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A Terapia Analítico Comportamental se baseia na teoria filosófica do

Behaviorismo Radical e na ciência da Análise do Comportamento, tendo como


objetivo estudar o comportamento humano e sua relação com o meio natural e
social em que vive. Formulada por Skinner, a análise do comportamento visa
compreender os comportamentos considerados inadequados pelo indivíduo e
que estão causando sofrimento. Com isso, a terapia comportamental trabalhará
esses comportamentos que estão trazendo sofrimento e ajudará a entender as
situações. O terapeuta junto com o paciente busca alternativas para modificar os
comportamentos que estão causando o sofrimento, inserindo novos
comportamentos aos seus repertórios comportamentais.
Até a década de 1990, o termo TAC não era utilizado. Os terapeutas se referem
às suas próprias práticas pelos termos Terapia Comportamental, Modificação do
comportamento ou Terapia Comportamental Cognitiva (Pavan-Cândido,
2019). Justamente devido às diferentes definições e nomenclaturas, aqueles
terapeutas que se identificaram com a proposta skinneriana para compreensão
das ciências clínicas conheceram o termo Terapia Analítico-Comportamental
(TAC). O que se deu por duas razões principais: por um lado, serviu como forma
de demarcação dos pressupostos que fundamentam a prática; por outro lado,
representou uma forma de distanciamento de outras terapias não
fundamentadas em princípios analítico-comportamentais, principalmente as
terapias cognitivas (Tourinho & Cavalcante, 2001)
A origem do termo TAC remonta ao início dos anos 2000 (Tourinho e
Cavalcante, 2001). No entanto, apesar da novidade em termos de nomenclatura
para terapias comportamentais, as práticas às quais as nomenclaturas TAC se
referem não são exatamente novas. Enquanto prática psicoterápica, a TAC vem
se desenvolvendo desde a década de 1960, por terapeutas e pesquisadores
brasileiros. A sua origem, de muitas maneiras, foi impulsionada por áreas de
pesquisa e intervenção que surgiram de modo paralelo em outros países, mas
sobretudo nos Estados Unidos, a exemplo da Modificação do Comportamento,
da Análise do Comportamento Aplicada e da Análise Experimental do
Comportamento, da Terapia Comportamental e da Terapia Cognitiva ( Costa,
2011 ; Queiroz & Guilhardi, 1980 ; Queiroz, Guilhardi, Guedes, &
Martin, 1976 ; Kerbauy, 1983 ; Leonardi & Meyer, 2016 ; Leonardi, 2017 ; Meyer,
et al., 2010 ; Pavan-Cândido, 2019 ; Tourinho & Cavalcanti, 2001 ; Zamignani,
Pacheco, & Meyer, 2008 ; Zamignani, et al., 2016 ).
Quanto aos seus objetivos, a literatura não tem sido unâmime: “auxilia na
reflexão e intervencão frente às características específicas, como as que se
apresentam em ambientes clínicos” (Tourinho e Cavalcante, 2001, p.
10); “modificar o repertório comportamental tornando o indivíduo mais adaptado”
(Medeiros, 2002, p. 106); promover uma interação mais favorável do indivíduo
com o grupo social e com o ambiente físico, minimizando os problemas
emocionais e o sofrimento. ” (Zamignani, Silva Neto e Meyer, 2008, p.
11). “Solução de problemas humanos” (Meyer, et al., 2010, p. 158); “promover
um repertório de auto-observação, enfrentamento e solução de problemas, de
modo que o indivíduo maximize o acesso a reforçadores, com o mínimo de
proteção” (Zamignani, et al, 2016). Não obstante as diferenças, os diversos
objetivos perpassam a compreensão de que o TAC tem como parte dos seus
objetivos a ampliação do repertório de comportamentos do cliente, promovendo
autoconhecimento e interações mais reforçadas (Ferreira, Santos, Matos,
Moura, & Rodrigues, 2017).
Uma ferramenta de trabalho que o terapeuta analítico-comportamental utiliza
para isso é a análise funcional do comportamento ou análise de contingências,
que auxilia tanto na identificação de variáveis que estão interferindo na
ocorrência do problema de comportamento e/ou comportamento alvo da
intervenção, quanto na avaliação comportamental e de resultados (Banaco,
1999; Del Prette, 2011; Guilhardi, 2001; Neno, 2003; Ulian, 2007).
RESENDE, Maria Silva; BALZ, Mariângela. Terapia Analítico
Comportamental E Habilidades Sociais: Um Relato De Experiência
Clínica. Disponível em: https://unifimes.edu.br. Acesso em: 25 nov. 2023.

CÂNDIDO, Gabriel Vieira; FERREIRA, Tiago Alfredo da Silva. Terapia


Analítico-comportamental: reflexões sobre sistematizações de uma
prática. Revista Latina de análise do comportamento. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/2745/274570459007/html/. Acesso em: 25 nov.
2023.

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