Você está na página 1de 5

1 Dentística Clínica I – Aula 02 – Estágio I

CLAREAMENTO DENTAL EXÓGENO (VITAL IMEDIATO)

Pode ser empregado em dentes vitais e não-vitais. Antes de saber a técnica que devemos
utilizar deve-se saber a condição do dente, porque existem técnicas para dentes vitais e outras para
não-vitais. A técnica vai se basear na aplicação de um produto químico, não se utiliza nenhum
preparo cavitário. Etiologias  Escurecidos/manchados.
Baseia-se na aplicação de agentes químicos que por uma reação de oxidação que remove
pigmentos orgânicos dos dentes. Toda técnica clareadora vai agir através da oxirredução, precisa
dessa reação para quebrar as cadeias pigmentadas e faz com que os pigmentos sejam removidos
gradativamente daquela estrutura.

O que é o clareamento dental?


Do ponto de vista químico nada mais é do que uma reação de óxidorredução sobre a
estrutura pigmentada que faz com que os pigmentos que estavam bem unidos/atrelados comecem
a se quebrar sendo removidos gradativamente daquela estrutura.
O paciente com dente escurecido ou amarelado está descontente e você deve avaliar se há
condições de se clarear o dente ou não. Apenas um dente escurecido ex. dente 11, causa desarmonia
estética. Então a primeira opção para dentes com alteração cromática é tentar clarear. Se a
pigmentação for muito intrínseca na dentina e não conseguir clarear daí vai para segunda opção que
é mais invasiva: fazer preparo cavitário, colocar opacificadores e fazer facetas laminadas ou lentes
de contato.

Objetivos do clareamento
Apenas uma modificação dos dentes com finalidade de tratamento COSMÉTICO E
ESTÉTICO  Aplicado em dentes vitais (amarelados)
Etapa/Terapia inicial de um tratamento restaurador estético mais amplo  Quando tem um
dente que precisa clarear antes de restaurar, para que devolva o equilíbrio 'O clareamento entra
como uma etapa  Ao final se tem estética, função e harmonia dental do paciente.
Ex: Citou um caso de uma paciente com os 4 incisivos escurecidos, onde ela pretende fazer o
clareamento como terapia inicial, para posteriormente restaurar.

Agentes clareadores (Peróxidos)


Cloridex 16% - Peróxido de carbamida
Review 35%
Polaoffice
Magic Bleaching
Whitness HP

Vai depender entre o uso do peróxido de hidrogênio e do peróxido de carbamida de acordo


com o protocolo clínico escolhido. deve-se sempre ler a bula do clareador, pois varia muito de um
para o outro. Existem produtos de aplicação única, outros que se deve misturar, outros
autocondicionantes.
Os clareadores diferem nas concentrações, pois as menores são utilizadas para clareamentos
vitais (caseiro ou profissional) podendo ir até 20% ou 22%, maior que isso já é alta concentração de
uso exclusivamente profissional. A concentração a ser escolhida vai depender sempre da reação do
paciente em relação à hipersensibilidade, se ele já é sensível deve-se usar as menores concentrações.
2 Dentística Clínica I – Aula 02 – Estágio I

Se o paciente já é mais velho e tem os dentes escurecidos devido à idade, por causa da
mineralização da dentina, já posso usar de cara 20% e caso ele tenha sensibilidade baixa para
menores concentrações. As concentrações de 35% a 37% devem ser utilizadas em clareamentos
imediatos (feitos pelo profissional) os mediatos podem ser feitos nas menores concentrações, pois
você vai prescrever e dar as instruções para o paciente fazer o uso em casa.

Clareamentos vitais até 20%

Whitness Hp Blue Calcium


Este clareador difere dos demais, pois contém cálcio em sua composição. Isto faz com que ele
diminua sensivelmente a queda da perda substancial de cálcio do esmalte, ou seja, a microdureza
do esmalte. Foi comprovado em pesquisas que o uso excessivo de clareadores provocava grande
perda na camada de esmalte, por isso que se usa flúor naqueles que não vem com cálcio.
Esse clareador acima, que contém cálcio, tem a vantagem também de ser de aplicação única,
vem o peróxido em uma bisnaga e um agente espessante na outra, mistura-se os dois na mesma hora
e aplica diretamente com a seringa. Ele não precisa de fotoativação. Ele deve ficar na superfície do
dente por 45 minutos o de 35% e 50 minutos o de 20%, ininterruptamente.
Pergunta: Esse cálcio pode obliterar os túbulos?
O peróxido de hidrogênio nesse caso está ativo isolado, separado do espessante, por isso tem
grande poder de penetração na superfície então isso não vai acontecer.

Mecanismo de ação
O peróxido é um agente um pouco cáustico, ao tocar os tecidos/mucosa do paciente pode
causar uma queimadura química, por isso deve-se ter muito cuidado, usar sempre isolamento
absoluto + barreira gengival para proteger os tecidos adjacentes que deseja-se clarear. Se ele tem um
baixo peso molecular, tem grande capacidade de penetração nas estruturas podendo passar também
nessa junção amelocementária, por isso deve-se fazer a barreira gengival na região cervical com
muito cuidado e atenção sem deixar nenhuma brecha da margem gengival descoberta. Essa cadeias
pigmentadas são como se nós todos estivéssemos de mãos dadas e algo tentasse nos tirar da sala
mas não é possível devido a grande união, então é nesse caso que o peroxido entra e desagrega essas
cadeias (separa nossas mãos). Ele faz com que aumente o movimento dentro da estrutura dental
devido a separação dessas cadeias. (depois disso ela só leu os outros passos que estão em vermelho)

AGENTES CLAREADORES (PERÓXIDOS)


baixo peso molecular (30g/mol)

capacidade de desnaturar proteínas (cadeias pigmentadas)

maior movimentação de íons na estrutura dental

reage com macromoléculas responsáveis pelos pigmentos

processo de oxidação converte matérias orgânicas

dióxido de carbono e água

remoção dos pigmentos da estrutura dentária por difusão
3 Dentística Clínica I – Aula 02 – Estágio I

Quanto mais superficial estiver o pigmento, mais fácil ele sai. Quanto mais profundo é mais
difícil. Os pigmentos que estão na dentina, como em dentes corados por tetraciclina, vão precisar de:
mais tempo para desagregar as partículas, mais sessões, clareadores com concentração mais elevada.

Indicações
1. Um dente isoladamente / alteração cromática
2. Grupo de dentes - ex: incisivos, caninos
3. Todos os dentes na linha do sorriso. OBS: Não faz clareamento em dentes posteriores, pois
iria diminuir a microdureza do esmalte desse elemento sem necessidade já que não aparece
no sorriso.
4. Dentes que apresentam coloração amarelada ou escurecida.
5. Dentes manchados ou escurecidos pela deposição de corantes provenientes da dieta/fumo.
6. Dentes que apresentam manchamento moderado por tetraciclina. OBS: já deve alertar o
paciente que será difícil de alcançar um resultado perfeito e que possivelmente terá de fazer
outro tratamento associado. Ex: o clareamento vai atenuar a coloração escura do dente para
fazer posteriormente uma faceta. OBS²: em casos de manchas de tetraciclina em várias
camadas no dente, deve-se iniciar pelas áreas mais cromadas e mesmo assim ainda vai ficar
cores diferentes, só vai amenizar.
7. Dentes com alteração de cor originada por traumatismo.

Classificação quanto à técnica


► Clareamento vital caseiro/Supervisionado = mediato
► Clareamento vital em Consultório: feito pelo profissional = imediato
► Clareamento vital caseiro/consult.: fazer quando o paciente tem uma alteração cromática
intensa como a de tetraciclina. Não vai clarear mais, apenas será mais rápido.
► Clareamento não-vital mediato: aplica-se o agente clareador no interior da câmara pulpar do
elemento escurecido e tratado endodonticamente, faz uma restauração provisória fechando
o dentinho e o agente clareador fica tendo uma liberação lenta e gradual.
► Clareamento não-vital imediato: aplica-se o agente clareador no consultório, ativo ou não a
reação desse agente clareador e faço a técnica nesta sessão, ele vai para casa sem agente
clareador, já deixa fechado sem nada na câmara pulpar e ele volta quantas vezes forem
necessárias.
► Clareamento não-vital mediato + imediato: para dentes muito escurecidos. Faz o
clareamento por palatina e por vestibular, tira e coloca a solução de liberação lenta para
deixar dentro com restauração provisória.
► Clareamento não-vital + vital: dentes tratados endodonticamente com alteração cromática
para clarear+ dentes vitais amarelados.

Classificação quanto à composição


► Peróxido de carbamida
10% - 15% - 16% 'clareamento vital caseiro
35% - 37% 'clareamento vital e não-vital em consultório (técnicas imediatas)
► Peróxido de hidrogênio
Clareamento vital caseiro - se for o peróxido puro só pode até 7,5% de conc.
35% - 37% ' vital ou não vital imediato
4 Dentística Clínica I – Aula 02 – Estágio I

► Perborato de sódio - clareamento para dentes não vitais. É a pastinha que coloca dentro da
câmara pulpar de liberação lenta. Para o uso desse agente deve ser feito um tampão biológico
bem hermeticamente fechado com hidróxido de cálcio pró-análise pa (porque ele é puro e é
neutralizante para o perborato) + cimento de ionômero de vidro, pois se essa substância
passar pelo tampão, na interface entre guta percha e estrutura dentária, causará reabsorção
óssea interna e/ou externa.

Cuidados com o paciente


1. Os dentes a serem clareados devem estar isentos de cárie;
2. As gengivas devem estar saudáveis, sem periodontite nem gengivite, pois o agente clareador
é irritante à mucosa e só iria piorar.
3. As restaurações presentes devem estar sem infiltrações, pois o agente clareador pode
penetrar e chegar até a polpa levando a uma alteração pulpar.
4. Áreas cervicais expostas devem ser seladas. Em caso de exposição cervical haverá dentina
desnuda e o paciente sentirá muita dor. Protege com verniz, adesivo, barreira gengival
cobrindo a região exposta.

① Clareamento Vital Caseiro


- Registro da cor
- Moldagem
- Confecção de moldeira
- Teste da moldeira no paciente
- Instruções de uso
- Consultas de controle

Instruções de uso
1. Limpeza normal dos dentes (escovação + fio dental);
2. Só deve gotejar o agente clareador nos pontos onde está marcado;
3. Não colocar de forma que ocorra extravasamento do agente clareador;
4. Fazer uma proteção gengival com vaselina ou Omcilon Orabase;
5. Usar 2 horas diárias a escolha do paciente;
6. Usar durante 1 semana e voltar para avaliação;
7. Pressione o êmbolo da seringa e aplique o agente nos rebaixos da moldeira onde estiver
marcado;
8. Encaixe a moldeira nos dentes e pressione levemente para envolver os dentes com gel;
9. Com cotonete remova o excesso;
10. Remover o gel a cada 1 hora - período máximo de uso 4 horas diárias;
11. A moldeira a cada uso tem que ser lavada, seca e guardada na geladeira para não deformar;
12. Remover a moldeira antes das refeições, nunca se alimentar com ela;
13. Recarregar a moldeira todas as vezes que for reiniciar o tratamento;
14. Lavar bem a moldeira antes de guarda-la para não ficar resquícios do ultimo uso;
15. Guardar o gel em local fresco e protegido de exposição prolongada da luz - se deixar em um
lugar exposto o gel vai reagir e perde a eficácia;
16. Evitar a ingestão de bebidas alcoolicas, alimentos muito ácidos, alimentos com muito
corante.
5 Dentística Clínica I – Aula 02 – Estágio I

CASO CLÍNICO

Objetivo: Estético
Condição do dente: Vital
Composição do agente clareador: Peróxido de hidrogênio ou de carbamida em baixas concentrações

1° passo: Registro da cor;


2° passo: Fazer a moldeira do paciente;
3° passo: Provar a moldeira no paciente;
4° passo: Dar as instruções de uso ao paciente do que ele vai fazer durante uma semana em casa e
voltar para avaliação
5° passo: Avalia se vai precisar diminuir ou aumentar a concentração, se vai precisar de mais sessões.

Ao fazer o clareamento vital deve-se fazer a moldeira do paciente na clínica mesmo. Quando
o modelo estiver pronto pode-se fazer um alívio uma camada ou duas de esmalte. Há duas correntes
que debatem sobre o alívio, uma afirma que o espaço entre o dente e a moldeira é maior, por isso
acomoda mais agente clareador. A outra defende que não precisa disso porque a moldeira estará
justaposta e o contato maior com a superfície faz com que ocorra uma maior quebra e alteração seja
mais eficaz.
Vamos usar as plaquinhas de acetato para confecção das moldeiras na máquina a vácuo.
*Ver se não tem nenhuma área machucando o paciente

Você também pode gostar