Tema: Impactos do Cyberbullying na Saúde Mental: Avaliação dos Gatilhos e
Comportamentos
Objetivo Geral: Investigar os impactos do cyberbullying na saúde mental dos
indivíduos.
Objetivos Específicos:
- Entender os principais gatilhos emocionais do cyberbullying, incluindo humilhação,
exclusão, intimidação e ameaças.
- Analisar os comportamentos resultantes do cyberbullying, e seu impacto na saúde
mental.
- Identificar estratégias de prevenção e intervenção eficazes para lidar com o
cyberbullying e seus impactos na saúde mental dos afetados.
Problema:
Como o cyberbullying afeta a saúde mental dos indivíduos, considerando os gatilhos
emocionais e os comportamentos resultantes desse fenômeno?
Justificativa:
Nos últimos anos, testemunhamos mudanças rápidas e radicais nos modos de
comunicação, impulsionadas pelo desenvolvimento de novos dispositivos eletrônicos e pela disseminação das redes sociais, o que impacta diretamente as interações entre as pessoas, especialmente os jovens (Sticca & Perren, 2012; Ahn, 2011). Essa crescente exposição às tecnologias de informação e comunicação tem sido acompanhada por um aumento nos casos de cyberbullying, uma forma de violência interpessoal que ocorre no meio virtual (Nansel et al., 2001; Raskauskas & Stoltz, 2007). O cyberbullying, definido como um ato agressivo e intencional realizado por meio eletrônico, tem sido objeto de estudo e preocupação crescentes na comunidade acadêmica (Smith et al., 2008). A ampla gama de conceitos e a diversidade de abordagens metodológicas nos estudos sobre o tema geram desafios na comparação dos resultados e no avanço do conhecimento na área (Ybarra, Boyd, Korchmaros, & Oppenheim, 2012). Diante disso, é fundamental compreender as diferentes formas de ocorrência do cyberbullying, conforme proposto por Willard (2007), para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção.
Apesar das semelhanças com o bullying tradicional, o cyberbullying apresenta
características únicas que o tornam ainda mais prejudicial, como a rápida disseminação das informações difamatórias e a capacidade de qualquer indivíduo se tornar um agressor, independentemente de sua aparência física (Buelga & Pons, 2012; Barbosa & Farias, 2011). Essa dinâmica contribui para a perpetuação de um ambiente virtual onde as vítimas se sentem constantemente inseguras e vulneráveis, diferentemente do ambiente escolar, onde o bullying tradicional é mais contextualizado e restrito. Compreender os gatilhos emocionais e os comportamentos decorrentes do cyberbullying é crucial diante do cenário atual, onde a disseminação rápida das tecnologias de informação e comunicação tem contribuído para um aumento significativo nos casos dessa forma de violência interpessoal. O compromisso em desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção surge da necessidade premente de proteger a saúde mental dos indivíduos afetados por esse fenômeno. Nesse sentido, este estudo visa não apenas aprofundar a compreensão do cyberbullying, mas também promover uma abordagem abrangente e empática para enfrentar esse desafio, reconhecendo a complexidade das dinâmicas virtuais e seus impactos no bem-estar psicossocial dos envolvidos.
Referencial Teórico:
No contexto do século XXI e do mundo globalizado, a violência moral, física e
relacional expandiu-se para além dos limites físicos, transcendo o ambiente escolar e outros espaços tradicionalmente circunscritos (Juvonen & Gross, 2008; Kiriakidis & Kavoura, 2010). Os jovens, atualmente, adotam uma nova forma de praticar o bullying, alterando qualitativamente as regras tradicionais da agressão entre pares (Brown, Jackson & Cassidy, 2006). O cyberbullying, por definição, envolve o uso de ferramentas tecnológicas para assediar, ameaçar, constranger ou humilhar outras pessoas, podendo incluir simulações ou tentativas de violar senhas das vítimas (Juvonen & Gross, 2008). Essas agressões ocorrem principalmente através do envio de e-mails, mensagens de texto, divulgação de fotos e vídeos ofensivos, manipulação de imagens, insultos em salas de bate-papo ou em redes sociais, podendo ser anônimos e atingir um público vasto em pouco tempo (Brown, Jackson & Cassidy, 2006; Shariff, 2011).
As características do cyberbullying incluem o uso de linguagem depreciativa, com
conotações sexuais, de ódio e ameaça contra crianças identificadas como mais frágeis, com poucos recursos de enfrentamento (Varjas, Henrich & Meyers, 2009). Ao contrário do bullying tradicional, as agressões online podem adquirir um caráter de permanência, pois podem ser assistidas, compartilhadas e salvas em computadores em qualquer lugar do mundo a qualquer momento (Smith, 2012). Uma vítima de cyberbullying pode ser atacada a qualquer momento, pois os agressores podem recorrer a ela de várias formas e em qualquer horário, alterando as delimitações contextuais do bullying na escola (Juvonen & Gross, 2008). Xingamentos e insultos são comuns no cyberbullying, assim como o uso recorrente de programas de mensagens instantâneas e sites de redes sociais (Kowalski & Limber, 2007).
No ciberespaço, a capacidade de empatia pode ser prejudicada, já que os agressores
estão protegidos por recursos tecnológicos e podem potencializar suas ações sem considerar completamente as consequências (Smith, 2012). Adolescentes envolvidos em agressões online podem enfrentar déficits no desenvolvimento de habilidades sociais importantes (Kowalski & Limber, 2007; Steffgen et al., no prelo). Estudos mostram que o cyberbullying pode ser mais prevalente do que o bullying tradicional e que suas vítimas podem estar mais propensas a tentar suicídio (Cassidy, Jackson & Brown, 2009; Patchin & Hinduja, 2010). Isso destaca a importância de informar pais, professores, gestores públicos e profissionais da saúde sobre os comportamentos de risco online e os impactos no desenvolvimento psicossocial dos jovens (Shariff, 2011; Walker, 2010). PROXIMA ETAPAS:
REFERENCIAL TÉORICO
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