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ESTUDO INDIVIDUAL DA ANATOMIA DOS DENTES DECÍDUOS

A dentição decídua é de extrema importância para o desenvolvimento do ser humano, exercendo papel
fundamental no desenvolvimento dos músculos da mastigação e na formação dos ossos maxilares, além de
servirem de orientação para o seu germe sucessor. De maneira geral, esta dentição é composta por 20 dentes,
sendo oito incisivos, quatro caninos e oito molares. Estes dentes apresentam uma cor branca e opaca, são
menores em todas as dimensões quando comparados aos dentes permanentes. Neste trabalho será realizado
um estudo individual da anatomia de cada um desses dentes.

Incisivo Central Superior:


 Sua coroa é bastante achatada no sentido vestíbulo lingual e possui um rebordo acentuado junto ao colo;
 Sua face vestibular pode ser descrita como um trapézio com a base maior voltada para a sua borda
incisiva, sendo que sua largura mesiodistal é maior que a medida cervicoincisiva;
 Seus sulcos de desenvolvimento da face vestibular são mais visíveis no terço incisal;
 Quanto às proximais, seu lado mesial bastante plano, já o distal é mais convexo;
 Borda incisal frequentemente reta;
 Face lingual:
 Cristas marginais mesiais e distais (entre essas cristas há uma
fossa lingual, que é limitada às porções incisal e média pelo
cíngulo);
 Cíngulo bem desenvolvido;
 Suas faces proximais são triangulares com ângulos arredondados;
 Possui borda incisiva quase reta, com ângulo distal um pouco
arredondado e mesial agudo e vivo;
 A raiz é duas vezes mais longa que a coroa, normalmente única e
cônica, com ligeiro achatamento vestibulolingual, possuindo
ligeiro acotovelamento em seu terço apical para o lado vestibular;
 Cavidade pulpar:
 Possui a forma externa do dente;
 Canal radicular único e contínuo com a câmara pulpar;
 Cavidade pulpar volumosa.
Incisivo Lateral Superior:
 Este elemento é menor quando comparado ao incisivo central, porém
também se assemelha muito a este dente, sendo que sua face
vestibular é mais convexa e sulcos de desenvolvimento menos
pronunciados;
 A face lingual é côncava e estreita em virtude da fossa lingual;
 As cristas marginais e cíngulo são menos pronunciados;
 Suas faces proximais possuem o mesmo formato que o central e na
borda incisiva o ângulo distoincisivo é mais arredondado;
 Sua raiz é mais longa em relação à coroa que o incisivo central e
apresenta um desvio para a vestibular e para a distal no seu terço
apical;
 A cavidade pulpar também segue a forma externa do dente.

Incisivo Central Inferior:


 Sua forma geral é de trapézio alongado com base na borda
incisiva;
 Face vestibular plana sem nenhum sulco de desenvolvimento
visível;
 Dimensão cervicoincisiva maior que a mesiodistal;
 Face lingual estreita-se em direção ao cíngulo, sendo que esta
superfície pode apresenta-se achatada nos terços médio e incisivo
ou apresentar uma leve concavidade (fossa lingual);
 Cristas marginais e cíngulo pouco pronunciados;
 Na borda incisiva, normalmente os ângulos das superfícies
proximais são vivos, porém também podem apresentar leve
arredondamento;
 Raiz única e longa, com cerca de dobro da coroa e achatada no
sentido mesiodistal;
 A cavidade pulpar segue o contorno externo, sendo mais larga na
altura do cíngulo;
 O canal radicular é único e ovalado;
 Há uma demarcação definida entre a câmara pulpar e o canal radicular.

Incisivo Lateral Inferior:


 Apresentam dimensões maiores que os incisivos
centrais inferiores, além de serem menos simétricos;
 Cíngulo mais desenvolvido e desviado para o lado
distal;
 Superfície lingual entre as cristas marginais pode ser
mais côncava;
 Quanto às faces proximais, a distal é menor e mais
convexa que a mesial;
 A raiz é mais longa, mais estreita e mais afilada que
no central, apresenta um desvio para a vestibular e
para a distal no terço apical;
 A cavidade pulpar segue o contorno externo do dente,
seu canal radicular é único e com formato oval, não
tendo demarcação definida entre a câmara e os canais
pulpares.

Canino Superior:
 Estes dentes são mais robustos que todos os incisivos decíduos;
 Sua coroa apresenta uma constrição na cervical em relação à sua largura mesiodistal;
 Sua face vestibular pode ser descrita em um pentágono com ângulos e lados arredondados, sendo que
essa superfície possui lobos bem desenvolvidos e uma cúspide pontiaguda evidente;
 Dimensões mesiodistal e cervicoincisiva aproximadamente iguais;
 A face lingual apresenta duas cristas marginais e um cíngulo bem desenvolvido;
 Pode apresentar um tubérculo que o dividirá em duas
fossas linguais: mesial e distal;
 Faces proximais triangulares, com bordos arredondados
e são mais largas do que altas, sendo que a superfície
distal é mais convexa e menor;
 A ponta de sua cúspide é levemente distalizada e a borda
distal da superfície incisiva é menos inclinada e o
cíngulo é bem centralizado no sentido mesiodistal;
 Sua raiz é robusta nos terços cervical e médio, sendo discretamente inclinada para vestibular no terço
apical, seu formato é cônico e apresenta duas vezes o comprimento da coroa;
 A câmara pulpar segue o contorno externo da coroa e possui, na maioria das vezes, canal único.

Canino Inferior
 Face vestibular convexa nos dois sentidos, principalmente no terço cervical (túber).
 Coroa mais alta do que larga, superfície mais plana com relação ao
canino superior e com sulcos de desenvolvimento rasos;
 Face lingual menor que a vestibular (coroa), contendo apenas uma
fossa, o que o difere de seu antagonista;
 Faces proximais triangulares, com a distal mais convexa que a mesial.
A borda incisiva localiza-se centralizada no sentido vestibulolingual;
 Crista incisal reta e centralizada, borda mesial da cúspide é menor que a
borda distal;
 Sua coroa tem duas vezes o comprimento da coroa e é levemente
achatada no sentido mesiodstal, porém é mais curta que a raiz do
canino superior;
 A cavidade pulpar acompanha também o contorno externo da coroa e o canal radicular é único.

Primeiro Molar Superior


 Possui coroa em formato cúbico irregular, é mais larga do que alta e possui um grande estrangulamento
no colo, por vista oclusal lembra um pré- molar superior;
 Sua face vestibular tem forma de trapézio com base maior oclusal, apresentando duas cúspides
(mesiovestibular e distovestibular), com pouca evidência de sulcos de desenvolvimento entre elas;
 Sua superfície é plana, porém em seu terço cervical há uma
crista bem evidente, sendo mais proeminente no lado
mesial, onde se localiza a formação do tubérculo molar de
Zuckerkandl;
 Em sua face lingual, a coroa se converge em direção à
superfície lingual. Há, ainda, uma cúspide mesiolingual;
 Sua face lingual é menor do que a vestibular, porém mais
convexa;
 As faces proximais são trapezoidais e mais largas no nível
do colo, sendo que sua face distal é menor e mais convexa;
 Sua superfície oclusal pode ter três ou quatro cúspides,
sendo que quando há três cúspides a maior é a lingual
seguida pela mesiovestibular e a distovestibular. Quando o dente presenta uma quarta cúspide esta é
muito pequena, sendo denominada distolingual;
 Este dente apresenta três fossas e o sulco de desenvolvimento principal conecta as fossas mesial e
central, o sulco de desenvolvimento vestibular separa as cúspides vestibulares, outros sulcos
secundários originam-se dessas fossas bem como da fossa distal (quando presente);
 A crista marginal mesial corre obliquamente para a distal e, na maioria dos casos, há uma crista oblíqua
com tamanho variado unindo as cúspides distovestibular e mesiolingual;
 Este molar apresenta três raízes, sendo duas vestibulares e outra lingual, a raiz lingual é mais longa e
mais curvada, e a distovestibular mais curta e reta, abaixo da linha cervical, há a formação da
trifurcação;
 Sua câmara pulpar é ampla e segue o contorno externo da coroa, com três ou quatro cornos pulpares,
cada raiz tem um único canal.

Segundo Molar Superior


 Sua face vestibular possui duas cúspides com um sulco de
desenvolvimento entre elas;
 No triedro mesiovestibulocervical há a presença do tubérculo de
Zuckerkandl;
 Por lingual há duas cúspides (distal e mesial), além do tubérculo de
Carabelli, no lado mesial, possui também um sulco de desvolvimento
lingual que separa as cúspides mesiolingual e distolingual;
 As faces proximais têm forma trapezoidal com base na cervical e sua
coroa é menor e mais convexa na superfície distal;
 Possui quatro cúspides bem desenvolvidas, sendo que a mesiolingual é a maior e a
distolingual a menor;
 Na superfície oclusal há uma fossa central e uma fossa triangular mesial bem
definida e cada fossa tem uma fosseta em sua parte mais profunda, estas são unidas
por um sulco de desenvolvimento. Um sulco de desenvolvimento vestibular separa as
duas cúspides vestibulares e outros sulcos complementares irradiam deles;
 Há uma crista oblíqua proeminente (formada pela crista distal da cúspide mesiolingual e pela crista
central da cúspide distovestibular). Estas cristas são bem desenvolvidas;
 Apresenta três raízes (duas vestibulares e uma lingual), sendo que a raiz distovestibular é a mais
curta das três;
 A cavidade pulpar é ampla e possui três canais radiculares que seguem a forma externa do dente. Há
quatro cornos pulpares e cada raiz tem apenas um canal;

Primeiro Molar Inferior


 Este dente não lembra nenhum outro da dentição permanente ou decídua;
 Sua face vestibular apresenta o lado distal mais curto que o mesial, há duas cúspides vestibulares e o
sulco de desenvolvimento entre elas não é muito evidente. Possui uma convexidade é mais evidente
no terço cervical e também possui o tubérculo molar de Zuckerkandl.
 Por lingual há duas cúspides com um sulco de desenvolvimento entre elas, sendo que a crista
marginal mesial é bem desenvolvida e pode se assemelhar a uma cúspide. Esta face é menos
inclinada, menor e mais convexa menor que a vestibular;
 Nas faces proximais, a superfície distal é mais convexa e
menor que a mesial, sua crista marginal mesial é mais
desenvolvida que a distal e possui uma inclinação no
sentido cervical, a crista marginal distal é menos
proeminente e reta;
 A superfície oclusal possui formato achatado no sentido
vestibulolingual e alongado no mesiodistal;
 Este dente possui quatro cúspides, sendo que a
mesiolingual é a maior e a distolingual a menor. As
pontas dessas cúspides se aproximam no sentido vestibulolingual. Uma crista transversa une as duas
cúspides mesiais e essa crista divide a superfície em duas fossas, sendo a mesial que contém a fosseta
mesial e a central onde se localizam as fossetas central e distal e todas são unidas por um sulco de
desenvolvimento central que termina na fosseta mesial;
 Do sulco de desenvolvimento partem dois sulcos suplementares (um para lingual e outro pata
vestibular);
 Este dente possui duas raízes, sendo uma mesial e outra distal. Elas são planas, largas, bem separadas
e muito achatadas;
 A cavidade pulpar contém uma câmara pulpar que acompanha o formato externo da coroa, com
quatro cornos pulpares. A raiz mesial tem dois canais e a distal, apenas um.

Segundo Molar Inferior


 Dois sulcos de desenvolvimento vestibulares dividem a superfície vestibular em três cúspides:
mesiovestibular, distovestibular e distal. Também apresenta o
tubérculo molar de Zuckerkandl, porém é menos evidente que nos
primeiros molares decíduos;
 Em sua porção lingual, há um sulco de desenvolvimento curto, que
divide duas cúspides, estas são maiores que as vestibulares. Desta
visão o dente é convergente pra a lingual. Sua porção mesial é
pouco mais alta que a distal;
 Suas faces proximais têm formato de trapézio irregular, com base maior na cervical. A crista
marginal mesial é particularmente maior que a distal em todas as dimensões;
 Este dente apresenta cinco cúspides, sendo que a maior é a mesiolingual e a menor a distal;
 Na superfície oclusal observam-se três fossas e cada uma contem uma fosseta. Há também um sulco
de desenvolvimento central, de onde se originam outros sulcos de desenvolvimento (um para a
lingual e dois para a vestibular) que dividirão as cúspides. A
crista marginal mesial é mais procunciada que a distal;
 Suas raízes são duas vezes maiores que a coroa, sendo que as
duas (mesial e distal) são longas, delgadas e separadas e sua
bifurcação ocorre imediatamente abaixo da cervical do dente.
São inclinadas no sentido mesiodistal nos terços médio e apical;
 A câmara pulpar segue o contorno externo do dente, contendo
cinco cornos pulpares (referentes às cinco cúspides), a raiz mesial contem dois canais, enquanto a
distal possui apenas um.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 GUEDES PINTO, A.C. Odontopediatria. 9 ed. São Paulo: Santos, 2016.

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