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Restauração em Dentes Tratados Endodonticamente

com Enfoque em Retentores Intrarradiculares


TRATAMENTO ENDODÔNTICO: caso futuramente houver a necessidade de tratamento
O tratamento endondontico só é considerado finalizado endodôntico. Se utiliza esse material para manter a
quando o dente é novamente reintegrado ao sistema integridade da cor;
estomatognático, ou seja, é preciso devolver ao dente Para dentes posteriores utiliza – se cimento de hidróxido
sua função. de cálcio (não apresenta adesão a estrutura dentária)
somente uma fina camada em cima da guta percha, para
OPÇÕES DE RESTAURAÇÕES EM DENTES servir de guia//segurança caso haja a necessidade um
TRATADOS ENDODONTICAMENTE: retratamento endodôntico.
• Restaurações Diretas;
3. Após, obrigatoriamente é preciso
• Restaurações Indiretas.
colocar uma camada de CIV:
Por uma questão de melhor vedamento e, também
➔ Pode ou não haver a necessidade da instalação de
reforço, pois se trata de um material mais resistente que
RETENTORES INTRARRADICULARES tanto em
apresenta adesão a estrutura dentária – a resina não pode
restaurações diretas quanto em indiretas.
entrar em contato com os materiais e cimentos citados
➔ A avaliação do remanescente dental (quantidade e
anteriormente.
qualidade) é quem vai ditar o tipo de restauração a ser
realizada.
4. Finalização do tratamento seguindo os
passos da restauração direta com
PARA RESTAURAÇÕES DIRETAS:
Resina Composta. – o tratamento do
• Se o dente em questão apresenta pelo menos 2
dente finalizado, agora ele está
estruturas de reforço intactas – ponte de
integrado novamente ao sistema
esmalte, crista marginal e cúspide;
estomatognático (forma, função e
• Pelo menos 50% de porção coronária
estética).
remanescente;
• Como a restauração será realizada:
1. Acessar até se encontra a guta percha:
Quando o paciente realizou tratamento endodôntico na
UNAERP, temos acesso a radiografia para verificar que
o corte da guta percha foi feito de maneira correta e que
foi o selamento com o CIV, somente nesse caso não é
necessário chegar até a guta percha, só irá remover o
CIV das paredes circundantes, deixando material
apenas na entrada do contudo;
Quando o paciente vem com o tratamento endodôntico
feito em outro local, remove todo o selamento
provisório até chegar na guta percha – às vezes é preciso PARA RESTAURAÇÕES INDIRETAS:
remover a guta remanescente porque ela não pode • Fragilização das estruturas de reforço –
invadir a porção coronária. preparos MOD que são muito extensos;
• Menos de 50% da porção coronária
2. Após chegar até a guta percha: remanescente;
Para dentes anteriores é recomendado a colocação de • Inlays, onlays e overlays;
uma fina camada de cimento provisório ou material • Se realiza devido a necessidade de suporte para
provisório – COTOSOL (material provisório a base de retenção coronária;
oxido de zinco que não apresenta adesão a estrutura • Como a restauração será realizada – construção
dentária) – somente em cima da guta percha, porque de núcleo de preenchimento (estrutura
serve para nortear para acessar os condutos radiculares

Dentística IV Profª. Drª. Ana Beatriz Silva Sousa;


Brenda Aparecida Faustino da Silva
construída com resina composta) para encaixar TRATAMENTO EDONDÔNTICO x
a prótese. FRAGILIDADE DENTAL:
• Muito se fala que o tratamento endodôntico
gera fragilização do elemento dentário
submetido;
➔ Dente com tratamento endodôntico não é sinônimo de
necessidade de retentor intrarradicular!!
➔ Nem sempre o dente que precisa de tratamento
endodôntico terá a estrutura coronária toda destruída/
debilitada – até porque o acesso é realizado de maneira
conservadora.
• A perda da vitalidade fragiliza o dente de 3 a
14% - devido ao preparo cavitário ser
conservador;
• Um preparo MOD aumenta a fragilidade em
63%.
➔ Portanto, A PERDA DA ESTRUTURA CORONÁRIA
É O QUE VAI LEVAR A FRAGILIDADE DENTAL e
não o tratamento endodôntico.
RETENTORES INTRARRADICULARES:
INDICAÇÕES: DIAGNÓSTICO PARA O USO DE RETENTORES
• Casos de extensa destruição coronária onde há INTRARRADICULARES:
uma necessidade de suporte para retenção • Avaliar a quantidade de estrutura dental
coronária (tanto para restauração direta quanto remanescente – até ou mais de 50%, tem ou não
indireta); pelo menos 2 estruturas de reforço;
O que pode ter acontecido? Quando o paciente é
• Aspecto periodontal – se tem ou não fratura,
submetido à um tratamento endodôntico, muitas vezes
localização dessa fratura (sub ou
o paciente apresenta dor, tendo, portanto, ficado algum
supragengival), se teve ou não
tempo sem colocar o dente em função. Após realizar o
comprometimento da raiz;
tratamento endodôntico, essa sintomatologia é sanada e
• Aspecto radiográfico – tratamento endodôntico
o paciente acaba colocando o elemento em função com
tem que estar satisfatório, há lesões ou não;
uma restauração provisória (que não são materiais
• Posição do dente na arcada;
resistente) ocorrendo uma fratura extensa.
• Oclusão do paciente – dente que é muito
• Dentes anteriores com grande perda tecidual;
importante para a oclusão// dente que está
• Dentes com raízes fragilizada;
segurando a oclusão;
• Dentes com perda tecidual ampla e que são
• Função do dente na cavidade.
pilares de PPR e/ou dentes – guias de
desoclusão;
• Dentes posteriores com perda tecidual extensa ➔ Um dos principais grupos que são indicados para o uso
e tem necessidade de ancoragem de retentores intrarradiculares são, principalmente, os
intrarradicular para reter a restauração. Pré – Molares Superiores. São dente menores e, perder
estrutura mais fácil, é muito mais agressivo quando se
compara a um molar por exemplo.

Dentística IV Profª. Drª. Ana Beatriz Silva Sousa;


Brenda Aparecida Faustino da Silva
ASPECTOS GERAIS DOS RETENTORES FATORES QUE INFLUENCIAM A
INTRARRADICULARES: LONGEVIDADE DO RETENTOR
INTRARRADICULAR:
• Se o DESGASTE FOR EXCESSIVO sobra
pouca dentina para realizar a adesão e quando
esse dente é colocado em função favorece a
ocorrência de fraturas no remanescente
radicular e o paciente perde o dente;
• O contrario também gera efeitos negativos,
quando o PREPARO NÃO É SUFIENTE e o
pino não entra no momente de cimentar a peça.
Mas aqui é possivel reverter através da
adequação do contudo;

Deve ter mínimo de 1,5 mm de dentina circundante!!


1. SELAMENTO APICAL – existe a necessidade da
manutenção de um selamento apical de guta percha • Em relação ao diâmetro do pino: Pinos curtos
que varia de 3 a 5 mm – Parte para o princípio de podem levar a fratura radicular ou a fratura da
selamento apical apenas se o tratamendo coroa por conta de concentrações de forças – o
endodôntico estiver satisfatório; pino deve ter pelo menos o mesmo
2. É necessário uma RELAÇÃO MÍNIMA DE 1:1 comprimento do remanescente coronário.
entre o COMPRIMENTO DA COROA E O
RETENTOR – o retentor deve apresentar pelo CLASSIFICAÇÃO DE RETENTORES
menos o mesmo comprimento da coroa, se ele INTRARRADICULARES – MATERIAIS
apresentar um comprimento menor que o da coroa (CONFECÇÃO):
ocorre fratura e má adaptação;
• Pinos Fundidos;
3. Idealmente a quantidade/o COMPRIMENTO
PREPARADO DO CONDUTO DEVE SER DE ½ • Pinos Pré – fabricados.
DA RAIZ ATÉ 2/3 – comprimento da raiz e do Os pinos de fibra de vidro são os mais estéticos e mais
quanto deve ser preparo// quanto o pino deve atingir utilizados dentro da dentística.
dentro da raiz;
4. DESGASTE MÍNIMO DO CANAL o qual diz PINOS METÁLICOS FUNDIDOS:
respeito a dentina que está circundante ao conduto
radicular. Quando menos essa dentina for desgastas INDICAÇÕES:
é melhor, pois, se for removida muita estrutura a raiz • Reabilitação oral;
vai ficar fragilizada, porque não terá estrutura • Canais remanescentes excessivamente cônicos
suficinete para realizar a adesão intrarradicular e no ou elípticos;
momento de distribuir os impactos ao longo da raiz • Pinos e núcleos múltiplos – reablitações
pode levar a uma concentração de forças e causar extensas.
fratura radicular. Portanto, O DESGASTE DEVE
SER SUFICIENTE APENAS PARA REALIZAR VANTAGENS:
UMA ADESÃO E UMA CORRETA • Documentação científica – tratamendos
DISTRIBUIÇÃO DAS FORÇAS AO LONGO DO datados de mais anos;
EIXO RADICULAR; • Ótima adapatação – porque o núcleo é moldado
5. EFEITO FÉRULA – é um remanescente que se diretamente dentro do conduto;
apresenta na porção coronária de mais ou menos 2,5 • Menor espessura de cimento;
mm. Quando existe esse remanesten, a situação de • Rigidez aumenta;
instalação de um retentor intrarradicular é • Sem necessidade de preenchimento posterior –
beneficiada, pois a férula traz um efeito positivo, porque já apresentam essa parte junto a sua
principalmene em relação a adesão, porque é mais estrutura interna (dentro do conduto)
uma estrutura dentária para poder realizar a adesão.
E nesses casos o preparo fica supragengival, LIMITAÇÕES:
favorecendo a situação ainda mais. • Tratamendo mais prolongado – existe mais
passos;
• Corrosão;

Dentística IV Profª. Drª. Ana Beatriz Silva Sousa;


Brenda Aparecida Faustino da Silva
• Alterações cromáticas – de cor;
• Maior remoção de estrutura dental sadia – tem PINOS PRÉ – FABRICADOS NÃO METÁLICOS:
que ser um preparo expulsivo;
• Módulo de elasticidade diferente da dentina o VANTAGENS:
que gera um efeito negativo em relação a • Biocompatíveis e estáveis;
distribuição de forças ao longo da raiz • Preservam a dentina radicular;
• Resistência à fadiga e corrosão;
• Técnica direta;
PINOS PRÉ – FABRICADOS: • Adesividade;
• Compatíveis com os materiais restauradores –
FORMA ANATÔMICA: cimenta e restaura no mesmo dia;
• Cilíndricos ou cônicos. • Módulo de elasticidade próximo a dentina.

CONFIGURAÇÃO EXTERNA: Os pinos pré-fabricados não metálicos podem ser


• Lisos (ideais), serrilhados ou rosqueáveis. cerâmicos (rígidos), fibras de carbono (flexíveis),
fibras de vidro (flexíveis) e dióxido de zircônia
MATERIAL – CONFECCÇAO: (rígidos).
• Metálico – titânio, aço; Os pinos de fibra de vidro possuem uma maior estética
• Cerâmicos; e translucidez, resiliência similar à dentina,
distribuição de forças melhor, menor estresse e um
• Fibra de vidro e carbono (mais utilizados).
risco reduzido de fratura.
VANTAGENS:
• Preparo consevador;
• Menor tempo clínico;
• Uso fácil e rápido – não precisa do protético;
• Disponível em várias formas, tamanhos e
materiais;
• Fácil remoção do que os metálicos.

LIMITAÇÕES:
• Perda coronária toal – porque se trata de uma
técnica adesiva, é preciso isolar;
• Radiopacidade – para os não metálicos – difícil
identificação na radiografica.

NÃO METÁLICOS x METÁLCOS FUNDIDOS:


A indicação/escolha para o tipo de pino vai depender
da perda coronária:
• Quando se tem perda coronária total não se
consegue trabalhar com pinos de fibra de vidro/
de carbono, é obrigatório o uso de núcleos
metálicos fundidos;
• A radiopacidade muda também devido o
material, nos casos dos metálicos fundidos a
radiopacidade é maior;
• Os pinos também podem ser diferenciados
quanto a sua configuração/retenção, existem os
lisos e os rosqueáveis. Os primeiros são mais
vantajosos porque os segundos a cada dobra
vão causar mais tensões aumentando os riscos
de fratura radicular.

Dentística IV Profª. Drª. Ana Beatriz Silva Sousa;


Brenda Aparecida Faustino da Silva

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