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ADERÊNCIA DE MICRORGANISMOS EM IMPLANTES DENTÁRIOS DE

SUPERFÍCIE LISA OU TRATADA

PONTOS IMPORTANTES

A cavidade bucal humana é do ponto de vista ecológico, um sistema de


crescimento aberto, ocorrendo transporte contínuo de microrganismos. Para
sobreviver na cavidade bucal e causar infecção, os microrganismos precisam
aderir-se às superfícies, ou então serão removidos pelo fluxo salivar. A boca
apresenta condições ideais de crescimento para diversos microrganismos,
possuindo muitos nichos que podem ser colonizados. A aderência de micro-
organismos em superfícies rígidas do interior bucal levam a formação do
biofilme, que posteriormente pode causar doenças periodontais, peri-implantite
ou cárie. Dessa forma, esse estudo tem como objetivo analisar S. sanguinis,
microrganismo da comunidade pioneira, nos implantes de superfície lisa e
tratada com duplo ataque ácido, anodizarão e jateamento com fosfato de cálcio.

Para a realização do experimento foram selecionados 40 implantes e dividido em


4 grupos:
- 10 implantes de superfície lisa
- 10 implantes de superfície submetida a duplo ácido
- 10 implantes de superfície anodizara
- 10 implantes de superfície jateada com cerâmica de fosfato de cálcio

Todos esses foram transferidos para placas de cultura celular onde foram
submetidos ao contato com amostra padrão de S. Sanguinis por 24h em
incubadora. Após esse tempo foram removidos e lavados com solução fisiológica
esterilizada para remover os micro-organismos. Após 48 horas de incubação a
37 °C com 5% de CO2, o número de unidades formadoras de colônias (UFC/ml)
foi determinado para cada implante. Após essa análise foi notado que os
implantes submetidos ao tratamento com duplo ataque ácido e os de superfície
lisa demonstraram maior concentração de microrganismos aderidos. Já os
implantes submetidos ao tratamento por anodização apresentaram menor
aderência entre as superfícies estudadas, apresentando-se estatisticamente
menor. A aderência e colonização bacteriana foram consideradas fatores chaves
no insucesso dos implantes dentários. A peri-implantite não ocorre sem prévia
aderência microbiana e consequente colonização. A aderência depende do tipo
de microrganismo e das propriedades físico-químicas da superfície do implante.
Analisando as diferenças de aderência nas diversas superfícies, este estudo
demonstrou maior aderência de S. sanguinis aos implantes tratados por
condicionamento com duplo ataque ácido e liso e uma menor aderência aos
implantes de superfície anodizada, ficando os jateados com cerâmica de fosfato
de cálcio em um nível intermediário de aderência. Este resultado demonstrou
que nem sempre a superfície lisa apresenta menor aderência de
microrganismos. Os fabricantes de implantes dentários desenvolveram
tratamentos de superfícies com o intuito de aumentar a rugosidade dos implantes
e, consequentemente, melhorar o contato com o osso durante a
osseointegração. Sem análises específicas sobre a aderência de
microrganismos a essas superfícies, algumas empresas nacionais e
internacionais, prevendo uma menor aderência em superfícies lisas, mantêm as
primeiras roscas do implante sem tratamento. Após análises dos dados deste
estudo parece claro que o método como é feito esse tratamento influencia, não
só no potencial de osseointegração, mas também na aderência de
microrganismos, que ocorrerá quando este implante estiver exposto ao meio
bucal. Desta forma, na utilização clínica de implantes deve-se levar em conta
não apenas estudos que mostram sua capacidade de osseointegração, mas
também sua suscetibilidade à aderência de microrganismo, principalmente os
pioneiros na formação do biofilme que servirão de alicerce para a colonização
de microrganismos patogênicos.

CORRELAÇÃO ENTRE MICRO-ORGANISMOS E SAÚDE BUCAL

A microbiota consiste em uma comunidade de microrganismos comensais ou


patogênicos que habitam nosso corpo. Após o nascimento, somos expostos a
uma enorme variedade de microrganismos que passam a colonizar
principalmente a pele, o intestino e a cavidade oral, estabelecendo uma relação
de simbiose com o nosso próprio organismo. O número de seres procariótico
que habitam o corpo humano chega a ser quase 10 vezes maior do que o número
de células do próprio indivíduo, e a boca é o segundo local de maior
concentração desses organismos, ficando atrás somente do intestino. A micro-
biota humana normal tem uma importância significativa nos processos de saúde
e doença, atuando na defesa do organismo contra patógenos, na digestão,
síntese de vitaminas, metabolismo de fármacos, desenvolvimento e maturação
do sistema nervoso e regulação da imunidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Normalmente, esses seres microscópicos não causam prejuízos ao hospedeiro.


Entretanto, sob determinadas condições de disbiose ou imunossupressão, eles
podem se tornar agentes etnológicos de doenças orais e sistêmicas. As
principais patologias causadas por esses microrganismos são a cárie,
periodontite, candidíase e endodocardite bacteriana. Sendo assim, o equilíbrio
da flora endógena da cavidade bucal é um fator determinante para a manutenção
da saúde do indivíduo com um todo.

KAROLLAYNE ALVES S PAIVA 01425101


SHEYLA TAYANNE SOARES DE HOLANDA 01419308
SIMONE TERESINHA FERREIRA 01402663

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