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A mensuração do comportamento

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A psicologia é uma ciência que trabalha com diferentes perspectivas, sendo uma delas a
psicometria que visa construir e aplicar instrumentos para mensuração de constructos e
variáveis de ordem psicológica, aliada à métodos de análise estatística, principalmente a
partir do refinamento matemático da análise fatorial, da modelagem de equações
estruturais e da Teoria de Resposta ao Item, além de outras técnicas multivariadas.

Existem diferentes áreas e setores da sociedade que utilizam dados e instrumentos


psicométricos para auxiliar e entender o processo do ser humano. Consequentemente,
mensuram o mesmo por meio desses dados psicométricos. Por exemplo, as áreas de
Marketing e também as áreas administrativas de compra e venda. Ou seja, não é um
instrumento usado apenas na psicologia, mas sim no sentido de amplitude, uma vez que,
utilizamos a psicometria em diferentes áreas e segmentos da sociedade. No entanto, hoje
nosso foco é voltado para o sujeito com autismo.

Quando um sujeito é diagnosticado com autismo, ele apresenta uma tríade de


características. Além de sabermos que indivíduos com o diagnóstico autista são diferentes
entre si, ou seja, a tríade apresentada será a mesma, porém dois sujeitos manifestam
níveis de acometimento distintos. Tem-se a tríade formada pelo comportamento,
comunicação e interação social, e o repertório apresentado é verificado por meio dessa
tríade.

A análise do comportamento proporcionará a base para entender esse comportamento.


Descartemos, por hora, a interação social e focaremos apenas no comportamento do
sujeito que apresenta autismo. Por meio de métodos experimentais e sistemáticos, busca-
se entender através da mensuração e observação como comportamentos inadequados e
restritivos estão sendo apresentados, de qual forma e por qual motivo.

A mensuração de comportamento se caracteriza pela descrição das circunstâncias em que


ele ocorre, lembrando que suas manifestações são amplamente variáveis no tempo e no
espaço, e isso significa estar medindo algo em constante mutação. Também é
estabelecido parâmetros, a exemplo da descrição precisa do comportamento estudado
para medir o quanto falta para a extinção do mesmo ou o quanto é preciso intervir para
diminuir esse comportamento inadequado. Consequentemente, avaliamos, contabilizamos
e sensibilizamos esse sujeito, a fim de que esses comportamentos sejam eliminados.

Na mensuração dos comportamentos podemos realizar de forma direta ou indireta. De


forma direta, o fenômeno que está sendo medido é exatamente o fenômeno que é foco do
experimento. Enquanto na forma indireta, o que está sendo medido é diferente daquilo
que será o foco das conclusões experimentais.

Portanto, na mensuração dos comportamentos de forma direta temos seis principais


características atuantes: a topografia, a quantidade, a intensidade, o controle de
estímulo, a latência e a qualidade. E, na forma indireta, temos um rol de variáveis que nos
levam a compreender o comportamento, ou seja, o comportamento não é foco, mas sim
todas as variáveis ligadas a ele. Por conseguinte, ela é realizada através de entrevistas
com pacientes e pessoas que lhes são significativas, questionários; role playing, obtenção
de informações de outros profissionais e automonitoramento do cliente.

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Em vista disso, essa mensuração do comportamento trabalha com uma metodologia
delimitada, instrumentos coerentes, cautela, observação, imparcialidade e registros
fidedignos. É preciso entender quais são esses comportamentos, repertórios, as queixas
apresentadas, e por consequência utilizar uma metodologia que seja voltada
especificamente para este sujeito. Então pensar em instrumentos e estratégias que sejam
efetivos, de modo a trabalhar com esses comportamentos inadequados a fim de medí-los
de forma precisa.

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Referências
BARCELOS, K.S. et al. Contribuições da análise do comportamento aplicada para
indivíduos com transtorno do espectro do autismo: uma revisão. Brazilian Journal of
Development, v. 6, n. 6, 2020.

CAMARGO, S. P. H.; RISPOLI, M. Análise do comportamento aplicada como intervenção


para o autismo: definição, características e pressupostos filosóficos. Revista Educação
Especial, Santa Maria, v. 26, n. 47, p. 639-650, 2013.

KEINER, S.A. Efeito das atividades físicas em comportamentos operantes de


indivíduos diagnosticados com transtorno do espectro autista: revisão sistemática.
2020. 151f. Dissertação [Mestrado em Psicologia Experimental] Pontifícia Universidade
Católica, 2020.

MARTINS, E. X. Autismo Infantil na Perspectiva Analítico Comportamental. 2005.


38f. Monografia (Graduação em Psicologia) - Centro Universitário de Brasília, Brasília,
2005.

MARTONE, M.; SANTOS-CARVALHO, L. Uma Revisão dos Artigos Publicados no Journal of


Applied Behavior Analysis (JABA) sobre Comportamento Verbal e Autismo entre 2008 e
2012. Revista Perspectivas, São Paulo, v. 3, n. 2, p. 73-86, 2012.

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