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Nome: Rafael Giorgetti, Maristela, Giovana Américo

PSICOLOGIA E DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS

Primeiramente, é necessário explicar o que vem a ser o que denominamos como deficiências
múltiplas: trata-se de uma condição que causa atrasos no desenvolvimento global e na
capacidade adaptativa do indivíduo em maior ou menor intensidade, ao afetar campos
intelectuais, físicos, emocionais, neurológicos, entre outros.

Sendo classificadas em: Física e psíquica; Psíquica e sensorial; Física e Sensorial; Sensorial,
física e psíquica.

Vale destacar que a surdocegueira não se encaixa em deficiências múltiplas pois, as pessoas
com deficiência múltipla sempre terão o apoio de um dos dois sentidos, enquanto a pessoa
que é surdocega, irá precisa fazer uso de outros canais sensoriais, como o tato, olfato, paladar,
para perceber o mundo a sua volta.

Sendo assim, existe um consenso quanto a necessidade de que os profissionais de saúde


tenham acesso a treinamentos e aprendizado de novas habilidades interacionais para melhoria
no relacionamento e atendimento aos pacientes com deficiências múltiplas. Essa necessidade
especial, fica ainda mais nítida devido ao fato de existir uma elevada taxa de omissão de
comportamentos inadequados ou indesejados, para si mesmos e para os outros (Estereotipia,
que são comportamentos repetitivos sem alguma finalidade; Autolesão; Comportamentos
aberrantes relacionados a sexualidade; Agressividade e birra) por parte desses pacientes. Para
tanto, a Analise do Comportamento, tenta entender a ocorrência de tais comportamentos a
partir da análise das tríplices contingências (Estimulo discriminativo; Eliciação de resposta;
Estimulo Consequente), assim com a função de desses comportamentos para o indivíduo que
se comporta de tal maneira. Sendo assim, a análise funcional deve sim, ser utilizada por outros
profissionais da saúde, além é claro do psicólogo, para que se realize um trabalho mais eficaz.

Mas o que é a Análise do Comportamento? É uma abordagem da psicologia que tem como


objeto de estudo o comportamento humano. Ela pode ser dividida em três subáreas
interligadas: o Behaviorismo Radical, uma proposta de filosofia da ciência que fundamenta as
noções de conhecimento, objeto de estudo e método de investigação da Análise do
Comportamento; a Análise Experimental do Comportamento, o braço empírico ou campo de
estudos no qual se testam e se comprovam hipóteses sobre as condições nas quais o
comportamento ocorre, utilizando-se de circunstâncias experimentais controladas, em que se
manipulam variáveis independentes (mudanças no ambiente) e observam-se os efeitos sobre
as variáveis dependentes (mudanças no comportamento); a Análise Aplicada do
Comportamento, o campo de intervenção planejada dos analistas do comportamento,
incluindo tanto as práticas profissionais mais tradicionais, como intervenção clínica, escolar,
organizacional, hospitalar etc, como qualquer outra intervenção que se faça necessária, isto é,
onde exista comportamento humano a ser explicado e modificado.
Por tanto, ao se trabalhar com pessoas com deficiências múltiplas, o profissional ao utilizar da
Analise do Comportamento é capaz de identificar as contingencias que atuam em cada
situação, reduzir comportamentos inadequados ao mesmo tempo em que treina
comportamentos adequados para a adaptação do deficiente no meio social, além de promover
uma melhor qualidade de vida para tais indivíduos. Entre essas contribuições, se destaca o
desenvolvimento de repertorio relacionado ás habilidades sociais e cognitivas, e cotidianas,
uma vez que o portador de deficiência possui um repertorio limitado é essencial a disposição
dessas novas habilidades para seu desenvolvimento e inserção social. Destaca-se como
procedimento para obter um aumento significativo de repertorio o Procedimento de Reforço
Diferencial de Comportamentos Alternativos, que consiste em liberar o reforço depois de uma
ou mais ocorrências de um comportamento particular, que pode ser treinado ou ensinado, e
que não necessariamente seja incompatível com o comportamento indesejado.

Pensando nessa necessidade, Fornazari, junto de Oliveira e Silva, desenvolveram um software


para que profissionais que trabalham com essa clientela possam além de obter um
conhecimento acerca de questões de básicas de uma ciência de comportamento, aplicá-los.
Ocorrendo ainda, sessões de video-feedback para identificar as mudanças que ocorreram
durante e após o uso do software, assim como as melhorias obtidas nos atendimentos.

O procedimento anteriormente citado, busca diminuir a frequência da emissão dos


comportamentos inadequados e aumentar a frequência dos comportamentos considerados
adequados, por meio de reforço dos comportamentos alternativos emitidos, para que assim
esses indivíduos possam ser mais bem aceitos pela sociedade, e até mesmo terem condições
de inserção no mercado de trabalho.
Sendo assim, esse instrumento de mudança comportamental é mais eficaz na seleção e no
desenvolvimento de repertórios comportamentais eficientes e adequados, se comparado a
punição (já que os resultados são satisfatórios apenas com a presença do estimulo punitivo), e
até mesmo a extinção (que é eficaz apenas em diminuir a ocorrência do comportamento
indesejado, mas ineficaz na aprendizagem de outros comportamentos que substituam o
inadequado).

Por tanto, esse esquema de reforçamento (que reduz comportamentos indesejados e instala
ou mantêm comportamentos adequados) é de imensa importância para pessoas com
deficiências múltiplas, considerando que essas, geralmente, apresentam um repertorio
comportamental bem reduzido. Assim considerando a redução da estigmatização social com
relação a essas pessoas, reduzir os comportamentos inadequados é muito importante, mas
por outro lado garantir uma produtividade (até mesmo para tarefas cotidianas, inclusive a
própria sobrevivência) que possibilite uma verdadeira melhora em sua qualidade de vida é
fundamental.

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