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Elaboração
Profa Claudia Gomes Ligocki
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO............................................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE ORIGEM FONÉTICA............................................... 5
CAPÍTULO 2
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE ORIGEM MECÂNICA........................................... 37
CAPÍTULO 3
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE ORIGEM NEUROLÓGICA.................................. 44
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................54
ANEXOS .........................................................................................................................................................60
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AVALIAÇÃO E
TRATAMENTO
UNIDADE IV
Capítulo 1
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE
ORIGEM FONÉTICA
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
A avaliação deverá ser completa. Não só examinaremos todas as estruturas que
compõem este sistema, como deveremos, acima de tudo, relacioná-las entre si,
já prevendo o que será possível ocorrer. Um bom clínico, ao fazer a anamnese,
já poderá estar examinando seu paciente. Comportamentos, posturas, hábitos e
funções podem ser observadas durante as perguntas da anamnese, sejam estas
feitas para os pais ou para o próprio paciente. Para que isto ocorra, é claro que a
pessoa a ser examinada deverá estar presente durante a anamnese. Os terapeutas
podem escolher se querem fazer a anamnese diretamente com o paciente, só com
os pais ou com os pais e o paciente. As três maneiras de colher os dados podem ser
adequadas, se bem utilizadas, e todas apresentarão aspectos positivos e negativos.
Cada terapeuta deverá encontrar para si ou para cada caso a melhor maneira de
conhecer a problemática dos pacientes que o procuram.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
AVALIAÇÃO
NEUROANATOMICA FISIOLOGICA
SISTEMA
ESTOMATOGNATICO
EXAMINAR
ESTRUTURAS FUNÇÕES
FORMA E FUNÇÃO
PARÂMETROS
NORMALIDADE ALTERAÇÃO
Fonte: Susanibar, Franklin et al. Tratado de Evaluacion de Motricidad Orofacial. 1ª.ed. Madrid: Ed. EOS, 2014.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
1.2. Anamnese
O que usar: roteiros prontos, folhas em branco, perguntas semidirigidas? Ou será
que é melhor deixar os pais falarem sem perguntarmos nada? Temos visto que os
jovens fonoaudiólogos se perdem inicialmente a respeito do que fazer ao estarem
pela primeira vez com um paciente. Não é importante que um questionário formal
exista. Na verdade, tanto faz a forma como iremos abordar a família para descobrir
o que queremos saber: se vamos dirigi-los ou simplesmente deixar que contém
livremente o que entendem como importante para aquele momento. O essencial é
que saibamos manejar e compreender a técnica escolhida para a primeira entrevista.
Devemos ressaltar que ambas as formas, entrevistar sem roteiros e fazer perguntas
pré-estabelecidas, são maneiras interessantes e muitas vezes fundamentais. As
vezes, é mais uma questão de rotina ou de como aprendemos a colher dados.
Em relação às perguntas específicas para cada caso, podemos dizer que serão
inúteis se não estiverem ligadas a um conhecimento que justifique a questão.
Exemplo disto seria perguntarmos para uma mãe com quantos centímetros e
com que peso seu filho nasceu e não sabermos os parâmetros de normalidade.
Outro bom exemplo seria o de uma criança de seis anos que tem como queixa,
simplesmente, a troca do fonema /k/ por /t/, e perguntamos se a mãe fez abortos,
quantos e em que condição. Estas perguntas não são significativas para o caso,
com certeza. Tampouco nos levam a um raciocínio clínico acerca das possíveis
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
causas da troca do /k/ pelo /t/ que era a queixa inicial. Muitas vezes, recorremos
a um roteiro pré-determinado em que existem questões as quais não sabemos o
que querem dizer, qual o parâmetro de normalidade e, até mesmo, como utilizar
tais dados no futuro. Essas perguntas e respostas acabam se tornando um monte
de papel arquivado sem significado.
O primeiro contato com o paciente deve servir, entre uma série de razões, para
criar vínculos entre terapeuta e família, criar hipóteses diagnósticas, levantar
novas questões e possíveis encaminhamentos. Como se pode perceber, fazer
entrevistas e/ou anamneses não é algo fácil. Fundamentação teórica, raciocínio
inferencial e alguma perspicácia são elementos necessários para que se obtenha
com sucesso aquilo que se pretende. Um conhecimento mínimo da patologia é
condição básica para nos orientarmos na anamnese. Só desta maneira podemos,
ao final, interpretar de forma adequada o que colhemos. Agindo desta maneira,
os próximos encontros passarão a ser uma continuidade do primeiro, não
havendo a quebra entre a anamnese, o exame e a terapia. Devemos evitar que
cada bloco se torne estanque e sem vínculo com o seguinte. A anamnese, o exame
e a terapia devem ter os mesmos princípios e também uma continuidade entre
eles.
Primeira parte
Segunda parte
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Partir da idade atual e retornar ao passado, caso seja necessário. Quando partimos
do momento atual, é mais fácil para os pais ou para o próprio paciente relatar, com
precisão, o que queremos saber. Podemos, a partir do relato deles, perguntar se
sempre foi assim ou se antes existiam estas ou outras dificuldades e em que nível.
1.3.3. Alimentação
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
que toda a família pode estar se alimentando da mesma maneira que a criança em
questão.
1.3.4. Escolaridade
1.3.5. Sono
A pergunta final sempre deverá retornar para a queixa inicial. De modo geral,
devemos encerrar perguntando se há alguma coisa a mais que o paciente e/ou
os pais gostariam de nos informar. Se existem outras colocações que não foram
feitas durante a queixa inicial e que podem ser feitas neste momento, caso os pais
acreditem ter importância para o caso. Deixá-los falar livremente neste momento
pode nos dar outra visão da queixa inicial ou sabermos o que, de fato, eles esperam
do tratamento.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
1.6.1. Lábios
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Comparar o tamanho do lábio com o tamanho do osso que ele deve cobrir é o
nosso objetivo para sabermos se o lábio é curto ou não. Na verdade, não há um
tamanho normal para o lábio superior. Dizemos que há normalidade quando
são encontradas proporções adequadas entre partes moles e partes duras. Ao
tomarmos a medida do lábio superior em milímitros, observamos que, muitas
vezes, este lábio que nos parece extremamente curto, à medida que expõe os
incisivos superiores é, na verdade, mais longo do que o lábio superior de outras
pessoas que não ficam com os incisivos expostos. Outro detalhe importante
diz respeito a verificar com atenção o ângulo naso-labial. Quando ele está
muito aberto, em geral a ponta do nariz está arrebitada e os dentes ficam mais
expostos. Isto pode significar que o lábio, por causa do nariz estar arrebitado,
está posicionado fora do lugar, dando-nos a impressão de ser curto. Estes
exemplos são amostras de como devemos estar sempre atentos e preocupados
em fazer considerações e relações entre o que estamos vendo, e não apenas
anotar, pura e simplesmente, o que foi visto.
Imagino que você possa, neste exato momento, estar confuso. Afinal devemos
ou não nos preocupar com dados de normalidade? A fonoaudiologia, ao avaliar
problemas de motricidade oral, teve, no passado, um único padrão de normal e é
desta noção fixa de normalidade que devemos nos afastar. Existem vários normais.
Normal é o que funciona bem, em suas possibilidades. Tudo fica dependente das
relações existentes entre as partes duras e moles. Regra que deve valer para todas as
estruturas avaliadas.
1.6.2. Língua
Ao avaliarmos esta estrutura, vamos procurar vê-la dentro da boca, e não fora.
Ao encontrarmos marcas de dentes sobre ela em suas laterais, nem sempre isto
significa algo importante para o clínico. Por exemplo, podemos, por estresse,
estar com a língua marcada por apertamento temporário. Por outro lado, estas
marcas podem existir há muitos anos, e não ter nada a ver com o problema
que estamos avaliando. No entanto, as marcas podem significar que a língua,
realmente, está apertada. Esta pressão sobre a língua pode estar ocorrendo porque
a boca é pequena para a língua, porque a língua é grande para a boca ou, ainda,
porque os dentes estão inclinados lingualmente, diminuindo o espaço intraoral.
Dizer apenas que existem marcas não elucida nada. Novamente, os dados só
terão valor quando comparados entre si ou quando levantarmos hipóteses das
possíveis causas daquilo que foi encontrado.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
1.6.3. Bochechas
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
1.7.1. Respiração
Os seres humanos nascem respirando pelo nariz e, a não ser que ocorram
impedimentos mecânicos, assim continuarão até a morte. Isto significa que, ao
encontrarmos um paciente com respiração bucal, devemos buscar compreender
o motivo dele não estar realizando esta função de forma normal. Devemos nos
lembrar de que, na maior parte das vezes, a respiração não é puramente bucal,
mas, sim, mista, isto é, dá-se pelo nariz e pela boca. As causas mais frequentes de
uma respiração inadequada referem-se a problemas mecânicos. Eles podem estar
em nível da nasofaringe, da adenoide, da orofaringe, das amígdalas ou do próprio
nariz, como um desvio de septo ou, mais comumente, as hipertrofias de conchas
que impedem ou diminuem a entrada do ar.
1.7.2. Mastigação
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
Hábito alimentar não é só o que se come. É necessário saber como, quando, o tempo
disponível, valores que se dá para a alimentação, dinheiro que se investe nisto etc.
Normalmente, o problema alimentar não é só do paciente, mas é da família ou do
meio no qual aquele indivíduo vive. Como prova específica, pode-se utilizar, em
todas as avaliações, um mesmo alimento para que se possa criar um padrão de
exame. O pão francês é uma boa opção, pois é fácil de encontrar e, praticamente,
todos o comem.
Filmar o exame também é aconselhável para que seja possível fazer comparação
posteriores com maior objetividade. Lembrar-se de que os limites de mastigação
impostos pela oclusão só serão resolvidos após o tratamento da oclusão. Como
prova específica, podemos sugerir que o paciente coma o pão normalmente, como
está acostumado. Após duas ou três dentadas, perguntamos onde está mastigando
melhor, ou seja, qual é o lado de preferência mastigatória e por que prefere este
lado. Caso o paciente não saiba identificar, devemos sugerir-lhe que coma mais
alguns pedaços, para observar como ele sente a mastigação acontecendo. Em
seguida, devemos pedir que mastigue apenas de um lado e observe relatando, em
seguida, como foi. Depois, repetimos a mesma prova, usando o outro lado da boca.
Por fim, sugerimos que volte a mastigar como o faz normalmente.
Após cada prova, devemos pedir ao próprio paciente que descreva como se sentiu,
se foi fácil e quais foram as dificuldades encontradas. Esta forma de avaliar faz
com que possamos ter a nossa visão e também a do próprio paciente sobre como
está se processando sua função mastigatória. Mesmo que o paciente não saiba
nada ou só tenha uma visão parcial daquilo que ocorre, isto não é importante.
Agindo assim, podemos saber o que o paciente percebe e já o ajudaremos a ficar
mais atento, deste momento em diante, em relação à sua mastigação.
1.7.3. Deglutição
Esta função dá continuidade ao processo de mastigação e, como tal, não pode
nem deve ser avaliada em separado. Ao observarmos a mastigação, também
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Assim como esta atipia, muitas outras são provocadas pelos examinadores. Até o
dentista, quando pede para que o paciente degluta com os lábios entreabertos,
numa posição em que o corpo está reclinado, dificultando a deglutição,
também causa uma atipia. Sugiro ao leitor atento experimentar deglutir nessas
circunstâncias, não se esquecendo de um babador. Sabemos que os sujeitos
Classes II de Angle, com grandes desproporções maxilo-mandibulares, deglutem
com os lábios separados e, mesmo assim, procuram fazer um selamento
compensatório, que é o do lábio inferior com os dentes superiores. O selamento
anterior é necessário para manter uma pressão negativa no interior da boca e
todas as pessoas procuram obtê-la de alguma maneira.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
deste modo de deglutir e, mais do que a causa, tentar verificar quais são as
possibilidades que o paciente tem de deglutir de outra maneira que não aquela
por nós encontrada.
1.7.4. Fala
No entanto, para uma avaliação mais precisa, é importante não só sabermos quais
são as trocas ou omissões, mas, mais uma vez, tentar compreender a razão das
trocas e quais as possibilidades de correção. Com muita frequência, encontramos
problemas de fala que fazem parte de problemas de linguagem. Infelizmente,
muitas vezes, acabamos simplificando e realizando análises somente parciais,
reduzindo problemas de desenvolvimento de linguagem em meras trocas ou
omissões de fonemas. As distorções, por sua vez, podem estar relacionadas a
problemas de forma, ou seja, a características anatômicas das estruturas que
produzem fala.
1.7.5. Terapia
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
1.8.1. Respiração
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
trabalharmos com ele, pois as tentativas seguidas de respiração, via nariz, podem
ajudar na desobstrução ou mesmo no tratamento médico.
1.8.2. Mastigação
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
está conosco poucas horas por dia. Devemos trabalhar com exercícios de força,
quando houver necessidade, solicitando que eles sejam realizados uma vez por
dia, durante alguns minutos. É mais importante a realização diária, com pouco
tempo de duração, porém sistemática, do que por um tempo prolongado, mas que
não seja realizada rotineiramente.
Se existem problemas com a oclusão dentária, o ideal é que o paciente seja primeiro
tratado com o odontólogo, para depois fazer terapia, caso seja necessário. Se o
paciente não necessitar de tratamento odontológico, trabalharemos da mesma
maneira, apenas respeitando as possibilidades que ele apresenta para realizar a
mastigação. A forma de mastigar encontrada pode ser melhorada, mesmo que não
fique “perfeita”. Trabalhamos explicando o que é uma mastigação ideal e como é
que ele, paciente, está realizando tal função. Mostramos que, apesar de sua forma
oclusal não ser a melhor, é a condição que ele efetivamente tem, e que sempre
existe algo que pode ser melhorado. Ele será o agente de suas mudanças e estará
informando ao terapeuta sobre o que ocorre, quais as tentativas que faz para
mudar e como está percebendo e sentindo as mudanças que estão se processando.
1.8.5. Deglutição
Observamos que, quando o paciente pode respirar pelo nariz, quando tem uma
boa oclusão, quando mantém os lábios ocluídos, quando o espaço interno é
compatível com o tamanho da língua e que, quando ele mastiga adequadamente,
também pode deglutir corretamente. Os demais pacientes, que não apresentam
tais características, terão que adaptar seu modo de deglutir às condições existentes.
O nosso paciente mais “típico” é aquele que, apesar das boas condições de forma
e de respiração, deglute com projeção anterior. Verificar a postura, o tônus, os
hábitos alimentares e modificá-los, caso seja necessário, é bastante importante
para que ele consiga uma melhor deglutição. Os exercícios para aumentar a força
da língua e para melhorar a propriocepção são fundamentais para a obtenção de
um melhor posicionamento da língua na cavidade oral.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
Hanson e Barrett (1995) apud Folha (2010) descreveram que o exame detalhado
das estruturas orofaciais deve preceder o das funções, e a avaliação das estruturas
externas deve preceder a da cavidade oral.
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Bianchini (2000) apud Folha (2010) destacou que, numa avaliação fonoaudiológica
completa, não basta constatar a presença de distúrbios miofuncionais. É necessário
estar atento a todas as possíveis relações desencadeantes do problema funcional
observado. Além disso, analisar os possíveis efeitos das atividades miofuncionais
em relação à patologia que o indivíduo apresenta e a possibilidade de ajuda
do fonoaudiólogo, no sentido de amenizar os fatores funcionais agravantes e
auxiliar na remissão do problema. A avaliação consiste de uma anamnese, que é o
primeiro contato com o paciente, sendo nela investigados os dados da história clínica
do indivíduo e feita a verificação das funções estomatognáticas, como postura
habitual, respiração, deglutição de saliva, articulação da fala, voz e coordenação
entre as funções, assim como a presença de alguns hábitos parafuncionais.
O exame clínico envolve a análise funcional de situações espontâneas, como
postura corporal, análise facial quanto à simetria, tensão, repouso dos lábios e
língua, respiração, deglutição e fala, presença de hábitos como morder lábios,
umedecer lábios, apertamento dentário, entre outros. Também verificam-se
as características craniofaciais, como face, se curta, média ou longa, perfil,
se reto, convavo ou convexo, além da intensidade do desvio das alterações
neuromusculares associadas. São verificadas as estruturas e a musculatura de
lábios, bochechas, mento mole, língua e assoalho bucal, assim como palato duro e
mole, tonsilas palatinas, gengiva e mucosa jugal, mobilidade dos lábios e língua; e
avaliação das funções de respiração, mastigação, deglutição e fala. Com os dados
da avaliação em mãos, a terapia fonoaudiológica poderá ser indicada, podendo
ser associada a outras terapêuticas como a ortodôntica e a otorrinolaringológica.
Qual terapia deverá vir primeiro dependerá se as características observadas são
alterações neuromusculares ou situações adaptativas secundárias à forma.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
1.9. Protocolos
Ele é extenso, porém de fácil aplicação e mantém o mesmo padrão dos protocolos
de motricidade orofacial geral, existentes até o momento. Por ser um protocolo
da MO de caráter mais global, quando for necessário, devem ser utilizados outros
protocolos mais específicos para problemas pontuais, como é o caso das disfunções
da articulação temporomandibular, paralisia facial, problemas de fala de origem
neurológica, fissura labiopalatina e disfunção velofaríngea, entre outros.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
Na prova de deglutição, é solicitado ao sujeito que leve à boca o copo d’água e depois
de dar um gole, abaixe o copo, para que a toda a face possa ser visualizada, e engula
de modo habitual. São realizadas pelo menos duas repetições. Posteriormente,
é explicado ao sujeito que ele deverá proceder como na prova anterior, mas que
o examinador colocará o dedo indicador sob seu queixo e o polegar abaixo do
seu lábio inferior (região do músculo mentual) e que seus lábios serão afastados
imediatamente após a deglutição. Assim, o examinador separará os lábios para
permitir a visualização dos dentes e da língua em caso de interposição da língua.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
contração severa; o escore 1 foi atribuído quando os lábios não vedarem a cavidade
oral. Para a língua, é considerado padrão normal e atribuído o escore 4, quando
o sujeito apresentar a língua contida na cavidade oral e o vedamento anterior da
cavidade oral sem esforço; se ocorrer alguma alteração da deglutição, adaptação
ou atipia é registrado em quais músculos e/ou ações, assim, o escore 2 é atribuído
se a houver interposição leve da língua entre os arcos dentários por adaptação ou
disfunção; e o escore 1 é atribuído se a língua apresentar interposição aos arcos
dentários em excesso, ou seja, se estiver ultrapassando a face incisal dos dentes
incisivos e/ou as cúspides vestibulares dos dentes posteriores. Para outros sinais
de alteração como movimentação da cabeça, tensão dos músculos faciais e escape
do alimento, quando presentes, é atribuído, individualmente, o escore 1, ou, se
ausentes, o escore 2. Além disso, a eficiência da deglutição, considerada neste caso
como a capacidade de impelir o bolo da cavidade oral para a orofaringe, é avaliada
tanto para a deglutição do bolo sólido quanto para o bolo líquido, sendo que para
cada uma dessas consistências é atribuído o escore 3, caso não houver mais de
uma repetição da deglutição do mesmo bolo; o escore 2 caso houver mais de uma
deglutição, ou o escore 1 para o caso de deglutições múltiplas.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
1.10. Avaliação
A observação visual do roteiro ROF deve ser feita utilizando velocidade normal, slow
motion e congelamento de imagem.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
PACIENTE
IDADE
AVALIAÇÃO DE FALA
Distorção
Omissão
Substituição
Adição
Imprecisão
Ceceio anterior
Ceceio lateral
Travamento
SINAIS DE RESPIRAÇÃO ORAL
Olheira
Eversão do lábio inferior
Acúmulo de saliva nas comissuras labiais
Lábios entreabertos no repouso
Lábios ressecados
Lábio superior encurtado
DENTIÇÃO OCLUSÃO
Classificação da oclusão
CLI
CLII – div. 1
CLII – div. 2
CLIII
Classificação da dentição
Sobressaliência
Sobremordida
Mordida aberta
Biprotusão
Cruzamento
Falta de espaço intraoral
Desvio ósseo de linha média inferior
Fonte: Martinelli, et al. 2011.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Após a coleta das medidas com o paquímetro, aplica-se a regra de três relacionando
a abertura máxima de boca sem e com a língua na papila, no qual o valor da
segunda medida é multiplicado por 100 e dividido pelo valor obtido na primeira
medida. De acordo com a porcentagem obtida o resultado menor que 50% indica
frênulo alterado, entre 51% e 59%, alterado ou normal, e maior que 60%, normal.
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Capítulo 2
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE
ORIGEM MECÂNICA
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
O trabalho aborado deve ser praticado pelo paciente todos os dias de maneira
intensiva, uma vez que, para modificarmos ajustes, posturas e engramas é necessário
exercitar a musculatura e realizar o novo plano motor sistematicamente. A dedicação
do paciente é fator fundamental para que o tratamento tenha resultado, já que os
exercícios melhorarão a força da musculatura e a posição da língua.
2.2.1. Introdução
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
2.2.2. Etiologia
Diferentes fatores corroboram para o surgimento destes casos entre eles podemos
citar:
» predisposição genética;
» atividade profissional;
» atividade profissional;
2.2.3. Estadiamento
Estadiamento T
Tx – primário não avaliável.
T0 – sem evidência de tumor primário.
Tis – Tumor in situ.
T1 – Tumor mede até 2cm (no maior diâmetro).
T2 – Tumor mede de 2 a 4 cm.
T3 – Tumor mede mais de 4 cm.
T4 – divididos em T4a (ressecáveis) e T4b (irressecáveis).
Boca
T4a – tumor invade estruturas adjacentes (ex: cortical óssea; musculatura profunda da língua, seio maxilar e pele da face).
T4b – tumo invade espaço mastigatório, placas pterigóideas, base do crânio e/ou Carótida interna.
Orofaringe
T4a – tumor invade laringe, musculatura profunda de língua, pterigóideo medial, Palato.
T4b – Tumor invade músculo pterigóideo lateral, placas pterigóideas, nasofaringe lateral, ou base de crânio ou envolve
artéria carótida.
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Estadiamento N
NX – Linfonodos não podem ser avaliados.
N0 – Sem linfonodos palpáveis.
N1 – Linfonodo único, ipsolateral até 3 cm.
N2a – Linfonodo único ipsolateral de 3 a 6 cm.
N2b – Linfonodos múltiplos ipsolaterais até cm.
N2c – Linfonodos bilateriais ou contralateral até 6 cm.
N3 – Linfonodo maior que 6 cm.
Estadiamento M
M0 – Sem metástase a distância.
M1 – Com Metástase a distância.
Estadiamento clínico
Estádio 0 – Tis N0 M0
Estádio I – T1 N0 M0
Estádio II - T2 N0 M0
Estádio III - T3 N0 M0
T1-3 N1 M0
Estádio IV A - T4a N0-2 M0
T1-3 N0-2 M0
Estádio 4b - T4b qqN M0
qqT N3 M0
Estádio 4c - qqT qqN M1
Fonte: Kowalski; Carvalho & Vartanian, 2009.
2.2.4. Sintomatologia
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
Lembre-se:
» dor local;
» trismo;
» sangramento gengival;
» sialorreia;
» odinofagia;
» disfagia;
» emagrecimento.
Investigue!!!
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
» cirurgia;
» quimioterapia;
» radioterapia;
Objetivo terapêutico:
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
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Capítulo 3
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE FALA DE
ORIGEM NEUROLÓGICA
Especialista em Voz pelo Centro de Estudos da Voz – CEV – São Paulo (SP),
Brasil; Pós-Graduanda do Communication Studies Department da San Jose State
University – SJSU – San Jose (CA), Estados Unidos.
Endereço para correspondência: Karin Zazo Ortiz. R. Cunha, 111, cjto 73, Vila
Clementino, São Paulo – SP, CEP 04037-030. E-mail: karinortiz.fono@epm.br
Recebido em: 22/10/2007. Aceito em: 30/8/2008.
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
Disartria flácida
Disartria espástica
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Disartria atáxica
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
Contribuição fonoaudiológica
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Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
3.1.1. Avaliação
3.1.2. Terapia
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UNIDADE Iv | Avaliação e Tratamento
http://anais.unicentro.br/sec/isec/pdf/resumo_69.pdf.
http://www.cefac.br/library/artigos/b92233ef3425570e7d8fdce4b52481d9.pdf.
http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v29_n2_2010_art_05_por.pdf.
http://www.proac.uff.br/odontonovafriburgo/images/stories/disciplinas/
oclusao%20-%20sistema%20esomatognatico.pdf.
http://tcc.bu.ufsc.br/Espodonto203064.PDF.
http://www.vivianemarques.com.br/aulas/pos_graduacao/FONO_HOSPITALAR_
ANATOMIA_DEGLUTICAO_PARTE1.pdf.
http://ucpviseu.files.wordpress.com/2009/12/aula-8-musculos-no-sistema-
estomatognatico.pdf.
http://ucpviseu.files.wordpress.com/2009/12/aula-8-musculos-no-sistema-
estomatognatico.pdf.
52
Avaliação e Tratamento | UNIDADE Iv
http://ucpviseu.files.wordpress.com/2009/12/aula-8-musculos-no-sistema-
estomatognatico.pdf.
https://www.thefreelibrary.com/Orofacial%20myofunctional%20evaluation--
MBGR%20Protocol/Avaliacao...-a0214459151.
https://www.thefreelibrary.com/Orofacial&.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-1846200
9000200009.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-1846200
9000700014.
https://pingpdf.com/pdf-disartria-educa-ja.html.
http://profala.com/arttf113.htm.
https://www.leandrafonoaudiologia.com/2011/05/disartria-o-que-e-e-como-
tratar.html.
53
REFERÊNCIAS
BARBOSA, P. Incursões em torno do ritmo da fala. Campinas: Pontes, São Paulo: FAPESP; 2006.
CAMARGO, Z. Fonoaudiologia na interface com as ciências da fala: reflexões acerca dos distúrbios
de fala e das possibilidades de cura. In: MARQUEZAN, I. (Org.). Motricidade orofacial: como
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CAMARGO, Z.; MADUREIRA, S. Dimensões perceptivas das alterações de qualidade vocal e suas
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ANEXOS
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