro alelos
exclusivos foram encontrados nas populações fora de UC. Não foram detectadas diferenças significativas
entre os dois grupos para os índices de diversidade genética avaliados ( , , , , ) (Tabela 4.9).
Portanto, considera-se de extrema relevância a manutenção das populações de ambos os grupos para a
conservação da diversidade genética da espécie.
Tabela 4.9. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Butia catarinensis agrupadas pela ocorrência
em áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.9. Genetic diversity indices of reproductive populations of Butia catarinensis inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.

Local AT AM AE
UC (8) 32 28 1 0,220 0,192 0,224[0,135/0,335] 0,127[-0,110/0,412] 0,042[0,007/0,074]
FUC (7) 35 26 4 0,209 0,182 0,225[0,133/0,319] 0,124[-0,055/0,368] 0,089[0,053/0,113]
AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional; () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

Síntese e recomendações

Com base nos levantamentos realizados pelo IFFSC, considerando os critérios de inclusão
de indivíduos e as áreas avaliadas, é possível considerar B. catarinensis como uma espécie pouco
abundante. De toda forma, a ocorrência da espécie em áreas de elevada especulação imobiliária e que
sofreram transformações recentes na paisagem a colocam em situação de risco.
Uma vez que as restingas catarinenses foram pouco amostradas e estudadas pelo IFFSC, e que
existem poucos estudos realizados até o momento sobre a autoecologia de B. catarinensis, é fundamental
que novas pesquisas sobre a espécie sejam conduzidas em toda a sua área de ocorrência, sobretudo no
que diz respeito à estrutura populacional, ao consumo de frutos e dispersão de sementes pela fauna,
à produtividade de frutos e ao consumo de frutos pelas comunidades humanas locais. A partir dessas

176
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

informações podem ser definidas estratégias de conservação mais efetivas e que contemplem o manejo
das populações nativas e a utilização dos frutos da espécie.
É de grande relevância para a conservação em longo prazo da diversidade genética de B.
catarinensis que as populações que ocorrem fora de UC no litoral catarinense sejam preservadas, assim
como as populações em UC, como as que ocorrem na APA Baleia Franca.
O desenvolvimento de programas de recuperação de áreas de restinga onde B. catarinensis
ocorre, bem como de cultivo da espécie em áreas particulares, pode atuar de forma complementar na
conservação da sua variabilidade genética e fenotípica.
O grau de ameaça de extinção de B. catarinensis, a sua ocorrência em um ambiente ecologicamente
sensível, além da sua importância ecológica para comunidades de plantas e animais, incluindo o potencial
de uso pelas populações humanas locais, fazem com que a elaboração de estratégias de conservação e
uso da espécie sejam fundamentais e imprescindíveis.

Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc.

Introdução
Butia eriospatha (Arecaceae), o butiá-da-serra, é endêmica do Sul do Brasil (Flora do Brasil 2020
2017). Dentre as palmeiras que ocorrem em Santa Catarina, B. eriospatha é facilmente reconhecível
pelo seu porte, atingindo 3 a 6 m de altura. No planalto catarinense, é a única espécie do gênero Butia
(Reitz 1974), ocorrendo sob influência da Floresta Ombrófila Mista. Outra característica que auxilia
na identificação da espécie é a espessa lanugem castanha presente nas suas espatas. B. eriospatha foi
classificada por Reitz (1974) como espécie heliófita, com preferência por solos úmidos.
Reitz (1974) cita a espécie como exclusiva dos campos do planalto catarinense, onde indivíduos
podem ocorrer de maneira agrupada e adensada. O mesmo autor afirma que a espécie seria abundante no
município de Lebon Régis (SC), ocorrendo em campos limpos e sujos. Entretanto, evidências mostram
que populações da espécie ocorrem também no interior da Floresta Ombrófila Mista, e que muitas
populações encontradas atualmente em campos estavam outrora sob o dossel de florestas (Candido-
Ribeiro 2017). Dentre os fatores históricos que possivelmente motivaram a manutenção dos butiazais
estão a importância econômica da crina vegetal, produzida a partir das folhas dos butiazeiros (Bondar
1964), e a criação de gado e porcos nas propriedades, os quais alimentavam-se tanto dos frutos quanto
das folhas dos butiazeiros (Oliveira & Fraga 2016).
A espécie possui reprodução sazonal e sistema reprodutivo predominantemente alógamo com
possibilidade de autofecundação, mesmo apresentando inflorescências protândricas (Nazareno & Reis
2012). A dispersão do pólen pelos insetos e dos frutos por aves e mamíferos são determinantes no fluxo
gênico da espécie (Hoffmann et al. 2014). Acredita-se que B. eriospatha, assim como B. catarinensis e
B. paraguayensis, têm as abelhas nativas como o principal agente polinizador (Rosa 2000, Silberbauer-
Gottsberger et al. 2013). Entretanto, estudos específicos sobre a biologia da polinização da espécie
ainda se fazem necessários. A espécie apresenta frutos maduros ao longo de aproximadamente seis
meses, o que a torna uma importante fonte de alimento para vertebrados frugívoros que ocorrem no
planalto catarinense (Nazareno & Reis 2012).
Estudos de populações no estado de Santa Catarina mostram que a espécie quase sempre
apresenta estrutura etária bimodal: apenas indivíduos adultos e regenerantes são encontrados. Não
obstante, os regenerantes sofrem severamente pela herbivoria do gado, o que impede o recrutamento
177
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

de indivíduos jovens nas populações (Nazareno & Reis 2013a). Em casos extremos, a predação de
regenerantes é tão acentuada que dificilmente são encontradas plântulas (Candido-Ribeiro 2017).
A espécie consta na lista de ameaçadas do Brasil desde 1992 (IBAMA 1992); na lista atual,
é classificada como “Vulnerável” (MMA 2014). Na Lista Vermelha da IUCN (2015), é categorizada
como “Vulnerável”, e como “Criticamente Em Perigo” na lista de espécies ameaçadas do estado de
Santa Catarina (CONSEMA 2014). Os riscos de extinção local da espécie estão associados a uma gama
de fatores, dentre os quais destacam-se: (i) impedimento da regeneração natural das populações devido,
principalmente, à pratica da pecuária extensiva, visto que o gado consome os indivíduos regenerantes da
espécie (Nazareno & Reis 2013a); (ii) comércio ilegal de indivíduos adultos removidos de populações
nativas para ornamentação de residências e estabelecimentos comerciais em grandes centros distantes
das populações nativas, prática que aumenta os efeitos de deriva genética (Nazareno & Reis 2013b);
(iii) silvicultura de espécies exóticas (e.g., Pinus spp.) implantada em áreas preferenciais de ocorrência
de B. eriospatha; (iv) fragmentação da paisagem de ocorrência da espécie (Candido-Ribeiro 2017).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, B. eriospatha foi encontrada em
três (1%), somando 1,2 ha mensurados. Isso retrata a distribuição descontínua da espécie no estado,
com indivíduos agregados em populações ou grupos de populações isolados (Figura 4.6). O número
total de indivíduos amostrados foi de 16 (Tabela 4.10). De acordo com as observações de campo, a
vegetação de uma das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de
sucessão e de duas como floresta secundária em estágio avançado de sucessão. Foram observadas nas
UA até cinco atividades antrópicas, de forma que na UA com o maior número de indivíduos de B.
eriospatha foi observada a roçada de sub-bosque (Tabela 4.11). Nenhum regenerante de B. eriospatha
foi amostrado nas UA em que a espécie ocorreu; isso pode ser resultado do pastejo, da roçada e das
evidências de fogo observadas nas UA (Tabela 4.11).
Tabela 4.10. Estimativas de variáveis dendrométricas de Butia eriospatha considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.10. Estimates of dendrometric variables of Butia eriospatha per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
Informações quantitativas FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha )* -1
- - 0,3 (0,05%)
N° médio de estipes (estipes.ha-1)* - - 0,3 (0,05%)
DAP médio (cm)** - - 34,5 (18,5 - 44,6)
Altura total média (m)** - - 7,8 (5 - 12)
Área basal média (m².ha-1)*     0,03 (0,1%)
Posição no ranking de valor de importância**** - - 175
Nº de UA de ocorrência*** - - 3 (2,1%)
N° médio de regenerantes por UA* - - -
Nº de UA com regeneração - - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of palms/stipes/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

178
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Figura 4.6. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Butia eriospatha em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.6. Occurrence and population size of Butia eriospatha in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de B. eriospatha, considerando apenas as UA com ocorrência


da espécie, foi de cinco, com valores variando entre um (uma UA) e dez indivíduos (uma UA) (Figura
4.6). O DAP variou entre 18 e 45 cm, com média de 34 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 13 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 1,3 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de altura (Figura 4.7). Juntas, as
duas primeiras classes de altura, ou seja, até 9 m, somaram 69% dos indivíduos medidos. Em relação
à distribuição de indivíduos em classes de diâmetro, os indivíduos concentraram-se entre 30 e 40 cm,
perfazendo 63% dos indivíduos medidos (Figura 4.7).  

Figura 4.7. Distribuição dos indivíduos de Butia eriospatha em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.7. Distribution of Butia eriospatha palms in diameter (a) and height (b) classes.

A UA com maior número de indivíduos registrados situa-se no município de Curitibanos (dez


ind.). As UA nas quais a espécie foi encontrada estavam entre 700 e 1.000 m de altitude.
179
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Tabela 4.11. Atividades antrópicas no interior das três UA com ocorrência de Butia eriospatha.
Table 4.11. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Butia eriospatha.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 2 66,7
Corte seletivo 3 100,0
Fogueira 2 66,7
Pastejo 2 66,7
Roçada 1 33,3
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica.** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

A caracterização da diversidade genética de indivíduos adultos de 14 populações nativas de


B. eriospatha documentada no primeiro volume dos livros do IFFSC mostrou, a partir de frequências
alélicas de locos isoenzimáticos, que a espécie tem diversidade genética intermediária, índices de
fixação significativos para a metade das populações e uma alta taxa de divergência genética entre
populações (Reis et al. 2012). Resultados semelhantes foram encontrados em outras oito populações
nativas da espécie, mas cabe ressaltar que foram analisadas com marcadores microssatélites (Nazareno
& Reis 2013b).

Nazareno & Reis (2013a), ao estudarem a diversidade genética de quatro populações nativas
de B. eriospatha em Santa Catarina, considerando também a classe de indivíduos regenerantes, não
encontraram diferenças nos índices de diversidade genética estimados para adultos e regenerantes.
Entretanto, os regenerantes de três populações apresentaram alelos não encontrados nos adultos e a
diferenciação genética entre populações foi reduzida na classe regenerante. Esses resultados sugerem
que as populações de B. eriospatha são capazes de manter certo grau de fluxo gênico entre populações
próximas. Contudo, índices de fixação ( ) mais elevados foram observados nos regenerantes, indicando
possibilidade de perda de diversidade genética ao longo das gerações. Esse resultado evidencia uma
acentuada fragilidade em relação à manutenção das populações de butiá do planalto em médio e longo
prazo.

Como não existem Unidades de Conservação (UC) que contêm populações expressivas de
B. eriospatha no estado, não foi possível realizar a análise comparativa entre a diversidade genética
existente dentro e fora de UC.

Síntese e recomendações

Os estudos realizados até o momento geraram resultados extremamente preocupantes quanto ao


estado de conservação de B. eriospatha em Santa Catarina. Muitas populações da espécie apresentaram
tamanhos reduzidos e índices de fixação significativos, tanto nos indivíduos adultos quanto nas progênies
– o que indica uma perda potencial da diversidade genética ao longo das gerações –, além de apresentarem
elevada divergência genética entre si, demonstrando certo grau de isolamento intrapopulacional.

180
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Soma-se a isso o fato de que, principalmente devido à pressão exercida pelo gado e outras atividades
antrópicas, a maioria das populações não apresentou indivíduos sendo recrutados; isso significa que
praticamente toda a diversidade genética da espécie está mantida nos indivíduos adultos senescentes
em populações funcionalmente isoladas. Caso providências no sentido de conservar a espécie não
sejam tomadas rapidamente, existem grandes chances de que populações nativas desapareçam em um
curto intervalo de tempo, podendo levá-la à extinção local.

A crescente tendência de valorização dos frutos de B. eriospatha, bem como de outras espécies
do gênero Butia, para a fabricação de inúmeros produtos alimentícios, como doces, sucos, geleias,
sorvetes e licores (Bourscheid 2011), pode ser usada como uma excelente motivação para a criação de
estratégias de conservação através do uso, sobretudo por meio da conversão de áreas com pecuária de
baixo retorno em áreas de produção de frutos de B. eriospatha. A espécie, mesmo com suas populações
reduzidas, apresenta ampla variabilidade morfológica de frutos dentro e entre populações, logo, há
potencial para a seleção de fenótipos e para a criação de programas de melhoramento (Candido-Ribeiro
2017). Entretanto, estudos sobre a capacidade produtiva de B. eriospatha, assim como sobre o manejo
ideal a ser praticado para que a regeneração natural da espécie e o consumo de frutos por animais
silvestres não seja prejudicado, devem ser realizados.

De maneira complementar, faz-se necessária a criação de UC na região do planalto catarinense


que contemplem os ambientes em que B. eriospatha ocorre. Atualmente, as populações da espécie
ocorrem em dois ecossistemas distintos (campo e Floresta Ombrófila Mista) e podem apresentar
diferenças marcantes em seus padrões de abundância, frequência, morfologia e genética. Isso pode
ter implicações importantes nas interações ecológicas e na possibilidade de uso da espécie (Candido-
Ribeiro 2017). Portanto, considerar tais diferenças nas ações de uso e conservação é fundamental para
que se alcance sucesso na conservação de B. eriospatha em longo prazo.

Calophyllum brasiliense Cambess.

Introdução
Calophyllum brasiliense (Clusiaceae), o guanandi ou olandi, possui ampla distribuição no
Brasil, ocorrendo na Amazônia, Caatinga, Cerrado e Floresta Atlântica (Pennington et al. 2006, Flora
do Brasil 2020 2017). No Sul do Brasil, a espécie tem preferência por solos com drenagem deficiente
(Reitz et al. 1979, Roderjan et al. 2002); ela pode tornar-se dominante nesses ambientes, por vezes
formando “guanandizais” (Marques et al. 2000, 2015, Rodrigues et al. 2008). Em Santa Catarina, ela é
exclusiva da região litorânea (Veloso & Klein 1961).

A espécie pode chegar a 20 m de altura e geralmente apresenta fuste reto quando cresce dentro
da floresta (Bittrich 2003, Coradin et al. 2011). Ela pode ser facilmente reconhecida pelas nervuras das
folhas, que são numerosas e paralelas; as folhas emitem látex quando são partidas. Aliás, de acordo
com Carvalho (2003), o látex possui propriedades medicinais. A espécie apresenta flores hermafroditas
e masculinas em indivíduos separados ou em diferentes proporções num mesmo indivíduo (Fischer &
Santos 2001, Botreli 2006), polinizadas por abelhas da família Halictidae; os frutos são dispersos por
morcegos da família Phyllostomidae, pela água e pela gravidade (Fischer & Santos 2001).

A densidade da madeira de C. brasiliense varia de 0,45 a 0,51 g.cm-3 entre 12 a 15% de umidade;
a madeira é resistente a moderadamente resistente a fungos xilófagos, e pode substituir o cedro e o

181
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

mogno em aspectos estéticos (Carvalho 2003). A madeira é indicada para construção civil, marcenaria,
construção naval, dormentes, palanques, chapas e lâminas faqueadas, barris de vinho, dentre outros
usos; produz carvão de qualidade mediana (Reitz et al. 1979, Carvalho 2003). Apesar dos potenciais de
uso, a madeira é pouco usada no Brasil em comparação a outros países da América (Carvalho 2003).
Klein (1966) e Reitz et al. (1979) listaram C. brasiliense como uma das espécies nativas com potencial
silvicultural em Santa Catarina, principalmente nas planícies litorâneas. De fato, plantios comerciais
da espécie têm sido efetuados no Brasil e podem ser economicamente mais viáveis que plantios de
Eucalyptus em relação à produção de madeira serrada (Navarro 2007).

A espécie não consta na lista de ameaçadas do Brasil (MMA 2014), mas em Santa Catarina é
classificada como “Criticamente Em Perigo” (CONSEMA 2014), provavelmente por conta da pressão
exercida sobre a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e formações pioneiras do litoral.

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, C. brasiliense foi encontrada em
nove (2%), somando 3,4 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de seis
das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de três como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de C.
brasiliense foi de 178; nenhum indivíduo apresentou múltiplos fustes (Tabela 4.12).
Tabela 4.12. Estimativas de variáveis dendrométricas de Calophyllum brasiliense considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.12. Estimates of dendrometric variables of Calophyllum brasiliense per phytoecological region, considering all
sample plots measured in the respective region.
FED FOD FOM Restinga
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143) (n = 3)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - 2,3 (0,4%) - 5 (0,5%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* - 2,3 (0,3%) - 5 (0,3%)
DAP médio (cm)** - 25,4 (10,2 - 59,5)   8,7 (6,4 - 13,4)
Altura total média (m)** - 14,8 (8 - 25) - 8 (6 - 10)
Área basal média (m².ha-1)* - 0,1 (0,6%) - 0,03 (0,3%)
Posição no ranking de valor de importância**** - 71 - 34
Nº de UA de ocorrência*** - 8 (4,1%) - 1 (33,3%)
N° médio de regenerantes por UA* - 38 (0,1%) - -
Nº de UA com regeneração - 7 - -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

182
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Figura 4.8. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Calophyllum brasiliense em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.8. Occurrence and population size of Calophyllum brasiliense in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de C. brasiliense, considerando apenas as UA com ocorrência


da espécie, foi de 20, com valores variando entre um (quatro UA) e 133 indivíduos (uma UA) (Figura
4.8). O DAP variou entre 10 e 60 cm, com média de 25 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 52 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 3,1 m².ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura. Juntas, as classes
que correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 91% dos indivíduos medidos. Com relação à
distribuição diamétrica, observou-se que quase 70% dos indivíduos se concentraram nas classes que
correspondem aos diâmetros entre 10 e 30 cm (Figura 4.9).   

Figura 4.9. Distribuição dos indivíduos de Calophyllum brasiliense em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.9. Distribution of Calophyllum brasiliense trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Bombinhas (133 ind. em uma UA) e
Balneário Barra do Sul (22 ind. em duas UA). As UA nesses municípios estavam situadas a até 10 m
de altitude, ambiente preferencial da espécie. Dentre essas UA, a vegetação de uma encontrava-se em
183
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

estágio avançado de sucessão e de duas em estágio médio de sucessão; nelas, foram observadas até uma
das atividades antrópicas listadas na Tabela 4.13.
Tabela 4.13. Atividades antrópicas no interior das nove UA com ocorrência de Calophyllum brasiliense.
Table 4.13. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Calophyllum brasiliense.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 1 11,1
Corte raso 1 11,1
Corte seletivo 4 44,4
Estradas 3 33,3
Extração de palmito 1 11,1
Pastejo 1 11,1
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

As populações de C. brasiliense apresentaram, de maneira geral, baixos índices de diversidade


genética, altos índices de fixação ( ), além de estruturação genética moderada (Reis et al. 2012).
Com relação à análise5 de associação entre métricas de paisagem e índices de diversidade
genética (Tabela 4.14), percebe-se que Área apresentou correlação positiva com o primeiro eixo
da PCA, enquanto que a distância ao fragmento vizinho mais próximo (NNDist), alelos, e
apresentaram correlação negativa com o primeiro eixo. Assim sendo, os fragmentos avaliados que
possuíam maior área e estavam mais distantes de outros fragmentos apresentaram menos alelos e
menores heterozigosidades ( e ).
Tabela 4.14. Proporção explicada (%) e correlação das variáveis com o primeiro eixo da Análise de Componentes Principais
para métricas de paisagem e índices de diversidade genética de Calophyllum brasiliense.
Table 4.14. Percentage of explained variance (%) and correlation between the variables and the first axis of the Principal
Component Analysis, considering landscape metrics and genetic diversity indices of Calophyllum brasiliense.

Variável Componente principal 1 = 41%


Área 0,64
NNDist -0,86
alelos -0,64
-0,85
-0,75
Área = área do fragmento; NNDist = distância ao vizinho mais próximo; alelos = número total de alelos por população;
= heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada.
Área = fragment area; NNDist = distance to the nearest neighbor; alelos = total number of alleles per population; =
expected heterozygosity; = observed heterozygosity.

5
PCA, ver metodologia no Capítulo 2.

184
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Os resultados da análise de paisagem podem ser reflexo de um fluxo gênico deficitário, tanto
dentro como entre as populações, uma vez que os maiores e mais isolados fragmentos foram justamente
os que apresentaram os menores índices de diversidade genética. Mesmo em grandes fragmentos, o
isolamento dificulta que eventos de migração tragam alelos distintos à população, atenuando o déficit
no fluxo gênico entre populações. Os altos índices de fixação estimados para todas as populações
estudadas (Reis et al. 2012) e a ausência de relação com as métricas de paisagem apontaram um déficit
no fluxo gênico intrapopulacional, além de influências de explorações de recursos florestais conduzidas
no passado.
O fato de todas as populações estudadas apresentarem altos índices de fixação, baixos índices
de diversidade e alelos raros (Reis et al. 2012), sugere que as mesmas apresentam risco de perda de
diversidade nas próximas gerações, estejam elas em grandes ou pequenos fragmentos florestais.

Síntese e recomendações

Poucos foram os indivíduos de grande porte de C. brasiliense encontrados pelo IFFSC. A


princípio, isso se deve à alta fragmentação das florestas de terras baixas e zonas de restinga em Santa
Catarina. Plantios da espécie para produção de madeira e a preservação de áreas naturais de ocorrência
podem ser opções viáveis para a conservação da espécie (Coradin et al. 2011, Campos Filho & Sartorelli
2015). A sua inclusão em programas de restauração de áreas degradadas é outra alternativa para aumentar
suas populações, aproveitando sua tolerância a ambientes úmidos e alagadiços (Oliveira & Joly 2010),
assim como sua interação com a fauna. A proteção da fauna – um elemento indispensável para o fluxo
gênico de C. brasiliense – é de extrema importância para a conservação da diversidade genética da
espécie, especialmente no contexto de redução e fragmentação das florestas das planícies litorâneas
catarinenses. Ainda nesse contexto, a adoção de técnicas de restauração através da nucleação tendo C.
brasiliense como espécie chave aumentaria as interações da vegetação com a fauna, contribuiria para o
sucesso de projetos de restauração e garantiria o fluxo gênico da espécie.
Recomenda-se, portanto, que políticas de proteção aos ecossistemas das planícies litorâneas
catarinenses sejam elaboradas, visto que tais ambientes são grandemente ameaçados pela especulação
imobiliária, práticas agrícolas e pecuária (Reis et al. 2012, Lingner et al. 2013).

Cedrela fissilis Vell.

Introdução
Cedrela fissilis (Meliaceae), o cedro ou cedro-rosa, possui ampla distribuição no Brasil,
ocorrendo na Amazônia, Cerrado e Floresta Atlântica (Flora do Brasil 2020 2017), além de outros
países da América do Sul, como Argentina, Colômbia, Paraguai e Peru. Em Santa Catarina, ocorre em
todas as regiões fitoecológicas, mas suas maiores populações estão na Floresta Estacional Decidual e
na Floresta Ombrófila Densa (Klein 1984). Não foi encontrado nenhum estudo populacional específico
de C. fissilis, contudo, vários levantamentos fitossociológicos em Santa Catarina citaram a espécie
ocorrendo em vários ambientes, desde próxima a cursos d’água até encostas (e.g., Klein 1963, Colonetti
et al. 2009).
A espécie é de grande porte e pode chegar a 40 m de altura (Reitz et al. 1979, Pennington &
Muellner 2010); em campo, ela pode ser reconhecida pelo fuste reto e casca fissurada (Klein 1984). Nas
185
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

florestas nativas do Sul do Brasil, ela pode ser encontrada com baixa densidade: cerca de três árvores
por hectare (Carvalho 2003). Isso ocorre porque a espécie necessita de distúrbios naturais na floresta
(e.g., clareiras) para se desenvolver e atingir o dossel; ela é parcialmente esciófila no estágio juvenil e
heliófita no estágio adulto (Carvalho 2003).

Em Santa Catarina, ela floresce de setembro a dezembro (Reitz et al. 1979); o processo
reprodutivo começa quando o indivíduo atinge entre dez e quinze anos de idade em plantios (Carvalho
2003). A polinização é realizada por pequenos insetos, possivelmente mariposas e abelhas (Morellato
1991, Steinbach & Longo 1992). C. fissilis possui sistema de cruzamento misto, tendo preferência pela
alogamia, embora em aproximadamente 8 a 24% dos casos acontece a autofecundação (Gandara 1996,
Póvoa 2002, Kageyama et al. 2003). Em Santa Catarina, seus frutos amadurecem depois da queda das
folhas, principalmente nos meses de julho e agosto; uma árvore isolada pode gerar até 1.500 frutos
e cada fruto pode conter cerca de 30 sementes férteis (Reitz et al. 1979). As sementes são aladas e
dispersas pelo vento (Gandara 1996).

A densidade da madeira de C. fissilis varia de 0,47 a 0,61 g.cm-3 a 15% de umidade; a madeira
apresenta boa trabalhabilidade e durabilidade natural moderada a xilófagos (Carvalho 2003). A madeira
é muito apreciada e procurada no mercado; é indicada para construção civil, marcenaria, folhas
faqueadas, dentre muitos outros usos; fornece lenha de boa qualidade (Reitz et al. 1979, Carvalho 2003).
A madeira é muito empregada na fabricação de instrumentos musicais devido suas ótimas propriedades
mecânicas e acústicas. Em vista do rápido crescimento e qualidade da madeira, Klein (1966) e Reitz et
al. (1979) citaram a espécie como uma das nativas com potencial silvicultural em Santa Catarina.

A espécie foi classificada como “Vulnerável” na lista de ameaçadas do Brasil (MMA 2014),
mas não consta na lista catarinense (CONSEMA 2014). De acordo com Backes & Irgang (2002), o
cedro foi uma das espécies mais exploradas no Sul do país.

Panorama da população em Santa Catarina


Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, C. fissilis foi encontrada em 255
(61%), somando 100,2 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 134
das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 121
como floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados
de C. fissilis foi de 1.012, sendo que 100 apresentaram de dois a quatro fustes (Tabela 4.15).
Tabela 4.15. Estimativas de variáveis dendrométricas de Cedrela fissilis considerando todas as UA instaladas nas respectivas
regiões fitoecológicas.
Table 4.15. Estimates of dendrometric variables of Cedrela fissilis per phytoecological region, considering all sample plots
measured in the respective region.
Informações quantitativas FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 9,9 (2,4%) 5,2 (0,8%) 5,6 (1%)
N° médio de fustes (fustes.ha )* -1
11 (2,2%) 5,8 (0,8%) 6,2 (1%)
DAP médio (cm)** 19,3 (10 - 73,8) 22,5 (10 - 82,1) 23,9 (10 - 110,1)
Altura total média (m)** 11,1 (3 - 30) 13,6 (1,2 - 30) 13,2 (1,5 - 33)
Área basal média (m².ha )* -1
0,4 (2,2%) 0,3 (1,3%) 0,4 (1,5%)
Posição no ranking de valor de importância**** 8 16 19

186
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Informações quantitativas FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)


Nº de UA de ocorrência*** 60 (76,9%) 128 (65%) 67 (46,9%)
N° médio de regenerantes por UA* 23 (0,7%) 70 (0,1%) 14 (0,2%)
Nº de UA com regeneração 15 42 11
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

Figura 4.10. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Cedrela fissilis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.10. Occurrence and population size of Cedrela fissilis in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de C. fissilis, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de quatro, com valores variando entre um (76 UA) e 24 indivíduos (uma UA) (Figura
4.10). O DAP variou entre 10 e 110 cm, com média de 22 cm. A estimativa da densidade absoluta nas
UA com ocorrência da espécie resultou em 10 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 0,5 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.11).
Juntas, as classes de diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram ~80% dos indivíduos. Já as classes que
correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 63% dos indivíduos medidos. 

187
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Figura 4.11. Distribuição dos indivíduos de Cedrela fissilis em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.11. Distribution of Cedrela fissilis trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Concórdia (83 ind. em oito UA) e
Seara (30 ind. em seis UA). As UA nesses municípios estavam, em grande parte, entre 500 e 800 m de
altitude. A vegetação da maioria dessas UA encontrava-se em estágio médio de sucessão, com até três
atividades antrópicas observadas (Tabela 4.16).
Tabela 4.16. Atividades antrópicas no interior das 255 UA com ocorrência de Cedrela fissilis.
Table 4.16. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Cedrela fissilis.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 15 5,9
Corte raso 76 29,8
Corte seletivo 190 74,5
Cultivo de erva-mate 7 2,7
Espécies exóticas 32 12,5
Estradas 103 40,4
Extração de palmito 21 8,2
Fogueira 7 2,7
Pastejo 72 28,2
Roçada 30 11,8
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética
A caracterização da diversidade genética de indivíduos adultos de nove populações nativas de C.
fissilis da Floresta Estacional Decidual6 reportada no primeiro volume dos livros do IFFSC mostrou, a
partir das frequências alélicas de locos isoenzimáticos, alta diversidade genética, índices de fixação ( )
significativos, porém, baixa taxa de divergência genética entre as populações (Reis et al. 2012).

6
Não foram amostradas populações na Floresta Ombrófila Densa.

188
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Os resultados da análise de associação entre os índices de diversidade genética e as características


da paisagem indicaram associações relevantes (Tabela 4.17). As variáveis Área, alelos, e ,
apresentaram correlação positiva com o primeiro eixo da PCA (que explicou 44% da variância dos
dados), enquanto e a razão perímetro/área (Paratio) apresentaram correlação negativa. Isso significa
que fragmentos com maiores áreas e formas menos complexas (indicadas pelo Paratio) tendem a
apresentar mais alelos, maiores heterozigosidades ( e ) e menores . Por se tratarem de populações
de indivíduos reprodutivos, os resultados podem ser reflexo do histórico de uso e exploração da espécie
e de cada fragmento florestal avaliado, fazendo com que fragmentos menores apresentem menores
índices de diversidade.
Tabela 4.17. Proporção explicada (%) e correlação das variáveis com o primeiro eixo da Análise de Componentes Principais
para métricas de paisagem e índices de diversidade genética de Cedrela fissilis.
Table 4.17. Percentage of explained variance (%) and correlation between the variables and the first axis of the Principal
Component Analysis considering landscape metrics and genetic diversity indexes for Cedrela fissilis.

Variável Componente principal 1 = 44%


Área 0,78
Paratio -0,71
alelos 0,66
0,77
0,95
-0,59
Área = área do fragmento; Paratio = razão perímetro/área; alelos = número total de alelos por população; =
heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação.
Área = fragment area; Paratio = perimeter/area ratio; alelos = total number of alleles per population; = expected
heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index.

Síntese e recomendações

A conservação da diversidade genética de C. fissilis depende de uma série de ações, mas a análise
de paisagem forneceu evidências em prol da priorização da conservação de fragmentos com grandes
áreas. Por outro lado, ações no sentido de aumentar a cobertura florestal da Floresta Estacional Decidual
– estabelecendo assim maior conectividade entre fragmentos menores – também são importantes, uma
vez que há tendência da espécie apresentar menores índices de diversidade em fragmentos menores.

Conforme mencionado, a espécie apresenta madeira de qualidade, além de rápido crescimento,


características que estimulam sua utilização em plantios para produção de madeira. A principal
limitação ao seu uso em plantios comerciais é o ataque recorrente de Hypsiphyla grandella, a broca-
do-cedro, que danifica severamente o meristema apical e ocasiona a formação de troncos múltiplos.
No entanto, a realização de plantios na forma de enriquecimento de capoeiras, em baixa densidade,
seguindo os padrões de ocorrência natural, é uma alternativa de escape à broca-do-cedro. C. fissilis
também apresenta tolerância à insolação quando juvenil, e essa característica pode ser aproveitada no
sentido de incluir a espécie em programas de restauração florestal. Os resultados publicados por Reis
et al. (2012) podem fornecer subsídios para a seleção de áreas de coleta de sementes com qualidade
genética.

189
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Dicksonia sellowiana Hook.

Introdução

Dicksonia sellowiana (Dicksoniaceae), o xaxim-bugio ou xaxim-mono, é uma samambaia


arborescente que possui ampla distribuição, ocorrendo do México ao Sul do Brasil (Large & Braggins
2004), crescendo em altitudes que variam de 60 a 2.200 m (Fernandes 1997). Alguns estudos
populacionais da espécie foram efetuados no Brasil (e.g., Mantovani 2004, Gasper et al. 2011), e em
muitos deles ela aparece com elevado valor de importância (e.g., Biondi et al. 2009, Sanquetta et al.
2009, Weber et al. 2015).

A espécie é facilmente reconhecida em campo, pois forma um cáudice ereto, amarronzado,


formado por raízes, bainhas e vasos. Ela ocorre em quase todo o estado catarinense, mas as maiores
populações são encontradas no planalto (Sehnem 1978, Gasper et al. 2011). A espécie cresce
preferencialmente em encostas e baixadas úmidas (Sehnem 1978); condições de sub-bosque, com maior
sombreamento e umidade, são favoráveis para o desenvolvimento da espécie (Mantovani 2004), que é
considerada secundária ou climácica. Seu crescimento médio em altura é de ~5,6 cm.ano-1 (Schmitt et
al. 2009). Seu cáudice é usado como suporte por outras espécies (epífitas), das quais muitas ocorrem
exclusivamente sobre D. sellowiana, conferindo à espécie grande importância ecológica (Sehnem
1978, Senna 1996, Cortez 2001, Fraga et al. 2008). Ademais, o xaxim-bugio tem o poder de incorporar
considerável quantia de matéria orgânica ao solo.

D. sellowiana tem capacidade de formar bancos de esporos, os quais ficam em estado de


dormência e germinam em tempos distintos (Filippini et al. 1999, Ranal 1999, Rooge et al. 2000).
Tal característica leva a uma menor concorrência nas fases iniciais de desenvolvimento, aumentando
as chances de sucesso no desenvolvimento e fixação dos gametófitos e no sucesso reprodutivo de
genótipos parentais (Gomes et al. 2006). Os esporos da espécie são dispersos pelo vento (Landergott et
al. 2001) e podem alcançar longas distâncias, uma vez que são leves, resistentes a baixas temperaturas e
à luz ultravioleta (Tryon & Lugardon 1991). Entretanto, sua especificidade por habitat pode influenciar
o processo de dispersão e restringir seu fluxo gênico (Reis et al. 2012).

Desde 1992, ela é considerada ameaçada de extinção (IBAMA 1992), pois seus cáudices eram
usados para produção de vasos de plantas, e a intensa exploração da espécie no final do século XX é
uma das causas da sua inclusão na lista de espécies ameaçadas do Brasil e de Santa Catarina (Martinelli
& Moraes 2013, CONSEMA 2014, MMA 2014).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, D. sellowiana foi registrada em
128 (30%), somando 50,9 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 57
das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 71 como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de D.
sellowiana foi de 5.496, sendo que 298 apresentavam de dois a seis cáudices (Tabela 4.18).

190
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Tabela 4.18. Estimativas de variáveis dendrométricas de Dicksonia sellowiana considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.18. Estimates of dendrometric variables of Dicksonia sellowiana per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.

Informações quantitativas FED (n = 78) FOD (n = 197) FOM (n = 143)


N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 0,1 (0,03%) 3,2 (0,5%) 92,4 (16,5%)
N° médio de cáudices (cáudices.ha )* -1
0,1 (0,03%) 3,3 (0,5%) 98,8 (15,8%)
DAP médio (cm)** 20,1 (16,6 - 23,6) 18,9 (10,5 - 44,6) 23,2 (10 - 77)
Altura total média (m)** 2,8 (2 - 3,5) 3,6 (1,5 - 20) 3,1 (1 - 20)
Área basal média (m².ha-1)* 0,004 (0,02%) 0,1 (0,5%) 4,6 (18,7%)
Posição no ranking de valor de importância**** 153 58 1
Nº de UA de ocorrência*** 3 (3,8%) 36 (18,3%) 89 (62,2%)
N° médio de regenerantes por UA* - 18 (0,03%) 102 (1,6%)
Nº de UA com regeneração - 13 12
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/cáudices/área basal/regenerantes
do conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da
espécie; ***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois
& Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

Figura 4.12. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Dicksonia sellowiana em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.12. Occurrence and population size of Dicksonia sellowiana in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de D. sellowiana, considerando apenas as UA com ocorrência


da espécie, foi de 43, com valores variando entre um (25 UA) e 391 indivíduos (uma UA) (Figura
4.12). O DAP variou entre 10 e 77 cm, com média de 23 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA

191
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

com ocorrência da espécie resultou em 108 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 5,2 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.13).
Juntas, as duas primeiras classes de altura, ou seja, até 5 m, somaram 91% dos indivíduos medidos,
valores esses similares aos reportados em outros estudos tratando de fetos arborescentes. As classes de
diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram 86% dos indivíduos. 

Figura 4.13. Distribuição dos indivíduos de Dicksonia sellowiana em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.13. Distribution of Dicksonia sellowiana individuals in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Urubici (1.108 ind. em cinco UA) e
Rio Rufino (692 ind. em duas UA). As UA nesses municípios estavam situadas acima de 1.000 m de
altitude. A vegetação de todas essas UA encontrava-se em estágio avançado de sucessão e em bom
estado de conservação, com no máximo quatro atividades antrópicas observadas (Tabela 4.19).
Tabela 4.19. Atividades antrópicas no interior das 128 UA com ocorrência de Dicksonia sellowiana.
Table 4.19. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Dicksonia sellowiana.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 10 7,8
Corte raso 31 24,2
Corte seletivo 93 72,7
Cultivo de erva-mate 9 7,0
Espécies exóticas 5 3,9
Estradas 46 35,9
Extração de palmito 2 1,6
Fogueira 2 1,6
Pastejo 62 48,4
Roçada 17 13,3
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

192
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Genética

No primeiro volume dos livros do IFFSC foi apresentada a diversidade genética de indivíduos
adultos de 30 populações de D. sellowiana, a partir de frequências alélicas de oito locos isoenzimáticos
(Reis et al. 2012). Estudos complementares a esse permitiram avançar no conhecimento sobre
populações regenerantes e na análise conjunta dos dados de genética e paisagem. Cabe destacar que
os valores apresentados na Tabela 4.20 diferiram sutilmente dos resultados publicados por Reis et al.
(2012), uma vez que alguns locos não revelados dos regenerantes foram retirados da amostra.

Nas análises complementares, a diversidade genética das populações reprodutivas pode ser
considerada intermediária ( = 0,181 a 0,193), sendo superior a 0,2 em apenas dez das 30 populações
reprodutivas, enquanto que para os regenerantes a maior encontrada foi de 0,179 (média de 0,160)
(Tabela 4.20). Em termos médios, as populações regenerantes apresentaram tanto quanto menores
quando comparadas às populações reprodutivas. Tais resultados podem ser reflexo da fragmentação do
habitat preferencial da espécie e de um histórico de intensa e indiscriminada exploração. A manutenção
desses índices nas populações regenerantes requer atenção nas medidas de conservação, além da
necessidade de acompanhamento a médio prazo do potencial de recuperação dos níveis de diversidade
genética com o passar das gerações. O índice de fixação médio ( ) não diferiu significativamente
de zero em nenhuma das populações regenerantes, no entanto, foi superior a 0,2 em praticamente
metade das populações reprodutivas (Tabela 4.20). A redução do índice de fixação de reprodutivos
para regenerantes sugere eficiência na reprodução e dispersão de esporos, assim como pode indicar a
ocorrência de cruzamentos preferenciais ou seleção a favor de heterozigotos da espécie.
Tabela 4.20. Índices de diversidade genética para as populações de Dicksonia sellowiana.
Table 4.20. Genetic diversity indices of Dicksonia sellowiana populations.

UA n alelos
92 rep. 61 48 16 85,7 2,29 2,50 0,165 0,120 0,275*
140 rep. 51 42 16 85,7 2,29 2,33 0,209 0,165 0,211*
140 reg. 54 49 16 71,4 2,29 2,60 0,166 0,149 0,104
167 rep. 60 48 15 71,4 2,14 2,60 0,168 0,126 0,247*
192 rep. 54 49 15 71,4 2,14 2,60 0,213 0,193 0,094
211 rep. 53 39 12 71,4 1,71 2,00 0,114 0,076 0,333*
321 rep. 49 39 15 71,4 2,14 2,60 0,174 0,131 0,250*
369 rep. 53 46 15 71,4 2,14 2,60 0,142 0,121 0,151*
413 rep. 56 49 16 85,7 2,29 2,50 0,165 0,139 0,159*
453 rep. 52 47 15 85,7 2,14 2,33 0,271 0,241 0,111
453 reg. 51 51 17 71,4 2,43 2,60 0,179 0,181 -0,007
537 rep. 52 49 13 57,1 1,86 2,50 0,166 0,157 0,055
537 reg. 43 43 14 57,1 2,00 2,75 0,158 0,158 0,000
562 rep. 50 39 17 71,4 2,43 3,00 0,169 0,124 0,267*
623 rep. 53 51 15 85,7 2,14 2,33 0,262 0,252 0,040

193
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

UA n alelos
714 rep. 47 46 17 71,4 2,43 3,00 0,211 0,205 0,032
718 rep. 51 74 14 71,4 2,00 2,40 0,158 0,207 -0,313*
720 rep. 55 70 14 71,4 2,00 2,40 0,148 0,180 -0,219*
720 reg. 48 52 15 71,4 2,14 2,60 0,130 0,139 -0,074
724 rep. 52 40 15 57,1 2,14 2,75 0,163 0,116 0,290*
727 rep. 52 49 13 57,1 1,86 2,00 0,118 0,110 0,066
729 rep. 96 101 15 71,4 2,14 2,40 0,266 0,278 -0,047
729 reg. 52 53 15 85,7 2,14 2,33 0,162 0,165 -0,019
832 rep. 52 37 14 71,4 2,00 2,40 0,158 0,093 0,412*
877 rep. 52 39 15 85,7 2,14 2,33 0,220 0,148 0,327*
895 rep. 56 45 14 57,1 2,00 2,75 0,204 0,153 0,252*
901 rep. 49 61 11 71,4 2,00 2,40 0,223 0,268 -0,205*
901 reg. 50 59 17 71,4 2,43 2,60 0,158 0,180 -0,141
919 rep. 53 36 14 57,1 2,00 2,50 0,166 0,091 0,454*
926 rep. 53 43 10 28,6 1,43 2,50 0,077 0,059 0,234*
926 reg. 49 50 14 85,7 2,00 2,17 0,155 0,158 -0,017
1001 rep. 57 64 14 71,4 2,00 2,20 0,191 0,212 -0,111
1061 rep. 43 50 14 57,1 2,00 2,75 0,214 0,243 -0,135
1980 rep. 52 42 13 71,4 1,86 2,20 0,123 0,093 0,242*
1980 reg. 49 51 14 85,7 2,00 2,17 0,166 0,173 -0,044
5000 rep. 55 45 21 71,4 3,00 3,40 0,179 0,141 0,217*
5000 reg. 50 42 15 57,1 2,14 2,50 0,172 0,139 0,195*
6001 rep. 49 53 17 57,1 2,43 3,25 0,192 0,205 -0,069
6003 rep. 52 64 15 85,7 2,14 2,33 0,195 0,231 -0,185*
6003 reg. 49 48 15 71,4 2,14 2,60 0,152 0,150 0,010
Média rep. 54 49 15 70,0 2,11 2,53 0,181 0,163 0,101
Média rep.ϯ 57 57 15 100 2,11 2,51 0,193 0,191 0,008
Média reg. 49 49 15 72,9 2,17 2,49 0,160 0,159 0,004
Total rep. 1618 - 23 100 3,29 3,50 0,203 0,166 0,182
Total reg. 495 - 22 100 3,14 3,14 0,161 0,159 0,012
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

194
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

A comparação entre as populações dentro e fora de Unidades de Conservação (UC) evidenciou


similaridades entre os índices avaliados, mesmo havendo menor número de populações em UC (Tabela
4.21). As populações fora de UC (23) apresentaram, em média, 15 alelos, com um total de 23 e três
alelos exclusivos. Em sete populações em UC, a média de alelos por população foi de 14 e o número
total de alelos foi de 20, sendo nenhum deles exclusivo (Tabela 4.21). As heterozigosidades entre
populações ocorrendo dentro e fora de UC foram similares; o índice de fixação médio ( ) e a divergência
interpopulacional ( ) não diferiram estatisticamente entre os grupos (dentro e fora de UC). Considerando
que as sete populações em UC representaram diversidade similar à encontrada para as 23 populações
fora de UC, é possível concluir que as UC são eficientes na conservação da diversidade genética de D.
sellowiana, ao passo que as áreas fora de UC são igualmente importantes para assegurar a manutenção
da diversidade genética da espécie.

Tabela 4.21. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Dicksonia sellowiana agrupadas pela
ocorrência em áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.21. Genetic diversity indices of reproductive populations of Dicksonia sellowiana inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.

Local AT AM AE
UC (7) 20 14 0 0,164 0,163 0,191[0,090-0,286] 0,003[-0,157-0,254] 0,106[0,075-0,153]

FUC (23) 23 15 3 0,186 0,163 0,205[0,088-0,334 ] 0,128[-0,034-0,454] 0,087[0,046-0,132]


AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional. () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

Com relação às características de paisagem avaliadas, não foram encontradas associações


significativas e relevantes entre as métricas e os descritores genéticos estimados.

Síntese e recomendações

Apesar dos dados do IFFSC indicarem que D. sellowiana é abundante no planalto catarinense,
em certas áreas a espécie apareceu com baixa densidade, devido à exploração histórica para confecção
de vasos para plantas ornamentais.

A manutenção de índices intermediários de diversidade genética de populações reprodutivas


para regenerantes ressalta a necessidade de medidas de conservação da espécie em médio prazo. As
diferenças detectadas no índice de fixação indicaram a existência de variações relevantes entre as
populações e reforçam a importância da conservação de diferentes populações para que a situação
de vulnerabilidade em que a espécie se encontra possa ser revertida. A delimitação de áreas para a
conservação de D. sellowiana deve considerar também o crescimento lento e a especificidade por
ambientes úmidos. Assim, as estratégias de conservação devem priorizar diferentes áreas/ambientes a
fim de assegurar uma maior representatividade da diversidade genética das populações e garantir maior
efetividade no fluxo gênico entre as populações.

195
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Euterpe edulis Mart.

Introdução

Euterpe edulis (Arecaceae), o palmito ou palmito-juçara, possui ampla distribuição no Brasil


e ocorre também na Argentina e no Paraguai (Reitz 1974, Handerson 2000, Reis et al. 2000d, Flora
do Brasil 2020 2017). É uma das espécies mais bem estudadas dentre as listadas neste capítulo; obras
inteiras foram dedicadas ao estudo da estrutura de suas populações e seus aspectos ecológicos (e.g.,
Conte et al. 2000, Fantini et al. 2000, Guerra et al. 2000, Henderson 2000, Mantovani & Morellato
2000, Nodari et al. 2000a, b, c, Paulilo 2000, Pereira 2000, Queiroz 2000, Reis et al. 2000a, b, c, d, e,
Reis & Kageyama 2000, Ribeiro & Odorizi 2000).

E. edulis é considerada uma espécie chave nos ecossistemas florestais em que ocorre (Laps 1996,
Galetti et al. 1999, Fadini et al. 2009, Muler et al. 2014, Galetti et al. 2015). Muitas são as evidências
que sustentam seu status de ‘espécie com grande importância ecológica’, como os longos períodos de
oferta de frutos maduros, o poder nutritivo dos frutos (Galetti 1996), e as consideráveis quantidades de
frutos produzidos (170 kg.ha-1 [Galetti & Aleixo 1998] a 460 kg.ha-1 [Silva 2011]). Ademais, seus frutos
são consumidos por uma gama de animais – pelo menos 37 espécies de aves e 18 espécies de mamíferos
(Galetti et al. 1997, Fadini et al. 2009, Leite et al. 2012, Galetti et al. 2015).

O principal modo de polinização das flores de E. edulis é a entomofilia, realizada por insetos
das ordens Diptera, Hymenoptera, Coleoptera e Lepidoptera (Reis et al. 1993, Mantovani & Morellato
2000). A época e a duração da frutificação e oferta dos frutos variam consideravelmente; frutos maduros
podem ser disponibilizados por seis até dez meses (Reis 1995, Mantovani & Morellato 2000, Silva
2011). De acordo com a estimativa de Reis (1995), os agentes de dispersão primária levam os frutos/
sementes cerca de 61 m da planta-mãe, e há tendência de dispersão leptocúrtica: à medida que a distância
da planta-mãe aumenta, o número de sementes dispersas diminui. E. edulis é predominantemente
alógama, com taxa de cruzamento não diferente de 1,0 (Reis et al. 2000e, Gaioto et al. 2003, Conte et
al. 2008); a espécie apresenta altos índices de diversidade genética e baixos índices de fixação (Reis et
al. 2000e, Conte et al. 2003, Conte et al. 2008, Silva & Reis 2010).

Os estudos de Veloso & Klein (1957, 1959) já apontavam o palmiteiro como a espécie mais
abundante no estrato médio da Floresta Ombrófila Densa catarinense, com até 1.000 indivíduos
(altura > 1,5 m) por hectare. Da mesma forma, estudos subsequentes reportaram grande abundância e
dominância do palmito-juçara no sub-bosque em diferentes áreas da Floresta Ombrófila Densa, bem
como uma estrutura populacional em forma de pirâmide, partindo de uma base larga formada por
indivíduos regenerantes, até um topo estreito formado por indivíduos reprodutivos (Reis 1995, Reis et
al. 2000b, Fantini & Guries 2007, Silva 2011). A densidade do banco de plântulas pode variar de 12 a
20 mil plântulas por hectare (Conte et al. 2000).

A partir da década de 1940, várias indústrias de conserva foram implantadas em Santa Catarina,
principalmente no litoral norte e no Vale do Itajaí, intensificando a comercialização do produto antes
vendido esporadicamente em feiras populares (Reis & Reis 2000). A grande demanda do mercado
nacional e internacional por volta da década de 1960 ocasionou a exploração predatória do palmiteiro
pelos proprietários e ‘ladrões-de-palmito’; os primeiros sinais de esgotamento foram observados na
década de 1970 – a espécie outrora abundante, passou a ter populações reduzidas (Fantini et al. 2000,
Pereira 2000).

196
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Apesar de ser naturalmente abundante na Floresta Ombrófila Densa catarinense até cerca de 600
m de altitude, o processo de exploração predatória removeu a espécie da condição de mais abundante
no estrato médio desse ecossistema florestal (Veloso & Klein 1957, 1959, Reitz 1974) para a condição
de ameaçada de extinção; é considerada “Vulnerável” pela lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA
2014) e pelo CNCFlora (2016). O palmiteiro, que originalmente apresentava ampla distribuição no
Domínio Mata Atlântica, hoje está praticamente restrito à Floresta Ombrófila Densa, especialmente
em Unidades de Conservação e em florestas de difícil acesso (Reis et al. 2000). Apesar de ser uma
das espécies mais abundantes e frequentes na Floresta Ombrófila Densa catarinense, populações na
Floresta Estacional Decidual não foram encontradas pelo IFFSC, apesar de haver registros históricos
(Klein 1972).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, E. edulis foi encontrada em 107
(25%), somando 41,9 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 48 das
UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 59 como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de E.
edulis foi de 1.501, ocorrendo apenas um indivíduo ramificado (Tabela 4.22).
Tabela 4.22. Estimativas de variáveis dendrométricas de Euterpe edulis considerando todas as UA instaladas nas respectivas
regiões fitoecológicas.
Table 4.22. Estimates of dendrometric variables of Euterpe edulis per phytoecological region, considering all sample plots
measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - 19,8 (3,1%) -
N° médio de estipes (estipes.ha-1)* - 19,8 (2,8%) -
DAP médio (cm)** - 12,2 (10 - 40,7) -
Altura total média (m)** - 10,2 (4 - 20) -
Área basal média (m².ha-1)* - 0,2 (1,1%) -
Posição no ranking de valor de importância**** - 6 -
Nº de UA de ocorrência*** - 107 (54,3%) -
N° médio de regenerantes por UA* - 2845 (5%) -
Nº de UA com regeneração - 131 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/estipes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of palms/stipes/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

197
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Figura 4.14. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Euterpe edulis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.14. Occurrence and population size of Euterpe edulis in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de E. edulis, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de 14, com valores variando entre um (11 UA) e 181 indivíduos (uma UA) (Figura 4.14).
O DAP variou entre 10 e 41 cm, com média de 12 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 36 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 0,4 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.15).
Juntas, as classes de altura que abrangem indivíduos com até 12 m somaram 71% dos indivíduos
medidos. Já os intervalos de diâmetro entre 10 e 15 cm concentraram 93% dos indivíduos. 

Figura 4.15. Distribuição dos indivíduos de Euterpe edulis em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.15. Distribution of Euterpe edulis palms in diameter (a) and height (b) classes.

198
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Os municípios com maior abundância da espécie foram Turvo (181 ind. em apenas uma UA)
e Morro Grande (92 ind. em duas UA). As UA nesses municípios estavam situadas abaixo de 400 m
de altitude. A vegetação de todas essas UA encontrava-se em estágio avançado de sucessão e em bom
estado de conservação, com no máximo duas atividades antrópicas observadas (Tabela 4.23).
Tabela 4.23. Atividades antrópicas no interior das 107 UA com ocorrência de Euterpe edulis.
Table 4.23. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Euterpe edulis.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 4 3,7
Corte raso 31 29,0
Corte seletivo 91 85,0
Espécies exóticas 18 16,8
Estradas 52 48,6
Extração de palmito 29 26,2
Fogueira 4 3,7
Pastejo 15 14,0
Roçada 7 6,5
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética
A diversidade genética de E. edulis pode ser considerada alta ( = 0,229), sendo maior que 0,2
em 19 das 20 populações reprodutivas avaliadas; a mesma tendência foi observada nos regenerantes
( = 0,214), com sete populações apresentando maior que 0,2 (Tabela 4.24). Em média, as
populações regenerantes apresentaram maior em comparação às populações reprodutivas, tanto de
maneira geral, quanto em relação à média dos nove fragmentos em que populações regenerantes foram
genotipadas. Esse fato culminou na forte redução do índice de fixação médio ( ) que passou de 0,120
(para as nove populações reprodutivas com regenerantes genotipados) para -0,019 (regenerantes)
(Tabela 4.24).
Ademais, entre os pares de populações reprodutivas e regenerantes, a redução no também foi
expressiva, exceto na população 4, na qual permaneceu semelhante entre reprodutivos e regenerantes,
e na população 633, na qual passou de não significativo para positivo e estatisticamente diferente de
zero. Nos demais fragmentos, reduções expressivas entre reprodutivos e regenerantes foram observadas,
como, por exemplo, na população 51 ( passou de 0,309 para 0,115) e população 254 ( passou de
0,324 para -0,014) (Tabela 4.24).
Tabela 4.24. Índices de diversidade genética para as populações de Euterpe edulis.
Table 4.24. Genetic diversity indices of Euterpe edulis populations.

UA n alelos
4 rep. 53 51 28 61,5 2,15 1,45 0,237 0,228 0,038
4 reg. 50 52 27 53,8 2,08 1,45 0,210 0,218 -0,038
30 rep. 47 42 28 61,5 2,15 1,53 0,243 0,217 0,109*

199
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

UA n alelos
51 rep. 51 39 28 69,2 2,15 1,50 0,255 0,177 0,309*
51 reg. 50 45 26 61,5 2,00 1,43 0,229 0,203 0,115*
58 rep. 50 43 28 53,8 2,15 1,55 0,239 0,199 0,167*
118 rep. 52 49 29 61,5 2,23 1,51 0,244 0,231 0,053
119 rep. 51 47 29 61,5 2,23 1,56 0,244 0,222 0,091*
119 reg. 51 55 26 61,5 2,00 1,37 0,179 0,191 -0,065
170 rep. 52 44 28 61,5 2,15 1,42 0,217 0,178 0,181*
254 rep. 47 35 27 61,5 2,08 1,44 0,227 0,154 0,324*
254 reg. 45 46 24 46,2 1,85 1,35 0,170 0,172 -0,014
352 rep. 51 48 26 53,8 2,00 1,47 0,225 0,211 0,064
464 rep. 56 43 29 53,8 2,23 1,49 0,222 0,154 0,308*
470 rep. 53 51 27 53,8 2,08 1,38 0,201 0,192 0,043
516 rep. 59 52 29 61,5 2,23 1,45 0,225 0,194 0,139*
523 rep. 51 48 27 53,8 2,08 1,47 0,228 0,215 0,060
625 rep. 55 52 30 61,5 2,31 1,50 0,233 0,221 0,050
625 reg. 52 60 31 61,5 2,39 1,46 0,213 0,241 -0,133*
633 rep. 54 52 32 61,5 2,46 1,63 0,266 0,255 0,043
633 reg. 52 48 30 61,5 2,31 1,44 0,224 0,204 0,089*
640 rep. 51 45 27 53,8 2,08 1,19 0,132 0,113 0,146*
640 reg. 50 47 31 69,2 2,39 1,52 0,242 0,224 0,075
751 rep. 53 50 30 69,2 2,31 1,51 0,242 0,228 0,058
996 rep. 52 47 27 53,8 2,08 1,49 0,241 0,214 0,115*
996 reg. 50 54 28 61,5 2,15 1,45 0,239 0,256 -0,075
1027 rep. 52 50 28 53,8 2,15 1,46 0,230 0,220 0,041
1072 rep. 53 54 29 61,5 2,23 1,48 0,229 0,234 -0,022
1072 reg. 51 60 25 53,8 1,92 1,42 0,216 0,248 -0,149*
Média rep. 52 47 28 59,2 2,18 1,47 0,229 0,203 0,115
Média rep. ϯ 52 47 29 60,7 2,96 1,47 0,229 0,202 0,120
Média reg. 50 52 28 59 2,12 1,43 0,214 0,218 -0,019
Total rep. 1042 - 34 61,5 2,62 1,52 0,244 0,203 0,167
Total reg. 450 - 33 61,5 2,54 1,48 0,226 0,218 0,037
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

200
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

E. edulis apresentou altas taxas de cruzamento entre indivíduos, além de forte interação com a
fauna polinizadora e dispersora. Essas características contribuem para que a ocorrência de cruzamentos
entre aparentados seja minimizada. No entanto, as populações estudadas, de maneira geral, não
escaparam das influências dos eventos de exploração e fragmentação florestal. Dessa maneira, os
positivos e altos índices de fixação encontrados para os reprodutivos podem advir, em grande parte, da
redução do tamanho efetivo das populações, ocasionada especialmente pela exploração predatória da
espécie. Existem evidências que suportam essa hipótese: a exploração de palmiteiros foi observada em
26,2% das UA levantadas pelo IFFSC (Tabela 4.23).
A redução no índice de fixação ( ) médio de reprodutivos para regenerantes em apenas um evento
reprodutivo evidencia que o sistema reprodutivo de E. edulis é eficiente em evitar a autofecundação
e cruzamentos entre aparentados. À vista disso, os índices de fixação positivos e significativos
encontrados para as populações adultas devem-se, em sua maioria, a eventos de exploração da espécie
e à fragmentação florestal. A redução nos níveis de fixação também sugere que E. edulis tem capacidade
de restabelecer rapidamente níveis de diversidade genética ( e ) com o passar de gerações.
As populações em áreas fora de Unidades de Conservação (UC) (17) apresentaram em média 28
alelos e um total de 33 alelos, sendo um exclusivo a esse grupo. No grupo das UC (três populações), a
média de alelos por população foi de 30 e o número total de alelos foi de 33, sendo um alelo exclusivo
às UC. As UC avaliadas contêm quase a totalidade (33 de 34) dos alelos identificados para todo o
conjunto de populações (Tabela 4.25). As heterozigosidades ( , e ) foram ligeiramente superiores
nas populações em UC; não houve diferença significativa entre os valores de estimados para as
populações dentro e fora de UC. O mesmo aconteceu em relação aos valores de e . Logo, em média,
as três populações em UC conservam praticamente a mesma variabilidade genética encontrada nas
populações como um todo, e contêm e semelhantes à média geral (Tabela 4.25).
Tabela 4.25. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Euterpe edulis agrupadas pela ocorrência em
áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.25. Genetic diversity indices of reproductive populations of Euterpe edulis inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.
Local AT AM AE
UC (3) 33 30 1 0,245 0,213 0,258[0,139-0,377] 0,126[0,009-0,237] 0,068[0,033-0,108]
FUC (17) 33 28 1 0,226 0,201 0,241[0,124-0,358] 0,111[0,068-0,161] 0,065[0,044-0,087]
AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional. () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

Esses resultados ilustram a substancial eficiência das UC na conservação da diversidade


genética de E. edulis. Ressalta-se que em Santa Catarina, além das três UC nas quais foram amostradas
populações, existem, pelo menos, outras 28 UC localizadas na área de ocorrência de E. edulis que
podem abrigar populações da espécie (MMA 2016).

As análises visando caracterizar relações entre a variação nos índices de diversidade e as


características de paisagem para E. edulis foram conduzidas utilizando cinco métricas de paisagem7
(área, razão perímetro/área, índice de forma, distância ao vizinho mais próximo e índice de
proximidade). As métricas de paisagem explicaram uma pequena porção da variação dos índices de

7
Três métricas não foram consideradas porque apresentaram baixo poder preditivo no modelo.

201
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

diversidade genética estimados para as populações de reprodutivos (R²aj. = 0,10); o modelo de RDA
não mostrou-se significativo de acordo com o teste F global (p = 0,53). Esses resultados sugerem
que características da paisagem não explicam de forma consistente a variação da diversidade genética
das populações de indivíduos reprodutivos de E. edulis. Resultado semelhante foi observado para os
indivíduos regenerantes: uma pequena fração da variação da diversidade genética foi explicada pelas
métricas de paisagem (R²aj. = 0,14), e o modelo de RDA não mostrou-se significativo de acordo com o
teste F global (p = 0,35).
As populações de E. edulis apresentaram altos níveis de diversidade genética, além de um
padrão de redução no índice de fixação das populações reprodutivas para as regenerantes; esse padrão
foi identificado em oito dos nove fragmentos em que foram avaliados indivíduos reprodutivos e
regenerantes. Entretanto, não foram detectadas associações consistentes entre a redução de e as
métricas de paisagem, sugerindo que – ao menos para os dados utilizados neste estudo – a conformação
atual da paisagem não tem levado a uma redução ainda maior dos níveis de diversidade genética da
espécie. Isso foi corroborado pela grande semelhança observada, em termos médios, entre os índices
de diversidade estimados para indivíduos reprodutivos e regenerantes. Resultados semelhantes foram
encontrados por Carvalho et al. (2015) e Santos et al. (2015). Os últimos autores argumentam que
há possibilidade de E. edulis ser uma espécie que pode experimentar a extinção local antes de sofrer
alterações genéticas mais amplas. De fato, os resultados do IFFSC sustentam essa hipótese.

Síntese e recomendações

Euterpe edulis foi explorada de maneira predatória para produção de conservas, fato que reduziu
severamente suas populações. As recomendações para conservação da espécie passam necessariamente
por dois eixos: um que trata do marco legal (e de seu cumprimento e fiscalização) e outro que trata do
incentivo ao manejo.
Diante da exploração e comércio ilegais correntes, fazem-se necessárias ações efetivas
de fiscalização com intuito de coibir a ilegalidade. E. edulis apresenta forte interação com a fauna,
especialmente aquela que dispersa suas sementes; nessa ótica, conter a caça é fundamental para a
conservação da espécie.
Santa Catarina foi exemplo nacional em relação ao manejo sustentável de E. edulis para a
produção de palmito. Muitos planos de manejo com base legal foram realizados no estado e muitos
estudos sobre o tema foram publicados (Reis et al. 2000, Ribeiro & Odorizi 2000, Conte et al. 2006,
Silva & Reis 2010). Entretanto, os instrumentos legais que regulamentavam o manejo da espécie em
Santa Catarina (CONAMA 2001, FATMA 2001) foram revogados pela aprovação da Lei da Mata
Atlântica em 2006, colocando a espécie novamente na situação em que se encontrava antes dos anos
2000.
Não obstante, recentemente a espécie passou a ter seus frutos explorados para a produção de
polpa (i.e., polpa de açaí), produto com demanda e produção em franco crescimento (Bourscheidt et
al. 2011, Trevisan et al. 2015). Esse tipo de exploração em Santa Catarina provém majoritariamente da
coleta de frutos em agroflorestas e, em menor parte, da coleta em florestas secundárias (Trevisan et al.
2015). Essa mudança de foco de exploração é uma possibilidade de aumento das populações da espécie.
Por fim, apesar da grande redução populacional ocasionada pela exploração do palmito,
especialmente nos últimos 60 anos, as populações avaliadas ainda apresentam altos níveis de
diversidade genética, baixa divergência, redução nos índices de fixação de reprodutivos para
regenerantes independentemente do tipo de paisagem avaliado; ainda, as UC avaliadas contêm quase
toda a variabilidade genética encontrada neste estudo. Ademais, a espécie apresenta grande potencial

202
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

de regeneração natural e múltiplas possibilidades de cultivo em sistemas agroflorestais. Esses aspectos,


juntamente ao incentivo ao uso sustentável e coibição do comércio ilegal e da caça, são favoráveis à
conservação da diversidade genética da espécie no estado.

Myrocarpus frondosus Allemão

Introdução
Myrocarpus frondosus (Fabaceae), a cabreúva ou cabreúna, possui ampla distribuição, ocorrendo
na Floresta Atlântica, Argentina, Uruguai e Paraguai (Sobral et al. 2013, Flora do Brasil 2020 2017).
Estudos populacionais específicos para a espécie foram conduzidos (e.g., Calegari et al. 2009, Caldato
& Pezzutti 2010), e em outros trabalhos, especialmente em florestas estacionais, a espécie é citada
como a mais importante ou como uma das mais importantes, tanto em capoeiras quanto em florestas
mais desenvolvidas (Vaccaro 1997, Longhi et al. 2009a, Ruschel et al. 2009).
A cabreúva chega a 35 m de altura e geralmente apresenta fuste comprido e retilíneo; é muito
frequente na bacia do Rio Uruguai e, por vezes, torna-se a espécie dominante do estrado superior da
floresta (Klein 1966, 1972, 1984). De acordo com Klein (1966), a espécie é indiferente quanto ao
clima e solo, crescendo em fundo de vales até o alto das encostas. Uma forma de reconhecê-la em
campo consiste em observar sua casca, que tem coloração acinzentada ou acinzentada-parda e fissuras
reticuladas densas (Klein 1966, Reitz et al. 1979). A espécie é classificada como secundária tardia e
semi-heliófita, i.e., necessita de sombreamento moderado para seu desenvolvimento (Carvalho 1994,
Kageyama et al. 2001). Em Santa Catarina, a cabreúva floresce de novembro a dezembro e a polinização
das flores é realizada principalmente por abelhas (melitofilia). A espécie produz uma grande quantidade
de sementes – dispersas pelo vento – que amadurecem de janeiro a fevereiro (Reitz et al. 1979).
A densidade da madeira de M. frondosus varia de 0,77 a 1,18 g.cm-3 a 12% de umidade; a
madeira apresenta boa trabalhabilidade, boa durabilidade natural, é resistente a xilófagos e alcança bons
preços no mercado (Carvalho 2003). De acordo com o mesmo autor, ela é indicada para construção
civil, marcenaria, peças torneadas, obras externas, além de fornecer lenha de boa qualidade. Segundo
Reitz et al. (1979), a madeira era muito empregada na construção naval no município de Itajaí (SC)
devido sua maleabilidade e resistência. Klein (1966) e Reitz et al. (1979) citaram M. frondosus como
uma das espécies nativas com potencial silvicultural em Santa Catarina.
A espécie não consta na lista de ameaçadas do Brasil (MMA 2014), nem na lista catarinense
(CONSEMA 2014), contudo, aparece na lista de espécies ameaçadas da Argentina (Caldato & Pezzutti
2010). O CNCFlora (2016) a classifica na categoria “Pouco Preocupante”; no Rio Grande do Sul, o
Decreto Estadual n° 42.099/03 a classifica como “Vulnerável” (Rio Grande do Sul 2002).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, M. frondosus foi encontrada em
86 (20%), somando 33,8 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação da
metade das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e
das demais como floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos
amostrados de M. frondosus foi de 256, sendo que 17 apresentaram dois a cinco fustes (Tabela 4.26).

203
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Tabela 4.26. Estimativas de variáveis dendrométricas de Myrocarpus frondosus considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.26. Estimates of dendrometric variables of Myrocarpus frondosus per phytoecological region, considering all
sample plots measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 6,2 (1,5%) 0,6 (0,1%) 0,4 (0,06%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* 6,6 (1,3%) 0,7 (0,1%) 0,4 (0,06%)
DAP médio (cm)** 20,1 (10 - 88,5) 17,8 (10,5 - 63,3) 18,1 (10,2 - 45,8)
Altura total média (m)** 11 (3 - 25,2) 12,1 (4 - 25) 11,6 (5 - 28)
Área basal média (m².ha-1)* 0,3 (1,6%) 0,02 (0,1%) 0,01 (0,06%)
Posição no ranking de valor de importância**** 12 161 138
Nº de UA de ocorrência*** 48 (61,5%) 27 (13,7%) 11 (7,7%)
N° médio de regenerantes por UA* 36 (1,1%) 38 (0,1%) 18 (0,3%)
Nº de UA com regeneração 16 15 6
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

Figura 4.16. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Myrocarpus frondosus em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.16. Occurrence and population size of Myrocarpus frondosus in Santa Catarina, Brazil.

204
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

O número médio de indivíduos de M. frondosus, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de três, com valores variando entre um (41 UA) e 35 indivíduos (uma UA) (Figura 4.16).
O DAP variou entre 10 e 88,5 cm, com média de 19,5 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 8 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 0,3 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.17).
Juntas, as classes que correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 62,5% dos indivíduos medidos.
Já as classes de diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram 60% dos indivíduos. 

Figura 4.17. Distribuição dos indivíduos de Myrocarpus frondosus em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.17. Distribution of Myrocarpus frondosus trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Chapecó (40 ind. em três UA) e
Concórdia (16 ind. em sete UA). As UA nesses municípios estavam situadas entre 500 e 800 m de
altitude. A vegetação de metade dessas UA encontrava-se em estágio médio de sucessão e a outra
metade em estágio avançado de sucessão, com até cinco atividades antrópicas observadas (Tabela
4.27).
Tabela 4.27. Atividades antrópicas no interior das 86 UA com ocorrência de Myrocarpus frondosus.
Table 4.27. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Myrocarpus frondosus.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 5 5,8
Corte raso 29 33,7
Corte seletivo 62 72,1
Cultivo de erva-mate 1 1,2
Espécies exóticas 14 16,3
Estradas 41 47,7
Extração de palmito 7 8,1
Fogueira 3 3,5
Pastejo 31 36,0
Roçada 11 12,8
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica.** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

205
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Genética

A caracterização da diversidade genética dos indivíduos adultos de nove populações nativas


ocorrendo na Floresta Estacional Decidual apresentada no primeiro volume dos livros do IFFSC
mostrou diversidade e divergência genética altas, além de índices de fixação intermediários (Reis et al.
2012). Com base nesses dados, houve avanços em relação à análise conjunta dos dados de genética e
métricas de paisagem.

Os resultados da análise de associação entre os índices de diversidade genética e as características


da paisagem indicaram correlação positiva entre distância ao vizinho mais próximo, número de alelos,
e , com o primeiro eixo da PCA, ao passo que o índice de fixação apresentou correlação negativa
com o mesmo eixo (Tabela 4.28). Assim sendo, populações com maior número de alelos, maiores
heterozigosidades ( e ) e menores índices de fixação, ocorreram em fragmentos distantes uns dos
outros.
Tabela 4.28. Proporção explicada (%) e correlação das variáveis com o primeiro eixo da Análise de Componentes Principais
para métricas de paisagem e índices de diversidade genética de Myrocarpus frondosus.
Table 4.28. Percentage of explained variance (%) and correlation between the variables and the first axis of the Principal
Component Analysis considering landscape metrics and genetic diversity indexes for Myrocarpus frondosus.
Variável Componente principal 1 = 50%
NNDist 0,94
alelos 0,66
0,65
0,97
-0,78
NNDist = distância ao vizinho mais próximo; alelos = número total de alelos por população; = heterozigosidade
esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação.
NNDist = distance to the nearest neighbor; alelos = total number of alleles per population; = expected heterozygosity;
= observed heterozygosity; = fixation index.

Apesar dos resultados sugerirem que M. frondosus apresenta maior diversidade genética
em fragmentos distantes uns dos outros, existe uma preocupação em relação à elevada estruturação
genética em função das potenciais restrições de fluxo gênico devido ao isolamento dos fragmentos,
favorecendo cruzamentos entre aparentados (Reis et al. 2012). O estudo da diversidade genética em
indivíduos regenerantes e do sistema reprodutivo da espécie pode trazer mais evidências quanto à perda
de diversidade genética em gerações sucessivas pela fragmentação florestal.

M. frondosus é abundante na Florestal Estacional Decidual e é eventualmente registrada em


outras regiões fitoecológicas do estado, sendo provavelmente favorecida pela degradação florestal.
Contudo, poucos foram os indivíduos regenerantes amostrados pelo IFFSC (Meyer et al. 2012); esse
fato pode impor restrições de tamanho efetivo e perda de diversidade genética nas próximas gerações.

Síntese e recomendações

Ainda que os resultados tenham sugerido que a maior diversidade genética encontra-se em
populações que ocorrem em fragmentos mais distantes entre si, os índices de fixação e a divergência
genética estimada para as populações da espécie chamam atenção para os altos riscos de perda de

206
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

diversidade genética nas próximas gerações. Cabe ressaltar que o presente estudo não tratou da
diversidade genética de regenerantes, portanto, é preciso avançar nessa direção.

A intensa fragmentação da Floresta Estacional Decidual, combinada aos índices de diversidade


genética, mostra o quão necessário é a elaboração de políticas de conservação que vão além da criação
de Unidades de Conservação na Floresta Estacional Decidual. Ações que favoreçam o aumento
da cobertura da florestal dessa tipologia são recomendadas, assim como incentivos à restauração e
manutenção de fragmentos, criação de áreas de coleta de sementes e programas de melhoramento
genético visando plantios para produção de madeira.

Entre as possíveis ações conservacionistas, destaca-se a inclusão da espécie em programas


de restauração de áreas de preservação permanente, especialmente em margens de cursos d’água e
nascentes, considerando a preferência da espécie por solos mais úmidos (Reitz et al. 1979). Ao mesmo
tempo, o crescimento retilíneo do tronco, aliado à qualidade da madeira, credenciam o plantio puro de
M. frondosus para produção de madeira.

Ocotea catharinensis Mez


Introdução

Ocotea catharinensis (Lauraceae), a canela-preta, ocorre no Sul e Sudeste brasileiro (Jackson


& Miller 2015). Em Santa Catarina, sua ocorrência é restrita à Floresta Ombrófila Densa, apresentando
grande densidade no Vale do Itajaí. No Paraná, pode ser encontrada na Floresta Ombrófila Mista e na
Floresta Estacional Semidecidual entre 50 e 1.100 m de altitude, ocupando o dossel da floresta (Brotto
et al. 2013). A espécie era tão comum nas florestas do Vale do Itajaí (SC) que chegava a representar
um terço do volume total das espécies arbóreas em um hectare (Reitz et al. 1979). Os mesmos autores
destacaram que em um hectare de floresta no Vale do Itajaí era possível encontrar de 20 até 50 árvores
adultas e 200 a 600 indivíduos da espécie acima de 1 m de altura. Em uma das encostas da Serra do
Itajaí, os autores supracitados registraram 74 indivíduos adultos por hectare, somando 13 m² de área
basal. Sua grande abundância é constatada principalmente em altitudes entre 300 a 700 m, mas se torna
rara ou até mesmo ausente na planície litorânea catarinense (Reitz et al. 1979).

A espécie é climácica de grande porte e atinge até 30 m de altura (Reitz et al. 1979, Brotto et al.
2013). Árvores adultas comumente alcançam 60 até 80 cm de diâmetro (Rizzini 1971), ou até 100 cm
de acordo com Reitz et al. (1979). Em Santa Catarina, floresce de agosto a março e geralmente frutifica
no outono-inverno (Reitz et al. 1979). A espécie possui grande importância ecológica, atuando como
fornecedora de alimento à fauna; tem como dispersores de sementes espécies como o mono-carvoeiro
(Brachyteles arachnoides) (Moraes & Paoli 1995) e a jacutinga (Pipile jacutinga) (Galetti et al. 1997),
ambas ameaçadas de extinção. Sua polinização não foi especificamente estudada, entretanto, um estudo
sobre O. porosa, espécie congênere, indicou o tripes (Frankliniella gardeniae) como único visitante
floral e polinizador (Danieli-Silva & Varassin 2013). O. catharinensis é predominantemente alógama e
apresenta taxa de cruzamento aparente igual a 1,0 (Tarazi et al. 2009).

A densidade da madeira de O. catharinensis varia de 0,70 a 0,80 g.cm-3 a 12% de umidade


(Carvalho 2003); a madeira apresenta boa trabalhabilidade e é resistente a xilófagos (Reitz et al. 1979,
Carvalho 2003). A madeira é indicada para construção civil (áreas internas e externas), construção
naval, marcenaria, painéis, dormentes, dentre outros usos; fornece lenha de qualidade razoável (Reitz
et al. 1979, Carvalho 2003).
207
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Em documentos do ano de 1788 estudados pelo historiador catarinense Oswaldo Cabral, constam
registros de encomendas de toras de O. catharinensis e outras espécies da ilha de Santa Catarina (Cabral
1970, Caruso 1983). No relatório do Governador João Alberto de Miranda Ribeiro do ano de 1797,
O. catharinensis encontra-se na relação das espécies madeireiras mais procuradas na época (Laytano
1959). De fato, juntamente com O. odorifera (canela-sassafrás) e O. porosa (imbuia), foi a canela
mais importante no mercado catarinense (Rizzini 1971, Reitz et al. 1979). O. catharinensis, ao lado
de Aspidosperma parvifolium (peroba) e O. odorifera, foi considerada uma das espécies madeireiras
mais exploradas na Floresta Ombrófila Densa, de forma que suas madeiras abasteciam, basicamente,
o mercado nacional (Reitz et al. 1979). Por muito tempo, O. catharinensis foi uma das espécies mais
exploradas em Santa Catarina e em nenhuma das parcelas do IFFSC foram encontradas densidades
similares às reportadas por Reitz et al. (1979).
Desde 1992, a espécie é considerada ameaçada de extinção (IBAMA 1992); atualmente, ela
consta na lista de ameaçadas do Brasil e do CNCFlora com o status de “Vulnerável” (MMA 2014,
CNCFlora 2016). Ela foi classificada na lista catarinense como “Criticamente Em Perigo” (CONSEMA
2014).

Panorama da população em Santa Catarina


Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, O. catharinensis foi encontrada
em 75 (18%), somando 29,6 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de
19 das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 56
como floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados
de O. catharinesis foi de 404, sendo que 27 apresentavam dois ou três fustes (Tabela 4.29)

Tabela 4.29. Estimativas de variáveis dendrométricas de Ocotea catharinensis considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.29. Estimates of dendrometric variables of Ocotea catharinensis per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - 5,3 (0,8%) 0,1 (0,01%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* - 5,7 (0,8%) 0,1 (0,01%)
DAP médio (cm)** - 24,9 (10,2 - 100,6) 28,5 (11,8 - 43,3)
Altura total média (m)** - 13,3 (2 - 32) 13,2 (9 - 20,5)
Área basal média (m².ha-1)* - 0,4 (1,7%) 0,004 (0,02%)
Posição no ranking de valor de importância**** - 18 254
Nº de UA de ocorrência*** - 72 (36,5%) 3 (2,1%)
N° médio de regenerantes por UA* - 296 (0,5%) -
Nº de UA com regeneração - 48 -
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

208
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Figura 4.18. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Ocotea catharinensis em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.18. Occurrence and population size of Ocotea catharinensis in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de O. catharinensis, considerando apenas as UA com ocorrência


da espécie, foi de cinco, com valores variando entre um (em 15 UA) e 22 indivíduos (em uma UA)
(Figura 4.18). O DAP variou entre 10 e 101 cm, com média de 25 cm. A estimativa da densidade
absoluta nas UA com ocorrência da espécie resultou em 14 ind.ha-1 e da dominância absoluta em
1,0 m2.ha-1. A maior concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e
altura (Figura 4.19). Juntas, as classes que correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 60% dos
indivíduos medidos. Já as classes de diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram quase 70% dos indivíduos.

Figura 4.19. Distribuição dos indivíduos de Ocotea catharinensis em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.19. Distribution of Ocotea catharinensis trees in diameter (a) and height (b) classes.

209
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Os municípios com maior abundância da espécie foram Botuverá (42 ind. em quatro UA) e
Joinville (29 ind. em quatro UA). As UA nesses municípios estavam situadas entre 200 e 900 m de
altitude. A vegetação de todas essas UA encontrava-se em estágio avançado de sucessão e em bom
estado de conservação, geralmente com apenas uma ou duas atividades antrópicas observadas (Tabela
4.30).
Tabela 4.30. Atividades antrópicas no interior das 75 UA com ocorrência de Ocotea catharinensis.
Table 4.30. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Ocotea catharinensis.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 1 1,3
Corte raso 12 16,0
Corte seletivo 62 82,7
Espécies exóticas 2 2,7
Estradas 31 41,3
Extração de palmito 7 9,3
Fogueira 1 1,3
Pastejo 10 13,3
Roçada 2 2,7
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

De maneira geral, as populações de O. catharinensis estudadas apresentaram altos índices de


diversidade genética. Entretanto, o índice de fixação médio ( ) mostrou-se elevado em grande parte das
populações (Tabela 4.31). Chamam a atenção os índices de fixação dos indivíduos regenerantes, pois,
teoricamente, apenas um evento reprodutivo de cruzamentos aleatórios é necessário para que os níveis
de endogamia dos genitores sejam reduzidos a zero nas progênies; esse fenômeno não foi observado
nas populações estudadas.
Tabela 4.31. Índices de diversidade genética para as populações de Ocotea catharinensis.
Table 4.31. Genetic diversity indices for Ocotea catharinensis populations.

UA n alelos
119 rep. 47 42 70 18 1,80 1,40 0,218 0,193 0,117*
119 reg. 45 40 50 17 1,70 1,39 0,197 0,174 0,120*
170 rep. 48 41 60 17 1,70 1,46 0,238 0,199 0,165*
194 rep. 50 46 60 17 1,70 1,32 0,184 0,167 0,095
194 reg. 51 43 70 18 1,80 1,26 0,165 0,134 0,186*
254 rep. 49 51 70 18 1,80 1,24 0,150 0,155 -0,036

210
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

UA n alelos
377 rep. 51 44 44,4 13 1,44 1,30 0,171 0,145 0,152*
377 reg. 43 31 80 20 2,00 1,29 0,198 0,123 0,381*
378 rep. 48 33 55,6 14 1,56 1,30 0,187 0,099 0,475*
386 rep. 49 46 50 16 1,60 1,31 0,184 0,173 0,061
421 rep. 49 43 60 17 1,70 1,32 0,186 0,160 0,144*
464 rep. 57 56 60 17 1,70 1,22 0,141 0,137 0,027
464 reg. 46 43 60 17 1,70 1,25 0,159 0,146 0,082
516 rep. 60 55 60 17 1,70 1,32 0,187 0,172 0,082
516 reg. 47 41 70 18 1,80 1,36 0,205 0,177 0,140*
578 rep. 51 44 50 15 1,50 1,25 0,158 0,133 0,157*
578 reg. 52 47 50 17 1,70 1,30 0,182 0,164 0,100
579 rep. 47 38 80 19 1,90 1,29 0,185 0,139 0,252*
579 reg. 50 49 60 17 1,70 1,30 0,180 0,178 0,013
625 rep. 56 50 60 16 1,60 1,28 0,182 0,161 0,113*
625 reg. 49 44 60 17 1,70 1,29 0,179 0,160 0,107
633 rep. 48 44 60 17 1,70 1,31 0,185 0,167 0,096
633 reg. 50 43 60 16 1,60 1,29 0,177 0,151 0,151*
689 rep. 52 47 60 17 1,70 1,28 0,168 0,149 0,113
751 rep. 48 41 70 18 1,80 1,32 0,197 0,162 0,179*
951 rep. 52 47 60 16 1,60 1,28 0,171 0,151 0,117*
951 reg. 51 44 60 17 1,70 1,31 0,187 0,157 0,161*
1026 rep. 49 42 60 18 1,80 1,38 0,221 0,183 0,177*
1026 reg. 50 42 70 18 1,80 1,27 0,184 0,151 0,181*
1027 rep. 48 37 60 18 1,80 1,23 0,148 0,104 0,297*
1027 reg. 48 47 60 17 1,70 1,23 0,148 0,144 0,029
Média rep. 50 44 60,5 17 1,69 1,31 0,182 0,155 0,149
Média rep. †
51 45 60,4 17 1,69 1,30 0,179 0,154 0,140
Média reg. 48 43 62,5 17 1,74 1,30 0,18 0,155 0,141
Total rep. 947 - 60 23 2,30 1,32 0,195 0,156 0,200
Total reg. 581 - 70 21 2,10 1,30 0,189 0,155 0,181
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

211
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

As 19 populações reprodutivas avaliadas apresentaram médio de 0,149 e as 12 populações


reprodutivas que tiveram os regenerantes genotipados apresentaram médio de 0,140. Para as 12
populações regenerantes, o foi de 0,141, valor bastante semelhante ao estimado para os reprodutivos.
Em comparação aos reprodutivos, o dos regenerantes manteve-se praticamente inalterado nas
populações 119 e 625, porém, diminuiu nas populações 578, 579 e 1027, e aumentou nas populações
119, 194, 377, 464, 516, 633, 951 e 1026.

O fato de haver redução no índice de fixação ( ) de reprodutivos para regenerantes em apenas


três dos 12 fragmentos é bastante preocupante, pois isso pode ser reflexo da dificuldade de realização de
cruzamentos ao acaso entre os indivíduos adultos, especialmente porque a espécie é predominantemente
alógama (Tarazi et al. 2009). Encontrar índices de fixação altos para indivíduos adultos não seria tão
preocupante, pois poderiam ser reflexo dos eventos de exploração da espécie, fragmentação florestal,
deriva genética, ou até mesmo de eventos estocásticos. Entretanto, a perpetuação de altos índices de
fixação nos regenerantes indica que há um risco iminente de perda de diversidade genética e dinamismo
populacional ao longo das gerações.

As populações de O. catharinensis sofreram reduções substanciais em suas densidades quando


comparadas às densidades estimadas por Veloso & Klein (1957, 1959), Klein (1979, 1980) e Reitz
et al. (1979). As reduções podem ter relação com os resultados encontrados, visto que a maioria
das populações avaliadas apresentou tamanho efetivo menor que o tamanho amostral. Restrições de
tamanhos efetivos populacionais podem acarretar o aumento dos índices de fixação devido a maior
probabilidade de ocorrerem cruzamentos entre aparentados e aumento das chances de perda de alelos
por deriva genética (Ellstrand & Elam 1993, Young et al. 1996, Lienert 2004), acarretando, portanto, a
redução do potencial adaptativo e o aumento do risco de extinção local (Lienert 2004).

As populações em áreas fora de UC (12) apresentaram 16 alelos em média e um total de 19;


nenhum alelo mostrou-se exclusivo. No caso das populações em UC (7), a média de alelos por população
foi de 17 e o número total de alelos foi de 23, sendo quatro exclusivos a esse grupo (Tabela 4.32). As
heterozigosidades entre populações dentro e fora de UC foram bastante semelhantes. O médio não
diferiu estatisticamente entre os grupos, assim como a divergência genética ( ). Esse último índice, no
entanto, apresentou valores quase duas vezes maiores nas populações em UC, evidenciando que as UC
estudadas contêm grande parte da diversidade genética encontrada em todas as populações estudadas.
Tabela 4.32. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Ocotea catharinensis agrupadas pela
ocorrência em áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.32. Genetic diversity indices of reproductive populations of Ocotea catharinensis inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.

Local AT AM AE
UC (7) 23 17 4 0,183 0,159 0,199[0,088-0,310] 0,134[0,049-0,219] 0,095[0,055-0,134]
FUC (12) 19 16 0 0,181 0,153 0,192[0,087-0,297] 0,152[0,052-0,241] 0,055[0,032-0,082]
AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional. () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

As sete UC avaliadas continham todos os alelos amostrados (23) no conjunto de populações


estudadas; ademais, as populações em UC apresentaram quatro alelos exclusivos, ou seja, não

212
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

amostrados nas áreas fora de UC (Tabela 4.32). As heterozigosidades observadas e esperadas foram
semelhantes entre áreas dentro e fora de UC, bem como as estimativas de , e . Esses resultados
ilustram o potencial das UC na conservação da diversidade genética da espécie.

As análises8 visando caracterizar relações entre a variação dos índices de diversidade de O.


catharinensis e as características de paisagem foram conduzidas utilizando cinco métricas9 de paisagem
(área, perímetro, razão perímetro/área, índice de proximidade e distância ao vizinho mais próximo). As
métricas de paisagem explicaram 21% da variação dos índices de diversidade genética estimados para
as populações de reprodutivos (R²aj. = 0,21), entretanto, o modelo de RDA não mostrou-se significativo
de acordo com o teste F global (p = 0,21). Esses resultados sugerem que as características de
paisagem estudadas não explicam de forma consistente a variação na diversidade genética encontrada
nas populações de indivíduos reprodutivos. Resultado semelhante foi observado para os indivíduos
regenerantes: 0% da variação da diversidade genética foi explicada pelas métricas de paisagem (R²aj. =
0), e o modelo de RDA não mostrou-se significativo de acordo com o teste F global (p = 0,62).

Em síntese, as métricas de paisagem consideradas não explicaram a variação dos índices de


diversidade estimados para as populações de indivíduos reprodutivos e regenerantes de O. catharinensis.

Síntese e recomendações

Os índices de diversidade genética e as métricas de paisagem avaliadas apresentaram relações


fracas e não significativas. Sugere-se, portanto, que todo e qualquer fragmento florestal deve ser
considerado importante para a conservação da diversidade genética de O. catharinensis, especialmente
porque foram amostrados níveis consideráveis de diversidade em todos os tipos de fragmentos estudados.

Os eventos de redução da densidade de populações – constatados através da comparação entre as


densidades reportadas em estudos locais realizados há décadas e as densidades estimadas pelo IFFSC –
podem influenciar diretamente a manutenção dos índices de fixação de reprodutivos para regenerantes.
Portanto, ações que promovam a conectividade e o aumento do tamanho efetivo de populações podem
ser relevantes para a manutenção da diversidade genética de O. catharinensis, bem como a mitigação
de atividades antrópicas dentro dos fragmentos florestais.
Os mecanismos de polinização e dispersão de frutos/sementes de O. catharinensis precisam ser
mais estudados, uma vez que regem a distribuição dos genótipos no espaço geográfico e podem auxiliar
no esclarecimento da seguinte questão: Por que uma espécie considerada predominantemente alógama
apresenta altos índices de fixação nos regenerantes?

As UC estudadas retêm grande parte da diversidade genética estimada para todas as populações
estudadas e ainda portam alelos exclusivos não detectados em áreas fora de UC (Tabela 4.32). Entretanto,
o fato de haver diversidade genética retida em UC não garante a conservação da espécie, sobretudo
por conta das substanciais reduções das densidades populacionais e da tendência de manutenção dos
índices de fixação nos regenerantes.

Em síntese, visando a conservação e o aumento do número de populações e das suas densidades,


sugere-se o enriquecimento e adensamento de fragmentos da Floresta Ombrófila Densa. Considerando
o crescimento lento da espécie, fato que limita seu emprego em plantios comerciais, esforços devem

8
RDA, ver metodologia no Capítulo 2.
9
Três métricas não foram consideradas porque apresentaram fraca relação com a variável resposta.

213
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

ser concentrados em plantios em áreas de preservação permanente e/ou reservas legais, incluindo UC
públicas ou privadas. Para tanto, visando abranger a variabilidade genética existente na região do
plantio, devem ser observados os parâmetros genéticos necessários para a coleta de sementes.

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer


Introdução

Ocotea odorifera (Lauraceae), a canela-sassafrás, é endêmica do Brasil e possui ampla


distribuição no país, desde o Sul até parte do Nordeste (Bahia); ocorre no Cerrado, Floresta
Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional
Semidecidual (Carvalho 2003, Flora do Brasil 2020 2017). Em Santa Catarina, ocorre em todas
as regiões fitoecológicas, embora no Alto Vale do Itajaí (Floresta Ombrófila Densa) constituía, por
vezes, um terço do volume de madeira da floresta (Reitz et al. 1979). Alguns estudos específicos
sobre a espécie foram conduzidos levando em consideração indivíduos adultos (e.g., Neto et al.
2009) e a regeneração natural (e.g., Cetnarski Filho & Nogueira 2004, Dalmaso et al. 2013).

A espécie é de grande porte e alcança 15 até 25 m de altura e 50 a 70 cm de diâmetro (Reitz et al.


1979, Brotto et al. 2013). Possui, geralmente, tronco tortuoso e casca cinza-escura; o odor característico
da madeira, da casca e das folhas, facilitam a identificação da espécie em campo (Reitz et al. 1979,
Brotto et al. 2013). As folhas subverticiladas para o ápice dos ramos são a principal característica da
espécie (Brotto et al. 2013). Possui flores bissexuadas, polinizadas por abelhas e pequenos insetos,
como os sirfídeos; os frutos e sementes são dispersos por aves e mamíferos (e.g., macacos e roedores)
(Carvalho 2003). Em Santa Catarina, a floração acontece de dezembro a fevereiro e a frutificação de
junho a setembro (Reitz et al. 1979, Carvalho 2003). Ela é classificada como secundária tardia ou
climácica tolerante à sombra (Kageyama et al. 2001, Carvalho 2003).

A densidade da madeira de O. odorifera varia de 0,70 a 0,80 g.cm-3 a 15% de umidade; a


madeira apresenta boa trabalhabilidade e alta durabilidade na água, entretanto, possui baixa resistência
a xilófagos quando sob condições propícias ao apodrecimento (Carvalho 2003); de acordo com Reitz
et al. (1979), é resistente a umidade e xilófagos. O cerne tem, geralmente, coloração parda, entretanto,
pode assumir cor quase negra – o chamado “sassafrás-preto” (Reitz et al. 1979). A madeira é indicada
para construção civil, marcenaria, folhas faqueadas, embarcações, extração de óleo essencial rico em
safrol, dentre outros usos; fornece lenha de qualidade razoável (Reitz et al. 1979, Carvalho 2003). É
interessante ressaltar que o safrol só é encontrado no óleo extraído de indivíduos crescendo na Região
Sul e no sul de Minas Gerais (Carvalho 2003).

A madeira da canela-sassafrás foi muito empregada na indústria moveleira, naval e construção


civil (Reitz et al. 1979). Grandes volumes de madeira da espécie foram extraídos das florestas
catarinenses – principalmente do Alto Vale do Itajaí – para a extração de um óleo essencial rico em
safrol, matéria-prima para a perfumaria, medicamentos, defensivos agrícolas, dentre outros produtos
(Oltramari et al. 2002, Carvalho 2003). Santa Catarina foi, durante aproximadamente 40 anos, o maior
exportador de óleo essencial de canela-sassafrás do Brasil, tendo como principal consumidor os Estados
Unidos da América (Oltramari et al. 2002). Registros históricos datam meados de 1940 como o início
da extração do óleo em nível industrial, na localidade Ribeirão do Tigre, município de Rio do Sul
(SC) (Oltramari et al. 2002). Fatores como a queda do preço do óleo essencial de canela-sassafrás no

214
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

mercado internacional, a competição com um óleo essencial rico em safrol produzido na China, e a
intensa exploração de O. odorifera, levaram à redução do volume de biomassa explorado no Brasil na
década de 1990 (Bizzo et al. 2009). Não obstante, estima-se que tenham sido colhidos cerca de 926.424
m³ de madeira de canela-sassafrás entre os anos 1942 e 1987, e que o volume médio de madeira
extraído entre os anos 1982 e 1989 foi de quase 18 m³.ha-1 (Oltramari et al. 2002).
Desde 1992, a espécie é considerada ameaçada de extinção (IBAMA 1992); atualmente, ela é
categorizada como “Em Perigo” na lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA 2014) e também na
mesma categoria pelo CNCFlora (2016). Na lista catarinense de espécies ameaçadas, O. odorifera não
está elencada. Apesar de ter sido intensamente explorada no primeiro e no segundo planalto do Paraná,
a espécie é classificada como “Pouco Preocupante” nesse estado (Brotto et al. 2013).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, O. odorifera foi encontrada em
89 (21%), somando 34,8 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 31
das UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 58 como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de O.
odorifera foi de 374, sendo que 39 apresentavam dois a cinco fustes (Tabela 4.33).
Tabela 4.33. Estimativas de variáveis dendrométricas de Ocotea odorifera considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.33. Estimates of dendrometric variables of Ocotea odorifera per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* 0,6 (0,1%) 3,9 (0,6%) 1 (0,2%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* 0,6 (0,1%) 4,5 (0,7%) 1,1 (0,2%)
DAP médio (cm)** 19,6 (10,8 - 53,5) 19 (10,2 - 61,8) 26 (10,2 - 115,2)
Altura total média (m)** 10,9 (5 - 18) 10,9 (3 - 21) 10,8 (5 - 22,5)
Área basal média (m².ha-1)* 0,02 (0,1%) 0,2 (0,7%) 0,1 (0,4%)
Posição no ranking de valor de importância**** 106 37 66
Nº de UA de ocorrência*** 5 (6,4%) 69 (35%) 15 (10,5%)
N° médio de regenerantes por UA* 7 (0,2%) 171 (0,3%) 2 (0,03%)
Nº de UA com regeneração 2 57 1
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

215
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Figura 4.20. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Ocotea odorifera em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.20. Occurrence and population size of Ocotea odorifera in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de O. odorifera, considerando apenas as UA com ocorrência


da espécie, foi de quatro, com valores variando entre um (28 UA) e 36 indivíduos (uma UA) (Figura
4.20). O DAP variou entre 10 e 115 cm, com média de 20 cm. A estimativa da densidade absoluta nas
UA com ocorrência da espécie resultou em 11 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 0,5 m2.ha-1. A
maior concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura
4.21). Juntas, as duas primeiras classes de altura, ou seja, até 15 m, somaram 85% dos indivíduos
medidos, valores similares aos reportados por Neto et al. (2009). As classes de diâmetro entre 10 e 30
cm concentraram quase 60% dos indivíduos. 

Figura 4.21. Distribuição dos indivíduos de Ocotea odorifera em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.21. Distribution of Ocotea odorifera trees in diameter (a) and height (b) classes.

216
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Os municípios com maior abundância da espécie foram Mirim Doce (36 ind. em uma UA) e
Apiúna (31 ind. em duas UA). As UA nesses municípios estavam situadas entre 600 e 900 m de altitude.
A vegetação de todas essas UA encontrava-se em estágio avançado de sucessão e em bom estado de
conservação, com apenas uma atividade antrópica observada (Tabela 4.34).
Tabela 4.34. Atividades antrópicas no interior das 89 UA com ocorrência de Ocotea odorifera.
Table 4.34. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Ocotea odorifera.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 6 6,7
Corte raso 18 19,1
Corte seletivo 65 73
Cultivo de erva-mate 2 2,2
Espécies exóticas 5 5,6
Estradas 32 36,0
Extração de palmito 8 9,0
Fogueira 1 1,1
Pastejo 27 30,3
Roçada 7 7,9
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

Com relação às análises da diversidade genética de O. odorifera, avançou-se na investigação das


associações entre a paisagem e a diversidade genética das populações. Entretanto, nenhuma associação
significativa foi observada entre as métricas de paisagem e os índices de diversidade. Há evidências,
portanto, que a conformação dos fragmentos não influencia a variação dos índices de diversidade
estimados para as populações estudadas.

Entretanto, os valores dos índices de diversidade, bem como dos índices de fixação ( ) estimados
para nove populações da espécie, foram intermediários, assim como a divergência genética entre as
populações (Reis et al. 2012). Os resultados mostram que as populações da espécie encontram-se em
situação de fragilidade, sobretudo por conta dos índices de fixação estimados.

Síntese e recomendações

Com base nos índices de fixação e divergência populacional estimados para O. odorifera, as
medidas de conservação da espécie devem privilegiar a manutenção de vários fragmentos, além do
aumento das suas áreas e da conectividade entre os mesmos. A inclusão da espécie em programas
de restauração de áreas degradadas, aproveitando sua capacidade de regeneração natural (Reitz et

217
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

al. 1979), é uma alternativa para aumentar suas populações; ações nesse sentido devem alinhar-se
às características ecológicas e silviculturais da espécie. Plantios de enriquecimento e adensamento
de florestas secundárias já eram mencionados por Reitz et al. (1979), visto que, de acordo com esses
autores, tentativas de plantio da espécie em campo aberto não foram bem sucedidas. Esses esforços
deveriam ser voltados também para o aumento da conectividade entre fragmentos florestais.

Ademais, a proteção à fauna é indispensável – especialmente no contexto de redução e


fragmentação das florestas catarinenses –, pois ela é promotora do fluxo gênico da espécie, assim como
de outras espécies do gênero Ocotea.

Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso

Introdução

Ocotea porosa (Lauraceae), a imbuia, ocorre no Sul e no Sudeste do Brasil, e em algumas regiões
do Paraguai (Sobral et al. 2013, Flora do Brasil 2020 2017). Em Santa Catarina, é reconhecida pela Lei
Estadual n° 4.984 de 07/12/1983 como a espécie arbórea símbolo do estado. É uma das espécies mais
comuns na Floresta Ombrófila Mista do planalto norte catarinense, mas pode ocorrer eventualmente
em áreas de maior altitude da Floresta Ombrófila Densa (Reitz et al. 1979, Maçaneiro et al. 2016). No
Paraná, ocorre em diversos tipos florestais, entre 620 e 1.650 m de altitude (Brotto et al. 2013). Estudos
populacionais da espécie a citam como a mais abundante na Floresta Ombrófila Mista do planalto norte
catarinense (e.g, Caldato et al. 1999), comumente associada à araucária (Klein 1960). De acordo com
Reitz et al. (1979), seria possível encontrar entre seis a 20 imbuias adultas por hectare; Klein (1960)
relatou a presença de densas florestas de araucárias e imbuias no planalto norte catarinense, nas quais 70
a 90% do dossel era composto por O. porosa. Não obstante, o autor salientou que alterações na estrutura
da vegetação já eram perceptíveis devido à exploração madeireira. No município de Caçador, Negrelle
& Silva (1992) encontraram O. porosa como a segunda espécie mais importante da comunidade, com
25 ind.ha-1. Na mesma área, outro estudo registrou 39,5 ind.ha-1 (Caldato et al. 1999).
Assim como as demais canelas citadas neste capítulo, a imbuia é uma árvore de grande porte
que pode chegar a 20 m de altura e 50 a 150 cm de diâmetro à altura do peito, ou até ~320 cm (Reitz et
al. 1979). Ao contrário de outros representantes da família Lauraceae, é fácil reconhecê-la em campo,
pois além de possuir odor característico, o tronco geralmente grosso e tortuoso é provido de grandes
excrescências globosas, chamadas “papos” da imbuia (Reitz et al. 1979, Brotto et al. 2013). Além disso,
assim como O. catharinensis, O. porosa apresenta domácias nas axilas basais das folhas, contudo,
diferentemente da canela-preta, são cobertas por tricomas ferrugíneos (Brotto et a. 2013).

A espécie possui flores bissexuadas, polinizadas especialmente por abelhas (Carvalho 2003).
No estado catarinense, a floração acontece de outubro a dezembro (Reitz et al. 1979). Os frutos e
sementes são dispersos por aves e mamíferos (Carvalho 2003). A espécie pode apresentar abundante
regeneração natural no interior da floresta, resultado da intensa frutificação e da baixa exigência de luz
para seu desenvolvimento; as novas plantas desenvolvem-se satisfatoriamente, porém lentamente em
ambientes pouco iluminados; entretanto, poucos são os indivíduos que sobrevivem (Inoue et al. 1984).
Ela foi classificada por Reis (1993) como espécie climácica.

218
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

A densidade da madeira de O. porosa varia de 0,60 a 0,70 g.cm-3 a 15% de umidade; a madeira
apresenta boa maleabilidade e trabalhabilidade, e boa resistência a umidade e xilófagos (Reitz et al.
1979, Carvalho 2003). Madeira muito apreciada e procurada, indicada para construção civil (áreas
internas e externas), movelaria rústica e de luxo, painéis, instrumentos musicais, dormentes, dentre
muitos outros usos; fornece lenha de boa qualidade (Reitz et al. 1979, Inoue et al. 1984, Carvalho 2003).

Juntamente com A. angustifolia, O. porosa foi a espécie de destaque durante o período de


exploração madeireira em Santa Catarina, o qual durou aproximadamente 150 anos (Reis et al. 2007).
Devido à intensa pressão sobre a espécie, desde 1992 está incluída na lista de espécies ameaçadas do
Brasil (IBAMA 1992); atualmente, é categorizada como “Em Perigo” na lista nacional (MMA 2014)
e pelo CNCFlora (2016), como “Criticamente Em Perigo” na lista catarinense (CONSEMA 2014) e
como “Pouco Preocupante” na lista paranaense (Brotto et al. 2013).

Panorama da população em Santa Catarina

Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, O. porosa foi encontrada em 62
(15%), somando 24,7 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 30 das
UA avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 32 como
floresta secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de O.
porosa foi de 572, sendo que 108 apresentavam de dois a dez fustes (Tabela 4.35).
Tabela 4.35. Estimativas de variáveis dendrométricas de Ocotea porosa considerando todas as UA instaladas nas respectivas
regiões fitoecológicas.
Table 4.35. Estimates of dendrometric variables of Ocotea porosa per phytoecological region, considering all sample plots
measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - 0,7 (0,1%) 9,1 (1,6%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* - 0,9 (0,1%) 12,5 (2%)
DAP médio (cm)** - 20,4 (10,2 - 51,6) 25,8 (10 - 169,3)
Altura total média (m)** - 10,9 (6 - 21) 11,8 (3 - 25)
Área basal média (m².ha-1)* - 0,04 (0,2%) 1 (4%)
Posição no ranking de valor de importância**** - 175 6
Nº de UA de ocorrência*** - 14 (7,1%) 48 (33,6%)
N° médio de regenerantes por UA* - 6 (0,01%) 5 (0,1%)
Nº de UA com regeneração - 2 5
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

219
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Figura 4.22. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Ocotea porosa em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.22. Occurrence and population size of Ocotea porosa in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de O. porosa, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de nove, com valores variando entre um (10 UA) e 58 indivíduos (uma UA) (Figura 4.22).
O DAP variou entre 10 e 169 cm, com média de 25 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 23 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 2,3 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura. Juntas, as classes
que correspondem às alturas entre 5 e 15 m somaram 66% dos indivíduos medidos. Já os intervalos de
diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram quase 70% dos indivíduos.

Figura 4.23. Distribuição dos indivíduos de Ocotea porosa em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.23. Distribution of Ocotea porosa trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram Itaiópolis (113 ind. em quatro UA)
e Mafra (90 ind. em quatro UA). As UA nesses municípios estavam situadas entre 700 e 1.000 m de
altitude, ambiente preferencial da espécie. A vegetação da maior parte dessas UA encontrava-se em
estágio avançado de sucessão e em bom estado de conservação, com no máximo cinco atividades
antrópicas observadas (Tabela 4.36).

220
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Tabela 4.36. Atividades antrópicas no interior das 62 UA com ocorrência de Ocotea porosa.
Table 4.36. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Ocotea porosa.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 5 8,1
Corte raso 11 17,7
Corte seletivo 43 69,4
Cultivo de erva-mate 10 16,1
Espécies exóticas 3 4,8
Estradas 26 41,9
Fogueira 2 3,2
Pastejo 36 58,1
Roçada 10 16,1
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. * Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

A análise das populações dentro e fora de UC permitiu identificar 14 alelos exclusivos das
populações em áreas fora de UC; esse valor representa 27% do número total de alelos encontrados. No
entanto, mesmo que considerável porção da diversidade genética da espécie não tenha sido observada
nas populações em UC, esse resultado pode ser superestimado, visto que foram amostradas mais
populações em áreas fora de UC do que em UC (Tabela 4.37). Mesmo assim, a presença de alelos
exclusivos pode ser um forte indicativo do isolamento das populações (Bittencourt 2012). A detecção
desses alelos em populações nativas é uma descoberta importante para a conservação e seleção de
áreas prioritárias para conservação, pois eles serão mais facilmente perdidos caso as florestas sejam
perturbadas, ou até mesmo pelo efeito da deriva genética (Ruiz et al. 2007).

O alto índice de fixação ( ) estimado para as populações de O. porosa em áreas fora de UC


(Tabela 4.37) pode ser reflexo dos eventos históricos e atuais de exploração das florestas, visto que
em pelo menos 70% das UA com ocorrência da espécie foi constatado corte seletivo (Tabela 4.36). A
intensa exploração da espécie, assim como a substituição das florestas por outros usos do solo, foram
agentes redutores dos tamanhos populacionais e do aumento do isolamento geográfico das populações,
intensificando os efeitos da deriva genética e da endogamia no sentido da perda de diversidade genética
(Bittencourt 2012).

221
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Tabela 4.37. Índices de diversidade genética para populações reprodutivas de Ocotea porosa agrupadas pela ocorrência em
áreas fora (FUC) ou dentro de Unidades de Conservação (UC).
Table 4.37. Genetic diversity indices of reproductive populations of Ocotea porosa inside (UC) and outside (FUC)
Conservation Units.

Local AT AM AE
UC (2) 37 31 0 0,283 0,298 0,320[0,207/0,425] -0,060[-0,382/0,235] 0,240[0,087/0,376]
FUC (11) 51 34 14 0,269 0,297 0,325[0,219/0,425] 0,243[0,103/0,406] 0,180[0,129/0,251]
AT = número total de alelos; AM = número médio de alelos; AE = alelos exclusivos; = heterozigosidade esperada;
= heterozigosidade observada; = heterozigosidade total; = índice de fixação; = divergência interpopulacional. () =
número de populações do agrupamento; [] = intervalo de confiança 95%.
AT = number of alleles; AM = mean number of alleles; AE = exclusive alleles; = expected heterozygosity; = observed
heterozygosity; = total heterozygosity; = fixation index; = interpopulation divergence; () = number of populations;
[] = 95% confidence interval.

A análise de associação entre os índices de diversidade genética e as características da paisagem


revelou relações relevantes no primeiro eixo da PCA (Tabela 4.38). De maneira geral, houve uma
tendência de fragmentos com menores áreas e maiores relações perímetro/área apresentarem menores
níveis de diversidade genética ( ) e heterozigosidade observada ( ), e maiores índices de fixação ( ).
Tabela 4.38. Proporção explicada (%) e correlação das variáveis com o primeiro eixo da Análise de Componentes Principais
para métricas de paisagem e índices de diversidade genética de Ocotea porosa.
Table 4.38. Percentage of explained variance (%) and correlation between the variables and the first axis of the Principal
Component Analysis considering landscape metrics and genetic diversity indexes for Ocotea porosa.

Variável Componente principal 1 = 31%


Área -0,76
Paratio 0,73
-0,52
-0,87
0,70
Área = área do fragmento; Paratio = razão perímetro/área; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada;
= índice de fixação.
Área = fragment area; Paratio = perimeter/area ratio; = expected heterozygosity; = observed heterozygosity; =
fixation index.

Síntese e recomendações
Ainda não avançou-se nas análise de diferentes classes de idade da espécie, como, por exemplo,
a avaliação de regenerantes. Uma vez que a espécie é longeva, os indivíduos adultos avaliados podem
representar grande parte da diversidade genética que havia no passado. Devido à intensa exploração da
espécie, a avaliação de outras classes etárias traria resultados mais relevantes acerca da real situação
das populações de O. porosa, de maneira que permitiria entender como a variação genética distribui-se
nas diferentes classes, principalmente na classe regenerante, a qual representa as futuras gerações da
espécie.
Apesar da O. porosa apresentar uma expressiva variabilidade genética, índices de fixação
significativos foram encontrados. Além disso, grande parte da variabilidade genética está contida em
populações fora de UC. Esse fato é de certa forma preocupante caso medidas em prol da conservação
dessas áreas não sejam tomadas. Sugere-se a ampliação de UC, incentivos à conservação e programas
de educação de proprietários rurais, já que a manutenção de uma relevante porção da variabilidade

222
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

genética da espécie depende do conhecimento da causa e da observância das leis que regulamentam o
corte.
Os níveis de diversidade encontrados nas populações da espécie em Santa Catarina apontam
o grande potencial de conservação in situ, uma vez que as populações possuem diversidade genética
potencial para manter populações ao longo do tempo. No entanto, as altas divergências genéticas
encontradas entre as populações sugerem uma falta de conectividade histórica entre elas; nesse sentido,
a criação de corredores de fluxo gênico favoreceria a conservação dessa e de várias outras espécies.
Os resultados da análise de paisagem reforçam que é fundamental e prioritária a manutenção de
grandes fragmentos. No entanto, a intensa fragmentação da Floresta Ombrófila Mista e os altos níveis
de diversidade genética encontrados em todas as populações genotipadas sugerem que fragmentos de
menor área também são importantes para a conservação, especialmente porque o fluxo gênico é efetuado
com participação efetiva da fauna, a qual também merece atenção em relação à sua conservação.

Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl.


Introdução
Podocarpus lambertii (Podocarpaceae), o pinho-bravo, é uma gimnosperma da família
Podocarpaceae, a qual atualmente apresenta 19 gêneros e 194 espécies (Farjon & Page 1999, Farjon &
Filer 2013). As espécies do gênero Podocarpus ocorrem em altitudes entre 800 a 3.100 m (Lamprecht
1990) e suas populações podem ser restritas a refúgios, como ambientes elevados em cadeias de
montanhas (Ledru et al. 2007). No território brasileiro, são encontradas quatro espécies endêmicas
do gênero: P. lambertii, P. sellowii, P. brasiliensis e P. barretoi (Ledru et al. 2007, Souza 2013). P.
lambertii ocorre na Bahia e em toda a Região Sudeste e Sul, na Caatinga, Cerrado, Floresta Atlântica e
no Pampa (Oliveira & Rotta 1982, Silva & Marconi 1990, Ziller 1993, Stannard 1995, Flora do Brasil
2020 2017).
A Floresta Ombrófila Mista catarinense contém o maior número de populações de P. lambertii,
que por vezes associa-se à A. angustifolia, mas pode constituir, eventualmente, formações puras com alta
densidade de indivíduos (Mattos 1979, Inoue et al. 1984, Longhi et al. 1992, Longhi et al. 2009b). Inoue
et al. (1984) classificam a espécie como pioneira, capaz de formar pequenos capões puros em meio aos
campos. Galvão (1986) a define como heliófita na fase juvenil, podendo suportar plantios a céu aberto.
Longhi et al. (2006) sugerem que a espécie prefere solos pouco pedregosos, pouco inclinados, úmidos
e com alta densidade de indivíduos de sub-bosque. Para Reitz et al. (1983), a espécie desenvolve-se
tanto em solos férteis quanto em solos pobres, rasos e rochosos, e poderia, portanto, ser utilizada em
plantios nas margens de reservatórios de hidrelétricas. Segundo Bernardi (2015), a espécie apresenta
alta taxa de sobrevivência nos dois primeiros anos de vida: cerca de 95,7% na classe ‘plântulas’ (até
0,5 m de altura) e 99% na classe ‘jovens’ (0,5 a 1,5 m de altura). O mesmo autor destaca a capacidade
de regeneração natural da espécie e a formação de banco de sementes como estratégias de manutenção
populacional.
Em geral, a espécie apresenta porte médio, mas pode alcançar 27 m de altura e 1,2 m de diâmetro
(Carvalho 2004). Outros autores relatam valores menores: entre 14 e 15 m de altura e até 1 m de diâmetro
(Mattos 1979, Lorenzi 1992). É uma espécie dióica, com estróbilo feminino solitário sustentado por
um pedúnculo de 5 a 15 mm, chamado epimácio, o qual assume cor roxa quando maduro; o embrião
é do tipo linear e cotiledonar (Garcia et al. 2006). Os principais vetores de polinização são as abelhas,
seguidos de pequenos insetos (Carvalho 2004). Segundo o último autor, os epimácios (pseudo-frutos)

223
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

amadurecem em janeiro em Santa Catarina, de dezembro a fevereiro no Paraná, e de janeiro a março


no Rio Grande do Sul. A dispersão das sementes é zoocórica, principalmente ornitocórica (Kuniyoshi
1983).
A densidade da madeira de P. lambertii varia de 0,43 a 0,54 g.cm-3 a 12 até 15% de umidade;
a madeira apresenta boa trabalhabilidade e baixa resistência à umidade e a xilófagos (Carvalho 2004).
É indicada para construção civil (áreas internas), carpintaria, lápis, palitos de fósforos, embalagens,
painéis, instrumentos musicais, dentre outros usos; fornece lenha de qualidade razoável e é apta para a
produção de papel e celulose (Lorenzi 1992, Carvalho 2004). Segundo Maixner & Ferreira (1976), as
características físico-mecânicas da madeira de P. lambertti podem ser melhores que as do Pinus elliottii
Engelm. e, por vezes, superiores às da A. angustifolia. De fato, Longhi et al. (1992) afirmam que a
madeira do pinho-bravo é de boa qualidade e é apreciada pelos madeireiros.
Além da exploração madeireira, a expansão da agricultura e a implantação de monoculturas
florestais (Pinus spp. e Eucalyptus spp.) também foram responsáveis pela redução das densidades
populacionais da espécie. Atualmente, P. lambertti está classificada como “Quase Ameaçada” na
Lista Vermelha da IUCN (Farjon 2013), como “Em Perigo” na lista de espécie ameaçadas catarinense
(CONSEMA 2014) e como “Pouco Preocupante” pelo CNCFlora (2016).

Panorama da população em Santa Catarina


Das 421 Unidades Amostrais (UA) inventariadas pelo IFFSC, P. lambertii foi encontrada em 30
(7%), somando 12 ha mensurados. De acordo com as observações de campo, a vegetação de 11 das UA
avaliadas foi classificada como floresta secundária em estágio médio de sucessão e de 19 como floresta
secundária em estágio avançado de sucessão. O número total de indivíduos amostrados de P. lambertii
foi de 421, sendo que 62 apresentaram de dois a seis fustes (Tabela 4.39).

Tabela 4.39. Estimativas de variáveis dendrométricas de Podocarpus lambertii considerando todas as UA instaladas nas
respectivas regiões fitoecológicas.
Table 4.39. Estimates of dendrometric variables of Podocarpus lambertii per phytoecological region, considering all sample
plots measured in the respective region.
FED FOD FOM
Informações quantitativas
(n = 78) (n = 197) (n = 143)
N° médio de indivíduos (ind.ha-1)* - 0,3 (0,04%) 7,1 (1,3%)
N° médio de fustes (fustes.ha-1)* - 0,3 (0,04%) 8,7 (1,4%)
DAP médio (cm)** - 19,6 (10,2 - 46,5) 19,1 (10 - 77,3)
Altura total média (m)** - 10 (3,5 - 16) 7,7 (2,5 - 19)
Área basal média (m².ha-1)* - 0,01 (0,04%) 0,3 (1,3%)
Posição no ranking de valor de importância**** - 308 28
Nº de UA de ocorrência*** - 5 (2,5%) 25 (17,5%)
N° médio de regenerantes por UA* - 2 (0,004%) 10 (0,2%)
Nº de UA com regeneração - 2 7
Valores entre parênteses expressam o *percentual calculado sobre o total de indivíduos/fustes/área basal/regenerantes do
conjunto de UA instaladas pelo IFFSC na região fitoecológica correspondente; **amplitude de diâmetro/altura da espécie;
***percentual calculado sobre o total de UA; ****Valor de importância determinado conforme Mueller-Dombois &
Ellenberg (1974).
Values in brackets are *percentages of the count or sum of trees/stems/basal area/saplings measured in the respective
phytoecological region; diameter/height ranges; ***percentage of the total number of sample plots; ****Importance value
determined as per Mueller-Dombois & Ellenberg (1974).

224
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

Figura 4.24. Mapa de ocorrência e tamanho populacional de Podocarpus lambertii em Santa Catarina, Brasil.
Figure 4.24. Occurrence and population size of Podocarpus lambertii in Santa Catarina, Brazil.

O número médio de indivíduos de P. lambertii, considerando apenas as UA com ocorrência da


espécie, foi de 14, com valores variando entre um (seis UA) e 71 indivíduos (uma UA) (Figura 4.24).
O DAP variou entre 10 e 77 cm, com média de 19 cm. A estimativa da densidade absoluta nas UA
com ocorrência da espécie resultou em 35 ind.ha-1 e da dominância absoluta em 1,5 m2.ha-1. A maior
concentração de indivíduos foi encontrada nas primeiras classes de diâmetro e altura (Figura 4.25).
Juntas, as duas primeiras classes de altura, ou seja, até 10 m, somaram 70% dos indivíduos medidos. Já
os intervalos de diâmetro entre 10 e 30 cm concentraram 88% dos indivíduos.

Figura 4.25. Distribuição dos indivíduos de Podocarpus lambertii em classes de diâmetro (a) e altura (b).
Figure 4.25. Distribution of Podocarpus lambertii trees in diameter (a) and height (b) classes.

Os municípios com maior abundância da espécie foram São Joaquim (177 ind. em seis UA)
e Painel (59 ind. em uma UA). As UA nesses municípios estavam situadas, em grande parte, acima
de 1.000 m de altitude. A vegetação da maior parte dessas UA encontrava-se em estágio avançado de
225
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

sucessão e em bom estado de conservação, com no máximo cinco atividades antrópicas observadas
(Tabela 4.40).
Tabela 4.40. Atividades antrópicas no interior das UA com ocorrência de Podocarpus lambertii.
Table 4.40. Anthropic activities inside the sample plots with occurrence of Podocarpus lambertii.

Atividade antrópica Número de UA* %**


Caça 3 10,0
Corte raso 8 26,7
Corte seletivo 22 73,3
Cultivo de erva-mate 1 3,3
Espécies exóticas 1 3,3
Estradas 8 26,7
Fogueira 2 6,7
Pastejo 19 63,3
Roçada 11 36,7
* Número de UA com ocorrência da respectiva atividade antrópica. ** Porcentagem do total de UA com ocorrência da
espécie.
* Number of sample plots with the presence of the respective anthropic activity. ** Percentage of the total number of sample
plots with occurrence of the species.

Genética

As 19 populações de P. lambertii amostradas apresentaram diversidade genética média baixa,


variando de = 0,116 (pop. 561 reg.) a = 0,039 (pop. 784 rep.) (Tabela 4.41). A média de diversidade
genética para as populações reprodutivas e regenerantes também se mostrou baixa ( = 0,074 e =
0,086, respectivamente). Apenas as populações regenerantes 561 e 1063, e a população reprodutiva
1063, apresentaram moderado.
O índice de fixação médio ( ) foi positivo e elevado para 11 das 13 populações de reprodutivos,
o que sugere um excesso de indivíduos homozigotos nas populações. Para os regenerantes, o médio
também foi positivo, entretanto, menor que o estimado para as populações reprodutivas. Apenas para
os regenerantes foi positivo e elevado nas populações 134 e 453, positivo e reduzido nas populações
561, 784 e 1063, e negativo na população 1010. Os altos valores de podem estar relacionados a um
histórico de cruzamentos entre aparentados ou a um possível “efeito fundador”, isso é, poucas árvores
maternas contribuíram na formação dessas populações.

As populações regenerantes apresentaram uma forte redução no médio em relação às


populações reprodutivas ( = 0,073 para regenerantes e = 0,344 para reprodutivos). Analisando as
populações individualmente, as reduções de foram claramente observadas nas populações 561, 1010
e 1063. Na população 453, também houve redução, apesar do valor de continuar elevado. Nessas
populações, o sistema reprodutivo da espécie e os polinizadores e dispersores foram mais efetivos na
manutenção da diversidade genética da espécie, pelo menos em duas ou três gerações. As populações
134 e 561, nas quais dos regenerantes foi superior aos reprodutivos, merecem maior atenção, pois
possivelmente os indivíduos reprodutivos não realizam cruzamentos ao acaso, logo, há risco de perda
de diversidade nas gerações futuras.

226
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

A divergência genética entre as populações reprodutivas foi de ~13% ( = 0,126), indicando


que as diferentes populações de P. lambertii em Santa Catarina não compartilham entre si 13% de seus
alelos, e que tal diversidade é mantida entre as mesmas. Para os regenerantes, a divergência genética
entre populações foi de ~7% ( = 0,068), valor inferior aos reprodutivos; não obstante, esse resultado
demonstra a importância de cada população avaliada.

As populações de pinho-bravo em Santa Catarina foram diminuídas devido ao desmatamento


para uso madeireiro e conversão de florestas em outros usos do solo. Tais ações resultaram em
populações com tamanhos efetivos ( ) menores que os tamanhos amostrais, fato que pode influenciar
negativamente os índices de diversidade genética, aumentar as possibilidades de cruzamentos entre
indivíduos aparentados, reduzir o potencial adaptativo da espécie e levar à perda de alelos por deriva
genética (Ellstrand & Elam 1993, Young et al. 1996, Lienert 2004).

Tabela 4.41. Índices de diversidade genética para as populações de Podocarpus lambertii.


Table 4.41. Genetic diversity indices of Podocarpus lambertii populations.

UA n alelos
134 rep. 50 42 23 72,7 2,09 2,50 0,054 0,044 0,200*
134 reg. 50 38 19 63,6 1,73 2,14 0,041 0,027 0,330*
208 rep. 50 38 22 54,5 2,09 3,00 0,056 0,038 0,32*
211 rep. 55 38 17 45,5 1,55 2,20 0,091 0,052 0,436*
297 rep. 53 31 19 45,5 1,73 2,60 0,063 0,016 0,743*
409 rep. 51 41 20 54,5 1,82 2,50 0,071 0,053 0,247*
453 rep. 52 37 20 63,6 1,82 2,29 0,097 0,059 0,388*
453 reg. 50 44 23 63,6 2,09 2,71 0,099 0,085 0,137*
561 rep. 70 67 21 45,5 1,91 2,80 0,096 0,091 0,052
561 reg. 32 31 23 72,7 2,09 2,50 0,116 0,111 0,043
619 rep. 56 38 20 54,5 1,82 2,33 0,092 0,050 0,457*
784 rep. 61 60 19 36,4 1,73 2,75 0,039 0,039 0,015
784 reg. 50 48 17 36,4 1,55 2,50 0,079 0,076 0,034
789 rep. 55 34 17 36,4 1,55 2,00 0,059 0,024 0,597*
1010 rep. 58 37 19 45,5 1,73 2,60 0,084 0,036 0,571*
1010 reg. 50 53 18 45,5 1,64 2,40 0,068 0,073 -0,063
1042 rep. 53 37 20 45,5 1,82 2,60 0,078 0,045 0,429*
1063 rep. 52 44 20 45,5 1,82 2,80 0,106 0,085 0,199*
1063 reg. 50 47 26 72,7 2,36 2,88 0,111 0,104 0,065
Média rep. 55 43 20 0,497 1,79 2,51 0,074 0,049 0,344
Média rep.ϯ 57 48 20 51,5 1,85 2,62 0,079 0,059 0,258
Média reg. 47 43 21 59,1 1,91 2,52 0,086 0,079 0,073

227
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

UA n alelos
Total rep. 716 - 30 63,6 2,73 3,14 0,083 0,049 0,412
Total reg. 282 - 31 72,7 2,82 3,13 0,089 0,077 0,129
UA = Unidade Amostral; rep. = reprodutivos; reg. = regenerantes; n = tamanho da amostra; alelos = número total de alelos
da amostra; = porcentagem de locos polimórficos; = número de alelos por loco; = número médio de alelos por loco
polimórfico; = heterozigosidade esperada; = heterozigosidade observada; = índice de fixação; = tamanho efetivo;
*p < 0,05; †média das populações reprodutivas com regenerantes genotipados.
UA = sample plot; rep. = reproductive; reg. = saplings; n = sample size; alelos = total number of alleles in the sample; =
percentage of polymorphic loci; = number of alleles per locus; = mean number of alleles per polymorphic locus;
= expected heterozygosity; = observed heterozygosity; = fixation index; = effective size; *p < 0.05; †means of the
populations with genotyped saplings.

As análises visando caracterizar relações entre a variação nos índices de diversidade genética
e características de paisagem foram conduzidas utilizando quatro métricas de paisagem (área, razão
perímetro/área, dimensão fractal e distância ao vizinho mais próximo). As métricas de paisagem
explicaram 77% da variação dos índices de diversidade genética estimados para as populações de
reprodutivos (R²aj. = 0,77); entretanto, o modelo de RDA não mostrou-se significativo de acordo com
o teste F global (p = 0,21). Esses resultados sugerem que as métricas de paisagem estudadas não
explicaram de forma consistente a variação dos índices de diversidade genética estimados para as
populações de indivíduos reprodutivos. Resultado semelhante foi observado para os indivíduos
regenerantes: 42% da variação da diversidade genética foi explicada pelas métricas de paisagem (R²aj.
= 0,42), embora o modelo de RDA não mostrou-se significativo de acordo com o teste F (p = 0,34).

Em síntese, as métricas de paisagem utilizadas não explicaram a variação nos índices de


diversidade estimados para as populações de P. lambertti estudadas, tanto de reprodutivos como de
regenerantes.

Síntese e recomendações

A redução das densidades populacionais de P. lambertii refletiu em tamanhos efetivos ( )


menores que os tamanhos amostrais, fato observado para todas as populações de indivíduos reprodutivos
e regenerantes. Populações pequenas podem influenciar diretamente os índices de diversidade genética
e aumentar as possibilidades de cruzamentos entre indivíduos aparentados.

Quando comparadas às outras espécies estudadas pelo IFFSC, as populações reprodutivas


e regenerantes de P. lambertii apresentaram os menores valores de , assim como positivos
e significativos. Tais resultados podem ser reflexos do cruzamento entre indivíduos aparentados
e do excesso de homozigotos nas populações, evidenciando, novamente, a questão das densidades
populacionais reduzidas. Apesar disso, a redução do médio de reprodutivos para regenerantes sugere
que a espécie apresenta mecanismos de polinização e dispersão capazes de reduzir tais efeitos em
gerações futuras.

Nesse sentido, é evidente que ações promotoras da conectividade e do aumento dos


tamanhos efetivos são necessárias para a manutenção e promoção da diversidade genética das
populações. Ademais, a divergência genética observada entre os reprodutivos ( = 0,126) e os
regenerantes ( = 0,068) salienta a importância da conservação in situ das populações estudadas,
já que muitos alelos ocorreram com baixa frequência e são exclusivos em certas populações. A
criação de Unidades de Conservação que podem manter populações de P. lambertii é relevante

228
4 | Situação atual e recomendações para conservação de 13 espécies de alto
valor para uso e conservação no estado de Santa Catarina

para a manutenção da espécie, principalmente visando ligar áreas de floresta com campos
(nativos). A capacidade de regeneração natural da espécie, principalmente em ambientes abertos
e relativamente úmidos, como, por exemplo, as bordas de capões, pode facilitar a manutenção de
populações e garantir a diversidade genética com o passar das gerações.
Os resultados aqui apresentados tornam viável a coleta de sementes para produção de mudas
a partir de materiais genéticos variados; para isso, sugere-se (i) coletar sementes do maior número
possível de árvores matrizes em uma população e (ii) coletar sementes em diversas populações.
Apesar dos índices de diversidade genética e as métricas de paisagem avaliadas não terem
apresentado relações significativas, a conservação de populações em qualquer tipo de fragmento – e em
todos os ambientes que a espécie ocorre – é fundamental, principalmente porque são essas populações
que detêm a diversidade genética da espécie.

Considerações finais e perspectivas para as 13 espécies

Os resultados apresentados e discutidos no presente capítulo provêm de uma amostragem que


começou em 2001 e se estendeu até 2015, contemplando a diversidade genética de 13 espécies em mais
de 150 fragmentos florestais situados nas mais diversas paisagens do estado catarinense. As descobertas
aqui sintetizadas apresentam consistência e robustez não encontradas em outras partes do país, nem
mesmo em outras partes do mundo, considerando a escala espacial abrangida.
A integração dos dados provenientes das Unidades Amostrais do IFFSC com as informações
acerca da diversidade genética das 13 espécies ampliam, sem dúvidas, o escopo das inferências e
proposições tecidas para o estado de Santa Catarina, tanto num âmbito geral, como para cada uma das
espécies estudadas em particular. Em síntese, as conclusões genéricas para o conjunto de espécie são
apresentadas a seguir:
(i) A resposta dos regenerantes indicou a intensidade com que as populações são afetadas pelo
meio socioeconômico atual. À vista disso, a ampliação da amostragem (mais espécies e mais
populações) e a continuidade dos estudos podem trazer resultados ainda mais relevantes para
subsidiar políticas públicas visando a conservação e o uso sustentável dos recursos florestais
nativos;
(ii) A maioria das espécies é altamente dependente da fauna para polinização e/ou dispersão
dos frutos e sementes. Portanto, para que o fluxo gênico possa acontecer de maneira eficiente,
medidas que favoreçam a conservação da fauna são de extrema importância funcional;
(iii) Quase todas as espécies apresentam populações com altos níveis de diversidade genética e
tamanhos populacionais apropriados para a estruturação de Áreas de Coleta de Sementes, fatos
que agregam valor aos fragmentos florestais e viabilizam fontes de propágulos de qualidade
para ações de restauração, recomposição, ampliação da conectividade entre fragmentos ou
plantios para uso de produtos florestais;
(iv) Em decorrência da riqueza cultural e histórica associada às 13 espécies, incluindo seus
múltiplos usos e potenciais comerciais, assim como suas fortes interações com a fauna, tais
espécies devem ser prioritárias em ações de melhoramento genético, restauração florestal,
aumento da conectividade entre fragmentos, enriquecimento de florestas secundárias e plantios
comerciais. Ainda, sugere-se o emprego das espécies para fins ornamentais, no paisagismo e
na arborização urbana, visando promover a conservação ex situ (Costa & Bajgielman 2016)
e o estreitamento dos laços da população com as espécies nativas emblemáticas das florestas
catarinenses.

229
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

As medidas de conservação propostas neste capítulo, as quais estão calcadas no que existe de
mais atual em termos de conhecimento acerca das florestas catarinenses, são fruto da continuidade do
IFFSC ao longo dos anos, bem como da análise conjunta de dados de diversas naturezas e da integração
de diferentes áreas do conhecimento. Não é possível imaginar a elaboração de uma política florestal
estadual embasada em informações científicas sólidas sem a existência de um inventário contínuo e
multidisciplinar como o IFFSC.

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241
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Myrocarpus frondosus e Cedrela fissilis, Unidade


242 Amostral 3197, São Miguel da Boa Vista.
Apêndice 1
Formas de raridade de espécie
arbóreas das três regiões
fitoecológicas de Santa Catarina
Apêndice I. Formas de raridade de espécies arbóreas das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina. FED: Floresta
Estacional Decidual; FOM: Floresta Ombrófila Mista; FOD: Floresta Ombrófila Densa; H: habitat; P: população; DG:
distribuição geográfica; RA: raridade; NE: não específica; E: específica; AB: abundante; ES: escassa; AR: abrangente; RE:
restrita.
Appendix I. Rarity forms of tree species occurring in the three main phytoecological regions of Santa Catarina. FED:
Seasonal Deciduous Forest; FOM: Mixed Ombrophylous Forest; FOD: Dense Ombrophylous Forest; H: habitat; P:
population; DG; geographic distribution; RA: rarity form; NE: non-specific; E: specific; AB: abundant; ES: scarce; AR:
wide; RE: restricted.
FED FOD FOM
Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Abarema langsdorffii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes - - - - NE AB AR Comum - - - -
Acca sellowiana (O.Berg) Burret - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Achatocarpus praecox Griseb. NE ES AR Forma 1 - - - - - - - -
Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Aegiphila brachiata Vell. E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Aegiphila obducta Vell. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Agarista eucalyptoides (Cham. & Schltdl.) G.Don - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Agonandra excelsa Griseb. E AB AR Forma 2 NE ES AR Forma 1 E ES AR Forma 3
Aiouea saligna Meisn. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.W.Grimes NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Alchornea sidifolia Müll.Arg. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Allophylus guaraniticus (A.St.-Hil.) Radlk. E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Allophylus petiolulatus Radlk. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Allophylus puberulus (Cambess.) Radlk. NE AB AR Comum - - - - E AB AR Forma 2
Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. NE AB AR Comum - - - - - - - -
Alseis floribunda Schott - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Alsophila setosa Kaulf. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Amaioua guianensis Aubl. - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Andira fraxinifolia Benth. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez - - - - NE AB AR Comum - - - -
Annona cacans Warm. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Annona dolabripetala Raddi - - - - NE AB AR Comum - - - -
Annona emarginata (Schltdl.) H.Rainer NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Annona glabra L. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Annona neosalicifolia H.Rainer NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Annona neosericea H.Rainer - - - - NE AB AR Comum - - - -
Annona sylvatica A.St.-Hil. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Aparisthmium cordatum (A.Juss.) Baill. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. NE AB AR Comum - - - - E ES RE Forma 7
Aralia warmingiana (Marchal) J.Wen E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum

243
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Aspidosperma australe Müll.Arg. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Aspidosperma parvifolium A.DC. - - - - NE AB RE Forma 4 - - - -
Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Aspidosperma tomentosum Mart. - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ateleia glazioveana Baill. NE AB AR Comum - - - - E AB AR Forma 2
Attalea dubia (Mart.) Burret - - - - NE AB AR Comum - - - -
Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. - - - - E ES RE Forma 7 NE ES RE Forma 5
Azara uruguayensis (Speg.) Sleumer - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Baccharis dracunculifolia DC. E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Baccharis oreophila Malme - - - - E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Baccharis semiserrata DC. E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1
Baccharis uncinella DC. - - - - - - - - E ES AR Forma 3
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1
Banara parviflora (A.Gray) Benth. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Banara tomentosa Clos NE AB AR Comum E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Bastardiopsis densiflora (Hook. & Arn.) Hassl. E AB AR Forma 2 - - - - E ES RE Forma 7
Bathysa australis (A.St.-Hil.) K.Schum. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Bauhinia forficata Link NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Boehmeria caudata Sw. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Bougainvillea glabra Choisy - - - - NE ES RE Forma 5 E ES RE Forma 7
Brosimum glaziovii Taub. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Brosimum lactescens (S.Moore) C.C.Berg - - - - NE AB AR Comum - - - -
Buchenavia kleinii Exell - - - - NE AB AR Comum - - - -
Bunchosia maritima (Vell.) J.F.Macbr. E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 - - - -
Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. - - - - - - - - NE AB AR Comum
Byrsonima ligustrifolia A.Juss. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Calliandra foliolosa Benth. NE AB AR Comum - - - - E ES RE Forma 7
Callisthene kuhlmannii H.F.Martins - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Calophyllum brasiliense Cambess. - - - - E AB AR Forma 2 - - - -
Calyptranthes concinna DC. - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Calyptranthes grandifolia O.Berg E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Calyptranthes hatschbachii D.Legrand - - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
Calyptranthes lucida Mart. ex DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Calyptranthes obovata Kiaersk. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Calyptranthes pileata D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Calyptranthes rubella (O.Berg) D.Legrand - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Calyptranthes strigipes O.Berg - - - - NE AB AR Comum - - - -
Calyptranthes tricona D.Legrand NE AB AR Comum E AB RE Forma 6 - - - -
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Campomanesia reitziana D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum

244
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze - - - - NE AB AR Comum - - - -
Casearia catharinensis Sleumer - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Casearia decandra Jacq. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Casearia lasiophylla Eichler - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Casearia obliqua Spreng. E AB AR Forma 2 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Casearia sylvestris Sw. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cassia leptophylla Vogel - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Cecropia glaziovii Snethl. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Cedrela fissilis Vell. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna NE ES AR Forma 1 - - - - - - - -
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. NE AB AR Comum - - - - NE ES AR Forma 1
Centrolobium microchaete (Mart. ex Benth.)
- - - - E ES AR Forma 3 - - - -
H.C.Lima
Cestrum bracteatum Link & Otto - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Cestrum intermedium Sendtn. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Chionanthus filiformis (Vell.) P.S.Green - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Chionanthus micranthus (Mart.) Lozano & Fuertes - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Chionanthus trichotomus (Vell.) P.S.Green E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.)
NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Engl.
Chrysophyllum inornatum Mart. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Chrysophyllum viride Mart. & Eichler - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Cinnamodendron dinisii Schwacke NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cinnamomum amoenum (Nees & Mart.) Kosterm. NE ES AR Forma 1 E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Cinnamomum glaziovii (Mez) Kosterm. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cinnamomum hatschbachii Vattimo-Gil - - - - NE AB AR Comum - - - -
Cinnamomum pseudoglaziovii Lorea-Hern. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Cinnamomum sellowianum (Nees & Mart.) Kosterm. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Citharexylum montevidense (Spreng.) Moldenke - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Citharexylum myrianthum Cham. - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Citharexylum solanaceum Cham. - - - - E ES AR Forma 3 NE ES AR Forma 1
Citronella engleriana (Loes.) R.A.Howard - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Citronella gongonha (Mart.) R.A.Howard - - - - - - - - NE AB AR Comum
Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Clethra scabra Pers. E AB RE Forma 6 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Clethra uleana Sleumer - - - - E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Clusia criuva Cambess. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Coccoloba argentinensis Speg. E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 - - - -
Coccoloba cordata Cham. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Coccoloba warmingii Meisn. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Colubrina glandulosa Perkins - - - - NE AB AR Comum - - - -
Condalia buxifolia Reissek - - - - - - - - NE ES AR Forma 1
Copaifera trapezifolia Hayne - - - - NE AB AR Comum - - - -

245
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill. NE AB AR Comum - - - - E AB AR Forma 2
Cordia ecalyculata Vell. NE AB AR Comum NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Cordia sellowiana Cham. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Cordia silvestris Fresen. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cordyline spectabilis Kunth & Bouché E AB AR Forma 2 - - - - NE AB AR Comum
Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Coussarea contracta (Walp.) Müll.Arg. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Critoniopsis quinqueflora (Less.) H.Rob. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Croton celtidifolius Baill. - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Croton macrobothrys Baill. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Croton urucurana Baill. - - - - E AB RE Forma 6 - - - -
Cryptocarya aschersoniana Mez NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cryptocarya mandioccana Meisn. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cupania oblongifolia Mart. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Cupania vernalis Cambess. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Curitiba prismatica (D.Legrand) Salywon & Landrum - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin - - - - NE AB AR Comum - - - -
Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cyathea delgadii Sternb. - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Cyathea hirsuta C.Presl - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Cyathea phalerata Mart. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Cybianthus peruvianus (A.DC.) Miq. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Cyclolobium brasiliense Benth. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Dahlstedtia muehlbergiana (Hassl.) M.J.Silva &
NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7 E AB AR Forma 2
A.M.G. Azevedo
Dahlstedtia pentaphylla (Taub.) Burkart - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Dalbergia brasiliensis Vogel - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Daphnopsis fasciculata (Meisn.) Nevling - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Daphnopsis pseudosalix Domke - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Daphnopsis racemosa Griseb. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Dasyphyllum brasiliense (Spreng.) Cabrera - - - - E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1
Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera E ES AR Forma 3 E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. NE AB AR Comum NE AB RE Forma 4 E ES RE Forma 7
Dicksonia sellowiana Hook. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Diospyros inconstans Jacq. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Drimys angustifolia Miers - - - - - - - - NE AB AR Comum
Drimys brasiliensis Miers - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Duguetia lanceolata A.St.-Hil. - - - - NE AB AR Comum - - - -

246
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Duranta vestita Cham. - - - - - - - - E ES AR Forma 3
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Erythrina crista-galli L. E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Erythrina falcata Benth. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Erythroxylum ambiguum Peyr. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Erythroxylum amplifolium (Mart.) O.E.Schulz - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Erythroxylum cuneifolium (Mart.) O.E.Schulz - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Erythroxylum vacciniifolium Mart. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Escallonia bifida Link & Otto - - - - E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Escallonia megapotamica Spreng. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Esenbeckia grandiflora Mart. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Esenbeckia hieronymi Engl. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Eugenia astringens Cambess. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Eugenia bacopari D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia beaurepairiana (Kiaersk.) D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia brasiliensis Lam. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Eugenia brevistyla D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia burkartiana (D.Legrand) D.Legrand E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Eugenia capitulifera O.Berg - - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
Eugenia cerasiflora Miq. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia cereja D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia chlorophylla O.Berg - - - - E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1
Eugenia excelsa O.Berg - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia florida DC. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Eugenia gracillima Kiaersk. E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Eugenia handroana D.Legrand - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Eugenia handroi (Mattos) Mattos - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Eugenia hiemalis Cambess. - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Eugenia involucrata DC. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Eugenia kleinii D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia longipedunculata Nied. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Eugenia melanogyna (D.Legrand) Sobral - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia mosenii (Kausel) Sobral - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Eugenia multicostata D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia neoglomerata Sobral - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Eugenia neomyrtifolia Sobral - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia neotristis Sobral - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Eugenia neoverrucosa Sobral - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Eugenia nutans O.Berg - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia oeidocarpa O.Berg - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Eugenia pachyclada D.Legrand - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Eugenia paracatuana O.Berg - - - - E ES RE Forma 7 - - - -

247
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Eugenia platysema O.Berg - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia pluriflora DC. - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Eugenia prasina O.Berg - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia pruinosa D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Eugenia pyriformis Cambess. NE ES AR Forma 1 - - - - NE AB AR Comum
Eugenia ramboi D.Legrand NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Eugenia rostrifolia D.Legrand NE AB AR Comum NE AB AR Comum - - - -
Eugenia rotundicosta D.Legrand - - - - - - - - E ES AR Forma 3
Eugenia sclerocalyx D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Eugenia speciosa Cambess. - - - - E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Eugenia stigmatosa DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Eugenia subavenia O.Berg - - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
Eugenia subterminalis DC. E ES RE Forma 7 - - - - NE AB AR Comum
Eugenia umbellata Spreng. - - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
Eugenia uniflora L. NE AB AR Comum - - - - NE AB AR Comum
Eugenia uruguayensis Cambess. E ES RE Forma 7 - - - - NE AB AR Comum
Eugenia verticillata (Vell.) Angely NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Euterpe edulis Mart. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Faramea montevidensis (Cham. & Schltdl.) DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Faramea oligantha Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum - - - -
Ficus arpazusa Casar. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Ficus cestrifolia Schott ex Spreng. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ficus citrifolia Mill. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Ficus clusiifolia Schott - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Ficus gomelleira Kunth & C.D.Bouché E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Ficus guaranitica Chodat - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. NE AB AR Comum NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Ficus obtusiuscula (Miq.) Miq. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi - - - - NE AB AR Comum - - - -
Gleditsia amorphoides (Griseb.) Taub. E ES RE Forma 7 - - - - E ES AR Forma 3
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Grazielia serrata (Spreng.) R.M.King & H.Rob. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Guapira hirsuta (Choisy) Lundell - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Guapira opposita (Vell.) Reitz - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Guarea macrophylla Vahl NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum - - - -
Guatteria australis A.St.-Hil. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Gymnanthes klotzschiana Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1
Handroanthus albus (Cham.) Mattos - - - - NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Handroanthus heptaphyllus Mattos E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 - - - -
Handroanthus umbellatus (Sond.) Mattos - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Hedyosmum brasiliense Mart. ex Miq. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Heisteria silvianii Schwacke - - - - NE AB AR Comum - - - -
Helietta apiculata Benth. NE AB AR Comum - - - - NE AB AR Comum

248
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Heliocarpus popayanensis Kunth E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Hennecartia omphalandra J.Poiss. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Hieronyma alchorneoides Allemão - - - - NE AB AR Comum - - - -
Hirtella hebeclada Moric. ex DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Holocalyx balansae Micheli NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 - - - -
Huberia semiserrata DC. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Hybanthus bigibbosus (A.St.-Hil.) Hassl. E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Ilex brevicuspis Reissek E AB AR Forma 2 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ilex dumosa Reissek - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ilex microdonta Reissek NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ilex paraguariensis A.St.-Hil. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ilex pseudobuxus Reissek - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Ilex taubertiana Loes. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Ilex theezans Mart. ex Reissek E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Inga edulis Mart. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Inga edwallii (Harms) T.D.Penn. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Inga lentiscifolia Benth. - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Inga marginata Willd. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Inga sellowiana Benth. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Inga sessilis (Vell.) Mart. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Inga striata Benth. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Inga subnuda subsp. luschnathiana (Benth.) T.D.Penn. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum - - - -
Inga vera subsp. affinis (DC.) T.D.Penn. NE AB AR Comum - - - - NE AB AR Comum
Inga vera Willd. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Inga virescens Benth. NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Jacaranda micrantha Cham. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Jacaranda puberula Cham. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 - - - -
Jodina rhombifolia (Hook. & Arn.) Reissek - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Kaunia rufescens (P.W.Lund ex DC.) R.M.King &
- - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
H.Rob.
Lafoensia pacari A.St.-Hil. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Lamanonia ternata Vell. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Leandra barbinervis (Cham. ex Triana) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Leandra laevigata (Triana) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Leandra regnellii (Triana) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Leandra salicina (DC.) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Leandra variabilis Raddi - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Leptolobium elegans Vogel E ES RE Forma 7 - - - - - - - -
Licaria armeniaca (Nees) Kosterm. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Lithrea brasiliensis Marchand E AB AR Forma 2 E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.M.G.Azevedo & H.
NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
C.Lima
Lonchocarpus nitidus (Vogel) Benth. NE ES AR Forma 1 - - - - E ES RE Forma 7

249
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Luehea divaricata Mart. & Zucc. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Luetzelburgia guaissara Toledo - - - - E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7
Machaerium brasiliense Vogel - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Machaerium debile (Vell.) Stellfeld - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Machaerium hatschbachii Rudd - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7 - - - -
Machaerium paraguariense Hassl. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum - - - -
Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Malouetia cestroides (Nees ex Mart.) Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Manihot grahamii Hook. E ES RE Forma 7 - - - - E ES RE Forma 7
Manilkara subsericea (Mart.) Dubard - - - - NE AB AR Comum - - - -
Maprounea brasiliensis A.St.-Hil. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Margaritaria nobilis L.f. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Marlierea eugeniopsoides (Kausel & D.Legrand)
- - - - NE AB AR Comum - - - -
D.Legrand
Marlierea racemosa (Vell.) Kiaersk. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Marlierea reitzii D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Marlierea silvatica (O.Berg) Kiaersk. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Matayba elaeagnoides Radlk. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Matayba intermedia Radlk. E AB AR Forma 2 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Maytenus aquifolia Mart. NE ES AR Forma 1 E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Maytenus boaria Molina - - - - - - - - NE AB AR Comum
Maytenus dasyclada Mart. - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Maytenus evonymoides Reissek - - - - NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Maytenus gonoclada Mart. - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Maytenus muelleri Schwacke - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Meliosma sellowii Urb. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Miconia budlejoides Triana - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia cabucu Hoehne - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia chartacea Triana - - - - NE AB RE Forma 4 - - - -
Miconia cinerascens Miq. var. cinerascens E ES RE Forma 7 E ES AR Forma 3 NE ES AR Forma 1
Miconia cinerascens var. robusta Wurdack - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia cubatanensis Hoehne - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia fasciculata Gardner - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Miconia hyemalis A.St.-Hil. & Naudin - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Miconia inconspicua Miq. - - - - E ES AR Forma 3 NE ES AR Forma 1
Miconia ligustroides (DC.) Naudin - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia petropolitana Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Miconia pusilliflora (DC.) Naudin - - - - NE AB AR Comum - - - -
Miconia sellowiana Naudin - - - - E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7
Miconia theizans (Bonpl.) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -

250
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Miconia valtheri Naudin - - - - NE AB AR Comum - - - -
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Mimosa scabrella Benth. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Mollinedia argyrogyna Perkins - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Mollinedia blumenaviana Perkins - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Mollinedia calodonta Perkins - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Mollinedia clavigera Tul. - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Mollinedia fruticulosa Perkins - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Mollinedia triflora (Spreng.) Tul. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Mollinedia uleana Perkins - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Mouriri chamissoana Cogn. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Muellera campestris (Mart. ex Benth.) M.J. Silva &
NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
A.M.G. Azevedo
Muellera grazielae (M.J. Silva et al.) M.J. Silva &
- - - - E AB AR Forma 2 - - - -
A.M.G. Azevedo
Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum - - - - E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Myrceugenia bracteosa (DC.) D.Legrand & Kausel - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Myrceugenia campestris (DC.) D.Legrand & Kausel - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrceugenia cucullata D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Myrceugenia euosma (O.Berg) D.Legrand - - - - - - - - NE AB AR Comum
Myrceugenia glaucescens (Cambess.) D.Legrand &
- - - - E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Kausel
Myrceugenia hoehnei (Burret) D.Legrand & Kausel - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Myrceugenia kleinii D.Legrand & Kausel - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Myrceugenia mesomischa (Burret) D.Legrand & Kau-
- - - - E ES RE Forma 7 NE ES RE Forma 5
sel
Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kau-
- - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
sel
Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrceugenia ovalifolia (O.Berg) Landrum - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrceugenia ovata (Hook. & Arn.) O.Berg - - - - NE ES RE Forma 5 NE ES AR Forma 1
Myrceugenia oxysepala (Burret) D.Legrand & Kausel - - - - NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Myrceugenia seriatoramosa (Kiaersk.) D.Legrand &
- - - - NE AB AR Comum E AB RE Forma 6
Kausel
Myrceugenia venosa D.Legrand - - - - E ES AR Forma 3 NE ES AR Forma 1
Myrcia aethusa (O.Berg) N.Silveira - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Myrcia amazonica DC. - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Myrcia anacardiifolia Gardner - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Myrcia brasiliensis Kiaersk. - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Myrcia catharinensis (D.Legrand) NicLugh. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia diaphana (O.Berg) N.Silveira - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Myrcia dichrophylla D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia excoriata (Mart.) E. Lucas & C. E. Wilson - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia flagellaris (D.Legrand) Sobral - - - - E ES RE Forma 7 - - - -

251
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Myrcia glabra (O.Berg) D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia hatschbachii D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Myrcia heringii D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Myrcia lajeana D.Legrand - - - - - - - - NE ES RE Forma 5
Myrcia laruotteana Cambess. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Myrcia multiflora (Lam.) DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia neoriedeliana E. Lucas & C. E. Wilson - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia neotomentosa E. Lucas & C. E. Wilson - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia oblongata DC. E ES RE Forma 7 - - - - NE AB AR Comum
Myrcia oligantha O.Berg - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrcia palustris DC. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia pubiflora DC. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Myrcia pubipetala Miq. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk. - - - - E AB AR Forma 2 - - - -
Myrcia retorta Cambess. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia rupicola D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Myrcia selloi (Spreng.) N.Silveira - - - - - - - - NE ES AR Forma 1
Myrcia spectabilis DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia splendens (Sw.) DC. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia tenuivenosa Kiaersk. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Myrcia tijucensis Kiaersk. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrcia undulata O.Berg - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrcia venulosa DC. - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrcianthes gigantea (D.Legrand) D.Legrand E ES RE Forma 7 - - - - NE AB AR Comum
Myrcianthes pungens (O.Berg) D.Legrand NE AB AR Comum - - - - NE AB AR Comum
Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrciaria plinioides D.Legrand - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrciaria tenella (DC.) O.Berg - - - - E ES AR Forma 3 E ES AR Forma 3
Myrocarpus frondosus Allemão NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrrhinium atropurpureum Schott - - - - - - - - NE AB AR Comum
Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrsine gardneriana A.DC. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Myrsine hermogenesii (Jung-Mend. & Bernacci) M.F.
- - - - NE AB AR Comum - - - -
Freitas & Kin.-Gouv.
Myrsine laetevirens (Mez) Arechav. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Myrsine lancifolia Mart. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrsine lineata (Mez) Imkhan. - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Myrsine loefgrenii (Mez) Imkhan. E ES AR Forma 3 E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7
Myrsine parvifolia A.DC. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Myrsine parvula (Mez) Otegui - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Myrsine umbellata Mart. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum

252
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Myrsine venosa A.DC. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Nectandra angustifolia (Schrad.) Nees - - - - E ES RE Forma 7 E AB RE Forma 6
Nectandra grandiflora Nees E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Nectandra lanceolata Nees NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Nectandra leucantha Nees - - - - NE AB AR Comum - - - -
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE ES RE Forma 5
Nectandra oppositifolia Nees - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Nectandra puberula (Schott) Nees - - - - NE AB AR Comum NE AB RE Forma 4
Neomitranthes gemballae (D.Legrand) D.Legrand - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Neomitranthes glomerata (D.Legrand) D.Legrand - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ocotea bicolor Vattimo-Gil - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea catharinensis Mez - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea daphnifolia (Meisn.) Mez - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Ocotea dispersa (Nees & Mart.) Mez - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ocotea elegans Mez - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea glaziovii Mez - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ocotea indecora (Schott) Mez - - - - NE AB AR Comum NE AB RE Forma 4
Ocotea lanata (Nees & Mart.) Mez - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ocotea lancifolia (Schott) Mez - - - - E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Ocotea laxa (Nees) Mez E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Ocotea lobbii (Meisn.) Rohwer - - - - E AB AR Forma 2 - - - -
Ocotea mandioccana A.Quinet - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ocotea marumbiensis Brotto & Baitello - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Ocotea nectandrifolia Mez - - - - NE AB AR Comum NE ES RE Forma 5
Ocotea nutans (Nees) Mez - - - - - - - - E ES AR Forma 3
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea puberula (Rich.) Nees NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ocotea pulchra Vattimo-Gil - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Ocotea silvestris Vattimo-Gil - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ocotea vaccinioides (Meisn.) Mez - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Ocotea villosa Kosterm. - - - - NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7
Oreopanax fulvus Marchal - - - - E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Ormosia arborea (Vell.) Harms - - - - NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Ouratea parviflora (A.DC.) Baill. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Ouratea salicifolia (A.St.-Hil. & Tul.) Engl. - - - - E AB RE Forma 6 - - - -
Ouratea vaccinioides (A.St.-Hil. & Tul.) Engl. - - - - NE AB AR Comum NE AB RE Forma 4
Pachystroma longifolium (Nees) I.M.Johnst. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum

253
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Parinari excelsa Sabine - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Pausandra morisiana (Casar.) Radlk. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. NE AB AR Comum - - - - - - - -
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Peritassa hatschbachii Lombardi - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Persea alba Nees & Mart. - - - - NE AB AR Comum NE ES RE Forma 5
Persea major (Meisn.) L.E.Kopp - - - - E ES AR Forma 3 NE ES AR Forma 1
Persea venosa Nees & Mart. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Persea willdenovii Kosterm. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Phytolacca dioica L. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Picramnia excelsa Kuhlm. ex Pirani - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Picramnia parvifolia Engl. NE AB AR Comum - - - - - - - -
Picramnia sellowii Planch. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Picrasma crenata (Vell.) Engl. NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Pilocarpus pennatifolius Lem. NE AB AR Comum E ES AR Forma 3 E AB RE Forma 6
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Piper aduncum L. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Piper cernuum Vell. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Piper gaudichaudianum Kunth - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Piper solmsianum C.DC. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Piptadenia paniculata Benth. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Piptocarpha axillaris (Less.) Baker - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Piptocarpha organensis Cabrera - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Piptocarpha regnellii (Sch.Bip.) Cabrera - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Pisonia ambigua Heimerl NE AB AR Comum NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Platymiscium floribundum Vogel - - - - NE AB AR Comum - - - -
Plinia cordifolia (D.Legrand) Sobral - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Plinia edulis (Vell.) Sobral - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Plinia pseudodichasiantha (Kiaersk.) G.M.Barroso ex
- - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Sobral
Plinia rivularis (Cambess.) Rotman E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 - - - -
Plinia trunciflora (O.Berg) Kausel NE ES AR Forma 1 E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl. - - - - NE AB AR Comum NE AB RE Forma 4
Posoqueria latifolia (Rudge) Schult. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Pourouma guianensis Aubl. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Pouteria caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Pouteria venosa (Mart.) Baehni - - - - NE AB AR Comum - - - -
Pristimera celastroides (Kunth) A.C.Sm. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Prockia crucis P.Browne ex L. - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Protium kleinii Cuatrec. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Prunus myrtifolia (L.) Urb. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum

254
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.Robyns - - - - NE AB AR Comum - - - -
Psidium cattleianum Sabine - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Psidium longipetiolatum D.Legrand - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Psidium myrtoides O.Berg - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Psychotria carthagenensis Jacq. - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Psychotria officinalis (Aubl.) Raeusch. ex Sandwith - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Psychotria suterella Müll.Arg. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Psychotria vellosiana Benth. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Pterocarpus rohrii Vahl - - - - NE AB AR Comum - - - -
Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. - - - - E ES AR Forma 3 NE ES RE Forma 5
Quiina glazovii Engl. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Quillaja brasiliensis (A.St.-Hil. & Tul.) Mart. E ES RE Forma 7 - - - - NE AB AR Comum
Randia ferox (Cham. & Schltdl.) DC. E AB AR Forma 2 E ES AR Forma 3 NE ES RE Forma 5
Raulinoreitzia leptophlebia (B.L.Rob.) R.M.King &
- - - - - - - - E ES RE Forma 7
H.Rob.
Rauvolfia sellowii Müll.Arg. NE AB AR Comum - - - - - - - -
Rhamnus sphaerosperma Sw. - - - - E ES RE Forma 7 E ES AR Forma 3
Rhodostemonodaphne macrocalyx (Meisn.) Rohwer
- - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
ex Madriñán
Richeria grandis Vahl - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Roupala asplenioides Sleumer - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Roupala montana Aubl. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Roupala montana var. paraensis (Sleumer)
- - - - E ES RE Forma 7 - - - -
K.S.Edwards
Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Rudgea recurva Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Ruprechtia laxiflora Meisn. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Ruprechtia paranensis Pendry - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Salacia elliptica (Mart. ex Schult.) G.Don - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Sambucus australis Cham. & Schltdl. NE ES AR Forma 1 - - - - E ES AR Forma 3
Sapium glandulosum (L.) Morong NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Savia dictyocarpa Müll.Arg. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Schaefferia argentinensis Speg. E ES RE Forma 7 - - - - NE ES AR Forma 1
Schefflera angustissima (Marchal) Frodin - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al. NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum NE ES RE Forma 5
Schinus lentiscifolius Marchand - - - - - - - - NE AB AR Comum
Schinus polygamus (Cav.) Cabrera - - - - - - - - NE ES AR Forma 1
Schinus terebinthifolius Raddi NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Schizolobium parahyba (Vell.) Blake - - - - NE AB AR Comum - - - -
Scutia buxifolia Reissek - - - - - - - - NE AB AR Comum
Sebastiania brasiliensis Spreng. NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Seguieria aculeata Jacq. NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 E ES AR Forma 3
Seguieria langsdorffii Moq. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum E ES RE Forma 7

255
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Irwin & Bar-
- - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
neby
Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby - - - - NE AB AR Comum - - - -
Sessea regnellii Taub. NE AB AR Comum NE AB AR Comum E ES AR Forma 3
Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Siparuna guianensis Aubl. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Siphoneugena reitzii D.Legrand E ES RE Forma 7 E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Sloanea garckeana K.Schum. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Sloanea hirsuta (Schott) Planch. ex Benth. E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Solanum bullatum Vell. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Solanum caavurana Vell. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Solanum compressum L.B.Sm. & Downs E ES RE Forma 7 - - - - NE ES AR Forma 1
Solanum gertii S.Knapp - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Solanum mauritianum Scop. NE AB AR Comum E ES AR Forma 3 NE AB AR Comum
Solanum pabstii L.B.Sm. & Downs - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Solanum pseudoquina A.St.-Hil. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Solanum ramulosum Sendtn. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Solanum reitzii L.B.Sm. & Downs - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Solanum rufescens Sendtn. - - - - NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Solanum sanctaecatharinae Dunal NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Solanum schwackeanum L.B.Sm. & Downs - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Solanum variabile Mart. - - - - - - - - NE ES AR Forma 1
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Sphaeropteris gardneri (Hook.) R.M.Tryon - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Strychnos brasiliensis Mart. NE AB AR Comum - - - - NE AB AR Comum
Stylogyne pauciflora Mez - - - - NE AB AR Comum - - - -
Styrax acuminatus Pohl - - - - NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1
Styrax glabratus Schott - - - - E AB RE Forma 6 - - - -
Styrax leprosus Hook. & Arn. NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Symphyopappus compressus (Gardner) B.L.Rob. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Symphyopappus itatiayensis (Hieron.) R.M.King &
- - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
H.Rob.
Symphyopappus lymansmithii B.L.Rob. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Symplocos corymboclados Brand - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Symplocos estrellensis Casar. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Symplocos glandulosomarginata Hoehne - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Symplocos nitidiflora Brand - - - - E ES AR Forma 3 E ES RE Forma 7
Symplocos pustulosa Aranha - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Symplocos tenuifolia Brand - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Symplocos tetrandra Mart. E ES RE Forma 7 NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Symplocos trachycarpos Brand - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Symplocos uniflora (Pohl) Benth. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Tabernaemontana catharinensis A.DC. NE AB AR Comum NE AB AR Comum - - - -

256
Apêndice 1 | Formas de raridade das três regiões fitoecológicas de Santa Catarina.

FED FOD FOM


Espécie
H P DG RA H P DG RA H P DG RA
Tapirira guianensis Aubl. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Terminalia triflora (Griseb.) Lillo - - - - E ES AR Forma 3 - - - -
Ternstroemia brasiliensis Cambess. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Tetrastylidium grandifolium (Baill.) Sleumer - - - - NE ES RE Forma 5 - - - -
Tetrorchidium rubrivenium Poepp. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum - - - -
Tibouchina dusenii Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Tibouchina mutabilis (Vell.) Cogn. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Tibouchina pilosa Cogn. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Tibouchina pulchra Cogn. - - - - NE AB AR Comum E ES RE Forma 7
Tibouchina sellowiana Cogn. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Tibouchina trichopoda (DC.) Baill. - - - - E ES RE Forma 7 E ES RE Forma 7
Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Trema micrantha (L.) Blume NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Trichilia casaretti C.DC. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Trichilia catigua A.Juss. NE AB AR Comum - - - - - - - -
Trichilia clausseni C.DC. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Trichilia elegans A.Juss. NE ES AR Forma 1 - - - - E ES RE Forma 7
Trichilia lepidota Mart. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Trichilia pallens C.DC. - - - - NE ES AR Forma 1 - - - -
Trithrinax brasiliensis Mart. - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 - - - -
Vantanea compacta (Schnizl.) Cuatrec. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Varronia polycephala Lam. NE ES AR Forma 1 - - - - - - - -
Vasconcellea quercifolia A.St.-Hil. NE AB AR Comum - - - - E ES AR Forma 3
Verbenoxylum reitzii (Moldenke) Tronc. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Vernonanthura divaricata (Spreng.) H.Rob. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Vernonanthura montevidensis (Spreng.) H.Rob. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Vernonanthura petiolaris (DC.) H.Rob. - - - - E ES RE Forma 7 - - - -
Vernonanthura puberula (Less.) H.Rob. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Weinmannia discolor Gardner - - - - NE AB AR Comum NE ES RE Forma 5
Weinmannia humilis Engl. - - - - NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser. - - - - NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Xylopia brasiliensis Spreng. - - - - NE AB AR Comum - - - -
Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler E ES RE Forma 1 - - - Forma 3 - - - Comum
Xylosma pseudosalzmannii Sleumer NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE AB AR Comum
Xylosma tweediana (Clos) Eichler - - - - - - - - E ES RE Forma 7
Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. NE AB AR Comum E ES RE Forma 7 NE AB AR Comum
Zanthoxylum kleinii (R.S.Cowan) P.G.Waterman - - - - - - - - NE AB AR Comum
Zanthoxylum petiolare A.St.-Hil. & Tul. NE AB AR Comum NE ES AR Forma 1 NE ES AR Forma 1
Zanthoxylum rhoifolium Lam. NE AB AR Comum NE AB AR Comum NE AB AR Comum
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel - - - - NE AB AR Comum - - - -

257
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Calophyllum brasiliense, Itapoá.258


Fotógrafo: João Paulo de Maçaneiro.
Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina

Espécies arbóreas raras de Santa Catarina

O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) tem como objetivo


gerar uma sólida base de dados para fundamentar políticas públicas que visem a efetiva
proteção das florestas nativas mediante a adoção de medidas de conservação,
recuperação e utilização dos recursos florestais, além de um planejamento territorial
adequado.
O inventário está sendo realizado desde 2007 pela Universidade Regional de
Blumenau (FURB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do
Estado de Santa Catarina (UDESC) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão
Rural de Santa Catarina (EPAGRI), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e
Inovação de Santa Catarina (FAPESC) e do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), tendo
estes objetivos específicos:
- Caracterizar a composição florística e estrutura dos remanescentes florestais
por meio de um inventário sistemático e detalhado;
- Caracterizar a diversidade e estrutura genética de populações de espécies
ameaçadas empregando marcadores alozímicos;
- Realizar um levantamento socioambiental por meio de entrevistas, focado nos
usos tradicionais dos recursos florestais e na percepção da população rural;
- Criar uma estrutura que permita a todas as pessoas o acesso às informações
obtidas através do uso da internet.

Volume 1 Diversidade e Conservação dos Remanescentes Florestais


Volume 2 Floresta Estacional Decidual
Volume 3 Floresta Ombrófila Mista
Volume 4 Floresta Ombrófila Densa
Volume 5 Epífitos Vasculares da Floresta Ombrófila Densa
Volume 6 Epífitos de Santa Catarina: Um guia de Campo
Volume 7 Espécies arbóreas raras de Santa Catarina

ISBN 978-85-7114-254-1

9 788 571 14254 1

260

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