Você está na página 1de 6

MORDIDA CRUZADA ANTERIOR

Caroline Dousseau e Letícia Oliva

CASOS CLÍNICOS:

Mordida cruzada anterior.


Mordida cruzada posterior
com atresia da maxila.

Mordida cruzada posterior bilateral.


OBS: angulações dentárias
superior e inferior bem evidentes.

 Quando se vê uma mordida cruzada com atresia de arco é importante identificar se a atresia
é de arco, de dente ou as duas coisas que levam ao quadro de mordida cruzada no paciente.
 É importante avaliar a face do paciente também.

Mordida cruzada posterior


unilateral e anterior

 Mordida cruzada = 25,8% da população


 Mordida cruzada anterior = 7,6%
 Mordida cruzada posterior = 18,2%
 O ideal seria intervir entre 7 a 11 anos.
 O canino irrompe por volta dos 12 anos, mas é bom iniciar o tratamento do paciente antes
da erupção dos caninos, entre 7 e 8 anos, não deixar passar dos 9 anos, para aproveitar
a fase de crescimento também. Não só da mordida cruzada, mas das más oclusões de
forma geral.

Mordida Cruzada:
 Realizar tratamento durante a fase do crescimento e desenvolvimento craniofacial.
 Antigamente os dentistas aguardavam a erupção de todos os dentes, hoje não mais.
 Observar a idade dentária, que nem sempre coincide com a idade cronológica.
 Importante o monitoramento a partir dos 7 anos, não obrigatoriamente que será colocado o
aparelho nessa idade, mas assim será possível o correto acompanhamento.

Objetivos do tratamento:
1. Bioelasticidade óssea (crescimento).
 É importante tratar desse osso na fase de crescimento, osso maleável.
2. Relacionamento favorável das bases ósseas.
 Bases ósseas se entende como maxila e mandíbula, estas devem estra bem relacionadas
no sentido Antero posterior (mordida cruzada anterior) e no sentido transversal (mordida
cruzada posterior). Esse bom relacionamento permite um bom relacionamento da
musculatura e atm.
3. Funcionamento da ATM.
4. Movimentos mandibulares normais.
5. Estética

 Depois do crescimento, o ajuste será dentário. Para mexer em osso, só por meio de cirurgia.
 É importante saber ver quais são as prioridades. Exemplo: Paciente criança com problema
funcional, esquelético e dentário a prioridade deve ser dada para o osso, visto que é um
paciente que está na fase de crescimento. Na sequência a função e depois o dente (pois é
possível movimentar em qualquer idade).

Diagnóstico e plano de tratamento:


1. Esquelética, Dentária e Funcional.
Muitas vezes pode-se ter uma mordida cruzada com envolvimento dos três problemas. No
caso de função errada envolve mais a musculatura, como: selamento labial ruim,
posicionamento do bucinador, deslocamentos de ATM frequentes etc.
2. Problema: superior ou inferior.
3. Número de dentes envolvidos.
Importante para saber o tipo de aparelho que será usado.
4. Posicionamento dentário.
Avaliar a inclinação dos dentes.

MORDIDA CRUZADA

TOME NOTA!

 Tanto da mordida cruzada anterior quanto na posterior podem existir problemas de ordem
dento-alveolar, esquelética
 Quando o paciente tem mordida cruzada anterior e posterior, trata-se primeiro a posterior,
visto que a sutura mediana do palato se consolida muito rápido. Por volta dos 12 aos 14 anos
tem-se a imbricação, ou seja, a união das maxilas e a formação da sutura palatina.
 Adulto o foco é dente e função.
 Criança a prioridade é o tratamento esquelético.

MORDIDA CRUZADA ANTERIOR


 Na oclusão normal o trespasse horizontal é de 2 a 3mm.
 Entre 7 e 11 anos = 7,6%
 Esse tipo de má oclusão pode ou não ter o comprometimento da face.
 Pode-se ter dente superior para trás e inferior bem posicionado. Pode-se também ter dente
inferior para frente, isso pode ser em decorrência do de movimento dentário ou movimento
ósseo. Mudança de corpo (raiz e coroa).
 Pode-se ter mordida cruzada devido à mudança de inclinação do dente superior, é preciso
colocar aparelho para corrigir essa inclinação.
 Pode ainda tem outra situação: dente superior para lingual e inferior para vestibular no mesmo
caso.
 Normalmente em situação de problema ósseo os dentes mantem a inclinação e o osso que
se modifica.
Mordida normal Mordida cruzada anterior que o dente superior está
com sua inclinação alterada, ou seja, o dente não se
movimentou de corpo, mas de angulação. Essa
situação denota uma alteração dentária, e que se
resolvida, descruza a mordida.

Mordida cruzada anterior em que ou Mordida cruzada anterior


superior está para trás ou o inferior devido à inclinação do
está para frente, mas as angulações dente inferior.
dos dentes estão normais.

 É possível ter um problema só na maxila, só na mandíbula ou nos dois, bem como o problema
ser apenas dentário, com a angulação dos dentes.
 O problema pode ser funcional (quando um paciente topo a topo muda a posição da mandíbula
para ter uma oclusão menos desconfortável, por exemplo) ou por crescimento desfavorável
da maxila.
 A respiração bucal pode atrapalhar no crescimento da maxila, pois a criança não respira bem
pelo nariz e não desenvolve bem a maxila.
 Na mordida cruzada funcional, o cruzamento da região anterior
ocorre devido à interferência dentária (que acontece muito na
dentadura mista com os toques prematuros) e a mandíbula é jogada
para frente, devido à presença da fossa articular, que impede de
jogar para trás a mandíbula, trazendo mais conforto ao paciente e a
musculatura se acostuma.

 Uma outra situação é quando a mandíbula vai para frente devido a


problema funcional ou anatômico e o travamento dos dentes
anteriores (trespasse horizontal e vertical negativo) pode segurar o
crescimento da maxila e pode liberar o crescimento mandibular. Isso
significa que se cruzar por voltar dos 8 anos a maxila ficará cada vez
menor e a mandíbula cada vez maior, dificultando a correção.

MORDIDA CRUZADA ANTERIOR DENTO-ALVEOLAR


Características:
1. Perfil harmonioso ou equilibrado.
2. Relações normais de molares e caninos.
3. Inclinação dentária anormal.
4. Envolve um ou dois dentes.

 Dificilmente acontece uma mordida cruzada anterior apenas por causa da inclinação dos
incisivos superiores para lingual ou inclinação dos incisivos inferiores para a vestibular.
 Geralmente a função está associada.
 Toda vez que um dente tende a lingualizar, principalmente incisivos tanto superior como
inferior, ele diminuirá espaço. Mas toda vez que o dente vestibulariza ele abre espaço.
 O problema funcional é esperado que seja corrigido com a movimentação dos dentes.
 Relação molar e do canino normalmente são boas quando o problema é dentário apenas.
 O envolvimento é de poucos dentes.
No caso em questão não há indicação de problema esquelético, ao avaliar o vedamento labial e
a harmonia da face.

 A correção pode ser feita com aparelho removível que apresenta grampo de retenção, mola
para empurrar os dentes para frente e um arco vestibular.
 O arco vestibular serve para retenção do aparelho e para alguns
movimentos que serão feitos ao pressionar a alça, portanto, mesmo
se ativar o arco vestibular, ele só servirá para retenção.
 Ativa 1 mm da mola a cada 30 dias, no início ativa menos pois como é removível o aparelho
pode escapar. O problema dele é que depende da colaboração do paciente.
 Aparelho removível usa direto, só tira para as principais refeições, mas dorme com ele. A
correção é rápida, mas pode-se deixar um pouco mais (3 meses) para contenção da mordida
cruzada, ativando apenas a retenção que altera ao tirar e colocar, nesse caso o paciente pode
colocar apenas em algumas horas do dia e para dormir.

CASO CLÍNICO:
 Ausência de selamento labial e perfil
levemente côncavo.
 Mordida cruzada anterior.
 Quando se tem um paciente Classe III verdadeiro, há um problema esquelético. Ao observar
um paciente com perfil harmônico, mas que possui mordida cruzada anterior, como uma
Classe III, vale verificar se esta situação não é por problema funcional.
 Para verificar a origem do problema, se é dentoalveolar ou esquelética, devemos colocar o
paciente em máxima intercuspidação e em relação central, para verificar se elas divergem.
 Mordida cruzada anterior pode ser por problema funcional (MIH diferente da RC), esquelético
ou dentário.

Ao manipular o paciente e leva-lo em RC, verifica-se que ele possui


mordida topo-a-topo. Isso ocorre muito na dentição mista e esta
alteração pode ser o início de uma má oclusão de Classe III
verdadeira.
 A posição de topo a topo é uma alteração de instabilidade do paciente, visto que, ninguém
consegue ficar nessa posição por muito tempo, então por comodidade, ao tocar o dente, o
paciente joga a mandíbula para frente, pois é o único osso móvel.
 A tendência é de o incisivo superior ficar mais para a lingual e o inferior mais para a vestibular,
devido a esse movimento toca e joga para frente. Tem-se uma alteração funcional.

Aparelho progênico

 O objetivo é deixar o paciente em RC, no caso clínico em questão, em topo a topo.


 É um guia para a mandíbula não ir para frente. A prioridade é treinar a função.
 Pode-se também movimentar os dentes, arrumando as inclinações.
 Em pacientes que tem classe III funcional ou dentária, a face pode estar alterada no momento
que oclui, pois quando está relaxado com o espaço funcional dificilmente terá a face de Classe
III.

Após 15 dias. Os incisivos apresentam pequeno diastema,


indicando a vestibularização dos incisivos superiores.
Neste caso o problema era dentoalveolar e funcional.

MORDIDA CRUZADA ANTERIOR FUNCIONAL (PSEUDO CLASSE III)


Diagnóstico:
1. Posição de repouso – Classe I
2. Oclusão – Relação molar: Classe I ou Classe III
3. Relação Cêntrica – Topo a topo
4. Incisivos superiores – lingualizados
5. Incisivos inferiores – vestibularizados
6. Bases ósseas apresentam dimensões favoráveis
7. Em repouso – perfil equilibrado

 No caso clínico em questão a relação molar está adequada.


 Após manipulá-lo, ele encontra-se topo a topo.
 O aparelho foi colocado para melhorar o posicionamento dos dentes, e
consequentemente a função.
 A mordida cruzada anterior quando tem envolvimento funcional
pode ser feito o tratamento no dente para melhorar a função ou da
função para melhorar o posicionamento dental.
 Troca-se o aparelho conforme o paciente cresce.

Paciente em repouso lembra Classe I, mas quando oclui (devido às interferências, que podem ser em qualquer
região e na dentadura mista geralmente é em canino), o paciente fica em Classe I ou Classe III (quando o
TOME deslocamento ou interferência são muito grandes), mas se não for grande a interferência ele pode manter-se
NOTA! em classe I. Quando coloca o paciente em relação cêntrica tem-se topo a topo. Ao observar os dentes os
incisivos superiores estão lingualizados e os incisivos inferiores vestibularizados. Esse ponto é crucial para
diferenciar a Classe III verdadeira de uma Mordida cruzada anterior funcional (Pseudo classe III). Bases
ósseas em equilíbrio. O perfil pode ser normal ou côncavo se a interferência for muito grande.
MORDIDA CRUZADA ANTERIOR ESQUELÉTICA

1.Paciente Má Oclusão de Classe III (verdadeira)


2.Características faciais ruins.
3.Perfil côncavo em repouso e em MIH.
4.Bases apicais mal relacionadas
5.Incisivos superiores super vestibularizados.
6.Incisivos inferiores tendendo a lingualização. Diferente da Mordida cruzada
dentoalveolar.
 O incisivo inferior está buscando o superior, mas não consegue, pois, o problema é de ósseo.
 Em máxima intercuspidação e em repouso a paciente continua na mesma coisa.
 Diagnóstico diferencial mais importante para diferenciar mordida cruzada anterior esquelética
e funcional é: Incisivos superiores vestibularizados e incisivos inferiores lingualizados.

Classe III

Tratamento de Classe III: Mentoneiras (pouco usado) e


com Máscara facial (usado para puxar a maxila para
frente) ou com aparelho fixo que faz a protração da maxila.

Na ortodontia da FOA-Unesp faz-se a retração com os


aparelhos fixos cimentados superiores e inferiores, unindo
os dentes posteriores.

 Para avaliar a Mordida Cruzada Anterior:


 Avaliação facial
 Avaliações dentárias (inclinações dos incisivos)
 Interferências oclusais (funcional)
 Discrepância esquelética (radiografia cefalométrica)

Você também pode gostar