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Anatomia relacionada à anestesiologia a técnicas maxilares

(complicações)

Bloqueio do Nervo Alveolar Superoposterior1 Alveolar superior posterior e seus ramos


terminais. Possíveis complicaçõesHematoma: agulha introduzida posteriormente ao plexo
venoso pterigoideo. Podendo haver perfuração da artéria maxilar (uso agulha curta reduz o
risco).

INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
A infecção odontogênica é causada pelas bactérias que formam a placa bacteriana, as que são
encontradas nas superfícies da mucosa e as que habitam o sulco gengival. Basicamente são
compostos por cocos aeróbios gram-positivos, cocos anaeróbios e bastonetes anaeróbios
gram-negativos, sendo estas bactérias as mesmas causadoras de doenças comuns da cavidade
bucal, como a cárie dental, a gengivite e a doença periodontal. Quando estas bactérias têm
acesso aos tecidos subjacentes mais profundos, através da polpa necrótica ou das bolsas
periodontais profundas, tornam-se mais patogênicas e causam infecções odontogênicas.

A maioria das infecções odontogênicas é mista, isto é, causada por inúmeras bactérias,
podendo-se identificar em média de cinco a oito diferentes espécies de bactérias. Apenas em
ocasiões raras é encontrada uma única espécie de microrganismo. Por serem causadas por
múltiplas bactérias, é necessário que o clínico compreenda essa natureza polimicrobiana.

O segundo fator importante é a característica aeróbia e anaeróbia das bactérias causadoras de


infecção odontogênica. Como a flora da cavidade bucal é composta por bactérias aeróbias e
anaeróbias, a flora da infecção odontogênica pode se desenvolver usando concomitantemente
ou alternadamente estas duas vias do metabolismo, sendo a maioria das infecções
odontogênicas composta por estes tipos de bactérias.

➤ Origem periapical. A infecção se propaga por meio de lesão cariosa através do esmalte, da
dentina, do cemento e da polpa dental. À medida que alcança a região periapical, essas
bactérias se disseminam em direção ao periápice e ao osso alveolar.

➤ Origem periodontal. As bactérias causadoras da placa subgengival e da periodontite, por


meio da liberação de toxinas, causam destruição óssea, chegando ao osso alveolar.

➤ Origem pericoronária. Bactérias colonizam o tecido gengival que recobre dentes


semierupcionados, como, por exemplo, os terceiros molares, propagando-se, então, aos

No estágio inicial a infecção ainda está confinada ao osso, não tendo ainda ultrapassado as
barreiras do periósteo e a cortical óssea.
A celulite (também chamada de fleimão) consiste na disseminação da infecção aos tecidos
adjacentes. Nesta etapa a infecção venceu as barreiras ósseas corticais e difunde-se aos
tecidos circunvizinhos, causando intensa resposta inflamatória reacional que se manifesta
clinicamente como aumento de volume intenso e difuso.

O abscesso representa o estágio de cronificação do processo infeccioso, apresentando-se com


infecção de localização bem delimitada e circunscrita. Ao contrário da celulite, o abscesso
apresenta-se com consistência mole e flutuante, pouca distensão local dos tecidos e
geralmente dor localizada.

Os casos de infecções odontogênicas observados na clínica podem ser adequadamente


tratados mediante pequenos procedimentos cirúrgicos e antibióticos.

Os passos básicos iniciais para o tratamento de uma infecção odontogênica são a remoção da
causa e a drenagem cirúrgica. O tratamento cirúrgico pode variar desde a simples abertura
coronária com drenagem de infecção via canal até drenagens complexas, que envolvam
múltiplas incisões intra ou extrabucais, com colocação de drenos para contínua drenagem pós-
operatória. A remoção da causa visa tratar o foco original da infecção. Sempre que possível,
deve-se tentar preservar o dente causador da infecção, realizando tratamento endodôntico
periodontal. Quando o dente causador não puder ser recuperado ou quando condições
sistêmicas inviabilizarem o seu tratamento endodôntico, o elemento dental deverá ser
extraído o mais cedo possível.

A escolha do antibiótico apropriado para o tratamento das infecções odontogênicas deve ser
avaliada cuidadosamente. Em algumas circunstâncias nenhum antibiótico pode ser
administrado, e em outras situações pode ser necessária a associação de vários antibióticos
para sucesso do tratamento. Em infecções agudas de rápida progressão, com características de
celulite, está indicado o uso de antibióticos. Nas situações em que não seja possível a remoção
imediata da causa, seja por tratamento endodôntico ou extração do dente, a
antibioticoterapia deverá ser mantida até o tratamento definitivo. As bactérias que causam
mais de 90% das infecções odontogênicas são estreptococos aeróbios e anaeróbios,
peptococos, peptoestreptococos, Fusobacterium e Bacteroides.

O fármaco de primeira escolha é geralmente a penicilina. A clindamicina e a azitromicina são


opções para pacientes alérgicos à penicilina. Outra opção menos utilizada atualmente para
pacientes alérgicos à penicilina é a eritromicina. As cefalosporinas são úteis quando é
necessário um antibiótico de largo espectro. As tetraciclinas foram muito utilizadas no
passado, mas, devido às cepas resistentes nos dias atuais, não são mais utilizadas. O
metronidazol é útil para infecções predominantes por bactérias anaeróbias, muitas vezes
associados a outros grupos de antibióticos.

COMPLICAÇÕES EM EXODONTIA
PRINCIPAIS CUIDADOS PREVENTIVOS:

•Realizar exames por imagens (radiografias, tomografias etc.) e observar a relação das
estruturas nobres com a área a ser operada
•Não realizar força excessiva durante as exodontias, preferindo realizar odontossecção

•Só fechar a ferida cirúrgica (sutura) após se certificar de que a hemostasia foi obtida.

LESÕES DAS ESTRUTURAS OSSEAS

A região da tuberosidade maxilar é importante na reabilitação protética com prótese total


superior convencional. Se grande parte da tuberosidade for removida com o dente, a retenção
e a estabilidade da prótese estarão comprometidas.

Se esse tipo de fratura ocorrer durante uma extração e o cirurgião identificar a fratura antes
da remoção do dente, deve-se tentar a separação do dente do segmento ósseo, desde que o
mesmo permaneça aderido ao periósteo. Caso isso não seja possível, pode-se esplintar o dente
a ser extraído aos adjacentes e adiar a extração por 6 a 8 semanas. O cirurgião deve programar
a extração posterior por uma técnica aberta, com osteotomia e odontossecção. Se o elemento
a ser extraído estiver infectado, deve-se ter cautela com essa opção de tratamento.

Deslocamento de dente ou raiz para o interior do seio maxilar

O deslocamento de dente para o seio maxilar ocorre principalmente por causa da aplicação de
força apical com alavancas. Ocorrendo tal acidente, o dentista deve avaliar a necessidade ou
não de sua remoção imediata. Dentes com infecção ou fragmentos muito grandes, ou, ainda,
dentes inteiros devem ser removidos. Primeiro sutura-se firmemente o alvéolo dentário, em
seguida devem ser confeccionadas técnicas radiográficas, a fim de se determinar a posição da
raiz ou do dente. Quanto maior for o fragmento, mais fácil será sua localização. Antibióticos,
anti-inflamatórios analgésicos e spray nasal devem ser prescritos.

Deslocamento de dentes ou raízes para espaços anatômicos faciais potenciais

O deslocamento de dentes ou raízes para os espaços anatômicos faciais ocorre mais


frequentemente durante a cirurgia para extração dos terceiros molares impactados. Ter o
conhecimento da complicação e trabalhar para que ela não ocorra deve ser o objetivo
principal do cirurgião. Os espaços mais comuns associados ao deslocamento dos terceiros
molares são seio maxilar, espaço temporal e infratemporal, espaço faríngeo lateral, espaço
submandibular e espaço bucal. A remoção de dentes deslocados para fossa infratemporal
pode implicar hemorragia proveniente da artéria maxilar ou lesão do nervo maxilar.

COMUNICAÇÕES BUCOSSINUSAIS

A comunicação bucossinusal compreende uma complicação durante as extrações dentais


maxilares devido à íntima relação dos dentes posteriores com o soalho do seio maxilar. Por
esse motivo devemos ter grande atenção e cuidado durante as exodontias destes elementos
dentais

O melhor tratamento é sempre a prevenção, realizando avaliação pré-operatória cuidadosa e


planejamento cirúrgico. A avaliação radiográfica, revelando seio maxilar pneumatizado, raízes
longas, divergentes e/ou dilaceradas que possam causar fraturas do soalho sinusal e exposição
acidental do seio maxilar durante as extrações, deve sempre conduzir a um planejamento pré-
operatório para a realização de técnica cirúrgica aberta com osteotomias e odontossecção.

O tratamento das comunicações bucossinusais recentes deve ser orientado de acordo com o
tamanho da abertura sinusal que ocorreu no transcirúrgico. Se a abertura sinusal for pequena
(comunicações que se restrinjam ao diâmetro do ápice dental) e o seio maxilar não apresentar
nenhum tipo de doença sinusal prévia, deve-se estipular cuidados trans e pós-operatórios que
visem à formação e à manutenção do coágulo no alvéolo do dente extraído. Nestes casos, não
é necessária a realização de retalhos cirúrgicos imediatos. Podem-se realizar suturas,
formando uma rede local, visando, assim, à maior retenção do coágulo. Pode-se associar
materiais hemostáticos à base de colágeno com a finalidade de formar uma barreira protetora
local. Nos casos de comunicações bucossinusais grandes, o cirurgião deverá unir
primariamente as bordas da ferida através de suturas.

CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS

Após o tratamento cirúrgico, o paciente deverá ser observado em intervalos de 48 a 72 horas e


cuidadosamente instruído em relação aos cuidados pós-operatórios rotineiros a qualquer
procedimento cirúrgico. Cuidados pós-cirúrgicos específicos que deverão ser seguidos durante
10 a 14 dias para este tipo de procedimento: não assoar o nariz; não sugar; não fumar; não
fazer pressão na cavidade nasal e evitar espirrar (caso necessário, espirrar de boca aberta, para
diminuir a pressão dentro do seio maxilar). Deve-se evitar qualquer tipo de traumatismo local
e movimentos que possam levar ao rompimento da sutura.

Deverão ser prescritos ao paciente antibióticos por via oral (derivados da penicilina) e
descongestionantes sistêmicos por um período de 7 a 10 dias, para evitar infecções e reduzir
secreções nasais e do seio maxilar.

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