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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3
14 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 39
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1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
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2 O DESENVOLVIMENTO ATÍPICO EM CRIANÇAS E A METODOLOGIA
ABA
Fonte: clinicahorizontes.com.
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pois, como veremos, ela indica caminhos científicos e práticos para efetivação de um
plano de intervenção singular aos sintomas do autismo, buscando aumentar a qualidade
de vida daqueles que possuem a condição. Apontando para o caminho de aprendizagem
de novos comportamentos, a metodologia ABA permite,assim, o desenvolvimento de
estratégias eficazes até para os casos mais complexos. A condição autista, por exemplo,
pode ser trabalhada com técnicas que podem trazer resultados nas múltiplas esferas
da vida, tanto do ponto de vista emocional quanto cognitivo.
Envolvendo o ensino intensivo e singular (individualizado) de habilidades
fundamentais para o sujeito com autismo ela se propõe o trabalho de uma gama variada
de percursos que incluem o incentivo a comportamentos sociais tais como contato visual
e comunicação adequada funcional; comportamentos acadêmicos como pré-requisitos
para leitura, escrita e matemática, além de atividades da vida diária como higiene
pessoal. Busca, ainda, a redução de comportamentos agressivos, estereotipias e
autolesões. Ela busca, ajudar o paciente estruturalmente, considerando o conjunto
orgânico de sua experiência, dando ainda suporte emocional e comportamental aos
cuidadores e responsáveis por pessoas de condição autista.
As pesquisas e intervenções conforme a abordagem da Análise
comportamental estão, portanto, se voltando cada vez mais para populações infantis,
principalmente os seguimentos diagnosticados com desenvolvimento atípico
relacionado a TEA (Transtornos de espectro autista). Trata-se de uma abordagem que
tem encontrado grande valor institucional, sendo adotada por uma gama variadas de
instituições, no âmbito escolar, hospitalar e mesmo em projetos de intervenção
particular, seja pelo sentido humano de suas técnicas, como também por sua eficácia,
baseada na consideração científica do comportamento humano.
Daremos ao aluno com esse material uma visão detalhada da metodologia ABA,
elucidando suas bases teóricas e descrevendo o modo como ela deve ser aplicada.
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3 O COMPORTAMENTO VERBAL
/
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990. Fonte: novaescola.org.br
Iniciaremos nossa exposição acerca da metodologia ABA pela maneira como ela
aborda um dos fenômenos fundamentais para caracterização e intervenção no âmbito
dos casos de desenvolvimento atípico: a linguagem.
O atraso da comunicação verbal é uma das características frequentes em
crianças que possuem desenvolvimento atípico; no caso dos portadores de transtorno
de espectro autista (TEA), é uma das dificuldades identificadas para diagnóstico. Assim,
considerando a importância da comunicação para a convivência social da criança e da
linguagem no conjunto do seu desenvolvimento: o fenômeno da comunicação tem
recebido atenção crescente dos pesquisadores oriundos da análise comportamental,
principalmente quando o que está em cena é a experiência de uma criança portadora de
condição autista.
A linguagem, na perspectiva de tais estudos, é definida segundo os conceitos
descritivos de Skinner (1957). É pela transposição do behaviorismo clássico para o
campo de pesquisas que buscam se construir enquanto formas de intervenção na vida
daqueles que são portadores de desenvolvimento atípico que abordagem do fenômeno
da comunicação é tematizada. Em seu livro Verbal Behavior, Skinner (1957) entende a
linguagem enquanto comportamento verbal. Para compreender essa posição do autor
se torna necessário entender sua noção de comportamento. Por outro lado, para ter
elucidada a noção de comportamento é preciso compreender que a psicologia
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comportamental é uma forma de fazer psicologia que não considera a mente como
objeto de um possível tratamento científico, pois os fenômenos mentais entendidos
como experiência do “homem interior” não estão abertos a observação, não podendo,
assim, ser descritos a e analisados de modo científico, pois não é um objeto empírico
localizado no tempo e espaço naturais. Assim, o comportamento não é um conteúdo
psíquico, mas um conjunto de ações que se desdobram em um determinado ambiente.
Para Skinner, essas ações devem ser caracterizadas como formas da ação humana no
mundo, através das quais seres humanos interferem no seu mundo circundante e
também são modificados por ele, ou seja, o comportamento é um fenômeno operante.
Na perspectiva do autor:
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apresentam irredutíveis às suas infraestruturas de origem física. Ele utiliza o seguinte
exemplo:
Um homem sedento, por exemplo, em vez de dirigir-se a uma
fonte, pode simplesmente "pedir um copo d'água", isto é, pode produzir
um comportamento constituído por certo padrão sonoro, o qual no que lhe
concerne induz alguém a lhe dar um copo d'água. Os sons mesmos são
facilmente descritíveis em termos físicos, mas o copo de água só chega
ao falante como consequência de uma série complexa de acontecimentos
que incluem o comportamento de um ouvinte. A consequência última, o
recebimento de água, não mantém nenhuma relação geométrica ou
mecânica com a forma do comportamento de "pedir água (1957, p.4)
Fonte: autismonaeducacaoinfantil.blogspot.
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Operante de Mando
Operante ecoico
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estimulação verbal bem definida. Ou seja, a resposta se dá diretamente a fala do
emissor, pela troca entre os dois atores da cena, por um sistema de repetição que
desemboca numa resposta. Um exemplo da ocorrência de comportamento ecoico seria
o mediador dizer "Belo" e aquele que ouve emitir a resposta "Belo” e ter como a
resposta consequentemente um elogio: “Você entendeu, que beleza!
O ecoico, portanto, pode ser localizado no nível de possíveis aprendizados a partir
dos quais conteúdos básicos da experiência podem circular e serem aprendidos e
considerados. Ele é uma resposta a determinada estimulação dada pela fala do outro,
enquanto esta é também um conjunto de estímulos que circula até aquele ouve. O
operante verbal ecoico se apresenta, assim, controlado por um estímulo antecedente
que abre sua possibilidade, já que nesse comportamento o que acontece é a
reprodução/imitação de outro.
Operante intraverbal
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diferencia do mando e do operante ecoico porque pode se estabelecer em um campo
estritamente linguístico e relação entre palavras. Ele se diferencia do mando também
por não ser controlado por variáveis reforçadoras específicas, mas sim generalizadas.
Estas variáveis são, na maioria das vezes, sociais, visto que a variável antecedente é
sempre o comportamento verbal de outra pessoa (interlocutor). A resposta verbal se
caracteriza enquanto eventos que são cotidianos: responder perguntas, terminar frases
ou músicas, ou seja, dar continuidade, através da fala do outro algo que precisa de
complemento.
A maioria dos ‘acontecimentos da história são adquiridos e retidos como
respostas intraverbais. Assim como ocorre com muitos dos fatos da ciência, embora haja
respostas frequentemente sob outra categoria de controle (o controle envolvido no tato).
O operante do tato
O operante verbal do tato tem uma função bem definida: são aqueles que tornam
possível algum contato com o mundo. Ou seja, são as operações de linguagem que
realizamos para fazer ver ao outro um conteúdo do mundo. Trata-se de um operante de
referência e como afirmamos acima ele surge de modo constante no discurso da ciência.
Em outras palavras, as operações verbais que Skinner coloca sob a rubrica do
operante do tato são os fenômenos de linguagem que fazem contato do mundo e podem
descrevê-lo. Sua legalidade interna está referida a estímulos antecedentes não-verbais
e seu reforço se caracteriza por ser generalizado.
Estes quatro operantes verbais (mando, tato, ecoico e intraverbal) são os mais
importantes para os objetivos deste estudo. Os demais, textual e transcrição, têm sido
muito estudados nas pesquisas que investigam o repertório de leitura e escrita.
Descrevê-los a fundo estaria fora dos objetivos da nossa disciplina, mas é importante
frisar que eles se referem a capacidade (ou potência) do sujeito da linguagem de lidar
com o mundo através de sua transcrição e comunicação pela linguagem escrita.
Como veremos a seguir, o comportamento verbal tem sido objeto de muitos
estudos em análise do comportamento. O atraso no desenvolvimento deste repertório e
a dificuldade em desenvolver a comunicação de modo funcional são características
muito presentes em casos de desenvolvimento atípico e podemos partir daí para
entender os modos de intervenção possíveis nesses casos.
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4 O REPERTÓRIO D DESENVOLVIMENTO ATÍPICO — CARACTERÍSTICAS DO
TEA (TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA)
Fonte: pt.slideshare.net
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mas da dificuldade de comunicação, ou seja, uma dificuldade de apropriação do uso. O
autista apresenta, assim, inabilidade para linguagem falada, seguida da incapacidade
de manter uma conversação (GILLBERG, C, 2005). Além disso, podemos caracterizar
sua linguagem como uma fala voltada a repetição.
Fonte: br.guiainfantil.com
Fonte: usp.br
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No que se refere ao comportamento, os portadores de condição autista se
mostram detentores de um repertório bastante restrito, circunscrito a interesses
específicos e marcados por dependência exagerada a rotinas, estereotipias motoras e
preocupação com partes isoladas de objetos. O autista tende sempre a fazer as mesmas
coisas, por isso lhe é difícil responder a diferentes contextos e diferentes demandas.
Segundo Gillberg (2005), a ampla maioria dos casos apresentar os primeiros
sintomas antes dos 3 anos e revela problema nos primeiros meses de vida. Desta
maneira, é importante que pais e cuidadores estejam atentos ao desenvolvimento da
criança e possam identificar qualquer situação atípica em sua estruturação. O
diagnóstico precoce seguido de uma intervenção corretamente formulada pode dar mais
chance ao autista de desenvolver habilidades que possam lhe servir para dar conta da
sua constituição e da relação peculiar que ela envolve com o mundo.
Fonte:ludiqueconsultorio.blogspot.com
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5 A VISÃO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
ATÍPICO
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fundamental porque as habilidades aprendidas no processo de intervenção podem ser
reforçadas nos ambientes mais comuns a criança, como sua casa e seu quarto, por
exemplo.Por isso, na maioria das vezes. os procedimentos são realizados em ambiente
natural, isto é, trabalha-se um comportamento no local onde se espera que ele seja
emitido, com as pessoas que estarão presentes quando, no futuro, este comportamento
ocorrer, e, finalmente, com as consequências naturais que ele pode gerar.
Fonte: abaeautismo.com
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6 QUANDO PEDIR AJUDA
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No caso do diagnóstico da criança com do desenvolvimento atípico considera-se
que ele deve ser feito o mais precoce possível. O autismo, por exemplo, se instala nos
três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação e os
relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias. Embora o
transtorno seja conformativo à estrutura ontológica do portador (não se trata de uma
doença que possa ser curada, mas de uma condição), a demora em ser reconhecido
pode trazer ainda mais prejuízos a criança de condição autista. Infelizmente, no Brasil,
em termos gerais, a estrutura é identificada apenas entre os 5 – 7 anos.
Fonte: carlosbritto.com/ludoterapia
7 A TERAPIA DO BRINQUEDO.
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Assim, o brinquedo é lugar lúdico da criança, expressão de sua vida anímica e
imaginação
A Terapia do Brinquedo se caracteriza como um processo dinâmico, que põe em
relação à criança (ou uma pessoa de qualquer idade) e um terapeuta devidamente
preparado para fazer essa forma de intervenção. Através da escolha de materiais
estratégicos e adequados, o terapeuta cria um percurso onde o paciente possa
expressar-se de forma autêntica e explorar o seu mundo existencial, priorizando formas
singulares pelas quias ele se conecta com seus afetos e experiências (traumáticas e
representativas). Trata-se, portanto, de um instrumento que cria, usando recursos
lúdicos da experiência, modos de comunicação saudável a partir dos quais o paciente
possa trabalhar sua maneira de responder e lidar com mundo e com os outros.
Em relação às crianças de desenvolvimento atípico, ela tem efetividade
comprovada, enquanto proporciona um ambiente onde é possível a criança se
expressar-se, sentindo-se livre de reprovação ou ameaças; podendo, assim, descobrir
e conhecer suas próprias emoções
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orientados por reforçadores internos muito fortes, colocando a necessidade de um
trabalho paciente e direcionada a estrutura autista.
Enquanto se apresentam engajados nestas respostas e comportamentos
invariáveis, os autistas se fecham para o mundo exterior, criando ainda mais obstáculos
para sua inserção em processos de socialização e vivência interpessoais necessários
ao seu desenvolvimento. O grande prejuízo do comportamento repetitivo é exatamente
que ele impede o contato funcional do autista com o mundo ao seu redor, prendendo
seu comportamento em situações estereotipadas que pouco contribuem para efetivas
relações interpessoais.
Encontramos três grandes motivações que tornam as estereotipias uma
constante no repertório comportamental da estrutura autista: a) a primeira é a restrição
comportamental. A estrutura autista tem dificuldade de aprender comportamentos
sociais e verbais. Nesse caso, ela apresentará naturalmente um repertório muito restrito
de ação sobre o mundo. Por isso, ela ocupa seu tempo com os poucos comportamentos
aprendidos e principalmente com aqueles que lhe trazem algum conforto, mais
precisamente por padrões de busca de prazer unicamente sensorial, em alguns casos
próprios a um bebê. A segunda motivação é a alteração sensorial. As crianças autistas
apresentam alterações orgânicas que afetam a percepção e a interpretação de
estímulos sensoriais. Assim, é muito normal que informações oriundas do mundo
exterior afetem sua existência exageradamente, gerando altíssimo prazer ou grande
aversão. Por isso, sua escolha será sempre entre isso ou aquilo, tendo se fixar em
atividades que lhe causem prazer. Não há muita variação em sua maneira de se dar aos
dados do mundo. Cabe ainda lembrar, que a repetição é uma predisposição geral da
estrutura autista. Nesses termos, a questão é descobrir qual a funcionalidade de um
certo comportamento repetitivo no conjunto de condutas pelas quais, por exemplo, a
criança autista busca se inserir no mundo, para que em seguida, se possa propor-lhe o
desenvolvimento de novas habilidades considerando algumas dimensões que podemos
chamar fundamentais: a) o brincar (desenvolvimento de habilidades sociais, verbais e
motoras envolvidas nas brincadeiras funcionais e capazes de gerar interação social);
atividades de vida diária (higiene e autonomia); comunicação (comportamentos verbais
vocais ou por troca de pistas visuais); e competências de caráter intelectual e acadêmico
(leitura, escrita, conceitos matemáticos, etc.).
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No entanto, mesmo desenvolvendo um repertório mais amplo, as crianças com
autismo estarão predispostas a se engajar em estereotipias e não em novos
comportamentos adquiridos. Isso acontece por estas respostas serem mantidas por
marcadores comportamentais muito poderosos e decisivos em suas relações com
mundo: o que está em jogo são sensações físicas e experiências relacionados à vivência
de um bem-estar físico e emocional necessário a um relacionamento positivo, ainda que
frágil, com o ambiente exterior. Por isso, conjuntamente ao incentivo a comportamentos
novos, é necessário para a criança escolher se engajar neles ao invés de se engajar nas
estereotipias. A luta contra as estereotipias é uma guerra entre dois mundos: o mundo
interno (no corpo da criança, ou seja, os prazeres que ela sente ao vivenciar sua própria
experiência como que separada do mundo do exterior) e as condições exteriores (o
ambiente social, escolar e familiar onde ela está inserida). Nesta batalha, o mundo
exterior já entra perdendo, pois, a luta é contra reforçadores muito potentes e sobre o
qual não temos nenhum controle. Assim, torna-se necessário trazer a criança para o
mundo exterior; criando situações de contato efetivo através do esforço de conectar sua
linguagem com aquela do mundo. Precisamos tornar as coisas exteriores mais atrativas,
como que capazes de perseguir e motivar os desejos inerentes a sensibilidade autista,
tornando, assim, o contato algo sentido por ela como necessária. Trata-se, portanto, de
buscar estratégias de motivação baseada em estímulos positivos à própria condição da
criança, buscando que ela se interesse pela sua capacidade de construir novas
habilidade.
Ao lado disso, é necessário preencher o tempo da criança com muitas atividades
de caráter extremamente variado. Trata-se, de uma estratégia que neutralizará, até certo
ponto, a possibilidade de retorno do comportamento repetitivo, pela variação do próprio
ambiente e daquilo que oferecido a criança autista. Encontramos constantes
posicionamentos negativos de familiares e profissionais diante desta estratégia. Assim,
é comum escutarmos que a criança está fazendo coisas demais, que ela não tem tempo
para só brincar, que ela precisa descansar ou ficar simplesmente ociosa. Uma posição
desta valeria para uma criança de desenvolvimento típico, que devido a sua estrutura
conquistou um repertório comportamental variado, mas para criança autista isso não
funciona, já que ela tende sempre a voltar a repetição. Assim, não se trata de encher a
criança autista de atividades vazias, mas de direcionar constantemente sua atenção e
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seu corpo para atividades que possam inibir o comportamento repetindo, dando maior
variabilidade a sua relação com mundo.
Fonte: guiametabolica.org
. O autismo é uma condição crônica e requer tratamento continuado que deve ser
realizado por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais com experiência e
formação direcionada para tal objetivo (Schwartzman, 2003).
Resultados positivos em relação aos prejuízos que caracterizam a condição do
autista podem ser alcançados desde que se considere a singularidade das pessoas
autistas, como também as condições familiares e culturais nas quais ela está
inserida (Bosa, 2006)
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A prática de intervenção terapêutica deve visar o desenvolvimento e a reparação
de habilidades do autista em todos os setores de sua existência, objetivando a melhora
de sua qualidade de vida e de seus familiares. Apresentaremos, agora, ao leitor um
pouco sobre a metodologia ABA, usada como um método de intervenção no tratamento
dos sintomas do autismo. Passaremos por tópicos de psicologia comportamental que
são necessários a compreensão e aplicação da metodologia.
Fonte: universoautista.com
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A teoria comportamental parte, portanto, do pressuposto de que as condições
exteriores conformam o repertório comportamental dos indivíduos. Desta maneira, é
crível considerar que os processos causais que determinam a formas e resultados de
um comportamento podem ser usados e manipulados. Se o comportamento é
condicionado e influenciado por suas consequências (Skinner, 1957, p. 80), também
podemos manipulá-los para entendermos como o processo acontece (Moreira e
Medeiros, 2007).
Assim, a promoção de habilidades que são pouco desenvolvidas e até ausentes
do sujeito autista podem se tornar possíveis pela percepção (quase causal e certamente
inconsciente) de que aquela conduta já não recebe certa resposta; que, de algum modo,
o ambiente se modificou, dando vazão a compreensão (às vezes prática, motora ou
visual) de que o mundo pede outras perguntas e outras respostas.
Essa compreensão coloca para o terapeuta comportamental uma perspectiva de
aplicabilidade, a partir da qual ele se sente munido dos instrumentos necessários a
intervir na experiência de uma pessoa, podendo contribuir para torná-la
funcional. Métodos de intervenção terapêutica como ABA surgem a partir dessa
perspectiva. O ABA e uma metodologia voltada ao objetivo de ensinar comportamentos
mais adequados e funcionais as crianças com desenvolvimento atípico, ampliando seu
repertório ao nível cognitivo, emocional e afetivo.
O método ABA toma como princípio a ideia de que todo comportamento pode ser
modificado através de suas consequências, pois parece ser um
aspecto preponderante do comportamento humano a expectativa de seus
resultados (Moreira e Medeiros, 2007). Se fazemos coisas e elas funcionam existe uma
tendência de repetirmos aquele comportamento; quando os resultados são inesperados
e não respondem nossas expectativas tendemos a repelir o modo de ação anteriormente
adotado.
Tendo em vista esse princípio, a metodologia da ABA intervirá com foco os
seguintes objetivos: a) reparar os prejuízos e os déficits que uma estrutura
comportamental mantém com mundo; b) identificará as atividades nas quais o paciente
apresenta maiores dificuldades ou até incapacidades; c) compreender a função das
estruturas do comportamento utilizadas pelo indivíduo e as demandas que ele responde
através de seu comportamento.
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Cabe ainda esclarecer, que o primeiro passo para realizar uma intervenção
positiva em relação a um comportamento disfuncional, presente em uma criança com
desenvolvimento atípico, como uma criança portadora de uma estrutura autista, por
exemplo; é compreender a função assumida por sua conduta no conjunto de suas
experiências. Assim, torna-se importante realizar uma avaliação para averiguar os
seguintes aspectos:
a) compreensão das estratégias de comunicação que a criança autista utiliza em
determinada circunstância onde aquele comportamento se torna frequente.
b) Avaliação da presença ou ausência e linguagem funcional.
c) Se existe ou não contato visual
c) Se ordens são atendidas ou desobedecidas, ou não são entendidas.
e) Relação com o ambiente, considerando seus brinquedos preferidos, birras
frequentes e como reage às pessoas;
f) Descrição das circunstâncias que podem motivar ou não uma certa conduta.
A reposta a essas questões permitirão a passagem para um segundo passo.
Com as informações obtidas se tornará possível traçar um retrato geral do paciente e
uma imagem qualitativa de suas singularidades, a partir dos quais será possível colocar
no horizonte pequenos objetivos que devem ser alcançados em curto prazo. Esses
objetivos devem visar à ampliação de habilidades e eliminação de comportamentos
disfuncionais.
No entanto, é preciso entender que a promoção de habilidades e eliminação de prejuízos
apenas se efetiva gradualmente, sendo necessário que o processo de mudança seja
prazeroso, já que a redução da ansiedade e do sofrimento devem ser os objetos
orientadores da intervenção, principalmente nos casos diagnosticados no âmbito do
espectro autista.
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Fonte.usp.br
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devem ser feitos de 20 a 30 horas por semana. Não devem despertar comportamentos
aversivos e rejeitar qualquer modalidade de punição como base de conformação
adequada da experiência do sujeito. Quanto ao conteúdo, os programas devem
contemplar dimensões cognitivas e afetivas da estrutura autista, tendo como objeto a
linguagem, a experiência lúdica do brinquedo, as capacidades acadêmicas do ler e do
escrever e as atividades da vida diária nas quais o sujeito pode torna-se mais
independente. Importante mostrar a família que sua a participação no processo é um
dos fatores asseguram o sucesso da aprendizagem e a manutenção das habilidades
propostas a criança.
Fonte: autismofloripa.blogspot.com
10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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negatividade; colocando em relevo, assim, as relações de determinação, manutenção e
transformação do comportamento pelo meio exterior (Bahls e Navolar,2004).
Na visão de Serra (2008, p. 11), a abordagem cognitiva e comportamental se
apresenta ainda como um sistema integrado, porque combina um modelo de estudo da
personalidade e das condições psicopatológicas com uma robusta potencialidade de
resolução de problemas e aplicabilidade.
Trata-se, nesse sentido, de uma abordagem que reflete um método orientado
e capaz de embate com as condições heterogêneas da realidade terapêutica.
Outro aspecto importante e vantajoso é que ela se pauta por princípios de
colaboração e trabalho em equipe, o que lhe permite ser a base de uma equipe
multidisciplinar, o que é exigido em muitos casos clínicos.
Fonte: universoautista.com
Ainda nesse sentido, pela sua positividade e eficácia ela consegue pôr em cena
autênticas relações entre terapeuta e paciente.
Os teóricos pioneiros da abordagem comportamental (Pavlov, Watson e Skinner),
ensinaram que o objeto da psicologia deve ser o comportamento, enquanto este pode
ser observável (Pavlov), descrito (Watson) e mensurável (Skinner).
Situando-se, nessa perspectiva, Skinner ainda acrescentou o esquema de reforço
em seu repertório analítico, desenvolvendo uma metodologia baseada em um sistema
de recompensas, conforme a ideia de que todo comportamento pode ser transformado
segundo seus resultados.
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A ideia de reforço tem para psicologia comportamental grande alcance de
aplicabilidade, já que é pela ideia de reforçar uma determinada conduta (negativa ou
positivamente) que se coloca em cena o esforço de modificação dos comportamentos.
A terapia comportamental se volta, assim, para o esforço de manipulação e controle dos
comportamentos, segundo o princípio de que todo comportamento pode ser aprendido.
Os comportamentos são entendidos como eventos em um meio externo,
relacionados a dimensões ambientais, culturais e sociológicas, que determinam sua
substância, desdobramento e frequência no espaço e no tempo.
Um transtorno, desse ponto de vista, é um conjunto de comportamentos que
pode ser analisado por meio do histórico, das contingências e das situações presentes
e passadas de um paciente, situado em um espaço heterogêneo de experiências.
A terapia comportamental entende, portanto, que o paciente é único, e seus
problemas são produto de uma história particular. Isso humaniza o processo de terapia,
pois se entende que cada paciente e cada história tem suas singularidades que devem
ser compreendidas e analisadas antes que qualquer intervenção seja proposta.
O terapeuta comportamental orienta seu trabalho através de três instrumentos:
a) análise funcional de um comportamento, observando o lugar que uma conduta
ocupa no universo existencial do paciente;
b) O sistema de reforço, condicionamento e modelagem como para neutralizar
comportamentos que geral prejuízo e fortalecer aqueles que ampliam o repertório
existencial do paciente.
c) Levantamento e descrição criteriosas das variáveis relacionadas aos
comportamentos desejáveis e indesejáveis.
A partir desses instrumentos é possível propor uma estratégia visando alcançar
o bem-estar do paciente. A estratégia deve se desdobrar em dois efeitos: de um lado,
sua função de descrição da experiência em sentido cognitivo, ou seja, os modos
particulares pelos quais um sujeito organiza sua apreensão do mundo e de si mesmo;
assim, existem dois movimentos: a preocupação com determinantes cognitivos; por
outro, a tomada do comportamento pelo seu sentido, isto é, pela direção e função que
ele assume.
A Terapia Cognitivo-Comportamental integra, portanto, técnicas e conceitos
que vêm de duas tradições teóricas:
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1) o cognitivismo, pautado na pesquisa da maneira como o sujeito apreende
seu mundo;
2) e o comportamentalismo (behaviorismo), baseado na ideia de que o
comportamento pode ser observado, medido, transformado e manipulado.
Leboyer (1995) considera que na abordagem cognitiva comportamental estão
diversos teóricos que descrevem sua eficácia e preparam caminhos e métodos para
uma abordagem inteligente e científica daqueles que possuem condições de
desenvolvimento atípico, principalmente aqueles que estão diagnosticados no âmbito do
espectro autista.
Leo Kanner (1894 – 1981), pioneiro nos estudos sobre autismo, – Fonte: centroconviver.com
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11 AUTISMO: NOTA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE
DIAGNÓSTICO
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limitada, as expressões são ausentes, e a criança é incapaz de atribuir um valor
simbólico aos gestos.
12 AVALIAÇÃO EM ABA
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habilidades possam ser ensinadas (ex: pedir itens preferidos com verbo e
complemento).
c) Avaliações para identificar sistemas de preferência: identificam itens
(brinquedos, jogos, desenhos, alimentos, atividades) preferidos da criança que
possam ser usados como reforçadores (recompensas) no ensino.
Fonte: pessoascomdeficiencia.com
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13 O PAPEL DO ESPORTE NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM CONDIÇÃO DE
DESENVOLVIMENTO ATÍPICO
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Primeiramente, os pesquisadores realizaram uma abordagem funcional dos
comportamentos repetitivos, e constataram que estas eram mantidas por reforçamento
automático, ou seja, situações físicas que eram vivenciadas pelos sujeitos como ocasião
de prazer. Num segundo momento, na fase propriamente interventiva, os estudiosos
ofereciam acesso livre a atividades físicas reforçadoras para o participante
(selecionadas anteriormente por um plano teste sistemático de preferências). Notou-se
que se o participante não começasse a atividade por uma escolha espontânea era
necessário e fundamental que o experimentador incentivasse a execução, inclusive
elogiando o envolvimento dos participantes.
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tal esporte ela baterá a mão na bola, obtendo a mesma sensação reforçadora que ela
obtém com a estereotipia.
No entanto, ao invés de criar a situação para o experimento da sensação através
das respostas repetitivas e sem função social; torna-se necessário construir a
possibilidade da participação da criança em atividades relacionadas ao esporte
envolvendo-se em contatos interpessoais, em um ambiente certamente controlado,
segundo sua condição especial, mas que possa servir ao seu desenvolvimento.
Assim, se torna fundamental dar lugar a atividades físicas reforçadoras
compatíveis com as habilidades do sujeito envolvido, pois, assim, facilita-
se envolvimento, aumentando a possibilidade de inibir comportamentos disfuncionais e
repetitivos.
Para o desenvolvimento de habilidades motoras amplas com crianças e
adolescentes autistas deve o educador físico separar as respostas que compõem alguns
esportes de uma maneira a trabalhar cada uma delas isoladamente. Posteriormente, o
treino pode acontecer em conjunto, mas para facilitar a aprendizagem e a inserção dos
alunos no processo, pois, é preciso motivar a situação, já que um desempenho irregular
pode colocar em risco o interesse.
Fonte: veja.abril.com.
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a) Habilidades motoras amplas básicas: jogar, receber, rebater e chutar a
bola; equilíbrio, saltar, correr, ente outros. São habilidades podem ser
organizadas em microcircuitos visando intercalar uma habilidade a uma
atividade reforçadora, valorizando os interesses das crianças.
.
Fonte: omo.com
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olhar entre o outro e o objeto) e reciprocidade sócio emocional (expressar
suas emoções e ser afetado pelas emoções expressas pelo outro).
Fonte: ericasitta.wordpress.com
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14 BIBLIOGRAFIA
AMY, Marie Dominique. Enfrentando o autismo: a criança autista, seus pais e a relação
terapêutica. Tradução. Sérgio Tolipan; prefácio a edição brasileira, Marta Midori
Yoshijima. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
39
SÉRIO, T. M. A. P., ANDERY, M. A., GIOIA, P. S., MICHELETO, N. Controle de
estímulos e comportamento operante. Uma introdução. Série Trilhas. Ed. Educ.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2004.
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