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do artigo “Educação à distância: como evitar o plágio” de Katiana Normandia Fonseca
Fonte: Revista Querubim 9(21): 4‐7, 2013. Revista Querubim – revista eletrônica de trabalhos
científicos nas áreas de Letras, Ciências Humanas e Ciências Sociais
[...]
A Educação a Distância: breves considerações
Nos últimos anos, dado o desenvolvimento acelerado de tecnologias de comunicação, com o
advento das ferramentas via internet, o ensino a distância, conhecido como EaD, ganhou
destaque como mais um meio de difusão do conhecimento. Os cursos ministrados via internet
são variados, desde aulas de culinária até cursos de Graduação e Pós‐Graduação em diversas
áreas do conhecimento.
De um modo geral podemos afirmar que a EaD aplica as tecnologias disponíveis para fazer
acontecer o processo de ensino e aprendizagem, superando as barreiras do espaço e do
tempo. Dentre as principais características da EaD, deve‐se fortalecer aquelas ligadas a
autonomia do estudante, a comunicação e o processo tecnológico, e assim é possível construir
um conceito mais completo (GUAREZI, 2009, p. 20).
Para efeito de análise, podemos dividir o ensino a distância em duas modalidades. Uma
formal, onde há uma instituição de ensino intermediando o contato entre o aluno e o
professor. E outra não formal, onde não há uma instituição de ensino fazendo essa
intermediação.
No primeiro caso, podemos citar os cursos de Graduação, os de Pós‐Graduação, o cursos
profissionalizantes, os de línguas estrangeiras etc. No segundo caso, podemos enquadrar os
vídeos com aulas diversas no canal youtube e outros meios. Hoje uma infinidade de pessoas
acessam aulas de reforço escolar na internet e, também, cursos diversos, como, por exemplo,
aulas de jardinagem etc.
A massificação do acesso à rede mundial de computadores, que tem se intensificado no Brasil
nos últimos anos, facilitou a difusão dos cursos à distância. Em um país com dimensões
continentais como é o Brasil, as ferramentas de ensino via internet permitem que pessoas em
áreas isoladas, mas com acesso à rede de computadores, possam cursar uma graduação em
uma Universidade que esteja presente nos grandes centros.
Ainda persiste no Brasil discriminação quanto a qualidade dos cursos formais à distância. No
entanto, recentemente, grandes Universidades públicas, como a Universidade de São Paulo
(USP) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), lançaram canais de ensino via internet.
Muitas Universidades particulares já lançaram cursos nessa modalidade, uma vez que viram
excelente oportunidade de mercado, pois, do ponto de vista da demanda, existe no Brasil um
grande mercado potencial para cursos EaD.
Diante de várias conceitos de autores sobre EaD, destaca‐se o de Aretio apud GUAREZI(2009,
p. 19) que afirma:
EAD é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que substitui a interação
pessoal, em sala de aula, entre professor e aluno como meio preferencial de ensino pela
ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma
organização tutorial de modo a propiciar a aprendizagem autônoma dos estudantes.
É de grande importância que os cursos à distância tenham em seu quadro profissionais bem
qualificados, além de boa estruturação de suas grades curriculares, bibliotecas, canais de
comunicação, salas de aula virtual (Ambiente Virtual de Aprendizado), a fim de atender os
interesses do público, sanar suas dificuldades, dando condições de boa formação, com níveis
de exigência que os faça cursar de forma séria e comprometida.
Hoje em dia existe uma forte valorização dos cursos EaD no mercado de trabalho, pois as
grandes empresas têm acreditado que o aluno que consegue se formar à distância tem muito
mais compromisso, levando com mais seriedade seus estudos e o seu lado profissional.
Plágio: o que é e como evitá‐lo na Educação a Distância
O plágio pode ser classificado como um ato de cópia ou apresentação de uma ideia sem o
devido crédito ao autor. O mesmo pode ocorrer não só no ambiente acadêmico, mas,
também, no meio artístico. São reportados casos envolvendo peças de teatro, músicas, obras
literárias e, até, criações de empresas, o que envolve quebras de patentes.
O plágio representa o mais grave ilícito contra a propriedade intelectual. É mais grave do que a
contrafação (pirataria), pois envolve questões éticas que ultrapassam aspectos meramente
econômicos, ligados a investimentos de grupos empresariais. O plágio é uma violação à
dignidade da pessoa humana, princípio fundamental no Estado Democrático de Direito
(Constituição Federal de 1988, art. 1º, III).
No meio acadêmico, é comum se tornarem públicos casos de cópias de obras e ideias sem as
devidas citações. Nos últimos anos, acompanhamos algumas situações envolvendo cientistas
de grandes universidades, o que colocou em xeque a reputação de alguns centros de pesquisa.
O advento das tecnologias de informação e os subprodutos da internet – as redes sociais e os
sites de pesquisa – possibilitaram que qualquer pessoa munida de um computador pessoal
possa ter acesso a uma obra acadêmica, a uma tese, o que facilitou o ato de plágio. Ressalta‐se
que o ato de plagiar sempre esteve presente no meio acadêmico, e as novas tecnologias de
comunicação só facilitaram o processo.
Para Maia e Mattar (2007), a maior parte dos plágios, por parte dos alunos, ocorre como
resultado da ignorância das regras de citação, não sendo em geral uma atitude intencional.
A expansão dos cursos de educação a distância, conhecidos como EaD, no Brasil tem levantado
a discussão sobre o plágio, uma vez que a principal ferramenta dessa forma de ensino é a
internet. Em alguns casos, existe pouco, ou nenhum, contato físico entre aluno e professor, o
que pode passar a falsa sensação ao aluno de que haverá pouca, ou nenhuma, fiscalização
sobre seus trabalhos.
As formas de evitar o plágio nos cursos EaD têm de ser as mesmas utilizadas nos cursos
presenciais, com a ressalva de que, nos cursos à distância, a atenção do professor precisa ser
redobrada, pois, neste caso, o aluno pode se sentir mais propenso a cópia sem citação.
Para evitar, devem‐se usar softwares capazes de detectar a cópia irregular, e, também, tem de
haver maior contato entre aluno e professor, mesmo que por meio de chats. O professor
precisa deixar claro que acompanha todos os trabalhos com muita atenção e que será radical
na eventualidade de ocorrência de cópia.
À Universidade cabe dotar os professores das ferramentas tecnológicas que permitam a
detecção do plágio. Além disso, os centros de ensino precisam atentar para a sobrecarga de
trabalho sobre o corpo docente, pois o excesso de tarefas pode fazer com que os professores
tenham menos tempo para ler todos os trabalhos de forma minuciosa, o que pode deixar
passar as cópias sem as devidas citações.
Considerações Finais
O objetivo deste artigo foi apresentar uma breve análise sobre a Educação a Distância e
ressaltar sua relevância para a difusão do conhecimento no século XXI. Além disso,
explanamos sobre o plágio nessa modalidade de ensino.
[...] O plágio, que é uma preocupação constante no meio acadêmico, tem sido foco de atenção
nos cursos à distância. O ato de copiar e citar trechos sem mencionar a fonte encontrou nessa
nova modalidade de ensino campo fértil para disseminação. Os fatores que contribuem para
isso são: o acesso fácil a obras acadêmicas na internet, possibilitadas, sobretudo, pelos sites de
pesquisa; e a distância entre aluno e professor, o que passa a falsa sensação de pouca
fiscalização.
As formas de conter o plágio nos cursos à distância são as mesmas dos cursos presenciais, com
o uso de softwares capazes de detectar a cópia feita de forma irregular. Ao professor, cabe
demonstrar que está presente e que acompanha atentamente os trabalhos dos alunos e que
será radical na punição. Às Universidades, cabe a tarefa de munir os professores do
ferramental básico para conter o plágio.
Apesar dos questionamentos quanto à qualidade do ensino e da facilidade de plágio, o Ensino
à Distância precisa ser estimulado, pois, em um país com as dimensões continentais como é o
Brasil, e com a concentração de cursos de excelência presenciais em determinadas regiões, as
aulas via internet cumprem uma função social ao permitir acesso ao conhecimento.
Referências Bibliográficas
BRASIL, Constituição Federal de 1988. GUAREZI, R. C. M; MATOS, M. M.
Educação a distância sem segredos. Curitiba: Ibpex, 2009. MATTA, C. M. J.
ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. NORONHA. E. M.
Curso de Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 1969.