Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
isto é, reflexões sobre os diálogos entre entre terapeutas e clientes, todos participam
clientes, terapeutas e equipes de consultoria, Um aplauso antecipado para PROCESSOS REFLEXIVOS de um diálogo sobre mudança e até mesmo
que distinguem esta inovadora abordagem de terapeutas e clientes trocam de lugares? Este
terapia. À medida que os papéis são trocados livro conta como se dá este processo que muda
e os participantes oferecem definições do Se você estiver preparado para introduzir algum frescor e papéis, regras e expectativas da terapia.
problema e possíveis soluções, ficam abaladas emoção em sua prática clínica, este é seu livro. Processos
algumas ideias tradicionais sobre um estudo reflexivos expõe o desenvolvimento, a teoria e a aplicação Operando dentro do formato do reflecting
de caso. Os leitores perceberão que esta de uma alternativa poderosa para a terapia de família team, profissionais encontram seus clientes
nova perspectiva estimulará seus próprios vigente atualmente. O “convite” à família para participar sem hipóteses prévias. Juntos eles se engajam
pensamentos sobre terapia, possibilitando-lhes numa conversa que se torna uma busca pelo
da terapia transfere a terapia do “fazer para” para o
trilhar novos caminhos. ainda-não-visto, pelo ainda-não-pensado, e
“fazer com”, tornando-a um projeto conversacional e
por compreensões alternativas do que tenha
colaborativo.
Como esta abordagem está em evolução, o sido definido como problemático. À medida
Processos reflexivos descreve a essência dessa mudança
autor acrescentou, no último capítulo, mais que clientes e terapeutas trocam de lugares
um epílogo aos epílogos da edição norte- revolucionária na prática e na teoria da terapia de família. e vários membros do grupo participam da
americana. É leitura obrigatória para todos os clínicos. conversa, ampliam-se as possibilidades de
Harold A. Goolishian, Ph.D. mudança.
Tom Andersen, psiquiatra, foi professor do
Institute of Community Medicine, University Este livro descreve a evolução dessa estratégia
of Tromsø, Noruega, além de conferencista em Tromsø, Noruega. A primeira parte começa
internacional. Esteve no Brasil - Rio de Janeiro com a descrição do setting onde se desenvolveu
e São Paulo - em abril de 1995, onde ministrou o reflecting team, sua história e sua evolução.
workshops e prestou consultoria a profissionais A seguir são detalhados conceitos básicos e
de terapia de família. considerações práticas.
Tradução
Rosa Maria Bergallo
ISBN: 978-85-86132-03-2
Tradução de: Reflecting team: dialogues and dialogues about
the dialogues
Inclui bibliografia
CDD-616.89156
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Introdução 17
Agradecimentos 21
Parte 1
A equipe reflexiva
Parte 3
Epílogos
Bibliografia 223
10
11
13
14
15
Jürgen Hargens
16
17
18
19
20
21
22
A Equipe Reflexiva
25
26
27
28
29
NOSSA HISTÓRIA
Mesmo que tenhamos fixado 1974 como uma data base inicial,
reconhecemos que muitas ideias e experiências vinham se
acumulando antes dessa época. Nós, na maioria, não podería-
mos abandonar a premissa de que os habitantes do norte, sau-
dáveis ou doentes, possuem fortes vínculos com seu lugar de
origem. Pensávamos que os serviços deveriam ser localizados,
tanto quanto possível, dentro das regiões comunitárias e tam-
bém serem coerentes com os desafios clínicos.
Parte do nosso grupo começou a visitar as comunidades
locais e os membros de suas equipes profissionais. Comparan-
do este trabalho com aquele a que estávamos habituados nos
hospitais, logo percebemos que teríamos que dar novas dire-
trizes à maneira de trabalhar. Ficou claro para nós que muitas
pessoas, tanto parentes quanto profissionais, eram facilmente
envolvidas pelos problemas. Assim, nesse trabalho que nos es-
perava, teríamos que levar em consideração ambas as partes.
1974-78
30
1978-84
* Esses sete profissionais eram: Siri Blesvik, MHN, Vidje Hansen, M.D.,
Odd Nilssen, M.D., e Tom Andersen, M.D
31
32
33
1984-87
34
ALGO ACONTECEU
35
36
37
38
39
40
BATESON E AS DIFERENÇAS,
E AS DIFERENÇAS QUE FAZEM DIFERENÇAS
41
42
43
44
45
46
47
Nos encontros com as pessoas, vejo que cada uma delas tem o
maior interesse em preservar sua integridade. O que eu falo e
faço determinará nessa pessoa a abertura ou fechamento para a
conversa. Quando a observo, na realidade, ela está observando
o meu observar. Tomamos ambos uma postura de observação.
Eu observo se existem sinais de que me tornei incomum de-
mais. Observando suas respostas ao meu observar, posso tor-
nar-me um observador do meu próprio observar indiretamen-
te. Ela me observa para definir quem sou eu, com o objetivo de
avaliar o quanto se atreverá a envolver-se na conversa, preser-
vando sua integridade. Faz uma imagem minha, uma imagem
em movimento, e dá a essa imagem uma explicação que lhe diz
o que poderá esperar de mim. Essa explicação orientará suas
falas e atos dirigidos a mim em sua relação comigo.
Uma decorrência importante dessa perspectiva é deixar
claro que uma pessoa é na verdade muitas. Torna-se uma pes-
soa em uma determinada circunstância, e outra pessoa em ou-
48
49
Responsabilidade
50
51
52
53
54
55
56
* Essas foram ideias com as quais meu amigo Ebbe Reichelt – um teólogo e
professor norueguês – e eu nos entretivemos em maio de 1988. A elipse é a
área que surge quando um cone é cortado, obliquamente, por um plano secan-
te. Estrelas, sóis e outros corpos celestes movimentam-se em órbitas elípticas.
57
58
59
TROCAS NA CONVERSA
60
61
62
63
64
TROCAS
65
66
67
68
69
A EQUIPE REFLEXIVA
70
71
72
73
74
75
76
77
AS PERGUNTAS PRINCIPAIS
78
79
80
De palavra em palavra
81
82
83
Perguntas incomuns
84
85
> em relação a:
“Quais eram as circunstâncias?”/”Quem estava
envolvido?”/“Qual (das pessoas presentes) não se envol-
veu?” etc.
86
87
88
89
90
91
Holocausto, e sua filha a única pessoa que lhe sobrara na vida. Durante as
conversas com Arlene, a jovem mulher teve a ideia de viajar para a Polônia,
para visitar o túmulo de sua avó e falar com ela. Assim o fez e, do lugar onde
estava enterrada a avó, trouxe um pouco de terra, que ela e sua mãe enterra-
ram no solo americano. Esse fato teve um efeito fortemente benéfico na
saúde física das duas mulheres e também no seu relacionamento.
92
POSIÇÕES DE ESCUTA
93
94
95
A TROCA
96
AS REFLEXÕES
97
98
99
100
O NÚMERO DE TROCAS
101
ACOMPANHAMENTOS (FOLLOW-UPS)
102
103
O “dado” (p. ex., uma doença) é O “dado” (p. ex., uma doença) é
visto como algo em si próprio. visto como parte de e relaciona-
do a um contexto mutável.
104
105
106
Diálogos sobre os
diálogos
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
A PRIMEIRA CONVERSA
121
122
123
124
125
A SEGUNDA CONVERSA
126
127
128
129
130
131
A TERCEIRA CONVERSA
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
Epílogos
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
Prática e compreensão
166
O NOVO NA PRÁTICA
167
168
Novas perguntas
169
170
171
172
173
174
175
Parece que foi possível achar uma prática (os processos reflexi-
vos) que, de um modo geral, é relativamente fácil de aplicar,
bastante útil e pode ser usada em muitas circunstâncias dife-
rentes. Também foi encontrada uma prática que estuda a prá-
tica. Clientes e terapeuta não são somente colaboradores, mas
também copesquisadores. Acredito que, em vários sentidos,
esta seja uma boa evolução.
176
177
178
Suposições alternativas
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
Final em aberto
196
197
...
“E não devemos levar adiante qualquer tipo de teoria.
Não deve haver nada hipotético em nossas considerações.
Devemos afastar as explicações e somente a descrição deve
tomar o seu lugar. E esta descrição se esclarece, ou melhor,
o seu propósito, por meio dos problemas filosóficos.
“Estes, certamente, não são problemas empíricos; são
solucionados examinando-se, de preferência, a aplicação
de nossa linguagem de uma forma que nos faça reconhe-
cer essa aplicação, apesar de um certo impulso para inter-
pretá-la erroneamente. Os problemas são solucionados,
não por fornecer novas informações, mas por organizar o
que sempre soubemos. A filosofia é uma batalha contra o
enfeitiçamento de nossa inteligência pela linguagem.”
Ludwig Wittgenstein,
Philosofical Investigations, # 109
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
Andersen, T.
1987 The reflecting team: dialogue and meta-dialogue in
clinical work. Family Process, 26(4):415-428
1993a See and hear, and be seen and heard. In Friedman, S.
(org.) The New Language of Change. Nova York:
Guilford.
1993b Clients and Therapists as Co-Re-Searchers on the
Therapeutic Talks they once had together. A prelimi-
nary report. Trabalho apresentado em The Lofoten-
-conference (22 a 25 de junho de 1993).
1995 Acts of forming and informing. In S. Friedman. The re-
flecting team in action. Nova York: The Guilford Press.
Anderson, H.
1995 Fran paverkan till medverkan. Estocolmo: Mared forlag.
223
Bakhtin, M.
1993 Toward a philosophy of the act. Austin: University of
Texas Press.
Bateson, G.
1972 Steps to an ecology of mind. Nova York: Ballantine.
1978 The birth of a matrix, or double bind and epistemolo-
gy. In M.E. Berger (org.) Beyond the double bind. Com-
munication and family system, theories, and techniques
with schizophrenics. Nova York:Brunner/Mazel.
1979 Mind and nature: A necessary unity. Nova York:
Bantam.
224
Braten, S.
1987 Paradigms of autonomy: Dialogical ou monological?
In G.Teubner (org.), Autopoiesis in law and society.
Nova York: EUI Publishers.
Caillé, P.
1982 The evaluation phase of systemic family therapy. Jour-
nal of Marital and Family Therapy, 8(1):29-39.
Cecchin, G.
1987 Hypothesizing, circularity, and neutrality revisited:
An invitation to curiosity. Family Process, 26:405-413.
Christiansen, B.
1972 Thus speaks the body. Nova York: Arno Press.
Gergen, K.j.
1984 Theory of the self: Impasse and evolution. Advances in
Experimental Social Psychology, 17:49-115.
225
Grayling, A.c.
1988 Wittgenstein. Oxford, Nova York: Past Masters, Oxford
University Press.
Haley, J.
1967 Advanced techniques of hypnosis and therapy: Selected
papers of Milton H. Erickson, M.D. Nova York: Grune
& Stratton.
1973 Uncommon therapy. Nova York: Norton.
1976 Problem-solving therapy: New strategies for effective fa-
mily therapy. San Francisco: Jossey-Bass.
Hansen, V.
1987 Psychiatric service within primary care. Mode of orga-
nization and influence on admission-rates to a mental
hospital. Acta Psychiatrica Scandinavia, 76: 121-128.
Hoffman, L.
1985 Beyond power and control. Toward a ‘second order’
family systems therapy. Family Systems Medicine,
3(4):381-396.
226
Ianssen, B.
1997 Bevegelse, liv og forandring. Oslo: Cappelen Akademis-
te forlag.
Johnson, M.
1987 The Body in the Mind. Chicago: University of Chicago
Press.
Jones, E.e.
1986 Interpreting Interpersonal Behavior: The Effects of
Expectancies. Science, 234:41-46.
Kolstad, A.
1995 I sporet av det uendelige. En debattbok om Emmanuel
Levinas. Oslo: H. Aschehougs forlag.
Kvale, S. (org.)
1992 Psychology and Postmodernism. Londres: Sage.
Lambert, M.j.
1989 The individual therapist’s contribution to psychothe-
rapy process and outcome. Clinical Psychology Review,
9:469-485.
227
Mackinnon, L.
1988 (Winter) Openings: Using questions therapeutically.
Dulwich Centre Newsletter.
Maturana, H. R.
1978 The biology of language: The epistemology of reality.
In G.Miller & E.H.Lennemberg (orgs.), Psychology
and biology of language and thought. Nova York: Aca-
demic Press.
Minuchin, S.
1974 Families and family therapy. Cambridge, MA: Harvard
University Press.
Morgan, G.
1983 Beyond method. Newbury Park, CA: Sage.
Morson, A. C.
1986 Bakhtin: essays and dialogues on his work. Chicago e
Londres: The University of Chicago Press.
228
Penn, P.
1982 Circular questioning. Family Process, 21:267-280.
1985 Feed-forward: Future questions, future maps. Family
Process, 24:299-311.
1994 Creating a participant text: writing, multiple voices,
narrative multiplicity. Family Process: 33:3: 217-232.
2001 Chronic illness. Trauma, language and writing: bre-
aking the silence. Family Process: 40:1:33-52.
Polkinghorne, D.
1983 Methodology for the Human Sciences. Albany, N.Y.:
State University of New York Press.
1988 Narrative Knowing and the Human Sciences. Albany,
N.Y.: State University of New York Press.
Reichelt, S.
1993 From the Auto-Biography of a Practitioner-Scientist.
Trabalho apresentado em The Lofoten-conference (de
22 a 25 de junho de 1993).
229
Segal, L.
1986 The dream of reality: Heinz von Foerster’s constructi-
vism. Nova York: Norton.
Seikkula, J.
1995 Treating psychosis by means of Open Dialogue. In: S.
Friedman (org.). The reflecting team in action. Nova
York: The Guilford Press.
230
Shotter, J.
1989 Social accountability and the social construction of
‘you’. In J. Shotter & K. Gergen (orgs.), Texts of identity.
Londres: Sage.
1993 Conversational realities. Londres, Nova York: Sage.
1993 The Politic for Everyday Understanding. Buckingham:
Open University Press.
1996 Some useful quotations from Wittgenstein, Vygotsky,
Bakhtin and Volosinov. Apresentado na conferência de
Sulitielma na Noruega do Norte (13 a 15 de junho de
1996).
Skirbekk, G.
1980 Filosofihistorie. Oslo: Universitetsforlaget.
Tomm, K.
1987a Interventive interviewing: Part I. Strategizing as a fourth
guideline for the therapist. Family Process, 26:3-13.
1987b Interventive interviewing: Part II. Reflective questio-
ning as a means to enable self-healing. Family Process,
26:167-183.
231
Von Foerster, H.
1979 Cybernetics of cybernetics. Nova York: Gordon & Brea-
ch Science.
1981 Observing systems. Seaside, CA: Intersystems.
Von Glasersfeld, E.
1984 An introduction to radical constructivism. In P. Watz
lawick (org.) The invented reality. Nova York: Norton.
1988 The reluctance to change a way of thinking. The Irish
Journal of Psychology, 9:83-90.
Von Wright, G. H.
1990 Wittgenstein and the twentieth century. In: L. Haapa-
ranta et al. (orgs.). Language, knowledge and intentio-
nality. Helsingfors: Acta Philophica Fennica, 49.
1994 Myten om frernskrittet. Oslo: Cappelen’s.
Vygotsky, L.
1988 Thought and Language. Cambridge, Londres: MIT
Press.
Wachthauser, B.R.
1986 History and language in understanding. In Wachthau-
ser, B.R. (org). Hermeneutics and modern philosophy.
Albany, N.Y.: State University of New York Press.
Warnke,G.
1987 Gadamer. Hermeneutics, Tradition and Reason. Stan-
ford, CA. Stanford University Press.
232
Wittgenstein, L.
1953 Philosophical investigations. Oxford: Blackwell.
1980 Culture and value. Oxford: Blackwell.
233