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REAÇÃO
AO ESCAPE DE MUCO)
Características Clínicas
As mucoceles geralmente se apresentam como aumentos de volume mucosos
arredondados que podem ter seu tamanho variando de 1 a 2 mm a alguns centímetros
São mais comuns em crianças e adultos jovens, talvez pelo fato de indivíduos mais
jovens estarem mais propensos a traumas, os quais induzem o extravasamento de
mucina. Entretanto, as mucoceles têm sido relatadas em pacientes de todas as idades,
desde bebês até adultos mais velhos. A mucina extravasada abaixo da superfície mucosa
geralmente confere uma coloração azulada à lesão, embora mucoceles profundas
possam ser normocrômicas. Caracteristicamente, a lesão é flutuante, mas algumas
mucoceles são firmes à palpação. O tempo de evolução relatado para a lesão pode variar
de poucos dias a diversos anos; a maioria dos pacientes relata que a lesão está presente
há diversos dias ou semanas. Muitos pacientes relatam a
história de um aumento de volume recorrente que se rompe periodicamente e libera seu
conteúdo fluido.
Características Histopatológicas
No exame microscópico, a mucocele exibe uma área de mucina extravasada, circundada
por tecido de granulação reacional . A inflamação usualmente inclui numerosos
histiócitos espumosos (macrófagos). Em alguns casos, um ducto salivar rompido pode
ser identificado desembocando dentro da área. As glândulas salivares menores
adjacentes geralmente contêm um infiltrado inflamatório crônico e ductos dilatados.
Tratamento e Prognóstico
Algumas mucoceles são lesões autolimitantes que se rompem e cicatrizam sozinhas.
Entretanto, muitas dessas lesões são de natureza crônica, e a excisão cirúrgica local é
necessária. Para minimizar o risco e a recorrência, o cirurgião deve remover qualquer
glândula salivar menor que possa estar localizada dentro da lesão quando a área for
excisada. O tecido excisado deve ser submetido à avaliação microscópica para
confirmar o diagnóstico e descartar a possibilidade de neoplasias de glândula salivar. O
prognóstico é excelente, embora mucoceles ocasionais possam recorrer, necessitando
ser submetidas à nova excisão cirúrgica, especialmente se as glândulas subjacentes não
tiverem sido removidas.
RESUMO
Mucocele ou fenômeno de retenção de líquido é uma lesão cística benigna, com saliva
em seu interior, relacionada a trauma local e obstrução de glândulas salivares menores.
Geralmente, ocorre no lábio inferior de crianças e adolescentes, e apresenta-se
clinicamente como uma bolha, de cor igual à mucosa adjacente ou azulada, e seu
tamanho varia de 1 mm à centímetros. É assintomática, e muitas vezes há o rompimento
espontâneo. Porém, se houver várias recorrências é necessário o tratamento cirúrgico
para remoção das glândulas salivares adjacentes. O objetivo deste trabalho é apresentar
a remoção cirúrgica de uma lesão de mucocele em lábio inferior de um adolescente de
17 anos de idade.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
INTRODUÇÃO
Recentemente foi realizado um estudo retrospectivo no qual foram avaliados 1824 casos
de mucocele. Verificou-se que a idade média dos pacientes acometidos foi de 24,9 anos,
que não houve uma predileção significante quanto ao gênero, e a localização mais
comum foi no lábio inferior (81.9%), seguido do assoalho bucal (5.8%), ventre da
língua (5.0%), e mucosa bucal (4.8%). As lesões apresentaram-se com coloração igual à
mucosa adjacente, azul, roxa e acinzentada e o tamanhão da lesão variou entre 0,1 a 4,0
cm, com uma média de 0,8 cm. Em 456 casos, foi relatado trauma local13.
DISCUSSÃO
A lesão de mucocele pode acometer diferentes regiões da cavidade bucal, como por
exemplo, lábio, bochecha, língua, palato e assoalho de boca. Em 44 a 79% dos casos
ocorrem em lábio inferior, como no caso clínico apresentado.
Não há na literatura um consenso quanto a predileção por gênero e idade no que diz
respeito à prevalência do mucocele. Enquanto alguns autores apontam uma maior
frequência no gênero feminino, outros mostram uma prevalência maior no gênero
masculino, e a lesão de mucocele pode surgir em qualquer idade. Embora frequente em
crianças e adolescentes, não há estudos específicos sobre mucocele nesta população.
CONCLUSÃO
APLICAÇÃO CLÍNICA
Demonstrar através de fotos que um bom planejamento e uma boa técnica cirúrgica,
possibilitam a realização de cirurgias bem sucedidas na clínica odontopediátrica.
RÂNULA
Rânula é um termo usado para mucoceles que ocorrem no assoalho de boca. Este nome
é derivado da palavra em Latim rana, que significa “rã”, pois o aumento de volume
pode lembrar o ventre translúcido de uma rã. O termo rânula também tem sido usado
para descrever outros aumentos de volume semelhantes no assoalho de boca, incluindo
cistos de ducto salivar verdadeiro, cistos dermoides e higromas císticos. Entretanto, o
melhor uso do termo é para as reações de extravasamento de muco (mucoceles).
A glândula sublingual possui uma anatomia complexa. A menor glândula sublingual é
constituída, na verdade, por 15 a 30 glândulas menores, cada uma secretando através de
um pequeno ducto de Rivinus para a prega sublingual. Alguns indivíduos possuem uma
glândula sublingual maior com um ducto excretor (ducto de Bartholin) que ou se une ao
ducto de Warton ou desemboca próximo à carúncula lingual. Ao contrário da glândula
submandibular, a glândula sublingual produz um fluxo contínuo de muco, mesmo na
ausência de estimulação neural, o que contribui para a sua capacidade de produzir
rânula após a ruptura de um de seus múltiplos ductos.
Características Clínicas
Em geral, a rânula se apresenta como um aumento de volume arredondado flutuante, de
coloração azulada, no assoalho bucal, embora lesões profundas possam apresentar
coloração normal da mucosa. As rânulas são vistas mais frequentemente em crianças e
adultos jovens. Geralmente, essas lesões se desenvolvem como grandes massas que
preenchem o assoalho bucal e elevam a língua, tendendo a ser maiores que as
mucoceles nas outras localizações intraorais. Em geral, a rânula se localiza lateralmente
à linha média, uma característica que pode auxiliar no diagnóstico diferencial do cisto
dermoide da linha média. Assim como outras mucoceles, as rânulas podem se romper e
liberar seu conteúdo mucinoso e, então, formam-se novamente.
Uma variante clínica não usual, a rânula cervical ou mergulhante, ocorre quando a
mucina extravasada disseca através do músculo milo-hioide e produz o aumento de
volume dentro do pescoço . Um aumento de volume concomitante no assoalho bucal
pode ou não estar presente. Se não houver lesão bucal, o diagnóstico clínico de rânula
pode não ser considerado. Exames imaginológicos podem auxiliar no diagnóstico de
rânula mergulhante e na determinação da origem da lesão. Imagens de TC e IRM de
rânulas mergulhantes originárias da glândula sublingual geralmente exibem uma
discreta extensão da lesão dentro do espaço sublingual, conhecida como “sinal de
cauda”.
Características Histopatológicas
A aparência microscópica da rânula é semelhante à da mucocele em outras localizações
clínicas. A mucina extravasada incita à formação de um tecido de granulação reacional
que normalmente contém histiócitos espumosos.
Tratamento e Prognóstico
O tratamento da rânula consiste na remoção da glândula sublingual e/ou
marsupialização. A marsupialização (descompressão) consiste na remoção da porção
superior da lesão intraoral, que geralmente pode ser bem-sucedida para rânulas
pequenas e superficiais. Entretanto, a marsupialização frequentemente não é bem-
sucedida em rânulas grandes, em que a maioria dos autores enfatiza que é importante
considerar a remoção da glândula acometida para a prevenção de recorrências da lesão.
Se a glândula for removida, a dissecção meticulosa do limite da lesão pode não ser
necessária para sua resolução, mesmo para as rânulas mergulhantes. Caso seja possível
a identificação da porção específica da glândula sublingual que originou a lesão, a
excisão parcial da glândula pode ser bem-sucedida.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Rânulas, termo usado para os mucoceles, que ocorrem no soalho da boca, são
pseudocistos resultantes do extravasamento de mucina para os tecidos moles
circunjacentes, após ruptura ou obstrução de um ou mais ductos excretores da glândula
sublingual1. Apresentam-se como tumefações azuladas, flutuantes, com forma de
cúpula, usualmente localizadas à linha média do soalho bucal.
Uma variante clínica incomum, a rânula mergulhante ou rânula cervical, ocorre quando
o extravasamento de mucina disseca o músculo milohioide e produz tumefação no
pescoço. A tumefação concomitante no soalho da boca pode ou não estar presente.
RELATO DE CASO
Observou-se ainda que, quando era realizada palpação na região extrabucal, havia um
aumento da tumefação intrabucal, mostrando que havia associação entre estas regiões.
DISCUSSÃO
O termo "rânula" é derivado do latim rana, que significa "rã" e descreve uma tumefação
azulada e translúcida no soalho bucal, dita como tendo aspecto de rã4. O extravasamento
de muco pode ocorrer ao longo do lobo profundo da glândula submandibular, saindo
posteriormente entre os músculos hioglosso e milohioide ou diretamente através da
deiscência no músculo milohioide5. Também é sugerido que trauma local dos ductos
salivares ou variações anatômicas da glândula sublingual podem estar envolvidos na
ocorrência da rânula mergulhante5.
Engel et al. (1987)6 reportaram que uma herniação no músculo milohioide foi
encontrada em 45 de 100 cadáveres estudados. A mais comum estrutura herniada é a
glândula sublingual, seguida da glândula submandibular, do tecido adiposo e do
colesteatoma. É sugerido que a extensão cervical ou submandibular da rânula possa ser
facilitada pela herniação no milohioide6.
O diagnóstico diferencial da rânula mergulhante inclui cisto da fenda branquial, cisto
dermoide lateral, cisto epidermoide, higroma cístico, laringocele, malformação
arteriovenosa, lipoma e neoplasias7. Como testes diagnósticos específicos para essa
patologia não são conhecidos, o diagnóstico da rânula mergulhante é baseado na história
detalhada, no exame físico e, se necessário, exames de imagem, como tomografia
computadorizada e ultrassonografia. Se ainda persistir dúvida no diagnóstico, a punção
aspirativa da região pode confirmar a natureza salivar do cisto, com material coletado,
contendo altos níveis de amilase e proteína. No presente caso, a punção da região
mostrou que a cavidade cística continha, em seu interior, material de consistência visco-
serosa, rico em amilase salivar, confirmando o diagnóstico.