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Curso Odontologia FAC 3 - 5.

Semestre - Matutino
Disciplina Fundamentos para Propedêutica Cirúrgica II
Profa. Dra. Priscila Galzo Marafon Moda

CISTOS COMPLEXO MAXILOMANDIBULARES


CISTOS ODONTOGÊNICOS E NÃO ODONTOGÊNICOS

Eliane Claudino de Carvalho


Elielton do Nascimento Melo
Freddy Alouis Wigman
Jady Caldeira Lima
Lydiene Fronio de Azevedo
Maria Laura Mariano da Silva
Vitória do Vale Silva
A maioria dos cistos e tumores dos maxilares são descobertos ocasionalmente,
através de radiografias panorâmicas de rotina ou quando apresentam sintomas
como: mobilidade dentária, abaulamento de cortical ou deformidade facial.
Apresentam-se como lesões únicas e juntamente com a anamnese e exame
físico pode-se estabelecer uma suspeita diagnóstica adequada;
Geralmente possui uma área bem circunscrita, no interior do osso,
delimitada por uma borda esclerótica (branca).
São revestidas por uma membrana de tecido epitelial contendo conteúdo
fluido à sólido em seu interior.
Pode-se adotar critérios que permitam agrupá-los, sendo divididos por:

Odontogênicos - são derivados do epitélio associado ao desenvolvimento do


órgão do esmalte;

Não odontogênicos - originários do epitélio retido ao longo das linhas de


fusão durante a embriogênese. (NEVILLE et al., 1998).
Cisto
Dentígero
É um cisto odontogênico associado à coroa de um dente
permanente não irrompido;
Seu crescimento ocorre principalmente nas três primeiras
décadas de vida;
Lento e assintomático - podendo causar: deformação facial,
impactação e deslocamento de dentes e/ou estruturas
adjacentes;
Necessita de intervenção cirúrgica para o diagnóstico e
tratamento desta lesão.
Fonte da imagem:http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-52762015000300005#fig01
PREVALÊNCIA

É o segundo cisto dos maxilares mais frequentes (14 a 20%), depois dos
cistos radiculares apicais - unilocular e de maior ocorrência na mandíbula
e no sexo masculino. (VAZ et al., 2010).
Principalmente em pacientes jovens ou adultos jovens, envolvendo o
terceiro molar inferior, os dentes pré-molares e molares superiores são
também bastante afetados. (ALMEIDA, 2016).
CAUSAS

O cisto dentígero origina-se a partir do acúmulo de fluído no espaço
localizado entre o folículo pericoronário e um dente impactado. (A)
Presença de processo inflamatório no periápice de dentes decíduos. (ALMEIDA, 2016).

Esquema demonstrando, de acordo com a


Desenho esquemático de corte cronologia dental, a localização dos
histológico mostrando o dente elementos decíduos e permanentes nas as
incisivo inferior não irrompido em hemiarcadas superior e inferior de um
desenvolvimento, envolto pelo paciente de aproximadamente 6 anos. Note
folículo dental (item A). Material que o dente 13, dentre todos os dentes
adaptado. Fonte: Ortodontia: superiores, é o mais distante da crista óssea
diagnóstico e planejamento clínico alveolar. Fonte: Ortodontia: diagnóstico e
Vellini-Ferreira (2021). planejamento clínico. Vellini-Ferreira
(2021).

Fonte das imagens: https://papaizassociados.com.br/janeiro-2022-cisto-dentigero-consideracoes-radiograficas-tomograficas-e-clinicas-lxiv/


DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico é difícil, pois tem crescimento lento e não


apresenta sintomatologia dolorosa na maioria dos casos;
No exame radiográfico apresenta áreas radiolúcidas com limites bem
definidos ao redor da coroa de um dente impactado;
Realização de exame histopatológico é fundamental para descartar
outras lesões com características clínico-radiográficas semelhantes e
sendo necessário acompanhamento radiográfico pós-operatório
anual.

Dente 38 Dente 38

Fonte das imagens: https://papaizassociados.com.br/janeiro-2022-cisto-dentigero-consideracoes-radiograficas-tomograficas-e-clinicas-lxiv/


TRATAMENTO

A marsupialização e a enucleação são as técnicas clássicas - podendo associar -


o alívio da pressão interna cística é a técnica cirúrgica menos invasivas;
Modalidade terapêutica deve ser baseada em critérios objetivos como: idade,
tamanho da lesão, envolvimento de estruturas anatômicas importantes e
importância clínica do dente associado à lesão.

O prognóstico deste tipo de lesão


Marsupialização
incisão através da mucosa oral e da parede
é favorável quando se emprega a
cística em direção ao centro do cisto. Excisão
da janela da mucosa e da parece cística. Sutura
terapêutica apropriada.
em conjunto (mucosa oral e parece cística) na
região periférica da abertura. (HUPP,2015).

Enucleação
consiste em remover completamente a lesão,
sem rompê-la. (VASCONCELOS,2012.)

Fonte das imagens: https://papaizassociados.com.br/janeiro-2022-cisto-dentigero-consideracoes-radiograficas-tomograficas-e-clinicas-lxiv/


Cisto de
Erupção
É um cisto odontogênico associado com a irrupção dos dentes
permanentes, afeta principalmente os incisivos centrais e primeiros
molares maxilares de indivíduos entre 5 e 9 anos;

Apresenta um aumento de volume muito delimitado (em forma de


cúpula) sobre o dente de erupção, com coloração de translúcida à azul-
arroxeada, devido ao acúmulo de sangue no fluído cístico ou em sua
cápsula;
Não necessita de intervenção para o tratamento, pois ele se resolve
espontaneamente quando o dente emerge na cavidade oral, rompendo
a mucosa gengival, para alguns casos necessita intervenção cirúrgica .
Fonte da imagem: Manual de Odontopediatria: Angus Cameron, disponível em https://www.odontoblogia.com.br/cisto-de-erupcao-tire-suas-duvidas/amp/
PREVALÊNCIA

São lesões benignas associadas aos dentes em erupção;


Afetam apenas os tecidos moles, ocorrendo pouco antes da erupção
dos dentes ou quando ocorre um alargamento folicular (trauma);
Pode ocorrer tanto na fase da erupção primária (dentes de leite)
quanto na erupção dos dentes permanentes e supranumerários.
CAUSAS

A patogênese do cisto é desconhecida, porém a possibilidade


de tecido fibroso na região e/ou traumatismo têm sido
sugeridos como causas do seu desenvolvimento (região
local);

Fonte das imagens:https://www.paulocoutinhopediatra.pt/hematoma-gengival-da-erupcao-dentaria-pelos-pediatras-emidio-carreiro-e-paulo-coutinho/


DIAGNÓSTICO

Clinicamente a lesão tem aspecto de tumefação translúcida,


circunscrita, normalmente unilocular;
Regular, flutuante da crista óssea por cima do dente;
Quando a cavidade cística que envolve a coroa do dente tem
sangue, a tumefação contém uma coloração violácea ou azul
escura;
Não apresenta imagem radiográfica pois, se localiza sobre a coroa
de um dente que não está no interior do osso.

Fonte das imagens:https://www.paulocoutinhopediatra.pt/hematoma-gengival-da-erupcao-dentaria-pelos-pediatras-emidio-carreiro-e-paulo-coutinho/


TRATAMENTO

Por ser uma lesão cística simples (a maioria dos casos) não é necessária
nenhuma intervenção, pois o cisto pode ser naturalmente rompido durante
o processo de erupção natural.
Quando a irrupção não ocorre de forma natural, realiza-se o procedimento
chamado Ulectomia - retirada da mucosa gengival que cobre o dente.
O prognóstico deste tipo de lesão
é favorável pois a maioria dos casos
não necessita de intervenção cirúrgica.
Quando há, o tratamento é simples e a
Figura 1e II: Exame clínico inicial e radiografia inicial.
Figura III : Anestesia tópica da
área com Benzocaína
Figura VI : Anestesia terminal
infiltrativa anestesiando o nervo
alveolar superior anterior

recuperação é rápida.

Figura V : Incisão elíptica com Figura VII : Pós cirúrgico Figura VII : Após 180 dias
Figura VI : Remoção do tecido gengival
lâmina de bisturi nº 15 ao redor da imediato cirúrgico.
remanescente com pinça hemostática.
mucosa a ser removida
Fonte das imagens:https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/5089
Cisto do
Ducto
Nasopalatino
É classificado como um cisto não odontogênico,
considerados cistos verdadeiros e representam patologias
distintas que acometem os maxilares;
A denominação ‘não odontogênicos’ é atribuída ao fato de
eles não se originarem do tecido epitelial que participa da
formação do dente;
Tipo fissural, pouco freqüente, que provavelmente se
desenvolve pela proliferação de restos epiteliais incluídos no
interior do canal nasopalatino por ocasião da fusão dos
processos palatinos com a pré-maxila.
Fonte das imagens:https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/5089
PREVALÊNCIA

É o mais frequente entre os cistos classificados como não


odontogênicos;
É mais comum ser diagnosticado em pacientes entre 40-60 anos,
relacionado à uma predileção para pacientes do sexo masculino.
CAUSAS

Dentre os fatores etiológicos mais citados são trauma direto ou


indireto na região anterior da maxila, infecção bacteriana
gerando a inflamação do ducto.

vista superior
Fonte das imagens:https://www.mastereditora.com.br/periodico/20220309_132806.pdf
DIAGNÓSTICO

Muitas das lesões não apresentam sintomatologia, detectadas apenas


durante exames clínicos e/ou radiográficos rotineiros ou em situações
de uso de próteses totais superiores (necessidade de adaptação);
Sintomas mais frequentemente : aumento de volume, dor e via de
drenagem;
Radiograficamente apresenta como uma área radiolúcida com
delimitações bem definidas - se não estiver secundariamente infectado.
Formato é ovalado/arredondado ou forma de pera invertida,(em virtude
da proximidade das raízes dos incisivos centrais superiores), ou a
forma do desenho de coração (projeção da imagem do septo nasal na
área radiolúcida).

Fonte das imagens:https://www.mastereditora.com.br/periodico/20220309_132806.pdf


TRATAMENTO

Enucleação cirúrgica é o tratamento melhor aceito na literatura;


A Marsupialização é indicada antes da enucleação nos casos
onde o cisto possui uma maior dimensão;
A biópsia incisional é recomendada, para excluir hipóteses
A recidiva é rara e o
diagnósticas.
Retalho muco-periósteo
palatino
prognóstico é favorável.
Osteotomia

A regeneração óssea completa é


verificada na maioria dos casos.

Curetagem
A recorrência é baixa.
sutura

Fonte das imagens:https://www.mastereditora.com.br/periodico/20220309_132806.pdf


Conclusão
O objetivo deste trabalho foi relatar os aspectos mais pertinentes descritos
na literatura sobre os tipos de cistos odontogênicos : cisto dentígero e cisto
de erupção e o cisto não odontogênico: cisto do ducto nasopalatino;

Em muitas ocasiões a patogênese ainda é duvidosa, dependente de sua


origem (as classificações destas lesões são feitas levando em consideração
a etiopatogenia, aspecto clínico, aspecto radiográfico e o aspecto
histopatológico).

Como tendenciam a aumentar seu tamanho lentamente, torna-se


imprescindível a escolha de tratamentos conservadores tendo estes por
finalidade reduzir a lesão, evitando o comprometimento das estruturas
adjacentes para assim minimizar morbidades adicionais aos pacientes.

Terapias conservadoras para tratamentos de cistos incluem:


descompressão, enucleação simples (com ou sem curetagem) e a

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