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UNESC

CURSO DE ODONTOLOGIA

ENDODONTIA
Normas e Guia acadêmico

2022
Erros de Radiografia

# Escama de peixe: face sensível invertida


# Alta densidade: muito tempo no revelador, reduz cristais de prata à prata metálica
# Baixa densidade: pouca exposição ou pouco tempo no revelador # Posicionamento filme: eixos #
Opaca, branco leitosa: pouco tempo no fixador
# Picote: sempre pra incisal/oclusal
# Imagem alongada: diminuição ângulo vertical
# Encurtamento imagem: aumentou o ângulo vertical
# Sobreposição de imagem: alteração ângulo horizontal
# Meia lua: erro na incidência do feixe central de raio-x. Justificativass: erro no posicionamento do
paciente, na maxila se o paciente levanta a cabeça, diminui o ângulo vertical, alonga a imagem, se
abaixa, aumenta o ângulo e encurta a imagem; na mandíbula, se levanta a cabeça, aumenta o ângulo,
encurta a imagem; se abaixa, diminui o ângulo,encurta a imagem.
# Pontinhos pretos: precipitação de prata, prazo vencido ou armazenamento inadequado.
# Na revelação não permitir uma película ficar sob/sobre a outra criando vácuo e impedindo a ação
das soluções.
# Velamento: alta densidade: total ou parcial.
# Dupla exposição: oclusal para cima e para baixo, filme usado 2 vezes.
# Retirar brincos, piercings, colares e próteses removíveis.
# Nível das soluções, cuidado para não deixar de imergir toda a película.
# Artefatos, origem desconhecida.
# Mancha branca: fixador.
# Imagem tipo galho de arvore seco: eletrostática.

# Imagem amarelada: oxidação por tempo insuficiente de lavagem final.


Toda radiografia apresenta grau de distorção, mas devem ser minimizados: 3 M - mínimo de distorção

/ media densidade / máximo detalhe. Proporção coroa-raiz: 1/3 coroa para 2/3 raiz.
TÉCNICAS ANESTÉSICAS
DENTES SUPERIORES Anestesia infiltrativa para todos os dentes.
(padrão mínimo 1 tubete)

DENTES INFERIORES Incisivo central Bloqueio mentual + infiltrativa


(padrão mínimo 1 tubete) (sínfise)
Incisivos lateral Bloqueio mentual + infiltrativa
(sínfise)
Caninos Bloqueio mentual
Pré-molares Bloqueio mentual
Molares Bloqueio alveolar inferior +
infiltrativa

Obs:Podem ser necessárias outras técnicas: anestesia intra-pulpar, intra-ligamentar e


peridental. A clínica dispõe de anestésicos e agulhas “especiais” para estas situações.
Converse com o professor orientador.

MEDICAÇÕES EM EDODONTIA
Polpa Viva Necrose Pulpar
Não modelado Otosprin ou Maxitrol ou NDP (extirpação parcial Tricresol formalina
no Ctex)
Esvaziado Tricresol formalina Tricresol formalina
Modelado Pasta de hidróxido de cálcio Pasta de hidróxido de cálcio
(mínimo 7 dias) (mínimo 7 dias a 30 dias,
cada caso será avaliado pelo
professor tutor).
TAMANHO MÉDIO DOS DENTES SUPERIORES EM MILÍMETROS

INCISIVO INCISIVO CANINO 1PM 2PM 1M 2M


CENTRAL LATERAL

22 22 27 21 21 21 21

TAMANHO MÉDIO DOS DENTES INFERIORES EM MILÍMETROS

INCISIVO INCISIVO CANINO 1PM 2PM 1M 2M


CENTRAL LATERAL

21 22 25 21 22 21 21

TABELA SUGESTIVA PARA DIÂMETRO FINAL DE PREPARO DENTES SUPERIORES

INCISIVO INCISIVO CANINO 1PM 2PM 1M 2M


CENTRAL LATERAL

#50/60 #35/40 #40/50 1 1 CMV:#30/35 CMV:#30/35


canal:#45/50 canal:#45/50 CDV:#30/35 CDV:#30/35
2 canais: 2 canais:#35/40CP:#40/45 CP:#40/45
#35/40

TABELA SUGETSIVA PARA DIÂMETRO FINAL DE PREPARO DENTES INFERIORES

INCISIVO INCISIVO CANINO 1PM 2PM 1M 2M


CENTRAL LATERAL

#50/60 #35/40 #40/50 1 1 CMV:#30/35 CMV:#30/35


canal:#45/50 canal:#45/50 CDV:#30/35 CDV:#30/35
2 canais: #35/402 canais:#35/40CP:#40/45 CP:#40/45

As sugestões acima devem ser avaliadas clinicamente, observando anatomia dental


(curvatura, bifurcação de canais, espessura aparente de dentina entre outras características);
bem como a presença de contaminação.
CIRURGIA DE ACESSO AOS CANAIS RADICULARES

Ponto de eleição dos dentes anteriores superiores e inferiores: Localiza-se na face palatina/lingual,
2 mm acima do cíngulo. Com brocas esféricas de diâmetro menor que o da câmara pulpar em alta
rotação e refrigeração. A broca deve ser posicionada em um ângulo de 45° com o longo eixo do
dente.

Ângulo de 45°

Forma de contorno do Incisivo: Triangular com a base voltada para a incisal e ângulos arredondados;

Forma de contorno Canino: Oval;

Ponto de eleição em pré-molares superiores: Localizam-se na face oclusal, no terço médio do sulco
principal mésio-distal, com suave inclinação para a entrada do canal palatal, que é a parte mais
volumosa.

Forma de contorno: Oval;


Ponto de eleição em pré-molares inferiores: Localizam-se na face oclusal, no meio do sulco
principal.

* 1º Pré-molar inferior: fosseta mesial da face oclusal (preservar ponte de esmalte).

Forma de contorno: Circular;

Ponto de eleição dos molares superiores: Sempre será realizado pela superfície oclusal de todos os
dentes posteriores. O ponto de eleição é na fosseta central, com a broca posicionada perpendicular
a superfície oclusal ligeiramente menor que o tamanho da câmara pulpar, com suave inclinação
para a entrada do canal palatal, sob a cúspide mésio-palatal, que é a parte mais volumosa.

Forma de contorno: Trapézio com base maior voltada para vestibular, e base menor voltada para
palatal;

Ponto de eleição dos molares inferiores: O ponto de eleição é na fosseta central, com uma broca
esférica diamantada em alta rotação de diâmetro inferior ao tamanho da câmara pulpar, com suave
inclinação para a entrada do canal distal, que é a parte mais volumosa.

Forma de contorno: Trapézio com a base maior voltada para mesial, e base menor para distal;

Todas as Imagens: Soares I; Goldberg F. Endodontia: Técnica e Fundamentos. 2 ed. Porto Alegre. Artmed:
2011
INTRODUÇÃO A ENDODONTIA

1- A PALAVRA ENDODONTIA DERIVA = Ato de limpar/desinfectar o interior do elemento


dental.

• ENDO: dentro
• ODONTO: dente
• IA: ação

É a especialidade da Odontologia que trata a prevenção, diagnóstico e


tratamento das enfermidades da polpa e de suas repercussões sobre os tecidos
da região periapical.

2- Dentro desta especialidade, temos três tipos de tratamento:

A-Tratamentos conservadores da polpa- Quando a polpa está vital e assim pode permanecer.

São indicados quando o dente tem rizogênese incompleta ou pulpite reversível (sem dor
espontânea).

São eles: proteção pulpar (após preparo cavitário),


capeamento pulpar (direto e indireto), Dentes jovens com polpa
curetagem pulpar e ampla com capacidade de
pulpotomia. regeneração

B-Tratamento endodôntico radical: Realizado tanto em polpa vital e em necrosada, quando a


polpa não tem mais condições de se manter.

São chamados de Biopulpectomia ou Pulpectomia, quando vital e Necropulpectomia ou


tratamento de dentes despolpados, quando necrosada.
O Tratamento endodôntico radical: Consiste em limpar, modelar e vedar o espaço do interior
do elemento dental, criando condições para que o processo de cura ou reparo aconteça.

Através de um processo químico e mecânico, utilizando:

-Instrumentos endodônticos;

-Soluções irrigadoras;

-Medicação intra-canal;

-Preenchimento do espaço do canal radicular com cones de guta-percha e cimento


endodôntico.

OBS: Existem doenças inflamatórias e degenerativas que comprometem a polpa dental e


podem necessitar de tratamento conservador e/ou radical dependendo de sua gravidade.

A figura abaixo mostra um resumo de algumas destas doenças:

C- Tratamento cirúrgico: cirurgia parendodôntica ((apicectomias + curetagens apicais).

3-Origem da polpa dental: Papila dental.

A polpa dental: A polpa é um tecido


conjuntivo frouxo de características especiais,
que mantém íntimo relacionamento com a
dentina, constituindo o
complexo dentino-pulpar.

Composição:
75% de água e 25% de material
orgânico.
Tipo de tecido: tecido conjuntivo frouxo
especial.
FUNÇÕES DA POLPA DENTAL:

-Defensiva

-Sensorial

-Formadora

-Nutritiva

Ocupa a cavidade central do dente – câmara pulpar e canal radicular – comunicando-se com o
ligamento periodontal através do forame ou forames apicais ou ainda por meio de eventuais
canais laterais, pelos quais passam os elementos vasculares e nervosos.

4-COMPONENTES DA POLPA DENTAL:

Componentes celulares: Componentes Extra-celulares:

-ODONTOBLASTOS; MATRIZ EXTRACELULAR

-FIBROBLASTOS (células predominantes); - Meio de transporte para nutrição;

-CÉLULAS MESENQUIMAIS - Proteoglicanas e água;


INDIFERENCIADAS;
- Feixes de fibras (Colágeno tipo I -60%);
-CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE (Linfócitos T;
- Fibras nervosas (fibras mielínicas do tipo A
Macrófagos; Células dendríticas)
e amielínicas tipo C)
* Odontoblastos: Altamente diferenciados,
- Vasos sanguíneos;
especializados na produção de dentina primária,
secundária e terciária.
- Elementos celulares.
Células colunares dispostas paralelamente,
Isto
Fibrasé mielínicas
, uma do lado da outra,
do Tipo A: localizadas Fibras amielínicas do Tipo C:
na periferia.
Localização profunda;

-Limiar de excitação alto;

-Estímulos mais fortes (térmicos ou


mecânicos intensos) e mediadores
inflamatórios;

-Transmissão lenta do impulso nervoso,


resposta lenta, difusa lancinante, contínua,
espontânea.

-Mantém sua integridade por mais tempo.


Imagens: Google

Por exemplo:
O frio ou calor (estímulo
externo), estimulam a
movimentação dos líquidos
dentro da dentina, os
odontoblastos comprimem as
terminações nervosas dentro da
polpa, este estímulo é
transmitido por neurônios
sensitivos e interpretado no
sistema nervoso central, como
DOR.

Imagens: Google

Modificações com a idade:

Com a idade, o volume pulpar se reduz em face da produção constante de dentina


secundária e da produção eventual de dentina terciária.
A circulação se reduz devido ao estreitamento dos acessos pelos forames e por
processo degenerativos vasculares.

A circulação se reduz ao estreitamento dos acessos pelos forames e por processos


degenerativos vasculares.

• Calcificações;
• Degeneração de fibras nervosas;
• Aumento da trama fibrilar;
• Diminuição dos componentes celulares;
• Diminuição da capacidade de reparação.
TRATAMENTOS CONSERVADORES DA POLPA

São todos os procedimentos realizados afim de conservar/manter a vitalidade pulpar,


são eles:

A) Capeamento pulpar;

B) Capeamento pulpar direto;

C) Capeamento pulpar indireto;

D) Curetagem pulpar;

E) Pulpotomia;

*Revascularização.

Indicação da realização:

-Quando o elemento dental estiver com Pulpite Reversível, o paciente normalmente se


apresenta com ampla cavidade de cárie e dor normalmente provocada.

NÃO PODE REFERIR DOR ESPONTÂNEA E CONTÍNUA.

- Principalmente se esse dente está com rizogênese Incompleta.

A) CAPEAMENTO PULPAR: É a manobra mais conservadora dos tratamentos


endodônticos, consiste na proteção do complexo dentino-pulpar e o selamento da
cavidade com material resistente, normalmente se usa o material restaurador
definitivo. Esta proteção é realizada através de um material selador dos túbulos
dentinários, impedindo a dor pós-operatória.

Cavidade rasa: sistema adesivo+restauração.

Cavidade média: sistema adesivo+restauração.

Cavidade profunda: cimento de HC+ CIV+ sistema adesivo+restauração.


O estado pulpar prévio ao procedimento restaurador deverá ser criteriosamente
avaliado através de radiografias bem executadas.

Rx interproximal Rx periapical

B) Capeamento pulpar DIRETO: Quando ocorre pequena exposição pulpar: por um


trauma ou acidental durante preparo cavitário.

Imagens: Google

MODO de EXECUTAR:
KIT POLPA:
-Dente devidamente isolado com dique de
- Trio clínico. borracha;

- Curetas de dentina pequenas -Irrigar abundantemente a exposição com soro


e afiadas. fisiológico;

- Seringa e agulha de irrigação. - Secar com bolinha de algodão estéril excesso de


umidade (não usar jato de ar);
- Aplicador de cimento de HC
-Aplicar o Pó de HC ou MTA (preferencialmente),
- Porta HC ou Porta MTA (pó).
levando-o com o porta HC ou porta MTA na
exposição pulpar;

-Cimento de HC (se for HC) ou CIV (se for MTA);

-Restauração definitiva e PROSERVAÇÃO.

-Proservação.
C) Capeamento pulpar INDIRETO = Tratamento expectante

PRÉ REQUISITOS: para realizar o capeamento pulpar indireto:

1- RX interproximal/ periapical- para avaliar a profundidade da lesão

2-Teste de vitalidade pulpar- positivo

3-Idade do paciente- deve ser jovem.

4- Ausência de dor e/ou sensibilidade

5-Quantidade de remanescente dental suficiente

6-Posssibilidade de restaurar posteriormente.

MODO DE EXECUÇÃO:

Após RX periapical e diagnóstico de


vitalidade pulpar.

-Isolamento absoluto.

-Remoção de toda dentina


infectada(amolecida), com curetas e
Imagens: Google brocas de baixa rotação.

OBS: Paciente deve ser acompanhado -Colocação no fundo da cavidade de


clinicamente e radiograficamente. cimento de HC.

O SUCESSO do tratamento: -Selamento efetivo de ionômero de vidro.

✓ Dentes sem sintomatologia -Proservação de 45 a 60 dias.


dolorosa,
✓ Ausência radiográfica de -RX periapical (avaliar tecidos periapicais).
degeneração ou necrose pulpar.
-Remoção do IV.

-Remoção de tecido cariado, se houver.

-Cimento de HC no fundo da cavidade.


D) Curetagem pulpar:
-Restauração definitiva.
Consiste na remoção superficial da polpa coronária, que eventualmente tenha sido
-PROSERVAÇÃO
exposta e potencialmente contaminada por microrganismos do meio bucal, durante a
remoção do tecido cariado ou em uma fratura.
A exposição pulpar é maior proporcionalmente que no capeamento pulpar direto.

INDICAÇÕES:

✓ Exposição pulpar por trauma;


✓ Exposição pulpar recente, devido à lesão de cárie;
✓ Exposição acidental durante preparo da cavidade; maior que no capeamento;
✓ Procedimento planejado durante remoção de tecido cariado.
Modo de execução:

-Anestesia

-Isolamento absoluto

-Curetagem da polpa,

-Irrigação com soro fisiológico,

-HC (pó) ou MTA,


Imagens: Google
- Cimento de HC (se for MTA, não
necessita),
Critérios para sucesso: -Restauração definitiva,
AUSÊNCIA SINTOMAS - Retorno do paciente em 40-60 dias.
VITALIDADE PULPAR CONTINUADA

NORMALIDADE RADIOGRÁFICA

E) Pulpotomia:

-Após a remoção de todo o tecido cariado é realizado abertura endodôntica e a


remoção da polpa CORONÁRIA presente na câmara pulpar.

-Preservando o tecido pulpar que está nos condutos radiculares.

- Indicação do procedimento muito restrito, em alguns casos específicos (dentes


jovens).
Após hemostasia a polpa deve ser
recoberta:

- Pó ou pasta de HC ou pó MTA

- Cimento de HC (se for MTA, não


necessita)

- Cimento de ionômero de vidro

- Restauração permanente.

AVALIAÇÃO DE SUCESSO:
Ou
1-AUSÊNCIA DE SINTOMATOLOGIA MTA+restauração permanente.
2-BARREIRA MINERALIZADA PROSERVAÇÃO!!
3-VITALIDADE PULPAR (MÍNIMO 2 ANOS
4-NORMALIDADE DOS TECIDOS PERIAPICAIS

INSUCESSOS:

1-SELAMENTO PROVISÓRIO POR TEMPO


PROLONGADO

2-APLICAÇÃO INADEQUADA DE HIDRÓXIDO


DE CÁLCIO

3-TÉCNICA MAL INDICADA.

E) Revascularização pulpar:

Estimulação da formação de um novo tecido no interior do canal radicular (LOVELACE et al.,


2011).

Objetivos:

-eliminação dos sintomas

-o reparo das estruturas periapicais

-espessamento das paredes dentinárias e complementação da formação radicular.


APICIGÊNESE: Procedimento realizado em APECIFICAÇÃO: Procedimento realizado
dente com rizogênese incompleta e em dente com rizogênese incompleta e
vitalidade pulpar. necrose pulpar.

Processo de complementação de formação -Não existe polpa vital (odontoblasto),


da raiz dental. para complementar a formação da raiz.

Acontece somente quando existe vitalidade -É a criação de uma barreira apical


pulpar. artificial com hidróxido cálcio ou (MTA),
para posterior obturação endodôntica.
-Realizada em dentes jovens que não
possuem sua raiz completamente formada.

-Todos os tratamentos conservadores da


polpa, visam manter a vitalidade pulpar.
CONHEÇA OS MATERIAIS EMPREGADOS NO TRATAMENTOS CONSERVADORES

- MTA: AGREGADO TRIÓXIDO MINERAL- capacidade de estimular o reparo/


biocompatível → MATERIAL DE ELEIÇÃO ATUALMENTE.

Apresentação comercial:

-Pó que quando em contato com a umidade forma


um gel coloidal (Tempo de presa +- 15 min).

- Pó misturado a água destilada.

Imagens: Google

INDICAÇÕES:

-Tratamento de perfurações radiculares e de furca.

-Selador de reabsorções internas e externas comunicantes.

-Retroobturador em cirurgias paraendodônticas.

-Capeador pulpar em tratamentos conservadores da polpa.

-Indutor de apecificação e apicigênese.

-Material para barreira intracoronária prévia ao clareamento dental interno.

-Plug apical.
PRODUTOS A BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO (HC) PROTEÇÃO COMPLEXO DENTINO-
PULPAR.

Apresentação comercial:

Pasta de HC Pó de HC (PA) Cimento de HC


(PA)
DIAGNÓSTICO EM ENDODONTIA

Dor endodôntica é originada na polpa dental, após eventos que desenvolvem uma resposta
inflamatória. A inflamação pulpar é denominada Pulpite, que é acompanhada de alterações
pulpares e, se não controlada, por alterações periapicais, denominada Periodontite Apical
(Estrela, 2004).

Association Americana de Endodontia conceitua o periápice (Periodontium apical) como um


complexo de tecidos que circunda a porção apical da raiz de um dente:cemento, ligamento
periodontal e osso alveolar.

Os microrganismos predominantes nas alterações periapicais de origem endodôntica são as


bactérias anaeróbias (Bacteroides e Fusobacterium).

INFECÇÃO DO NECROSE DO
DENTE DENTE E
ASSOCIADA À INFECÇÃO DA
DOR CAVIDADE
PULPAR E
POSTERIOR
PERIÁPICE

(BIZ, 2013)
DIAGNÓSTICO CLÍNICO

INVESTIGAR A QUEIXA PRINCIPAL DO PACIENTE

✓ TEMPO??

✓ Natureza: provocada ou espontânea

✓ Intensidade: leve, moderada ou forte

✓ Duração/Frequência: intermitente ou contínua

✓ Localização: localizada ou difusa

✓ Tipo: aguda ou pulsátil

✓ Fatores modificadores:

▪ alívio

▪ exacerbação

EXAME CLÍNICO

1. ANAMNESE DETALHADA

Histórico médico/odontológico.

Uso de medicamentos.

Doenças sistêmicas.

2. EXAME EXTRAORAL

Realizar palpação de cabeça e pescoço, determinando ou


não edemas uni ou bilaterais, difusos ou localizados,
firmes ou flutuantes.

Geralmente edemas faciais são de origem endodôntica


(abscessos).

Nódulos linfáticos também devem ser palpados. Quando


firmes e adjacentes à região edemaciada, com alteração
de temperatura presente, são sugestivos de que uma
infecção esteja presente.

Verificar a presença de fístula (mucosa ou cutânea).


3. EXAME INTRAORAL

• Exame dos tecidos moles – alteração de cor e textura após secagem da área.

• Palpar edema intra-oral – definir se está difuso, localizado, firme, flutuante.

• Verificar a presença de fístula mucosa, se necessário rastreá-la.

• TESTES CLÍNICOS:

• PERCUSSÃO.

• MOBILIDADE.

• SONDAGEM PERIODONTAL.

• PULPARES.

POLPA NORMAL

Histológico Tecido pulpar normal


Queixa Livre de sintomas
Testes térmicos (frio ou Resposta positiva, dor moderada que
calor) desaparece imediatamente com
remoção do estímulo
Teste elétrico Resposta positiva
Teste de percussão ou Resposta negativa
palpação
Aspecto radiográfico Normal

Teste à Percussão: Se o paciente relata sensibilidade aguda ou dor ao mastigar, deve se


realizar o teste de percussão individual dos dentes da região, conseguindo identificar o
elemento em questão. Não indica polpa vital ou não, mas, basicamente, se há
inflamação do ligamento periodontal ou não. Pode ocorrer após trauma, contato
prematuro, doença periodontal, ou extensão da doença pulpar para o espaço do
ligamento periodontal.

Fonte: COHEN, 2011


TECIDOS PERIAPICAIS NORMAIS

Histológico Ligamento periodontal e osso


normais

Teste de percussão e palpação Resposta negativa

Aspecto radiográfico Normal: lâmina dura ao redor da raiz


está intacta e o espaço do ligamento
periodontal é uniforme

Teste de mobilidade: Também não indica vitalidade pulpar. Basicamente, define


inserção periodontal comprometida do elemento dentário. Pode ser decorrente de
traumas, movimentação ortodôntica ou extensão da doença pulpar, principalmente
infecciosa, para o espaço do ligamento periodontal.

Sondagem Periodontal: Determinam a presença ou ausência de perda óssea alveolar. O


aumento de sua amplitude, geralmente, está presente em mais de um dente na boca, e
são de etiologia periodontal.

Porém, quando há somente em um dente, pode ser decorrência da disseminação da


doença pulpar do periápice ao sulco gengival, que provavelmente é associada a um
dente não vital (necrosado).

Fonte: Google
Testes Pulpares: Imperativos para um diagnóstico preciso.

• TÉRMICO: geralmente feito com o frio, mas também pode ser feito com o calor,
dependendo da queixa principal do paciente. Uma resposta normal é quando a
sensibilidade sessa logo após a remoção do estímulo. Alterações na resposta
são: ausência, prolongamento ou intensificação da sensibilidade, e uma resposta
dolorosa imediata, excruciante.

• ELÉTRICO: não reflete o estado histológico de saúde ou doença pulpar. Somente


denota que há algumas fibras nervosas viáveis, capazes de responder ao
estímulo.

• TESTE DE CAVIDADE.

RESPOSTA PULPAR AOS TESTES TÉRMICOS

✓ Sem resposta:

▪ Polpa não vital OU (COHEN, 2011; BIZ, 2013)

▪ Falso negativo

✓ Moderada que passa em 1-2 segundos: com limites normais.

✓ Severa que passa em 1-2 segundos: pulpite reversível.

✓ Severa/Moderada que demora alguns segundos ou mais: pulpite irreversível.

✓ Falsos negativos:

▪ pré-medicação, uso de drogas, álcool

▪ dentes imaturos, trauma

▪ contato inadequado do agente físico com o dente, meio inadequado

▪ necrose parcial com tecido pulpar apical vital, polpas atrofiadas, alto
limiar de dor

✓ Falsos positivos:

▪ ansiedade
(COHEN, 2011; BIZ, 2013)
▪ saliva conduzindo estimulo à gengiva, restaurações metálicas conduzindo
ao dente adjacente

▪ necrose por liquefação conduzindo o estímulo ao periodonto de


inserção, dentes multirradiculados com condições pulpares diferentes.
Exames Complementares:

- Anestesia seletiva;

- Transiluminação e uso de corantes (trincas);

- Teste de mordida (fraturas);

- Radiografias;

- Tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam).

NECROSE PULPAR

Histológico Necrose do tecido pulpar. Resultado final da pulpite


irreversível ou trauma

Evolução lenta: período de necrose parcial


(necrobiose)

Invasão bacteriana subsequente: periodontite apical

Histórico dental Variável

Alteração de cor

Queixa principal Variável

Causas prováveis Idem anteriores

Testes térmicos (frio ou calor) Resposta negativa. Ocasionalmente pode apresentar


resposta positiva ao calor

Teste elétrico Resposta negativa

Teste de percussão e palpação Resposta negativa, exceto quando a inflamação


progride para os tecidos periapicais

Aspecto radiográfico Variável, de normal até grandes áreas radiolúcidas


periapicais

Tratamento Tratamento endodôntico radical


Pode apresentar ou não periodontite apical radiograficamente.

TRATAMENTO PREVIAMENTE INICIADO

Histológico -

Histórico dental Intervenções prévias de urgência => terapia


endodôntica parcial (pulpotomia, pulpectomia)

Queixa principal Normalmente assintomáticos, exceto na presença


de remanescentes de tecido inflamado, canal não
encontrado ou infiltração coronal (contaminação)

Causas -

Testes térmicos (frio ou calor) Resposta negativa

Teste elétrico Resposta negativa

Teste de percussão e palpação Resposta negativa, exceto na presença de


remanescentes de tecido pulpar inflamado, canal
não encontrado ou infiltração coronal
(contaminação)

Aspecto radiográfico Acesso realizado. Presença de medicação na


câmara pulpar ou medicação intracanal radiopaca
(hidróxido de cálcio)

Tratamento Tratamento endodôntico radical deve ser


continuado (Se realizado por outro profissional,
reiniciar de acordo com protocolo da disciplina).
Situação clínica comum quando o elemento é encaminhando UBS.

TRATAMENTO ENDODÔNTICO PRÉVIO

Histológico -

Histórico dental Dente tratado endodonticamente

Queixa principal Normalmente assintomáticos, exceto na presença


de canal não encontrado, permanência da infecção
ou infiltração coronal (contaminação)

Causas -

Testes térmicos (frio ou calor) Resposta negativa

Teste elétrico Resposta negativa

Teste de percussão e palpação Resposta negativa, exceto na presença de


remanescentes de tecido pulpar inflamado, canal
não encontrado ou infiltração coronal
(contaminação)

Aspecto radiográfico Presença de material obturador (guta-percha +


cimento)

Tratamento Retratamento endodôntico caso haja permanência


da infecção ou caso ocorra recontaminação (queda
do selamento coronário)
Sempre perguntar há quanto tempo realizou o tratamento endodôntico.

PULPITE REVERSÍVEL PULPITE IRREVERSÍVEL


Dor provocada por estímulos térmicos, Dor pode estar ausente (assintomática) ou
mecânicos ou determinados alimentos presente
Curta duração ou sensação de pontadas Normalmente apresenta histórico de dor

Dor não severa Dor moderada a severa. Episódios de dor


espontânea

Não sensível à mastigação, exceto quando Frequência vai aumentando até tornar-se
há queda de restauração ou contato contínua
prematuro

Pode evoluir para pulpite irreversível se a Dor que demora a passar, episódios de pico
causa não for removida

Sintomas regridem imediatamente com Uso de analgésicos


remoção da causa

Estímulos podem desencadear ou aliviar a


dor
Dor pode ser irradiada, difusa ou localizada
PERIODONTITE APICAL SINTOMÁTICA ou Aguda

Histológico Inflamação do periodonto apical

Histórico dental Patologia pulpar ou restauração recente

Queixa principal Desconforto à mastigação

Causa Patologia pulpar ou trauma oclusal

Testes térmicos e elétrico Inconclusivo

Teste de percussão Resposta positiva

Teste de palpação Inconclusivo

Aspecto radiográfico Espaço do ligamento periodontal pode aparecer


normal, ligeiramente aumentado (espessamento)
ou demonstrar área radiolúcida
Tratamento Depende do fator causal
PERIODONTITE APICAL ASSINTOMÁTICA ou Crônica

Histológico Inflamação e destruição dos tecidos periapicais

Histórico dental Patologia pulpar

Queixa principal Sem sintomas clínicos

Causa Origem pulpar

Testes térmicos e elétrico Negativos: necrose pulpar

Teste de percussão e palpação Negativos ou ligeiramente positivos

Aspecto radiográfico Área radiolúcida apical de tamanho variável

Tratamento Tratamento endodôntico


ABSCESSO APICAL AGUDO

Histológico Reação inflamatória à infecção pulpar e


necrose com formação de pus

Histórico dental Patologia pulpar. Pode ocorrer inchaço dos


tecidos associados

Queixa principal Dor espontânea, sensibilidade dente à


pressão (ao toque)

Causa Necrose pulpar. Pode ocorrer em dentes com


tratamento endodôntico insuficiente e/ou
infiltração (permanência de infecção).

Testes térmicos e elétrico Negativos

Teste de percussão Extremamente sensível

Teste de palpação Sensível

Aspecto radiográfico Espaço do ligamento periodontal pode


aparecer normal, ligeiramente aumentado
(espessamento) ou demonstrar área
radiolúcida

Tratamento Tratamento endodôntico. Drenagem cirúrgica


se houver ponto de flutuação
ABSCESSO PERIAPICAL CRÔNICO

Histológico Reação inflamatória à infecção pulpar e necrose

Histórico dental Patologia pulpar. Presença de fístula

Queixa principal Sem sintomas ou pequeno desconforto. Drenagem


intermitente por fístula associada.

Causa Necrose pulpar. Pode ocorrer em dentes com


tratamento endodôntico insuficiente e/ou infiltração
(permanência de infecção).

Testes térmicos e elétrico Negativos

Teste de percussão e palpação Normalmente negativos

Aspecto radiográfico Área radiolúcida periapical. Pode ser possível o


rastreamento da fístula que conduzirá ao ápice do
dente envolvido

Tratamento Tratamento endodôntico.


OSTEÍTE CONDENSANTE

Histológico Lesão radiopaca difusa: reação óssea localizada


devido à estímulo inflamatório de baixa
intensidade, normalmente visto no ápice do dente.

Histórico dental Extensas restaurações ou trincas

Queixa principal Sem sintomas ou apresentar uma ampla variedade


de sintomas pulpares

Causa Necrose ou inflamação pulpar. Pode ocorrer em


dentes com tratamento endodôntico insuficiente
e/ou infiltração (permanência de infecção).

Testes térmicos e elétrico Negativos ou positivos

Teste de percussão e palpação Negativos ou positivos

Aspecto radiográfico Radiopacidade aumentada ou redor de uma ou


mais raízes.

Tratamento Tratamento endodôntico. Lesão de origem


endodôntica. 85% dos casos regridem após a
terapia endodôntica.


TESTE
DIAGNÓSTICO FRIO CALOR SINTOMAS RX
ELÉTRICO

+
+
Polpa normal + (não Livre
(não demora)
demora)

+++
+++ Quando
Pulpite reversível + (não
(não demora) estimulada
demora)

Pulpite irreversível +++ +++ Espontânea e LP normal,


+
sintomática (demora) (demora) exacerbada espessado

Livre
Pulpite irreversível Pólipo pulpar
+ + +
assintomática Reabsorção
interna

- sintomática ou quando
Necrose pulpar - -
(pode ser +) assintomática sintomática

canal não tratado


ou contaminação
Tratamento prévio - - -
persistente/infiltra
ção

canal não tratado,


contaminação
Previamente
- - - persistente/
iniciado
infiltração ou
polpa inflamada

LIGAMENTO
TECIDO
DIAGNÓSTICO PERCUSSÃO PALPAÇÃO PERIODONTAL MASTIGAÇÃO
MOLE
(RX)

Periodonto
- - normal
normal

normal,
Periodontite
aumentado ou
apical ++ +/- ++
área
sintomática
radiolúcida

Periodontite
área
apical - - -
radiolúcida
assintomática

normal, possível
Abscesso aumentado ou inchaço e/ou
+++++ ++ -
Apical agudo área formação de
radiolúcida pus

Abscesso área
- - - fístula
Apical crônico radiolúcida

Osteíte radiopacidade
+/- +/-
condensante apical difusa
DIAGNÓSTICO PATOLOGIA PULPAR:

⃝ Polpa normal: Uma categoria de diagnóstico clínico na qual a polpa é livre de


sintomas e normalmente responde ao teste pulpar.

⃝ Pulpite reversível: Um diagnóstico clínico baseado em achados objetivos e


subjetivos que indicam que a inflamação deve se resolver e a polpa é capaz de
cicatrizar quando o estímulo agressor é tratado adequadamente.

⃝ Pulpite irreversível sintomática: Um diagnóstico clínico baseado em achados


objetivos e subjetivos que indicam que a polpa inflamada vital é incapaz de
cicatrizar. Características adicionais: dor térmica prolongada, dor espontânea, dor
referida.

⃝ Pulpite irreversível assintomática: Diagnóstico clínico baseado em achados


objetivos e subjetivos que indicam que a polpa inflamada vital é incapaz de
cicatrizar. Descritores adicionais sem sintomas clínicos, mas inflamação produzida
por cárie, cavidades amplas de cárie, trauma.

⃝ Necrose pulpar: Uma categoria de diagnóstico clínico que indica a morte da


polpa dentária. A polpa é geralmente não responsiva ao teste pulpar.

⃝ Previamente tratado: Uma categoria de diagnóstico clínico indicando que o


dente foi endodonticamente tratado e os canais obturados com vários materiais de
preenchimento que não seja medicação intra-canal.

⃝ Terapia previamente iniciada: Uma categoria de diagnóstico clínico. indicando


que o dente foi previamente tratado por terapia endodôntica parcial (por exemplo,
pulpotomia, pulpectomia).

DIAGNÓSTICO PERIODONTO APICAL:

⃝ Tecidos apicais normais: Dentes com tecidos perirradiculares normais que não
são sensíveis à percussão ou ao teste de palpação. A lâmina dura ao redor da raiz
está intacta e o espaço do ligamento periodontal é uniforme.

⃝ Periodontite apical sintomática: Inflamação, geralmente do periodonto apical,


produzindo sintomas clínicos incluindo uma resposta dolorosa à mastigação e / ou
percussão ou palpação. Pode ou não estar associada a uma área radiolucência
apical.

Espaço do ligamento periodontal pode aparecer normal, ligeiramente aumentado


(espessamento) ou pode apresentar rompimento lâmina dura.
⃝ Periodontite apical assintomática: Inflamação e destruição do periodonto apical
de origem pulpar, aparece como área radiolúcida apical e não produz sintomas
clínicos.

⃝ Abscesso apical agudo: Reação inflamatória a infecção pulpar e necrose


caracterizada por início rápido, dor espontânea, sensibilidade do dente à pressão,
formação de pus e edema dos tecidos associados. Espaço do ligamento periodontal
pode aparecer normal, ligeiramente aumentado (espessamento) e/ou rompimento
lâmina dura (imagem de “esfumaçamento”).

⃝ Abscesso apical crônico: Reação inflamatória à infecção pulpar e necrose


caracterizada por início gradual, pouco ou nenhum desconforto, e secreção
intermitente de pus através de um trato sinusal associado. Área radiolúcida
periapical (rarefação óssea periapical ou circunscrita).

⃝ Osteíte condensante: Lesão radiopaca difusa representando uma reação óssea


localizada a um estímulo inflamatório de baixo grau, geralmente visto no ápice do
dente.
INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS

História:

- Pierre Fauchard (1746) – Cordas de piano

- Edwin Mayanard (1838) – Mola de relógio

- Até 1875 eram os próprios CDs que fabricavam seus instrumentos

- Wais e Ingle (1954-1956) – Não havia ajustes entre os instrumentos e os materiais


obturadores

- Ingle e Levine (1958-1962) – Proposta de Estandartização (padronização) dos


instrumentos.

Tipos de instrumentos Endodônticos:

• Limas: cortam por raspagem (limagem)/torção (rotação)

• Brocas

• Instrumentos Manuais

• Instrumentos para obturação

→ Normas: Instituição que padronizam os instrumentos ANSI, ISO e FDI.

Guia de Cabo
Guia Ativa Intermediário
penetração
Padronização:

- Cabo: Parte onde é feito o comando do instrumento. O cabo deve ter o comprimento
de 11mm. Seu diâmetro deve estar entre 2mm(mínimo) a 5mm(máximo), permitindo
rotação e tração. A forma do cabo tem o intuito de facilitar a pega do instrumental. O
cabo deve proporcionar o maior conforto possível ao operador. Feito de silicone ou
plástico autoclaváveis.

- Intermediário: Une o cabo a parte ativa do instrumental. Ela tem um tamanho variável.
Sendo assim, ela definirá o comprimento dos instrumentos. O Intermediário é a parte
que sofre variações quanto ao comprimento, determinando o comprimento do
instrumento. Situado entre a parte ativa e o cabo, ele não deve ter um diâmetro muito
acentuado em relação à parte ativa, evitando-se interferências contra as paredes da
cavidade endodôntica durante a instrumentação. No Brasil, possuem 21mm, 25mm e
31mm geralmente (pode-se encontrar de outros comprimentos).

- Parte Ativa: É a parte de corte do instrumento. A parte ativa possui um comprimento


fixo -> 16mm. Sendo assim, a parte ativa vai do “D0” ao “D16”.

D16

D0
- Conicidade (Taper): Conicidade é a relação entre o aumento no diâmetro por unidade
de comprimento da lâmina ativa do instrumento. Como o canal é cônico, o ideal é
usarmos instrumentos cônicos. Varia de 0,2 à 12mm/mm -> .02 à .12: 0,02mm/mm –
0,03mm/mm – 0,04mm/mm – 0,05mm/mm – 0,06mm/mm – 0,07mm/mm –
0,08mm/mm – 0,09mm/mm – 0,10mm/mm – 0,11mm/mm – 0,12mm/mm.

Os instrumentos manuais convencionais tem uma conicidade fica de 0,2mm/mm. Isso


significa que há um aumento na conicidade de 0,02mm a cada 1mm da lâmina ativa.

Ex:

A lima 15 tem no D0=0,15mm (15 décimos de milímetros de diâmetro).

No D1 aumentará 0,2mm/mm de diâmetro e ela terá:

• 0,17mm/D2=0,19mm/
• D3=0,21mm/.../D16=0,47mm, ou seja 0,32mm a mais que em D0.

Ou seja, a variação a cada mm, desde D0 (0,00) à D16 é de 0,32mm nos instrumentos
convencionais.

0,02mm/mm 0,06mm/mm

Instrumentos com uma conicidade maior que 0,2mm/mm permitem um tipo diferente
de preparo. Se o instrumento for mais cônico (azul), posso usar um único instrumento
para dar a conicidade ao canal. Já um instrumento com menor conicidade (preto)
penetra em maior profundidade inicialmente.

* Instrumentos rotatórios também tem conicidade, mas é variável ente os fabricantes


ou marcas. Podem ainda ter múltiplas conicidades, não há uma padronização.

- Diâmetro: O diâmetro determina a série das limas. É definida no “D0” do instrumento.


O diâmetro da ponta de um instrumento endodôntico é denominado “D0”. Ex: lima 10,
tem no “D0” 10 décimos de milímetros de diâmetro. O diâmetro junto à haste é
denominado “D16” porque a parte ativa do instrumento tem 16mm de comprimento.
“D0” varia de 06 à 140.

0,15 mm

Lopes & Siqueira Jr, 2010


-> Os instrumentos endodônticos apresentam 4 séries:

SÉRIE DIÂMETRO DA SERIE GRADUAÇÃO DE AUMENTO DE DIAMETRO

Série Especial 06 à 10 0,02mm

1ª e 2ª Série 10 à 60 0,05mm

3ª Série 60 à 140 0,1mm

-> Limas de série especial: As limas de series especial tem um menor aumento de
diâmetro. Ou seja, de um instrumento a outro da série, há um aumento de apenas
0,02mm de diâmetro. Essas limas são usadas em dentes atrésicos, geralmente em
dentes posteriores e com curvatura. A série especial possui 3 limas:

Nº D0 D16

6 0,06mm 0,38mm

8 0,08mm 0,40mm

10 0,10mm 0,42mm

-> Limas de 1ª série: Vão do 15 ao 40. Elas aumentam 0,05mm de diâmetro de uma lima
para a outra. A 1ª serie possui 6 limas:

Nº D0 D16

15 0,15mm 0,47mm

20 0,20mm 0,52mm

25 0,25mm 0,57mm

30 0,30mm 0,62mm

35 0,35mm 0,67mm

40 0,40mm 0,72mm
-> Limas de 2ª série: Vão do 45 à 80. Podemos dizer que as limas de 2ª serie são mistas.
Pois há instrumentos que aumentam 0,05mm de diâmetro (45 à 60) e outros que
aumentam 0,1mm de diâmetro (60 à 80). A 2ª serie possui 6 limas:

Nº D0 D16

45 0,45mm 0,77mm

50 0,50mm 0,82mm

55 0,55mm 0,87mm

60 0,60mm 0,92mm

70 0,70mm 1,02mm

80 0,80mm 1,12mm

-> Limas de 3ª Série: São usadas em canais mais amplos. A 3º serie possui 6
instrumentos:

Nº D0 D16

90 0,90mm 1,22mm

100 1mm 1,32mm

110 1,10mm 1,42mm

120 1,20mm 1,52mm

130 1,30mm 1,62mm

140 1,40mm 1,72mm

*Somando-se todas as séries temos 21 instrumentos.

- Cor: A cor determina o diâmetro de casa instrumento. Analisando a tabela, vemos que
o primeiro instrumento de casa série é branco. Já o segundo instrumento de casa serie
é amarelo. E assim, sucessivamente. Isso facilita o trabalho do CD que sabe que o
instrumento mais fino de casa serie é branco, o mais grosso é preto, etc. alguns cones
de guta-percha e de papel absorvente seguem essas cores.

1ª SERIE 2ª SERIE 3ª SERIE COR

15 45 90 BRANCO
SÉRIE COR
20 50 100 AMARELA
06 ROSA
25 55 110 VERMELHO
08 CINZA
30 60 120 AZUL
10 ROXO
35 70 130 VERDE

40 80 140 PRETO

- Numeração: As limas possuem uma numeração de 6 à 140 (0,06mm à 1,40mm no D0),


divididas em 4 séries (como vimos anteriormente).

- Guia de Penetração: É o ângulo do bico/ponta do instrumento. Confere ao


instrumento o poder de corte e penetração, guiando o mesmo dentro do canal. A guia
de penetração deve ser 75° +/-15°. Ou seja, a guia de penetração deve estar entre 60°
(ponta mais aguda) e 90° (ponta mais reta). É o fabricante que decide se a guia de
penetração será ATIVA ou INATIVA. Os instrumentos flexíveis, instrumentos usados em
contra ângulo tem a guia de penetração INATIVA.

➔ Guia de penetração Ativa: Com arestas, ângulos vivos.


➔ Guia de penetração Inativa: Sem corte na extremidade.
A guia de penetração INATIVA, é a de escolha pois: desviam menos, formando menos
degraus. Não há risco de perfurações indesejadas.

- Seção Transversal: A seção transversal dos instrumentos NÃO É PADRONIZADA. Cada


fabricante faz de um jeito, mas deve estar especificado na caixa.

*Hoje existem formas de seção transversal disponíveis no mercado:

• Triangular: Possuem o ângulo de 60° (Limas Flexo-File e alguns sistemas


mecanizados como Protaper);

• Circular;

• Triplo “S” (Sistema mecanizado Easy) e “U”;

• Losangular: Não é mais fabricada;

• Quadrangular: São as mais usadas por clínico geral. Possuem o ângulo de 90°.

A secção transversal caracteriza o instrumento de duas formas: ângulo de corte e


flexibilidade.

ÂNGULO DE CORTE: é definido pela secção transversal e ele que representa o poder de
corte do instrumento. Este ângulo formado pelo encontro de 2 lâminas de corte. Na
haste de secção transversal quadrangular, o ângulo de corte é de 90o. Já na secção
transversal triangular o ângulo de corte é de 60o e por este ser mais agudo, mais
agressivo vai cortar mais dentina que um instrumento quadrangular. O quadrangular
tende a raspar mais dentina.

FLEXIBILIDADE: quanto menos massa metálica mais flexíveis. Seu ângulo de corte é de
60°, ou seja, são ângulos mais agudos, por isso cortam mais, sendo mais eficientes.
Limas Mecanizadas Protaper

OBS: quanto mais aguda a aresta, mais ela vai “parafusar” no canal. Por isso, que os
instrumentos com arestas mais proeminentes são de uso manual (¼ de volta para um
lado e ¼ de volta para o outro lado; evitando o parafusamento). Já os instrumentos
rotatórios giram continuamente para a direita, e por isso eles tem um núcleo maior e
arestas menos proeminentes, para não parafusar no canal, evitando a quebra.

PASSO ENTRE ESPIRAS: É a distância entre as espiras de um instrumental.

ÂNGULO HELICOIDAL: Este ângulo é formado pela lâmina com o longo eixo do
instrumento.

➔ Maior ângulo: corte por limagem (maior número de voltas)


➔ Menor ângulo: corte por rotação (menor número de voltas)

Cinemática
45° 25°
Maior nº de voltas
Maior ângulo
Limagem

Menor nº de voltas
Menor ângulo
Rotação
Torção: Ângulo helicoidal → cinemática
Lopes & Siqueira Jr, 2010
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTAIS:

Limas: são os instrumentos mais utilizados dentro da Endodontia. O número de


identificação da lima corresponde ao diâmetro da sua ponta (D0). São geralmente feitos
de aço inoxidável. Há uma série, entretanto, que os fabrica através de níquel e titânio,
conferindo uma flexibilidade e resistência excepcional.

Cinemática: movimento dos instrumentos endodônticos no interior dos canais


radiculares.

*Limas Manuais Convencionais:


- Introdução no canal radicular;
- Rotação de ¼ a ½ volta (sentido horário);
- Movimento de tração com pressão lateral de encontro às paredes do canal radicular;
- Cateterismo: Quando a cinemática de ação for exploração, movimento de penetração
em direção ao ápice e oscilatório (horário e anti-horário).

– LIMAS TIPO K (Kerr): Aço inoxidável, torcidas (25 “voltas”). Menor distância entre as
espiras (mais torcida). Movimentos variados (permite limagem e rotação). Guia de
penetração Ativa. Seção quadrangular. Baixa flexibilidade.
Dos instrumentos endodônticos ainda em uso, as limas K são as mais velhas, e
originaram vários outros instrumentais. As limas de 2ª série e as limas especiais são tipo
kerr (pois tem seção quadrangular e ponta ativa). As limas tipo kerr originaram várias
outras. Identificação: na caixa está escrito lima K ou K-file. E no cabo há um quadrado
que indica sua seção transversal.

CARACTERÍSTICAS:
Secção quadrangular
Aço inoxidável
Exploração inicial, esvaziamento e modelagem de canais
retos
Boa resistência e razoável flexibilidade
Baixo poder de penetração e corte
Rotação e limagem

INDICAÇÃO:
Canais retos ou na parte reta de canais curvos aonde for
preciso
Boa resistência da lima para executar o corte (atrésicos)
- As limas tipo K apresentam uma haste metálica (aço inoxidável) de secção
quadrangular até o instrumento 40, a partir do instrumento 45 a secção será
triangular, com o objetivo de criar uma maior resistência à fratura as limas de menor
calibre e maior flexibilidade as de maior calibre.

– LIMAS TIPO HEDSTROEM: Aço inoxidável. Usinadas. Seção circular. Guia de


penetração INATIVA. Pouca flexibilidade. Movimento de limagem. Possuem uma
“bolinha” no cabo para identifica-las. Conformação: cones superpostos. Devido a sua
conformação, elas são limas frágeis. Necessitam que outros instrumentos abram espaço
para ela. Pouco usadas. São utilizadas para retratamento e recuo programático.

CARACTERÍSTICAS:

Secção circular
Forma de espirais
Baixa flexibilidade
Excelente capacidade de corte
CANAIS RETOS: Função alisar paredes e remoção de materiais obturadores
Aceita somente movimento de limagem
NÃO ROTACIONAR

INDICAÇÃO:
RETRATAMENTO (parte reta) e RECUO progressivo (modelagem)
-LIMAS FLEXÍVEIS: As limas flexíveis foram todas baseadas nas limas tipo Kerr.

K- Flex, Trifile/Triple-flex e Flexo-file

Flexo-File: Aço inoxidável; torcida (33 “voltas”) – maior corte; seção triangular; guia de
penetração INATIVA (antigamente sua guia era ativa); ótima flexibilidade. É uma lima de
eleição/referência para instrumentação manual. São oferecidas comercialmente, nos
comprimentos de 21, 25 e 31mm.

Estudos demonstram que:


- Quanto maior o diâmetro da lima = mais ela desvia
- Quanto mais flexível uma lima = menos ela desvia
- A Flexo-File é a lima que menos desvia.

A Limas Flexo-File encontram-se disponíveis no mercado na numeração de #15 a #40.


Tanto no cabo quanto em suas caixas, encontra-se estampado a figura de um quadrado.
A flexibilidade torna esse instrumento o mais indicado para a instrumentação de canais
curvos, facilitando a terapêutica e diminuindo os riscos como desvios.
C-PILOT: Limas de Aço Inox para canais severamente calcificados ou curvos.
Alta resistência à deformação devido ao processo especial de endurecimento térmico;
possibilita a criação de uma via de permeabilidade (glide path) antes da instrumentação
rotatória; ponta inativa.

Graças às suas excelentes propriedades materiais, as Limas C-PILOT ® permitem atingir


o ápice, mesmo em canais de difícil penetração.
- Aço Inoxidável;
- Alta resistência à deformação devido ao processo especial de endurecimento térmico;
- Ponta não cortante;
- Acesso a canais radiculares curvos e calcificados

DECORAR
PRODESIGN M: Fabricadas com liga de NiTi, de alto padrão de usinagem, possui
Tratamento Térmico CM (controlled memory) que possibilita preparos radiculares
extremamente centrados evitando desgastes desnecessários e indesejáveis de dentina..
Estes instrumentos são utilizados em movimento rotacional no sentido horário (com a
ponta dos dedos – APONTAR LÁPIS). O sistema ProDesign M possibilita um preparo
bastante conservador, de acordo com a filosofia moderna de preparos radiculares.
OUTROS INSTRUMENTOS MANUAIS:
Extirpa Polpa OU Extirpa-nervo: é um instrumento farpado que é indicado para a
remoção do conteúdo pulpar (desuso). No passado, o Extirpa Polpa recebia a
denominação de Extirpa Nervo. Devido a esta fragilidade acentuada, eles devem ser
usados somente para remoção de polpa e em canais amplos e retos. A preferência deve
ser dada aos instrumentos de maior diâmetro (#25 e #30) desde que não encontrem
resistência quando da penetração no interior do canal radicular. Indicado para remoção
de bolinha de algodão.

Espaçadores Digitais: são fabricado em aço inoxidável ou em Níquel-Titânio, são


indicados para promover espaço para a introdução de cones acessórios durante a
obturação de canais radiculares durante a técnica de condensação lateral ativa.

OBSERVAÇÕES:

Os instrumentos endodônticos manuais de aço inoxidável podem ser fabricados por


torção ou usinagem. Quando são de níquel-titânio (NiTi) a fabricação é apenas por
usinagem.
INSTRUMENTOS ACIONADOS A MOTOR:

Lentulo : apresentam em 4 diferentes diâmetros (1 a 4), comprimentos mais utilizados:


21 mm e 25mm. Função de levar
medicação no canal radicular.
- Sempre utilizar no sentido horário;

- 2 calibres menor que a LM ou antes da


curva;

- No CTM ou antes da curva;

- Deve trabalhar “solta” dentro do canal


radicular.

Condensadores de guta-percha: Utilizados para termoplastificação dos cones de guta-


percha, através da técnica híbrida de TAGGER.

- Sempre no sentido horário;

- Entra e sai girando;

- 2 calibres menor que a LM;

- Uso seguro CTM – 2mm (máximo – margem de segurança) ou antes da curvatura.

Limas Logic 2: preparo mecânico.


ANATOMIA INTERNA E GENERALIDADES

Em um mesmo indivíduo não existem dois dentes iguais, considerando-se entre


outros fatores, comprimento, largura e dimensões coronárias e radiculares, morfologias
externa e interna, número e trajeto de canais radiculares e inclinações dentárias nas
arcadas.
A cavidade pulpar está dividida em duas partes: câmara pulpar e canal radicular.
Fatores que alteram a Cavidade Pulpar:
• Deposição de dentina secundária;
• Deposição de dentina terciária;
• Calcificações distróficas (agulhas cálcicas/nódulos pulpares);
• Reabsorções dentinárias ;
• Fusão/Geminação;
• Dens in dente;
• Hipercementose.

Kutller (1955) deixa claro que, o canal radicular não é único, baseado em sua
estrutura divide-se em canal dentinário e canal cementário. Ambos os canais se unem
pelos vértices dando, geralmente, o formato de cones truncados, com o canal
dentinário representando quase todo o ducto radicular e o canal cementário
constituíndo cerca de, no mínimo, meio milímetro de distância do forame apical.

O fim do canal radicular - forame apical - situa-se quase sempre num dos lados
da raiz e muito raramente em seu vértice, mesmo em raízes retilíneas, apresentando o
forame localizado para-apicalmente.
Em 68% dos dentes jovens,
e em 80% dos dentes senis,
a parte cementária não
segue
a direção da dentinária,
nem acaba no vértice
apical.
O forame fica localizado
Lateralmente.

CLASSIFICAÇÃO DIDÁTICA DOS CANAIS RADICULARES:


Segundo Pécora e colaboradores, a anatomia do sistema dos canais radiculares
dita os parâmetros sob os quais o tratamento endodôntico será realizado e afeta as
possibilidades de sucesso. Essa anatomia de cada dente apresenta características
comuns, bem como variações muito complexas.
O conhecimento teórico da anatomia e exame radiográfico podem revelar boa
parte da anatomia interna que, associada aos conhecimentos teóricos, ditam o
tamanho da broca a ser utilizada na cirurgia de acesso, sua direção, o tamanho do
primeiro instrumento a ser utilizado no interior do canal radicular e, ainda, quais as
modificações que devem ser empregadas para realizar o preparo da cavidade
endodôntica, de

DENTES SUPERIORES
Incisivos Superiores
Os incisivos centrais e laterais superiores são dentes muito fáceis de serem tratados
endodonticamente, porque apresentam anatomia bastante simples.
Os incisivos centrais superiores podem apresentar curvatura de suas raízes para a
vestibular. Esse fato não é detectado na radiografia ortorradial e, portanto, deve-se
tomar radiografias em várias angulações. Esses dentes só oferecem dificuldades na
localização de seus canais caso estes estejam bastante atresiados/calcificados.
Os incisivos laterais superiores apresentam curvatura das raízes para a distal na maioria
dos casos. Portanto, deve-se pensar em uma técnica de instrumentação adequada, de
modo a evitar perfurações.
Esses dentes estão situados em uma área de grande risco embriológico e inúmeros
pesquisadores têm relatados casos de anomalias neles.
Apresentam-se unirradiculados, mas foram relatados casos de incisivos laterais
superiores com duas raízes (MADEIRA, 1973; CHRISTIE et al., 1981).
Entre as anomalias de desenvolvimento observadas nesses dentes, pode-se citar: Dens
invaginatus, Dens Envaginatus ou Cúspide Talão , Radicular grooves (depressão
radicular) e dentes com coroas cônicas.
O Dens invaginatus é também conhecido como Dens in dente, podendo ocorrer em
qualquer dente. Mas, sua maior incidência ocorre nos incisivos laterais superiores.
Existem três tipos de Dens invaginatus, de acordo com a classificação de Oehler (1957):
Tipo I - a invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa dental.
Tipo II - a invaginação do esmalte estende-se até o terço médio da raiz, terminando em
um saco cego.
Tipo III - a invaginação do esmalte estende-se até a região apical do dente, de modo a
formar diversos forames apicais.
Outra anomalia que tanto pode ocorrer no incisivo central como no lateral superior é
Dens Evaginatus ou Cúspide Talão apresentam tratamento bastante simples, uma vez
que a remoção da evaginação transforma a intervenção nesse dente igual àquela
realizada em um dente normal.
Radicular grooves: é uma anomalia de difícil diagnóstico, que é a presença da
depressão radicular.

Caninos Superiores
Pela configuração anatômica, esses dentes apresentam canais com dimensões maiores
no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mésio-distal. Eles podem
apresentar comprimento muito longo. Eles podem apresentar curvaturas de suas raízes.
Essas curvaturas podem ser, em muitos casos, bastante acentuadas.
Para detectar a direção da curvatura das raízes, deve-se tirar radiografias em diferentes
angulações. Se a curvatura apical da raiz mover em direção oposta à movimentação do
cone de raio X, a curvatura estará para a vestibular. Caso a curvatura mova-se na
mesma direção que o cone de raio X, a raiz apresenta curvatura para a lingual.
Esses dentes não estão isentos da possibilidade de apresentar anomalias de
desenvolvimento.
Primeiro Pré-Molar Superior
Normalmente, esses dentes são birradiculares, sendo uma raiz localizada na vestibular e
outra na lingual.
Quando esses dentes apresentam-se com raiz única, normalmente apresentam dois
canais: um na vestibular e o outro na lingual, que podem terminar em um único forame
ou em dois forames distintos.
Os pré-molares birradiculados podem apresentar as suas raízes terminando em uma
ponta bem fina, especialmente a raiz vestibular. A instrumentação desses canais não
deve ser exagerada, para não causar perfurações.
Algumas vezes, os primeiros pré-molares superiores podem se apresentar com três
raízes e, portanto, três canais. Quando isto ocorre, a instrumentação dos três canais
torna-se uma tarefa bastante difícil, em virtude da pequena dimensão da coroa deste
dente.

Segundo Pré-Molar Superior


Esses dentes apresentam-se com uma única raiz na maioria dos casos (90 %), mas
somente poucos apresentam-se com um único canal. Tudo o que foi relatado sobre os
primeiros pré-molares superiores deve ser observado nos segundos pré-
molares superiores.

Primeiro Molar Superior


Estes dentes têm sido bastante estudado quanto às suas anatomias internas,
principalmente em relação ao número de canais presentes na raiz mésio-vestibular.
Hoje, o primeiro molar superior deve ser encarado como um dente que apresenta,
normalmente, quatro canais, que podem estar distribuídos do seguinte modo: um canal
na raiz palatina (na literatura há casos citados de dois canais nessa raiz), um canal na
raiz vestíbulo-distal e dois canais na raiz vestíbulo-mesial.
Observar que a raiz palatina pode apresentar curvatura para a vestibular em 54,6% dos
casos

Segundo Molar Superior


Esses dentes apresentam variação no número de raízes. Eles podem apresentar duas
raízes, três raízes e até mesmo quatro raízes. A fusão de raízes no segundo molar
superior é um fato comum, principalmente nos pacientes de origem asiática (chinesa).
A presença de três raízes é um fator indicativo de que a raiz mésio-vestibular deva ser
muito bem explorada, pois ela pode apresentar dois canais, como nos primeiros
molares superiores.
Dens invaginatus pode ser encontrados nos segundos molares superiores (COSTA et al.,
1990).

DENTES INFERIORES
Incisivos Inferiores
Esses dentes têm alta incidência de dois canais em sua raiz. A incidência de dois canais é
maior nos incisivos laterais do que nos incisivos centrais, mas o fato não pode ser
esquecido. Quando apresentam dois canais um será canal vestibular e outro canal
lingual.

Canino Inferior
Esses dentes apresentam achatamento mésio-distal de suas raízes e, desse modo, o
canal é mais largo no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mesio-distal. A
instrumentação do canal radicular deve ser feita atuando em todas as paredes dos
canais radiculares, principalmente na parede vestibular e lingual, pois nestas áreas
estão presentes os microrganismos em maiores números.
Os caninos inferiores podem se apresentar do seguinte modo: a) uma raiz e um canal;
b) uma raiz com dois canais, que podem terminar em um único forame ou em dois
forames independentes e c) com duas raízes e dois canais, que podem estar bifurcados
na região média ou na região apical ou, ainda, fusionados.

Primeiro Pré-Molar Inferior


Os primeiros pré-molares inferiores são, provavelmente, os mais difíceis de serem
tratados endodonticamente, em virtude de apresentarem uma anatomia externa e
interna bastante complexa.
Eles podem se apresentar do seguinte modo: a) um canal e um forame; b) um canal que
se bifurca no terço apical, terminando em dois forames independentes; c) um canal que
se bifurca no terço médio da raiz terminando em dois forames independentes; d) dois
canais separados desde o terço cervical da cavidade pulpar , terminando em dois
forames independentes, e) dois canais separados desde o terço cervical, terminando
em um único forame; f) dois canais que se bifurcam em quaisquer dos terços e
terminam em um único forame. Além dessas variações anatômicas, eles podem ainda
apresentar raízes fusionadas com dois, três ou quatro canais.

Segundo Pré-Molar Inferior


A anatomia desses dentes pode apresentar-se bastante complexa, de modo semelhante
aos primeiros pré-molares inferiores.

Primeiro Molar Inferior


Nos primeiros molares inferiores, apesar de sua grande maioria apresentar-se com duas
raízes , o número de canais radiculares pode variar do seguinte modo: a) dois canais na
raiz mesial e um canal na raiz distal; b) dois canais na raiz mesial e dois canais na raiz
distal; c)três canais na raiz mesial e um na raiz distal; d) três canais na raiz mesial e dois
canais na raiz distal. Além dessas variações, esses dentes podem se apresentar com três
raízes e todas as variações anteriormente citadas. A incidência de três raízes nesse
dente é baixa nos povos de origem caucasiana (5%) e alta nos povos de origem
mongólica (20%). A terceira raiz está situada na posição disto-lingual.

Segundo Molar Inferior


Esses dentes podem apresentar anatomia interna e externa semelhantes aos primeiros
molares inferiores. Na região da furca, eles podem apresentar uma pequena raiz
acessória na vestibular( forma peduncular).
MICROBIOLOGIA ENDODÔNTICA

As infecções endodônticas apresentam uma natureza polimicrobiana com um


evidente predomínio de bactérias anaeróbias estritas, principalmente nas infecções
primarias, independentemente da metodologia adotada. A composição da microbiota
pode variar entre indivíduos, entre os tipos de infecção, se primária ou secundária, de
acordo com o tempo de infecção, de acordo com o quadro clínico e ainda de acordo
com a localização geográfica (Siqueira e Roças, 2009).
ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO

1- Conceito:

Consiste em construir ao redor do dente


em tratamento, uma barreira que o isole
da cavidade oral. Em endodontia é isolado
somente o dente que vai ser tratado.

O objetivo é obter um campo operatório


2- Materiais necessários: bem isolado, seco e limpo e possui
diversas vantagens como:

▪ Proteção aos tecidos moles;


▪ Melhor visibilidade;
▪ Proteção ao paciente contra acidentes
(aspiração, deglutição etc..);
▪ Impedir que a saliva (umidade e
contaminação) alcance o campo de
trabalho;

-Lençol de borracha;

-Perfurador de Ainswort;

-Porta Dique de borracha (Otsby/ dobrável);

-Pinça porta grampo de Palmer.

3- Operações prévias, antes do isolamento:

-Verificação das áreas de contato;


-Seleção do grampo;
-Montagem do arco;
-Marcação do lençol de borracha;
-Perfuração do lençol de borracha;
-Lubrificação do lençol de borracha.
4- Momento do isolamento:

É realizado após adequação do elemento dental (remoção cálculos, tecido cariado e


selamento das cavidades, com cimento de ionômero de vidro ou resina composta).
PROVAR O GRAMPO MAIS ADEQUADO (que se adapta à cervical) e após a realização do
acesso à câmara pulpar, COLOCAR O ISOLAMENTO PROPRIAMENTE DITO.

Cuidado: sempre fazer amarria, no grampo,


na perfuração ou na asa.

Razão: Evitar deglutição do grampo.

5- Modo de realizar o isolamento absoluto:

A- Após a adequação do elemento dental, provar no dente, anestesiado, qual grampo


vai se adaptar melhor à cervical, sempre tomando o cuidado de não colocar sobre a
gengiva. Normalmente obedecem a numeração conforme o grupo dental:

200 a 205- Molares

206 a 209- Pré-molares

210- Incisivos e caninos superiores e caninos inferiores

211- Incisivos inferiores

212- Restos radiculares

B-Cuidar também com a empunhadura e apreensão da pinça de Palmer, tomando o


cuidado de colocar o cabo de apreensão voltado para região anterior.

➔ Maneiras de segurar a pinça de Palmer:

-Dígito-Palmar:
-Digital:

-Palmar

A perfuração do lençol também deve seguir o tamanho do orifício de acordo com cada
grupo dental.

-Posicionar o grampo, o lençol de borracha e o porta dique de modo que fique firme,
sem báscula, para que não salte durante os procedimentos e não traumatize os tecidos
bucais.
TÉCNICAS PARA LEVAR O ISOLAMENTO AO DENTE:

1-Conjunto arco/lençol/grampo:

-Após montar o arco/ lençol e realizar a


perfuração coloque o grampo na posição correta,
na perfuração realizado na borracha;

-Passar um pouco de creme de barbear ao redor


do orifício na borracha, por dentro.

-Com a pinça de Palmer posicionada com o cabo


para região anterior e adaptada ao o orifício do
grampo;

-Levar todo este conjunto em posição;

-Soltar a borracha que vai ficar sobre a aleta do


grampo, para que a borracha se adapte a cervical.

-Levar ao elemento dental, todo este conjunto.


2-Conjunto arco/lençol posicionado e colocação do grampo:

-Montar o arco porta dique e o lençol de


borracha.

-Fazer a perfuração no lençol de borracha.

-Lubrificar o orifício da perfuração com creme


de barbear.

-Levar este conjunto e adaptar ao colo do


dente e segurar nesta posição.

-Levar o grampo escolhido previamente e


adaptar na cervical.

3-Grampo posicionado e colocação do conjunto arco/lençol:


-Após ter escolhido o grampo adequado, colocando em posição;

-Montar o arco e o lençol de borracha, perfurar, passar o creme de barbear;

-Levar em boca, passando este ao redor do grampo já posicionado, passar o fio dental ao redor do
dente para melhor adaptar a borracha a cervical.

-PARTES CONSTITUINTES DOS GRAMPOS:


ASA

Orifício/perfuração

ALETAS

MORDENTE

ASA

Orifício/perfuração

MORDENTE

ALETA

OBS: GRAMPO ANTERIOR: Mordente vestibular é maior, porque esta fase é mais ampla na região cervical
que na palatal.

OBS: GRAMPO POSTERIOR: Asa sempre para a distal, mordente vestibular, sempre é mais amplo.
Irrigação em Endodontia

→ TÉCNICAS DE IRRIGAÇÃO:

1- Simples

2- Com Aspiração

A- Pressão Positiva

B- Pressão Negativa

UTILIZAR SEMPRE GRANDES VOLUMES!!!

1- Irrigação Simples

EFICIÊNCIA:

*Turbilhonamento e Refluxo Eficientes:

- Espaço lateral;

- Pressão adequada aplicada ao embolo;

- Líquido com baixa tensão superficial.


*Limpeza Adequada:

- Proximidade da agulha ao CTM (CTM – 2mm);

- Impacto do liquido irrigador contra a parede do canal.

INEFICIÊNCIA:

*Canal Atrésico:

- Sempre que a lima 40 não conseguir entrar até próximo ao CTM este canal é
considerado como atresiado para a irrigação!

- Agitar com lima (lima patência).

- Sempre usar grandes volumes.

*Canal Curvo:

- Agitar com lima;

- Encurvar a agulha (para ela penetrar mais fundo).

- Irrigação com Aspiração:

A- Pressão Positiva

B-Pressão Negativa

➢ Pressão Positiva:

Ponta
Irrigadora Cânula
Aspiradora → Técnica indicada como rotina. É a IDEAL.

- É chamada de pressão positiva porque a ponta irrigadora vai mais fundo que a
cânula aspiradora.

- Gera uma maior velocidade de refluxo e aumenta a eficiência de irrigação, pois o


canal é irrigado com maior intensidade → O líquido vai de onde tem mais pressão,
Canal
para onde há menos pressão.

- Diminui a possibilidade do liquido sair pelo forame.

- A cânula aspiradora deve ficar no mínimo dentro da câmara pulpar.

- Diminui a chance de extravasamento.


➢ Pressão Negativa:
Cânula
Ponta
Aspiradora
→ Técnica indicada para os casos com FORAME AMPLO, Periodontites
Irrigadora
apicais extensas ou problemas prévios (reabsorções, deformação de
forame).

- Diminui o risco de extrusão.

Canal

Aspiração Absoluta:

- Inserir a cânula aspiradora o mais próximo do CRD para aspiração secreção oriunda
dos tecidos periapicais (usada em casos de abscesso apical aguda para auxiliar na
remoção do exsudato.

- Esta técnica também pode ser usada para fazer a secagem do canal.

IRRIGAÇÃO: Aspectos Clínicos

1- Só devemos trabalhar nos canais com a cavidade pulpar inundada de solução


irrigadora;

2- Sempre que possível renová-la e agitar com a limas de trabalho;

3- Na Modelagem devemos usar sempre a recapitulação do CRD com a lima


patência e o canal dever estar inundado com a solução irrigadora;

4- Em casos problemáticos usar outros líquidos irrigadores → Técnica de pressão


negativa em casos perigosos (com risco de o líquido sair do forame).

SUBSTÂNCIA AUXILIAR DE INSTRUMENTAÇÃO:

- São os meios químicos que auxiliam o preparo mecânico para maximizar a


modelagem, a limpeza e a desinfecção dos canais radiculares.
Características importantes:
Umectação (capacidade de molhamento);
Limpeza (remover dedritos oriundos da instrumentação);
Desinfecção 9neutralizar o conteúdo séptico-tóxico-necrótico).

- Ou seja, elas nos auxiliam a limpar as regiões onde as limas não conseguem penetrar.

➔ PROPRIEDADES IDEIAIS:
A- Poder dissolvente do contéudo do canal: Ou seja, a substância auxiliar de
instrumentação deve dissolver pré-dentina, raspas de dentina, polpa e
bactérias. Porém, alguns destes elementos são orgânicos (polpa, pré
dentina, bactérias) e outros inorgânicos (raspas de dentina). Nnehuma
substância irraigadora é capaz de dissolver matéria orgânica e inorgânica ao
mesmo tempo. O mais importante é o líquidoo ser solvente de matéria
orgânica, pois assim ele será bactericida, nos auxiliando na limpeza e
desinfecção do canal.
B- Baixa toxicidade
C- Neutralizar produtos tóxicos
D- Ação antimicrobiana
E- Estimular o reparo: Os 2 fatores que interferem negativamente no reparo
são os detritos e bactérias. A reparação em si ocorre sozinha,
fisiologicamente. Ao eliminarmos detritos e bactérias nós apenas
favorecemos o processo de reparo. Ou seja, a desinfecção favorece o
reparo que o próprio organismo faz.
F- Baixa viscosidade
G- Baixa tensão superficial
H- Capacidade umectante (molhar)
I- Favorecer ação de medicamentos
J- Baixo custo
K- Fácil conservação
L- Não colorir ou enfraquecer a estrutura dentária
M- Ação desodorizante .
• OBJETIVOS:

→ Controle da possível infecção superficial da polpa vital;

→ Remoção do sangue da câmara pulpar e dos túbulos dentinários;

→ Remoção de matéria orgânica e inorgânica do sistema de canais radiculares (SCR);

→ Neutralização do conteúdo séptico-tóxico-necrótico.

Quando usar?

SEMPRE! Antes, durante e após a


instrumentação.
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA:

1- Compostos Halogenados;

2- Quelantes;

3 - Outras soluções.

COMPOSTOS HALOGENADOS:

→ É o hipoclorito de sódio.

→ IRRIGANTE DE ESCOLHA!

0,5% = Líquido de Dakin

1% = Solução de Milton

2,5% = Solução de Labarraque

5% = Soda Clorada

• PROPRIEDADES DO HIPOCLORITO DE SÓDIO:

1- Solvente de matéria orgânica;

2- Bactericida;

3- Saponifica gorduras;

4- Baixa tensão superficial;


5- Desodorizante;

6- Neutraliza a acidez do meio (tem pH neutro);

7- Desidrata e solubiliza proteínas;

8- Em baixas concentrações não irrita tecidos vivos;

9- Seguro se utilizado dentro da cavidade pulpar;

10- Potente clareador.

MECANISMO DE AÇÃO:

- O NaOCl é combinado com água gerando NaOH e HOCl:

*HOCl (Ácido Hipocloroso): Atividade Antimicrobiana → promove a reação de


cloraminação, produzindo a cloramina, que interfere no metabolismo celular.

*NaOH (Hidróxido de Sódio – Soda Cáustica): Dissolução eficiente de matéria orgânica


→ responsável pela saponificação e neutralização de aminoácidos.

- O cloro combinado com a amina dos tecidos gera cloramina que é antisséptica.

*NaOCl:

- Irrigante de escolha baseado nas evidências científicas;

- Efetivo agente antimicrobiano;

- Excelente solvente de tecido orgânico;

- Lubrifica.

Volume:

- É considerado mais crítico para a desinfecção do que a concentração.


- Trocar frequentemente o líquido e, fazer o uso de grandes volumes compensa a baixa
concentração.

- O volume ideal por canal é cerca de 30ml.

Limitações:

- Odor e sabor desagradáveis;

- Inefetivo na remoção da smear layer;

- Não deve passar para a região apical pois gera edema e dor intensa.

QUELANTES

→ É o Ácido Etilenodiamino Tetra-Acético Dissódico (EDTA) – 17%

- Remove íons cálcio da dentina (é um quelante de cálcio);

- Efeito descalcificante/desmineralizante sobre a dentina;

- Ideal é que ele seja tri-sódico e apresente um pH neutro;

- Remove a Smear Layer;

- Remoção da Smear Layer : A Smeae Layer é removida primeiro com o uso do EDTA
(desmineraliza parte inorgânica – abre a entrada dos túbulos dentinários) facilitando a
ação do hipoclorito de sódio que será novamente utilizado depois dissolvendo matéria
orgânica remanescente.

• Indicações:
1. Canais atrésicos (quando bem indicado;

2. Irrigação Final/ Remoção da Smear Layer:

- SEMPRE ANTES APÓS A MODELAGE, ANTES DA COLOCAÇÃO DA MEDICAÇÃO


INTRA-CANAL (PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO0 E SEMPRE ANTES DA
OBTURÇÃO.

- Permite melhor ação da medicação intra-canal→ atividade antimicrobiana;

- Permite a entrada do cimento nos canalículos dentinários → Melhora o


selamento!!
OUTRAS SOLUÇÕES:

→ Água Destilada:

- Diluição de substâncias previamente usadas.

→ Soro Fisiológico:

- Minimiza irritação

- Lavagem profusa sem riscos.

→ Solução de Ca(OH)2 – (Água de cal)

- Hemostático

- Bactericida;

- Boa biocompatibilidade.

→ Clorexidina:

- Usada em concentrações de 0,12 (solução) à 2% (gel – Endogel);

- Substância de amplo espectro antimicrobiano (boa capacidade antimicrobiana);

- Biocompatível;

- Efetiva contra E. faecalis;

- Não combinar com Hipoclorito de Sódio, pois gera uma substância chamada
paracloroanilina que tem potencial cancerígeno.

- Extremamente baixa toxicidade;

- Substantividade;

- Efetiva contra cepas resistentes e específicas;

- Adsorção à superfície bacteriana;

- Nenhuma ação sobre a smear layer;

- Não dissolve matéria orgânica;

- Indicada como alternativa para casos complexos → alérgicos a hipoclorito de


sódio, situações clínicas de grande chance de extravasamento e alguns
retratamentos!
Preparo químico-mecânico (PQM)

Conjunto de procedimentos químicos


e mecânicos empregados no interior
do canal radicular

Objetivo

POLPA VIVA:

ESVAZIAR e MODELAR o canal


radicular a fim de permitir uma
obturação tridimensional.

NECROSADO
ALCANÇAR A DESINFECÇÃO
Acesso ao Sistema de Canais Radiculares

1 -Passos do tratamento endodôntico:

• Abertura ou Acesso Endodôntico;


• Exploração e Odontometria;
• Limpeza e Modelagem;
• Medicação Intracanal;
• Obturação e Restauração;
• Proservação Teto da câmara pulpar

Divertículo/corno pulpar

Câmara pulpar

Canal radicular

Forame apical

Assoalho da câmara pulpar

2-Fatores que alteram a Cavidade Pulpar e causam dificuldade de acesso

• Deposição de dentina secundária;


• Deposição de dentina terciária;
• Calcificações distróficas (agulhas cálcicas/nódulos pulpares);
• Reabsorções dentinárias;
• Fusão/Geminação;
• Dens in dens;
• Hipercementose.

- RX de qualidade: Para poder observar características da cavidade pulpar, bem como


a espessura de dentina a ser removida.
Sai do esmalte até
alcançar a câmara
pulpar.

3- O conceito de acesso radicular:

É um passo extremamente importante, independente da técnica de preparo a ser


empregada, visa a eliminação de depósitos dentinários na entrada dos canais
radiculares, propiciando um acesso direto aos terços médio e apical destes canais.

É a abertura na coroa dentária que permite a localização,


limpeza, desinfecção, modelagem e a obturação tridimensional
do sistema de canais radiculares.

-Tecido pulpar pode apresentar:

A-VITALIDADE:

A polpa dental apesar de inflamada,


apresenta ainda, corpo/forma.
B-NECROSADO

Conteúdo
tóxico-séptico-
necrótico

A polpa dental está infectada, presença


de bactérias no interior do canal..
radicular.

4- Brocas de Acesso:

-Ponta diamantada e/ou carbide (trepanação/forma de contorno)


-Pontas sem corte na ponta (forma de conveniência)

5- Princípios Fundamentais:

NUNCA PROCURAR
CANAIS COM BROCA
Dentes anteriores

SEMPRE OBSERVAR E
ACOMPANHAR A INCLINAÇÃO NO
ARCO.

Dentes posteriores

O assoalho da câmara pulpar


NUNCA deverá ser deformado...
pois nele se encontra a entrada
dos canais.

Os canais devem ser procurados:

Sonda número 6 de
Weston

Instrumentos
endodônticos finos

6- CÂMARA PULPAR: Atenção CP em dentes anteriores;

Boas RXs previnem problemas – normal,


atrésico, dente jovem com divertículo

(CP mais ampla).

Angulação correta na abertura.

Prestar atenção na inclinação do dente


na arcada/isolamento limita às vezes.
7- ACIDENTES QUE PODEM OCORRER DURANTE O ACESSO:

8- GRUPOS DENTAIS:

INCISIVOS e CANINOS:

A FORMA DE CONTORNO se
PONTO DE ELEIÇÃO: 2 mm formará à medida que se for
acima do cíngulo; removendo o teto da câmara
Forma de contorno:
pulpar, quando finalizado, a
INCISIVOS TRIANGULAR
com base para incisal e forma adequada estará pronta.
CANINOS OVALADAS

A FORMA DE CONTORNO após a


sua conclusão, terá a forma
semelhante ao esboço da coroa
dental.
Instrumento utilizado para
avaliar a presença de
remanescente do teto da
câmara pulpar

Sonda exploradora número 5

PRÉ MOLARES SUPERIORES:

Ponto de eleição: centro do sulco


oclusal;
Acesso: a direção de abertura deve ser
de tal maneira que a broca atinja a
porção mais volumosa da câmara
pulpar, que neste caso, está na entrada
do canal palatal. Inclinar a broca em
direção palatal;
Forma de contorno: Oval

Convergentes para oclusal Divergentes para oclusal


PRÉ MOLARES INFERIORES:

Ponto de eleição: Centro do sulco


oclusal;
Acesso: cuidar da direção, sempre
paralela ao longo eixo do dente.
Forma de contorno: circular

Acesso: cuidar da direção, sempre paralela ao longo


eixo do dente.

No caso da cúspide lingual ser atrofiada, inclinar um


pouco a PONTA da broca em direção vestibular, a fim
de atingir a porção mais volumosa da câmara pulpar.

*1º. PMI com ponte de esmalte evidente, realizar


abertura na fosseta mesial (face oclusal)
MEDICAÇÕES OU CURATIVOS EM ENDODONTIA

1- O que é:

• Abertura ou Acesso Endodôntico;


• Exploração e Odontometria;
• Limpeza e Modelagem;
• Medicação Intracanal; Uma das fases do tratamento
• Obturação e Restauração; endodôntico
• Proservação.

Colocação de uma substância


medicamentosa na cavidade pulpar, entre
as sessões necessárias à conclusão do
tratamento.

-Os instrumentos endodônticos exercem ação


2- Esta medicação pode ser chamada:
mecânica, somente no canal principal.
A) Curativo entre sessões ou de demora;
-A desinfecção dos canais é complementada
B) Curativo local; pela ação dos agentes químicos

C) Medicação intra-canal. (Irrigação e medicação intra- canal).

3- Qual curativo deve ser utilizado?


Depende:

-Estado pulpar

-Protocolo seguido pelo professional

-Fadiga do paciente e/ou profissional

-Facilidade ou dificuldade do tratamento

-Tempo clínico disponível

-Intervalo entre as sessões


4- ESTADO PULPAR:
POLPA VIVA?

POLPA NECROSADA?

5-PROFISSIONAL COM TEMPO OU SEM TEMPO?

ABERTURA,
POLPA VIVA: Esvaziamento até o
Sem tempo para CTEX, OTOSPORIN ou
realizar a
NDP intra-canal e
instrumentação
selamento com CIV
no mesmo dia:

Segunda sessão: Objetivo:

Terceira sessão: -Instrumentação Reduzir ou inibir o


processo
-Obturação do CR -Medicação intra- canal inflamatório;
-Selamento com CIV/ (7 dias) com pasta de
HC Favorecer o
-Resina composta processo de reparo.
-Selamento com CIV

ABERTURA E
instrumentação +

MEDICAÇÃO no
POLPA VIVA: interior do canal
Com tempo radicular com pasta
para realizar a de HC
instrumentação
no mesmo dia:

Segunda sessão:

-Obturação do CR

-Selamento com CIV/

-Resina composta
MEDICAÇÕES UTILIZADAS EM DENTES
POLPA VIVA:

OTOSPORIN/NDP E PASTA DE HC

DENTE
DESPOLPADO SEM
TEMPO: Segunda sessão:
-Abertura -Instrumentação
c -TCF -Medicação intra canal
com pasta de HC
-Selamento com
CIV -Selamento com CIV
c c
Terceira sessão:

-Obturação

-Restauração
DENTE DESPOLPADO COM definitiva
TEMPO:

-Abertura

-Penetração desinfetante Segunda sessão:


c
-Instrumentação -Obturação
c
-Medicação intra-canal com HC -Semamento com CIV
ou restauração
-Selamento com CIV
definitiva

MEDICAÇÃO UTILIZADA EM
c DENTES COM POLPA
NECROSADA:

TRICRESOL FORMALINA E

PASTA DE HC
6- FORMAS DE APLICAÇÕES DAS MEDICAÇÕES INTRA CANAL:

Conteúdo séptico-tóxico -necrótico


Características do TCF (Tricresol formalina):

-Utilizado como MEDICAÇÃO PRÉVIA em


dentes despolpados, principalmente quando
CR
houver FÍSTULAS.

-SOMENTE NA ENTRADA DO CANAL.

-Capacidade de inativar alguns produtos


originados da necrose pulpar CP TCF(cheirinho)

-Fixador tecidual

-Agente antimicrobiano
CIV
(espessura mínima
3 mm)

Características da pasta de HC:

-Biocompatível;

-Estimula o reparo; CR Pasta de HC

-Age por contato, deve


preencher todo o canal, após a Bolinha seca
modelagem; estéril
CP
-O canal precisa estar limpo e CIV
seco, para sua aplicação. (espessura mínima
3 mm)

OTOSPORIN ou NDP: Associação


Polpa Inflamada
antibiótico e corticóide.
(VITAL)
Hidrocortisona (corticóide)

Sulfato de neomicina (antibiótico) OTOSPORIN


CR
Sulfato de polimixina B (antibiótico)

-Age por contato-apolpa necessita ser


removida pelo menos até o Ctex. Bolinha de algodão
seca + CIV
CP
7-SELAMENTO CORONÁRIO:

-Durante o tratamento: selamento temporário- realizado


com CIV ou resina FLOW.

-Após o tratamento: BLINDAGEM CORONÁRIA com resina


composta. Indicações para restauração indiretas, coroa
protética.

OBS: Durante todas as fases do tratamento, este deve


permanecer hermeticamente fechado, para que não ocorra
contaminação e inviabilize a sequência do procedimento ou
o reparo dos tecidos periapicais.
Obturação do Sistema de Canais Radiculares

Obturar um canal significa preenche-lo em toda sua extensão com um material inerte
ou antisséptico, que o sele de maneira mais hermética possível, não interferindo e, de
preferência, estimulando o processo de reparo apical e periapical.

- A obturação é uma perpetuação da limpeza do canal.

- A obturação evita a contaminação, a infecção e a irritação dos tecidos perirradiculares.

→ Por que obturar?

1- Finalidade seladora antimicrobiana;

2- Finalidade seladora com objetivo de evitar espaço vazio;

3- Finalidade biológica.

1- Finalidade Seladora Antimicrobiana:

*Necropulpectomia:

- Em casos de necropulpectomia há proliferação microbiana no interior do sistema


de canais radiculares, nos túbulos dentinários e ramificações.

- De uma forma geral os cimentos são antimicrobianos (bactericidas e


bacteriostáticos), ao menos até tomar presa (até 72hrs). Depois eles servem de
vedamento.

Obs: A Guta Percha não é antimicrobiana. É inerte.

2- Finalidade Seladora com o Objetivo de Evitar Espaço Vazio:

- Ao obturar o canal eu elimino o habitat das bactérias.

- Se houver espaço livre elas irão reproduzir, pois dentro do canal há substrato, que
penetra via os túbulos dentinários.
3- Finalidade Biológica / Obturação Biológica:

Proporcionar reparo tecidual a partir do repouso oferecido aos tecidos periapicais,


favorecendo:

- A osteogênese;

- A reinserção do ligamento periodontal;

- A reintegração da lâmina dura (cortical alveolar);

- A formação de Osteocemento.

Quando há periodontite apical há destruição óssea! Ao fazermos o tratamento


endodôntico, ele deve favorecer a osteogênese, que preencherá o local com osso
novamente.

- O que se busca em um tratamento endodôntico bem-sucedido é o selamento


biológico do forame.

- Quando a polpa não está mais vital, não tem sentido o forame continuar aberto.

- Sua função era trazer nutrientes e O2 para polpa. Como isto não é mais necessário,
esperasse que o organismo feche o forame, através da formação de osteocemento.

- Este fechamento do forame pelo organismo é chamado de OBTURAÇÃO BIOLÓGICA.

Obs: Nem sempre a obturação biológica ocorre.

*Sucesso Clínico:
- É o reparo clínico.
- Significa que não há mais periodontite apical e sintomatologia.
- Radiograficamente a lâmina dura e o ligamento periodontal estão íntegros.

*Quando obturar?
A – O canal deve estar preparado (PQM);
B – O dente deve estar assintomático;
C - Deve haver ausência de exsudato ou sangue.
SEQUÊNICA DA OBTURAÇÃO:
1-Fases do tratamento endodôntico:

• Diagnóstico
• Isolamento
• Acesso
• Neutralização
• Exploração
• Mensuração do dente
• Esvaziamento
• Modelagem
• Irrigação final
• Curativo
Selamento
• OBTURAÇÃO
tridimensional
impermeável do canal
radicular, após a
desinfecção.

2-Momentoda obturação:
Após o canal estar limpo e seco

-Anestesia

-Isolamento absoluto

-Remoção do selamento

-Remoção da medicação intra-canal

-Rx de prova do cone

-Irrigação final

-Obturação

-Restauração definitiva

- Proservação
3- Materiais utilizados:

Os materiais OBTURADORES A guta percha é, sem dúvida, o


endodônticos de acordo com material obturador mais usado.
GOLBERG (1982):
Foi introduzido na Odontologia
Materiais levado ao canal radicular por BOWMAN (1827). É um
em estado sólido. produto de secreção vegetal.

A)

Cones principais Cones secundários

Atualmente, industrializados com tamanho e diâmetro iguais aos das limas.


Portanto, facilmente selecionados para obturação associados a pastas e ou cimentos.

Dependendo do
Sistema utilizado

Quando exposto ao ar ou luz, por certo tempo, tornam-se quebradiços devido a


processo de oxidação gradativa.
VANTAGENS:

1-Boa adaptação às paredes dos canais radiculares.

2- Possibilidade de amolecimento e plastificação por meio de calor ou solventes


químicos.

3- Boa tolerância tecidual.

4- Radiopacidade adequada.
DESVANTAGENS:
5- Estabilidade físico-química.

6- Facilidade de remoção, se necessário


1- Falta de rigidez para ser utilizados em condutos estreitos.

2- Falta de adesividade, por esse motivo deve ser acompanhado de cimento ou com
pasta.

B) Materiais levado ao canal B) Cimentos endodônticos

radicular em estado plástico

CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DOS CIMENTOS ENDODÔNTICOS:

1-Deve ser pegajoso quando misturado, para fornecer boa adesão entre os cones e as
paredes do canal.

2- Deve proporcionar uma vedação hermética.

3- Deve ser radiopaco, de modo que possa ser visualizado radiograficamente

4- As partículas de pó devem ser muito pequenas para que possam ser misturadas
facilmente com o líquido.

5- Não deve contrair depois de colocado no canal.

6- Deve ser bacteriostático ou, pelo menos impróprio ao crescimento microbiano.

7- Não deve manchar as estruturas dentinárias.

8- Deve endurecer lentamente para possibilitar bom tempo de trabalho.


9- Deve ser insolúvel nos líquidos teciduais.

10- Deve ser bem tolerado pelos tecidos, isto é, não irritantes aos tecidos periapicais.

11- Deve ser solúvel em solvente comum, caso seja necessário remover a obturação do
canal.

FUNÇÕES:

1-Eliminar a interface entre a guta-percha e as paredes do


canal.

2-Eliminar a interface entre os cones e as paredes do canal,


na técnica de condensação lateral.

4-Tipos de cimentos endodônticos:

A- A base de óxido de zinco e eugenol (Endofill, Pulp Canal Sealer)


B- A base de resina (AH26, AH PLUS, Thermaseal, Sealer Plus)
C- A base de Ionômero de vidro (Ketac-Endo)
D- A base de hidróxido de cálcio (Sealapex, Sealer 26, Apexit)
E- A base de MTA (MTAFillapex)
F- Biocerâmicos (Bio-C Sealer)
QUAL PROCEDIMENTO RESTAURADOR
ESTE ELEMENTO VAI NECESSITAR APÓS
A ENDODONTIA?
5-ESCOLHER O CIMENTO ADEQUADO:

Condições para obturação:

-Curativo (selamento “Ok”)

-Sem dor

-Modelado (limpo e seco)


A obturação é o retrato
da Endodontia.

Se a instrumentação,
não for adequada, a
obturação também não
será.

A-Técnicas de obturação por compactação


lateral e vertical da guta-percha;
Conforme Balbino et al. (2003) a guta-percha,
associada a um cimento obturador, tem sido B-Técnicas de obturação através da
considerada o material de escolha pela maioria condensação termomecânica da guta-
dos endodontistas, sendo empregada em percha e,
DIFERENTES TÉCNICAS, as quais podemos dividir
em três grupos: C-Técnicas de obturação por injeção de
guta-percha termoplastificada (compressão
hidráulica/ onda contínua).

6-Técnicas de obturação por compactação lateral e vertical da guta-percha a frio:

1-Secar o canal com cones de papel no CTM (calibre igual ao IM);

2-O cone principal (calibre igual ao IM no CTM) , deve ser desinfectado em solução de
hipoclorito 1% (mínimo 3 minutos);

3-Rx de prova do cone;

4- Realizar irrigação final;

5- Colocar em posição o cone principal besuntado em cimento;

6- Colocar o espaçador digital (calibrá-lo no comprimento de penetração), removê-lo e


preencher com tantos cones secundários (calibrados a cada medida estipulada) quanto
possível até a cervical;

7-Corte cervical;
8-Compactação vertical;

8-Limpeza da câmara pulpar;

9- Blindagem coronária;

10 – Reabilitação coronoária.

7- Blindagem coronária:

1- CIV
2- Resina Flow
3- Resina Composta
4- Resina BulkFill

Indicação reabilitadora:
5- Restuaração direta
6- Resturação Indireta
7- Coroa protética.

Técnica de Mc Spadden:
Após a colocação do cone mestre com cimento no canal, usa-se o condensador
de Mc Spadden girando no sentido horário em baixa rotação, para gerar atrito, e com
isso produzir calor. Esse calor produzido plastifica a guta percha que é jogada contra as
paredes do canal fechando o espaço. A medida que a guta percha vai sendo jogada
para o ápice, o condensador vai saindo ainda girando do canal.
Técnica Híbrida de Tagger (TÉCNICA UTILIZADA ENDO AVANÇADA E ENDO II se
necessário):
Hibridismo entre a técnica da condensação lateral (terço apical) e a técnica de Mc
Spadden (terços cervical e médio). Como a Mc Spadden é usada apenas no terço
médio, Ela deve ser usada com um calibre dois números maior que o cone mestre, e
com dois mm. a menos.

DICAS PARA PROVA DO CONE:


*A prova do cone possui três passos:
A – visual;
B – tátil;
C – radiográfico.

Só devemos passar para a fase seguinte se a fase anterior estiver correta.

A – visual:
- É a visualização do cone de guta-percha, previamente medido, entrando até o
comprimento adequado (CTM) e não passando ou ficando aquém deste.

*Motivos do cone ter ficado aquém do CTM:


A – Cone calibroso
- Muitas vezes um cone 30 tem um calibre entre 30-40 (problemas de fabricação).
B – Obturação do ápice do canal por raspas de dentina.
C – Erro de instrumentação.

*Como proceder se o cone ficou aquém do CTM:


1º - Conferir o quanto o cone está entrando com uma pinça perpendicular à borda de
referência.
2º - Experimentar a lima memória e verificar o quanto ela está entrando.

*Podemos então, ter duas situações:

1 - Lima entra e o cone não entra:


- Como o cone é mais mole, pode ser que ele não entre, mas a lima entre;
- Neste caso devemos instrumentar um pouco mais o canal;
- Se após instrumentar, o cone continuar não entrando é sinal de que seu calibre pode
estar errado;
- Neste caso, devo usar um cone de calibre mais fino, ou recalibrar um cone com a
régua calibradora, que seria o ideal;
- Caso não tenha a régua calibradora, posso adaptar o diâmetro do cone com uma
lâmina de bisturi número 11 ou lâmina de gilette.

2 – Nem a lima nem o cone entram:


- Se nem o cone nem a lima entrarem até o CTM, é sinal de que houve um erro na
odontometria, na instrumentação ou houve a compactação de raspas ou ainda fratura
de instrumento.
- Utilizar a lima mais fina para recuperar o CTM e preparar o canal (confeccionar um
novo stop).
- Se houver dúvidas quanto ao CTM devo refazer também a odontometria.

3 - Cone além do CT:


Se a lima passa do CTM é sinal de que houve arrombamento do forame, devido a uma
super/sobreinstrumentação.
Devemos:
- Refazer a odontometria;
- Criar um novo batente apical;
- Utilizar um cone mais calibroso (para se ajustar no novo batente apical);
- Quando o cone passou do CTM não devo simplesmente utilizar um cone mais
calibroso. Pois se ele não está parando é porque eu o forame foi ampliado/deformado
e não criei o batente apical. Assim, se eu usar um cone de maior diâmetro ele até pode
parar no CTM, porém na hora da condensação da obturação o material vai extravasar.

B – Tátil:
- É a constatação tátil do ajustamento do cone ao canal, percebida pela sensação de
travamento do cone.
- Nesta etapa devo verificar se o cone está ajustado ou folgado no canal.
- Ao introduzir o cone de guta-percha no canal ele deve parar no CTM, não ir além. Ao
puxá-lo devemos sentir que ele dá uma pequena travada, ou seja, devemos sentir que
ele toca nas paredes.

*DICAS PARA Adaptação do cone principal por:


A- Seccionamento:
- Consiste em ir cortando a pontinha do cone até ele se adaptar corretamente no
canal. Pois como o cone é cônico ele vai aumentando gradativamente de diâmetro.
Devo fazer isso, de preferência com o auxílio da régua calibradora.
- O ajuste do cone feito na régua calibradora é o ajuste mais fiel.

C – Radiográfico:
Na pré-clínica o cone principal deve ficar no CRD – 1mm, na clínica o localizador irá
determinar o CRD e subtrai-se 1 mm.

DICAS PARA Seleção dos Calcadores:

Os calcadores fazem a condensação vertical.


-Eles devem se adaptar 2mm abaixo do colo do dente
-Se o calcador for muito calibroso, ele irá apoiar na parede do dente e pode causar a
FRATURA VERTICAL DA RAIZ.

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