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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

LICENCIATURA EM MEDICINA DENTÁRIA

CURSO: MEDICINA
DENTÁRIA Tema
Aspectos géneticos das anomalias DOCENTE
3ª ANO: dentárias IVONE CARDOSO
CADEIRA DE
ODONTOPEDIATRIA

26-10-2023 prof: Ivone Cardoso 1


SUMÁRIO

OBJECTIVOS TEMA

ASPECTOS GÉNETICOS DAS ANOMALIAS DENTÁRIAS

CONCLUSÃO
REFERENCIA
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Introdução

 A principal responsabilidade do odontopediatra, ao realizar o


atendimento de um paciente infantil, supervisionar não só as condições
de toda cavidade oral como também o bem estar geral, através da
avaliação dos dados obtidos na namnese, no exame clínico e
frequentemente pelas radiografias.

 O exame radiográfico é um instrumento de diagnóstico importante e


fundamental para o sucesso no tratamento da criança, não só para o
diagnóstico da cárie iniciais como também para detenção precoce de
problemas de erupção ou de desenvolvimento que ocorre durante o
estágio de iniciação e proliferação do germe dentário.
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Os profissionais devem ter todo o conhecimento relacionado com o desenvolvimento,
morfologia, função e identidade da dentição humana. O fator genético é preponderante no
padrão e desenvolvimento das arcadas dentárias, no entanto, este pode ser influenciado por
fatores ambientais, qualidade nutricional e saúde do indivíduo.

O dente é constituído por esmalte que é considerado o tecido mais mineralizado do corpo,
com 96% de matéria orgânica na sua constituição (cristais de apatita), sendo os ameloblastos
os responsáveis pela sua formação.

Esta perda faz com que o esmalte se torne num tecido não vital, não havendo a sua
reconstituição devido a fatores como o desgaste; a dentina, formada através dos
odontoblastos, é um tecido menos duro (quando comparado com o cemento e o esmalte) com
extensões citoplasmáticas da polpa que lhe atribuem a sensibilidade; a polpa é designada por
um tecido conjuntivo frouxo não mineralizado, tendo como funções a produção de dentina, a
nutrição de dentina avascular, a proteção dos nervos que dão sensibilidade à dentina e a
reparação,
26-10-2023 isto é, a capacidade
prof: Ivonede produzir nova dentina quando necessário
Cardoso 4
OBJECTIVOS

• Espero que após está aula os estudantes sejam

GERAL
capazes de:
• Descrever os aspectos geneticos das anomalias
dentária

• Falar aos estudantes a cronologia de erupção da


dentição decídua
ESPECÍFICOS • Explicar aos estudantes a cronologia de erupção da
dentição permante
• Demostrar aos estudantes por meio de imagens as
anomalias dentarias
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ASPECTOS GÉNICOS DAS
ANOMALIAS DENTÁRIAS

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 A dentição decídua ou dentição primária é a primeira a ser observada na cavidade oral e inicia a
sua formação pré-natal por volta da 6ª semana de vida intra-uterina, terminando por volta dos 3
anos de idade (período pós natal). Esta dentição permanece intacta até que a criança complete
os 6 anos, e já nesta fase, os sucessores dos dentes decíduos (dentes permanentes) estão
prontos a erupcionar.

 A dentição decídua é constituída por vinte peças dentárias: quatro incisivos centrais, quatro
incisivos laterais, quatro caninos, quatro primeiros molares e quatro segundos molares. esta
dentição apresenta características idênticas aos dentes sucessores e tem como funções a
manutenção de espaço para a erupção dos dentes permanentes e o auxílio no desenvolvimento
de ossos e músculos faciais.

 Constituição dentária. Anomalias dentárias e a sua importância no processo de identificação


humana a dentição permanente inclui 32 dentes que substituem os dentes decíduos, sendo
designados por dentes sucessores. É composta por 4 incisivos centrais, quatro incisivos laterais,
quatro caninos, quatro primeiros pré-molares, quatro segundos pré-molares, quatro primeiros
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molares, quatro segundos molares e quatro terceiros molares.
O processo de erupção dentária decídua no género
masculino é mais precoce do que a verificada no feminino e que pode apresentar
influência genética. Relata também que os negroides são mais precoces que os
caucasianos e que o nível socioeconómico e diferenças regionais podem se
considerados fatores interferentes na erupção dentária.
 Estágios de Nolla
 A idade dentária é usada na determinação do desenvolvimento individual devido à sua
praticabilidade clínica. É baseada na cronologia de erupção dentária e nos estágios de
desenvolvimento dos dentes. desenvolveu uma técnica de observação do
desenvolvimento dos dentes, segundo uma série de radiografias do mesmo indivíduo e
criou dez estágios de mineralização
26-10-2023 prof: Ivone Cardoso dos dentes superiores e inferiores. 8
Anomalias: São distúrbios no desenvolvimento ou crescimento das
estruturas dentárias, tendo como resultado final, um dente diferente do normal.
Essas alterações podem estar relacionadas com a forma, tamanho, número
posição, constituição ou função dos dentes.

Diagnóstico precoce : As anomalias ocorrem nas duas primeiras


décadas de vida, ou seja, durante a odontogénese, sendo na maioria assintomáticas
e diagnosticadas em exames radiográficos feitos para outras finalidades. Quanto, mais
precoce o diagnóstico melhor é o prognóstico.

Tratamento precoce: Algumas anomalias não precisam de tratamento, no entanto é


necessário o esclarecimento do paciente ou dos responsáveis, no caso quando trata-se
de crianças.
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Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento dos dentes:

 Dentes supranumerários: os dentes supranumerários ou hipertonia referem-se ao


acréscimo de dentes observados, considerada uma anomalia de número .E necessário recorrer ao exame
radiográfico para fazer o
diagnóstico, uma vez que pode interferir no desenvolvimento dos dentes normais
adjacentes. Este, associa também, hiperdontia a síndromes congénitas, como é o caso da
displasia Cleide craniana.

 Distomolar e Quarto Molar


 Dente situado posteriormente aos terceiros molares e pode ser designado por quarto
molar ou distomolar, situado por distal. São considerados achados radiográficos, uma
vez que, na ausência de sintomatologia, não erupcionam e não são diagnosticados
através de um simples exame clínico.

 Mesiodens: É um dente supranumerário que está localizado na região dos incisivos centrais
superiores e, apenas 25% dos casos erupcionam (Ortiz, 2010). Pode ser único ou
múltiplo e é classificado com base na ocorrência na dentição permanente (mesiodens
rudimentar), na dentição decídua (mesiodens suplementar) ou de acordo com a sua
morfologia (cónico, tuberculado ou molariforme).
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 Paramolar:Considerado um dente supranum
erário, normalmente com dimensões pequena
se
morfologia rudimentar, situado por palatino ou
vestibular de um molar, ou por inter-
proximal do segundo e terceiro molar.

 Dente Suplementar: Um dente suplementar


é uma estrutura supranumerária com
uma forma idêntica a um dente normal e a su
a localização é adjacente aos dentes finais
de série (incisivos laterais, segundos pré-
molares e terceiros molares).
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Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento dos dentes anomalias de
tamanho e da forma dos dentes

 Macrodontia
 Microdontia
 Concrescência
 Fusão
 Geminação
 Dente evaginado
 Dente invaginado ["Dens in dente"]
 Pérolas de esmalte
 Dentes conóides
 Taurodontismo
 Tubérculo paramolar
 Exclui: Tubérculo de Carabelli, considerado uma variação normal e não deve
ser codificado
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 Concrescência: união dentária através do tecido dentário

 Fusão: união de dois gérmens dentários resultando em


um único dente

 Dente evaginado: é um defeito marcado pela elevação


da superfície oclusal de um dente

 Dente invaginado
Anomalia caracterizada por uma cúspide lingual
proeminentemente e uma fissura localizada centrícamente

 Geminação: formação ou tentativa de formas dois


dentes
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a partir de um único germe dentário.
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Pérolas de esmalte como um glóbulo de esmalte ec
tópico,
localizado mais frequentemente na bi- ou trifurcação
dos dentes.
 Macrodontia: dente de tamanho maior quando
comparado com o normal

 Microdontia:dentes de tamanho menor quando


comparado ao normal.

 Dentes conóides:O dente conóide é uma alteraçã


o de desenvolvimento relacionada com o tamanho
dos
dentes,
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classificada prof:
como microdontia isolada.
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 Taurodontia: alteração observada em
dentes multirradiculares caracterizados
por uma coroa prolongada

 Tubérculo paramolar:
 tubérculo paramolar é uma cúspide su
plementar observada na
superfície de um molar, caracterizada
pela suaestrutura morfologicamente an
ormal e
pode ser: tubérculo de Zuckerkandl.
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Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento dos dentes

 Fluorose dentária:

O flúor é muito utilizado em Medicina Dentária como
uma arma na prevenção da cárie,no entanto, quand
o ingerido em excesso, produz efeitos adversos que
podem levar ao aparecimento da fluorose dentária.

 Opacidades do esmalte não associados ao flúor


 São defeitos caracterizados por uma espessura nor
mal e superfície intata do esmalte, no
entanto, existe uma alteração na sua translucidez A
opacidade,é caracterizada pela falha na fase de min
eralização do dente.
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Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento dos dentes: K00.4

 Aplasia e hipoplasia do cemento


 O cemento é um tecido calcificado de cor amarelo claro que reco
bre a superfície,radicular, apresenta menos dureza que a dentina
e difere do esmalte pela falta de brilho
 e pela sua matriz escura.
 Dilaceração: é uma angulação ou curvatura acentuada na raiz
ou na cora de um dente e é causada por um traumatismo
durante a fase de formação que provoca uma alteração na
posição da estrutura calcificada em relação ao restante dente,
criando assim um ângulo.

 Hipoplasia do esmalte pré-natal neonatal, pós-natal
 A hipoplasia do esmalte é consequência de fatores sistémicos, tr
aumáticos, ambientais e,genéticos que ocorrem durante o desen
volvimento da peça dentária, criando defeitos na sua estrutura.
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 Odontodisplasia regional
 odontodisplasia regional é uma anomalia que en
volve componentes ectodérmicos e
mesodérmicos afetando tanto a dentição como
permanente é mais frequente no gênero
feminino e na maxila.

 Dentes de Turner
 A hipoplasia de esmalte localizada deve-
se a um traumatismo ou infeção local e varia de
uma pigmentação acastanhada e moderada do
esmalte, a presença de fossas profundas e
irregulares na coroa do dente
Exclui: incisivos de Hutchinson's e molares em
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amora que se observam na sífilis congénita
Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento dos dentes: K00.5

 Amelogénese imperfeita
 A anomalia pode estar associada a defeitos congénias
ou,hereditários que, inicialmente alteram a formaçãod
o esmalte, no entanto, não está
relacionada com defeitos morfológicos ou metabólicos
.

 Dentinogénese imperfeita
 Dentinogénese imperfeita é uma anomalia hereditária
do desenvolvimento da dentina, que incide tanto na de
ntição decídua como na permanente.

 Odontogénese imperfeita
 Na odontogénese imperfeita tanto o esmalte, como a
dentina sofrem alterações
patológicas
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em todos os dentes.
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 Dente em concha:
 São dentes conhecidos por “shell teeth” caracteri
zados por uma estrutura e cor do dente
 normal, no entanto escurecem com a idade

 Displasia da dentina
 a displasia dentearia tem origem hereditária
com,transmissão autossômica dominante e ocorr
e quando há formação de dentina atípica,
morfologia pulpar anormal e raízes malformadas
(cónicas, rombas ou curtas).
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Classificação dos distúrbios de erupção e desenvolvimento

 Dentes natais e neonatais: A formação da dentição da dentição


 decídua inicia-se na 6ª semana de vida intra-uterina e a sua
erupção ocorre por volta dos seis meses de vida, no entanto existe
m casos de dentes neonatais em que crianças nasce com dentes
erupcionados ou que erupcionam logo no primeiro mês de vida

 Erupção prematura dos dente: A perda de um dente é precoce


 quando ocorre antes do estádio 6 de Nolla, está onde já existe a
formação completa da coroa e a formação da raiz já foi iniciada, ou
um ano antes da esfoliação fisiológica

 Dentes temporários: Impactação dentária define-


se como uma condição em que a erupção completa de um
dente é interrompida devido ao seu contato com outro dente ou de
ntes. O canino é o
dente mais afetado pela impactação (depois dos terceiros molares
na dentição permanente) sendo
26-10-2023 mais comum na maxila
prof: Ivone Cardoso 22
 Alterações de cor durante a formação dos dentes:A pigmentação ex
trínseca é causada pela presença de bactérias no biofilme dentário,ing
estão de alimentos pigmentados, como por exemplo, o café utilização
de antissépticos orais como a clorexidina, compostas por metálicos e
tabaco.

 Manchas intrínsecas dos dentes


 A pigmentação intrínseca é causada por fatores congénitos, sistémicos
ou genéticos as alterações de pigmentação congênitas relacionam-se
coma flurose que apresenta manchas castanhas ou brancas opacas, a
hipoplasia do esmalte provoca desde manchas brancas até castanhas
escuras.

 Distúrbios da odontogénese:A odontogénese é um processo caracter


izado pelo conjunto de vários sinais indutivos e sequencias entre o
tecido epitelial de origem e ectodérmica e o tecido ectomesenquimal
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originado na crista neural.
 Fissura labial e fenda palatina: são malformações
congênitas que o correm durante o desenvolvimento
do embrião. Suas apresentações são variáveis e a
incidência é maior na etnia amarela, e menor na
negra popularmente são conhecido como lábio
leporino ou goela de lobo.

 Lábio leporino: o lábio leporino é uma separação


do lábio superior, normalmente logo abaixo do nariz.

 Fenda palatina: é uma abertura na parte superior


do céu da boca(palato) que causa uma abertura
anômala para dentro do nariz.

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Próxima Aula

*Características hereditárias nas famílias


*Abcesso alveolares. Celulite
*Anomalias de desenvolvimento

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Referencias bibliográficas

Condò, R., C. Perugia, C., P. Maturo, P., R. Docimo, R. MIH: Epidemiologic clinic study in
paediatric patient. Oral &Implantology. 2012, Anno V - N. 2-3.
Fayle, S.,A. Molar incisor hypomineralization: restorative management. Eur J PaediatrDent.
2003 Sep;4(3):121-6
10. Lemos, L.,V.,F. M., Shintome, L.,K. , Ramos, C.,J., Myaki, S.,I. Dentes natal e neonatal.
Einstein. 2009; 7(1 Pt 1):112-3 http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1333112663dente
%20neonatal%20HIAE.pdf

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Einstein. 2009; 7(1 Pt 1):112-3 http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1333112663dente
%20neonatal%20HIAE.pdf
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Exercícios
 Qual deve ser o protocolo clínico que o odontopediatra deve seguir quando suspeitar que a criança que ele
atende/atendeu sofre maus-tratos?
 Quais são os factores que aumentam o risco de negligência infantil?
 Quais são os tipos de negligência que estudou defina pelo menos 2?
 A negligência infantil geralmente vem acompanhada porque?
 Como estão relacionadas as anomalias dentarias?
 Cite as técnicas de condicionamento em odontopediatria que estudou e de 2 exemplo de cada uma delas?
 Cite as três principais técnicas de condicionamento?
 Quais são os objectivos específicos da nossa aula de hoje?

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