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São Paulo
2014
MICHELE SAYULLI MATSUMOTO
São Paulo
2014
Autorizo, para fins acadêmicos e científicos, a reprodução parcial ou total deste
projeto, por processo de fotocopiadoras ou eletrônicos, desde que citada a fonte.
Assinatura _____________________________________.
Sumário
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
MÉTODO............................................................................................................. 7
Documentos .................................................................................................. 7
Seleção de fontes de dados ........................................................................... 7
Seleção dos documentos................................................................................ 7
Registro e categorização dos dados .............................................................. 8
RESULTADOS e DISCUSSÃO........................................................................ 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 19
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 23
ANEXO.............................................................................................................. 27
Resumo
Figura 1. Frequência acumulada do total de artigos publicados nos anos de 2009 a 2014
e nas bases de dados PubMed e Science Direct.............................................................. 10
difere esses operantes é o tipo de estímulo discriminativo (verbal ou não verbal) e, para
alguns deles (textual, ecóico e transcrição), a dimensão da topografia da resposta verbal
(vocal ou escrita). No tato, a resposta verbal é emitida sob controle de um estímulo
discriminativo não verbal. Os operantes verbais ecóico, textual e transcrição são
controlados por um estímulo discriminativo verbal e há correspondência ponto-a-ponto
entre o estímulo antecedente e a resposta (controle formal). O Intraverbal também é
controlado por um estímulo discriminativo verbal, mas difere destes outros operantes,
pois não há controle formal entre o estímulo discriminativo verbal e a resposta.
Em sua apresentação do mando, Skinner (1957/1992) sugere que ele seja
provavelmente o primeiro operante verbal a ser aprendido pelo falante. Nele, a resposta
é reforçada por uma consequência específica e por isso fica sob controle antecedente de
condições motivacionais específicas como privação ou a presença de um estímulo
aversivo. A forma da resposta não tem uma relação específica com o estímulo
discriminativo, mas com a condição motivacional do falante. Para ele, um mando
caracteriza-se pela relação única entre a forma da resposta e o reforço
caracteristicamente recebido em uma determinada comunidade verbal. A relação
chamada de mando “especifica” o seu reforço e é comumente chamada de pedido,
ordem ou aviso.
Ao se falar sobre mandos, é importante definir a variável de controle antecedente
crítica para esse operante verbal, chamada de operação motivadora (OM). Michael
(1993, 2007) define operação motivadora como qualquer variação ambiental (evento,
estímulo, objeto) que altera, momentaneamente, aumentando ou diminuindo (a) a
efetividade de consequências (efeito alterador de valor); e (b) a frequência de
comportamentos que produzem essas consequências cuja efetividade foi alterada (efeito
alterador de comportamento).
Fragale et al. (2012) relatam a influência na área clinica que as OMs
apresentam na avaliação de tratamentos de indivíduos com deficiência em geral tem
sido apresentada em algumas pesquisas recentes através de avaliações de análise
funcional (Langthorne, McGill, & O'Reilly, 2007; O'Reilly et al., 2008; Roantree &
Kennedy, 2006), a escolha e preferência (Chappell, Graff, Libby, & Ahearn, 2009;
Reed, Pace, & Luiselli, 2009), de comportamentos acadêmicos (Rispoli et al., 2011), e
tratamento de problemas de comportamento (Lang et al. de 2010; McComas, Hoch,
Paone, e El-Roy, 2000 ; O'Reilly et al., 2007).
5
Método
Documentos
Os documentos analisados foram artigos de pesquisa aplicada publicados nos
periódicos Journal of Applied Behavior Analysis, The Analysis of Verbal Behavior e
Research in Autism Spectrum Disorders nos anos de 2009 a 2014, que relatassem a
aplicação de procedimentos de ensino de mando e a avaliação da generalização do
repertório ensinado (Anexo).
A seleção dos artigos foi realizada através da busca nos periódicos citados
utilizando os termos de busca com múltiplas combinações entre elas até que todas as
possibilidades de combinação fossem esgotadas. Foram incluídos todos os artigos que
contivessem os termos mand e generalization ou generalize no título ou resumo ou
como palavra-chave. Adicionalmente ao primeiro critério de inclusão, um segundo
critério foi aplicado ao se verificar o perfil dos sujeitos de pesquisa, os quais deveriam
ser crianças com TEA. .
Devido a restrições de tempo para condução do presente estudo, foram
selecionados artigos publicados nos últimos seis anos, de 2009 a 2014.
Base de Dados;
Nome do periódico;
Título do artigo;
Autor(es);
Ano de publicação;
Objetivo da pesquisa;
Descrição da OM manipulada;
9
Principais resultados
10
Resultados e Discussão
Tabela
Resumo das principais características de cada artigo analisado
Marion et Estabelecer repertório de N= 3 Tentativa Sonda Atividades Parcial Todos participantes emitiram
al. (2012) mando por informação Idade discreta Diferentes (ambiente comportamento de mando
(QUAL) a partir de uma media: OMs natural) “Which” e generalizaram com
OE e acessar a 5,5 Indivíduos Total relação as OMs, atividades
generalização mediante Setting (diferentes novas. Somente um
outras OMs. OMs) participante não apresentou
generalização em ambiente
natural e necessitou de treino
adicional.
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Kodak et Avaliar os efeitos da N= 3 Tentativa Sonda Setting Parcial Mesmo após o ensino de
al. (2012) extinção e das dicas no Idade discreta Indivíduos mando aos pares como
treino e generalização de media: 6 ouvintes, os participantes
mando dirigido por pares emitam mandos a adultos:
com crianças autistas. maior probabilidade de
reforçamento
Howlett et Ampliar a literatura a N= 2 Tentativa Sonda Setting Total Participantes aprenderam a
al. (2011) respeito do efeito das Idade discreta Indivíduos solicitar informação de
OMs na ocorrência de media: 3 localização de itens e
mandos por localização. apresentaram generalização
para diferentes contextos.
Marion et Ensinar crianças autistas N= 3 Tentativa Sonda Setting Total Houve emissão de respostas de
al. (2011) a perguntar "O que?" por Idade discreta Atividades mando por informação em
meio da manipulação de media: 5 contextos com diferentes
OMC, esvanecimento de OMCs.
dicas, correção de erro e
consequência de mando
como reforço.
Plavnick & Examinar o potencial da N= 7 Tentativa Sonda Setting Total Procedimento de vídeo-
Ferreri vídeo-modelação Idade discreta + modelação se mostrou mais
(2011) baseada em função para media: + Procedimento eficaz quando preocupado com
ensinar mandos 5,5 Vídeo- para gerar a função comunicativa do que
"reconhecíveis". modelação generalização quando esta preocupação
estava ausente.
Mando por vídeo-modelação
pode ser ensinado sem
necessidade de repertório de
imitação prévio.
Mando por PECS pode ser
ensinado por vídeo-modelação.
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Ingvarsson Ensinar crianças autistas N= 4 Tentativa Sonda Setting Parcial Todos participantes adquiriram
et al. a solicitar resposta para a Idade discreta Indivíduos comportamento de mando "Eu
(2010) questão "Eu não sei, por media: 6 não sei, por favor me diga".
favor me diga"
Lechago et Avaliar se há N= 3 Cadeia Sonda Atividades Diferentes Generalização de mando por
al. (2010) generalização do mando Idade interrompida Topografi OM: Total informação sob diferentes OMs
por informação, média: 5 a de Diferentes só é possível com repertório
previamente treinado, resposta topografia verbal mais extenso.
quando submetido a s: Parcial
diferentes OMs.
Betz et Ensinar resposta de N= 3 Tentativa Sonda de Material Parcial Participantes não apresentaram
al.(2010) mando por informação Idade discreta generalização Setting generalização sob condições
de localização de um média: 4 com novos Topografi naturais, em que o Sd - controle
item através de um brinquedos, a da do estímulo intraverbal
estímulo discriminativo novo resposta “Vamos brincar. Pegue (item)”
verbal e planejamento de ambiente e - muitas vezes não é
OE com cadeias apresentado.
de
comportament
o naturais
Chaabane Investigar a capacidade N= 2 Tentativa Sonda de Reforçado Total Crianças autistas podem
et al. de crianças autistas Idade discreta generalização res aprender a improvisar pedidos
(2009) aprenderam resposta de média: envolvido através do PECS com figuras
mando improvisado 5,5 s improvisadas. Pais podem
através de PECS por seus implementar com efetividade o
pais. treino de improvisação de
pedidos por PECS.
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Para uma melhor visualização dos dados apresentados na Tabela sobre os tipos
de generalização avaliados e os resultados obtidos, a Figura 2 apresenta os resultados de
generalização dos repertórios de mando ensinados nos diferentes estudos (se total ou
parcial) em função aos tipos de generalização avaliados: entre indivíduos (ouvintes),
settings, topografias de resposta ou material usado/item preferido solicitado.
Considerações Finais
Com relação aos procedimentos de ensino de mando, nos estudos levantados foi
possível observar que crianças com TEA podem aprender respostas de mando seja por
meio da fala ou por trocas de figuras (e.g., Ingvarsson et al., 2010, Chaaban et al.,
2009). Além disso, elas são capazes de emitir respostas de mando não só sob controle
de adultos, mas também com seus pares (Kodak et al., 2012). Porém, crianças com TEA
tendem a emitir com maior frequência respostas de mando a adultos, pois
possivelmente, nestes casos tem-se uma maior chance de suas respostas serem
atendidas, como obtenção direta de objetos ou alimentos. Isto porque, caso a outra
criança a quem o pedido é feito não apresente comportamento de ouvinte (não provê
reforço), ela deixará de atender a solicitação feita (Kodak et al., 2012). Nos estudos
encontrados, o ensino de mando foi realizado por meio de diferentes procedimentos,
sendo eles através de cadeias interrompidas, vídeo-modelação e tentativas discretas.
Outra observação possível através dos estudos é que crianças com TEA
conseguem emitir respostas de mando previamente treinadas sob controle de uma OM e
apresentar essa mesma resposta sob controle de situações novas, quando OMs diferentes
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estão em vigor, seja este mando por informação ou por um item específico (e.g.
Lechago et al., 2010; Marion et al., 2012). No estudo de Lechago et al. (2010), avaliou-
se a generalização de respostas de mando submetidas a diferentes OMs e exigindo
topografia da resposta diferente da treinada. Os participantes emitiram respostas
generalizadas nas diversas situações em que a OM era diferente do que àquela presente
durante o ensino de mando, porém nem todos os participantes apresentaram
generalização desse comportamento com variação da topografia ensinada. A variação da
topografia da resposta pode ser uma dimensão comportamental mais complexa de ser
alterada sem o ensino direto, exigindo que o repertório verbal de base do indivíduo seja
mais extenso.
Dentre os 11 estudos analisados, um deles (Plavinick & Ferreri, 2011) teve como
parte integrante do seu procedimento a exposição a situações variadas durante o ensino
que promoveram a generalização do repertório de mando. Os demais realizaram apenas
sondas de generalização da resposta de mando treinada.
etc. Além disso, conclui-se que índices mais elevados de generalização também podem
ser obtidos quando os participantes possuem maior repertório verbal.
23
Referências
McComas, J., Hoch, H., Paone, D., & El-Roy, D. (2000). Escape behavior during
academic tasks: A preliminary analysis of idiosyncratic establishing operations.
Journal of Applied Behavior Analysis, 33, 479–493.
Mecca, T. P., Bravo, R. B.; Velloso, R. L., Schwartzman, J. S., Brunoni, D., & Teixeira,
M. C. T. V. (2011). Rastreamento de sinais e sintomas de transtornos do espectro
do autismo em irmãos. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 33(2):116-
120.
Medeiros, M. B., Moreira, C. A. de M. (2007). Princípios Básicos da Análise do
Comportamento. Porto Alegre: Artmed.
Michael, J. (1988). Establishing operations and the mand. Anal of Verbal Behavior,6, 3-
9.
Michael, J. (1993). Establishing operations. The Behavior Analyst, 16(2): 191-206.
Michael, J. (2007). Motivating operations. Em J.O. Cooper, T.E. Heron, W.L. Heward
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NJ: Pearson.
O’Reilly, M., Edrisinha, C., Sigafoos, J., Lancioni, G., Cannella, H., Machalicek, W., et
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operation: Influences on challenging behavior during classroom instruction.
Behavioral Interventions, 22, 137–145.
O’Reilly, M. F., Sigafoos, J., Lancioni, G., Rispoli, M., Lang, R., Chan, J., et al. (2008).
Manipulating the behavior-altering effect of the motivating operation:
25
2. Fragale, C. L., O’ Reilly, M. F., Aguilar, J., Pierce, N., Lang, R., Sigafoos, J. &
Lancioni, G. (2012). The Infuence of motivating operarions on generalization
probes of specific mands by children with autism. Journal of Applied Behavior
Analysis, 45(3): 565-577.
3. Marion, C., Martin, G. L., Yu, C. T., Buhler, C., Kerr, D. & Claeys, A. (2012).
Teaching children with autism spectrum disorder to mand for information using
“Which?”. Journal of Applied Behavior Analysis, 45(4): 865-879.
4. Kodak, T., Paden, A. & Dickers, N. (2012). Training and gereralization of peer-
directed mands with non-vocal children with autism. The Analysis of Verbal
Behavior, 28: 119-124.
6. Marion, C., Martin, G. L., Yu, C. T. & Buhler, C. (2011). Teaching children
with autism spectrum disorder to mand “What is it?” Research in autism
spectrum disorders, 5: 1584-1597.
9. Lechago, S. A., Carr, J. E., Grow, L. L., Love, J. R. & Almason, S. M. (2010).
Mands for information generalize across establishing operations. Journal of
Applied Behavior Analysis, 43(3): 381-395.