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Prova 1 Dentística II

Diagnóstico e planejamento
Muitas vezes o tipo de restauração é determinado
pela função do elemento dental, que é ditada pela
Avaliar se a quantidade de gengiva é grande ou
presença ou ausência de equilíbrio oclusal.
pequena. Medir da margem gengival até a linha
muco-gengival.
O paciente que perde dentes continua exercendo a
Avaliar a qualidade da gengiva, se é vascular ou
mesma força muscular na mastigação. Isso
ceratinizada. Existem dois tipos de gengiva: fina e
determina que alguns dentes fiquem
grossa.
sobrecarregados. A avaliação do paciente deve
É necessária uma boa quantidade de tecido gengival
começar por esse ponto: O paciente tem todos os
para a proteção. Sempre que a gengiva é
dentes na boca? Tem ausências dentárias? Do lado
fina/vascular, o osso também é fino. Antes de fazer
restaurado falta algum dente?
uma coroa total, melhorar a qualidade da gengiva
através de um enxerto sub-epitelial ou livre do
Devemos avaliar também o número de dentes
palato. Esse enxerto determina ali um novo
restaurados e o material dessas restaurações. Os
fenótipo e um novo genótipo.
contatos nunca são restabelecidos exatamente
como eram antes.
INLAY X ONLAY
A posição do dente no arco define o planejamento.
Quanto mais mesial o dente, menos carga oclusal
Inlay: Não envolve cobertura de cúspides. É
ele recebe, pois está relacionado à ativação de
confeccionada dentro do istmo das cúspides. Não
musculos de fibras mais longas que geram menos
existem justificativas para realizar inlay indireta.
carga. O planejamento também deve se basear no
tamanho dos músculos do paciente, pois isso indica
Onlay: envolve uma ou mais cúspide
a carga oclusal exercida.
Overlay: engloba todas as cúspides do dente
Deve-se avaliar o antagonista, o material que tem
no dente...
PLANEJAMENTO
Deve-se olhar padrão de oclusão e desoclusão, se é
O planejamento vai depender: mordida cruzada tem mudança nas cúspides de
• Da avaliação da oclusão contençáo.
• Qualidade do periodonto do paciente
Presença ou não de vizinhos, presença ou não de
• Estética, que deve ser buscada como
consequência e não como o objetivo do antagonista.
tratamento. A estética sempre será
Dente girovertido: não tem contatos oclusais
alcançada desde que se empregue
corretamente a função equilibrados. Para concertar dente girovertido
precisa aumentar o preparo, é caso de coroa total.
Em um dente vital o teto da câmara está íntegro. O
teto da câmara e a crista marginal têm a função de Antes de colocar prótese é preciso ajustar o plano
manter as cúspides unidas. Dente sem teto de oclusal. A carga matigatória em um dente de um
câmara, sem crista marginal, com oclusão paciente que possui prótese total é menor do que
desequilibrada precisa de proteção de cúspides. de uma prótese sobre implante. A prótese total
O abraçamento de cúspides serve para evitar que o dissipa a carga.
dente abra. A tendência do dente é abrir no
sentido vestíbulo-lingual. Avaliar lado de trabalho, lado de balanceio,
desoclusão pelo canino ou em grupo. Se o paciente
Quando em um preparo a largura do istmo for
consegue fazer desoclusão.
maior que a metade da distância entre as cúspides,
o dente deve receber uma cobertura oclusal. É comum dar mais interferências em balanço no

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segundo molar pois ele tem menor tempo de A restauração provisória deve ter um acabamento
adaptação na boca, visto que é o último dente a bem feito, com boa adaptação marginal, contatos
erupcionar. interproximais e contatos oclusais.
A associação da adaptação marginal e contatos
Como fazer o ajuste: MIH, lateralidade, balanceio, proximais são essenciais para a recuperação do
depois confere a cêntrica para ver se criou uma periodonto do paciente. Esse contato proximal
também é essencial para a manutenção da saúde e
nova interferência, eu não posso criar uma nova
biotipo periodontal.
interferência. A estética é a consequência de todo o trabalho bem
feito.
Se o dente que vai receber a RMF é o dente da
inteferência, qual a sua manobra? Desgastar a
interferência até criar uma nova que é menor que a REQUISITOS DE UMA RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA
primeira.
1. Proteção da polpa: deve ser feita de um
Para reconstruçãomorfológica utilizar resinas de cor material que evite condução de
diferente do dente. Isso facilita a visualização do temperaturas extremas. As margens devem
término da restauração que tem que ser em dente, estar bem adaptadas para evitar a
não pode ser em resina. infiltração, hipersensibilidade e cárie.
2. Restauração estável
3. Função oclusal: maior conforto para o
paciente, evita a migração do dente
Restaurações provisórias
evitando o possível desequilíbrio articular
ou neuromuscular.
O uso adequado de uma provisória permite o test 4. Facilidade de limpeza: contorno que facilite
drive do resultado planejado para a restauração a higienização para manter os tecidos
indireta. Um preparo sem provisória perde toda a periodontais sadios.
sua característica. O dente extrui em 24h, deixando 5. Margens bem definidas
o trabalho completamente desalinhado. A 6. Resistência e retenção: deve suportar as
restauração provisória é necessária para manter a forças mastigatórias sem fraturar nem se
estabilidade funcional, ou seja, a oclusão do deslocar.
paciente. A restauração provisória atua: 7. Estética: manter o paciente ativo em sua
▪ Na manutenção da fisiologia do periodonto vida profissional e social, permitir
▪ Na recuperação do periodonto alterado modificações em seus contornos, textura,
▪ No restabelecimento da função e oclusão cor e posição dos dentes, até que se
▪ Na estética encontre um padrão estético ideal.
8. Proteção do periodonto: depende da
qualidade da adaptação cervical, perfil de
Oclusão
D.AT.O
emergência sem compressão do epitélio
sulcular, textura superficial lisa e polida.

BIOTIPO PERIODONTAL

Define a conduta clínica do profissional, pois o


Periodonto
Estética
biotipo periodontal mostra a susceptibilidade à
Biotipo e
susceptibilidade doença que o paciente tem.

O planejamento deve incluir o equilíbrio oclusal na


fase de restaurações provisórias. Restabelecer a
palavra DATO na boca do paciente com as
provisórias.

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DIAGNÓSTICO – RESTAURAÇÕES PPROVISÓRIAS CARACTERÍSTICAS DA RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA

▪ Ortodontia: algumas vezes é necessária ▪ Proteção do complexo dentina-polpa. Não é


uma restauração provisória para dar para o sempre necessário fazer endodontia em
paciente as condições de ir para a preparo para coroa total, desde que sejam
ortodontia. Porém, deve-se pensar em qual respeitadas as limitações dos tecidos
material será usado como provisória, pois a dentários, como o superaquecimento.
resina acrílica não é capaz de suportar o ▪ Proteção do periodonto: manutenção ou
tempo longo do tratamento ortodôntico. restabelecimento da integridade
▪ Fase de adequação do meio bucal: periodontal.
enquanto o paciente estiver com a ▪ Adaptação marginal
provisória é a hora para ensiná-lo a ▪ Oclusão: restabelecimento funcional
higienizar corretamente. através da anatomia dada à restauração
▪ A restauração provisória serve como um provisória.
guia cirúrgico do preparo cavitário. Através ▪ Restabelecimento de estética e fonética
da provisória podemos verificar se a
retenção do preparo está suficiente e se o
preparo está ou não retentivo. PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINA-POLPA

Para verificar se o preparo cavitário tem uma boa ▪ Proteção aos estímulos termoelétricos
espessura para a restauração, uma boa dica é, ao ▪ Vedamento e obliteração dos túbulos
terminar a provisória olhá-la contra a luz. Se ela dentinários
estiver translúcida, provavelmente a espessura da ▪ Redução da sensibilidade pós-operatória,
restauração é insuficiente. reduzindo a inflamação induzida pelo corte
dos odontoblastos no preparo cavitário.
▪ Guia de cicatrização do periodonto: o ▪ Preservar a vitalidade pulpar.
termino do preparo deve sempre respeitar o Uso de duas camadas de verniz à
o espaço biológico, estando a no mínimo base de copal para evitar danos da
3mm de distância da crista óssea, analisado reação exotérmica da resina
em uma radiografia interproximal. A acrílica.
provisória auxilia na cicatrização do o Soluções dessensibilizantes à base
periodonto, tanto no periodonto alterado, de flúor por 2 minutos para
quanto no periodonto que passou por uma estimular a diferenciação celular e
cirurgia de aumento de coroa clínica. obliterar os túbulos abertos
▪ Dentes com prognóstico duvidoso: dentes o Cimentar a restauração provisória
com mobilidade pode ter mobilidade com cimento de hidróxido de cálcio.
devido a trauma oclusal. Pode-se unir os Tem pH extremamente alcalino e
dentes com splint e avaliar se ele recupera. estimula a diferenciação celular.
o Laser terapêutico de baixa potência

OBJETIVOS DA RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA A restauração provisória é o arquiteto do contorno


gengival.
▪ Devem proteger as estruturas preparadas
durante o período de confecção da A restauração provisória bem confeccionada
restauração definitiva estimula, orienta e facilita na manutenção da
▪ Restabelecer e manter a integridade do higiene oral. O padrão analisado para indicar uma
periodonto através de forma anatômica e escova para o paciente é a análise do seu biotipo
contatos proximais. periodontal. Se o paciente tem gengiva vascular,
▪ Manter a função oclusal deve ser extra macia.

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PROTEÇÃO PERIODONTAL • 66 = A4
• 77 = A5 (cervical de
▪ Preservar a integridade do periodonto dentes velhos)
▪ Auxiliar na recuperação e tratamento do • 01 =
tecido gengival alterado incisal/translúcida
▪ Manutenção da saúde do periodonto
tratado
REQUISITOS PARA A CONFECÇÃO DE UMA
Higiene oral: PROVISÓRIA EM ACRÍLICO
A restauração provisória corretamente
confeccionada facilita, orienta e estimula a manter 1. Conhecer anatomia oclusal
a higiene oral 2. Percepção de cores
3. Conhecer as fases da resina acrílica
a. Fase arenosa: fase em que o
FALHAS monômero está reagindo
b. Fase filamentosa: é a fase que tem
Nenhuma prótese, por melhor confeccionada será fidelidade de cópia, mais fluida
melhor que o ângulo de higienização que ela irá c. Fase pegajosa: Fase grudenta. Não
proporcionar. se trabalha com ela. Única fase que
não trabalhamos.
Consequências de uma provisória incorreta: d. Fase borrachoide: capacidade de
▪ Acúmulo de placa moldar sob pressão, mas não tem
▪ Dificuldade em higienizar fidelidade de cópia.
▪ Inflamação
▪ Desconforto Quanto mais monômero no proporcionamento da
▪ Trauma mecânico resina, mais porosa ela será.
▪ Ulceração
▪ Recessão Consequências de colocar a provisória na água
▪ Perda de tonicidade quente:
▪ Acelera a reação de presa, deixando o
polímero extremamente poroso.
MATERIAIS USADOS ▪ Contração por acelerar a reação de presa.
▪ Maior acúmulo de placa
• Resina acrílica ▪ Menor resistência ao desgaste
• Resina composta bis-acrílica ▪ Maior manchamento
• Resinas compostas
• Materiais borrachoides
VANTAGENS DA RESINA ACRÍLICA
RESINAS ACRÍLICAS
▪ Facilidade da técnica
▪ Técnica imediata → resinas quimicamente ▪ Facilidade de reparo
ativadas ▪ Adaptação marginal precisa
▪ Técnica mediata → resinas termicamente ▪ Proteção do complexo dentina-polpa e
ativadas estímulo da diferenciação celular através do
cimento
➢ Tipos de resina acrílica: ▪ Obtenção de contornos V e L fisiológicos
o Duralay: muito leitosa e cara. ▪ Estabilidade de contatos oclusais
o Resina acrílica comum ▪ Obtenção de contornos proximais efetivos
❖ Cores principais:
• 60 =A1 A resina acrílica absorve água, e a medida que ela
• 61 = A2 absorve água, vai ficando mais porosa e menos
• 62 = A3 resistente, sofrendo maior desgaste. Se a provisória

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for ficar em boca por muito tempo, como um ano,


no local dos contatos oclusais indica-se desgastar e TÉCNICAS PARA CONFECÇÃO DE PROVISÓRIA
colocar sistema adesivo + resina composta para
aumentar a durabilidade ao desgaste da provisória ▪ Técnica direta
e não desequilibrar a oclusão do paciente. Também o Vantagens:
é interessante colocar resina composta no contato • Fácil confecção
proximal. • Tempo clinico rápido
• Boa adaptação marginal
• Relação oclusal satisfatória
DESVANTAGENS DA RESINA ACRÍLICA • Fácil reparo
o Desvantagens:
▪ Descoloração com o tempo pela absorção • Alteração de cor a curto
de água prazo
▪ Porosidade superficial • Menor resistência
▪ Durabilidade clínica limitada • Alta porosidade
▪ Reação dos tecidos periodontais ao • Tempo limitado de vida útil
monômero residual → não deve-se usar
resina acrílica com campo aberto. ▪ Técnica indireta
▪ Degradação da integridade marginal porque o Vantagens:
a margem da provisória é fina, e quando
• Maior durabilidade e
absorve água fica muito friável.
integridade marginal
▪ Redução da resistência da resina acrílica
• Resistência aos esforços
oclusais
• Melhor estética
RESINA BIS ACRÍLICA
• Restabelecimento dos
requisitos oclusais
▪ Duas pastas, dispensadas em auto mistura.
▪ Facilidade técnica, menor contração, • Manutenção da saúde
superfície mais lisa e maior resistência ao periodontal
desgaste. • Menor tempo de ajuste
▪ Só serve pra ser usado na técnica da pré- clínico
moldagem o Desvantagens:
▪ É um material muito friável • Alto custo
▪ Sua principal indicação é pra prótese fixa. • Modelos com troqueis
▪ É um material que da bolhas com muita
facilidade
▪ Não aceita reembasamento – uma resina já Fatores que determinam a qualidade de uma
polimerizada não adere na outra. provisória:
▪ Custo mais elevado que o da resina acrílica ✓ Forma de contorno e anatomia dental
convencional ✓ Perímetro oclusal
▪ Lincoln não recomenda esse material para ✓ Precisão da adaptação derivada da
provisória, diz que isso é um material manipulação do material e do preparo
borrachoide só pra tapar parafuso de cavitário
implante. ✓ Contatos oclusais efetivos, em função (A, B
e C)
São características fundamentais de uma ✓ Contatos proximais efetivos
restauração provisória: ✓ Manipulação correta do material que
✓ Adaptação marginal levará a menor porosidade e maior
✓ Resistência ao desgaste resistência
✓ Estabilidade dos contatos oclusais e
proximais

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▪ Técnica indireta: laboratorial. ou paladon até atingir a


Confeccionada através do enceramento, fase plástica
inclusão e processo da cera perdida. ▪ Fazer uma bolinha com
a resina e posicionar o
▪ Técnica direta: dente a ser restaurado
o Pré-moldagem: Quando dispomos de ▪ Pedir o paciente para
um enceramento, fazemos a pré- ocluir
moldagem do enceramento. É a técnica ▪ Fazer movimentos
mais fácil, desde que respeitado o leves, tirando e
tempo de presa do material. colocando o provisório
Confecciona-se uma matriz com no dente
formato igual a usadas para ▪ Desgastar os excessos
restaurações classe IV. A matriz é com peça de mão
levada em posição e o acrílico é levado ▪ Reembasar
à matriz por meio da técnica do pincel. ▪ Ajustes oclusais e
Deve ser deixado um espaço na parte polimento
vestibular para ser completado com
compósitos, deixando apenas a o Técnica do pincel: mais indicada para
infraestrutura em acrílico. Passos: restaurações MOD. Quanto mais frio,
▪ Molde de alginato do dente maior o tempo de trabalho. Construção
encerado obtido com uma progressiva da coroa provisória com
moldeira parcial incrementos graduais de resina
▪ A resina é preparada e composta depositados com o pincel.
quando atinge a fase
arenosa é levada ao interior o Técnica da faceta pré-fabricada: usada
do molde só para dente anterior. Usa dentes de
▪ A moldeira é levada em estoque. Maior qualidade estética.
boca e após a Medimos com compasso de ponta seca
polimerização da resina, a a distância da incisal até a cervical do
coroa provisória é removida dente contralateral e adaptamos o
do molde formato com broca. Passos:
▪ Após a polimerização da i. Os dentes de estoque são
resina, a coroa é removida selecionados conforme a
do molde e os excessos são cor, o tamanho e a forma
desgastados dos dentes naturais e
▪ Realiza-se o posteriormente
reembasamento cervical da desgastados em sua face
restauração levando-se a lingual, cervical e/ou
resina em consistência incisal até serem
cremosa sobre o termino completamente
cervical do preparo adaptados sobre os
dentes preparados no
o Técnica da bola: O profissional deve ter modelo de gesso
um domínio de anatomia estabelecido. ii. Se forem mais de uma, as
Quanto maior a bola, maior a facetas são unidas entre
dificuldade. Passos: si para serem
▪ Vaselinar o dente a ser posteriormente
preparado, os reembasadas na boca
antagonistas e os iii. Colocamos a faceta no
vizinhos dente vaselinado e com o
▪ Preparo da resina pincel depositamos a resina
acrílica no pote dappen acrílica na superfície

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palatina, até dar o formato 1. A provisória sair junto com o molde →


da concavidade palatina. acontece quando a coroa clínica é curta e
há pouca retenção friccional.
o Técnica da matriz: confecção de uma 2. A provisória ficar grudada no dente →
matriz com silicone denso a fim de acontece quando a coroa clínica é longa, e o
transferir para o provisório a anatomia preparo tem alta retenção friccional devido
original quando esta está bem às paredes axiais longas.
preservada ou aquela que foi definida
no enceramento diagnóstico. Antes, A adaptação marginal está diretamente ligada ao
devemos passar uma fina camada de acabamento e à lisura dada ao término cervical.
vaselina nos dentes. A resina acrílica é
manipulada e inserida no molde. Ao fim
da fase plástica do acrílico, o molde é REEMBASAMENTO
levado ao dente e mantido sob pressão
leve até a polimerização inicial do Pode ser feito com a própria resina acrílica, com
material. A partir desse momento é duralay ou com resina composta. A duralay não é
necessário tirar e por o provisório por muito estética pois é muito opaca.
causa da reação exotérmica e da Devemos usar um hollemback para remover todo o
contração. Para reembasar, colocamos cimento da provisória. Usar um algodão com um
varias bolas de resina acrílica na solvente, que pode ser o líquido de acrílico, até
margem da provisória usando a técnica limpar todo o vestígio do cimento. O cimento
do pincel, depois umedecemos todas as contamina a resina acrílica que será usada para
margens com monômero acrílico e reembasamento, por isso é necessário retirar toda a
levamos em posição. camada de resina contaminada. Pode-se usar uma
broca superficialmente para auxiliar a retirada
dessa camada.
TÉCNICA DA PRÉ-MOLDAGEM Em seguida vaselinar todo o dente.
Passar o líquido de acrílico, colocar uma bolinha de
Pode fazer com alginato, desde que seja feito da resina, colocar no dente e mandar o paciente ocluir.
boca. Não é recomendável moldar o enceramento Respeitar a técnica de tirar e colocar.
com o alginato, pois o alginato sofre sinérese, e o O reembasamento é muito importante, pois a
gesso absorve sua água, causando alteração provisória depende da adaptação marginal.
dimensional e distorção no molde. Só podemos Para dar mais longevidade à restauração provisória,
moldar o gesso com alginato se embebermos o o reembasamento com resina composta é a melhor
gesso em água. opção.

A silicone de adição não deve ser usada para fazer Não se deve moldar antes da provisória, pois a
pré-moldagem imediata para provisória porque ela provisória é o guia do preparo cavitário. No caso de
libera hidrogênio na primeira hora após a presa, e facetas é a única situação onde moldamos antes da
isso deixará a provisória cheia de bolhas e provisória.
irregularidades. Devemos esperar pelo menos 1h
para usar esse material.

Preenchemos o molde com a resina acrílica. Pinos pré-fabricados e núcleos de preenchimento


Quando a resina começa a perder o brilho, é a hora
de levar em boca, pois indica que ela está entrando
na fase borrachoide. Nessa hora, esperamos 3 Em clínica, normalmente quando fazemos preparo
minutos marcado no relógio. Depois de 3 minutos, cavitário para RMF em dentes é quase impossível
retiramos a pré-moldagem. Podem ocorrer 2 dar à estrutura dental remanescente as
situações: características geométricas do preparo que damos
aos dentes do manequim. Por isso devemos lançar

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mão de estratégias como a reconstrução esse enceramento mandado para a fundição, e a


morfológica e os núcleos de preenchimento. peça metálica resultante é cimentada dentro do
canal. Os núcleos metálicos fundidos tem uma série
▪ Reconstrução morfológica: é o de desvantagens:
preenchimento de um dente polpado. a) Trata-se de um material rígido, com alto
▪ Núcleo de preenchimento: é o módulo de elasticidade. Por isso a carga
preenchimento de um dente tratado que incide nesse núcleo não é absorvida;
endodonticamente. ela acaba sendo transmitida para a
estrutura dental. O resultado disso são
É quase impossível ter todas as paredes em dentina. trincas e fraturas.
Por isso damos as características geométricas do b) Não é adesivo ao dente.
preparo à reconstrução morfológica que fizemos. A c) Apesar de serem muito mais resistentes do
Diferença é que o término do preparo deve sempre que os núcleos de preenchimento, quando
estar em dente. O ângulo cavo-superficial e o bisel ocorrem falhas, como fraturas, o que falha
devem estar em estrutura dental sadia, não não é o material do núcleo, e sim o dente.
devendo nunca ser feitos em material de d) O índice de fraturas radiculares com
preenchimento. núcleos metálicos fundidos é realmente
alto.
Quando temos uma parede gengival a nível e) Necessidade de maior desgaste da
subgengival, a primeira conduta é a medição da estrutura dental
distância do término do preparo até a crista óssea, f) Necessidade de procedimentos
através de uma radiografia interproximal. Essa laboratoriais.
distância deve ter em torno de 3mm, no mínimo. Se Como vantagens dos núcleos metálicos fundidos
a distância for menor, dizemos que a restauração podemos citar a larga experiência clínica e a boa
invadiu o espaço biológico. adaptação.

Núcleos de preenchimento: Os núcleos de


RESISTÊNCIA preenchimento possibilitam obter forma de
retenção adequada para futuras restaurações
O dente despolpado é mais friável, pois o dente é indiretas. Esses núcleos podem precisar de pinos
desidatrado, em relação a um dente vivo. Além como meio de retenção adicional. Núcleos de
disso, é um dente que foi instrumentado, teve seu preenchimento tem o módulo de elasticidade mais
canal alargado, perdendo estrutura. parecido com o do dente, isso faz com que gere
menos tensão e tendência à fratura radicular. Os
O pino deve ficar o mais bem adaptado possível no núcleos de preenchimento podem ser feitos em
canal, porque o cimento não corrige a amálgama, ionômero de vidro ou resina composta.
desadaptação do pino. O pino cônico tem uma A resina composta é o material mais usado.
melhor adaptação do que o cilíndrico.

Intervenções odontológicas e perda de resistência NÚCLEOS DE PREENCHIMENTO


do elemento dental:
▪ Tratamento endodontico > perda de 5% São núcleos confeccionados com materiais
▪ Preparo oclusal > perda de 20% restauradores plásticos, cuja finalidade do seu
▪ Preparo MO ou DO > perda de 46% emprego é a reconstrução de elementos dentais
▪ Preparo MOD > perda de 63% que tenham sofrido perda estrutural por cárie,
tratamento endodôntico ou fraturas.
Podem ser empregados em conjunto com pinos
OPÇÕES DE NÚCLEOS intra-radiculares (no caso de dentes tratados
endodonticamente), pinos intra-dentinários (no
Núcleos metálicos fundidos: A opção de núcleo caso de dentes polpados) e até mesmo nos casos de
mais difundida e historicamente utilizada é o núcleo dentes onde não é necessário o uso de pinos.
metálico fundido. O canal é moldado, encerado,

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▪ Importância dos núcleos de preenchimento: não é possível ser feito com


o Padronização dos preparos amalgama, devido ao seu tempo
cavitários longo de cristalização.
o Reforço da estrutura dental
o Conferir planimetria aos preparos ▪ Desvantagens:
(planimetria quer dizer paredes o Contração de polimerização –
planas do preparo mesmo) trabalhar com a técnica incremental
o Conseguir expulsividade adequada o Instabilidade dimensional
que é fundamental como forma de o Infiltração marginal
retenção o Menor experiência clínica

▪ Vantagens do núcleo de preenchimento em → Existem resinas específicas para núcleo, que


relação aos núcleos metálicos fundidos: normalmente são químicas ou duais. Mas não
o Técnica simples necessariamente elas devem ser usadas. A
o Baixo custo exigência que se tem em relação a resina é que seja
o Conservação de tecido dental sadio usada uma resina com alta concentração de carga
(no núcleo metálico fundido, deve inorgânica, pois ela tem resistência mecânica maior.
ficar tudo expulsivo, então não tem
como fazer preparo conservador) Os melhores materiais para os núcleos de
o Economia de tempo preenchimento são as resinas compostas. O
o Reforço à estrutura dental amálgama tem limitações estéticas muito grandes,
principalmente em materiais tem problema de manchamento do dente e tem o
adesivos problema do galvanismo. O ionômero de vidro
o Menor stress requer uma estrutura dental sadia de no mínimo
o Boa resistência, suportando 60%, devido à sua baixa resistência coesiva.
satisfatoriamente as cargas
mastigatórias O material de preenchimento deve ser envolvido
pela restauração indireta, não pode haver término
▪ Desvantagens dos núcleos de de preparo que não esteja em dente.
preenchimento:
o Menor experiência clínica Quanto mais bem adaptados os pinos estiverem às
o Mudanças constantes nas técnicas paredes do canal radicular, melhores propriedades
e materiais empregados, sofrendo irão conferir ao dente. Se o canal for cilíndrico,
evoluções ao longo dos anos por usamos pinos cilíndricos. Se o canal for cônico,
ser uma técnica mais recente optamos por pino cônico.
o Menor resistência que os núcleos
metálicos fundidos, mas tem
resistência satisfatória para o que PINOS INTRA-DENTINÁRIOS
se propõe.
▪ Metálicos: rosqueados. Não devem ser
empregados em dentes tratados
NÚCLEOS DE PREENCHIMENTO EM COMPÓSITO endodonticamente, pois o rosqueamento
gera tensão que pode produzir trincas.
▪ Vantagens: ▪ Fibra de vidro: cimentados
o Fácil manipulação ▪ Indicações:
o Boa estética o Dentes polpados
o Resistência o Um pino para cada ângulo próximo-
o Adesividade à estrutura dentária e incisal perdido
ao pino o Em dentes posteriores sempre que
o Rápida polimerização, podendo o profissional julgar necessário e
fazer o preenchimento e o preparo houver espaço
cavitário na mesma sessão, o que o Um pino para cada cúspide perdida

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▪ Posicionamento dos pinos:


o 0,5mm da junção amelodentinária Relação entre o tamanho dos pinos e as brocas que
o Inclinação paralela à respectiva face devem ser usadas para o preparo do canal:
externa para evitar perfuração Pino 1 > broca largo nº 3
radicular e exposição pulpar Pino 2 > broca largo nº 4
o Profundidade de penetração de Pino 3 > broca largo nº 5
2mm
o Os pinos devem ser curvados após Para o preparo do canal não devemos entrar direto
o rosqueamento com a broca dentro do pino. Primeiro devemos
entrar com um instrumento manual aquecido, para
minimizar o risco de perfuração do canal. Na
PINOS INTRA-RADICULARES dúvida, sempre parar e radiografar. Entrar com
fresas de tamanho progressivo.
São indicados para dentes tratados
endodonticamente que perderam mais da metade
da estrutura coronária. Sua principal função é reter Riscos no preparo do canal:
o material restaurador. Fatores que determinam a ▪ Perfurações radiculares
colocação dos pinos: ▪ Adelgaçamento das paredes
1. Remanescente dentário – dentes que ▪ Perda da orientação do canal
perderam mais de 50% da estrutura
dentária sadia
2. Tipo de prótese que irá colocar
3. Oclusão do paciente – em casos de O sucesso do pino depende:
disfunção oclusal ou sem guias, com ▪ Do comprimento: o comprimento ideal é
desequilíbrio oclusal os pinos são indicados 2/3 do comprimento do canal ou
para aumentar a retenção da restauração ultrapassar metade da distância entre a
4. Posição do dente no arco dental – quanto crista óssea até o ápice radicular. Nunca
mais anterior o dente, mais é indicado a deixar menos do que 4 a 5 mm de material
colocação de um pino, pois o dente anterior restaurador no ápice radicular. O pino deve
é mais estreito e comprido, o braço de ser o mais comprido possível. Quanto mais
alavanca é maior. Os dentes anteriores comprido, melhor a retenção, maior a área
recebem mais carga lateral. Os dentes de superfície, melhor a distribuição de
posteriores recebem mais cargas de cargas ao longo da raiz, menor tendência à
compressão. Os pré-molares recebem tanto fratura radicular. Escolhemos sempre o
carga de compressão quanto de canal mais volumoso para a colocação do
cisalhamento, por isso são os dentes mais pino.
susceptíveis à fratura. ▪ Largura: o mais fino possível. O diâmetro do
pino não deve exceder 1/3 do diâmetro da
Função do pino: raiz.
▪ Retenção do material de preenchimento ▪ Material: metálicos ou não metálicos.
▪ Distribuir parte das tensões recebidas pela ▪ Formato: cilíndrico ou cônico, o que se
coroa para a raiz adapte melhor ao formato do canal. O
▪ O PINO NÃO REFORÇA A ESTRUTURA cilíndrico distribui melhor as tensões e
DENTAL REMANESCENTE promovem melhor retenção, mas exigem
maior desgaste da estrutura dental. A
A colocação dos pinos não deve ser rotina após a conicidade da porção radicular dos pinos
terapia endodôntica se houver estrutura dental cônicos possibilita a adaptação às paredes
remanescente suficiente para reter a restauração. interna do conduto respeitando a anatomia
radicular e preservando mais estrutura
O preparo do canal radicular para a colocação de dentária. As desvantagens dos pinos
um pino enfraquece seriamente a raiz, o que não é cônicos são a menor retenção e o efeito
recompensado pela sua cimentação. cunha que produzem na raiz.

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Prova 1 Dentística II

▪ Configuração superficial: os pinos podem


ser lisos, serrilhados ou rosqueáveis. O pino
metálico é serrilhado ou rosqueável. O pino PINOS METÁLICOS
não metálico é liso ou serrilhado. Os pinos
rosqueáveis possuem retenção superior e ▪ Vantagens:
são indicados no caso de dentes que o Baixo custo
possuem limitações no comprimento do o Não requerem técnicas nem
pino; porém induzem pressão na dentina. cimentos especiais na sua utilização
▪ O fator mais importante para o sucesso é o o Ampla experiência clínica
remanescente dental. Por isso recomenda- o Boa radiopacidade
se a utilização de pinos o mais fino possível ▪ Desvantagens:
com adequada resistência. o Ausência de estética
▪ NUNCA MEXER NO DIÂMETRO DO PINO o Possibilidade de corrosão
o Não são adesivos
A presença do eugenol inibe a polimerização dos o Alto módulo de elasticidade, sendo
cimentos resinosos. Por isso é bom saber o tipo de muito rígidos
cimento endodôntico usado ou aguardar pelo
menos 1 semana após o término do tratamento
endodôntico para a dissipação do eugenol residual. PINOS NÃO METÁLICOS
Outra observação importante é que ao usar
cimento autoadesivo não devemos usar a ▪ Tipos:
clorexidina na cavidade. o Fibra de carbono: sua vantagem em
relação aos de fibra de vidro é a
facilidade de remoção do canal
▪ QUAL CIMENTO USAR? O cimento ideal é o radicular. Porém são radiolúcidos.
cimento resinoso. Para pinos metálicos, o o Fibra de carbono revestidos por
cimento de fosfato de zinco e o CIV podem quartzo
ser usados com segurança. Lembrar que o o Fibra de vidro ou fibra de quartzo
eugenol presente nos cimentos o Dióxido de zircônio: tem módulo de
endodônticos interfere negativamente no elasticidade mais alto que os pinos
grau de polimerização do cimento resinoso. de metal

▪ Vantagens:
PREPARO DO PINO o São adesivos ao dente e ao material
de preenchimento
▪ Pino de fibra de carbono: ácido fosfórico o São biocompatíveis e estáveis
durante 1 minuto > lavar > secar o Resistentes à fadiga e à corrosão
▪ Pino de fibra de vidro: ácido fosfórico o Conservação de estrutura dental
durante 1 minuto > lavar > secar > passar sadia
silano no pino. O silano é um agente de o Melhoram a integridade do
dupla ligação, que se liga à sílica do vidro e remanescente
à matriz orgânica da resina. o Módulo de elasticidade semelhante
▪ Se o cimento for o cimento resinoso ao da dentina
convencional, deve-se passar adesivo no o Compatibilidade com materiais
dente e no pino ainda. Se for o cimento restauradores e materiais de
resinoso autoadesivo não precisa. Se o preenchimento
cimento usado for o CIV, não precisa do
silano porque ele não tem matriz orgânica
como a resina, então o silano não reage SEQUÊNCIA OPERATÓRIA
quimicamente com o CIV.

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Prova 1 Dentística II

1. Planejamento: radiografias. Avaliar a ▪ Necessidade de restabelecimento estético e


qualidade do tratamento endodôntico e a funcional
anatomia do canal radicular. ▪ Necessidade de recobrimento de cúspides –
2. Adaptação do pino reforço da estrutura dental remanescente.
3. Desobstrução do canal radicular: iniciar com
um instrumento endodôntico aquecido Vetores de força e reforço do remanescente
antes de partir para as fresas. dental:
4. Prova do pino
5. Tratamento superficial do pino e conduto
radicular
6. Inserção do cimento com pontas metálicas
do tipo centrix ou ponta espiral do tipo
lentulo

As restaurações inlay, ao receberem a carga


Restaurações estéticas indiretas mastigatória dissipam a força em direção à
estrutura dental remanescente para fora do dente,
A adaptação de restaurações estéticas para dentes por isso são mais prováveis de induzir trincas e
posteriores foi possível pelo aprimoramento dos fraturas, pois o vetor de força tende a “abrir” a
sistemas adesivos e dos materiais restauradores. cavidade. Nas onlays o vetor de força é exercido
em direção ao centro do dente, por isso fala-se de
proteção à estrutura dental e reforço, pois a
RESTAURAÇÕES INDIRETAS POSTERIORES direção do vetor de força direciona a carga
recebida para o centro do dente, minimizando o
▪ Inlay: preparo intercuspídeo. O preparo não risco de fraturas.
envolve nenhuma cúspide. A única
indicação é quando a abertura V-L é muito Os princípios biomecânicos devem ser respeitados
extensa e a adaptação da matriz não para todos os procedimentos restauradores. Em
consegue dar o ponto de contato restaurações estéticas a adesão NÃO compensa a
adequado, ou seja, uma limitação técnica. perda de fatores biomecânicos. Os fatores
▪ Onlay: o preparo envolve pelo menos uma biomecânicos são substituídos quando passamos de
das cúspides. um preparo cavitário para RMF para um preparo
▪ Overlay: a restauração envolve todas as cavitário para restauração estética.
cúspides do dente. Toda overlay é uma
onlay.
PRINCÍPIOS DO PREPARO CAVITÁRIO

MATERIAIS 1. Preservação da estrutura do dente


2. Retenção e resistência: a configuração
▪ Porcelana > material de escolha geométrica do preparo deve pôr o cimento
▪ Resina laboratorial > é o mais usado nesse sob compressão para se obter a retenção e
tipo de restauração, mas o custo-benefício a resistência necessárias. A retenção
não compensa, pois, o material perde a impede que a restauração saia pelo eixo de
lisura superficial mais rápido. inserção e a resistência impede o
deslocamento da restauração sob ação de
forças oblíquas.
INDICAÇÕES a. Para possibilitar a retenção, a
conicidade deve ser mínima.
▪ Perda extensa de estrutura dental, não b. Quanto maior a área do preparo
sendo possível a restauração direta. maior a retenção.

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Prova 1 Dentística II

c. A retenção melhora e proximais e a segunda inclinação


significativamente quando há da cúspide funcional. Qualquer
apenas um eixo de inserção. passo que aumente a espessura de
d. Preparos com paredes mais longas material restaurador.
tem maior área de superfície e
maior retenção.
e. Paredes opostas com conicidade DIFERENÇAS ENTRE OS PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS
mínima entre si aumentam a DE PREPAROS RMF E PREPAROS ESTÉTICOS
retenção.
3. Durabilidade da estrutura: volume de ▪ Redução oclusal: para RMF a redução é de
material suficiente para resistir aos esforços 1mm na CNC e 1,5mm na CC para o ouro.
oclusais. Na restauração metálica de material não
a. Redução oclusal: 2mm para nobre essas medidas são 1,3mm e 1,8mm
restaurações cerâmicas; respectivamente. Para restaurações
b. Redução uniforme ao longo da face estéticas essa redução é de 2mm O
oclusal do dente princípio biomecânico da durabilidade
c. Biselamento das cúspides estrutural requer maior espessura de
funcionais material.
d. Redução axial
4. Integridade das margens: adaptação das
margens da restauração à linha
cavossuperficial do preparo.
a. Biselamento em 45° no caso de
RMF
b. Configuração da linha de
terminação: ▪ As paredes circundantes/verticais são mais
i. Ombro com ângulo interno curtas porque a redução oclusal é maior.
arredondado Menor retenção da peça e menor
ii. Chanfrado profundo resistência ao deslocamento.
iii. Calçamento ▪ O ângulo de divergência das paredes na
5. Preservação do periodonto: sempre que RMF é de 6°, 3° em cada lado. O preparo
possível as margens da restauração devem deve ser minimamente expulsivo para
ficar a nível gengival ou acima deste. Ponto haver um bom embricamento mecânico e
de contato bem adaptado. poder cimentar com o cimento de fosfato
de zinco. Para restaurações estéticas, como
não podemos colocar muita força para a
incrustação da peça na hora de cimentar
PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS devido à friabilidade do material, a
expulsividade das paredes é maior, para o
▪ Princípios biológicos escoamento adequado do cimento; a
o Preservação de estrutura dental > expulsividade é de 6° em cada parede
desgastar somente o necessário totalizando 12°
o Preservação do periodonto através ▪ Como o preparo é mais expulsivo, a
de um ponto de contato bem retenção e a resistência ao deslocamento é
adaptado menor.
▪ Ângulos internos: RMF com ângulos
▪ Princípios mecânicos internos vivos. Na restauração estética
o Forma de retenção e resistência > todos os ângulos devem ser arredondados,
dada pela primeira inclinação o que também reduz a retenção e a
o Durabilidade estrutural > resistência do preparo.
conseguida através da redução ▪ A adesão compensa a perda dos fatores
oclusal, abertura de caixas oclusais biomecânicos que ocorrem com a

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Prova 1 Dentística II

modificação das características do preparo


cavitário para restaurações estéticas.

REQUISITOS BÁSICOS PARA O PREPARO ESTÉTICO 3. Caixa proximal: abertura V-L de 1/3 na
altura do istmo. Paredes V e L expulsivas no
▪ Redução oclusal uniforme de no mínimo sentido gengivo oclusal. Parede axial plana
2mm. no sentido V-L e convergente no sentido
▪ Redução axial mínima de 1,5mm oclusal. Broca 2143 ou 3145
▪ Ângulos internos arredondados 4. Proteção de cúspides: término em
▪ Expulsividade em torno de 10 a 12 graus em chanfrado profundo/ombro arredondado
todas as paredes internas feito com a broca 2135 contínuo com todas
▪ Os contatos cêntricos e durante as paredes laterais, para ter maior
movimentos excursivos não devem ocorrer durabilidade do dente e da restauração.
na interface dente/restauração
▪ Limite cervical supra gengival
▪ Margens em esmalte: melhor vedamento. É
contraindicado fazer restauração estética
quando não tem esmalte na margem
cervical do preparo
▪ Término oclusal: calçamento ou chanfrado
profundo. O calçamento é simplesmente a
redução oclusal, pois não pode haver bisel
no término de restaurações indiretas. O
término é em 90°.
▪ Término cervical: ombro com ângulos
internos arredondados; chanfrado profundo
▪ Ausência de bisel

SEQUÊNCIA DO PREPARO

1. Redução oclusal: broca tronco cônica de


extremo arredondado 2135 ou 4138 e fazer
as canaletas de orientação de 2mm na
superfície oclusal. União das canaletas
mantendo o esboço da anatomia do dente;
a redução deve ser uniforme.

2. Caixa oclusal: 1mm de profundidade.


Abertura V-L de cerca de 1/3 da abertura do
istmo. Broca 2143 ou 3145.

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Prova 1 Dentística II

• Baixo módulo de
ONLAYS ESTÉTICAS X RMFs elasticidade
• Baixa resistência ao
▪ Menor retenção friccional desgaste
▪ Não fazemos canaletas de retenção • Instabilidade de cor
▪ Maior expulsividade das paredes o Resinas de 2ª geração:
▪ Redução oclusal maior em função da • Resistência flexiral mais alta
resistência do material • Alta porcentagem de carga
▪ Ausência de bisel inorgânica
▪ Ângulos internos arredondados • Mínima contração de
polimerização
• Resistência à abrasão
similar ao esmalte
• União ao metal >
lançamento de primers
metálicos que
possibiliotaram a adesão
das resinas ao metal

▪ Porcelanas
o Vantagens:
MOLDAGEM • Estática: metamerismo,
translucidez e cor estáveis
1. Colocar o fio afastador e aguardar no • Biocompatibilidade: são
mínimo 5 minutos. materiais inertes
2. Injetar o material leve no dente. Colocar o • Saúde periodontal:
pesado na moldeira triple tray e levar em favorecida pela maior lisura
boca. e facilidade de higienização.
3. Usar a técnica da dupla mistura ou passo Não libera substâncias no
único. Usar silicona por adição ou poliéter. meio bucal
4. Montagem em verticulador • Resistência ao
manchamento e à
descoloração devido à lisura
SELEÇÃO DO MATERIAL RESTAURADOR superficial e
impermeabilidade
▪ Resinas compostas • Resistência química e
o As resinas compostas laboratoriais mecânica
têm mais partículas de carga, • Condutibilidade térmica
monômeros mais resistentes e • Ausência de oxidação e
polimerização mais eficiente. galvanismo
Aumenta a resistência do material. • União químico-mecânica ao
o Redução dos efeitos contração de cimento e ao dente >
polimerização porque a resina possibilidade de ligação
polimeriza sem contato com o adesiva pela ação do agente
dente silano
o Obtenção de contornos e contatos • Radiopacidade
proximais mais efetivos o Desvantagens:
o Maior grau de polimerização • Friabilidade elevada,
o Resinas de 1ª geração: podendo fraturar antes de
• Falhas frequentes cimentar
• Baixa resistência flexural • Custo mais elevado

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Prova 1 Dentística II

• Potencial de desgaste do
dente antagonista, ▪ Porcelanas ricas em sílica:
principalmente nas 1. Criar união micromecânica com
porcelanas mais antigas. jateamento de alumínio ou
Isso pode ser minimizado condicionamento com ácido
pelo polimento correto da hidrofluorídrico 9,5%.
porcelana 2. União química através da
• Dificuldade de polimento silanização da peça. O silano é um
agente de caráter anfótero. Aplicar
Avaliações clínicas de longa duração revelam que por 1 minuto. Após um minuto
restaurações diretas e indiretas apresentam o secar com jato de ar e lavar com
mesmo desempenho clínico. água quente para aumentar a
eficiência do silano.
3. No dente, aplicar ácido e adesivo
RESINAS X PORCELANA como se fosse fazer uma resina
direta.
▪ Propriedades físico-quimicas 4. Se for usar o cimento auto-adesivo
▪ Biocompatibilidade não precisa fazer o tratamento do
▪ Tática operatória > é quase a mesma dente.
▪ Limitações técnicas 5. Aplicar o cimento na restauração,
▪ Custo levar a restauração ao dente e
remover os excessos. Usar cimento
de polimerização química ou dual
TIPOS DE CERÂMICA porque a luz não consegue
atravessar a porcelana.
▪ Feldspáticas ou convencionais: tem ▪ Cerâmicas que não apresentam fase vítrea
resistência menor, por isso quase sempre (zircônia). Não são passíveis de
usadas associadas a metal. Podem ser condicionamento ácido, então a
usadas para facetas e inlay. Passível de cimentação é convencional com o cimento
condicionamento ácido. de fosfato de zinco ou com cimento de
▪ Vidro ceramizado/sistema empress. Sistema ionômero de vidro. Com o fosfato de zinco
mais usado para dentes posteriores. fazemos isolamento relativo.
Passível de condicionamento ácido.
▪ Zircônia. Usinadas, feitas com a técnica do Como fazer onlay estética em preparos
CAD/CAM. Resistência muito elevada, subgengivaiis que não tem esmalte cervical?
menos estética com a translucidez não 1. Fazer uma inlay de metal
muito satisfatória. Não é passível de 2. Cimentar uma onlay estética sobre a inlay
condicionamento ácido. de metal
São duas interfaces indiretas. A inlay é toda
Sinterização: união das partículas de pó entre si jateada, então ela tem microrretenção mecânica. A
no forno. Há uma contração no volume total da única função do cimento nesse caso é dar
cerâmica. vedamento.

Técnica da cera perdida - sistema empress: à


base de dissilicato de lítio. É uma técnica de
maior facilidade.

Sistema lava – zircônia: mais resistente. Só


pode ser feito pela técnica CAD/CAM

PROTOCOLO DE CIMENTAÇÃO

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