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Tatuí, 2021

RADIOLOGIA
ODONTOLÓGICA
MÓDULO 2

ESCOLA TÉCNICA “Dr GUALTER NUNES”


Habilitação Profissional de Técnico em Saúde Bucal

Apostila Radiologia Odontológica – Módulo 2 – 2021


Habilitação Profissional de Técnico em Saúde Bucal – Escola Técnica “Dr Gualter Nunes”
“Coração é terra que ninguém vê.”
Cora Coralina

Favor não imprimir. Mas caso imprima, frente e verso sempre!!!


Verso da Capa
2
Sumário
Capitulo 1 – Radiologia Odontológica .......................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 5
IMAGEM RADIOGRÁFICA ....................................................................................................... 5
Imagem ................................................................................................................................. 6
Densidade Radiográfica........................................................................................................ 6
Características do feixe de raio X ......................................................................................... 6
PRODUÇÃO DE RAIOS X ....................................................................................................... 7
Capitulo 2 – Aparelhos de Raios X e Materiais de Uso em Radiologia Odontológica .................. 8
CONSTITUIÇÃO DOS APARELHOS DE RAIO X PARA CONSULTÓRIO .............................. 8
RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS DE USO ......................................................................... 9
POSICIONADOR RADIOGRÁFICO ......................................................................................... 9
FILMES RADIOGRÁFICOS ................................................................................................... 10
1. Constituição ............................................................................................................... 10
2. Classificação dos filmes radiográficos ....................................................................... 10
3. Propriedades dos Filmes Radiográficos .................................................................... 11
4. Armazenamento dos Filmes ...................................................................................... 11
5. Montagem do Exame Completo Radiográfico Periapical em Cartela ........................ 12
CÂMARA ESCURA ................................................................................................................ 12
1. Soluções de Processamento ..................................................................................... 12
2. Métodos de Processamento ...................................................................................... 13
3. Erros de Processamento e Armazenamento ............................................................. 13
Capitulo 3 – Radioproteção........................................................................................................ 15
RADIOPROTEÇÃO ................................................................................................................ 15
1. Medidas de Proteção ...................................................................................................... 15
2. Controle da radiação....................................................................................................... 16
EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES .................................................... 17
MEDIDAS IMPORTANTES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA ............................................... 17
Capitulo 4 – Técnicas de Obtenção de Imagens Radiográficas Intrabucais .............................. 18
RADIOGRAFIA PERIAPICAL ................................................................................................. 18
1. Técnica da bissetriz (cone curto) .................................................................................... 18
2. Técnica do paralelismo (cone longo) .............................................................................. 18
3. Técnica de Clark (variação da angulação horizontal) ..................................................... 19
4. Técnica Le Master .......................................................................................................... 19
RADIOGRAFIA INTERPROXIMAL ........................................................................................ 20
1. Indicações da técnica interproximal ........................................................................... 20
2. Indicação do filme interproximal ................................................................................ 20
3. Técnica radiográfica interproximal ............................................................................. 20
RADIOGRAFIA OCLUSAL ..................................................................................................... 21
RADIOGRAFIA DENTAL DIGITAL ......................................................................................... 24

3
Verso do Sumário
4
Capitulo 1 – Radiologia Odontológica

INTRODUÇÃO

A Radiologia Odontológica é uma especialidade que visa através de imagens, auxiliar o


diagnóstico e o planejamento do tratamento das anomalias e patologias dentomaxilofaciais. O exame
radiográfico auxilia, por exemplo, na localização de lesões cariosas não visíveis clinicamente, na relação
lesão cariosa-câmara pulpar, na localização de fraturas em casos de traumatismo dentário, etc.
O cirurgião-dentista costuma executar os exames intrabucais no seu consultório e solicita as
técnicas extrabucais para serviços especializados. Na atualidade, a maioria das especialidades utiliza a
técnica panorâmica por ser de fácil execução e pelo fato de que, numa radiografia, visualizam-se as
estruturas que compõem o complexo máximo mandibular, assim como estruturas anexas, como órbitas,
seios maxilares, fossa nasal e articulações temporomandibulares.
A correta realização de uma tomada radiográfica evita repetições e a exposição desnecessária do
paciente à radiação. Para que isto ocorra, devemos obedecer a técnicas que incluem um correto
posicionamento da cabeça do paciente e do filme em sua cavidade bucal, posicionar corretamente o
aparelho com relação aos ângulos horizontais e verticais apropriados, que é de responsabilidade do
cirurgião-dentista, assim como realizar com exatidão o processamento do filme, que é realizado pelo ASB.

IMAGEM RADIOGRÁFICA

A imagem radiográfica nada mais é que a projeção de uma estrutura anatômica tridimensional
numa superfície plana (filme radiográfico ou na tela do computador). Modernamente, o cirurgião-dentista
dispõe de uma série de exames nos serviços de Radiologia. Tais exames especiais fornecem subsídios
em terceira dimensão que facilitam todos os procedimentos terapêuticos. Dentre eles, podemos citar os
métodos de localização de corpos estranhos, dentes inclusos ou, simplesmente, de lesões que podem
ocorrer na maxila e/ou na mandíbula. Pelo fato de esses exames darem a noção da terceira dimensão,
os procedimentos cirúrgicos são mais precisos e genericamente menos agressivos.
Outro tipo de exame bastante difundido nos dias atuais é a tomografia das articulações
temporomandibulares. Cefaleias, dores de ouvido, diminuição da audição, zumbidos e dores orofaciais
podem estar associadas aos chamados distúrbios temporomandibulares. O cirurgião-dentista moderno
só consegue efetuar esses procedimentos cirúrgicos com segurança por meio desse tipo de exame.
Embora tenhamos certo risco radio biológico no uso dos raios X, pesquisas científicas
comprovam que o risco associado ao uso de técnicas radiográficas intrabucais, das panorâmicas e das
tomografias odontológicas é menor do que o risco da radiação de fundo ambiental (radiação cósmica,
radiação do solo, raios ultravioletas) a que estamos expostos, querendo ou não. As doses de radiação
das radiografias usadas na Odontologia, genericamente, são extremamente pequenas.
Mesmo assim, hoje dispomos de tecnologia para minimizar os possíveis danos oriundos das
radiações ionizantes na rotina odontológica. Podemos citar o uso de aventais plumbíferos, filmes
5
ultrarrápidos e aparelhos calibrados. De posse desses conhecimentos, podemos afirmar que os riscos
são infinitamente menores que os benefícios oriundos da Radiologia, ou melhor, da Imaginologia, na
prática da Odontologia Moderna.

Imagem
Imagem é produzida pelos raios X, passando através de um objeto e interagindo com a emulsão
do filme, o que resulta em um escurecimento deste. A extensão do escurecimento depende do número
de raios X que atinge o filme, que, entre outros fatores, depende da densidade do objeto.
Imagem Final: A imagem final pode ser descrita como uma imagem bidimensional composta de
preto, de branco e de uma variedade de tons de cinza sobrepostos, sendo, algumas vezes, conhecida
como gráficos de imagens.
A qualidade da imagem e a quantidade de detalhes em uma radiografia dependem de diversos
fatores, incluindo:
 Contraste - a diferença visível entre os vários tons preto, branco e cinza.
 Geometria da imagem - as posições relativas do filme, do objeto e do cabeçote de raios X.

Densidade Radiográfica
A quantidade do feixe que é barrado (atenuado) por um objeto
determina a densidade radiográfica das imagens:
As imagens brancas ou radiopacas do filme representam as várias
estruturas densas no interior do objeto que barram totalmente o feixe de raios
X. As imagens pretas ou radiolúcidas representam áreas onde o feixe de
raios X passou através do objeto e não foi totalmente barrado.
Os tons de cinza representam áreas onde o feixe de raios X foi
atenuado em um grau variado.
A densidade radiográfica final de qualquer objeto é consequentemente afetada pelo (a):
 Tipo específico de material de que o objeto é feito.
 Espessura ou densidade do material.
 Forma do objeto.
 Intensidade do feixe de raios X utilizado.
 Posição do objeto em relação ao feixe de raios X e filme.
 Sensibilidade do filme.
 Tecidos anatômicos tridimensionais
A forma e a densidade dos tecidos do paciente, principalmente dos tecidos duros, também afetam
a imagem radiográfica. Dessa forma, quando se observam imagens bidimensionais, a anatomia
tridimensional responsável pela imagem deve ser considerada. Um sólido conhecimento anatômico é
obviamente um pré-requisito para a interpretação radiográfica.
As principais limitações da análise de imagens bidimensionais de objetos tridimensionais são:
 Avaliação da forma total do objeto.
 Superposição das imagens e avaliação da localização e forma das estruturas no interior de
um objeto.

Características do feixe de raio X


 Nitidez e resolução da imagem.
 Produção de raios X
 Tubo de Coolidge

Os raios X são produzidos quando elétrons negativos (alta velocidade) bombardeiam um anteparo
e são freados subitamente ao repouso. Isso acontece dentro de um pequeno envoltório de vidro a vácuo
chamado de ampola de raios X.
A ampola de raios X deve apresentar as seguintes características:
 O cátodo (negativo) consiste em um filamento aquecido de tungstênio que proporciona a
fonte de elétrons.
 O ânodo (positivo) consiste em um anteparo (um pequeno pedaço de tungstênio) colocado
em um bloco de cobre em face angulada que permite a dissipação do calor.
 O dispositivo focalizador aponta o feixe de elétrons para a área focal no anteparo.
 A alta voltagem (Kilovoltagem, KV) conectada entre o cátodo e o ânodo acelera os elétrons
do filamento negativo para o anteparo positivo. É também referida como KVp ou
Kilovoltagem pico.

6
 A corrente (Miliamperagem, mA) flui do cátodo para o ânodo. É a medida da quantidade
de elétrons que estão sendo acelerados. Um revestimento de chumbo absorve os raios X
não desejáveis como uma medida de proteção à radiação, uma vez que os raios X são
emitidos em todas as direções.
 Óleo circundante facilita a dissipação o calor.

PRODUÇÃO DE RAIOS X

A produção de raios X pode ser resumida com a seguinte sequência de eventos:


 O filamento é eletricamente aquecido e uma
nuvem de elétrons é produzida ao seu redor;
 A alta voltagem (diferença de potencial) no tubo
acelera os elétrons a uma velocidade muito
grande em direção ao ânodo;
 O dispositivo focalizador aponta o feixe de
elétrons para a área focal no anteparo;
 Os elétrons bombardeiam o anteparo e são
freados subitamente ao repouso;
 A energia perdida pelos elétrons é transferida em
calor (cerca de 99%) ou raios X (cerca de 1%);
 O calor produzido é removido e dissipado em todas as direções pelo bloco de cobre e pelo
óleo circundante;
 Os raios X são emitidos em todas as direções a partir do anteparo. Aqueles que atravessam
a pequena janela no revestimento de chumbo constituem o feixe usado para propósito de
diagnóstico.

7
Capitulo 2 – Aparelhos de Raios X e Materiais de Uso em Radiologia
Odontológica

CONSTITUIÇÃO DOS APARELHOS DE RAIO X PARA CONSULTÓRIO

Os aparelhos de raios-X são constituídos de base, corpo, braço articular


e cabeçote.

Base: pode ser fixa, onde o aparelho fica preso à parede ou móvel. A base móvel é dotada de
rodas para que o aparelho de movimente de um local para o outro.
Corpo: No corpo que está acoplado à base é onde se encontram as partes elétricas gerais do
aparelho.
Braço Articular: É a estrutura responsável pela movimentação do cabeçote em relação aos
ângulos horizontais e verticais.
Cabeçote: É a estrutura blindada para o tubo de raios e onde se
encontram também:
 Ampola de raios X;
 Transformador de alta e baixa tensão;
 Filtro adicional de alumínio;
 Diafragma de chumbo;
 Colimador;
 Localizadores: cilindros abertos.
Atualmente, encontramos no mercado aparelho de raio X portátil,
como na figura.
Os requisitos ideais do aparelho de raios X devem ser:
 Seguro e exato.
 Capaz de gerar raios X com uma escala desejada de energia e com adequados
mecanismos para dissipação de calor.
 Pequeno, fácil de manusear e posicionar.
 Estável, equilibrado e firme quando posicionado o cabeçote.
8
 Facilmente desmontado e armazenado.
 Simples de operar.
 Robusto.
 Ter bons receptores de imagem

RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS DE USO

 É obrigatório o uso de EPIs: avental, protetores de tireóide e gônadas durante a tomada


radiográfica.
 No caso de radiografias intraorais é permitido o uso de câmara de revelação portátil desde
que seja empregada a tabela tempo-temperatura (usando um termômetro e um
cronômetro).
 O equipamento intraoral deverá ter KV > 50 (desejável > 60 KV).
 O equipamento extraoral deverá ter KV > 60.
 No equipamento intraoral o diâmetro do feixe deverá ser < 6 cm. Se houver sistema de
posicionamento o diâmetro poderá estar entre 4-5 cm.
 O comprimento do localizador deverá ter as seguintes dimensões: 18 cm (< 60KV), 20 cm
(60-70 KV), 24 cm (> 70 KV).
 O equipamento não deverá emitir radiação quando o temporizador estiver na posição “zero”
 O cabo disparador > 2m.
 É proibido sistema de disparo com retardo.
 Se a carga de trabalho for maior que 30 mA/min/semana (~150 radiografias por semana)
o estabelecimento deverá ser dotado de cabine de comando ou biombo fixo.
 O uso de dosímetros individuais pode ser dispensado se forem realizadas menos que 24
radiografias/semana.
 Não deverá ser realizada inspeção visual durante a revelação.
 A técnica radiográfica não deverá ser aumentada para reduzir o tempo de revelação.

POSICIONADOR RADIOGRÁFICO

Obter imagens de qualidade e sem distorções na odontologia é importante, vista a necessidade


de se conhecer a anatomia dentária e das estruturas adjacentes.
Para radiografias precisas, é necessário posicionar corretamente o filme radiográfico, angulações
e distância do cilindro localizador com o auxílio de posicionadores radiográficos, os quais estabilizam as
angulações, simplificando a técnica.
O uso do posicionador radiográfico diminui a chance de erros, favorece a obtenção de imagens
padronizadas e proporciona mais segurança durante os procedimentos endodônticos realizados. Frente
a isso é importante destacar o uso do posicionador radiográfico durante as tomadas radiográficas, onde
este pretende diminuir o erro sistemático e favorecer significativamente a obtenção de imagens
comparativas, capazes de tornar o acompanhamento dos resultados mais seguro.
Quanto aos componentes do posicionador radiográfico, são estes: anel de alinhamento do
posicionador (1), dispositivo de mordida (3) e base para fixação do filme (4). (Posicionador RH para
tomadas radiográficas sob isolamento absoluto – Indusbello® – Ind. de Instrumentos Odontológicos Ltda
– Manual), segundo a figura abaixo:

9
FILMES RADIOGRÁFICOS

O filme de raios-X é o meio usado para registrar a imagem radiográfica depois de ter sido exposto
à radiação e processado nas soluções adequadas. As marcas mais encontradas são Agfa e Kodak.
Atualmente os filmes tradicionais vêm sendo substituídos por sensores intraorais, garantindo uma
economia de tempo e dinheiro. Ele captura imagens digitais em questão de segundos, com muito mais
qualidade e nitidez. Além de ser pequeno e confortável para o paciente, ele também permite que o
cirurgião-dentista elabore diagnósticos extremamente precisos, com ferramentas para laudar, editar e
compartilhar as imagens obtidas.

1. Constituição
Consistem de uma base de poliéster, coberta em um ou ambos os lados com gelatina impregnada
de sais halogenados de prata, formando a parte sensível do filme, e sobre esta a capa protetora.
As capas protetoras têm a finalidade de proteger a emulsão do contato com as forças mecânicas
durante a manipulação do filme e são constituídas de uma fina camada de gelatina.
1. Emulsão: É colocada em ambos os lados do filme, proporcionando alta sensibilidade,
processamento e secagem no menor tempo possível. A gelatina que forma a emulsão é
impregnada com sais halogenados (brometo ou iodeto) de prata. Após o processamento e
secagem a gelatina se contrai. As soluções de processamento devem manter temperatura
entre 16 e 35o C, para evitar uma contração excessiva ou desgarramento da gelatina da base.
2. Base: Constituída de material rígido (plástico – poliéster), fina, transparente, plana, azulada ou
esverdeada.
3. Embalagem: Um papel preto, opaco à luz, envolve o filme radiográfico intrabucal e na sua parte
de trás contém uma lâmina de chumbo. Este conjunto está contido em um envelope branco
(plástico ou papel) à prova d’água. A lâmina de chumbo protege contra a radiação secundária
produzida nos tecidos bucais que estão posteriores à película durante a exposição. O filme
periapical possui uma saliência denominada de picote. O lado que apresenta a convexidade
coincide com a parte branca da embalagem, que é o lado que o feixe de raios-X deve incidir.

2. Classificação dos filmes radiográficos


1. Quanto à utilização:
a. Intrabucais: utilizados para exames radiográficos dentro da cavidade bucal. Exemplos:
periapicais, oclusal, e bite-wing. O filme interproximal possui uma aleta de mordida para
fixação do filme.

Interproximal Periapical

b. Extrabucais: utilizados para exames radiográficos fora da cavidade bucal. Exemplos:


panorâmicos, telerradiografia (radiografia cefalométrica).

10
Panorâmica Telerradiografia

c. Dosímetros: filmes para mensurar a radiação recebida pelo profissional.

2. Quanto à quantidade: o filme periapical pode possuir uma ou duas películas no interior da
embalagem, sendo simples ou duplos, respectivamente.

3. Quanto à sensibilidade (velocidade) dos filmes intrabucais:


Grupo sensibilidade Marca
D Ultraspeed Kodak ou Agfa Dentus M-2
E (panorâmico) Ektaspeed Kodak ou Agfa Dentus M-4
Os filmes do grupo E são os mais indicados, pois requerem menor tempo de exposição.

3. Propriedades dos Filmes Radiográficos


 Sensibilidade – refere-se à capacidade de produzir imagens radiográficas com maior ou menor
quantidade de radiação.
 Definição – é a capacidade de um filme registrar detalhes muito finos.
 Contraste – são os diferentes matizes de branco, cinza e preto encontrados na radiografia. Uma
radiografia com alto contraste é uma radiografia com grande diferença entre branco e preto e
alguns tons de cinza intermediários (Femague). Uma radiografia com baixo contraste é uma
radiografia com muitos tons de cinza, sem definições de branco e preto.
 Densidade – é o grau de escurecimento obtido por um filme após o processamento. Tempos de
exposição curtos resultam em radiografias de baixa densidade.

4. Armazenamento dos Filmes


Para que possamos obter um resultado satisfatório nas imagens finais, também devemos lembrar
que o armazenamento dos filmes é importante. Os filmes devem ser protegidos contra luz, umidade, calor,
agente químico e radiação secundária.

11
5. Montagem do Exame Completo Radiográfico Periapical em Cartela

CÂMARA ESCURA

A câmara escura é o local onde se realiza o processamento de uma radiografia. Ela deve ser
ausente de luz para não velar o filme. Existem três tipos de câmara escura:
1. Portátil: É muito utilizada em consultórios odontológicos, constitui-
se de uma caixa de madeira ou plástico vermelho transparente,
com tampa. No seu interior há três recipientes encostados na
parede posterior, para revelador (R), água (A) e fixador (F),
seguindo esta ordem da direita para a esquerda. Estas são as
normas internacionais, em qualquer câmara escura as soluções de
processamento estarão dispostas desta forma. Nas partes laterais
encontram-se dois orifícios, onde existem mangas pretas,
sanfonadas ou com elásticos, para colocar as mãos.
2. Quarto: É um local à prova de luz onde uma das dependências do
consultório é aproveitada para o processamento dos filmes. Deve possuir uma porta para evitar a
entrada de luz.
3. Labirinto: É um corredor circundante sem portas para acessar a câmara escura. As paredes do
labirinto são pretas, opacas para absorver luz externa. Tem iluminação de dois tipos: branca
comum e de segurança (de baixa intensidade). A luz branca é utilizada para iluminação geral e a
luz de segurança é utilizada na área de manipulação do filme (Femague). É recomendada também
uma segunda luz de segurança sobre os tanques de processamento dos filmes.
Grampos e colgaduras são utilizados para segurar as películas durante seu
processamento e secagem. As colgaduras possuem vários grampos, geralmente 14,
formando juntos uma estrutura similar à espinha de peixe, elas são utilizadas para o
processamento de várias películas periapicais ao mesmo tempo. Os grampos servem para
processar películas individualmente. Quando da abertura do filme na câmara escura, o
grampo deve ser fixado junto ao picote. Após o processamento e secagem dos filmes, os
grampos e colgaduras devem ser lavados antes de serem utilizados novamente. Outra
preocupação é com relação à pressão dos grampos; se a pressão for pequena eles devem
ser substituídos, pois a película pode se desprender e danificar-se durante o processamento.

1. Soluções de Processamento
As soluções de processamento são responsáveis pela transformação da imagem latente de uma
película em imagem radiográfica. Imagem latente é a imagem que fica formada após a incidência dos
feixes primários de raios-X sem que haja seu processamento.
1. Tipos de solução de processamento: pronta, líquido concentrado (após sua diluição esperar
24h para o uso) e pó para preparar (é ideal, embora pouco prática e onerosa).
2. Solução reveladora: Converte a imagem invisível no filme em imagem visível. Atua nos sais
de prata metálica que foram sensibilizados pelos raios-X.
3. Banho interruptor: Tem o objetivo de interromper a ação do revelador. O uso de uma solução
levemente ácida, em vez de água corrente, é muito mais eficiente, pois neutraliza
imediatamente o revelador alcalino. O tempo desse banho é de 20 segundos.
4. Solução fixadora: Dissolve os sais de prata que não foram expostos aos raios-X e endurece a
gelatina para que o filme apresente resistência à abrasão e seque rapidamente.
5. Lavagem final: Têm por finalidade remover do filme os compostos químicos do fixador e deve
ser realizado por 5 minutos em água corrente ou 10 minutos em água parada.
12
2. Métodos de Processamento
1. Processamento automático: O tempo de processamento é de 2 a 7 minutos, dependendo do
tipo de máquina processadora. As vantagens são: rapidez da operação, uniformidade dos
resultados, pequeno espaço requerido.
2. Processamento manual: O método manual é o mais utilizado em nosso país para o
processamento de radiografias dentais. Dentro deste método temos duas formas possíveis de
revelação. Na primeira utilizamos uma relação entre tempo e temperatura. A temperatura (em
graus Celsius) do revelador determinará o tempo (em minutos) de revelação do filme. Outra
forma é a visualização. O filme é colocado dentro do revelador e quando a imagem puder ser
visualizada, é removido. Após a revelação, o filme é levado para uma lavagem intermediária
em água por 20 segundos e, em seguida, para a solução fixadora, onde deve permanecer por
10 minutos. Caso seja necessário ver a imagem antes desse tempo, o filme pode ser removido
do fixador após 2 minutos, mas deve, obrigatoriamente, completar todo o tempo de fixação
logo em seguida. Completada a fixação, o filme deve ser submetido a uma lavagem final por
20 minutos e secagem completa
Tempo (min) Temp (ºC)
8 16
6 18
5 20
4 22
3 25
1 30

3. Erros de Processamento e Armazenamento


Alguns desvios podem ocorrer com os filmes durante o processamento ou a exposição aos raios-
X, causando problemas nas imagens obtidas. Aqui vamos identificar alguns desses problemas e suas
principais causas:

Erros de processamento
Uns dos problemas mais comuns relacionados ao processamento é o “fog” ou embaçamento, que
tem suas causas mais comuns na entrada de luz durante a revelação, armazenamento dos filmes
em lugar quente, pouco tempo de exposição ou filme com data de validade imprópria.
Problema Causa
Filmes manchados Pingar água no filme antes do processamento – a água dissolve ou
dilui a emulsão do filme provocando o aparecimento de mancha
escura ou ponto claro.
Pingar revelador – manchas negras
Pingar fixador – pontos brancos.
Não lavar o filme adequadamente (lavagem final) – mancha
amarela ou marrom.
Filmes escuros Super – revelação; aumento da concentração do revelador;
aumento da temperatura do revelador; exposição do filme à luz
antes do processamento; deixar o papel no filme.
Filmes claros Sub – revelação; revelador saturado ou com baixa temperatura;
fixador contaminado por revelador; super-revelação; deixar o filme
mais de 24 horas na água.
Rachaduras Filme colocado em alta temperatura em processamento e soluções
em baixa temperatura.
Ranhuras Contato com outros filmes causando riscos; pressão excessiva da
unha por força exagerada para retirar película de PVC;
Impressão digital Mãos úmidas com revelador ou fixador durante processamento.
Escorridos radiopacos ou Grampo sujo com fixador (mancha radiopaca) ou revelador
radiolúcidos (radiolúcido)
Manchas amarronzadas após Pouco tempo de lavagem; água parada; água contaminada de
determinado tempo revelador.
Filme colado em outro Filmes sobrepostos um ao outro antes da total secagem
Filme colado em papel Radiografia próxima de papel durante secagem.

13
Erros no armazenamento
Cuidados especiais: temperatura entre 10 a 210 C; umidade relativa do ar entre 40 a 60%; longe
de radiações ionizantes; isolamento elétrico de prateleiras metálicas; sem pressões sobre os
filmes; os mais velhos por cima.
Problema Causa
Imagem radiográfica de Desprendimento da gelatina
múltiplas “bolinhas” (“flocos
de algodão”)
Manchas escuras no filme Filme submetido a altas temperaturas.

ATIVIDADES PRÁTICAS RELACIONADAS:


- Apresentação dos equipamentos e materiais utilizados em Radiologia (podendo ser realizado visita
técnica em Centro Radiológico Odontológico);
- Técnicas de revelação, montagem e arquivamento de películas radiográficas.

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Capitulo 3 – Radioproteção

RADIOPROTEÇÃO

Tanto o cirurgião-dentista como o ASB e o TSB devem estar atentos para a prevenção contra a
exposição excessiva e nociva aos raios-X. Embora o ASB não realize tomadas radiográficas, ele está
junto com o profissional no atendimento ao paciente e deve ter conhecimento de como proteger a si
próprio e o paciente durante o exame radiográfico.
A Consolidação das Normas para Procedimentos de Odontologia, aprovada pela Resolução
63/2005 do CFO, autoriza a realização de tomadas radiográficas de uso odontológico pelo TSB, desde
que extraídas em consultórios ou clínicas odontológicas e sob a supervisão do Cirurgião-Dentista,
conforme se infere do disposto no art. 12, g, da referida Resolução.

1. Medidas de Proteção
O uso de um aparelho de raios-X requer medidas de proteção relacionadas com:
 Exposição do paciente
 Exposição do profissional
 Exposição de pessoas que o rodeiam (ASB, TSB, acompanhantes, etc.).
Devemos estar atentos às condições de uso e segurança dos aparelhos, que devem ser
inspecionados periodicamente.

1.1. Proteção do aparelho


Os aparelhos possuem dispositivos de proteção em relação ao paciente, que são os filtros de
alumínio, colimador, dispositivos eletrônicos marcadores de tempo (timer) e localizadores cilíndricos.
a) Filtros de alumínio: finalidade reduzir a dose e a radiação secundária na face do paciente.
b) Colimador: responsável pela delimitação do campo de irradiação na superfície da pele. Caso
o aparelho não tivesse esse dispositivo, uma área maior da face seria exposta à radiação, o que é
desnecessário, pois quando fazemos uma tomada radiográfica necessitamos de uma área de exposição
suficiente somente para sensibilizar o filme radiográfico (Femague). O campo de irradiação é de 7cm.
c) Marcadores de tempo: a precisão dos marcadores de tempo é muito importante na redução
da dose recebida pelo paciente.
d) Localizadores: nos aparelhos antigos os localizadores eram cônicos. Eles foram abolidos. Hoje
em dia os aparelhos possuem localizadores cilíndricos que não causam dispersão de raios.

1.2. Proteção do paciente


Utilização de filmes ultrarrápidos: requerem menor tempo de exposição, reduzindo a dose de
radiação do paciente.
Processamento correto dos filmes: Processamento é o ato de revelar, lavar, fixar e fazer a lavagem
final do filme. Deve ser realizado sem entrada de luz na câmara escura ou caixas de processamento. Na
câmara escura deve-se usar luz de segurança adequada. Controlar o tempo adequadamente de
revelação e fixação. Trocar as soluções regularmente e mantê-las sempre cobertas quando não estiverem
sendo utilizadas para impedir que oxidem rapidamente. Manter sempre limpa a câmara escura ou caixa
de processamento.

15
a) Técnica radiográfica: o profissional deve selecionar a técnica adequada a cada situação.
b) Mantenedores ou posicionadores de filme: diminuem a radiação desnecessária no dedo do
paciente além de aumentar a estabilidade do filme na boca do paciente, diminuindo o número de
repetições.

c) Protetor para tireóide: constituídos de borracha plumbífera, são colocados em volta do


pescoço, reduzindo em até 50% a dose de radiação na glândula tireóide.

d) Avental de chumbo: também é de borracha plumbífera, com espessura de 0,5 mm de chumbo.

1.3. Proteção para os operadores de raios-X


O profissional deve se posicionar entre 90o e 135o em relação à direção do feixe primário de
radiação e não a menos que 2 m de distância em relação ao aparelho. Alguns cuidados devem ser
também observados:
 Não ficar na direção do feixe útil de radiação.
 Não segurar o filme na boca do paciente durante a exposição.
 Não permanecer atrás do aparelho mesmo a 2 m de distância, pois é nessa direção que é maior
a concentração de radiação secundária.
 Não segurar ou tentar estabilizar a cabeça do paciente, do aparelho ou do localizador durante a
exposição.

2. Controle da radiação
O fato do operador ou pessoal auxiliar sofrer exposição acidental de raios-X, não deve ser objeto
de preocupação, nosso organismo tem a capacidade de acumular doses sem que se chegue a provocar
danos incapacitantes. O controle de exposição de radiação pode ser realizado através de dispositivos de
medição de radiações, tais como dosímetro de bolso, filmes dosimétricos.

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EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

As células do corpo humano podem ser divididas em dois grandes grupos: células somáticas e
germinativas. As células somáticas são responsáveis pela parte estrutural e funcional do indivíduo,
enquanto as células germinativas são responsáveis pela transferência das características hereditárias de
pais para filhos.
As células germinativas estão envolvidas nos mecanismos de reprodução e localizam-se nas
gônadas. Um dos efeitos mais importantes das radiações é a mutação celular. Quando a mutação ocorre
em células somáticas, sua manifestação ocorre no indivíduo mutante; no entanto, mutações que ocorrem
em células germinativas podem ser transmitidas para sucessivas gerações. É fato que as radiações
ionizantes são capazes de produzir danos biológicos aos seres vivos.
Quando uma pessoa sofre exposição às radiações de forma descontrolada, ela pode apresentar
anemia, perda de plaquetas, queda de cabelo, dermatite, esterilidade e espondilite anquilosante, entre
outras manifestações. O corpo humano interage diferentemente quando recebe uma dose de radiação. A
esse processo denominamos radiossensibilidade celular.

MEDIDAS IMPORTANTES DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

Os seguintes procedimentos devem ser adotados para reduzir a dose de radiação do paciente:
 O exame radiográfico deve ser realizado quando, após o exame clínico, houver a necessidade
deste;
 O tempo de exposição deve ser o menor possível, compatível com a obtenção de uma imagem
de qualidade;
 Evitar repetição do exame, por isso, deve-se fazer uso da técnica correta e processamento
padronizado;
 As radiografias devem ser executadas, preferencialmente, pela técnica do paralelismo,
localizador longo, posicionador para filme;
 Uso correto do avental de chumbo e protetor de tireóide.
Os métodos de redução da dose citados anteriormente deram ênfase aos efeitos da exposição
aos pacientes. Também se deve reduzir a radiação ao operador, apesar de que a maioria dos
procedimentos utilizados na redução da dose do paciente acaba por diminuir também a radiação a qual
o CD está exposto.
Caso não seja possível que este permaneça atrás de uma barreira protetora de 2mm de chumbo,
é necessário que o operador permaneça a 1,80m da cabeça do paciente em um ângulo de 90º a 135º
com o feixe primário de radiação. Caso seja necessária a presença de um indivíduo para assistir a criança
ou ao paciente debilitado, este deve usar avental de chumbo e não permanecer na direção do feixe
primário.
O paciente deve ser posicionado de maneira que o feixe primário seja apontado para uma parede
do recinto e não para uma porta, de modo a expor, desnecessariamente, pessoas que se encontram em
áreas adjacentes. A proteção eficiente às áreas adjacentes consiste em paredes de concreto de 8 cm de
espessura ou revestidas com 1mm de chumbo.

ATIVIDADES PRÁTICAS RELACIONADAS:


- Demonstração das barreiras de proteção radiográfica e técnicas de biossegurança aplicada a
radiografias;

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Capitulo 4 – Técnicas de Obtenção de Imagens Radiográficas
Intrabucais

RADIOGRAFIA PERIAPICAL

Técnica radiográfica intrabucal que tem por objetivo mostrar detalhadamente os elementos dentais
e os tecidos ósseos adjacentes, além de avaliar a relação entre o germe dentário permanente e o
elemento dental decíduo.

1. Técnica da bissetriz (cone curto)


Regra de Cieszynski: Feixe de raios X incide perpendicularmente ao plano bissector formado pelo
longo eixo do dente e do filme.
Correta angulação vertical e horizontal: posicionamento da cabeça do paciente deixando a linha
de oclusão paralela ao plano horizontal.

2. Técnica do paralelismo (cone longo)


Fitzgerald: objeto a ser radiografado deve permanecer paralelo ao filme, por meio de acessório
posicionador, que orienta a correta angulação do cilindro longo do aparelho de raios X.
 Aumento da distância focal (40 cm) = maior tempo de exposição.

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3. Técnica de Clark (variação da angulação horizontal)
Idealizado por Clark, em 1909, esse método também é conhecido como princípio do Paralaxe,
deslocamento horizontal do tubo ou do deslizamento.
Indicações da técnica de Clark:
a) Dissociação de canais.
b) Localização da entrada de canais com câmara pulpar atrésica e parcialmente calcificadas
c) Visualização dos ápices das raízes de dentes superiores.
d) Verificação da direção das curvas apicais.
e) Localização das perfurações radiculares.
f) Localização de dentes inclusos.
g) Localização de fraturas radiculares.
h) Localização de corpos estranhos.
Técnica: o filme é colocado na mesma posição em cada exposição e altera-se angulação do tubo
20°. São três radiografias: ortorradial, mesiorradial e distorradial.

4. Técnica Le Master
Técnica idealizada para evitar e sobreposição do processo zigomático da maxila sobre as raízes
dos molares superiores. O procedimento consiste em diminuir o ângulo de incidência do feixe central de
raios X através da colocação de um rolete de algodão na superfície inferir do filme radiográfico.
 Diminuição do ângulo vertical (+15º a 20º)
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 Filme mais paralelo ao dente com o uso de rolete de algodão na altura das coroas

RADIOGRAFIA INTERPROXIMAL

A Técnica Radiográfica Interproximal foi idealizada por Rapper em 1925.


As radiografias interproximais, também chamadas “Bitewing” são realizadas com o paciente em
oclusão (mordendo). Essa técnica possibilita a visualização das coroas dentárias superiores e inferiores
no mesmo exame radiográfico, nas regiões de pré-molares e molares.
O filme radiográfico intrabucal possui uma “aleta” semelhante a uma “asa” e denomina-se:
Filme Bitewing, filme com aleta de mordida, filme com asa de mordida ou filme interproximal.

1. Indicações da técnica interproximal


 Pesquisa de cárie oclusal, interproximal e reincidente.
 Evidenciação de alterações na câmara pulpar.
 Verificação de relação da cárie e a câmara pulpar.
 Evidenciação de alterações na crista alveolar.
 Evidenciação de alterações nas adaptações marginais de
restaurações e próteses fixas.
 Diagnosticar trauma oclusal.
 Detectar a calcificação da câmara pulpar.
 Verificação do restabelecimento do ponto de contato da restauração.
 Relação entre o germe do dente permanente e raiz do dente decíduo.
 Verificação da presença de cálculo salivar.

2. Indicação do filme interproximal


Em função da região dental o filme interproximal divide-se em:
 Filme para a região anterior: tamanho de 2,4 x 4 cm.
 Filme para a região posterior: tamanho de 5,4 x 2,7cm.
Pode-se utilizar para a região posterior o filme periapical (3,2 x 4,1 cm) em substituição ao filme
interproximal. Neste caso, deve-se confeccionar uma “aleta” de cartolina ou fita adesiva, no filme
periapical. Tem sido preconizado o uso de “porta filme” para facilitar a execução da técnica radiográfica
interproximal.

3. Técnica radiográfica interproximal


O paciente deverá sentar confortavelmente e ser protegido com avental de chumbo e protetor de
tiroide. A cabeça do paciente deve seguir a orientação do plano sagital mediano (perpendicular ao plano
horizontal) e do plano Camper (paralelo ao plano horizontal).
A manutenção e posicionamento do filme interproximal é obitida com a oclusão dos dentes
superiores e inferiores do paciente sobre a “aleta” do filme.

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Em função da quantidade e tipo de filme radiográfico a técnica é dividida em:
 Técnica com 2 filmes (tamanho 3 x 4 cm)
 Região dos pré-molares e molares lado direito – 1 filme
 Região dos pré-molares e molares lado esquerdo – 1 filme
 Incidência dos raios X perpendicular a face vestibular do 1º molar superior, com
ângulo vertical +5o a +8o e ângulo horizontal paralelo às faces interproximais.
 Técnica com 4 filmes (tamanho 2,2 x 3,4 cm)
 Região dos pré-molares lado direito – 1 filme
 Região dos pré-molares lado esquerdo – 1 filme
 Região dos molares lado direito – 1 filme
 Região dos molares lado esquerdo – 1 filme
 Nos molares, incidência dos raios X perpendicular à face vestibular do 2º molar
superior, e nos pré-molares incidência perpendicular à face vestibular do 2º pré-molar
superior e com ângulo vertical +5o a +8o e ângulo horizontal paralelo às faces
interproximais, para os dois casos (pré-molares e molares).

 Tempo de Exposição: o tempo de exposição aos raios X é em função do tipo de


sensibilidade do filme utilizado. O valor do tempo de exposição é recomendado pelo
fabricante do filme.

RADIOGRAFIA OCLUSAL

A técnica radiográfica oclusal, geralmente é indicada como um exame complementar para áreas
amplas na maxila ou mandíbula. Usada também como complemento de outra técnica, geralmente para
nos dar a terceira dimensão. Devido ao tamanho maior do filme utilizado, há uma área de exame em
maiores proporções, quando comparada àquelas obtidas pelas técnicas periapicais.

1. Indicações da técnica oclusal


 Pesquisa e localização (Miller-Winter) de dentes retidos, impactados, extranumerários,
raízes residuais e corpos estranhos.
 Pesquisa e localização de cálculos das glândulas submandibulares.
 Delimitação de grandes áreas patológicas.
 Pesquisa e delimitação de expansões ósseas.
 Pesquisa e localização de fraturas maxilares.
 Auxiliar no diagnóstico, tratamento e controle na ortodontia (disjunção palatina).
 Estudo de fendas palatinas.
Filme: tamanho 5,7 cm x 7,5 cm.
Posicionamento do paciente: o paciente deve estar sentado, com a cabeça apoiada, com o palato
oclusal na horizontal e paralelo ao solo, segurando o protetor de tireoide.

Maxila total Mandíbula total

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2. Técnica maxila total
O filme, com o lado sensível voltado para cima, é colocado sobre as
faces oclusais dos dentes inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir
suavemente. Em desdentados o filme é mantido em posição, orientando-se o
paciente para segurá-lo com os dedos polegares de ambas as mãos na maxila.
O filme é centralizado na boca do paciente com o seu longo eixo no
sentido látero-lateral em adultos ântero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X
incida na glabela com angulação positiva de +65º a +70º (angulação vertical) em relação ao filme. A
angulação horizontal é de 0º.

3. Técnica mandíbula total


O filme, com o lado sensível voltado para baixo, é colocado sobre as
faces oclusais dos dentes inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir
suavemente. Em desdentados o filme é mantido em posição, orientando-se o
paciente para segurá-lo com os dedos indicadores e médios de ambas as
mãos na mandíbula.
O filme é centralizado na boca do paciente com o seu longo eixo no
sentido látero-lateral em adultos ântero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida na porção mediana do
assoalho bucal com angulação vertical negativa de -45º (perpendicular ao filme). A angulação horizontal
é de 0º.

4. Técnica maxila hemi-arco


O filme, com o lado sensível voltado para cima é colocado sobre as faces oclusais dos dentes
inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir suavemente.
O filme é lateralizado na boca do paciente para o lado que se deseja radiografar, com o seu longo
eixo no sentido látero-lateral em adultos ântero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida no forame infraorbitário,
com angulação positiva de +65º (angulação vertical) em relação ao filme. A angulação horizontal é de
+45º para canino e de +90º para pré-molares e molares.

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5. Técnica mandíbula hemi-arco
O filme, com o lado sensível voltado para baixo é colocado sobre as faces oclusais dos dentes
inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir suavemente.
O filme é lateralizado na boca do paciente para o lado que se deseja radiografar, com o seu longo
eixo no sentido látero-lateral em adultos antero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida do lado da mandíbula
a ser radiografado, com angulação vertical negativa de -45º (perpendicular ao filme). A angulação
horizontal é de 0º.

6. Técnica região da tuberosidade maxilar (3º molar)


O filme, com o lado sensível voltado para cima é colocado sobre as faces oclusais dos dentes
inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir suavemente.
O filme é lateralizado na boca do paciente para o lado que se deseja radiografar, com o seu longo
eixo no sentido látero-lateral em adultos anteroposterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida 3 cm atrás da comissura
palpebral externa, com angulação positiva de +45º (angulação vertical) em relação ao filme. A angulação
horizontal é de +135º. Esta tomada radiográfica é importante na localização V-P do 3º molar.

7. Técnica seio maxilar (assoalho)


O filme, com o lado sensível voltado para cima é colocado sobre as faces oclusais dos dentes
inferiores. Pede-se ao paciente para ocluir suavemente.
O filme é lateralizado na boca do paciente para o lado do seio que se deseja radiografar, com o
seu longo eixo no sentido látero-lateral em adultos ântero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida no forame infraorbitário,
com angulação positiva de +80º (angulação vertical) em relação ao filme. A angulação horizontal é de 0º.

8. Técnica maxila e mandíbula anteriores


O filme, com o longo eixo paralelo ao PSM (plano sagital mediano).
O filme é centralizado na boca do paciente para o lado do seio que se deseja radiografar, com o
seu longo eixo no sentido látero-lateral em adultos ântero-posterior em crianças.
O cabeçote de raios X é posicionado de modo que o feixe de raios X incida no ápice nasal na
maxila e na sínfise na mandíbula.
Na maxila a angulação vertical é de +65º e a horizontal 0º.
Na mandíbula a angulação vertical é de -65º e a horizontal 0º.
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RADIOGRAFIA DENTAL DIGITAL

Os sistemas de radiografia dental digital permitem a obtenção das imagens sem a utilização de
filmes e câmara escura e com acentuada diminuição da dose de radiação ao paciente, em torno de 80%.
As radiografias digitais podem ser submetidas a um processamento de imagens, através do qual podemos
alterar densidade e contraste, inverter a imagem para a forma negativa, tomar medidas, mensurar
densidades ópticas, colorir a imagem e até transformá-lo em tridimensional (3D).

ATIVIDADES PRÁTICAS RELACIONADAS:


- Radiografar a cavidade bucal nas técnicas preconizadas.

Sites para Pesquisa e Vídeos indicados pelo professor:


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Referências Bibliográficas:
1. BORGES, LUCIANE C. ASB e TSB - Formação e Prática da Equipe Auxiliar. Ed. Elsevier Brasil,
2015.
2. Deluiz, Luiz Fernando – Erros na Confecção de Radiografias Dentais. – Rio de Janeiro; Ed. Rio,
2005.
3. LOBAS, C. F. S.; RITA. M. M.; DUARTE, R. THD e ACD. 2ª edição. São Paulo: Ed. Santos, 2006.
4. Watanabe PCA, Arita ES, Watanabe MG de C, Santos C de O, Monteiro SAC. Imaginologia e
radiologia odontológica. 2013.

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