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CURSO DE ODONTOLOGIA
ENDODONTIA
Normas e Guia acadêmico
2022
Erros de Radiografia
/ media densidade / máximo detalhe. Proporção coroa-raiz: 1/3 coroa para 2/3 raiz.
TÉCNICAS ANESTÉSICAS
DENTES SUPERIORES Anestesia infiltrativa para todos os dentes.
(padrão mínimo 1 tubete)
MEDICAÇÕES EM EDODONTIA
Polpa Viva Necrose Pulpar
Não modelado Otosprin ou Maxitrol ou NDP (extirpação parcial Tricresol formalina
no Ctex)
Esvaziado Tricresol formalina Tricresol formalina
Modelado Pasta de hidróxido de cálcio Pasta de hidróxido de cálcio
(mínimo 7 dias) (mínimo 7 dias a 30 dias,
cada caso será avaliado pelo
professor tutor).
TAMANHO MÉDIO DOS DENTES SUPERIORES EM MILÍMETROS
22 22 27 21 21 21 21
21 22 25 21 22 21 21
Ponto de eleição dos dentes anteriores superiores e inferiores: Localiza-se na face palatina/lingual,
2 mm acima do cíngulo. Com brocas esféricas de diâmetro menor que o da câmara pulpar em alta
rotação e refrigeração. A broca deve ser posicionada em um ângulo de 45° com o longo eixo do
dente.
Ângulo de 45°
Forma de contorno do Incisivo: Triangular com a base voltada para a incisal e ângulos arredondados;
Ponto de eleição em pré-molares superiores: Localizam-se na face oclusal, no terço médio do sulco
principal mésio-distal, com suave inclinação para a entrada do canal palatal, que é a parte mais
volumosa.
Ponto de eleição dos molares superiores: Sempre será realizado pela superfície oclusal de todos os
dentes posteriores. O ponto de eleição é na fosseta central, com a broca posicionada perpendicular
a superfície oclusal ligeiramente menor que o tamanho da câmara pulpar, com suave inclinação
para a entrada do canal palatal, sob a cúspide mésio-palatal, que é a parte mais volumosa.
Forma de contorno: Trapézio com base maior voltada para vestibular, e base menor voltada para
palatal;
Ponto de eleição dos molares inferiores: O ponto de eleição é na fosseta central, com uma broca
esférica diamantada em alta rotação de diâmetro inferior ao tamanho da câmara pulpar, com suave
inclinação para a entrada do canal distal, que é a parte mais volumosa.
Forma de contorno: Trapézio com a base maior voltada para mesial, e base menor para distal;
Todas as Imagens: Soares I; Goldberg F. Endodontia: Técnica e Fundamentos. 2 ed. Porto Alegre. Artmed:
2011
INTRODUÇÃO A ENDODONTIA
• ENDO: dentro
• ODONTO: dente
• IA: ação
A-Tratamentos conservadores da polpa- Quando a polpa está vital e assim pode permanecer.
São indicados quando o dente tem rizogênese incompleta ou pulpite reversível (sem dor
espontânea).
-Instrumentos endodônticos;
-Soluções irrigadoras;
-Medicação intra-canal;
Composição:
75% de água e 25% de material
orgânico.
Tipo de tecido: tecido conjuntivo frouxo
especial.
FUNÇÕES DA POLPA DENTAL:
-Defensiva
-Sensorial
-Formadora
-Nutritiva
Ocupa a cavidade central do dente – câmara pulpar e canal radicular – comunicando-se com o
ligamento periodontal através do forame ou forames apicais ou ainda por meio de eventuais
canais laterais, pelos quais passam os elementos vasculares e nervosos.
Por exemplo:
O frio ou calor (estímulo
externo), estimulam a
movimentação dos líquidos
dentro da dentina, os
odontoblastos comprimem as
terminações nervosas dentro da
polpa, este estímulo é
transmitido por neurônios
sensitivos e interpretado no
sistema nervoso central, como
DOR.
Imagens: Google
• Calcificações;
• Degeneração de fibras nervosas;
• Aumento da trama fibrilar;
• Diminuição dos componentes celulares;
• Diminuição da capacidade de reparação.
TRATAMENTOS CONSERVADORES DA POLPA
A) Capeamento pulpar;
D) Curetagem pulpar;
E) Pulpotomia;
*Revascularização.
Indicação da realização:
Rx interproximal Rx periapical
Imagens: Google
MODO de EXECUTAR:
KIT POLPA:
-Dente devidamente isolado com dique de
- Trio clínico. borracha;
-Proservação.
C) Capeamento pulpar INDIRETO = Tratamento expectante
MODO DE EXECUÇÃO:
-Isolamento absoluto.
INDICAÇÕES:
-Anestesia
-Isolamento absoluto
-Curetagem da polpa,
NORMALIDADE RADIOGRÁFICA
E) Pulpotomia:
- Pó ou pasta de HC ou pó MTA
- Restauração permanente.
AVALIAÇÃO DE SUCESSO:
Ou
1-AUSÊNCIA DE SINTOMATOLOGIA MTA+restauração permanente.
2-BARREIRA MINERALIZADA PROSERVAÇÃO!!
3-VITALIDADE PULPAR (MÍNIMO 2 ANOS
4-NORMALIDADE DOS TECIDOS PERIAPICAIS
INSUCESSOS:
E) Revascularização pulpar:
Objetivos:
Apresentação comercial:
Imagens: Google
INDICAÇÕES:
-Plug apical.
PRODUTOS A BASE DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO (HC) PROTEÇÃO COMPLEXO DENTINO-
PULPAR.
Apresentação comercial:
Dor endodôntica é originada na polpa dental, após eventos que desenvolvem uma resposta
inflamatória. A inflamação pulpar é denominada Pulpite, que é acompanhada de alterações
pulpares e, se não controlada, por alterações periapicais, denominada Periodontite Apical
(Estrela, 2004).
INFECÇÃO DO NECROSE DO
DENTE DENTE E
ASSOCIADA À INFECÇÃO DA
DOR CAVIDADE
PULPAR E
POSTERIOR
PERIÁPICE
(BIZ, 2013)
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
✓ TEMPO??
✓ Fatores modificadores:
▪ alívio
▪ exacerbação
EXAME CLÍNICO
1. ANAMNESE DETALHADA
Histórico médico/odontológico.
Uso de medicamentos.
Doenças sistêmicas.
2. EXAME EXTRAORAL
• Exame dos tecidos moles – alteração de cor e textura após secagem da área.
• TESTES CLÍNICOS:
• PERCUSSÃO.
• MOBILIDADE.
• SONDAGEM PERIODONTAL.
• PULPARES.
POLPA NORMAL
Fonte: Google
Testes Pulpares: Imperativos para um diagnóstico preciso.
• TÉRMICO: geralmente feito com o frio, mas também pode ser feito com o calor,
dependendo da queixa principal do paciente. Uma resposta normal é quando a
sensibilidade sessa logo após a remoção do estímulo. Alterações na resposta
são: ausência, prolongamento ou intensificação da sensibilidade, e uma resposta
dolorosa imediata, excruciante.
• TESTE DE CAVIDADE.
✓ Sem resposta:
▪ Falso negativo
✓ Falsos negativos:
▪ necrose parcial com tecido pulpar apical vital, polpas atrofiadas, alto
limiar de dor
✓ Falsos positivos:
▪ ansiedade
(COHEN, 2011; BIZ, 2013)
▪ saliva conduzindo estimulo à gengiva, restaurações metálicas conduzindo
ao dente adjacente
- Anestesia seletiva;
- Radiografias;
NECROSE PULPAR
Alteração de cor
Histológico -
Causas -
Histológico -
Causas -
Não sensível à mastigação, exceto quando Frequência vai aumentando até tornar-se
há queda de restauração ou contato contínua
prematuro
Pode evoluir para pulpite irreversível se a Dor que demora a passar, episódios de pico
causa não for removida
•
•
TESTE
DIAGNÓSTICO FRIO CALOR SINTOMAS RX
ELÉTRICO
+
+
Polpa normal + (não Livre
(não demora)
demora)
+++
+++ Quando
Pulpite reversível + (não
(não demora) estimulada
demora)
Livre
Pulpite irreversível Pólipo pulpar
+ + +
assintomática Reabsorção
interna
- sintomática ou quando
Necrose pulpar - -
(pode ser +) assintomática sintomática
LIGAMENTO
TECIDO
DIAGNÓSTICO PERCUSSÃO PALPAÇÃO PERIODONTAL MASTIGAÇÃO
MOLE
(RX)
Periodonto
- - normal
normal
normal,
Periodontite
aumentado ou
apical ++ +/- ++
área
sintomática
radiolúcida
Periodontite
área
apical - - -
radiolúcida
assintomática
normal, possível
Abscesso aumentado ou inchaço e/ou
+++++ ++ -
Apical agudo área formação de
radiolúcida pus
Abscesso área
- - - fístula
Apical crônico radiolúcida
Osteíte radiopacidade
+/- +/-
condensante apical difusa
DIAGNÓSTICO PATOLOGIA PULPAR:
⃝ Tecidos apicais normais: Dentes com tecidos perirradiculares normais que não
são sensíveis à percussão ou ao teste de palpação. A lâmina dura ao redor da raiz
está intacta e o espaço do ligamento periodontal é uniforme.
História:
• Brocas
• Instrumentos Manuais
Guia de Cabo
Guia Ativa Intermediário
penetração
Padronização:
- Cabo: Parte onde é feito o comando do instrumento. O cabo deve ter o comprimento
de 11mm. Seu diâmetro deve estar entre 2mm(mínimo) a 5mm(máximo), permitindo
rotação e tração. A forma do cabo tem o intuito de facilitar a pega do instrumental. O
cabo deve proporcionar o maior conforto possível ao operador. Feito de silicone ou
plástico autoclaváveis.
- Intermediário: Une o cabo a parte ativa do instrumental. Ela tem um tamanho variável.
Sendo assim, ela definirá o comprimento dos instrumentos. O Intermediário é a parte
que sofre variações quanto ao comprimento, determinando o comprimento do
instrumento. Situado entre a parte ativa e o cabo, ele não deve ter um diâmetro muito
acentuado em relação à parte ativa, evitando-se interferências contra as paredes da
cavidade endodôntica durante a instrumentação. No Brasil, possuem 21mm, 25mm e
31mm geralmente (pode-se encontrar de outros comprimentos).
D16
D0
- Conicidade (Taper): Conicidade é a relação entre o aumento no diâmetro por unidade
de comprimento da lâmina ativa do instrumento. Como o canal é cônico, o ideal é
usarmos instrumentos cônicos. Varia de 0,2 à 12mm/mm -> .02 à .12: 0,02mm/mm –
0,03mm/mm – 0,04mm/mm – 0,05mm/mm – 0,06mm/mm – 0,07mm/mm –
0,08mm/mm – 0,09mm/mm – 0,10mm/mm – 0,11mm/mm – 0,12mm/mm.
Ex:
• 0,17mm/D2=0,19mm/
• D3=0,21mm/.../D16=0,47mm, ou seja 0,32mm a mais que em D0.
Ou seja, a variação a cada mm, desde D0 (0,00) à D16 é de 0,32mm nos instrumentos
convencionais.
0,02mm/mm 0,06mm/mm
Instrumentos com uma conicidade maior que 0,2mm/mm permitem um tipo diferente
de preparo. Se o instrumento for mais cônico (azul), posso usar um único instrumento
para dar a conicidade ao canal. Já um instrumento com menor conicidade (preto)
penetra em maior profundidade inicialmente.
0,15 mm
1ª e 2ª Série 10 à 60 0,05mm
-> Limas de série especial: As limas de series especial tem um menor aumento de
diâmetro. Ou seja, de um instrumento a outro da série, há um aumento de apenas
0,02mm de diâmetro. Essas limas são usadas em dentes atrésicos, geralmente em
dentes posteriores e com curvatura. A série especial possui 3 limas:
Nº D0 D16
6 0,06mm 0,38mm
8 0,08mm 0,40mm
10 0,10mm 0,42mm
-> Limas de 1ª série: Vão do 15 ao 40. Elas aumentam 0,05mm de diâmetro de uma lima
para a outra. A 1ª serie possui 6 limas:
Nº D0 D16
15 0,15mm 0,47mm
20 0,20mm 0,52mm
25 0,25mm 0,57mm
30 0,30mm 0,62mm
35 0,35mm 0,67mm
40 0,40mm 0,72mm
-> Limas de 2ª série: Vão do 45 à 80. Podemos dizer que as limas de 2ª serie são mistas.
Pois há instrumentos que aumentam 0,05mm de diâmetro (45 à 60) e outros que
aumentam 0,1mm de diâmetro (60 à 80). A 2ª serie possui 6 limas:
Nº D0 D16
45 0,45mm 0,77mm
50 0,50mm 0,82mm
55 0,55mm 0,87mm
60 0,60mm 0,92mm
70 0,70mm 1,02mm
80 0,80mm 1,12mm
-> Limas de 3ª Série: São usadas em canais mais amplos. A 3º serie possui 6
instrumentos:
Nº D0 D16
90 0,90mm 1,22mm
- Cor: A cor determina o diâmetro de casa instrumento. Analisando a tabela, vemos que
o primeiro instrumento de casa série é branco. Já o segundo instrumento de casa serie
é amarelo. E assim, sucessivamente. Isso facilita o trabalho do CD que sabe que o
instrumento mais fino de casa serie é branco, o mais grosso é preto, etc. alguns cones
de guta-percha e de papel absorvente seguem essas cores.
15 45 90 BRANCO
SÉRIE COR
20 50 100 AMARELA
06 ROSA
25 55 110 VERMELHO
08 CINZA
30 60 120 AZUL
10 ROXO
35 70 130 VERDE
40 80 140 PRETO
• Circular;
• Quadrangular: São as mais usadas por clínico geral. Possuem o ângulo de 90°.
ÂNGULO DE CORTE: é definido pela secção transversal e ele que representa o poder de
corte do instrumento. Este ângulo formado pelo encontro de 2 lâminas de corte. Na
haste de secção transversal quadrangular, o ângulo de corte é de 90o. Já na secção
transversal triangular o ângulo de corte é de 60o e por este ser mais agudo, mais
agressivo vai cortar mais dentina que um instrumento quadrangular. O quadrangular
tende a raspar mais dentina.
FLEXIBILIDADE: quanto menos massa metálica mais flexíveis. Seu ângulo de corte é de
60°, ou seja, são ângulos mais agudos, por isso cortam mais, sendo mais eficientes.
Limas Mecanizadas Protaper
OBS: quanto mais aguda a aresta, mais ela vai “parafusar” no canal. Por isso, que os
instrumentos com arestas mais proeminentes são de uso manual (¼ de volta para um
lado e ¼ de volta para o outro lado; evitando o parafusamento). Já os instrumentos
rotatórios giram continuamente para a direita, e por isso eles tem um núcleo maior e
arestas menos proeminentes, para não parafusar no canal, evitando a quebra.
ÂNGULO HELICOIDAL: Este ângulo é formado pela lâmina com o longo eixo do
instrumento.
Cinemática
45° 25°
Maior nº de voltas
Maior ângulo
Limagem
Menor nº de voltas
Menor ângulo
Rotação
Torção: Ângulo helicoidal → cinemática
Lopes & Siqueira Jr, 2010
CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTAIS:
– LIMAS TIPO K (Kerr): Aço inoxidável, torcidas (25 “voltas”). Menor distância entre as
espiras (mais torcida). Movimentos variados (permite limagem e rotação). Guia de
penetração Ativa. Seção quadrangular. Baixa flexibilidade.
Dos instrumentos endodônticos ainda em uso, as limas K são as mais velhas, e
originaram vários outros instrumentais. As limas de 2ª série e as limas especiais são tipo
kerr (pois tem seção quadrangular e ponta ativa). As limas tipo kerr originaram várias
outras. Identificação: na caixa está escrito lima K ou K-file. E no cabo há um quadrado
que indica sua seção transversal.
CARACTERÍSTICAS:
Secção quadrangular
Aço inoxidável
Exploração inicial, esvaziamento e modelagem de canais
retos
Boa resistência e razoável flexibilidade
Baixo poder de penetração e corte
Rotação e limagem
INDICAÇÃO:
Canais retos ou na parte reta de canais curvos aonde for
preciso
Boa resistência da lima para executar o corte (atrésicos)
- As limas tipo K apresentam uma haste metálica (aço inoxidável) de secção
quadrangular até o instrumento 40, a partir do instrumento 45 a secção será
triangular, com o objetivo de criar uma maior resistência à fratura as limas de menor
calibre e maior flexibilidade as de maior calibre.
CARACTERÍSTICAS:
Secção circular
Forma de espirais
Baixa flexibilidade
Excelente capacidade de corte
CANAIS RETOS: Função alisar paredes e remoção de materiais obturadores
Aceita somente movimento de limagem
NÃO ROTACIONAR
INDICAÇÃO:
RETRATAMENTO (parte reta) e RECUO progressivo (modelagem)
-LIMAS FLEXÍVEIS: As limas flexíveis foram todas baseadas nas limas tipo Kerr.
Flexo-File: Aço inoxidável; torcida (33 “voltas”) – maior corte; seção triangular; guia de
penetração INATIVA (antigamente sua guia era ativa); ótima flexibilidade. É uma lima de
eleição/referência para instrumentação manual. São oferecidas comercialmente, nos
comprimentos de 21, 25 e 31mm.
DECORAR
PRODESIGN M: Fabricadas com liga de NiTi, de alto padrão de usinagem, possui
Tratamento Térmico CM (controlled memory) que possibilita preparos radiculares
extremamente centrados evitando desgastes desnecessários e indesejáveis de dentina..
Estes instrumentos são utilizados em movimento rotacional no sentido horário (com a
ponta dos dedos – APONTAR LÁPIS). O sistema ProDesign M possibilita um preparo
bastante conservador, de acordo com a filosofia moderna de preparos radiculares.
OUTROS INSTRUMENTOS MANUAIS:
Extirpa Polpa OU Extirpa-nervo: é um instrumento farpado que é indicado para a
remoção do conteúdo pulpar (desuso). No passado, o Extirpa Polpa recebia a
denominação de Extirpa Nervo. Devido a esta fragilidade acentuada, eles devem ser
usados somente para remoção de polpa e em canais amplos e retos. A preferência deve
ser dada aos instrumentos de maior diâmetro (#25 e #30) desde que não encontrem
resistência quando da penetração no interior do canal radicular. Indicado para remoção
de bolinha de algodão.
OBSERVAÇÕES:
Kutller (1955) deixa claro que, o canal radicular não é único, baseado em sua
estrutura divide-se em canal dentinário e canal cementário. Ambos os canais se unem
pelos vértices dando, geralmente, o formato de cones truncados, com o canal
dentinário representando quase todo o ducto radicular e o canal cementário
constituíndo cerca de, no mínimo, meio milímetro de distância do forame apical.
O fim do canal radicular - forame apical - situa-se quase sempre num dos lados
da raiz e muito raramente em seu vértice, mesmo em raízes retilíneas, apresentando o
forame localizado para-apicalmente.
Em 68% dos dentes jovens,
e em 80% dos dentes senis,
a parte cementária não
segue
a direção da dentinária,
nem acaba no vértice
apical.
O forame fica localizado
Lateralmente.
DENTES SUPERIORES
Incisivos Superiores
Os incisivos centrais e laterais superiores são dentes muito fáceis de serem tratados
endodonticamente, porque apresentam anatomia bastante simples.
Os incisivos centrais superiores podem apresentar curvatura de suas raízes para a
vestibular. Esse fato não é detectado na radiografia ortorradial e, portanto, deve-se
tomar radiografias em várias angulações. Esses dentes só oferecem dificuldades na
localização de seus canais caso estes estejam bastante atresiados/calcificados.
Os incisivos laterais superiores apresentam curvatura das raízes para a distal na maioria
dos casos. Portanto, deve-se pensar em uma técnica de instrumentação adequada, de
modo a evitar perfurações.
Esses dentes estão situados em uma área de grande risco embriológico e inúmeros
pesquisadores têm relatados casos de anomalias neles.
Apresentam-se unirradiculados, mas foram relatados casos de incisivos laterais
superiores com duas raízes (MADEIRA, 1973; CHRISTIE et al., 1981).
Entre as anomalias de desenvolvimento observadas nesses dentes, pode-se citar: Dens
invaginatus, Dens Envaginatus ou Cúspide Talão , Radicular grooves (depressão
radicular) e dentes com coroas cônicas.
O Dens invaginatus é também conhecido como Dens in dente, podendo ocorrer em
qualquer dente. Mas, sua maior incidência ocorre nos incisivos laterais superiores.
Existem três tipos de Dens invaginatus, de acordo com a classificação de Oehler (1957):
Tipo I - a invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa dental.
Tipo II - a invaginação do esmalte estende-se até o terço médio da raiz, terminando em
um saco cego.
Tipo III - a invaginação do esmalte estende-se até a região apical do dente, de modo a
formar diversos forames apicais.
Outra anomalia que tanto pode ocorrer no incisivo central como no lateral superior é
Dens Evaginatus ou Cúspide Talão apresentam tratamento bastante simples, uma vez
que a remoção da evaginação transforma a intervenção nesse dente igual àquela
realizada em um dente normal.
Radicular grooves: é uma anomalia de difícil diagnóstico, que é a presença da
depressão radicular.
Caninos Superiores
Pela configuração anatômica, esses dentes apresentam canais com dimensões maiores
no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mésio-distal. Eles podem
apresentar comprimento muito longo. Eles podem apresentar curvaturas de suas raízes.
Essas curvaturas podem ser, em muitos casos, bastante acentuadas.
Para detectar a direção da curvatura das raízes, deve-se tirar radiografias em diferentes
angulações. Se a curvatura apical da raiz mover em direção oposta à movimentação do
cone de raio X, a curvatura estará para a vestibular. Caso a curvatura mova-se na
mesma direção que o cone de raio X, a raiz apresenta curvatura para a lingual.
Esses dentes não estão isentos da possibilidade de apresentar anomalias de
desenvolvimento.
Primeiro Pré-Molar Superior
Normalmente, esses dentes são birradiculares, sendo uma raiz localizada na vestibular e
outra na lingual.
Quando esses dentes apresentam-se com raiz única, normalmente apresentam dois
canais: um na vestibular e o outro na lingual, que podem terminar em um único forame
ou em dois forames distintos.
Os pré-molares birradiculados podem apresentar as suas raízes terminando em uma
ponta bem fina, especialmente a raiz vestibular. A instrumentação desses canais não
deve ser exagerada, para não causar perfurações.
Algumas vezes, os primeiros pré-molares superiores podem se apresentar com três
raízes e, portanto, três canais. Quando isto ocorre, a instrumentação dos três canais
torna-se uma tarefa bastante difícil, em virtude da pequena dimensão da coroa deste
dente.
DENTES INFERIORES
Incisivos Inferiores
Esses dentes têm alta incidência de dois canais em sua raiz. A incidência de dois canais é
maior nos incisivos laterais do que nos incisivos centrais, mas o fato não pode ser
esquecido. Quando apresentam dois canais um será canal vestibular e outro canal
lingual.
Canino Inferior
Esses dentes apresentam achatamento mésio-distal de suas raízes e, desse modo, o
canal é mais largo no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mesio-distal. A
instrumentação do canal radicular deve ser feita atuando em todas as paredes dos
canais radiculares, principalmente na parede vestibular e lingual, pois nestas áreas
estão presentes os microrganismos em maiores números.
Os caninos inferiores podem se apresentar do seguinte modo: a) uma raiz e um canal;
b) uma raiz com dois canais, que podem terminar em um único forame ou em dois
forames independentes e c) com duas raízes e dois canais, que podem estar bifurcados
na região média ou na região apical ou, ainda, fusionados.
1- Conceito:
-Lençol de borracha;
-Perfurador de Ainswort;
-Dígito-Palmar:
-Digital:
-Palmar
A perfuração do lençol também deve seguir o tamanho do orifício de acordo com cada
grupo dental.
-Posicionar o grampo, o lençol de borracha e o porta dique de modo que fique firme,
sem báscula, para que não salte durante os procedimentos e não traumatize os tecidos
bucais.
TÉCNICAS PARA LEVAR O ISOLAMENTO AO DENTE:
1-Conjunto arco/lençol/grampo:
-Levar em boca, passando este ao redor do grampo já posicionado, passar o fio dental ao redor do
dente para melhor adaptar a borracha a cervical.
Orifício/perfuração
ALETAS
MORDENTE
ASA
Orifício/perfuração
MORDENTE
ALETA
OBS: GRAMPO ANTERIOR: Mordente vestibular é maior, porque esta fase é mais ampla na região cervical
que na palatal.
OBS: GRAMPO POSTERIOR: Asa sempre para a distal, mordente vestibular, sempre é mais amplo.
Irrigação em Endodontia
→ TÉCNICAS DE IRRIGAÇÃO:
1- Simples
2- Com Aspiração
A- Pressão Positiva
B- Pressão Negativa
1- Irrigação Simples
EFICIÊNCIA:
- Espaço lateral;
INEFICIÊNCIA:
*Canal Atrésico:
- Sempre que a lima 40 não conseguir entrar até próximo ao CTM este canal é
considerado como atresiado para a irrigação!
*Canal Curvo:
A- Pressão Positiva
B-Pressão Negativa
➢ Pressão Positiva:
Ponta
Irrigadora Cânula
Aspiradora → Técnica indicada como rotina. É a IDEAL.
- É chamada de pressão positiva porque a ponta irrigadora vai mais fundo que a
cânula aspiradora.
Canal
Aspiração Absoluta:
- Inserir a cânula aspiradora o mais próximo do CRD para aspiração secreção oriunda
dos tecidos periapicais (usada em casos de abscesso apical aguda para auxiliar na
remoção do exsudato.
- Esta técnica também pode ser usada para fazer a secagem do canal.
- Ou seja, elas nos auxiliam a limpar as regiões onde as limas não conseguem penetrar.
➔ PROPRIEDADES IDEIAIS:
A- Poder dissolvente do contéudo do canal: Ou seja, a substância auxiliar de
instrumentação deve dissolver pré-dentina, raspas de dentina, polpa e
bactérias. Porém, alguns destes elementos são orgânicos (polpa, pré
dentina, bactérias) e outros inorgânicos (raspas de dentina). Nnehuma
substância irraigadora é capaz de dissolver matéria orgânica e inorgânica ao
mesmo tempo. O mais importante é o líquidoo ser solvente de matéria
orgânica, pois assim ele será bactericida, nos auxiliando na limpeza e
desinfecção do canal.
B- Baixa toxicidade
C- Neutralizar produtos tóxicos
D- Ação antimicrobiana
E- Estimular o reparo: Os 2 fatores que interferem negativamente no reparo
são os detritos e bactérias. A reparação em si ocorre sozinha,
fisiologicamente. Ao eliminarmos detritos e bactérias nós apenas
favorecemos o processo de reparo. Ou seja, a desinfecção favorece o
reparo que o próprio organismo faz.
F- Baixa viscosidade
G- Baixa tensão superficial
H- Capacidade umectante (molhar)
I- Favorecer ação de medicamentos
J- Baixo custo
K- Fácil conservação
L- Não colorir ou enfraquecer a estrutura dentária
M- Ação desodorizante .
• OBJETIVOS:
Quando usar?
1- Compostos Halogenados;
2- Quelantes;
3 - Outras soluções.
COMPOSTOS HALOGENADOS:
→ É o hipoclorito de sódio.
→ IRRIGANTE DE ESCOLHA!
1% = Solução de Milton
5% = Soda Clorada
2- Bactericida;
3- Saponifica gorduras;
MECANISMO DE AÇÃO:
- O cloro combinado com a amina dos tecidos gera cloramina que é antisséptica.
*NaOCl:
- Lubrifica.
Volume:
Limitações:
- Não deve passar para a região apical pois gera edema e dor intensa.
QUELANTES
- Remoção da Smear Layer : A Smeae Layer é removida primeiro com o uso do EDTA
(desmineraliza parte inorgânica – abre a entrada dos túbulos dentinários) facilitando a
ação do hipoclorito de sódio que será novamente utilizado depois dissolvendo matéria
orgânica remanescente.
• Indicações:
1. Canais atrésicos (quando bem indicado;
→ Água Destilada:
→ Soro Fisiológico:
- Minimiza irritação
- Hemostático
- Bactericida;
- Boa biocompatibilidade.
→ Clorexidina:
- Biocompatível;
- Não combinar com Hipoclorito de Sódio, pois gera uma substância chamada
paracloroanilina que tem potencial cancerígeno.
- Substantividade;
Objetivo
POLPA VIVA:
NECROSADO
ALCANÇAR A DESINFECÇÃO
Acesso ao Sistema de Canais Radiculares
Divertículo/corno pulpar
Câmara pulpar
Canal radicular
Forame apical
A-VITALIDADE:
Conteúdo
tóxico-séptico-
necrótico
4- Brocas de Acesso:
5- Princípios Fundamentais:
NUNCA PROCURAR
CANAIS COM BROCA
Dentes anteriores
SEMPRE OBSERVAR E
ACOMPANHAR A INCLINAÇÃO NO
ARCO.
Dentes posteriores
Sonda número 6 de
Weston
Instrumentos
endodônticos finos
8- GRUPOS DENTAIS:
INCISIVOS e CANINOS:
A FORMA DE CONTORNO se
PONTO DE ELEIÇÃO: 2 mm formará à medida que se for
acima do cíngulo; removendo o teto da câmara
Forma de contorno:
pulpar, quando finalizado, a
INCISIVOS TRIANGULAR
com base para incisal e forma adequada estará pronta.
CANINOS OVALADAS
1- O que é:
-Estado pulpar
POLPA NECROSADA?
ABERTURA,
POLPA VIVA: Esvaziamento até o
Sem tempo para CTEX, OTOSPORIN ou
realizar a
NDP intra-canal e
instrumentação
selamento com CIV
no mesmo dia:
ABERTURA E
instrumentação +
MEDICAÇÃO no
POLPA VIVA: interior do canal
Com tempo radicular com pasta
para realizar a de HC
instrumentação
no mesmo dia:
Segunda sessão:
-Obturação do CR
-Resina composta
MEDICAÇÕES UTILIZADAS EM DENTES
POLPA VIVA:
OTOSPORIN/NDP E PASTA DE HC
DENTE
DESPOLPADO SEM
TEMPO: Segunda sessão:
-Abertura -Instrumentação
c -TCF -Medicação intra canal
com pasta de HC
-Selamento com
CIV -Selamento com CIV
c c
Terceira sessão:
-Obturação
-Restauração
DENTE DESPOLPADO COM definitiva
TEMPO:
-Abertura
MEDICAÇÃO UTILIZADA EM
c DENTES COM POLPA
NECROSADA:
TRICRESOL FORMALINA E
PASTA DE HC
6- FORMAS DE APLICAÇÕES DAS MEDICAÇÕES INTRA CANAL:
-Fixador tecidual
-Agente antimicrobiano
CIV
(espessura mínima
3 mm)
-Biocompatível;
Obturar um canal significa preenche-lo em toda sua extensão com um material inerte
ou antisséptico, que o sele de maneira mais hermética possível, não interferindo e, de
preferência, estimulando o processo de reparo apical e periapical.
3- Finalidade biológica.
*Necropulpectomia:
- Se houver espaço livre elas irão reproduzir, pois dentro do canal há substrato, que
penetra via os túbulos dentinários.
3- Finalidade Biológica / Obturação Biológica:
- A osteogênese;
- A formação de Osteocemento.
- Quando a polpa não está mais vital, não tem sentido o forame continuar aberto.
- Sua função era trazer nutrientes e O2 para polpa. Como isto não é mais necessário,
esperasse que o organismo feche o forame, através da formação de osteocemento.
*Sucesso Clínico:
- É o reparo clínico.
- Significa que não há mais periodontite apical e sintomatologia.
- Radiograficamente a lâmina dura e o ligamento periodontal estão íntegros.
*Quando obturar?
A – O canal deve estar preparado (PQM);
B – O dente deve estar assintomático;
C - Deve haver ausência de exsudato ou sangue.
SEQUÊNICA DA OBTURAÇÃO:
1-Fases do tratamento endodôntico:
• Diagnóstico
• Isolamento
• Acesso
• Neutralização
• Exploração
• Mensuração do dente
• Esvaziamento
• Modelagem
• Irrigação final
• Curativo
Selamento
• OBTURAÇÃO
tridimensional
impermeável do canal
radicular, após a
desinfecção.
2-Momentoda obturação:
Após o canal estar limpo e seco
-Anestesia
-Isolamento absoluto
-Remoção do selamento
-Irrigação final
-Obturação
-Restauração definitiva
- Proservação
3- Materiais utilizados:
A)
Dependendo do
Sistema utilizado
4- Radiopacidade adequada.
DESVANTAGENS:
5- Estabilidade físico-química.
2- Falta de adesividade, por esse motivo deve ser acompanhado de cimento ou com
pasta.
1-Deve ser pegajoso quando misturado, para fornecer boa adesão entre os cones e as
paredes do canal.
4- As partículas de pó devem ser muito pequenas para que possam ser misturadas
facilmente com o líquido.
10- Deve ser bem tolerado pelos tecidos, isto é, não irritantes aos tecidos periapicais.
11- Deve ser solúvel em solvente comum, caso seja necessário remover a obturação do
canal.
FUNÇÕES:
-Sem dor
Se a instrumentação,
não for adequada, a
obturação também não
será.
2-O cone principal (calibre igual ao IM no CTM) , deve ser desinfectado em solução de
hipoclorito 1% (mínimo 3 minutos);
7-Corte cervical;
8-Compactação vertical;
9- Blindagem coronária;
10 – Reabilitação coronoária.
7- Blindagem coronária:
1- CIV
2- Resina Flow
3- Resina Composta
4- Resina BulkFill
Indicação reabilitadora:
5- Restuaração direta
6- Resturação Indireta
7- Coroa protética.
Técnica de Mc Spadden:
Após a colocação do cone mestre com cimento no canal, usa-se o condensador
de Mc Spadden girando no sentido horário em baixa rotação, para gerar atrito, e com
isso produzir calor. Esse calor produzido plastifica a guta percha que é jogada contra as
paredes do canal fechando o espaço. A medida que a guta percha vai sendo jogada
para o ápice, o condensador vai saindo ainda girando do canal.
Técnica Híbrida de Tagger (TÉCNICA UTILIZADA ENDO AVANÇADA E ENDO II se
necessário):
Hibridismo entre a técnica da condensação lateral (terço apical) e a técnica de Mc
Spadden (terços cervical e médio). Como a Mc Spadden é usada apenas no terço
médio, Ela deve ser usada com um calibre dois números maior que o cone mestre, e
com dois mm. a menos.
A – visual:
- É a visualização do cone de guta-percha, previamente medido, entrando até o
comprimento adequado (CTM) e não passando ou ficando aquém deste.
B – Tátil:
- É a constatação tátil do ajustamento do cone ao canal, percebida pela sensação de
travamento do cone.
- Nesta etapa devo verificar se o cone está ajustado ou folgado no canal.
- Ao introduzir o cone de guta-percha no canal ele deve parar no CTM, não ir além. Ao
puxá-lo devemos sentir que ele dá uma pequena travada, ou seja, devemos sentir que
ele toca nas paredes.
C – Radiográfico:
Na pré-clínica o cone principal deve ficar no CRD – 1mm, na clínica o localizador irá
determinar o CRD e subtrai-se 1 mm.