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E MAXILOFACIAL
Cistos odontogênicos
inflamatórios
Camila Batista de Oliveira Silva Rossi
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Um dos achados mais comuns na odontologia é a presença de cistos. Embora seja
considerada uma patologia de caráter benigno, tem altas taxas de destruição da
estrutura óssea — daí a importância de ser corretamente diagnosticada. A maioria
dos cistos são assintomáticos. Porém, se forem maiores, podem causar sintomas
como dor aguda e dificuldades de mastigação.
Os cistos são divididos em odontogênicos e não odontogênicos. Nestes, o
epitélio de origem deriva da formação da face, não sendo relacionado com a
odontogênese. Já os cistos odontogênicos, foco deste capítulo, são classificados
em cistos de desenvolvimento e inflamatórios. A etiopatogenia dos cistos de
desenvolvimentos é desconhecida, enquanto a origem dos cistos inflamatórios
é uma lesão causada por cárie, traumas e/ou necrose do tecido pulpar.
Neste capítulo, vamos abordar os cistos oncogênicos inflamatórios e as suas
principais características. Sobretudo, explicaremos quais são os processos en-
volvidos na sua formação e no seu crescimento. Por fim, descreveremos os tipos
de tratamento dos principais cistos oncogênicos.
2 Cistos odontogênicos inflamatórios
Figura 1. Exame radiográfico apontando para presença de cisto radicular apical lateral.
Fonte: Adaptada de Neville et al. (2016).
Figura 2. Radiografia de um cisto apical residual, com aspecto radiolúcido circular na man-
díbula posterior lado esquerdo.
Fonte: Adaptada de Neville et al. (2016).
Achados histológicos
A histologia consiste em uma área importante da patologia. É a partir dela que
são identificadas estruturas celulares que norteiam um correto diagnóstico
e a diferenciação entre casos benignos ou malignos, entre outras funções
que são indispensáveis para a medicina moderna.
A principal característica dos cistos oncogênicos inflamatórios radiculares
é a presença de tecido granuloso e fibroso, devido à proliferação epitelial. É
comum, também, a presença de infiltrado inflamatório, com predominância
de neutrófilos, monócitos e linfócitos (Figura 3). As células mononucleares,
como linfócitos T e B, quando presentes, indicam a ocorrência de uma lesão
crônica (TJIOE et al., 2015).
tecido conjuntivo;
depósitos de colágeno (presentes no lúmen);
infiltrado inflamatório rico em células mononucleares.
Manejo terapêutico
Cistos de origem inflamatória têm formas de tratamentos individualizadas.
Isso quer dizer que muitos fatores devem ser ponderados pelo profissional
antes da tomada de decisão. Esses fatores incluem (NEVILLE et al., 2016):
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