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UNIVERSIDADE POSITIVO

Plano de Estágio Supervisionado em Clínica

Aluna: Aline Paixão


Acrescentarcomosedáofuncionamentodostagio
Período: 9º/ Noturno
Supervisora: Josiane Knaut
Local do estágio: Centro de Psicologia da Universidade Positivo
Campo de estágio: Estágio Supervisionado na Área da Saúde

Cronograma:
Cronograma
Supervisões - Início
26/Fev
Sexta-feira das 19h às 20h40min
Plano de estágio 10/abr
Atendimento Semanal
Relatório Semanal
Relatório Final 12/jun
Término do semestre 19/jun

Objetivos do Estágio
 Desenvolver o aluno para um bom desempenho profissional no contexto clínico;
 Oportunizar situações para o que o aluno aplique na prática conhecimentos
teóricos adquiridos durante o curso;
 Desenvolver uma atitude profissional e ética quanto à atuação do aluno como
psicólogo;
 Desenvolver habilidades no aluno, de forma que este possa ser capaz de
diagnosticar, planejar e executar programas e planos de intervenção com
referenciais metodológicos adequados as diversas demandas que possam surgir
na clínica.
CURITIBA, 2015.
Clínica Analítico Comportamental
“A terapia consiste, não em levar o paciente a
descobrir a solução para o seu problema, mas em
mudar o seu paciente, de tal modo, que seja capaz
de descobri-la” (Skinner, 1953).

A modalidade clínica Analítico-Comportamental é baseada em evidências


científicas, derivadas de pesquisas básicas e aplicadas, que são pautadas na Análise do
Comportamento e no Behaviorismo Radical. A Análise do Comportamento enquanto
ciência traz contribuições importantes para a prática clínica, como os conceitos básicos
de comportamento respondente e operante, operações motivadoras, operações verbais e
controle aversivo. Já o Behaviorismo Radical enquanto filosofia dessa ciência, traz seus
pressupostos filosóficos que norteiam a prática do clínico analítico-comportamental.
Essa filosofia possui uma visão monista e materialista do homem, ou seja, não há
diferença entre físico e mental, pois o ser humano é considerado como tendo apenas
uma natureza material, esse argumento de Skinner acaba com o dualismo mente-corpo.
Skinner utiliza-se para esse argumento do conceito de comportamento privado, o qual se
diferencia do comportamento público, por ter acesso direto e privilegiado, mas não
deixa ser comportamento (De Farias e col., 2010).
Outro pressuposto importante trazido pelo Behaviorismo Radical é a
determinação do comportamento. De acordo com este, quem determina é o ambiente, a
partir da interação que o organismo humano tem com ele; na ontogênese, na filogênese
e na história das práticas culturais (Skinner, 1981 citado por De Farias e col., 2010).
Assim, o Behaviorismo Radical define comportamento como interação organismo
ambiente e essas interações são descritas por meio de relações de dependência entre
comportamentos e eventos ambientais (De Farias e col, 2010).
A partir dessas (e de outras não apresentadas aqui) contribuições filosóficas e
conceituais da Análise do Comportamento e do Behaviorismo Radical, sustenta-se a
Terapia Analítico-comportamental (TAC). Segundo Abreu e Guilhardi (2004), a TAC é
um processo que pode envolver a aplicação de procedimentos ou técnicas
comportamentais específicos, no entanto, ela envolve, sim, tal prática, mas não se limita
a ela. As análises e técnicas utilizadas por terapeutas desta abordagem baseiam-se no
modelo explicativo da seleção pelas consequências e atualmente a atenção é “voltada
principalmente para a relação que se estabelece entre o cliente e o terapeuta” (De Farias
e col., p. 21, 2010).
A principal ferramenta utilizada na TAC é a Análise Funcional da interação do
indivíduo com o meio, identificando as respostas desse indivíduo, em que contexto elas
ocorreram, e quais foram os efeitos dessas respostas sobre o ambiente. A Análise
Funcional deve se voltar para as “funções das respostas e para os modos através dos
quais as mudanças por elas produzidas afetam a probabilidade de comportamento
futuro” (Neno, p. 153, 2003).
A Análise Funcional é a base para a intervenção na clínica, é ela que mostrará a
direção ao terapeuta. A partir dela e da coleta de dados do cliente o terapeuta poderá
realizar um planejamento de intervenção, podendo optar ou não pela utilização de
técnicas, decisão a ser tomada de acordo com a demanda do cliente. Segundo Borges,
Cassas e col. (p. 147, 2012) “técnicas são a sistematização de intervenções com vistas a
determinados resultados diante de situações específicas”. Cabe ressaltar que “todo uso
de técnicas é uma intervenção, mas nem toda intervenção é uma técnica” (Borges,
Cassas e col., p. 149, 2012).
As intervenções podem ser baseadas em modificação do antecedente, que podem
ser focadas no manejo de regras e autoregras; autoconhecimento; autocontrole; pode-se
ainda utilizar o time-out e o fading. Podem também se basear na modificação da
conseqüência, exemplos são a utilização da modelagem; DRA (Reforçamento
Diferencial de Respostas Alternativas); DRO (Reforçamento Diferencial de Outras
Respostas); DRI (Reforçamento Diferencial de Respostas Incompatíveis); extinção e
punição e economia de fichas. Há ainda as intervenções que podem ser baseadas em
modificação de respostas, mas é difícil descrever esse tipo de intervenção, já que
acredita-se que toda resposta tem uma função no ambiente, mas há intervenções que
podem ser modificadoras de respostas por visarem o manejo direto da sua topografia,
como o role-play e a modelação (Borges, Cassas e col., 2012).
Aqui são citados apenas alguns exemplos de intervenção, cabe ressaltar que cada
cliente tem sua história de vida e suas particularidades. A intervenção deve ser
planejada de acordo com cada indivíduo e sua demanda, pois na Terapia Analítico-
Comportamental cada cliente é tratado como único. Mesmo que cada indivíduo tenha
sua história de vida, muitas das queixas possuem topografias semelhantes. Uma das
queixas mais freqüentes na clínica é a ansiedade. Segundo Castillo, Recondo, Asbahr e
Manfro (2000):
Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais
comuns tanto em crianças quanto em adultos, com uma
prevalência estimada durante o período de vida de 9% e 15%
respectivamente.

Esse é um índice do ano 2000, mas atualmente a situação está cada vez mais
agravante. É muito frequente ouvir no senso comum frases como “coração apertado” ou
“mãos suadas”, essas são descrições do desconforto da ansiedade por meio de sensações
físicas. A ansiedade tem sido definida como um estado emocional desagradável
acompanhado de desconforto físico, que guarda relação com o medo e é geralmente
relacionada a um evento futuro e pode ser considerado desproporcional a uma ameaça
real. Enquanto fenômeno clínico a ansiedade pode ser definida como tal, quando impede
o andamento das atividades profissionais, sociais e acadêmicas do indivíduo; quando
envolve um grau de sofrimento significativo e quando houver um grande número de
respostas de evitação e eliminação (Zamignani e Banaco, 2005).
De acordo com Zamignani e Banaco (2005), como a resposta ansiosa faz parte
de uma contingência de fuga e esquiva e é mantida pela retirada ou adiamento da
apresentação do evento aversivo, as respostas ansiosas que compõe os diferentes tipos
de transtornos de ansiedade seriam funcionalmente semelhantes, o que permitiria
análises e propostas de intervenção comuns. Assim, as intervenções propostas
atualmente para o tratamento psicológico desses problemas adotam como principal
estratégia o procedimento de exposição com prevenção de respostas.
Esta técnica consiste em expor o cliente repetidas vezes e por
um tempo prolongado (45 min a 2 h) às situações que
provocam desconforto ou ansiedade, geralmente maximizando
a estimulação aversiva, enquanto se pede que ele se abstenha de
realizar qualquer ritualização (Zamignani e Banaco, p. 80,
2005).

No entanto, vale ressaltar que a opção pela utilização dessa técnica fica a cargo
do terapeuta, é ele quem deverá avaliar se ela é apropriada à seu cliente, analisando
outras variáveis relevantes, realizando uma análise mais ampla de outras relações
funcionais envolvidas no problema do cliente, definindo como essa proposta de
intervenção pode ser ampliada e aprefeiçoada.
Referências

Abreu, C. N e Guilhardi, H. J. (2004). Terapia Comportamental e Cognitivo-


Comportamental: Práticas Clínicas. São Paulo: Editora Rocca.

Borges, N. B.; Cassas, F. A. e Colaboradores (2012). Clínica Analítico-


Comportamental: Aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Editora Artmed.

Castillo, A. R. G.; Recondo, R.; Asbahr, F. R. e Manfro, G. G. (2000) Transtornos de


Ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria. Volume 22.

De Farias, A.K.C.R. e Colaboradores (2010). Análise Comportamental Clínica. Porto


Alegre: Editora Artmed.

Neno, S. (2003). Análise Funcional: Definição e Aplicação na Terapia Analítico-


Comportamental. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. Volume
V, nº2, 151-165.

Skinner, B. F. (2003). Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Editora Martins


Fontes. Publicação original 1953.

Zamignani, D. R. e Banaco, R. A. (2005) Um Panorama Analítico-Comportamental


sobre os Transtornos de Ansiedade. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e
Cognitiva. Volume VII, nº1, 077-092.

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