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A família é a base para o desenvolvimento social, psicológico e emocional da

criança, participando da formação de sua personalidade. É ainda o meio no


qual acontecem e se administram os cuidados básicos com o corpo, exercendo
papel fundamental na promoção e manutenção da saúde de suas crianças.
Geralmente, é a mãe que se responsabiliza pelas questões que envolvem a
saúde, exercendo a função de formadora de saberes e Hábitos. A inclusão dos
responsáveis de nossa amostra nas atividades desenvolvidas pelo Programa
de Atenção à Saúde Bucal deve ser considerada, visto a forma como se
processa a educação em saúde bucal para esses responsáveis e o longo
período de tempo que separa as visitas das THDs às escolas.( FIGUEIRA, Taís
Rocha; LEITEII, Isabel Cristina Gonçalves,2008)
O conhecimento dos pais sobre os determinantes da cárie não se constituiu em
estímulo suficiente para a adoção de cuidados com a saúde bucal dos filhos,
reforçando a concepção de que não existe, necessariamente, uma relação de
causalidade entre processo e entre aqueles identificados nesta pesquisa estão
a renda mensal e a escolaridade para a busca por assistência odontológica e o
auto-cuidado com a saúde bucal para a busca por tratamento odontológico e o
auxílio na realização de higienização bucal, é necessário estimular os pais a
adotarem o comportamento desejado e não só transmitir informações sobre
como deveriam cuidar da saúde bucal de seus filhos. Isso implica na
necessidade de inclusão dos pais ou responsáveis nas ações de saúde bucal
promovidas pela secretaria municipal de saúde do município, aliando-se oferta
de serviço odontológico, criação de facilidades para execução das ações
desejadas e prática educativa dialógica e problematizadora que estimule a
participação desta população no enfrentamento de suas questões.( FIGUEIRA,
Taís Rocha; LEITEII, Isabel Cristina Gonçalves,2008)
A fluorose dentária origina-se da exposição do germe dentário, durante o seu
processo de formação, a altas concentrações do íon flúor. Como conseqüência,
tem-se defeitos de mineralização do esmalte, com severidade diretamente
associada à quantidade ingerida. Geralmente, o aspecto clínico é de manchas
opacas no esmalte, em dentes homólogos, até regiões amareladas ou
castanhas em casos de alterações mais graves, Além da dosagem de flúor,
outros fatores interferem na severidade da doença: baixo peso corporal, taxa
de crescimento esquelético e períodos de remodelamento ósseo constituem-se
fases de maior absorção do flúor; estado nutricional, altitude e alterações da
atividade renal e da homeostase do cálcio também são fatores relevantes
(DenBesten, 1999; Fejerskov, 1994)
Diversos estudos demonstram associação positiva entre ingestão de
dentifrícios na primeira infância e alta prevalência de fluorose dental, o uso de
formas tópicas dentifrícios e bochechos através de um estudo retrospectivo,
identificou um odds de 2,73 vezes maior no caso de ingestão de soluções
fluoretadas para bochechos, reafirmando a necessidade de se indicar
cuidadosamente este método. Em relação ao uso tópico profissional, não foram
encontradas associações significativas, provavelmente devido aos cuidados
técnicos (uso de sucção, pequena quantidade, estímulo ao cuspir envolvidos
no processo (Horowitz,1995).
Como principais medidas recomendadas para limitar a toxicidade crônica das
formas tópicas do flúor tem-se: a redução da concentração de flúor em pastas
infantis, além de acrescentar nas embalagens instruções e precauções sobre
seu uso em crianças; a necessidade da supervisão dos pais no momento da
escovação, de forma a controlar a quantidade utilizada (máximo um grão de
ervilha) de pasta dental e evitar a deglutição; contra-indicar o uso de soluções
para bochechos em crianças menores de sete anos. (CANGUSSU, Maria
Cristina Teixeira et al,2002)
A saúde bucal não tem de ser vista de maneira dissociada da saúde geral. O
objetivo da Odontologia não é somente preservar os dentes; ela deve
ultrapassar esse limite e vislumbrar a saúde como um todo. A cárie severa e
precoce da infância representa um problema de saúde pública e exige esforço
dos profissionais da saúde que atendem crianças. Tal doença interfere tanto na
qualidade de vida da criança quanto na da família. O impacto negativo tem
efeitos imediatos e tardios como, por exemplo, faltas à escola, faltas ao
trabalho por parte dos responsáveis, além de possível influência negativa no
comportamento social. O tratamento pode ser caro, invasivo e ainda
desgastante para criança, familiares e profissionais da área odontológica,
principalmente em casos de emergência. .(DA SILVA, Cintia Magali.,et.al,2010)
O alto consumo de sacarose por crianças jovens indica a necessidade da
educação dos pais para a saúde, sobretudo para limitar sua ingestão. A
eliminação de hábitos inadequados de alimentação mostra-se uma tarefa
complexa e dependente da relação entre profissionais, pais e crianças.
Erradicar hábitos nocivos pode ser uma tarefa mais fácil se houver cooperação
e envolvimento de uma equipe interdisciplinar. Portanto, fica evidente a
importância da interação entre os profissionais de saúde. O melhor caminho a
ser seguido é a prevenção em fase precoce. A interação entre as diferentes
áreas da saúde se faz mister, para que sejam passadas orientações às mães e
que estas possam cuidar melhor de sua saúde e da de seu filho. Com a
interação harmônica entre profissionais e responsáveis por crianças na
primeira infância, especialmente as mães, torna-se mais fácil a abordagem
educativa e preventiva para o cuidado bucal. A educação materna é o meio
mais efetivo para a prevenção da cárie severa e precoce da infância.(DA
SILVA, Cintia Magali.,et.al,2010)
A OMS (Organização Mundial de Saúde), no documento “Promoción de la
Salud mediante las Escuelas” reconhece a relação que existe entre educação e
saúde; a partir disto, julga que se pode empregar este conhecimento para
ajudar a estabelecer escolas que melhorem a educação e aumentem o
potencial de aprendizagem ao mesmo tempo que melhoram a saúde, pois a
boa saúde apoia um aprendizado proveitoso e vice-versa. A escola tem grande
influência sobre a saúde dos jovens. Daí o desenvolvimento do conceito de
Escolas Promotoras da Saúde, ou Escolas Saudáveis, que têm como meta
genérica atingir estilos de vida saudáveis para a população total da escola por
meio do desenvolvimento de ambientes que apóiem e conduzam à promoção
da saúde.( AQUILANTE, Aline Guerra et al.2013)
O bullying é definido como um fenômeno de comportamento antissocial de
agressão, de violência intencional e repetitiva, verbal, emocional ou física,
contra qualquer incapaz de se defender, em qualquer contexto social. É um
fenômeno que atinge diferentes setores sociais, da educação e saúde, com
repercussões psicológicas, físicas, emocionais e cognitivas. Várias condições
podem motivar o desenvolvimento do bullying, dentre elas encontram-se as
alterações bucais, especialmente aquelas que modificam o perfil dentofacial,
com impactos negativos na autoestima da criança e adolescentes na qualidade
de vida relacionada à saúde bucal, As vítimas do bullying podem ter sérias
sequelas físicas e psicossociais, como isolamento social, insegurança,
depressão, ansiedade, baixa autoestima, dificuldade de sono, solidão e
problemas somáticos além de menor desempenho e aprendizado, com má
performance acadêmica. (PIRES, Kyara Dayse de Souza et al,2019)
Sabe-se que uma aparência dental desagradável pode estigmatizar uma
pessoa, dificultar a realização profissional, incentivar os estereótipos negativos
e, ainda, prejudicar a autoestima. Observa-se na prática clínica diária que as
crianças e a famílias procuram tratamentos dentários, exatamente por se
preocuparem com a estética dos dentes. Alguns estudos investigaram os
efeitos da aparência dentofacial na saúde psicossocial e verificaram que má
oclusão, fendas palatinas e anomalias dentárias têm impacto direto na
qualidade de vida do indivíduo. A prevalência de bullying em crianças em
relação a estética relacionada aparência bucal, com registro de
aproximadamente 15%,dentro do âmbito escolar, consequências como baixo
rendimento escolar e isolamento social. Considerando as causas e motivos
para a prática do bullying em crianças e adolescentes no Brasil, 51,2% dos
estudantes que não sabem especificar os motivos pelos quais sofrem bullying,
18,6% associaram a aparência do corpo, seguida da aparência do rosto
(16,2%), raça e cor (6,8%), orientação sexual (2,9%), religião (2,5%) e região
de origem (1,7%). (PIRES, Kyara Dayse de Souza et al,2019)

Referencial bibliográfico
FIGUEIRA, Taís Rocha; LEITEII, Isabel Cristina Gonçalves. Conhecimentos e
práticas de pais quanto à saúde bucal e suas influências sobre os cuidados
dispensados aos filhos. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica
Integrada, v. 8, n. 1, p. 87-92, 2008.
https://www.redalyc.org/pdf/637/63711702014.pdf
CANGUSSU, Maria Cristina Teixeira et al. A fluorose dentária no Brasil: uma
revisão crítica. Cadernos de Saúde Pública, v. 18, n. 1, p. 7-15, 2002.
https://www.scielosp.org/pdf/csp/v18n1/8138.pdf
DA SILVA, Cintia Magali; BASSO, Débora Fernanda; LOCKS, Arno.
Alimentação na primeira infância: abordagem para a promoção da saúde bucal.
RSBO, v. 7, n. 4, p. 458-65, 2010.
https://periodicos.univille.br/RSBO/article/download/1177/1054
AQUILANTE, Aline Guerra et al. A importância da educação em saúde bucal
para pré-escolares. Revista de Odontologia da UNESP, v. 32, n. 1, p. 39-45,
2013.
https://revodontolunesp.com.br/article/588017a17f8c9d0a098b4815/pdf/
PIRES, Kyara Dayse de Souza et al. Condições bucais associadas ao bullying
e cyberbullying em crianças e adolescentes: Revisão sistemática e meta-
análise. 2019.
http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4246

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