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GUIA 01
AUTISMO
TERAPIA ABA:
tudo sobre o método eficiente no
tratamento do
AUTISMO
Por ser considerada a abordagem que mostra maiores níveis de evolução dos casos
de autismo, existem vários benefícios na sua aplicação como a promoção de maior
desenvoltura nas interações sociais e grandes ganhos na independência e na
qualidade de vida dos indivíduos submetidos a essa metodologia. Portanto, dentre as
visíveis mudanças, pode-se destacar:
diminuição de comportamentos agressivos, autolesões, descontrole emocional e
eventuais fugas de determinados lugares;
Grande parte dos tratamentos disponíveis para a população que convive com TEA são
constituídos de esforços focados em apenas um tipo de comportamento ou traço da
pessoa autista. E, justamente por esse motivo, não conseguem atingir os objetivos
esperados mesmo com muitas tentativas e tempo dedicado.
Através de anos de implementação, trabalho, pesquisa aos longos dos anos, algumas
técnicas foram elaboradas e desenvolvidas. Através de comprovações empíricas e
dados que suportam as evidências, os profissionais costumam optar por duas das
mais populares. Conheça um pouco mais sobre elas logo abaixo.
Forma negativa: a mãe pede ao filho que desligue o tablet, pois já é hora de almoçar
(antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando (comportamento); a mãe
desliga o tablet sem o consentimento da criança, gerando uma reação negativa.
Forma positiva (com diretrizes da ABA): a mãe pede ao filho que desligue o tablet,
pois já é hora de almoçar (antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando
(comportamento); a mãe explica a importância da refeição em família e faz um acordo
para que a criança use o dispositivo por 15 minutos antes das refeições (consequência
que dá base para a construção de outro ciclo e outro antecedente); o filho concorda
com o proposto (comportamento) e assim sucessivamente.
Reforço Positivo
Isso pode ser materializado através de brinquedos, elogios, atividades que sejam de
interesse dos pacientes, entre outras coisas. Contudo, a escolha do que irá representar
tais recompensas deve estar alinhado ao perfil de cada indivíduo, para que estas
evoluam conforme o tratamento, se tornando, então, uma forma de reforço natural.
Nessa etapa o reforço acontece na forma de interações sociais, que antes eram
consideradas desagradáveis, hábitos saudáveis de autocuidado ou de interesse, por
exemplo. Portanto, conhecer as particularidades de cada pessoa é essencial na boa
implementação da ABA.
Referências:
Baer, Donald M.; Wolf, Montrose M.; Risley, Todd R. (1968). «Some current dimensions of applied behavior analysis1».
Journal of Applied Behavior Analysis. 1 (1): 91–97. ISSN 0021-8855. doi:10.1901/jaba.1968.1-91
CALLAHAN, Kevin et al. ABA versus TEACCH: the case for defining and validating comprehensive treatment models in
autism. Journal of autism and developmental disorders, v. 40, n. 1, p. 74-88, 2010.
FANI-PANAGIOTA, Revena. Teaching strategies for children with autism. Journal of Physical Education and Sport, v. 15, n. 1,
p. 148, 2015.
HAYWARD, Diane et al. Assessing progress during treatment for young children with autism receiving intensive
behavioural interventions. Autism, v. 13, n. 6, p. 613-633, 2009.
LOVAAS, O. Ivar. Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children.
Journal of consulting and clinical psychology, v. 55, n. 1, p. 3, 1987.
MATSON, Johnny L. (Ed.). Handbook of Childhood Psychopathology and Developmental Disabilities Treatment. Springer
International Publishing, 2017. ISBN 9783319712093. doi:10.1007/978-3-319-71210-9
PETERS-SCHEFFER, Nienke et al. A meta-analytic study on the effectiveness of comprehensive ABA-based early
intervention programs for children with autism spectrum disorders. Research in Autism Spectrum Disorders, v. 5, n. 1, p.
60-69, 2011.
ROSENWASSER, Beth; AXELROD, Saul. The contributions of applied behavior analysis to the education of people with
autism. Behavior modification, v. 25, n. 5, p. 671-677, 2001.
Skinner, B. F. (Burrhus Frederic), 1904- (2003). Ciência e comportamento humano. 11. ed ed. São Paulo (SP): Martins Fontes.
ISBN 9788533619357. OCLC 817096808
VISMARA, Laurie A.; ROGERS, Sally J. Behavioral treatments in autism spectrum disorder: what do we know?. Annual
review of clinical psychology, v. 6, p. 447-468, 2010.
TÓPICOS SOBRE
AUTISMO
que você precisa saber
O termo autismo apareceu por volta de 1911, embora os casos de autismo sempre
tenham existido. Mesmo no início do século, pouco se sabia sobre o transtorno e as
pesquisas clínicas eram raras até o final do século XX. Hoje, ainda há descobertas
sendo realizadas sobre essa condição permanente, com o principal objetivo de ajudar
os indivíduos no espectro e suas famílias, bem como toda a sociedade.
A prevalência de autismo atualizada pelo CDC (Centers for Disease Control and
Prevention) e divulgada no início de 2023 estima que uma em 36 crianças com 8 anos
(aproximadamente 4% dos meninos e 1% das meninas) tenha autismo. Essas
estimativas são maiores do que as anteriores da Rede ADDM durante 2000-2018. Os
dados divulgados são referentes aos estudos realizados os Estados Unidos, ainda não
temos a atualização da prevalência no Brasil.
O caso é que o autismo não escolhe nacionalidade, credos, raças ou sexo, não
diferencia ou afeta apenas um grupo.
Indivíduos com autismo devem reconhecer seus pontos fortes e principais desafios.
Essa autorrepresentação permite que eles sejam capazes de garantir seus direitos,
entendam quais acomodações os atendem melhor na escola, na família e na
sociedade.
As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas os cientistas apontam que ele é
genético. De acordo com Gupta e State (2006)[1]:
Ainda falando em estatísticas, é comum ouvir relatos de afogamento, uma vez que
crianças com autismo têm 160 vezes mais chances de se afogar do que crianças
neurotípicas. A natação, portanto, deve ser um dos esportes valorizados pelos
cuidadores. Além desses interesses, autistas podem ser muito criativos e mostrar
talento para música, dança, teatro, arte, canto. Há ainda alguns indivíduos no espectro
que são hiperléxicos, ou seja, apresentam muito cedo a capacidade de ler.
Referências:
Data & Statistics on Autism Spectrum Disorder.
Disponível em : https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html Acesso em 31mar 2023.
[1] Abha R Gupta e Matthew W State – Autism: genetics. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(Supl I):S29-38
Mais especificamente, eles podem aprender como ter mais contato visual,
saudações cotidianas, ter mais habilidade para a leitura corporal em outros, ter
comportamento social apropriado em situações sociais, iniciar e manter uma
conversa com pares.
Referências:
O que crianças com autismo aprendem em grupos de Habilidades Sociais? Disponível em:
https://autismcenterforkids.com/what-kids-with-asd-learn-in-social-skills-groups/ Acesso em 20 jun 2022.
Treinamentos Sociais para Transtorno do Espectro Autista: uma Meta-Análise de Intervenções Habilidades Presenciais e
Tecnológicas. Revista de Ciência Comportamental Tecnológica, novembro de 2020.
SEGMENTO DE INSTRUÇÃO
ensino e treino
AUTISMO
Seguir instruções é uma habilidade que requer pré-requisitos que incluem atenção,
compreensão, memória e habilidade para executar a tarefa.
Nos casos de aprendizes com autismo, algumas estratégias podem ser válidas para
que o indivíduo consiga seguir instruções com sucesso. Então, pais cuidadores,,
professores devem ficar atentos às dicas.
1 – Ao falar, abaixe-se ao nível dos olhos e faça contato físico para ajudar a chamar a
atenção da criança para você.
2 -As instruções dadas devem ser curtas e simples.
3 – Usar dicas gestuais podem direcionar a atenção da criança para a tarefa e facilitar a
orientação.
4 – Para dar suporte às instruções verbais aposte nas dicas visuais.
5 – A imitação e o modelo podem ajudar muito. Modele o comportamento desejado.
Se uma criança com autismo consegue seguir instruções, o mundo se abre para ela.
Ela conseguirá aprender com maior facilidade atividades acadêmicas, atividades
diárias e na interação e habilidades sociais.
Posteriormente, ainda com instrução de uma etapa passar para outros ambientes.
No caso da instrução de duas etapas em casa use rotinas familiares para treinar:
“Pegue o copo e coloque-o na pia”.
– Dar a instrução;
– Ajudar a criança a seguir a instrução;
– Reforçar quando a criança seguir a instrução, mesmo quando houve ajuda na
execução;
– Generalizar essa habilidade para outras pessoas e ambientes.
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