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Orientações escolares

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é


um transtorno do neurodesenvolvimento que tem como características
prejuízos na interação social, comunicação e padrões limitados ou
estereotipados de comportamentos e interesses.

Características?

Os prejuízos comportamentais do TEA são avaliados em eixos


principais: primeiro déficits na comunicação social ou interação social, que são
manifestados de formas múltiplas dentro do contexto do indivíduo. (APA, 2014).
É possível observar dificuldade no uso de comportamentos não verbais, como
estabelecer e manter um contato visual, linguagem corporal rígida ou
exagerada, com dificuldade na espontaneidade durante a comunicação e
ausência na percepção de sutilezas e linguagens de expressões e/ou gestos.
(WHITMAN, 2015, p.30). Ainda neste aspecto também encontra-se a falta de
reciprocidade socioemocional, a qual se caracteriza por uma dificuldade em
iniciar e responder a interações sociais, com um interesse reduzido por
emoções e afetos, em trocas sociais com um terceiros. (APA, 2014). Além de
déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos
interpessoais, ou seja, baixo interesse na relação social com pares, dificuldade
no engajamento de brincadeiras imaginativas e no ajuste do comportamento
diante de contextos sociais. (APA, 2014).
A segunda característica diagnóstica são padrões restritos e repetitivos
de comportamento, interesse ou de atividade, sendo manifestados através de
movimentos motores com uso de objetos ou com falas estereotipadas ou
repetitivas. (APA, 2014). Além disso, padrões insistentes em comportamentos
verbais ou não verbais, com rotinas inflexíveis. Ainda, é possível serem vistos
com interesses fixos com foco altamente intenso, além de buscas a estímulos
sensoriais incomuns. (APA, 2014).
O que causa o Autismo?
O autismo não possui uma única etiologia, assim há uma relação entre
as interações ambientais e genéticas.

Quando pode ocorrer o diagnóstico?


Os primeiros sinais podem ser observados na primeira infância, dessa forma o
diagnóstico pode ocorrer em torno dos três anos de idade.

Quando o diagnóstico vem, o que fazer?


O primeiro passo é buscar uma intervenção multidisciplinar, onde
participam especialistas como: psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia,
psicopedagogia e entre outros, conforme a necessidade. A intervenção é de
suma importância, pois possibilita um progresso significativo na qualidade de
vida da criança com Autismo.

Intervenção em ABA?
A intervenção na Análise do Comportamento Aplicada consiste em
“observar, analisar e explicar a associação entre o ambiente, o comportamento
humano e a aprendizagem”. (LEAR, 2004, p. 4). Os principais objetivos desta
intervenção é ampliar o repertório comportamental do indivíduo e diminuir a
frequência e/ou intensidade de comportamentos inadequados. Com base
nessas informações, os comportamentos tidos como adequados ou
inadequados, são desencadeados por eventos específicos e sustentados por
suas consequências. Portanto, para alcançar tais objetivos, é preciso manejar
as variáveis antecedentes e consequências, isso exige do indivíduo
conhecimento teórico, capacitação e experiência profissional. (KRACKER,
2018).

Passos da intervenção?

Então inicialmente o analista do comportamento realiza uma avaliação


inicial para identificar o repertório comportamental do sujeito avaliado. Essa
avaliação deve indicar a linha de base de comportamentos que possivelmente
serão alvos de intervenção, assim como comportamentos que talvez
prejudiquem a aquisição de novas habilidades, tidos como barreiras
comportamentais. (KRACKER, 2018). Após coletados esses dados, elabora-se
um currículo que especifica os objetivos da intervenção e as metas de forma
individualizada.

Como acontece a intervenção?


A intervenção deve ser intensiva, podendo ser distribuída em diferentes
contextos, como: casa, escola, clínica e contextos públicos. As sessões em
setting terapêutico podem ocorre individualmente, sendo realizadas de um-
para-um ou em grupo a depender dos objetivos de trabalho. O ambiente de
ensino é organizado e estruturado, o que implica estabelecer objetivos em
termos comportamentais, analisando funcional e sistematicamente as variáveis
relevantes e registrando comportamentos e condições estimulantes.
(MEDEIROS, 2021, p.77).

Família e processo terapêutico?


A família simboliza o primeiro espaço de socialização de uma criança.
Assim, os valores, as crenças e os padrões de conduta, são adquiridos no
convívio familiar. Além disso, a família é o principal agente de benefícios e
mudanças no desenvolvimento de uma criança.
Com tudo, diante do processo terapêutico, a família precisa ser
ensinada há realizarem práticas cientificamente embasadas, na intensidade
recomendada para sua eficácia, na promoção do desenvolvimento e
aprendizagem da criança.

✔ Você sabia que existem intervenções parentais para auxiliar no processo de


desenvolvimento de uma criança. Isso, mesmo, o alvo dessa intervenção
torna-se a família no todo, assim o processo terapêutico envolverá todo o
ambiente natural da criança. Esse ensino ocorre através de orientações,
modelo, videomodelação, entre outros.
Referências

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico


de transtornos mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

KRACKER, Carolina. Importância do uso de protocolos de avaliação e


elaboração de currículo individualizado. IN:. DUARTE, Cintia Perez; SILVA,
Luciana Coltri; VELLOSO, Renata de Lima (org). Estratégias da Análise do
Comportamento Aplicada para pessoas com Transtorno do Espectro do
Autismo. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2018.

LEAR, Kathy. Ajude-nos a aprender. Toronto, Ontario- Canadá, 2.ed, 2004.

MEDEIROS, Dailma da Silva. As contruibuições da análise do


comportamento (ABA) para a aprendizagem de pessoas com autismo:
uma revisão de literatura. Disponível em
http://estudosiat.sec.ba.gov.br/index.php/estudosiat/article/view/268. Acessado
em 13. Set. 2021.

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