Envelhecimento Ativo

Bárbara Zayne Nepomuceno Agra1

Cláudio Lucas dos Santos Barbosa2
Daniel Lucas Galvino Vieira3
Jessica Cavalcanti Ferreira4
Josilene Cavalcante Areias de Almeida5
Nicolas Rafael Caldas de Almeida 6
Adriano de Sousa Barros7

RESUMO
Este trabalho aborda sobre o envelhecimento humano. Projeto Integrador elaborado pelos
alunos do curso de Psicologia em atenção às demandas dispostas pela Instituição Lar da
Sagrada Face, segundo critérios previstos em edital para o ano de 2023. Portanto, o objetivo
deste trabalho visa contribuir com a promoção da saúde mental e bem-estar dos idosos
institucionalizados no Lar da Sagrada Face. Como objetivos específicos destacam-se:
Estimular a independência e autonomia nessa etapa do envelhecimento humano; minimizar os
conflitos intrapessoais e interpessoais devido a perda da autonomia dentro do processo de
envelhecimento; promover o sentido de pertença ao grupo e a instituição; melhorar a
autoestima de cada um segundo sua subjetividade; motivar a descoberta ou retomadas de
habilidades pessoais dos idosos estimulando a visibilidade social desse grupo etário. Os
processos metodológicos para elaboração do projeto passaram pelas seguintes etapas: o
estudo sobre envelhecimento humano; o conhecimento da instituição; discussão quanto às
suas demandas até que ocorresse a saturação e análise crítica; por fim a elaboração projeto
que integre iniciativas que corroboram com o objetivo deste estudo. Diante das demandas
dispostas pela instituição compreendeu-se a necessidade de estruturação de um plano de ação
composto por etapas de curto, médio e longo prazo, visto que as demandas foram percebidas
pelos autores deste estudo como demandas complexas que precisam gradativamente serem
atendidas segundo um cronograma específico. Espera-se como resultados deste estudo a
quebra de paradigma com relação ao envelhecimento humano assim como auxílio na inserção
social deste público.

Palavras-chave: Envelhecimento Ativo, Desenvolvimento, Institucionalização, Saúde

Mental, Bem-estar.

INTRODUÇÃO
Segundo projeções populacionais, em 2060, a representação de idosos na população brasileira
será de 25,5%. Em 2039, este número vai superar o de crianças de até 14 anos, evidenciando
a longevidade nesse processo de envelhecimento da população (IBGE, 2018). É importante
diante do envelhecimento populacional analisar como esse fenômeno se dá em seu constructo
biopsicossocial. O entendimento sobre o envelhecimento humano para além de seu sentido
biológico, compreendido como um processo que também é cultural, social e histórico
depreendeu a necessidade de interconexão entre outros campos da Psicologia quanto ao

1
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - barbara.agra@maisunifacisa.com.br
2
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - claudio.barbosa@maisunifacisa.com.br
3
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - daniel.vieira@maisunifacisa.com.br
4
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - jessicacavalcante1908@gmail.com
5
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - josilene.almeida@maisunifacisa.com.br
6
Graduando do curso de Psicologia da UNIFACISA -PB - nicolas.almeida@maisunifacisa.com.br
7
Professor Orientador: Doutor, curso de Psicologia UNIFACISA -PB - adriano.barros@maisunifacisa.com.br
estudo sobre envelhecimento, a exemplo a Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia
Social (Schneider & Yrigaray, 2008). A Psicologia do Envelhecimento passou a ser um
modelo psicológico de envelhecimento bem-sucedido e não mais um modelo psicológico de
declínio, baseando-se em processos de otimização seletiva com compensação (Neri,2006).
Este estudo teve como base a Teoria Seleção, Compensação e Otimização segundo paradigma
Lifespan que se caracteriza como um modelo psicológico de envelhecimento ativo composto
por possibilidades de reinventar suas condições e novas formas de envelhecer (Baltes, 1990).
Um processo que ocorre durante toda a vida do sujeito, uma ação sistêmica na produção do
desenvolvimento e envelhecimento bem sucedido ou adaptativo. A demandante é uma
instituição privada, sem fins lucrativos, de caráter residencial, coletivo e de longa
permanência, destinada a idosos com idade igual ou superior a 60 anos. Localizada hoje na
cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba, sob direção do Pe. Sérgio Leite. Foi
fundado há 40 anos por Frei Matias na cidade de Lagoa Seca. Onde funcionou durante maior
parte de sua história em instalações que não eram adequadas para receber o público alvo,
enfrentando grandes desafios para atendimento específico desta população. Atualmente
mudou-se para uma infraestrutura planejada especificamente para os idosos e suas realidades
peculiares. Com instalações e ambientes funcionais de acessibilidade e segurança. Conta com
profissionais nas áreas da: administração, psiquiatria, enfermagem, psicologia, nutrição,
serviços gerais e outros que segundo carga horária específicas trabalham na instituição.
Portanto, o objetivo deste trabalho visa contribuir com a promoção da saúde mental e
bem-estar dos idosos institucionalizados no Lar da Sagrada Face. Como objetivos específicos
destacam-se: estimular a independência e a autonomia nessa etapa do envelhecimento
humano; minimizar os conflitos intrapessoais e interpessoais devido a perda da autonomia
dentro do processo de envelhecimento; incentivar o sentido de pertença ao grupo e a
instituição; melhorar a autoestima de cada idoso segundo sua subjetividade; motivar a
descoberta ou retomadas de habilidades pessoais dos idosos estimulando a visibilidade social
desse grupo etário.

METODOLOGIA
Os processos metodológicos para elaboração do projeto passaram pelas seguintes etapas: 1.
pesquisa exploratória sobre envelhecimento humano; 2. Visita técnica à instituição para
discussão das demandas e análise crítica; 3. elaboração da proposta de intervenção. Na
primeira etapa foi realizado um levantamento da literatura sobre envelhecimento humano por
meio de uma pesquisa bibliográfica, chegando-se a Teoria SOC (Baltes,1990). A partir da
compreensão e fundamentação teórica a segunda etapa deu-se por meio de uma incursão sobre
a realidade da instituição, tanto com a vinda de um de um colaborador a UNIFACISA como
por meio de uma visita in loco junto ao professor orientador. Por fim, seguiu-se a terceira
etapa: uma confrontação minuciosa das percepções e observações dos autores do projeto
diante das demandas dispostas, atentos às nuances da entrevista realizada e dos relatos nos
encontros com a instituição demandante. Diante das demandas dispostas pela instituição
compreendeu-se a necessidade de estruturação de um plano de ação composto por etapas de
curto, médio e longo prazo, que possa ser planejado segundo tempo e cronograma da
instituição demandante, visto que as demandas foram percebidas pelos autores deste estudo
como demandas complexas que precisam gradativamente serem atendidas segundo um
cronograma específico. Etapa 1 do plano de ação: Roda de Conversa (temáticas sobre o
envelhecimento quanto à fase desenvolvimento humano; as perdas e os ganhos durante o
processo de envelhecimento; o que é independência e autonomia; sentido de pertença ao
grupo dentre outras) . De acordo com Méllo et al. (2007), as rodas de conversa dão prioridade
a discussões em volta de uma temática (selecionada de acordo com os objetivos da pesquisa)
e, no processo dialógico pessoas podem apresentar suas elaborações, mesmo contraditórias,
sendo que cada pessoa instiga a outra a falar, sendo possível se posicionar e ouvir o
posicionamento do outro. Deste modo, ao mesmo tempo em que as pessoas falam suas
histórias, elas também buscam compreendê-las por meio do exercício de pensar
compartilhado,possibilitando a o sentido, a significação dos acontecimentos. Etapa 2 do
plano de ação: Psicoeducação como os colaboradores com enfoques diversos
(envelhecimento ativo; psicologia do envelhecimento; perdas e ganhos inerentes ao
envelhecimento humano; independência e autonomia na saúde do idoso; dentre outros), a
Psicoeducação comumente aborda a informação, a modificação do comportamento, bem
como o trato com o significado emocional das informações compartilhadas, mediante
utilização de recursos no encontros com as pessoas. (Knapp & Isolan, 2005). Etapa 3 do
plano de ação: Oficinas Ocupacionais ou Estimulação Cognitiva. Escolher uma destas
propostas de acordo com a resposta dos idosos às etapas anteriores do plano. Proposta 1.
Oficinas Ocupacionais, que podem ser consideradas terapêuticas quando proporcionam às
pessoas um lugar de fala, expressão e acolhimento. Além disso, o avanço no caminho da
reabilitação, pois exercem o papel de um dispositivo construtor do paradigma psicossocial.
(AZEVEDO & MIRANDA, 2011). Trabalhos produzidos segundo os desejos dos idosos em
sua subjetividade e coletividade são por exemplo perspectivas que ajudam na autoestima
proporcionando ao ambiente um espaço lúdico criado pelos próprios idosos. Incentivando-os
a retomada ou o treino de habilidades, corroborando com a percepção afetiva do lar quanto
sua casa, sua residência. Proposta 2. Estimulação Cognitiva (olhar fotos ou imagens, leitura
de notícias, contação de histórias, jogos, ouvir músicas, atividades lúdicas de coordenação
motora e outras). Estas atividades, ao exigirem pensamento lógico, atenção e concentração,
promovem o aumento da densidade sináptica cerebral, sendo esta rede de transmissão
responsável pela dinâmica e plasticidade cerebral. Uma promissora intervenção para a
redução dos sintomas, apresentando benefícios ao nível da interação dos participantes e nas
suas relações comunicacionais (Apóstolo et al., 2014). Todas as etapas (de curto, médio e
longo prazo) deste plano de ação são iniciativas que podem acontecer por meio de parcerias
que contribuam com o despertar e consolidação do entendimento quanto ao envelhecimento
humano bem sucedido ou adaptativo. Acreditamos que o manejo e adaptação do plano de
ação podem ser realizados de acordo com a execução e avaliação das etapas do mesmo.

RESULTADOS ESPERADOS
A promoção destas atividades grupais e individuais indicadas neste plano de ação podem
resultar na reflexão e construção de uma nova visão sobre o envelhecimento humano tanto
para os idosos quanto para quem os assiste diretamente. Com o estímulo à independência e a
autonomia espera-se que os idosos gozem de novas realizações, fortalecendo assim os
vínculos existentes e criando novos vínculos de pertença ao grupo e a instituição. Esperamos
que algumas propostas possibilitem a inserção social por meio do trabalho, do pensar, do agir,
do produzir coletivo, assim como a retomada ou descoberta criativa de aptidões que resultem
em ações a exemplo de exposição das atividades realizadas ou feiras para venda das
produções dos idosos. Por fim, esperamos que este projeto beneficie o idoso quanto a sua
saúde mental e bem-estar de modo que o envelhecer seja vivenciado de forma bem sucedida
ou adaptativa. Essa é uma das etapas propostas, pois acreditamos que todo trabalho
conseguinte na construção e desenvolvimento desse projeto perpassa pela vida daqueles que
estão no Lar da Sagrada Face. Para nós da Psicologia, a participação dos idosos em cada uma
destas etapas constitui a identidade peculiar desse projeto, a ser delineado cuidadosamente
segundo o marco principal da subjetividade e coletividade de todos que hoje residem na
Instituição. Serão eles, os principais autores a desenhar com seus saberes o que desejam viver
como vida cotidiana nesse projeto de extensão. E nós, apenas os escritores desta obra,
auxiliando-os nos manejos necessários para o alcance de cada meta deste plano aqui proposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo sobre o envelhecimento humano importa significativamente diante da previsão de
crescimento constante já comprovada por estudos em nosso país e no mundo. Portanto, faz-se
necessário novos estudos que corroborem com perspectivas segundo a realidade de cada país
desenvolvido ou em desenvolvimento. A fim de que as instituições que atendem este público
no setor público ou privado encontrem norteadores para o bom desenvolvimento de seus
propósitos quanto responsáveis por esta população. Este trabalho é uma forma elementar de
contribuir com a saúde mental e bem-estar dos idosos do Lar da Sagrada Face. Acreditando na
quebra de paradigmas quanto ao envelhecimento humano e no conhecimento do modelo
psicológico bem-sucedido ou adaptativo no estudo disposto. Este projeto integrador, colabora
com um plano de ação que, deve ser avaliado e se considerado condizente, planejado segundo
cronograma da instituição, em especial do setor de psicologia, pensando nas categorias de
curto, médio e longo. Um projeto que representa atenção e respeito para com os idosos e
todos que compõem o Lar da Sagrada Face.

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