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Universidade São Judas Tadeu

Professor: Dimorvan Bordin

Discente: Jackeline Serino Silva

Disciplina: UC Prótese Fixa e Oclusão

Tema: Biomecânica aplicada aos preparos protéticos em dentes anteriores e posteriore; Princípios
de oclusão e movimentos mandibulares

Quando falamos de movimentos mandibulares e oclusão, o sistema estomatognático é o ponto de


partida. Sendo uma entidade funcional fisiológica, composta por músculos, ossos, articulações,
dentes, entre outros, sendo responsável pela mastigação, deglutição, fonação, postura, mimica
facial e respiração. Na oclusão é analisado a dinamica das superficies oclusais entre estas e todos os
componentes do sistema estomatognático.

No relacionamento maxilomandibular é possível analisar alguns conceitos. Na Relação Cêntrica (RC)


o côndilo está centralizado na fossa mandibular, interpondo com o disco articular, independe da
oclusão dentária, sendo reproduzível no articulador, é o mais indicado em reabilitações complexas.
Na Máxima Intercuspidação Habitual (MIH) nesta posição os dentes superiores estão em contato
independentemente da posição condilar, sendo variável e geralmente não condizente com a RC,
sendo indicada em reabilitações menores, como em algumas restaurações ajustando o contato
oclusal. Quando ocorre o máximo de contatos dentários e o côndilo encontra-se em RC,
denominamos de Oclusão em Relação Cêntrica (ORC).

Para obter-se uma oclusão ideal é necessário analisar alguns parâmetros, uma Dimensão Vertical de
Oclusão (DVO) é descrita como a altura do terço inferior da face enquanto existe o máximo de
contatos posteriores entre os dentes, e, sua diminuição é ocasionada pela perda total ou parcial de
dentes posteriores, ela permite não somente uma estética agradável, mas também um equilibrio
muscular prevenindo a fadiga do mesmo durante os processos de mastigação, deglutição e fala,
preservando os tecidos moles, sendo essencial para a Relação Centrica. A Dimensão Vertical de
Repouso (DVR) se da a um contato suave dos lábios independente do contato dentário. A diferença
de DVR e DVO é representado pelo Espaço Funcional Livre tendo aproximadamente 3mm.

Em uma oclusão normal as cúspides dos dentes posteriores entram em contato com sulcos, fossas e
cristas marginais dos dentes antagonistas, sem qualquer obstrução e deslocamentos laterais. No
movimento de Protrusão os incisivos inferiores deslizam sob as superficies palatinas dos superiores
desocluindo os dentes posteriores, denominando-se ‘’guia anterior’’; Já nos movimentos de
Lateralidade temos o ‘’guia canino’’ onde o lado para qual a mandibula se desloca é chamado ‘’lado
de trabalho’’ e o oposto ‘’lado de balanceio’’, neste caso deslizam de os dentes até que os caninos
entrem em contato desocluindo além dos caninos do lado de balanceio como os demais dentes.
A biomecânica é a transmissão das forças mastigatórias que são empregadas ao dente, ligamentos
periodontais e ossos. O preparo dos dentes consiste em reduzir a coroa do dente por meio do
desgaste seletivo de esmalte e dentina, na quantidade e forma pré-determinadas, criando um
espaço para o material a prótese escolhida. O Preparo ainda pode ser parcial ou total e a forma deve
ser adequada afim de propiciar características mecânicas e estéticas para o material escolhido, seja
metálico e/ou cerâmica; Além disso a qualidade deste preparo influencia no controle biológico,
estético e mecânico, o mesmo deve respeitar a homeostasia da área preservando a saúde do tecido
gengival facilitando também as próximas etapas da reabilitação. Para que a prótese não sofra
movimentações axiais ou obliquas, temos que seguir quatro requisitos:

Retenção: é obtida pelo contato das paredes internas da coroa com as superfícies do dente
preparado, determinando uma área que propicia retenção friccional à prótese e que impede seu
deslocamento no sentido gengivo-oclusal, quando é submetida à ação de forças de tração.

A convergência deve ser de 5 a 10 graus seguindo o formato anatômico do dente em questão.


Quanto maior a área de contato entre a superfície preparada e a protese e quanto mais paralelas
forem estas paredes, maior será a retenção. Entretanto se as paredes forem muito paralelas irá
dificultar o assentamento da prótese, causando desadaptação tanto oclusal quanto marginal e
quanto maior a convergência das paredes, menor a retenção e estabilidade;

As paredes axiais do preparo devem apresentar duas inclinações: 1º na metade inferior e a 2º na


metade superior. Isso significa que a coroa do dente preparado deve se parecer com uma miniatura
do dente integro

Resistência ou Estabilidade: a forma do preparo deve prover resistência e estabilidade para


minimizar a ação das forças oblíquas que incidem sobre a prótese e que podem causar sua rotação e
deslocamento. A altura e a angulação das paredes axiais do preparo são essenciais para impedir o
deslocamento da prótese. A altura do preparo deve ser igual ou superior a sua largura, pois em
casos de coroas curtas perde-se a estabilidade da prótese, a altura ideao para o preparo
metalocerâmico é de 1,5mm enquanto para cerâmica é de 2mm. Quanto menos a angulação das
paredes preparadas maior será a estabilidade.

Rigidez Estrutural: A rigidez estrutural é dependente do tipo do material da infraestrutura, do tipo


de término e da quantidade de desgaste dentário. A quantidade de desgaste do preparo deve ser
suficiente para acomodar adequadamente a espessura do material restaurador selecionado (liga
metálica e/ou cerâmica).

Integridade Marginal: o preparo deve possuir uma adequada adaptação da coroa no dente pilar.
Para isso o término gengival deve ser nitído, para que possa ser reproduzido na moldagem tendo
espaço suficiente para acomodar a prótese sem que haja sobrecontorno, diminuindo também a
cárie a principal causa dos fracassos em protese.

Localização do Término Cervical: Em região Supragengival sendo indicada em regiões não estéticas
e sua localização deve ser aproximadamente 2mm acima da margem gengival; No nível da Gengiva
Marginal não é recomendado porque é uma região em que mais se acumula placa bacteriana,
consequentemente ocasionando cárie, inflamação e recessão gengival, e exposição da cinta metálica
em casos de próteses metalocerãmicas; Na parte Subgengival o término deve-se localizar 0,5mm no
interior do sulco gengival, para se obter uma boa estética escondendo a interface entre as
restaurações e o dente preparado, aumentando a retenção nos casos de preparos em coroas curtas
e preservando a saúde gengival.

Tipos de Termino Cervical:


Bibliografias:

PEGORARO, Luiz F. Fundamentos de Prótese Fixa. [Digite o Local da Editora]: Grupo


A, 2014. E-book. ISBN 9788536702469. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536702469/.
PEGORARO, Luiz F.; VALLE, Accácio Lins D.; ARAÚJO, Carlos dos Reis Pereira D.; et
al. Prótese fixa: bases para o planejamento em reabilitação oral. [Digite o Local da
Editora]: Grupo A, 2009. E-book. ISBN 9788536701820. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536701820/.

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