Você está na página 1de 14

MICHELLE GALVÃO

Psicopedagoga e Terapeuta ABA

ENQUANTO
ESPERA... VAMOS
LER?

GUIA 01
AUTISMO
TERAPIA ABA:
tudo sobre o método eficiente no
tratamento do
AUTISMO

A terapia ABA é um método altamente eficaz e popular no tratamento de pessoas


diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Sua sigla é uma
abreviação do termo em Língua Inglesa — Applied Behavior Analysis — ou Análise
Comportamental Aplicada, sendo uma abordagem da Psicologia que promove o
reforço de comportamentos positivos e não focando nos erros.

Com o aumento de casos de crianças e adultos identificados no espectro autista, a


demanda por terapias que sejam adequadas para esses casos aumentou
significativamente. Segundo estudos publicados por estudiosos da área, a ABA tem
sido a metodologia mais frutífera em termos de desenvolvimento e resultados
positivos para os pacientes.

O que é terapia ABA?

O foco desse método terapêutico é na questão comportamental dos pacientes, sendo


uma intervenção de práticas e atitudes que buscam trazer melhorias no cotidiano das
pessoas autistas, analisando e propondo soluções com base em situações reais. Como
resultado, o impacto das relações e interações com o mundo se tornam mais
proveitosas.

Esse trabalho tem como propósito amplificar e reforçar os comportamentos


considerados desejáveis ao mesmo tempo em que busca reduzir as condutas que
sejam prejudiciais ou danosas. Pois baseia-se em questionamentos que investigam as
origens de cada ação de acordo com o contexto da pessoa.

Benefícios do método e como ele pode ajudar

Por ser considerada a abordagem que mostra maiores níveis de evolução dos casos
de autismo, existem vários benefícios na sua aplicação como a promoção de maior
desenvoltura nas interações sociais e grandes ganhos na independência e na
qualidade de vida dos indivíduos submetidos a essa metodologia. Portanto, dentre as
visíveis mudanças, pode-se destacar:
diminuição de comportamentos agressivos, autolesões, descontrole emocional e
eventuais fugas de determinados lugares;

desenvolvimento mais ampliado das capacidades e competências científicas,


como a leitura, raciocínio lógico e matemático, além da escrita;

para os casos considerados como graus moderados e graves, maior autonomia em


questões de cuidados pessoais, como higiene; e

maior facilidade no estabelecimento de contato visual e na comunicação verbal.

Por possuir estratégias de aplicação que atuam diretamente em cada aspecto, os


avanços podem ser percebidos ao longo da exposição dos pacientes a essa
metodologia. É justamente por conta da sua estruturação, que as áreas afetadas pelo
autismo são afetadas de maneira coesa e produtiva.

Como funciona a terapia ABA

Grande parte dos tratamentos disponíveis para a população que convive com TEA são
constituídos de esforços focados em apenas um tipo de comportamento ou traço da
pessoa autista. E, justamente por esse motivo, não conseguem atingir os objetivos
esperados mesmo com muitas tentativas e tempo dedicado.

Enquanto isso, no caso da Análise do Comportamento Aplicada, acontecem múltiplas


intervenções que são direcionadas a diversos tipos de condutas e comportamentos,
afetando inúmeras áreas e suas particularidades.

A sua aplicabilidade é baseada na investigação das necessidades e observação dos


padrões que merecem maior atenção. A consequência disso é um método repleto de
dinamicidade e que se adapta à realidade de cada aluno/paciente, fazendo com que
as práticas sejam individualizadas e muito efetivas.

Por isso, o seu funcionamento está atrelado às seguintes características: possibilidade


de realização em diferentes ambientes (na escola, em clínicas ou em casa); prática
individual ou em grupo e a projeto adaptado conforme as carências e apontamentos
inferidos através da observação e investigação de cada caso.
Como observar os resultados da terapia

Por se tratar de um método que se baseia na apresentação e desenvolvimento de


evidências, muitos testes e revisões científicas foram feitas acerca dos seus avanços e
resultados palpáveis. E o que a comunidade de estudiosos tem publicado ao longo
dos anos se mostra muito promissor.

Como é o caso de Callahan et al. (2010), Fani-Panagiota (2015) e, principalmente,


Rosenwasser e Axelrod (2001) que trouxeram um estudo detalhado sobre as etapas e
fases nas quais a ABA atua positivamente.

Dentre os testes presentes na “quantificação” dos efeitos da terapia, podemos citar o


PECS e o TEACCH, que podem ser traduzidos para Sistema de Comunicação por Troca
de Imagem e Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits de
Comunicação, respectivamente. Ambos muito populares na comunidade de
profissionais do ramo por conta da sua eficácia.

Técnicas do método ABA e como aplicar

Através de anos de implementação, trabalho, pesquisa aos longos dos anos, algumas
técnicas foram elaboradas e desenvolvidas. Através de comprovações empíricas e
dados que suportam as evidências, os profissionais costumam optar por duas das
mais populares. Conheça um pouco mais sobre elas logo abaixo.

Antecedente, comportamento e consequência

Retomando a informação de que a terapia ABA se baseia na observação, a técnica que


podemos resumir como ACC é construída nessa premissa. Isso significa que, é preciso
analisar e entender quais são os acontecimentos que geralmente antecedem
determinados comportamentos, suas consequências e também as consequências
dessas ações. Mais detalhadamente, seria o seguinte:

antecedente: esse fator pode se materializar por meio de um som ou outro


aspecto mais sensorial; ou comandos verbais que podem partir da própria pessoa
ou de terceiros.
comportamento: o resultado dos estímulos podem surgir de formas verbais ou
não-verbais. Por exemplo, querer desligar a TV por conta de um barulho muito
alto.
consequência: o que acontece depois das duas outras etapas, resultando na
prática de reforços positivos. Por exemplo, dizer que está com fome e receber
comida.
Existem duas formas que o comportamento pode ser afetado segundo o esquema de
antecedente – comportamento e consequência, a negativa e positiva. Veja como isso
pode acontecer através das situações seguintes.

Forma negativa: a mãe pede ao filho que desligue o tablet, pois já é hora de almoçar
(antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando (comportamento); a mãe
desliga o tablet sem o consentimento da criança, gerando uma reação negativa.

Forma positiva (com diretrizes da ABA): a mãe pede ao filho que desligue o tablet,
pois já é hora de almoçar (antecedente); o filho responde “não” ou ignora o comando
(comportamento); a mãe explica a importância da refeição em família e faz um acordo
para que a criança use o dispositivo por 15 minutos antes das refeições (consequência
que dá base para a construção de outro ciclo e outro antecedente); o filho concorda
com o proposto (comportamento) e assim sucessivamente.

Reforço Positivo

Agindo como uma forma de recompensa por meio de comandos obedecidos, o


reforçamento positivo é um método muito plural e diversificado que pode ser
aplicado a diferentes abordagens de trabalho com aprendizagem. Podemos resumir
sua premissa em recompensar a criança, por exemplo, a cada atitude positiva ou a
cada meta alcançada, estimulando a repetição dos padrões considerados positivos.

Isso pode ser materializado através de brinquedos, elogios, atividades que sejam de
interesse dos pacientes, entre outras coisas. Contudo, a escolha do que irá representar
tais recompensas deve estar alinhado ao perfil de cada indivíduo, para que estas
evoluam conforme o tratamento, se tornando, então, uma forma de reforço natural.

Nessa etapa o reforço acontece na forma de interações sociais, que antes eram
consideradas desagradáveis, hábitos saudáveis de autocuidado ou de interesse, por
exemplo. Portanto, conhecer as particularidades de cada pessoa é essencial na boa
implementação da ABA.

Quantos dias por semana a terapia ABA deve ser executada

A indicação dos profissionais costuma variar de acordo com as avaliações e o caso de


cada pessoa. Portanto, a média estabelecida pelos estudos é de cerca de 40 horas
semanais. Contudo, o contexto brasileiro dificulta muito que isso seja realizado, por
falta de investimentos, infraestrutura e acesso democratizado para que todas as
pessoas que precisam dessa terapia tenham acesso.
O que pode ser feito para contornar essa questão é a extensão da ABA para contextos
fora do ambiente terapêutico, pois a terapia pode ser aplicada em todas as situações
do dia a dia dos pacientes. E isso inclui a escola e a família no envolvimento do
trabalho da análise de comportamento aplicada.

Referências:

Baer, Donald M.; Wolf, Montrose M.; Risley, Todd R. (1968). «Some current dimensions of applied behavior analysis1».
Journal of Applied Behavior Analysis. 1 (1): 91–97. ISSN 0021-8855. doi:10.1901/jaba.1968.1-91

CALLAHAN, Kevin et al. ABA versus TEACCH: the case for defining and validating comprehensive treatment models in
autism. Journal of autism and developmental disorders, v. 40, n. 1, p. 74-88, 2010.

FANI-PANAGIOTA, Revena. Teaching strategies for children with autism. Journal of Physical Education and Sport, v. 15, n. 1,
p. 148, 2015.

HAYWARD, Diane et al. Assessing progress during treatment for young children with autism receiving intensive
behavioural interventions. Autism, v. 13, n. 6, p. 613-633, 2009.

LOVAAS, O. Ivar. Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in young autistic children.
Journal of consulting and clinical psychology, v. 55, n. 1, p. 3, 1987.

MATSON, Johnny L. (Ed.). Handbook of Childhood Psychopathology and Developmental Disabilities Treatment. Springer
International Publishing, 2017. ISBN 9783319712093. doi:10.1007/978-3-319-71210-9

PETERS-SCHEFFER, Nienke et al. A meta-analytic study on the effectiveness of comprehensive ABA-based early
intervention programs for children with autism spectrum disorders. Research in Autism Spectrum Disorders, v. 5, n. 1, p.
60-69, 2011.

ROSENWASSER, Beth; AXELROD, Saul. The contributions of applied behavior analysis to the education of people with
autism. Behavior modification, v. 25, n. 5, p. 671-677, 2001.

Skinner, B. F. (Burrhus Frederic), 1904- (2003). Ciência e comportamento humano. 11. ed ed. São Paulo (SP): Martins Fontes.
ISBN 9788533619357. OCLC 817096808

VISMARA, Laurie A.; ROGERS, Sally J. Behavioral treatments in autism spectrum disorder: what do we know?. Annual
review of clinical psychology, v. 6, p. 447-468, 2010.
TÓPICOS SOBRE
AUTISMO
que você precisa saber

Tanto o estresse quanto a ansiedade envolvem sintomas idênticos, incluindo:


problemas digestivos e para dormir, dificuldade de concentração, tensão muscular,
irritabilidade ou raiva.

O termo autismo apareceu por volta de 1911, embora os casos de autismo sempre
tenham existido. Mesmo no início do século, pouco se sabia sobre o transtorno e as
pesquisas clínicas eram raras até o final do século XX. Hoje, ainda há descobertas
sendo realizadas sobre essa condição permanente, com o principal objetivo de ajudar
os indivíduos no espectro e suas famílias, bem como toda a sociedade.

A prevalência de autismo atualizada pelo CDC (Centers for Disease Control and
Prevention) e divulgada no início de 2023 estima que uma em 36 crianças com 8 anos
(aproximadamente 4% dos meninos e 1% das meninas) tenha autismo. Essas
estimativas são maiores do que as anteriores da Rede ADDM durante 2000-2018. Os
dados divulgados são referentes aos estudos realizados os Estados Unidos, ainda não
temos a atualização da prevalência no Brasil.

A incidência maior é em meninos, quase cinco vezes mais diagnósticos em meninos


do que em meninas. Há ainda uma situação intrigante no diagnóstico das meninas, é
comum que elas sejam subdiagnosticadas, são diagnosticadas erroneamente com
outras condições, ou ainda têm menos probabilidade de serem diagnosticadas,
especialmente se for um caso de autismo leve. Simon Baron-Cohen e Sally
Wheelwrigh, têm um estudo e nele relataram que, “as mulheres têm mais
probabilidade de desfrutar de amizades íntimas e empáticas de apoio, de gostar e se
interessar pelas pessoas; para desfrutar da interação com os outros para seu próprio
bem; e considerar as amizades importantes”. São características femininas que
podem mascarar o autismo.

O caso é que o autismo não escolhe nacionalidade, credos, raças ou sexo, não
diferencia ou afeta apenas um grupo.

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma deficiência do desenvolvimento,


apresenta desafios antes dos três anos de idade, embora, atualmente seja possível
diagnosticar com 1 ano e 8 meses, por falta de instrução, informação, apoio, muitas
famílias deixam passar. O diagnóstico cedo, favorece a intervenção precoce,
tratamento e suporte são importantes e favorecem resultados futuros.
O diagnóstico é clínico, não há exame de sangue de detecção médica para o autismo.
Também é importante dizer que o autismo não tem cura conhecida. Autismo é para
sempre!

Os efeitos positivos das intervenções precoces baseadas em ABA consideram as


necessidades de cada indivíduo e os estilos de aprendizagem de cada criança.

Indivíduos com autismo devem reconhecer seus pontos fortes e principais desafios.
Essa autorrepresentação permite que eles sejam capazes de garantir seus direitos,
entendam quais acomodações os atendem melhor na escola, na família e na
sociedade.

As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas os cientistas apontam que ele é
genético. De acordo com Gupta e State (2006)[1]:

Apesar de ter sido levantada a hipótese, em algum momento na história do


autismo, que os pais, ou melhor, o comportamento dos pais poderia ser o
causador do autismo, essa informação não procede.

O autismo não piora com a idade, indivíduos no espectro podem aprender e


desenvolver novas habilidades se tiverem suporte certo. As dificuldades na
comunicação podem ser desafiadoras para os autistas, seja na linguagem
falada ou na comunicação social.
A interação social também é uma preocupação para crianças e adultos no espectro
autista, eles tentam desenvolver um comportamento espontâneo, empático e
socialmente relevante, nem sempre é possível, mas é importante lembrar que eles
estão tentando e que merecem apoio.

As comorbidades são outro assunto importante quando estamos tratando de


autismo. O que isso quer dizer? Nem sempre o autismo vem sozinho. É possível que
condições médicas como asma, epilepsia, TDAH, distúrbios digestivos, alimentares, do
sono, disfunção da integração sensorial, deficiências cognitivas apresentem-se
concomitantes ao autismo.

As pesquisas também mostram que 1/3 dessa população desenvolve distúrbios


convulsivos e que a densidade óssea de indivíduos com autismo é menor do que a de
seus pares. Distúrbios genéticos, metabólicos ou neurológicos podem atingir 10%
dessa população. E é por esse motivo que nós insistimos muito em dizer que cada
indivíduo autista é único. Eles têm necessidades, habilidades e merecem tratamentos
individualizados.

Ainda falando em estatísticas, é comum ouvir relatos de afogamento, uma vez que
crianças com autismo têm 160 vezes mais chances de se afogar do que crianças
neurotípicas. A natação, portanto, deve ser um dos esportes valorizados pelos
cuidadores. Além desses interesses, autistas podem ser muito criativos e mostrar
talento para música, dança, teatro, arte, canto. Há ainda alguns indivíduos no espectro
que são hiperléxicos, ou seja, apresentam muito cedo a capacidade de ler.

Os tratamentos para o autismo podem ser variados e multiprofissionais, a ABA


fundamenta o tratamento com maiores comprovações científicas de eficácia para
autismo por contemplarem procedimentos testados e revisados. Na ABA os dados são
usados como base para tomada de decisões sobre o tratamento do aprendiz.

Como transtorno do desenvolvimento, o autismo não tem cura. Mas, o diagnóstico


precoce pode trazer um bom prognóstico quando o tratamento é iniciado logo cedo.

Referências:
Data & Statistics on Autism Spectrum Disorder.
Disponível em : https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html Acesso em 31mar 2023.

GUPTA, R. A. e STATE, M. W. Autism: Genétics. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(Supl I):S29-38.


TAGER- FLUSBERG e KASARI. 2013 dez;6(6):468-78. doi: 10.1002/aur.1329. Epub 2013 7 de outubro.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24124067/ Acesso em: 04 abr 2023.

[1] Abha R Gupta e Matthew W State – Autism: genetics. Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(Supl I):S29-38

[2] 2013 dez;6(6):468-78. doi: 10.1002/aur.1329. Epub 2013 7 de outubro.


Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24124067/ Acesso em: 04 abr 2023.
O treino de Habilidades Sociais (HS) é uma das intervenções mais aplicadas
para ajudar a gerenciar problemas sociais em pessoas diagnosticadas com
autismo. Esse tipo de atividade pode ser realizado em grupo com a terapeuta
ABA.

Os Grupos de HS fazem, portanto, parte da intervenção em ABA e o treino de


HS ajudam os indivíduos com autismo a ter uma melhor compreensão das
mudanças sociais e assim melhoram a qualidade de vida de pessoas com
autismo.

As dificuldades sociais e de comunicação são regularmente descritas no


espectro autista. Nos grupos de HS são estabelecidos treinos voltados para as
principais dificuldades enfrentadas pelos seus componentes, que são criados
com base na idade e nos dificuldades e habilidades de cada um.

Esses treinos são capazes de beneficiar o relacionamento com os pares. Os


indivíduos são estimulados a interagir com o outro: brincar com outras
crianças, por exemplo. Também são ensinados os comportamentos
apropriados para uma variedade de situações, isso faz com que os indivíduos
se sintam mais conectados socialmente.

Mais especificamente, eles podem aprender como ter mais contato visual,
saudações cotidianas, ter mais habilidade para a leitura corporal em outros, ter
comportamento social apropriado em situações sociais, iniciar e manter uma
conversa com pares.

No geral as atividades em HS melhoram a aprendizagem, a linguagem, as


habilidades cognitivas, treinam para situações realistas, melhoram o foco e o
tempo de atenção, ensinam comportamentos sociais.
O treinamento de HS deve ser eficiente de modo que o indivíduo autista
entenda e aprenda, então a linguagem deve fugir da subjetividade e manter-
se simples, o tempo deve ser amplo para o exercício da habilidade e deve
oferecer uma variedade de oportunidades de aprendizagem.

As metas devem ser mensuráveis e atingíveis e o programa deve evoluir com a


pessoa, desse modo as HS deverão ser expandidas à medida que são
aprendidas e dominadas.

A terapeuta ABA usará muito:

– Materiais escritos ou visuais – histórias em quadrinhos, histórias sociais e todo


material com ajuda visual é apropriado para ser utilizado com essas crianças
que se conectam visualmente com a informação e assim podem processar e
entender com maior facilidade.

– Modelagem de vídeo – assistir a um vídeo de uma interação social e em


seguida realizar a habilidade aprendida no vídeo pode ser eficiente para a
aprendizagem da habilidade.

– Mentoria de pares – indivíduos na mesma faixa etária (não autistas) são


treinados para serem tutores em sala, eles ajudam a modelar comportamentos
e aprendizagens sociais adequadas.

– Interpretação de papéis – uma dramatização para ajudar as crianças a


aprender sobre o comportamento esperado, interagir socialmente, se colocar
no lugar do outro (personagem). Pode-se ajudar a criança preparando-a para
uma situação com dramatização.

Referências:

O que crianças com autismo aprendem em grupos de Habilidades Sociais? Disponível em:
https://autismcenterforkids.com/what-kids-with-asd-learn-in-social-skills-groups/ Acesso em 20 jun 2022.

Treinamentos Sociais para Transtorno do Espectro Autista: uma Meta-Análise de Intervenções Habilidades Presenciais e
Tecnológicas. Revista de Ciência Comportamental Tecnológica, novembro de 2020.
SEGMENTO DE INSTRUÇÃO
ensino e treino
AUTISMO

Seguir instruções é uma habilidade que requer pré-requisitos que incluem atenção,
compreensão, memória e habilidade para executar a tarefa.

À medida que as habilidades de comunicação nas crianças se tornam mais refinadas,


elas desenvolvem a capacidade de seguir instruções.

QUANDO UMA CRIANÇA NÃO CONSEGUE SEGUIR INSTRUÇÕES?

– Quando não presta atenção;


– Quando não compreende as instruções dadas;
– Quando não entende o que deve ser feito;
– Quando não é capaz de lembrar as instruções, (especialmente se forem instruções
de várias etapas);
– Quando não é capaz de realizar a tarefa solicitada.

Nos casos de aprendizes com autismo, algumas estratégias podem ser válidas para
que o indivíduo consiga seguir instruções com sucesso. Então, pais cuidadores,,
professores devem ficar atentos às dicas.

1 – Ao falar, abaixe-se ao nível dos olhos e faça contato físico para ajudar a chamar a
atenção da criança para você.
2 -As instruções dadas devem ser curtas e simples.
3 – Usar dicas gestuais podem direcionar a atenção da criança para a tarefa e facilitar a
orientação.
4 – Para dar suporte às instruções verbais aposte nas dicas visuais.
5 – A imitação e o modelo podem ajudar muito. Modele o comportamento desejado.

Se uma criança com autismo consegue seguir instruções, o mundo se abre para ela.
Ela conseguirá aprender com maior facilidade atividades acadêmicas, atividades
diárias e na interação e habilidades sociais.

Quando uma criança ou um adolescente com autismo conseguem seguir instruções


com o mínimo de ajuda, eles terão muito mais oportunidades de aprendizado na vida.
O ideal é iniciar o ensino com instrução de uma etapa e treinar bastante em casa. São
solicitações comuns: “Senta!”, “Dá!”, “Venha aqui!”.

Posteriormente, ainda com instrução de uma etapa passar para outros ambientes.

No caso da instrução de duas etapas em casa use rotinas familiares para treinar:
“Pegue o copo e coloque-o na pia”.

E assim gradativamente com a aquisição de comunicação e modelo adequado pode-


se ir treinando instruções de mais etapas em casa e em ouros ambientes.

É importante que ao ensinar a criança você siga esses passos:

– Dar a instrução;
– Ajudar a criança a seguir a instrução;
– Reforçar quando a criança seguir a instrução, mesmo quando houve ajuda na
execução;
– Generalizar essa habilidade para outras pessoas e ambientes.

SABEMOS QUE A ESTIMULAÇÃO DEVE SER CONTÍNUA, SEU ENGAJAMENTO É


PRIMORDIAL!
MICHELLE GALVÃO
Psicopedagoga e Terapeuta ABA

SIGA-ME
NAS REDES
SOCIAIS

FACEBOOK INSTAGRAM SITE

Você também pode gostar