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TAJ NATHAN
ESPECIALISTA INTERNACIONAL EM PSIQUIATRIA FORENSE
Bibliografia
e-ISBN 978-65-5609-184-6
Título original: Dangerous Minds
Início
SEB
DREW
AMIT
JOE
ALEX
MICHELLE
JODIE
NARIN
PAUL
GARY
Conclusão
Agradecimentos
Bibliografia selecionada
INÍCIO
NÃO HAVIA MOTIVO PARA EDWARD DRUMMOND CRER QUE AQUELE DIA de
janeiro fosse diferente de qualquer outro dia de trabalho em
Whitehall. Tendo concluído suas tarefas do serviço público e
visitado o banco, voltou para Downing Street, onde, como
secretário particular do primeiro-ministro, tinha um
apartamento. Estava passando por uma cafeteria em
Charing Cross quando, sem nenhum aviso, sentiu uma
pancada nas costas e, segundo uma testemunha, seu paletó
começou a pegar fogo.
O ruído agudo chamou a atenção de um policial atento,
que correu pela rua enquanto o homem se preparava para
atirar no sr. Drummond mais uma vez. Mas, mesmo com o
auxílio de transeuntes, o policial lutou para desarmar o
atirador, que resistiu violentamente e conseguiu disparar
um segundo tiro, só que desta vez sem ferir ninguém. Por
fim, subjugado, o atirador, um homem chamado Daniel
M’Naghten, foi preso e mantido sob custódia da polícia para
interrogatório.
O prognóstico inicial de Drummond parecia promissor.
Abalado por causa do ferimento à bala, ele cambaleou de
volta ao banco e, após cuidados médicos, foi capaz de
voltar para a própria casa. A bala foi posteriormente
extraída com sucesso, sendo relatado à imprensa que seus
cirurgiões, o sr. Guthrie e o sr. Bransby Cooper, “têm todos
os motivos para acreditar que o sr. Drummond está muito
bem”. No entanto, alguns dias depois, a condição de
Drummond piorou e, cinco dias após o ataque, ele morreu
de septicemia. O crime de M’Naghten se tornou um crime
capital.
Depois de atirar, M’Naghten foi levado para a delegacia
de polícia na Gardener’s Lane, onde foi acusado de
tentativa de homicídio. Mas, apesar de sua resistência à
polícia no local, M’Naghten foi surpreendentemente
cooperativo ao ser interrogado. No entanto, não foi apenas
essa disposição em admitir o ataque que surpreendeu a
polícia; à medida que o interrogatório prosseguia, tornou-se
aparente nas respostas de M’Naghten que o alvo pretendido
era o primeiro-ministro, Sir Robert Peel.
Daniel M’Naghten era um artesão escocês que, após uma
breve e malsucedida carreira de ator, montou a própria
oficina de carpintaria em Glasgow, em 1835. Trabalhador e
frugal, M’Naghten comandou sua oficina por cinco anos e
conseguiu economizar uma considerável quantia de
dinheiro, tendo aprendido francês sozinho e frequentado
aulas de Anatomia e Filosofia nas horas vagas. Mas, apesar
do sucesso financeiro, seu comportamento ao longo dos
anos anteriores ao ataque indicava tendências incomuns.
M’Naghten, conforme explicou à Polícia Metropolitana,
estava aterrorizado já há anos pela elite governante. Ele era
conhecido por ser excêntrico e evasivo, e essa não era a
primeira vez que ele tinha feito tais afirmações. Na sua terra
natal, Escócia, ele reclamou ao comissário de polícia de
Glasgow e a um parlamentar que estava sendo seguido por
espiões conservadores. A senhoria de M’Naghten em
Glasgow observou uma mudança notável em seus modos.
Ela achou que “seus olhos tinham uma aparência estranha”
e passou a sentir medo dele. Ele gemia e murmurava
durante o sono, queixando-se de que demônios o
perseguiam. Uma vez, ela encontrou pistolas em seu
quarto, que, segundo ele explicou, serviam para atirar em
pássaros.
Durante o julgamento pelo assassinato de Drummond, o
júri soube que o ataque foi o desfecho de uma fábula
conspiratória impressionante. O julgamento de M’Naghten
começou em 3 de março de 1843 diante de um tribunal
lotado. A promotoria chamou uma série de testemunhas,
entre elas, um professor de Anatomia, para dizer que não
haviam observado sinais de transtornos mentais em suas
interações com M’Naghten. Ele parecia ser um membro
normal da sociedade aos olhos das pessoas que o
conheciam. Mas, usando o testemunho de oito especialistas
médicos, a defesa convenceu o júri do contrário. Para esses
renomados médicos e cirurgiões, era óbvio que M’Naghten
aceitara sem questionar uma ficção inventada por sua
mente psicótica. Suas declarações se mostraram
convincentes. Na ausência de evidências médicas
contrárias, os jurados foram orientados a chegar a um
veredicto e, sem nem se retirarem, o primeiro jurado
anunciou em 4 de março que consideravam o prisioneiro
inocente por motivos de insanidade.
O público ficou horrorizado, convencido de que criminosos
e loucos violentos seriam incentivados a cometer atos
terríveis por causa da resposta leniente às ações homicidas
de um homem lúcido. Para a imprensa, o veredicto foi um
ultraje que manchou a reputação das categorias jurídica e
médica. Tratava-se de um crime cuidadosamente planejado
e totalmente confessado; ainda assim, M’Naghten estava
sendo considerado inocente.
A rainha Vitória, lembrando-se do atentado contra sua
vida três anos antes por um homem também considerado
louco pelos tribunais, foi induzida a intervir e, em uma
correspondência a Sir Robert Peel, pediu ao Parlamento uma
definição mais rigorosa de insanidade. Em resposta, um
sistema de justiça criminal aturdido lançou as bases de uma
abordagem duradoura para a compreensão das origens
mentais do comportamento criminoso. Embora os detalhes
de seu crime tenham sido em grande parte esquecidos por
psiquiatras e advogados, o nome M’Naghten, desde então,
tornou-se parte da história do direito: a regra de M’Naghten
dispõe que a defesa da insanidade deve basear-se em
provas claras de que o acusado agia sob tal ausência de
razão devido a uma doença mental que o impedia de
compreender a natureza e a qualidade do ato praticado. A
regra colocou a razão e a doença no ponto central da
avaliação da mente de um criminoso por parte da lei.
Longe de “escapar” de seu crime, M’Naghten passou os
21 anos seguintes confinado no hospital de Bethlehem e,
logo após a inauguração, no Hospício de Broadmoor, até sua
morte em 1865.
SEB
DREW
AMIT
JOE
GREGÓRIO
Vou amarrar a cara quando passarem, e
[UM
eles que entendam como quiserem.
CAPULETO]:
SANSÃO
A lei fica do nosso lado se eu disser que
[APARTE PARA
sim?
GREGÓRIO]:
GREGÓRIO: Não.
ALEX
MICHELLE
JODIE
NARIN
PAUL
GARY