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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


PROJETO A VEZ DO MESTRE

A QUALIDADE DE ENSINO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Por: Dalva Maria Lima

Orientador
Profª. Maria Lucia de Souza Moreira

Niterói
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE

A QUALIDADE DE ENSINO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Apresentação de monografia à Universidade


Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Pedagogia
Empresarial
Por: . Dalva Maria Lima
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço principalmente a meu


maravilhoso Deus que sempre me
conduz nos melhores caminhos a
serem seguidos, agradeço também a
minha família que esteve ao meu lado
em todos os momentos de estudo, e
aos amigos da Pós, em que a amizade
só fez se ampliar durante o encontro
das aulas e dos trabalhos de estudo
realizados.
4

DEDICATÓRIA

Dedico o conteúdo desta obra a


professores curiosos, interessados em
aprofundar conhecimentos sobre
educação a distância, educação on-line,
novas tecnologias, para educação, novos
papeis de professores e alunos e novas
oportunidades e alternativas de
aprendizagens.
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RESUMO

Com os avanços e a acessibilidade à internet, verificou-se uma


oportunidade de levar a instituição Educacional ao público em seus lugares
mais remotos e com isso proporcionar educação pedagógica e empresarial à
população que por diversos motivos abandonou as salas de aula ou sequer
freqüentou uma, bem como levar capacitação profissional de forma rápida e
com menor custo sem deslocar o aluno de seu local de trabalho e/ou
residência.
Na Educação a distância a interligação entre professor e aluno se dá
por meio de tecnologia, principalmente as telemáticas, como a internet, em
especial as hipermídia, mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a
televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax, o celular, o IPOID, o notebook,
entre outras tecnologias semelhantes.
Para garantir um ensino de qualidade na Educação a Distância é
preciso ter uma didática que “atraia e prenda” a atenção do estudo para o
conteúdo ensinado, para que assim o aluno consiga terminar o curso, ligando a
matéria lida com a vivência do seu dia-a-dia, para desenvolver o aprendizado
em um fato real.
A metodologia utilizada na Educação a Distância, mesmo através das
tecnologias, deve preservar e enfocar a importância do estudo, leitura, teoria e
prática das disciplinas estudadas.
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METODOLOGIA

A proposta monográfica se caracteriza como pesquisa, envolvendo: o


trabalho cooperativo e o aprendizado a distância viam internet. A
implementação da pesquisa foi precedida de uma conversa previa com os
professores que atuam com a educação a distância.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Aprendizagem através da Educação a Distância 10


1.1 - Definindo Educação a Distância 12
1.2 - Momento Histórico 13
1.3 - Detalhamento Histórico 14
1.4 - EaD Corporativa 16

CAPÍTULO II - A pedagogia para a aprendizagem 19


2.1 – Processos de Interação Educador e Educando 19
2.2 - Modelos de Aprendizagem 21
2.3 - Conceitos e teorias da aprendizagem 24

CAPÍTULO III – Os sistemas computacionais 31


3.1 - Ferramentas e Sistemas computacionais 31
3.2 - ARCOO (Aprendizagem Remota Cooperativa Orientada e Objetiva) 33

CAPÍTULO IV – Avaliação on-line 35


4.1 - Princípios Básicos da Avaliação Educacional 35
4.2 - Avaliação Quantitativa e Avaliação Qualitativa 36
1.3 - Avaliação dos alunos em ambientes On-Line 38

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
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INTRODUÇÃO

O mundo está em um processo de transição. O final do século XX


trouxe diversas mudanças e com isso vivenciamos a década de 80 como o
tempo das mídias, especialmente do computador, e o início ao acesso a está
tecnologia. Entrou na década de 90 com a certeza de que, num futuro muito
próximo, boa parte da população mundial teria em suas casas um computador.
Dessa maneira, este período foi marcado pela comunicação e toda a
tecnologia que a envolve. Chegou ao século XXI, com possibilidade de maior
acesso aos computadores e à Internet e, com eles, à informação. Nesse
período histórico, deparou-se com uma modalidade de ensino em
ascendência: A educação online ou a Educação a Distância (EaD) por meio de
ambientes online. Essas modalidades buscam a aprendizagem em ambientes
virtuais. Há, sem dúvida, um chamamento para a mudança de olhares e de
postura, porém busca-se nesta transformação a adequação de fatores que são
vitais para o nosso viver e conviver. Estes aspectos compreendem a influência
da comunicação e da interação na aprendizagem, bem como no processo de
aprendizagem do adulto e como as estratégias didáticas propostas em cursos
online podem favorecer a aprendizagem.

A avaliação educacional é um domínio bastante complexo por que


reúne uma filosofia educacional, uma teoria de aprendizagem e uma
metodologia de ensino, para verificar em que nível os objetivos e metas do
processo educacional foram atingidos. Ela pressupõe que não haja incoerência
entre o que é, como se ensina e o que se avalia. Uma das questões debatidas,
atualmente é como se avaliar os estudantes nos ambientes on-line, e quais
aspectos priorizar na avaliação: desempenho acadêmico ou atividades.
Será apresentado nesta monografia os pontos fundamentais de
avaliação de aprendizagem e a avaliação de estudantes em ambientes on-line.
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O crescimento do mercado de educação a distância (EaD) é explosivo


no Brasil e no mundo. É um avanço inovador para a história da educação o
desenvolvimento da educação a distância, especialmente da educação on-line
nos últimos anos. Em conseqüência disso, cada vez mais pessoas passam a
participar desse mercado nas mais diversas funções: professores, alunos,
produtores de conteúdo, web designers, pedagogos, administradores entre
outros, muitas vezes desempenhando diferentes papéis simultaneamente.

De forma diferente das inovações tecnológicas nos últimos anos, a


internet rompe as barreiras geográficas de espaço e tempo, permite o
compartilhamento de informações em tempo real, apóia formas de cooperação
e abre as portas para o mundo, por meio do computador em casa ou no
trabalho.

A educação provem da pedagogia (a teoria da educação), assim não


existe aprendizagem sem metodologia.
É necessário pensar em uma didática ou pedagogia para que a EaD
aborde temas como a independência, a autonomia dos alunos, a massificação
do ensino, a interação de alunos e professores, a comunicação a distância e
etc.
A EaD ou a Educação on-line, por estar diretamente vinculada ao
processo das tecnologias da comunicação e da informação, muda com muita
velocidade, gerando assim a necessidade constante de atuação por parte
daqueles que já a praticam.
A EaD alcançou um progresso muito rápido e intenso fora das escolas,
faculdades e universidades, ou seja, no ambiente corporativo.
10

CAPÍTULO I
APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA

Para Lopes (2006),a pedagogia empresarial existe para dar suporte


tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação
e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo
empresarial promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade,
espírito de equipe e autonomia emocional.

De acordo com Ferreira e Lima (2008), um espaço virtual é aquele que


utiliza a internet e permite diversas ações, tais como cursos a distância,
complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos
colaborativos e outras formas de apoio ao processo ensino-aprendizagem.
A internet apresenta os sites do participante e do administrador. No
primeiro momento os interessados podem se inscrever e participar de cursos
ou outras propostas oferecidas por instituições conveniadas, tendo acesso a
conteúdos, informações e atividades organizacionais por módulo, além de
poderem interagir com coordenadores, instrutores, orientadores, professores,
monitores e colegas. Neste ambiente virtual existem recursos para as
atividades, entre eles: tira-dúvidas, notícias, avisos, agenda, diário e biblioteca.
Há também ferramentas para a interação, a saber: e-mail, chat, fórum de
discussões e banco de projetos; e para avaliação de desempenho, como
questionários e estatísticas de atividades.
Os conteúdos do curso oferecem subsídios à construção de projetos
de aprendizagem. Neste sentido, são desenvolvidos seminários temáticos
sobre aspectos metodológicos e psicopedagógicos do ensino-aprendizagem e
oficinas relativas a aspectos tecnológicos. Cada seminário é organizado a
partir da leitura de textos, de debates com questões problematizadoras
elaboradas pelos professores para todas as turmas do curso.
11

Para Maia e Mattar (2007), a superação da distância entre alunos e


professores, no tempo e no espaço na EaD, utiliza-se de diversas ferramentas
de comunicação, como: telefone, rádio, áudio, vídeo, CD, televisão, e-mail,
tecnologias de telecomunicações interativas, grupos de discussão na internet
etc. O que mudou com as novas mídias é que alunos e professores têm a
possibilidade de interação e não apenas de recepção de conteúdos. O aluno e
o professor on-line aprendem a trabalhar com essas ferramentas, o que se
constitui em uma vantagem competitiva no mercado de trabalho atual.
A EaD pode envolver qualquer comunicação para mediar a relação
entre alunos, professores, conteúdo e instituições da EaD on-line, que é
também denominada e-learning, on-line learning, virtual learning, networked
learning ou web-based learning.
A EaD mostrou que é possível aprender sozinho. Muitos modelos de
EaD privilegiam o estudo autônomo e independente, utilizando muito pouco
atividades interativas, porque essas atividades, ainda que assíncronas, em
geral provocam restrições de tempo para o aluno, o que iria contra o próprio
espírito da aprendizagem a distância.
As novas tecnologias podem pegar também maior interação de
professores e alunos, e o mesmo entre os próprios alunos, possibilitando
justamente a combinação da flexibilidade da interação humana com a
independência no tempo e no espaço.

O público da EaD é ilimitado, entretanto alguns setores são


beneficiados com o progresso da educação a distância, pois não teriam acesso
a problemas tradicionais de educação. Nesse sentido, a EaD democratizaria e
simplificaria o acesso ao conhecimento, funcionando como um mecanismo de
justiça social, assim como as pessoas incapacitadas, por deficiências físicas
ou mentais, teriam acesso de freqüentar instituições convencionais de
aprendizagem.
A EaD beneficia ainda pessoas que, por diversos motivos, não podem
se deslocar até uma instituição de ensino presencial, ou as que trabalham em
horários alternativos ou viajam constantemente sem conseguir freqüentar o
12

ambiente acadêmico, por isso, se comprometendo a estudar em seus horários


disponíveis.

1.1 - Definindo Educação a Distância

Para Maia e Mattar (2007), a EaD acabou recebendo diversas


denominações diversas em diferentes países, como estudo ou educação por
correspondência (Reino Unido); estudo em casa e estudo independente
(Estados Unidos); estudos externos (Austrália); telensino ou ensino a distância
(França); estudo ou ensino a distância (Alemanhã); educação a distância
(Espanha); teleducação (Portugal) etc.

A EaD é uma modalidade de educação em que professores e alunos


estão separados. Planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias
de comunicação.

Em geral, a sigla EaD é aplicada a atividades de ensino e


aprendizagem em que o aluno e professor estão separados fisicamente, o que
as distinguem, por exemplo, do ensino presencial.

Em muitos casos, a EaD é mesclada com encontros presenciais; que


costuma-se chamar de educação semipresencial.

A separação física, costuma-se também ser associar a EaD à


separação temporal entre alunos e professores. Existem algumas atividades
síncronas em EaD, ou seja, em que professores e alunos precisam estar
conectados na mesma hora, como chats, videoconferências interativas, até
mesmo plataformas virtuais como a Second Life mas, na maioria parte dos
casos, as atividades em EaD são assíncronas, ou seja, professores e alunos
estão separados no tempo.
O estudo a distância implica, não apenas a distância física, mas
também a possibilidade da comunicação, na qual o aprendizado se dá sem
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que, no mesmo instante, os personagens envolvidos estejam participando das


atividades.

A EaD possibilita a manutenção do espaço e do tempo em favor da


educação. O aluno estuda onde e quando quiser e puder. Pode, por exemplo,
passar algumas semanas sem se dedicar muito aos estudos, por diversos
motivos, e durante uma ou duas semanas, dedicar-se com mais energia. Ou
seja, o aluno se autoprograma para estudar, de acordo com o seu tempo e a
sua disponibilidade.

Conforme Maia e Mattar (2007), ao contrário do auto-estudo


espontâneo e individual e de aulas particulares, a EaD é uma modalidade de
ensino que tem o apoio de uma instituição de ensino. No caso do ensino
superior, no Brasil, é preciso que a instituição seja credenciada pelo MEC para
oferecer os cursos, mas existem outras iniciativas de oferta de EaD, como as
universidades virtuais (a unidade aberta no Brasil é um exemplo disso, ou
mesmo o Instituto Universidade Virtual Brasileira – UVB) e também por
empresas e universidades corporativas, que descobriram no e-learning uma
eficiente forma de capacitar seus funcionários, reduzindo as despesas de
locomoção. Nesse sentido, a EaD é um modo ensinar e aprender.

1.2 - Momento Histórico

Segundo Maia e Mattar (2007), há registros de cursos a distância


oferecida por meio de anúncios de jornais desde a década de 1720. A EaD
surge efetivamente em meados do século XIX, em função do desenvolvimento
dos meios de transporte e comunicação (como trens e correio), especialmente
com o ensino por correspondência.
Várias iniciativas de criação de cursos a distância se espalharam, com
o surgimento de sociedade, institutos e escolas. Os casos mais bem-sucedidos
foram os cursos técnicos de extensão universitária.
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Depois houve a geração da EaD que apresentou o acréscimo de novas


mídias como a televisão, o rádio, as fitas de áudio, o vídeo, o telefone , as fitas
cassetes, os centros de estudo, em que se realizaram diversas experiências
pedagógicas.
A geração atual introduziu a utilização do videotexto, do
microcomputador, da tecnologia de multimídia, do hipertexto e de redes de
computadores, caracterizando a educação a distância on-line. Em relação a
geração anterior, não tem mais uma diversidade de mídias que se relacionam,
mas uma verdadeira integração delas, que convergem para as tecnologias de
multimídias e o computador. Atualmente há muitas ofertas de cursos a
distância, onde todas as mídias existentes ainda convivem, apesar do
predomínio da internet.

Baseado em Maia e Mattar (2007), no início do século XX, o método


Montessori, desenvolvido pela médica italiana Maria Montessori, compreende a
educação como autodeterminada pelo aluno, que pode utilizar o material
didático na ordem que escolher, sendo o professor concebido apenas como
um dirigente e facilitador de suas atividades e características marcantes na
EaD.
Nos Estados Unidos, por volta da metade do século XX, surge uma
tendência educacional tecnicista, centrada no planejamento, na organização,
na direção e no controle das atividades pedagógicas, que incentiva utilização
de diversas técnicas e instrumentos de aprendizagem, entre eles recursos
audiovisuais e computadores (Essa tendência é marcante na EaD).
Movimento ainda hoje importante, especialmente para EaD, é o
construtivismo, que se liga as obras de Jean Piaget e de Lev Semenovich
Vygotsky. O construtivismo concebe o conhecimento como um processo
contínuo de construção, invenção e descoberta por parte do aluno, ressaltando
a importância de sua interação com os objetos e os outros seres humanos.

O século XXI inicia-se a transição na educação. A importância cada


vez maior das tecnologias e das ciências; a substituição dos livros por formas
de transmissão de conteúdos (como a informação digitalizada, as imagens e
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os sons etc.); o desenvolvimento das linguagens de computador e da própria


informática; todas as conseqüências da revolução da informação exigem
alterações profundas nos processos educacionais e nas teorias pedagógicas.
E a educação a distância, nesse sentido, tem ditado as regras para a
educação do futuro.
O conceito de evolução pode ser desmembrado nas idéias de ensino e
aprendizagem.
O construtivismo que defende a importância da construção do
conhecimento por meio da interação dos seres humanos, é talvez a corrente
que mais domine a teoria da educação contemporânea. As teorias
behavioristas acabam também encontrando morado nos programas de EaD,
principalmente em função do uso da tecnologia. A tensão entre teorias
construtivista e behaviorista marca, para muitos, o universo da atual EaD.
Alguns projetos de EaD defendem maior autonomia para o estudo
independente do aluno, existem professores que defendem a necessidade do
diálogo e da interação com os demais alunos e os tutores.
A educação torna-se um ato de depositar, de narrar, transferir e
transmitir conhecimentos. Um modelo que facilitou a educação EaD.

É interessante qualificar o fenômeno da internet no Brasil pela visão de


Campos, Borges, Santoro e Santos (2003), o acesso à internet estava restrito,
até pouco tempo, aos laboratórios universitários e aos centros de pesquisa, por
intermédio das estações de trabalho. A possibilidade de acessar a internet via
plataforma Windows dos computadores pessoais expandiu o acesso a outros
contextos. Mas o barateamento no preço dos equipamentos, a expansão da
capacidade de armazenamento digital de informações e o advento das
interfaces gráficas tornaram os microcomputadores eletrodomésticos
sofisticados e acessíveis a um número considerável de pessoas, inclusive no
Brasil. Este fato acarretou a mudança no perfil dos usuários.
16

1.4 - EaD Corporativa

Para Maia e Mattar (2007), muitos países, independentemente do seu


grau de desenvolvimento econômico, atendem milhões de pessoas com
educação a distância em todos os níveis, utilizando sistemas mais ou menos
formais.
São inúmeras as instituições que oferecem cursos a distância, desde
disciplinas isoladas até programas completos de graduação e pós-graduação.
Em alguns casos, esses cursos são oferecidos por instituições que também
oferecem cursos presenciais, mas, tem instituições de ensino voltadas
exclusivamente para o ensino a distância e, até universidades virtuais, que não
possuem campus, apenas um banco de dados de colaboradores e uma oferta
de curso a distância.
Algumas instituições, que nasceram especificamente para ministrar
cursos a distância on-line, são denominadas universidades virtuais. Elas não
precisam de campus e podem funcionar em uma simples sala, com poucos
colaboradores. Sua oferta é apenas de cursos cem por cento a distância, ou
seja, elas se diferenciam das universidades presenciais que, posteriormente,
passaram a praticar a EaD.
No Brasil, o instituto Universidade Virtual Brasileira (UVB) é um
exemplo de universidade virtual. Apesar de ter sido formada por meio de um
consórcio de diversas universidades presenciais, que possuem campos em
diferentes Estados do país, seu credenciamento foi feito apenas para a oferta
de cursos cem por cento virtuais, ou seja, a UVB não oferece cursos
presenciais e não possui um campus, sendo administrada em um andar de um
prédio por poucas pessoas.

A organização que aprende é um conceito cada vez mais comum, na


teoria e na prática da administração de empresas. E convém lembrar que o
aprendizado, mesmo o adquirido em uma universidade, torna-se rapidamente
obsoleto.
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Diversas empresas, nesse sentido, criaram suas universidades


corporativas, que diferem dos clássicos departamentos de treinamento, pois
ampliaram significativamente seu nível de atuação, modificaram seus métodos
e conteúdos oferecidos e passaram, inclusive, a oferecer cursos com
certificação acadêmica. Os Estados Unidos é o país onde esse fenômeno mais
se desenvolveu, a partir da década de 1990. Já existem empresas de
referência como Toyota, Motorola, IBM e Mcdonald`s (com a Universidade do
Hambúrguer), que constituíram universidades corporativas, e existem também
inúmeros livros publicados em inglês sobre o tema.

O mercado para a educação corporativa é bastante amplo, e


praticamente todos os projetos de educação corporativa utilizam a EaD,
especialmente a EaD on-line (tanto que a palavra e-learning tornou-se
sinônimo de EaD corporativo), apesar de muitas soluções misturarem também
atividades presenciais.
Há inúmeras vantagens na utilização do e-learning pelas empresas.
Uma delas é a economia, tanto para a organização quanto para o funcionário,
pois além de se aproveitar a infra-estrutura tecnológica da própria empresa, o
número de alunos e seu perfil podem ser previstos com certa exatidão, o que
facilita o planejamento dos cursos. Pode-se também, por exemplo, alcançar o
funcionário-aluno onde ele estiver, na matriz, na filial ou em viagens em
qualquer lugar do mundo, superando assim as barreiras geográficas.
O funcionário-aluno usufrui do benefício da flexibilidade de tempo que
a EaD assíncrona oferece, superando assim a falta de tempo para estudar,
comum para quem trabalha. Com a EaD, as empresas conseguem não só
aumentar sua produtividade e competitividade como também atrair e manter
funcionários.
Os cursos, que podem ser obrigatórios ou eletivos, são em geral
oferecidos para os funcionários diretos das empresas, e todos os níveis
hierárquicos podem ser atingidos pela educação on-line corporativa:
operacional, supervisão, gerência, diretoria e presidência. Mas os cursos
podem também ser oferecidos para prestadores de serviços, fornecedores,
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parceiros, clientes e demais stakeholders da organização, até mesmo agências


governamentais. A universidade corporativa pode educar em diversos níveis de
formação: formação básica, formação profissionalizante, treinamento,
aperfeiçoamento, extensão, graduação, especialização e pós-graduação,
desenvolvendo dessa forma habilidades práticas e administrativas de seus
funcionários. Pode também educar sobre seus próprios serviços e produtos,
promovendo sua cultura corporativa, reforçando sua marca e mantendo
relacionamento com seus clientes, que em muitos casos têm direito aos
serviços sem custo.
Algumas universidades corporativas são na verdade: negócios
internos das próprias empresas, enquanto outras são subsidiárias e centros de
lucro para suas organizações. Existem empresas que chegam a oferecer
treinamentos a distância específicos para pequenas e médias empresas, e
ainda para indústrias, e muitas universidades têm também definido como seu
novo foco o adulto que trabalha.
Exemplos de projetos de destaque em educação corporativa no Brasil
são: Academie Accor Latin America, Abbott Laboratórios do Brasil, Pão de
açúcar e bancos como ABN Amro Real, Bradesco e Banco do Brasil.
19

CAPÍTULO II
A PEDAGOGIA PARA A APRENDIZAGEM

Conforme Eboli (2004), a pedagogia refere-se à reflexão sistemática


sobre educação de crianças e adolescentes; é a observação dos modelos,
métodos e técnicas de ensino. Ou seja, é a ciência da educação, é a arte e a
técnica de ensinar e está intimamente relacionada com a Filosofia, a
Psicologia, a Sociologia etc.
A andragogia é a ciência ou a arte de educar pessoas adultas.
Ao analisar o conceito de educação permanente, chega-se à
conclusão de que não existem diferenças essenciais entre a Pedagogia e a
Andragogia no que diz respeito ao objetivo de estudo e ao objetivo de
aprendizagem. As duas ciências referem-se ao mesmo objetivo, que é o
homem (criança, adolescente ou adulto) e ao mesmo objetivo, que é a
educação do ser humano. A Pedagogia e a Andragogia utilizam o mesmo
processo, mas se distinguem nas estratégias metodológicas de acordo com as
características das diferentes etapas da vida do indivíduo em situação de
aprendizagem.
A educação é prática experiente e a realidade vivida, ao passo que a
Pedagogia e a Andragogia são teorias, pensamentos e ideal a ser vivido.

2.1 Processos de Interação Educador e Educando

No processo de mediação pedagógica, os papéis de professor e


alunos podem se fundir para se auto-construírem, na medida em que se auto-
organizam à luz das aprendizagens emergentes. Desta relação se constituem
parcerias, nas quais todos aprendem a trabalhar colaborativamente. Nos
ambientes de aprendizagem online, a colaboração e a parceria são
fundamentais, o que incentiva a buscar formas cada vez mais ousadas de
mediação. Nessa direção, proponho a mediação partilhada, que traz a
possibilidade de materialização da parceria entre professor e alunos. Sem
20

perder de vista a especificidade do papel que cada um dos atores possui no


processo de aprendizagem, este tipo de mediação abre espaço para que a
produção do conhecimento seja co-construída e o processo de mediação
possa ser assumido por um parceiro (aluno) que tenha condições para fazê-lo
numa situação específica.
Os cursos desenvolvidos em ambientes online, a participação ativa de
alunos assume o que eu chamaria de “regência” emergente. Este fato decorre
de uma interação com seus pares na qual, em circunstâncias pontuais, um ou
mais alunos “tomam as rédeas” de uma discussão e assumem a mediação.
Neste momento, a mediação passa a ser partilhada com o professor que,
desta forma, transforma-se no mediador. O educador é aquele que busca a
sua autonomia e da autonomia ao grupo de alunos. A mediação partilhada, por
todos os aspectos destacados, pode contribuir para a formação de uma
comunidade de aprendizagem, por exemplo, uma vez que todos os envolvidos
tornam-se sujeitos aprendentes. A participação do mediador e de suas
ponderações são sempre intencionais e, por isso, por mais que esteja
envolvido com as construções, reflexões e regências emergentes, ele não deve
perder de vista sua função no grupo e manter-se atento aos movimentos do
grupo. Esta atenção se estende tanto aos que participam ativamente, quanto
aos que se apresentam mais modestamente em suas inserções.

O líder promove, ao longo do tempo, um ambiente em


que os integrantes possam se conhecer e se dar a
conhecer, na diversidade de seus posicionamentos e
valores. A escuta e valorização das contribuições de cada
um facilitam a disseminação de idéias, o fortalecimento
dos vínculos e a apropriação das memórias e dos
saberes individuais, que vão tecendo a história e a
identidade grupal, num revezamento de lideranças e
responsabilidades (PLACCO & SOUZA, 2006, p. 84-5).
21

A formação docente e a aprendizagem do educador devem ser um


processo partilhado. Neste percurso, o mediador é um orientador que
acompanha de perto, que interfere e que instiga as aprendizagens como
formador e aprendiz. Este profissional deve ter clareza do seu papel como
promotor e parceiro dos “ritos de passagem”, ou seja, ele precisa criar
condições didáticas para que o aluno possa fazer a sua travessia (processo de
aprendizagem integradora) com segurança e tranqüilidade. O educador tem
que ter ciência do processo de aprendizagem do adulto, o mediador
desenvolve uma mediação partilhada e estimula a emergência de regências
(lideranças) pontuais com seus alunos; deseja a formação de um educador
crítico e criativo; valoriza as produções desenvolvidas pelos alunos, ao mesmo
tempo em que reflete e critica coletivamente esse processo, pois medeia com
vistas à autonomia e não à manutenção; reconhece, na plasticidade humana,
a coerência e a convergência entre os processos de aprendizagem e o
desenvolvimento total do indivíduo. A plasticidade da aprendizagem deve ser
compreendida também como um processo em rede, cujas estratégias didáticas
são pensadas e propostas de acordo com as infinitas possibilidades de
conexões, considerando a flexibilidade dos sujeitos nela envolvidos. Desse
modo, Melaré (2003), tem o pensamento em rede, e este deve oferecer a
amplitude necessária para um melhor aproveitamento dos ambientes de
aprendizagem.

2.2 Modelos de Aprendizagem

Segundo Málere (2003), os estudos desenvolvidos sobre a


aprendizagem integradora, da didática online e das experiências co-
construídas neste caminhar, compartilha-se algumas possibilidades que foram
desenvolvidas com os alunos e outras com excelentes profissionais. Como não
é a intenção oferecer métodos ou receitas, apresenta-se alguns temas de
reflexão e questões, como contribuições para a aprendizagem do adulto em
Educação online, com o desejo de buscar interlocução com os leitores e
provocar partilhas coletivas de experiências e conhecimentos.
22

A aprendizagem integrada e concebe o indivíduo em suas múltiplas


relações. Podem-se pontuar alguns aspectos, frutos dos estudos e das
investigações desenvolvidas até o momento: o adulto percebe que a
aprendizagem não é decorrente de um processo estanque, linear e único,
marcado por apenas uma forma de aprender; ele enxerga o ser humano como
aquele que faz e se refaz, na medida em que suas estruturas se modificam;
que os indivíduos se adaptam (compreendendo que a adaptação é sempre um
processo ativo, pois biologicamente nosso organismo está sempre em
movimento, em ação para preservar a manutenção da vida), a flexibilidade da
aprendizagem é imensurável e possui elementos desconhecidos até para o
próprio sujeito aprende; que o cérebro não é um elemento à parte do
organismo humano, mas integrado ao corpo todo; que as fases e os modos da
aprendizagem são decorrentes de estímulos internos e externos ao organismo;
que o aspecto cognitivo está integrado ao emocional e, desse modo, um
influencia o outro, porém, problemas ou interferências de ordem neurológica,
por exemplo, podem desencadear processos para que outros elementos sejam
ativados e possibilitem que a aprendizagem ocorra, mesmo com prejuízos e
enfim, a aprendizagem do adulto deve buscar, por meio dos movimentos de
transação, atingir a fase de integração, pois é a partir dela que se torna pleno
na autonomia e na conscientização do ato de aprender, para isso precisa de
ações didáticas.
Os cursos de Educação online precisam buscar estratégias de
conexão crítica com o mundo, criando também circunstâncias de exploração
em espaços de interação para além dos cursos, pois em grande parte das
vezes o término do curso significa o encerramento das interações online, a
perda de um espaço que muitas vezes está se constituindo, mesmo que
inicialmente, como comunidade de aprendizagem. Muitos dos cursos a
distância online ainda estabelecem uma relação endógena com os alunos e
todos se tornam cativos destes ambientes, professores e alunos.
Todas as ferramentas tecnológicas devem convergir e refletir coerência
didático-pedagógica. O que fica claro é que, boa parte dos cursos a distância
23

online refletem as preocupações da área da Didática atual e se baseiam,


portanto, nas experiências de cursos presenciais.

De acordo com Nóvoa (1992), os aspectos que definem a importância


de estudos continuados de docente, pode-se destacar: a precária formação
recebida nos cursos de magistério e a rápida obsolescência dos
conhecimentos, pedagógicos ou relativos ao próprio ensino. A formação
continuada tem sido objetivo de estudos distintos. Nestes estudos salientam
que essa formação tem se expressado através de quatro dimensões, a saber:
reciclagem, treinamento, aperfeiçoamento e educação permanente. Eles
criticam essas dimensões afirmando que não dão conta dos três eixos centrais
do processo de formação continuada: a pessoa e a experiência do professor; a
profissão e seus saberes; e a escola e seus projetos.
A formação continuada que nos interessa especificamente é a
conduzida on-line. A incorporação do computador na sala de aula redefiniu a
educação a distância. No ensino on-line, ainda que o professor defina e dirija o
conteúdo do curso, há espaço para que os alunos o explorem de forma
colaborativa, segundo seus interesses. Os estudantes se transformam em
sujeitos concreto-ativos, isto é, aprendem através de experiências concretas
que lhes são propostas. Em muitas situações tais experiências de
aprendizagem começam com a prática e terminam com a teoria, como
acontece nos trabalhos em conjunto ou colaborativos, nas discussões, na
elaboração de projetos, na leitura e resposta a estudo de caso, em
dramatizações e em simulações. Assim os resultados de um processo on-line
não podem “ser medidos pelo número de fatos memorizados ou pela
quantidade de matéria decorada mas avaliados pela profundidade do
conhecimento e pelas novas competências adquiridas”.
A formação continuada não pode ser um “pacote instrucional”, mas
deve ser, sobretudo produção reflexiva e crítica de conhecimento na ação; e a
formação continuada on-line deve ensejar a aprendizagem colaborativa,
valorizando os interesses específicos de cada aprendiz, partindo da prática
para a teoria e a esta retornando para atualizar a ação. Ao final da pesquisa
24

espera-se poderem indicar os acertos e as dificuldades que a proposta teve


para conduzir a formação continuada na vertente de “construção colaborativa
do conhecimento crítico-reflexivo sobre a ação na ação”.

A aprendizagem cooperativa é uma técnica ou proposta pedagógica na


qual estudantes ajudam-se no processo de aprendizagem, atuando como
parceiros entre si e com o professor, com o objetivo de adquirir conhecimento
sobre um dado objeto.

Para Ramos (1991) a formação continuada se caracteriza como


trabalho coletivo. O confronto de saberes e práticas de todos os componentes
do grupo dão margem à instituição de um sistema de trocas cujo resultado se
reveste em desenvolvimento individual. A essência desse processo de
formação reside no seu caráter crítico-pedagógico.

2.3 - Conceitos e teorias da aprendizagem

A cooperação como apoio ao processo de aprendizagem enfatiza a


participação ativa e a interação tanto dos alunos como dos professores. O
conhecimento é considerado um construtor social, e desta forma o processo
educativo acaba sendo beneficiado pela participação social em ambientes que
propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Espera-se que os
ambientes de aprendizagem cooperativos sejam ricos em possibilidades e
proporcionem o desenvolvimento do grupo.

Resumindo os conceitos dos seis elementos mais importantes na


definição do campo de aprendizagem cooperativa para Barros (1994):

1. A aprendizagem é um processo inerente individualmente, não coletivo,


que é influenciado por uma variedade de fatores externos, incluindo as
interações em grupo e interpessoais.
25

2. As interações em grupo e interpessoais envolvem o uso da linguagem


(um processo social) na reorganização e na modificação dos
entendimentos e das estruturas de conhecimento individuais, e portanto
a aprendizagem é simultaneamente um fenômeno privado e social.
3. Aprender cooperativamente implica a troca entre pares, a interação
entre iguais e o intercâmbio de papéis, de forma que diferentes
membros de um grupo ou comunidade podem assumir diferentes papéis
(aprendiz, professor, pesquisador de informações, facilitador) em
momentos diferentes, dependendo das necessidades.
4. A cooperação envolve sinergia e assume que, de alguma maneira, “o
todo é maior do que a soma das partes individuais”, de modo que
aprender, desenvolvendo cooperativamente um trabalho, pode produzir
ganhos superiores à aprendizagem solitária.
5. Nem todas as tentativas de aprender cooperativamente serão à perda
do processo, falta de iniciativa, mal-entendidos, conflitos, e descrédito:
os benefícios potenciais não são sempre alcançados.
6. Aprendizagem cooperativa não significa necessariamente aprender em
um grupo, mas ao contrário implica necessariamente aprender em um
grupo, mas ao contrário implica a possibilidade de poder contar com
outras pessoas para apoiar sua aprendizagem e dar retorno se e
quando necessário, no contexto de um ambiente não-competitivo.

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida


nos atos de ensinar e aprender partindo do reconhecimento da evolução do
homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento preexistente e o
novo conhecimento. Várias teorias construtivas contribuem para o
entendimento de aprendizagem cooperativa. Elas têm como ponto comum a
visão de que indivíduos são agentes ativos, que, a partir de seus objetivos,
buscam e constroem conhecimento dentro de contexto significativo.
26

O professor assume o papel de provocador e estimulador de novas


experiências e dever ser capaz de propor estratégias ou caminhos para buscar
respostas.

Em Piaget (1978), o desenvolvimento da inteligência é uma contínua


adaptação ao ambiente por intermédio de um processo de maturação, formado
por dois componentes básicos: adaptação e organização. A adaptação é o
processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre assimilação e
acomodação. A assimilação refere-se à introjeção de conhecimentos sobre o
meio e a incorporação ao conjunto de conhecimentos já existentes. Pela
incorporação, a estrutura de conhecimento existente modifica-se de modo a
acomodar-se em novos elementos, tal modificação é denominada
“acomodação”.

A organização é a função pela qual a informação é estruturada,


gerando os elementos internos da inteligência, os esquemas e as estruturas.
Os esquemas são considerados unidades que conformam as estruturas
intelectuais.
O pensamento é o organizado por meio da adaptação de experiências
e dos estímulos do ambiente.

Bruner (1966) preocupa-se em induzir uma participação ativa do aluno


no processo de aprendizagem, contemplando a “aprendizagem por
descoberta”. Seu enfoque é a exploração de alternativas. O conceito de
exploração de alternativas pressupõe que o ambiente ou conteúdo de ensino
deve proporcionar alternativas para que o aluno possa inferir relações e
estabelecer similaridades entre as idéias apresentadas, favorecendo a
descoberta de princípio ou relações.

Um dos pontos-chave para o desenvolvimento intelectual, são os


ambientes abertos, em que a capacidade de representação e integração é
estimulada por técnicas provenientes de exportação ao ambiente especializado
27

de uma dada cultura. Nesta abordagem, os professores são os principais


agentes do processo educacional e devem ser capazes de dominar o uso dos
recursos com conhecimento e compreensão desse uso, de acordo com o
assunto, assumindo, ainda, tarefas de comunicação e figura de identificação.

Para Vygotsky (1989), o pensamento é construído gradativamente num


ambiente histórico e social. A interação social assume um papel fundamental
no desenvolvimento e todo função no desenvolvimento cultural de uma pessoa
que aparece primeiro no nível social, entre pessoas, e depois no nível
individual, nele próprio. Vygotsky identifica três estágios de desenvolvimento
que podem serem entendidos por qualquer aprendiz:
Nível de desenvolvimento real – determinado pela capacidade do
indivíduo solucionar independentemente as atividades que lhe são propostas;
Nível de desenvolvimento potencial – determinado pela solução de
atividades realizadas sob ação de atividades realizadas, a orientação de outra
pessoa mais capaz;
Zona de desenvolvimento proximal – consideração em um nível
intermediário entre o nível de desenvolvimento real e o nível de
desenvolvimento potencial.
A área desenvolvida é potencializada, ou seja, as habilidades podem
ser desenvolvidas como a ajuda de um adulto servindo de guia ou pela
colaboração entre pares. Já o nível desenvolvimento real é considerado como
sendo as funções mentais do indivíduo que já estão estabelecidas e que são
decorrentes das etapas de desenvolvimento inteiramente cumpridas pelo
sujeito.

O trabalho na área da aprendizagem on-line apoiada por computador


adota o enfoque de aprendizagem baseada em projetos. Acredita-se que saber
ler, escrever, interpretar, argumentar, planejar, resolver situações problemas e
ter domínio sobre as novas tecnologias são atividades básicas, essenciais à
participação social, que devem ser aprendidas por todos.
28

O ensino deve possibilitar a aquisição de estratégias de conhecimento,


em que o aluno compreende as interpretações sobre o fenômeno da realidade
e os lugares onde se constroem.

Oportunidade igual de sucesso: todo estudante deve acreditar que ele


tem uma chance igual de aprender o conteúdo e as habilidades,
independentemente do grupo no qual foi colocado. Ou seja, o estudante não
deve se sentir prejudicado por ter sido posto em um determinado grupo.

Acesso à informação: os professores devem estruturar as tarefas de


modo que os estudantes possam ter acesso às informações necessárias à sua
aprendizagem. O conteúdo das tarefas de aprendizagem deve estar
relacionado diretamente com desempenhos específicos e com testes de
avaliação capazes de medir os ganhos na aprendizagem.

Para Campos, Borges, Santoro e Santos (2003), a aprendizagem


permite que os alunos, em grupos, apresentem níveis mais altos de desenho
acadêmico do que quando trabalham sozinhos. Cada estudante deve estar
consciente de sua responsabilidade individual para a aprendizagem do que foi
definido para ser aprendido. Mas cada estudante precisa ser formal e
individualmente testado para ficar claro o que ele de fato aprendeu. O uso de
determinadas tecnologias pode ampliar, ou melhor, ambientes onde sejam
apresentadas. As tecnologias colaborativas permitem a construção de formas
comuns de ver, agir e conhecer; ou seja, são ferramentas que habitam
indivíduos a se engajarem conjuntamente na atividade de produção de
conhecimento compartilhado, ou de novas práticas.

Segundo Maher (1999), a análise da literatura disponível na área de


novas formas de educação on-line mostra um crescimento considerável na
compreensão e adoção da tecnologia de agentes como apoio à solução de
diversos problemas que foram descritos. Nos ambientes voltados para a
educação a distância, por exemplo, uma dificuldade apontada é a realização é
29

a realização de avaliação formativas como mecanismo, para o professor


acompanhar o desempenho individual e do grupo e, para o estudante verificar
seu próprio progresso.
Nos modernos ambientes de aprendizagem cooperativa, um problema
crítico é a representação do papel do professor. Nestes ambientes, o professor
pode assumir o papel de mediador e facilitador da aprendizagem. A introduzir
no ambiente computacional um agente mediador que representa o professor e
tem como função decidir qual é a melhor estratégia para conduzir os
estudantes a aprendizagem.
À medida que crescem as experiências com o uso sistemático dos
ambientes educacionais mediados por computador, alguns problemas
decorrentes desse uso passam a ser descritos. Em paralelo, os novos
ambientes desenvolvidos se tornam mais poderosos, adotando soluções mais
flexíveis, entre elas, aquelas baseadas em agentes de software. Nestes
ambientes, há uma clara preponderância dos agentes cognitivos, e entre estes,
o predomínio dos agentes pedagógicos, mostrando claramente a importância
da adoção de técnicas de inteligência artificial nos projetos de software para na
área da educação on-line.

Segundo McConnel (1998), o sistema educacional pode não estar


particularmente preocupado em promover a cooperação no processo de
aprendizagem, mas de alguma forma, os alunos trabalham juntos
informalmente e compartilham sua aprendizagem, dependendo de um contexto
específico. Os alunos cooperam porque percebem as vantagens de
compartilhar o que sabem e intuitivamente adotam uma visão social do
processo de aprendizagem.

Nóvoa (1992), fez um estudo que mostrou como os professores estão


vendo a sua formação on-line?
Respondida por 19 professores inferiu-se que o objetivo geral da
formação foi considerado adequado pela totalidade. Verificou-se, também, que
30

a internet atende às pretensões profissionais, 90% se posicionou


favoravelmente.
Um significativo percentual de 74% disse que as ferramentas de
aprendizagem eram compatíveis com as propostas do curso. Em contrapartida
58% afirmou ter dificuldade de compreender a organização do ambiente virtual
e também um grupo expressivo 48% se queixou da dificuldade de manusear
essas ferramentas.

De acordo com Para Campos, Borges, Santoro e Santos (2003),


Aprender de forma cooperativa independe do uso das novas tecnologias,
exigindo basicamente uma postura pedagógica inovadora. Mas a
popularização da internet está forjando um espaço para que a aprendizagem
cooperativa ocorra fora dos limites das salas de aula, ao fornecer suporte cada
vez mais estável, seguro e amigável para a criação de ambientes de
aprendizagem cooperativa, em que alunos e professores cooperam entre si,
sem as limitações de barreiras geográficas e de tempo.

Os ambientes de aprendizagem apoiados por computadores devem ter


normalmente um objetivo num contexto educacional.
31

CAPÍTULO III
OS SISTEMAS COMPUTACIONAIS

Conforme Maher (1999), a internet torna-se cada vez mais um meio


familiar de apoio à estruturação de novas propostas educacionais. Diferentes
enfoques de aprendizagem baseados na web estão sendo apresentados
visando ao enriquecimento do processo de ensino aprendizagem, entre elas a
aprendizagem cooperativa, que habilita os indivíduos a se engajarem na
atividade de produção compartilhada de conhecimento e em novas práticas
comunitárias. As tecnologias de rede, por seu turno, estendem algumas
capacidades da sala de aula e acrescentam outras, oferecendo novas
perspectivas para o processo educacional.

3.1 - Ferramentas e Sistemas computacionais

Uma expectativa educacional relacionada à internet é a possibilidade


de estender e reformular o trabalho escolar. Para tanto, o suporte tecnológico a
ser adotado deve apoiar formas poderosas de interações entre os alunos e o
diálogo entre aluno e professor. Para a realização de sua proposta
pedagógica, a aprendizagem cooperativa mediada por computador pode
apoiar-se em ferramentas isoladas da internet, como listas e fóruns de
discussão e software para chat ou em ambientes integrados. A tendência tem
sido o desenvolvimento da cooperação em um ambiente integrado por
ferramentas síncronas ou assíncronas, especialmente desenvolvido para com
propósitos educacionais.

O uso das ferramentas de comunicação e cooperação visa criar


espaços virtuais de interatividade entre estudantes e professores. A internet
tornou-se um grande repositório de software e aplicações gratuitas, e muitas
ferramentas para comunicação estão disponíveis para download. Entre estas
ferramentas encontram-se os editores os softwares e os fóruns de discussão.
32

Para Maher (1999), o processo de aprendizagem on-line engloba seis


aspectos relacionados ao problema do estímulo: atividade, tarefas realizadas
pelos grupos no decorrer do processo; avaliação, permite saber se os objetivos
de aprendizagem foram atingidos ou não; memória, armazenamento dos
dados relativos ao desenvolvimento de uma atividades; percepção, garantia de
que as pessoas estão compreendendo o próprio processo e como os
participantes estão interagindo dentro do ambiente; seus papéis responsáveis,
funções que podem ser assumidas pelos membros do grupo; coordenação,
disponibilidade de controles e observações do andamento do processo.

Como no ambiente de suporte a trabalho existem dois tipos de


tecnologias que podem ser utilizadas em ambientes de aprendizagem:
comunicação assíncrona e comunicação síncrona. O uso de uma destas
tecnologias ou da combinação delas irá determinar o grau de interação entre
indivíduos, permitindo ou disponibilizando pelo sistema. A necessidade de
diferentes possibilidades de comunicação irá depender do modelo proposto
pelo ambiente.

Segundo Maher (1999), o grau de interação pequeno é quando há


pouca interação entre os indivíduos envolvidos. Exemplo: quando existe
apenas compartilhamento de informações.
O grau de interação é médio quando a interação é um pouco maior,
porém ainda está bem distante dos efeitos de interação face a face. Exemplo:
no caso em que os indivíduos comunicam-se via e-mail, ou em chats.
O grau de interação é grande quando os indivíduos necessitam ter um
conhecimento maior uns dos outros e realizam trocas sociais em níveis mais
pessoais. Exemplo: no caso em que se realizam conferências sínconas.

Muitos ambientes e ferramentas CSCL combinam técnicas


desenvolvidas em outras áreas de estudo, tais como inteligência artificial,
realidade virtual e banco de dados, para promover a aprendizagem.
33

A plataforma e os recursos com os quais foi desenvolvido e implantado


um sistema computacional para aprendizagem que define algumas
características importantes, tais como o tipo de usuários do sistema. Exemplos
de plataformas: Windows, Unix, Internet entre outras.

3.2 - ARCOO (Aprendizagem Remota Cooperativa Orientada e


Objetiva)

O projeto ARCOO foi desenvolvido com o objetivo de apoiar


aprendizagem em ambientes distribuídos, onde ocorre interação entre pares
na busca da solução de um problema, na realização de um projeto.
Segundo Barros e Borges (1995), a aprendizagem em ambientes
distribuídos pressupõe que é possível vivenciar as características da
aprendizagem, mesmo estando os aprendizes distantes entre si, em alguns ou
todos os momentos do processo de construção de um conhecimento.
ARCOO é um ambiente para ser usado em atividades presenciais ou
remotas (usando redes de computadores), projetado para auxiliar cooperativas
que são realizadas sob a orientação de tutores, visando o alcance de certos
objetivos de aprendizagem.
O ambiente ARCOO é formado por quatro subsistemas: co-gestão, que
torna o processo gerencial efetivo e transparente; solução de problemas, que
permite representar um plano de ação que expressa divisão das tarefas entre
as aprendizes de modo a realização de metas parciais que levarão à solução
do problema; socialização, que gerencia os encontros entre os aprendizes:
reuniões, conferências e conversas; modelagem do conhecimento, que oferece
os instrumentos para criar e manter mapas de conceitos e bases de
informações que incorporam o conhecimento coletivo, criando a memória
compartilhada com um grande hipertexto.
Para Barros e Borges (1995), os requisitos do projeto ARCOO que são
considerados como aspectos sociais, cognitivos e tecnológicos:
34

Estrutura do grupo oferece suporte à definição de papéis, associação


de privilégios;
Criatividade auxilia a geração de idéias, quadros de sugestões
comunitárias;
Questões de planejamento são a formulação e reestruturação de
planos, análise de dependência;
Interação de atividades são mecanismos para incorporar ou apontar
para ferramentas cognitivas;
Consciência do grupo são os mecanismos para facilitar a percepção da
presença dos participantes do grupo (awareness);
Suporte ao acesso à informações são instrumentos de navegação e de
busca estruturada;
Suporte a diversas modalidades de comunicação como meios de
apoiar negociações, conversas informais, seminários entre outros;
Diversas formas de representação e de compartilhamento dos objetos
de trabalho e de conhecimento.
35

CAPÍTULO IV
AVALIAÇÃO ON-LINE

A avaliação da aprendizagem é o conjunto de ações organizadas com


a finalidade de obter informações sobre o que foi assimilado pelo estudante, de
que forma e em quais condições. É preciso elaborar um conjunto com de
procedimentos investigativos que possibilitem o ajuste e a orientação
adequada. A avaliação deve funcionar por um lado como um instrumento que
possibilite ao avaliador analisar criticamente a sua prática; e por outro, como
instrumento que apresente ao avaliar a possibilidade de saber sobre seus
avanços, dificuldades e possibilidades.

4.1 - Princípios Básicos da Avaliação Educacional

A avaliação é parte importante do processo de ensino aprendizagem e


consiste em determinar em que medida os objetivos educacionais estão sendo
realmente alcançados. Desta forma, é preciso definir claramente os objetivos
que se pretende alcançar e, a partir deles, estabelecer medidas capazes de
avaliar os principais componentes do processo educacional: o professor, os
alunos e os meios de comunicação empregados.
A avaliação aprendizagem é muito importante, pois permite verificar
como o aluno está assimilando os conhecimentos, como isso modifica a sua
visão em relação ao mundo, estimula o desenvolvimento do raciocínio e
aumenta a sua capacidade de participação na realidade que está vivendo.
Muitas pessoas consideram avaliação sinônimo de testes com lápis e papel.
Por meio destes testes, pode-se verificar a capacidade dos estudos em
analisar e tratar vários tipos de problemas verbais, vocabulário, leitura e outros
gêneros de habilidade e aptidões facilmente expressos sob forma verbal. A
avaliação deve ser reflexiva, crítica e deve buscar uma coerência na teoria e
na ação.
36

Em um processo de ensino-aprendizagem, os professores e os alunos


devem estar sempre avaliando, e não há necessidade de ensinar para a
avaliação, pois a avaliação esta dentro de todo processo educacional.Em
todos os processo aplicados para avaliação do aluno, devem ser observados
os aspectos quantitativos e qualitativos. Os aspectos qualitativos não
descartam a qualidade, pois a avaliação qualitativa pode ser feita a partir de
dados quantitativos, neste aspecto deve-se analisar também a qualidade.

A avaliação não é o resultado de um fim em si mesmo, mas um


indicador do que foi aprender. Outro aspecto importante é que formas não
convencionais de avaliação podem e devem ser utilizadas. Por exemplo, em
lugar de avaliar a competência dos alunos em língua materna a partir de uma
redação convencional, por que não avaliar sua capacidade de argumentação e
estruturação de pensamentos através de fóruns de discussão colocados na
internet.

4.2 - Avaliação Quantitativa e Avaliação Qualitativa

Existem duas abordagens da avaliação. A avaliação quantitativa do


desempenho dos alunos tem sido historicamente a mais utilizada nas escolas
e universidades. Ela adota os instrumentos formais, tais como provas, testes,
listas de exercício, que permitem o uso de escalas de medidas, como notas de
0 a 10, atribuição de conceitos (A,B etc). A principal preocupação da avaliação
quantitativa é a comprovação do grau (ou da medida) em que os objetivos
foram alcançados. Este tipo de abordagem está ancorado em pressupostos
éticos, epistemológicos e metodológicos que fornecem a fundamentação
filosófica para a teoria de aprendizagem comportamentalista.
Nessa abordagem, é preciso construir instrumentos de avaliação de
boa qualidade, capazes de efetivamente medir o que foi ensinado e o que foi
aprendido pelos alunos. Os instrumentos mais usados são provas com
questões fechadas (múltipla escolha e falso versus verdadeiro) ou questões
37

abertas (discursivas). Estes instrumentos podem ser usados tanto de forma


presencial quanto on-line, usando os recursos da web.

A avaliação qualitativa é um processo de avaliação contínuo. Alguns


aspectos positivos relacionados ao processo educativo, como a atitude do
aluno, sua participação nas tarefas propostos, seu interesse, seu espírito
crítico, sua autonomia intelectual e seus níveis de cooperação com os colegas,
são analisados e avaliados pelo professor utilizando parâmetros subjetivos.
Nesse tipo de avaliação, devem ser usados recursos capazes de
capturar seus aspectos qualitativos. Os instrumentos mais usados são a
observação direta do comportamento do aluno e anotações. Em ambientes
educacionais informatizados, a análise das interações dos estudantes usando
as ferramentas de comunicação (e-mail, fórum de discussão e chat) pode
subsidiar a avaliação qualitativa do processo de aprendizagem. Essas formas
de avaliação caminham juntas, e o bom professor lança mão tanto da
avaliação qualitativa quanto da avaliação quantitativa, para realizar a avaliação
do desempenho dos alunos.
A avaliação deve avaliar o nível de conhecimento, as atitudes e o
comportamento dos estudantes na fase inicial do processo, e em outras
posteriores, para identificar as mudanças que possam estar acontecendo. Sem
saber quais eram as condições iniciais do estudante, não é possível determinar
se houve modificações no nível de conhecimento e nas atitudes. Outro marco
de avaliação é necessário também para se obter uma estimativa de
permanência da aprendizagem, que deve se obter uma estimativa da
permanência da aprendizagem, que deve ser realizado após algum tempo que
o ensino se completou.
A avaliação dos estudantes é uma tarefa difícil, logo: como avaliar o
desempenho de alunos em tarefas medidas pela internet? Provas on-line?
Como saber se de fato é o aluno que esta on-line? Como validar trabalhos
enviados por e-mail? As atividades de aprendizagem devem necessariamente
ter momentos presenciais? Se isso não é possível, o que fazer/ O que avaliar?
38

Conteúdos? Como avaliar cooperação e a participação na realização de


tarefas?
A avaliação da aprendizagem permite verificar como o aluno está
assimilando os conhecimentos, como isso modifica a sua visão de mundo,
estimula o desenvolvimento do raciocínio e aumenta sua capacidade de
participação na realidade que está vivendo.

Um processo de avaliação requer planejamento, em que se deve


identificar o que se pretende atingir (os objetivos de aprendizagem), conceber
o processo de chegar até lá (os métodos, meios e materiais) e, finalmente, a
maneira de saber se conseguiu, ou não, o pretendido (tipos e instrumentos de
avaliação).
O processo de avaliação educacional inicia-se pela definição dos
objetivos do programa educacional, ou seja, esta em determinar em que
medida os objetivos pretendidos estão sendo realmente alcançados. Logo,
definir os objetivos de forma que possam ser avaliados é de fundamental
importância.

4.3 - Avaliação dos alunos em ambientes On-Line

As novas tecnologias de rede podem dar suporte a diferentes


atividades docentes, entre elas a avaliação on-line. Algumas ferramentas de
comunicação da web, como listas e fóruns de discussão, correio, eletrônico e
software para bate-papo, começam a ser adotadas por professores pelo seu
aparente potencial de ampliar as atividades as atividades tradicionais da sala
de aula. Especificamente, o uso destas ferramentas pode apoiar três das
principais tarefas do professor: a supervisão individualizada, a entrega de
conteúdo curricular e o incentivo à discussão. No entanto, a avaliação on-line é
ainda uma promessa e um ponto controverso. Embora o uso mais comum das
tecnologias on-line relacione-se ao suporte à comunicação professor-estudante
e ao envio de trabalhos via correio eletrônico, há uma crescente adoção de
testes objetivos on-line.
39

Os ambientes de aprendizagem não avaliam os estudantes por testes


objetivos. Contudo, estes ambientes podem oferecer apoio para que o
professor tenha dados constantes para subsidiar sua avaliação sobre o
desempenho de cada estudante e do grupo. As ferramentas de comunicação e
cooperação da Web podem se constituir em espaço virtual útil para a
representação, o armazenamento e a apresentação de dados sobe as
interações dos estudantes numa tarefa cooperativa, exibindo o histórico
dessas interações.
As pesquisas no campo da aprendizagem on-line apontam alguns
mecanismos de avaliação baseados em ferramentas de comunicação e
colaboração que, usados durante o processo de aprendizagem, fornecem
meios de armazenar e tornar disponíveis informações sobre as atividades
realizadas para que um avaliador passa monitorar e avaliar seus estudantes.
Estes mecanismos encontram-se implementados em alguns sistemas
descritos.
Maher (1999) propõe um framework para análise e avaliação de
seminários virtuais observando a participação, o conteúdo qualitativo e a
visualização das atividades colaboradoras.
A metodologia é baseada em pesquisa feita com o ambiente virtual
campus. Tal ambiente usa uma metáfora de sala para organização da
aprendizagem cooperativa, isolando grupos de estudantes segundo as
disciplinas que eles estudam, fornecendo meios para comunicação,
compartilhamento de conhecimentos e armazenagem de informações. A
avaliação é baseada nas informações observadas durante o processo de
interação dos alunos. Há várias características observadas durante um
seminário, como o nível de participação de cada membro do grupo, que é dado
número de frases construídas pelo aluno para explicar ou falar algo. A
avaliação de participação individual identifica não somente a quantidade de
contribuição, mas também o conteúdo do que foi apresentado. As informações
armazenadas podem fornecer indicadores do tipo de colaboração e da
extensão das interações entre os participantes.
40

Conforme campos, Borges, Santoro e Santos (2003), o processo de


avaliação consiste em determinar em que medida os objetivos educacionais
estão sendo realmente alcançados. Como os objetivos educacionais são
essencialmente mudanças em seres humanos, ou seja, modificações no
comportamento dos estudantes, a avaliação é o processo mediante o qual se
determina o grau em que essas mudanças ocorreram ou estão ocorrendo.
A avaliação da aprendizagem é o conjunto de ações organizadas com
a finalidade de obter informações sobre o que foi assimilado pelo estudante, de
que forma e em quais condições. Deve funcionar, por um lado, como um
instrumento que possibilite ao avaliador analisar criticamente a sua prática; e,
por outro, como instrumento que apresente ao avaliado a possibilidade de
saber sobre avanços, dificuldades e possibilidades.
Esses objetivos consistem em produzir certas modificações desejáveis
nos padrões de comportamento do estudante. A avaliação deve apreciar o
comportamento dos estudantes na fase inicial do processo, e em outras
posteriormente, para identificar as mudanças que possam estar acontecendo.
Sem saber quais eram as condições iniciais do estudante, não é possível
determinar se houve modificações.
Muitas pessoas ainda consideram avaliação sinônimo de testes com
lápis e papel. Com esses instrumentos, pode-se verificar a capacidade dos
estudantes em analisar e tratar vários tipos de problemas verbais,
vocabulários, leitura e outros gêneros de habilidade e aptidões facilmente
expressos sob forma verbal. A avaliação deve ser reflexiva, crítica,
emancipatória e deve buscar uma coerência na teoria e na ação. O
ajustamento pessoal-social é avaliado com mais facilidade pela observação de
pessoas em situações que envolvam relações sociais.

Luckse (1998) concorda que num bom processo de ensino-


aprendizagem professores e alunos estão sempre avaliando, e não há
necessidade de ensinar para a avaliação, pois esta é onipresente; ou seja, a
avaliação está dentro de todo o processo educacional.
41

O processo de avaliação seguramente requer um nível alto de análise


que vai além da medição de desempenho na execução da tarefa. O professor
deve coletar informações sobre o desempenho dos estudantes, pois estas
permitem determinar em que nível os objetivos educacionais foram atingidos,
se a prática pedagógica foi efetivada e se os tópicos de estudo requerem
suporte adicional. A web deve fornecer suporte para o acompanhamento do
processo de aquisição de informações. Para tanto, uma proposta de diretrizes
para avaliação de cursos a distância deve conter, além dos instrumentos
usuais de avaliação (provas escritas, trabalhos, listas, de exercício), um novo
enfoque de avaliação em que o processo de aquisição de informações seja
medido, sempre que possível.
42

CONCLUSÃO

Até atingir a sofisticação dos dias atuais, os computadores percorreram


uma longa estrada. Dos primeiros computadores movidos a válvulas,
desenvolvidos logo após a Segunda Guerra Mundial, passando pelas
tecnologias dos transistores e dos circuitos integrados, chegamos a
computadores cada vez menores e mais poderosos. O século XXI está
presenciando a revolução das redes de computadores e da multimídia.
Os alunos e professores virtuais encontraram nesta monografia o
material e a motivação necessários para compreender melhor o que estão
fazendo e como podem aperfeiçoar seu estudo. Aqueles alunos que (ainda)
não tiveram experiências com educação a distância vieram a se deparar com
uma iniciação para um tipo de estudo ao qual serão logo introduzidos.
Uma das tarefas mais complexas do professor é avaliar seus alunos.
Os professores do ensino básico e do ensino médio seguramente aprenderam
os fundamentos da avaliação em suas licenciaturas. A realidade mostra, com
freqüência, que se os fundamentos teóricos não se fazem acompanhar de
diretrizes práticas, tais fundamentos não fornecem os rumos adequados.

Esta revolução, especialmente a expansão da internet, está


provocando mudanças sensíveis no cotidiano. Passa-se a comunicar usando a
internet, comprar em shoppings virtuais, nos divertir com jogos e bate-papos,
trabalhar com o apoio da rede e estudar, consultar informações e pesquisar
auxiliados pela internet.

Este novo cenário tecnológico, econômico, social e cultural torna-se a


cada dia mais familiar a todos.
43

BIBLIOGRAFIA

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cooperativa distribuída. Florianópolis, 1995.

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Empresarial: uma nova visão de aprendizagem nas organizações. Rio de
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RAMOS, M. C. M. Formação continuada do professor. São Paulo:


Didática,1991.
45

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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