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PATOLOGIA ORAL

E MAXILOFACIAL
Cistos dos maxilares
de natureza não
odontogênica
Sabrina Moreira Paes

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Identificar a origem embriológica dos cistos não odontogênicos (de de-
senvolvimento e fissurais).
> Reconhecer as manobras semiotécnicas e os exames complementares
indicados.
> Definir as condutas terapêuticas recomendáveis para cistos não odon-
togênicos (de desenvolvimento e fissurais).

Introdução
O cisto é uma cavidade patológica revestida por epitélio e preenchida com
conteúdo fluido ou semifluido. Pode localizar-se em tecidos moles ou dentro do
osso maxilar, originando-se em tecidos odontogênicos ou não odontogênicos.
Os ossos maxilares têm predileção por cistos odontogênicos, enquanto cistos
não odontogênicos são incomuns.
Tanto os cistos odontogênicos quanto os não odontogênicos produzem
defeitos radiolúcidos, causando a destruição da estrutura óssea. É funda-
mental, portanto, entender o seu comportamento clínico e as estratégias
2 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

de manejo indicadas, sobretudo porque a falha no tratamento no momento


oportuno pode aumentar a chance de morbidade do paciente. Os cistos de
natureza não odontogênica, foco deste capítulo, mesmo sendo relativamente
incomuns, podem ocorrer na prática clínica e gerar diversas dúvidas quanto
ao diagnóstico e ao tratamento. Assim, é essencial reconhecê-los, visando a
intervir com sabedoria e, por consequência, favorecer o prognóstico.
No início deste capítulo, vamos explicar em detalhes a origem embriológica
e a etiologia dos principais cistos de natureza não odontogênica. Em seguida,
vamos analisar a epidemiologia, as características clínicas, os achados his-
topatológicos, o tratamento e o prognóstico das lesões. Por fim, vamos falar
sobre as manobras semiotécnicas e os exames complementares, justificando
a sua importância para o diagnóstico diferencial.

Origem embriológica e etiologia dos cistos


maxilares não odontogênicos
A origem embriológica dos cistos está diretamente relacionada ao desenvol-
vimento regional e à apresentação da lesão quando analisada por meio de
microscópio (TOMMASI, 2015). O cisto é uma cavidade preenchida por líquidos
ou materiais semissólidos que ficam aprisionados no seu interior e crescem
de forma lenta. Dessa forma, radiograficamente, o que se vê é uma lesão
circular, radiolúcida, bem circunscrita e revestida por um halo radiopaco
(MCKINNEY; OLMO, 2021).
Neste capítulo, vamos falar especificamente sobre os seguintes cistos:

„ nasolabial;
„ do ducto nasopalatino;
„ palatino mediano;
„ linfoepitelial oral;
„ palatino do recém-nascido;
„ dermoide.

Veja a descrição de cada um a seguir.


Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 3

Cistos nasolabiais
Os cistos nasolabiais advêm do desenvolvimento. Atualmente, existem duas
hipóteses para a patogênese desses cistos (BOUYA; SARFI; YAHYA, 2022):

1. a primeira afirma que o cisto é formado a partir de células epiteliais


retidas dentro do mesênquima após a fusão dos processos nasais;
2. a segunda propõe que o cisto se origina de remanescentes epiteliais
do ducto nasolacrimal, na área do processo nasal e da proeminência
maxilar.

Ambas as teorias ainda precisam ser determinadas. A patogênese do cisto


nasolabial não é clara. Entretanto, sugere-se que o epitélio do ducto naso-
lacrimal sofre ativação espontânea e subsequente formação de cisto. Essas
lesões aparecerão espontaneamente e aumentarão, em geral despercebidas
pelos pacientes até que os sintomas surjam ou se tornem uma preocupação
estética (KAJLA; LATA; AGRAWAL, 2014).

Cistos do ducto nasopalatino


O cisto do ducto nasopalatino, também denominado cisto do canal incisivo,
surge de remanescentes embriogênicos do ducto nasopalatino, a comunica-
ção entre a cavidade nasal e a maxila anterior no feto em desenvolvimento
(DEDHIA et al., 2013). A maioria desses cistos se desenvolve na linha média
anterior da maxila, perto do forame incisivo. O desenvolvimento desse cisto
pode ser atribuído a vários fatores etiológicos, como infecção, trauma ou
retenção de muco (BARROS et al., 2018).

Cistos palatinos medianos


Há controvérsias sobre a patogênese dos cistos palatinos medianos. A sua
origem geralmente é atribuída ao enclave de remanescentes epiteliais dentro
da sutura palatina entre os dois processos maxilares laterais que se fundem
para originar o palato duro (PHILBERT; SANDHU, 2020). Ou seja, é considerado
um tipo de cisto de origem fissural raro, decorrente de alguma forma de
interferência durante a fusão das cristas palatinas laterais da maxila, o que
promove a formação da cavidade cística (BACCI et al., 2011).
4 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

Cistos linfoepiteliais orais


Há várias teorias sobre a patogênese dos cistos linfoepiteliais orais. A mais
aceita envolve a associação com o tecido linfoide oral (anel de Waldeyer) e
o aprisionamento e/ou acúmulo de células epiteliais descamadas dentro de
uma cripta dilatada (SYKARA et al., 2017). De fato, os cistos linfoepiteliais orais
surgem do epitélio aprisionado na área do anel de Waldeyer ou de obstruções
nos ductos das glândulas salivares menores. Se os ductos das glândulas
salivares ficarem obstruídos, a glândula continuará a produzir secreções e
se acumular, formando uma lesão semelhante a um cisto inflamado (SILVA
et al., 2020).

Cistos palatinos do recém-nascido


Os cistos palatinos do recém-nascido, também conhecidos como pérolas de
Epstein ou nódulos de Bohn, resultam do epitélio aprisionado durante a fusão
dos processos palatinos ou de glândulas salivares menores aprisionadas
(HERNÁNDEZ ORDAZ et al., 2021). Como esses processos se encerram entre
10 e 11 semanas no útero, as fendas do epitélio podem persistir, criando
cavidades semelhantes a cistos que se enchem de queratina e se manifestam
intraoralmente (MCKINNEY; OLMO, 2021).
As pérolas de Epstein ocorrem ao longo da rafe palatina mediana, enquanto
os nódulos de Bohn estão espalhados sobre o palato duro, muitas vezes na
junção deste com o palato mole (DIAZ DE ORTIZ; MENDEZ, 2021).

Cistos dermoides
A etiologia dos cistos dermoides permanece, em grande parte, desconhe-
cida. De fato, a causa dessa anomalia congênita do desenvolvimento ainda não
foi determinada. Cistos dermoides são verdadeiros hamartomas, que ocorrem
quando a pele e as suas estruturas ficam presas durante o desenvolvimento
fetal. Assim, eles resultam de uma alteração que ocorre devido ao sequestro
anormal e à inclusão do ectoderma superficial ao longo das linhas de fusão
da pele durante o desenvolvimento embriológico (SANTOS et al., 2020). Devido
a essa anormalidade, um cisto dermoide geralmente pode ser encontrado
ao longo das suturas cranianas ou da fontanela anterior (LEE et al., 2018).
Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 5

No passado, havia uma lesão que era considerada um cisto não odon-
togênico dos maxilares: o cisto globulomaxilar. Essa denominação,
porém, tem ficado de lado, pois a localização globulomaxilar é muito improvável.
De fato, os cistos encontrados nessa região devem receber uma perspectiva
diagnóstica odontogênica como cisto radicular, queratocisto odontogênico ou
cisto periodontal lateral. Afinal, a região globulomaxilar (entre incisivo lateral
e canino) não é abrangida na sua totalidade quando os cistos estão presentes.
Portanto, a recomendação é que se investigue a qual dente o cisto está mais
associado, o que geralmente acontece nas apresentações clínicas.

Características e tratamento dos principais


cistos não odontogênicos
Tendo abordado a origem embriológica dos cistos não odontogênicos dos
maxilares e a sua etiologia, agora vamos explicar quais pessoas são mais
acometidas e quais são a apresentação clínica, os achados histopatológicos
e as principais formas de tratamento e prognóstico dos cistos.
Em primeiro lugar, é essencial saber como essas lesões se apresentam
na boca, ou seja, as suas características clínicas. A lesão, radiograficamente,
apresenta-se com uma cavidade radiolúcida e um halo radiopaco ao redor,
na maioria dos casos. Além da identificação clínica das lesões, é essencial
o reconhecimento dos achados histopatológicos, que são de grande valia
para o diagnóstico final. Os achados histopatológicos são análises, por meio
de citoquímica, do tecido removido de uma lesão em relação à posição, à
composição, ao formato e à distribuição das células relacionadas ao local.
Veja, na Figura 1, como as lesões abordadas neste capítulo se apresentam
clinicamente e nos cortes histopatológicos.
6 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

A B

C D

E F

G H

I J

Figura 1. Características clínicas e achados histopatológicos dos principais cistos não odon-
togênicos. (a) Aspecto clínico do cisto nasolabial, que provoca o desaparecimento do sulco
vestibular em decorrência do aumento de volume. (b) Achado histopatológico do cisto nasola-
bial, com presença de células ciliadas e mucosas junto com um epitélio pseudoestratificado.
(c) Crescimento tecidual em região anterior de palato duro, apontando para cisto do ducto
nasopalatino. (d) achado histopatológico característico do cisto do ducto nasopalatino,
apontando para a presença de ácinos de glândulas mucosas e ducto excretor. (e) Caracte-
rística clínica do cisto palatino mediano, com aumento de volume no palato duro. (f) Achado
histopatológico do cisto palatino mediano, demonstrando um epitélio colunar ciliado pseu-
doestratificado. (g) Características clínicas de cisto linfoepitelial oral na região da língua,
demarcado por um aumento nodular esbranquiçado. (h) Achado histopatológico do cisto
linfoepitelial oral, com tecido linfoide difuso e epitélio pseudoestratificado. (i) Características
clínicas de cisto dermoide em assoalho bucal. (j) Achado histopatológico de cisto dermoide,
com epitélio pavimentoso estratificado queratinizado e glândulas sebáceas associadas.
Fonte: Adaptada de Neville et al. (2020), Almeida (2016), Rangaswamy, Singh e Yumnum (2018).
Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 7

Todavia, não basta que o profissional seja capaz de identificar o tipo de


lesão: é necessário que escolha a conduta mais adequada para o tratamento
de cada caso e conheça a tendência de evolução após a intervenção. Desse
modo, a seguir, explicaremos como identificar essas lesões e quais são as
melhores opções terapêuticas para cada tipo.

Cistos nasolabiais
Os cistos nasolabiais são cistos de tecidos moles raros, não odontogênicos,
que se desenvolvem entre o lábio superior e o vestíbulo nasal, com incidência
global de 0,7% entre todos os cistos maxilofaciais. Medem de 1 a 5 cm de diâ-
metro e apresentam-se, predominantemente, como um aumento localizado
indolor com vários graus de obstrução nasal (ALMUTAIRI et al., 2020). Além
disso, não demonstram achados radiográficos. 
Diversas modalidades de tratamento têm sido descritas no manejo do
cisto nasolabial (LEE et al., 2018). No Quadro 1, constam a epidemiologia,
as características clínicas, os achados histopatológicos, o tratamento e o
prognóstico dos cistos nasolabiais.

Quadro 1. Características dos cistos nasolabiais

Mulheres adultas entre a quarta e a quinta década de


Epidemiologia vida. A idade média dos pacientes que apresentam cistos
nasolabiais é de 51 anos.

Apresentam-se como um aumento de volume


assintomático que se aproxima da região nasolabial
do terço médio da face, variando de 1 a 5 centímetros
Características
de diâmetro. A palpação dessas lesões revela uma
clínicas
consistência macia e flutuante. Os pacientes costumam
relatar sintomas de obstrução nasal e preocupações
estéticas.

Revestimento cístico do epitélio, variando de


Achados epitélio escamoso estratificado a epitélio colunar
histopatológicos pseudoestratificado ciliado. Células mucosas ou
caliciformes dispersas são inclusões típicas.

Normalmente, são removidos por excisão cirúrgica


Tratamento e
conservadora. O prognóstico é favorável e a recorrência
prognóstico
é rara.

Fonte: Adaptado de Perez e Castle (2013), Uchoa-Vasconcelos et al. (2014), Narain (2015) e Lee
et al. (2018).
8 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

Cistos do ducto nasopalatino


O cisto do ducto nasopalatino é um cisto de desenvolvimento intraósseo
da linha média do palato anterior. Estudos relataram que cistos desse tipo
são os de desenvolvimento, epiteliais e não odontogênicos mais comuns da
cavidade oral, representando até 1% de todos os cistos maxilares (BARROS
et al., 2018; CAVALCANTE et al., 2021).
No passado, esses cistos, também conhecidos como cisto médio anterior,
cisto palatino médio anterior e cisto do ducto incisivo, eram considerados
cistos fissurais. Atualmente, porém, essas lesões são consideradas cistos
não odontogênicos da maxila, junto com os cistos da linha média maxilar e
os cistos nasolabiais (CAVALCANTE et al., 2021).
O Quadro 2 contém a epidemiologia, as características clínicas, os achados
histopatológicos, o tratamento e o prognóstico do cisto do ducto nasopalatino.

Quadro 2. Características dos cistos do ducto nasopalatino

Trata-se dos cistos não odontogênicos mais comuns


encontrados na região anterior da maxila. Têm predileção
Epidemiologia por pacientes do sexo masculino com idade média de 47
anos. A maioria dos afetados está entre a quarta e a sexta
década de vida.

Características Consistem em tumefações firmes e indolores no palato duro


anterior, cruzando a linha média, com ou sem drenagem. 
clínicas

Apresentam-se como região radiolúcida bem circunscrita na


linha média da maxila anterior. A lesão geralmente se localiza
Aspectos apicalmente em relação aos incisivos centrais superiores e
radiográficos parece encostar nas superfícies mesiais dos incisivos laterais
associados. Em muitos casos, tem formato similar ao de
coração, devido à sobreposição da espinha nasal.

Revestimento cístico de epitélio escamoso estratificado


achatado com aproximadamente duas ou três camadas de
Achados células de espessura. Um epitélio de células escamosas
histopatológicos é observado com frequência, embora um epitélio do tipo
respiratório ciliar possa ser visto quando a lesão está
localizada mais alta ou nasalmente. 

Ressecção cirúrgica, sobretudo. Após a remoção,


Tratamento e é importante monitorar os pacientes clínica e
prognóstico radiograficamente para determinar se a lesão foi resolvida
por completo. O prognóstico é favorável.

Fonte: Adaptado de Mesquita et al. (2014), Uchoa-Vasconcelos et al. (2014), Barros et al. (2018),
Cavalcante et al. (2021) e Kaur et al. (2021).
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A apresentação histopatológica do cisto do ducto nasopalatino é variável


e pode conter:

„ epitélio pavimentoso estratificado;


„ epitélio colunar pseudoestratificado;
„ epitélio colunar simples;
„ epitélio cúbico simples;

Em alguns casos, o cisto pode apresentar uma mistura de mais de


dois epitélios. No entanto, o tecido mais comumente visualizado é
o epitélio pavimentoso estratificado.

Cistos palatinos medianos


O cisto palatino mediano, também chamado de cisto palatino médio, é uma
lesão não odontogênica rara, pois representa apenas 7,14% de todos os cis-
tos da mandíbula. Há, portanto, controvérsia sobre a patogênese desses
cistos fissurais. De fato, poucos casos verdadeiros foram relatados na lite-
ratura (QUEIROZ et al., 2011).
Em 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a lesão se dava
a partir da extensão posterior do cisto do ducto nasopalatino. Nos últimos
anos, porém, muito se discutiu sobre entidades fissurais na linha média, pois
embriologistas e patologistas questionam o aprisionamento epitelial durante
a fusão embrionária (BACCI et al., 2011).
No Quadro 3, constam a epidemiologia, as características clínicas, os acha-
dos histopatológicos, o tratamento e o prognóstico do cisto palatino mediano.

Quadro 3. Características do cistos palatinos medianos

Epidemiologia Não é bem definida, por ser de raro acometimento.

Lesão circular ou ovoide que produz um aumento de


Características
volume definido, assintomático e simétrico que pode se
clínicas
estender até a região molar.
(Continua)
10 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

(Continuação)

Lesões uniloculares, circulares ou ovoides, com região


Aspectos
radiolúcida e halo radiopaco em torno da circunferência,
radiográficos
próximas a regiões médias do palato.

Cavidade cística recoberta por epitélio que contém


células escamosas estratificadas, muitas vezes com
Achados
componentes epiteliais respiratórios. A parede é
histopatológicos
composta de tecido conjuntivo fibroso colagenoso
moderadamente denso.

A enucleação é o tratamento mais utilizado para essa


Tratamento e
lesão, com baixo índice de recorrência. O prognóstico é
prognóstico
favorável.

Fonte: Adaptado de Queiroz et al. (2011), Bacci et al. (2011) e Franklin et al. (2021).

Cistos linfoepiteliais orais


O cisto linfoepitelial oral é um cisto de desenvolvimento de tecidos moles
raro. Foi descrito pela primeira vez em 1962 como cisto de fenda branquial,
mas outros nomes foram aplicados posteriormente, como cisto da fenda
branquial, cisto branquiogênico e pseudocisto tonsilar (SYKARA et al., 2017).
O cisto linfoepitelial surge em vários órgãos, como pâncreas, estômago,
tireoide, esôfago e mediastino. Na região de cabeça e pescoço, é mais comum
na região cervical lateral e nas glândulas parótidas, com cistos linfoepiteliais
orais de glândulas salivares maiores, associadas ao vírus da imunodeficiência
humana (HIV) (CUNHA et al., 2021).
As lesões geralmente se apresentam no assoalho da boca ou na margem
lateral da língua, como nódulos indolores, de coloração amarelo-amarelada
a branca e consistência macia a firme, medindo menos de 1 cm. Por serem
formadas de tecidos moles, não apresentam aspectos radiográficos (ANSARI
et al., 2021).
O Quadro 4 traz detalha a epidemiologia, as características clínicas, os
achados histopatológicos, o tratamento e o prognóstico do cisto linfoepitelial
oral.
Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 11

Quadro 4. Características do cisto linfoepitelial oral

A idade média dos pacientes é de 44 anos, sem predileção


Epidemiologia por sexo, com maior acometimento de tonsilas palatinas e
linguais e de adenoides faríngeas.

Nódulos branco-amarelados, com superfícies


relativamente lisas. A maioria das lesões apresenta-se
Características na superfície ventral ou nas bordas laterais da língua, ou,
clínicas ainda, no assoalho da boca, mas pode haver lesões em
qualquer superfície da mucosa oral associada ao anel de
Waldeyer.

Cisto revestido por epitélio escamoso estratificado


Achados
circundado por tecido linfoide. O cisto aparece
histopatológicos
encapsulado pelo tecido linfoide circundante. 

As lesões podem ser removidas por excisão cirúrgica


Tratamento e conservadora. Uma vez removidas cirurgicamente, a
prognóstico recorrência não é esperada, de modo que o prognóstico é
favorável.

Fonte: Adaptado de Uchoa-Vasconcelos et al. (2014), Sykara et al. (2017), Joshi et al. (2018) e
Ansari et al. (2021).

Cistos palatinos do recém-nascido


Em 1880, o pediatra Alois Epstein, de Praga, descreveu pela primeira vez a
doença de Epstein como a presença de pequenos nódulos na cavidade oral
de recém-nascidos. Até então, vários investigadores haviam relatado uma
alta taxa de ocorrência de cistos da mucosa palatina em fetos e bebês (DIAZ
DE ORTIZ; MENDEZ, 2021). No entanto, apenas em 1967 foram estudados e
classificados, por Alfred Fromm, como pérolas de Epstein, nódulos de Bohn
e cistos da lâmina dentária. Fromm concluiu, com base na histologia e na
apresentação clínica das lesões, que estas eram comumente encontradas
em lactentes e que havia tipos distintos (KAUL et al., 2022).
O Quadro 5 traz a epidemiologia, as características clínicas, os achados
histopatológicos, o tratamento e o prognóstico do cisto palatino do recém-
-nascido (sem apresentação radiográfica).
12 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

Quadro 5. Características do cisto palatino do recém-nascido

Ocorre, sobretudo, em nascidos a termo, e não há


Epidemiologia
predileção por sexo. 

Nódulos brancos a amarelos adjacentes à linha média


Características palatina. Essas lesões são firmes ao toque e variam de um
clínicas a vários milímetros de tamanho. Podem aparecer como um
cisto solitário ou pequenos afloramentos de várias lesões. 

Achados Lúmen cístico cheio de queratina revestido por epitélio


escamoso estratificado.
histopatológicos

Como são autolimitados, rompem-se com o tempo. Os pais


Tratamento e de bebês que apresentam essas lesões podem ter certeza
prognóstico de que elas se resolverão por conta própria. A recorrência
é rara e, portanto, o prognóstico é favorável.

Fonte: Adaptado de Uchoa-Vasconcelos et al. (2014), Diaz de Ortiz e Mendez (2021) e Kaul et al.
(2022).

O cisto palatino do recém-nascido é denominado pérolas de Epstein


quando está localizado ao longo da rafe palatina mediana e nódulos
de Bohn quando está em alguma região do palato duro, perto da junção mediana.
É importante lembrar que esses cistos são distintos dos cistos gengivais do
recém-nascido, que se apresentam sobre o rebordo alveolar.

Cistos dermoides
Os cistos dermoides são lesões de desenvolvimento, ou fissurais, como tam-
bém são conhecidos. Ocorrem em todo o corpo. Na cavidade oral, geralmente
estão localizados no assoalho anterior da boca na linha média. Acredita-se que
a causa das lesões no assoalho da boca seja o aprisionamento de desenvolvi-
mento de células multipotentes ou a implantação de epitélio (LEE et al., 2018).
As lesões são prevalentes em cabeça e pescoço, com uma variação de 1,6
a 6,9%, e são extremamente raras na cavidade oral, representando menos
de 0,01% de todos os cistos de cavidade. Ainda, não têm apresentação ra-
diográfica (LE et al., 2021).
O Quadro 6 exibe a epidemiologia, as características clínicas, os achados
histopatológicos, o tratamento e o prognóstico do cisto dermoide.
Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 13

Quadro 6. Características do cisto dermoide

Leve predileção por indivíduos do sexo masculino com


idade até 30 anos. É, em muitos casos, congênito, e
Epidemiologia
aparece com mais frequência em região de cabeça e
pescoço. Na região intraoral, é comum no assoalho bucal.

Apresentam-se mais comumente no assoalho da


boca como uma massa assintomática de crescimento
Características
lento. Normalmente, as lesões não são descobertas até
clínicas
aumentarem. Essas lesões são firmes e flutuantes à
palpação.

Parede bem definida, revestida por epitélio escamoso


Achados estratificado e um lúmen que pode ser preenchido por
histopatológicos estruturas anexiais maduras de origem mesodérmica,
como folículos e hastes pilosas e glândulas sebáceas.

Tipicamente removidos por enucleação cirúrgica


Tratamento e
conservadora. A recorrência é rara e o prognóstico
prognóstico
favorável.

Fonte: Adaptado de Uchoa-Vasconcelos et al. (2014), Lee et al. (2018) e Le et al. (2021).

Manobras semiotécnicas e exames


complementares para o diagnóstico
diferencial
Como já mencionamos, reconhecer as lesões e as suas principais característi-
cas é essencial na prática clínica. No entanto, é preciso lançar mão de algumas
técnicas para obter dados objetivos e fornecer o melhor diagnóstico possível.
Para isso, existem as manobras semiotécnicas e os exames complementares.
As manobras semiotécnicas consistem em ações realizadas pelo profis-
sional em região extra ou intraoral do paciente com o intuito de identificar
desvios da normalidade (TOMMASI, 2015). Para aplicá-las, o profissional utiliza
os seus sentidos, como tato, olfato, visão e audição, para obter informações
sobre as lesões cujo tratamento cabe ao cirurgião-dentista. Para a distinção
dos cistos não odontogênicos dos demais, por exemplo, pode-se aplicar a
palpação (tato), a inspeção (visão) e a punção aspirativa (tato) (MARCUCCI
et al., 2020).
14 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

Na maioria dos casos, a palpação pode fornecer muitas respostas rela-


tivas ao diagnóstico, pois os cistos se apresentam como lesões rígidas, mas
flutuantes à palpação, o que os difere de outras lesões fundamentais, como
fibromas e tumores. Ainda, para a confirmação do cisto, pode-se fazer a punção
aspirativa, de modo a identificar a presença de líquido ou material semissólido
local (PHILBERT; SANDHU, 2020). Todavia, a localização, identificada por meio
da inspeção, pode fazer toda a diferença entre um diagnóstico e outro. Por
isso, é essencial conhecer as características de cada lesão.
Por sua vez, os exames complementares são alguns testes realizados com
o paciente visando a obter outros dados, com o intuito de nortear a análise
crítica do profissional quanto ao diagnóstico (TOMMASI, 2015). Em outras
palavras, trata-se de testes que podem fornecer respostas ao profissional
por meios que não são alcançados apenas pelo uso dos sentidos humanos.
Como exemplos, podemos citar o teste de vitalidade pulpar, as radiogra-
fias periapicais, oclusais e panorâmicas, e o exame histopatológico (REGEZI;
SCIUBBA; JORDAN, 2017).
Quanto aos exames complementares, a radiografia pode ajudar revelando a
localização aproximada do cisto (TOMMASI, 2015). O teste de vitalidade pulpar
também é ótimo quando se quer saber se a lesão está ou não associada a
algum dente e se ele está vital ou não. No entanto, em alguns casos, apenas
o exame histopatológico vai possibilitar um veredito, uma vez que mostra a
composição tecidual da lesão em questão (MARCUCCI et al., 2020).
Veja, a seguir, como os principais cistos não odontogênicos podem ser
analisados e testados por meio dessas técnicas. Note que nem todas as lesões
descritas no capítulo são citadas, pois algumas têm sinais patognomônicos,
como o cisto palatino do recém-nascido e o cisto linfoepitelial oral.

Um sinal patognomônico é um sinal específico, cuja presença significa


que se trata, sem dúvidas, de determinada doença.

Os cistos nasolabiais se apresentam, histologicamente, um epitélio co-


lunar pseudoestratificado, com epitélio escamoso estratificado ocasional
ao exame histopatológico. Assim, o diagnóstico é feito correlacionando-se o
histopatológico com a informação/apresentação clínica (KUMAR et al., 2022).
A palpação é um ótimo recurso para identificar a consistência da lesão, que
Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica 15

deve ser flutuante e rígida (ALMUTAIRI et al., 2020). O diagnóstico diferencial


inclui:

„ cisto radicular;
„ abscesso periapical;
„ cisto do ducto nasopalatino;
„ tumores mesenquimais benignos;
„ tumores de glândulas salivares menores. 

Já os cistos do ducto nasopalatino se apresentam, histologicamente, com


uma parede do cisto revestida por epitélio e cercada por tecido conjuntivo
fibrovascular, muitas vezes com glândulas salivares menores como achados
incidentais (LARMIE; MANDEL, 2021). Portanto, o teste de vitalidade deve ser
realizado nos dentes associados à lesão para descartar uma fonte odontogê-
nica, como um cisto periapical ou um granuloma. Dentes associados a um cisto
do ducto nasopalatino serão vitais (PHILBERT; SANDHU, 2020). O diagnóstico
diferencial é feito em relação a:

„ qualquer cisto odontogênico (cisto periodontal lateral e cisto/granu-


loma periapical);
„ fossa incisiva ampliada;
„ granuloma central de células gigantes.

Por sua vez, o diagnóstico diferencial do cisto palatino mediano inclui os


cistos do canal incisivo e os cistos palatinos anteriores da maxila, como o
cisto do ducto nasopalatino. A subdivisão dos cistos de sutura palatina em
cistos alveolares medianos (anteriores) e palatinos medianos (posteriores)
é puramente acadêmica (RANGASWAMY; SINGH; YUMNUM, 2018). No entanto,
o cisto palatino mediano difere de outros defeitos do palato por apresentar
características específicas, incluindo revestimento epitelial, ausência de
glândulas salivares, elementos vasculares ou neurais na parede cística e
localização (palato posterior) (PHILBERT; SANDHU, 2020).
Por fim, os cistos dermoides diferem dos cistos epidérmicos ou epidermoi-
des porque estão localizados na camada dérmica e são formados por vários
mecanismos, como a oclusão de um ducto sebáceo ou o aprisionamento
(congênito e pós-traumático) de células epidérmicas. Histologicamente, os
cistos epidérmicos podem ser facilmente diferenciados dos cistos dermoides
devido à ausência de anexos cutâneos. Ou seja, aqui, o exame histopatológico
é o que pode fornecer o veredito (GIARRAPUTO et al., 2018).
16 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

Neste capítulo, vimos que a compreensão das características dos distintos


cistos maxilares de natureza não odontogênica é fundamental para que o
profissional esteja apto a identificar o quadro e agir rapidamente, reduzindo
a morbidade. Dessa forma, poderá oferecer um tratamento mais eficiente e
eficaz, com base em conhecimento adquirido e consolidado na prática.

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18 Cistos dos maxilares de natureza não odontogênica

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