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Lesões Periapicais

INTRODUÇÃO ligamento periodontal), raiz do dente e osso


alveolar.
• É a perda de tecido/estrutura na região
periapical do dente – ao redor do ápice Articulação dento – alvéolo GONFOSE é composta por
radicular; fibras colágenas densas que ligam o dente ao osso;
• Está relacionada com a vitalidade pulpar do Um dente saído apresenta a lâmina dura integra –
dente onde há tecido vivo irrigado, cuja imagem radiopaca ao redor de toda a raiz do dente;
nutrição vem do forame apical e chega até a
dentina através dos prolongamentos dos O primeiro sinal radiográfico de uma lesão
odontoblastos; periapical é a destruição da lâmina dura;

Lesão periapical ainda pode apresentar rarefação


Polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo! óssea periapical – reabsorção óssea.

• Quando esse dente é agredido por uma lesão de


cárie profunda (perto da polpa) faz com que a
IDENTIFICAÇÃO DE VITALIDADE DA POLPA polpa do dente inflame, ocasionando PULPITE
AGUDA;
TESTE TÉRMICO (FRIO E QUENTE):
Uma vez que da pulpite a polpa do dente irá
• O dente sente dor devido a movimentação do
NECROSAR
fluido dentinário (dentro do túbulo) que excita
os prolongamentos dos odontoblastos; • Necrose pulpar: os gases de necrose dessa polpa
vão para o forame apical (causa cheiro ruim) e
Se o dente não responder ao estímulo significa que a
produzem uma lesão periapical, vão destruir o
polpa está morta (necrótica) induzindo a uma lesão
osso, pois se trata de um corpo estranho, então
periapical – precisa tratar o canal;
o organismo reage através de uma resposta
Se o dente, mesmo após a retirada do estímulo, inflamatória que acaba induzindo a osteíte
continuar doendo, significa que a polpa está inflamada (inflamação do osso frente ao agente agressor);
e precisa ser removida – tratamento endodôntico.
Geralmente a lesão periapical é crônica, o processo de
TESTE DE CAVIDADE: aparecimento é demorado e, muitas vezes, o paciente
não apresenta sintoma de dor.
• Abre a cavidade sem anestesia e analisa se o
paciente sente dor ou não – encostar na dentina. • Uma vez formada a Lesão periapical é preciso
entrar dentro do canal, regularizar a parede e
remover a polpa do dente através do
Não existe lesão periapical em um dente com polpa
TRATAMENTO ENDODÔNTICO.
vital/ vitalizada

A lesão só está presente na polpa desvitalizada.


Depois de tratado o canal, a tendência é a lesão
periapical desaparecer, formando o osso novamente.

COMO OCORRE A LESÃO PERIAPICAL OBS: Tempo para neoformar osso → as vezes pode
levar anos, o início pode se dar por volta de 6-7 meses;
• Primeiramente se tem um dente hígido –
apresenta lâmina dura intacta, a qual é uma OBS: Se passar muito tempo do tratamento
parede óssea onde se tem a inserção do endodôntico (anos e anos) e ainda tiver a L.P. é um sinal
ligamento periodontal (espaço radiolúcido do de que a endo não foi bem – sucedida, sendo necessário
refazer o tratamento.
• Irritação química ou traumática do ligamento
periodontal;
• Inflamação sem destruição de tecido – não tem
reabsorção óssea.
Rarefação óssea

OSTEÍTE Mistas

Condensantes

RAREFAÇÃO ÓSSEA:

• Osso destruído – menor estruturação, menor


volume/densidade;
• Imagem radiolúcida – rareficientes; • CAUSAS:
• É a absorção óssea; ✓ Restaurações altas: ponto de contanto
• Ex; cistos, ameloblastoma, lesões periapicais. prematuro dos dentes – mordida em um
único dente, vai forçar esse dente muito
mais do que os outros, ficando
CONDENSANTES: dolorido.
• Aumenta a mineralização do osso; A concentração da mordida em um único dente vai
• Imagem radiopaca – condensantes; pressionando o ligamento periodontal (altamente
• Ex: odontoma, osteoma, displasia. vascularizado) causando uma inflamação, fazendo com
que ocorra uma extrusão do osso alveolar.

MISTAS: ✓ Traumática, queda;


✓ Ortodontia – induzida para movimentar
• Um pouco rareficiente e um pouco
o dente e corrigir a posição.
condensante.

• CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
Vai se ter um grupo de lesões de cada tipo de osteíte;
✓ Dor à percussão – teste de percussão;
Existem lesões periapicais crônicas (dentro do osso, ✓ Dente crescido – o ligamento
assintomática e é possível identificar em radiografia de periodontal inflamado faz com que o
rotina) e agudas (sintomático). dente extrua (saia) do alvéolo.

SEQUÊNCIA DO APARECIMENTO DAS


LESÕES PERIAPICAIS

Pericementite -> Abcesso -> Granuloma -> Cisto

Ordem crescente do grau de destruição óssea

PERICEMENTITE APICAL • CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS


– SINAL RADIOGRÁFICO:
• Aumento do espaço periodontal;
✓ Aumento da imagem radiolúcida do
• Acontece ao redor do cemento;
espaço periodontal.
• Periodontite apical não supurativa;
• CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS:
✓ Rompimento da lâmina dura;
✓ Rarefação óssea ao redor do periápice
dentário de forma DIFUSA – ROP;
✓ Imagem radiolúcida no ápice.
• TRATAMENTO:
✓ Ajuste oclusal da restauração –
reatonomizar a restauração;
✓ Associar com um anti - inflamatório,
para voltar à normalidade com mais
rapidez.

Para classificar como pericementite é preciso ter


aumento do espaço do ligamento periodontal associado
aos sinais clínicos (dor);

A dor do paciente auxilia no diagnóstico;

Se pode ter o espaço periodontal aumento sem


apresentar pericementite;

A identificação de qual dente está doente é muito


importante.

ABSCESSO DENTÁRIO APICAL

• Abcesso dento alveolar;


• O conceito de abscesso é a coleção purulenta
(pus) dentro dos tecidos; • CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
• O pus vai se formar no ápice da raiz: ✓ Abscesso agudo tem sinais clínicos
✓ O pus é o resultado da destruição óssea; mais evidentes – dor, inchaço, febra;
✓ O pus ocorre devido a uma infecção – ✓ Crônico o paciente não tem dor – lesão
as bactérias (perda de equilíbrio) já está a bastante tempo – destruição
liberam toxinas que partem para o óssea;
forame apical do dente, portanto, o ✓ Se faz o teste térmico (necrose ou
sistema de defesa do organismo vai pulpite).
liberar células de defesa para combater
Sempre associar sinal clínico com sinal radiográfico
essas toxinas, originando/formando o
pus (tecido/célula morta). Fistulografia é a pesquisa do trajeto fistuloso para
• As bactérias podem desenvolver um abscesso chegar até a ROP – identificar qual é o elemento
agudo (bactérias com grande poder de dentário que está causando a fistula;
virulência) ou crônico;
Na maioria das vezes a ROP está relacionada a endo,
• Produz a destruição do osso. prótese mal adaptada, restauração, mas se o dente é
hígido a ROP pode ser por trauma porque rompe o feixe
• CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS: vasculo nervoso. Deve analisar a causa/efeito.
✓ Presença de uma área necrótica de
liquefação; • TRATAMENTO:
✓ Grande número de polimorfonucleares ✓ Tratamento endodôntico.
neutrófilos;
✓ Tecido substituído por exsudato
purulento.
GRANULOMA DENTÁRIO CISTO PERIAPICAL

• Tecido de granulação que o organismo • Cavidade patológico atapetada/revestida por


desenvolve tentando se defender da agressão; epitélio contendo um material líquido ou
• Uma bolinha de tecido mole (forma o tecido de semilíquido associado ao ápice de um dente
granulação/proteção) se adere firmemente a desvitalizado;
raiz do dente tentando impedir que as • Só existe cisto onde se tem tecido epitelial –
substâncias dentro do forame apical agridam o cisto é proveniente do tecido epitelial.
osso/dente do paciente.

• CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
✓ Crescimento de tecido de
granulação/proteção que o organismo
desenvolve, em continuidade com o
pericemento;
✓ Geralmente é assintomático.

HIPÓTESE PARA EXPLICAR A ORIGEM DO


CISTO PERIAPICAL:
Fica aprisionado no interior do Tecido Conjuntivo e
próximo das raízes dos dentes restos epiteliais de
Malassez (tecido epitelial) e, devido estímulos
provenientes do conducto radicular, (como necrose
pulpar, toxinas, bactérias) estimulam o Tecido Epitelial
a se dividir/reproduzir, formando o cisto. Portanto, o
cisto é formado por Tecido Epitelial dentro do Tecido
• CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: Conjuntivo.
✓ Destruição da lâmina dura;
✓ Rarefação óssea periapical
CIRCUNSCRITA;
✓ Lesão radiolúcida unilocular (cavidade
única) e circunscrita oval ou esférica de
até 10mm associada ao ápice de dente
desvitalizado.

Canal infectado, mas o cisto é asséptico


• As células começam a se proliferar (expansão
por aumento de volume) e, como o tecido
epitelial é nutrido por difusão, as células do
centro morrem por falta de nutrição (porque
ficam distantes da lâmina basal), dando origem
ao líquido cístico que é asséptico (dentro do
cisto não tem bactéria);
• Linha de esclerose óssea – tentativa do osso de
• TRATAMENTO: minimizar a lesão, pode ser nítida ou não.
✓ Tratamento endodôntico. Toda lesão de crescimento muito lento pode
desenvolver essa linha.
• CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS: DIFERENCIA HISTOLÓGICA DE
✓ Destruição da lâmina dura; GRANULOMA E CISTO:
✓ Rarefação óssea periapical
• Granuloma é um tecido de granulação no
CIRCUNSCRITA COM ESCLEROSE
interior e o cisto tem uma capsula cística ao
ÓSSEA.
redor com líquido intercisticial dentro.

DISPLASIA CEMENTIFORME PERIAPICAL

• Substituição do tecido ósseo por tecido


cementário, parece uma ROP na fase inicial,
mas não é – não é lesão periapical;
• Deve fazer o teste de vitalidade em todos os
dentes – dentes relacionados a displasia estão
vitalizados;
• Ocorre em pacientes com idade madura (entre
3ª e 4ª década de vida);
• Predileção por mulheres da raça negra;
• Região preferencial: ANTERIOR DA
MANDÍBULA;
• Lesão autolimitante;
• Fase inicial destrói osso – radiolúcido (fica
parecendo lesão periapical);
• Fase final – radiopaco por conta de deposição
de cemento.

TRATAMENTO:
• Endodontia + complementação cirúrgica
(enucleação cística – remoção).

OBS: Rizogênese incompleta não é lesão periapical.


DIFERENÇA RADIOGRÁFICA DE
GRANULOMA E CISTO:

• O cisto é maior que 10mm, enquanto o


granuloma é no máximo 10mm;
• Cisto é mais radiolucido que granuloma –
destrói mais osso;
• Cisto pode ter linha de esclerose e o granuloma
não.
LESÕES ENDODÔNTICO – PERIODONTAIS
(ENDOPÉRIO)

• As perdas ósseas com formação de bolsas


periodontais podem concorrer para o endopério,
conjugações de lesões periodontais e
periapicopatias, necessitando de tratamento
recíproco.

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