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PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO

Profa. Aline Cristina de Souza

RESUMO

Para contextualizar, a identificação precoce do transtorno do espectro


autista (TEA) está estreitamente relacionada a intervenções mais eficazes
(Green et al., 2015; Pierce et al., 2011; Valicenti-McDermott, Hottinger, Seijo, &
Shulman, 2012).
Para tanto, necessita-se da avaliação de repertório, nas mais diferentes
áreas do desenvolvimento humano, sendo no comportamento, na
comunicação, no motor, no sistema cognitivo e entre outros.
Em relação a avaliação comportamental, entende-se que ela envolve a
coleta e a análise de informações e dados, a fim de identificar e descrever o
comportamento-alvo, além de identificar possíveis causas para o
comportamento, selecionar estratégias de tratamento adequadas para
modificar o comportamento e avaliar os resultados desse tratamento.
O objetivo da avaliação comportamental consiste em identificar déficits
ou excessos, identificar causas de problema de comportamentos atuais,
fornecer informações que possam ajudar no planejamento de intervenções e
avaliar os efeitos das intervenções, dessa forma, concluiremos se a
intervenção em relação a instauração de comportamento foi efetiva ou não. E,
caso não tenha dado certo é necessário refazer esse plano interventivo.
Marques e Bosa (2015) dissertam que o chamado “Protocolo de
Avaliação para Crianças com Suspeita de Transtornos do Espectro do Autismo”
(PRO-TEA) foi idealizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Transtornos
do Desenvolvimento (NIEPED/UFRGS), no ano de 1998 e, posteriormente,
aprimorado em 2007. Segundo os autores, esse protocolo é resultante da
sistematização da observação clínica em avaliações e reavaliações de crianças
com suspeita de TEA, quando não se tem instrumentos internacionais
validados para essa análise.
De acordo com Marques e Bosa (2015), o PRO-TEA é utilizado por
diferentes especialistas, como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas

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ocupacionais, há muitos anos, em várias regiões do Brasil, apontando para a
urgência no exame de suas propriedades psicométricas, para operacionalizar o
diagnóstico do autimos com base no DSM-V.

O instrumento é de rápida aplicação por meio de observação direta da


criança em interação com um adulto (pais e/ou profissional) e requer um
conjunto de brinquedos de baixo custo e fácil reposição. Os itens do
protocolo contemplam a tríade de comprometimentos, levando em
consideração a frequência, intensidade e peculiaridade dos sintomas, assim
como registros qualitativos, a partir de resultados de pesquisas na área.
Contudo, havia uma necessidade de refinamento deste instrumento, tanto
em termos de readequação de itens que se mostravam ambíguos quanto de
busca de evidências de validade, examinando-se em que medida seus itens
identificavam peculiaridades dos comportamentos do espectro, que
distinguiriam estas crianças de outros grupos (e.g.: atraso de
desenvolvimento) (MARQUES; BOSA, 2015, p. 44).

Existem diferentes etapas contidas na avaliação comportamental. A


primeira etapa é a avaliação de triagem, entenderemos qual é o problema que
leva o sujeito a procurar ajuda. Ele precisa descrever o que geralmente faz ou
diz quando enfrenta algum problema, há quanto tempo vem ocorrendo o
problema (entender a temporalidade ou frequência), se ele consegue dizer o
que desencadeia o problema (intensidade) e o que costuma acontecer
imediatamente após o problema (disparador). A segunda etapa consiste na
própria avaliação comportamental, na qual temos diferentes instrumentos
especializados utilizados, além da aplicação de protocolos.
O Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program – VB
- MAPP, é o instrumento avaliativo para o comportamento do sujeito que possui
alguns elementos de observação. Por meio dele entendemos qual é o
repertório comportamental e o que ele sabe e sua avaliação é baseada em
marcos, isso significa que, ela analisa como o paciente está, levando em
consideração o desenvolvimento típico do paciente.
O VB-MAPP funciona em três níveis. São eles:
Nível 1: 0 a 18 meses
Nível 2: 18 a 30 meses
Nível 3: 30 a 48 meses

Dentro de cada divisão, existem diferentes habilidades, tais como o


Mando, o Tato, a imitação motora,as habilidades de grupo e pré-acadêmicas.
Além disso, são avaliadas 24 possíveis barreiras para o aprendizado, como

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comportamento hiperativo e baixo contato visual, por exemplo.
Por fim, a terceira etapa equivale a análise da avaliação, na qual, é
partilhado um feedback para o paciente, é feita aplicação de novos testes (se
necessário), e uma proposta interventiva é feita para esses comportamentos
apresentados ou essas habilidades faltantes.

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