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TERAPIAS ASSOCIADAS

Fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional


CNPJ 42.227.361/0001-15
Rua Ágata, n°22, Jd. Dos Camargos, Barueri, SP
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Relatório de Avaliação Comportamental

1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Diana Viana Arantes
Data de nascimento: 16/06/2018 Idade: 4 anos e 6 meses
Primeira avaliação: Dezembro/2022
Escolaridade: fase I do ensino infantil
Filiação: Renata Viana Arantes / Lécio
Nome do solicitante: Neuropediatra
Finalidade: Avaliação psicológica para estruturação do plano de intervenção terapêutico
Psicóloga Supervisora: Gisele dos Santos Oliveira CRP 06/148105
Psicóloga avaliadora: Maria Carolina Leite CRP 06/86603

2. DESCRIÇÃO DA DEMANDA
Diana atualmente tem 4 anos e 6 meses de idade, foi encaminhada pela neuropediatra em
fevereiro de 2022, pois apresentava atraso na fala, só verbalizava palavras soltas sem
estruturação de frases, mesma recebeu o diagnostico CID 10 F84 (Transtorno do Espectro
Autista).

3. PROCEDIMENTOS
A criança iniciou o processo de intervenção na clínica em fevereiro de 2022, com as
especialidades de fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia.
A avaliação com o protocolo VB-MAPP iniciou em fevereiro e foi concluído no mês de março de
2022, após essa avaliação foi estruturado o plano de intervenção estimulando a criança até o
mês de dezembro, e agora esta sendo estruturado um novo plano de intervenção com o
protocolo IDADI, foram realizados dois encontros de 50 minutos cada com os responsáveis para

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o preenchimento do questionário. No primeiro atendimento o pai e a mãe compareceram e no


segundo foi realizado somente com o pai.

Técnicas utilizadas:
3.1 Fontes fundamentais de informação:
• Entrevista de anamnese com os pais;
• Observações do comportamento no ambiente clinico;
• Sessões de orientação parental;
• Aplicação do protocolo VB-MAPP;
• Avaliação do Desenvolvimento Infantil IDADI.

4. ANÁLISE
4.1 Dados da entrevista de anamnese
De acordo com os familiares a criança nasceu de parto cesária, teve que ficar internada, pois
apresentou icterícia.
No processo de alimentação mamou até os dois meses de vida, não apresentou quadro de
engasgo, alimenta-se muito bem e não apresenta quadro de seletividade alimentar,
Referente ao sono apresentava dificuldade, porém melhorou com o uso de medicações
(melatonina e respiridona), dorme na própria cama, mas durante a madrugada procura a
cama dos pais.
No desenvolvimento motor sentou com seis meses e andou com onze meses, anda na ponta
dos pés. No quesito linguagem Diana parou de falar aos dois anos de idade, verbalizando
somente palavras soltas, faz uso de chupeta e mamadeira.

4.2 Observações do comportamento no ambiente clínico


As sessões se iniciaram no ambiente clinico em fevereiro de 2022, o objetivo inicial foi a
obtenção do vinculo terapêutico, e durante as sessões foi possível aplicar o instrumento de
avaliação VB-MAPP, para compreender quais habilidades e defasagens da criança.

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4.3 Sessões de orientações aos pais

4.4 Aplicação da avaliação do VB-MAPP


O VB-MAPP (Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program) de autoria
de Mark L. Sundberg (2008) é um instrumento de avaliação baseado na abordagem
comportamental sobre a linguagem (Skinner, 1957). Essa avaliação fornece uma medida
sobre os comportamentos e habilidades da criança e também as dificuldades verbais e
sociais.
A avaliação dos repertórios de Diana foram avaliadas também por meio do VB-MAPP e teve
o foco na Avaliação dos Marcos do Desenvolvimento (Milestones Assessment) que consiste
na avaliação de uma amostra de todo o repertório verbal da criança.
Avaliação dos Marcos do Desenvolvimento (Milestones Assessment):
A avaliação do componente 1 do VB-MAPP é divida em três níveis baseados nos marcos de
desenvolvimento: Nível 1 (0-18 meses), Nível 2 (18-30 meses) e Nível 3 (30-48 meses).
Nível 1
O Nível 1 avalia o repertório de mandos (pedidos), tatos (nomear), comportamentos de
ouvinte, habilidades visuais e percepção visual, brincar independentemente, habilidade
sociais, imitação, ecóico (repetição vocal) e vocalização espontânea.
Nível 2
O Nível 2 apresenta uma continuação das habilidades avaliadas no Nível 1, além de avaliar
o comportamento de ouvinte em relação à característica, função e classe dos estímulos (isto
é, se a criança aponta o estímulo correspondente quando a instrução é sobre a sua função,
por exemplo, (“O que serve para comer?”), habilidades intraverbais (habilidades de
completar frases, responder perguntas e manter conversação) e habilidades em situações
de grupo e rotina de sala de aula.

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Nível 3
O Nível 3 apresenta uma continuação das habilidades avaliadas no Nível 2, além de avaliar
mais três novos domínios, leitura, escrita e matemática. Essas áreas são incluídas no
currículo da criança após todas as habilidades dos níveis anteriores estiverem firmemente
estabelecidas.

RESULTADO DA AVALIÇÃO DO VB-MAPP


Mando - Trata-se do tipo de linguagem no qual a criança solicita tudo o que precisa e
deseja. O mando ocorre em forma de uma resposta verbal (que pode ser vocal, gestual ou
por troca de imagens) que acontece quando existe uma motivação para obter itens ou
reforçadores específicos. Durante o processo de avaliação Diana pegava os objetos de seu
interesse sem efetuar pedidos e com ausência do contato visual, também fez uso
comportamento de “choro” para obter o objeto de seu interesse.
Tato - Tato é o tipo de linguagem através do qual a criança nomeia itens, ações, atributos,
etc, no ambiente físico próximo a si. Tecnicamente, o tato é o operante verbal que está sob o
controle funcional de um estímulo discriminativo não verbal e produz reforçamentos
condicionais generalizados. Diana apresentou defasagem nessa habilidade.
Ouvinte - Comportamento de ouvinte se dá quando a criança ouve um comando e
compreende o que foi dito, executando as instruções. É aquela na qual um terceiro emite
uma instrução evocando uma reposta não verbal da criança. Quando chamada pelo nome,
Diana respondeu 70% das oportunidades criadas em sessão, apresentou baixa resposta aos
comandos e o contato visual foi restrito.
PV/MTS (Habilidades visuais, perceptuais e emparelhamento de identidade) -
Percepção visual é a habilidade de realizar uma discriminação visual crítica entre objetos e
emitir resposta apropriada. Foram utilizados alguns recursos como objetos com cores
diversas, seleção de animais, corpo humano, bolas, porém Diana não efetuou os
pareamentos durante a avaliação e também não realizou rastreio visual.

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Brincar Independente - A habilidade de brincar de forma independente significa que a


criança é capaz de engajar-se em comportamentos espontâneos que sejam
automaticamente reforçados (Vaughan & Michael, 1982). Durante a avalição Diana explorou
os brinquedos, porém pegava e jogava no chão, não dando função e o tempo de
permanência foi curto.
Comportamento Social e Brincar Social - Comportamento social pressupõe a existência
de comunicação verbal como Mando, Tato e Intraverbal. A brincadeira social envolve
interação com o outro e o reforçamento é socialmente mediado por estes indivíduos (Mark L.
Sundberg). Diana não demonstrou interesse nas trocas de turno, mesmo mediante
estimulação para a interação no brincar.
Imitação Motora – Esta é uma habilidade que permite que a criança observe pares ou
adultos realizando ações e que ela faça igual, aumentando suas possibilidades de
aprendizado independente e espontâneo. Criança não apresentou esse repertório durante a
avaliação.
Ecóico e vocal - Trata-se de um tipo de linguagem no qual a criança repete sons e palavras
pronunciadas por outros. Diana emitiu alguns sons, porém o repertório ainda é inconsistente.

Depois da avaliação com este instrumento foi criado um plano de ensino individualizado
(PEI), que possibilitou trabalhar com a criança as suas defasagens. Diana atualmente faz
uso da comunicação alternativa PECS (Picture Exchange Communication System).
O principal objetivo do PECS é ensinar comunicação funcional. Pode ser usada com idades
e deficiências variadas, pois todas as pessoas independentemente da extensão ou
gravidade das suas deficiências, têm direito básico ao afeto, através da comunicação e as
condições de sua própria existência.
O PECS consiste em seis fases e começa ensinando o indivíduo a dar uma única figura de
um item ou ação desejada a um “parceiro de comunicação” que imediatamente honre a troca
como um pedido. O sistema prossegue ensinando a discriminação de figuras e como juntá-
las em frases. Nas fases mais avançadas, os indivíduos são ensinados a usar iniciadores,
para responder perguntas e realizar comentários. Essa ferramenta também pode ser usada
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para expandir o comprimento das frases e para aumentar o vocabulário. Diana atualmente
esta na fase quatro.

4.5 Avaliação do Desenvolvimento Infantil IDADI.


O Inventário Dimensional do Desenvolvimento Infantil IDADI, é um instrumento
multidimensional de avaliação do desenvolvimento infantil. Ele possibilita uma valiação
abrangente do desenvolvimento nos domínios: Cognitivo, Socieomocional, Comunicação,
Linguagem Expressiva e Receptiva, Motricidade Ampla, Motricidade Fina e Comportamento
Adaptativo. Inclui uma medida de habilidades relevantes da primeira infância, em múltiplos
aspectos da vida da criança, em comparação aos pares, que pode também ser
acompanhada longitudinalmente. Neste sentido, o IDADI pode ser utilizado, ainda para
monitorar a efetividade ou eficácia de intervenções promotoras de desenvolvimento.
Destinado a bebês e crianças entre quatro e 72 meses de idade.

RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL IDADI

DOMÍNIO CLASSIFICAÇÃO INTERPRETAÇÃO


Cognitivo Muito inferior Atraso significativo
Socioemocional Muito inferior Atraso significativo
Comunicação e linguagem Muito inferior Atraso significativo
receptiva
Comunicação e linguagem Muito inferior Atraso significativo
expressiva
Motricidade ampla Abaixo da média Alerta de atraso
Motricidade fina Inferior Atraso
Comportamento adaptativo Muito inferior Atraso significativo

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Dominio Pontuação Escore Inferior Superior Escore Z Escore


bruta desenvol- Padroni-
vimento zado
Cognitivo 13 106,4 105,2 107,7 - 3,09 54
Socioemo- 3 107,8 105,8 109,8 - 3,69 45
Cional
Comunicação 2 106,5 104,8 108,1 - 4,57 32
e Linguagem
receptiva
Comunicação 7 100,7 95,8 105,6 - 3,88 42
e linguagem
expressiva
Motricida- 30 138,1 137 139,1 - 1,13 83
de ampla
Motricida- 14 125,1 123,5 126,8 - 1,97 70
de fina
Comporta- 39 100,9 100,2 101,6 - 2,86 57
mento
adaptativo

De acordo com os dados obtidos com esse instrumento de avaliação foi possível identificar
que Diana apresenta:

Domínio Cognitivo: o desenvolvimento cognitivo envolve processos mentais que subjazem


a consolidação e manipulação do conhecimento. Tais processos permitem que as crianças
adquiram, lembrem e usem o conhecimento, compreendam conceitos e relações, e resolvam
problemas da vida cotidiana (Papalia & amp; Feldman, 2013). O domínio cognitivo, assim
como os demais domínios do IDADI, é concebido como uma capacidade latente, ou seja,
inferida indiretamente a partir de observações de comportamentos e habilidades que a
subjazem (Bjorklund,2012). Envolvem vários processos, incluindo a percepção, formação de
conceitos, simbolização, abstração, atenção, velocidade de processamento da informação,

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processamento visuoespacial, solução de problemas e memória. Diana apresentou escore Z


– 3,09 (atraso significativo), ou seja, a sua classificação esta muito inferior para o esperado
de sua idade.
Domínio Socioemocional: o desenvolvimento socioemocional engloba habilidades e
comportamentos que permitem a criança se engajar em interações sociais significativas com
adultos e com pares, compreender e regular as próprias emoções, desenvolver o
autocuidado e o entendimento do outro. Outros (Sharma, 2011). Por volta dos seis meses a
criança começa a manifestar o sorriso social, ou seja, em resposta aos cuidadores próximos.
No IDADI, essa habilidade é abordada em dois itens que avaliam o sorriso da criança em
resposta à presença de um adulto e na retribuição ao sorriso da mãe ou cuidador principal.
Diana apresentou escore Z – 3,69 (atraso significativo), ou seja, esta abaixo do esperado
para sua idade.
Domínio Comunicação e Linguagem Receptiva: o desenvolvimento da linguagem
receptiva compreende habilidades da criança em entender o significado de gestos e de
informações verbais e ideias, incluindo palavras, frases, e expressões verbais. A
compreensão de relacionar-se diferentes tons de voz e amplas formas de expressão não
verbal. Este domínio no IDADI inclui 41 itens que avaliam os aspectos listados acima. Em
relação à fundamentação teórica, ele reúne conhecimentos de áreas como fonoaudiologia e
da psicologia, incluindo a Abordagem Sociocognitiva do Desenvolvimento Humano
(Tomasello, 2003). As habilidades iniciais do domínio Comunicação e Linguagem Receptiva
do IDADI são direcionadas a bebês de quatro meses, e relacionadas à acuidade auditiva,
como responder, reconhecer e se direcionar a sons e vozes familiares. As primeiras
habilidades de comunicação receptiva incluem olhar ao ser chamado e se direcionar a vozes
e barulhos produzidos por pessoas próximas. Diana apresentou escore Z – 4,7 (atraso
significativo), ou seja, esta abaixo do esperado para sua idade.
Domínio Comunicação e Linguagem Expressiva: o desenvolvimento da linguagem
expressiva inclui itens que avaliam habilidades da criança em manipular unidades de
significado do idioma falado, gestos e expressões não verbais para se expressar, transmitir
informações e instruções necessárias à interação social. O domínio Comunicação e
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Linguagem Expressiva do IDADI possui 50 itens distribuídos nas subdimensões indicadas.


Conta com conhecimentos teóricos tanto da área de fonoaudiologia, quanto da psicologia,
como a Abordagem Sociocognitiva do Desenvolvimento Humano (Tomasello, 2003). Diana
apresentou escore Z – 3,88 (atraso significativo), ou seja, esta abaixo do esperado para sua
idade.
Domínio Motricidade Ampla: o desenvolvimento motor é um reflexo da interação entre a
necessidade de realizar uma tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente
(Gallahue & Ozmun, 2005). O domínio Motricidade Ampla do IDADI inclui 61 itens avaliativos
de atividades que envolvem os grandes músculos do corpo. As principais habilidades
incluem andar, sentar, correr, ficar de pé, equilibrar e coordenar atividades físicas. Este
domínio avalia a aquisição, mais do que a qualidade do movimento, uma vez que muitas
habilidades motoras vão continuar a se aprimorar na adolescência e na vida adulta. Diana
apresentou escore Z – 1,13 (alerta de atraso), ou seja, esta abaixo da media em
comparação aos seus pares da mesma idade.
Domínio Motricidade Fina: a motricidade fina refere-se à coordenação precisa de
pequenos músculos do corpo, como os dos pés, mãos, dedos, pulsos, lábios, olhos e língua.
Abrange habilidades para alcançar, agarrar e manipular objetos. O domínio Motricidade Fina
do IDADI inclui 41 itens que não operacionalizam os principais marcos da primeira infância
relacionados a esse construto. Suas contribuições teóricas também são advindas,
principalmente do Modelo de Ampulheta Heurística (Gallahue, Ozmun, & amp; Goodway,
2013) e da Teoria dos Sistemas Dinâmicos (Clark,1997). Diana apresentou escore Z -1,97
(atraso), ou seja, ainda é necessário desenvolver essa habilidade.
Domínio Comportamento Adaptativo: o domínio Comportamento Adaptativo avalia
habilidades da criança em alcançar padrões equivalentes aos seus pares em termos de
independência pessoal e responsabilidade social. É uma medida do uso da informação e de
habilidades adquiridas em outros domínios e sua aplicação na vida prática (Newborg, 2005).
Por meio de seus 78 itens, o domínio Comportamento Adaptativo do IDADI avalia
habilidades de desenvolvimento em três principais subdomínios: 1) habilidades para
julgamento e resolução de problemas em situações novas da vida cotidiana; 2) capacidade
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de compreensão de sentimentos e pensamentos dos outros, e 3) aptidão para autogestão


em várias esferas da vida, incluindo cuidados pessoais, responsabilidades profissionais e
escolares. As habilidades iniciais do domínio Comportamento Adaptativo geralmente estão
associadas com tentativas de alimentação, como segurar a caneca e tentar beber, mastigar
a comida e segurar a colher e o garfo pelo cabo. Por necessitar que habilidades mais
complexas de outros domínios estejam estabelecidas, e por ser uma medida de autonomia,
a avaliação das habilidades do Comportamento Adaptativo do IDADI se inicia somente aos
seis meses. Antes disso, o bebê é totalmente dependente dos familiares para todas as
atividades. Além disso, habilidades adaptativas são altamente dependentes de contexto e de
estimulação, havendo uma variação de sua aquisição maior que nos outros domínios do
IDADI. Diana apresentou escore Z – 2,86 (atraso significativo), ou seja, esta abaixo do
esperado para sua idade.

5.CONCLUSÃO
O transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento de inicio
precoce com diferentes níveis de severidade que implicam em diferentes possibilidades e
abrangências de caráter interventivo, é um transtorno do neurodesenvolvimento
caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos
repetitivos. O transtorno é classificado em três níveis. Nível 1 apresentam prejuízos, mas
não necessitam de tanto suporte. Nível 2 moderado necessitam de suporte substancial, as
dificuldades em interação social, comunicação, padrões de comportamento necessitam de
mediação. Nível 3 severo, necessitam de muito suporte em suas atividades, as dificuldades
na interação social , comunicação e comportamentos repetitivos se apresenta de forma
grave.
Tendo em vista as informações das sessões de observação, anamnese e os resultados das
avaliações do VB-MAPP e IDADI, foi possível obter os seguintes resultados:
Na avaliação do VB-MAPP apontou que Diana apresenta atraso nos marcos do
desenvolvimento: mando, tato, ouvinte, PV/MTS (Habilidades visuais, perceptuais e

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emparelhamento de identidade), brincar Independente, comportamento social e brincar


social, imitação motora, ecóico e vocal.
Os resultados da avaliação do desenvolvimento infantil IDADI indicaram maiores déficits nos
domínios: cognitivo, socioemocional, comunicação e linguagem receptiva, comunicação e
linguagem expressiva, motricidade ampla, motricidade fina e comportamento adaptativo.
Com os resultados obtidos através dos instrumentos utilizados será traçado um plano de
intervenção adequado para criança
Conforme a avaliação descrita e com embasamento de evidências científicas se faz
necessário que Diana continue sendo assistida por uma equipe multidisciplinar, de forma
contínua e por prazo indeterminado, de acordo com o planejamento terapêutico
desenvolvido para a mesma.
Essas terapias são imprescindíveis para seu desenvolvimento devendo ser realizadas de
individualizada por profissionais habilitados seguindo o modelo comportamental, pois as
intervenções com resultados mais efetivos derivam da teoria comportamental, pois
produzem mudanças significativas no comportamento de pessoas com autismo.
A não realização do tratamento sugerido poderá causar prejuízos imensuráveis no
desenvolvimento da mesma, já que a primeira infância é a fase onde ocorre a maior
plasticidade cerebral, resultando assim em maiores possibilidades de sucesso na
reabilitação, devendo assim, as terapias serem realizadas de forma intensivas. O
acompanhamento deve ocorrer em clínica, escola e ambiente domiciliar, ou seja, para maior
eficácia a intervenção deve ocorrer em todos os ambientes em que a criança frequenta com
treinamento e orientação aos pais, cuidadores e professores.

5.1 INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS


Se faz necessário a continuação do acompanhamento psicológico - Terapia Comportamental
- ABA – Applied Behavior Analysis. A terapia ABA é o tratamento psicológico que tem mais
base científica para o tratamento do autismo.

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Recomenda-se também a orientação aos pais para estimular o processo de generalização


de comportamentos adequados e diminuição dos comportamentos disfuncionais.
Destaca-se ainda a importância de acompanhamento terapêutico no ambiente familiar e em
atividades escolares e sociais para estimular as habilidades de interação social e
desenvolvimento emocional.

Barueri, 22 de dezembro de 2022.

_________________________________
Gisele dos Santos Oliveira
Psicóloga Supervisora:
CRP: 06/148105

_________________________________
Maria Carolina Leite
Psicóloga
CRP: 06/86603

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