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o Quanto à gravidade: a mordida cruzada posterior

pode envolver um ou mais dentes posteriores.


Dimensões Transversais dos Arcos Dentários: o arco Quanto mais dentes envolvidos, pior o
superior apresenta dimensões transversais maiores do prognóstico.
que o arco inferior. o Quanto à simetria: a mordida cruzada posterior
pode ocorrer unilateral ou bilateralmente, sendo
Relação caixa-tampa: essa característica permite um a bilateral com um pior prognóstico de
encaixe dos arcos em uma relação caixa-tampa (dentes tratamento. A mordida cruzada posterior
superiores ocluindo por vestibular dos dentes inferiores). unilateral pode ser de dois tipos:
o Verdadeira (pior prognóstico): a
mordida cruzada posterior unilateral
verdadeira ocorre mais raramente. A
A mordida cruzada posterior é a má oclusão em que a atraseia do arco dentário superior
tampa é mais estreita que a caixa. Assim, há a inversão na ocorre de forma assimétrica. Traçando a
relação vestíbulolingual normal dos dentes posteriores distância da linha mediana até o molar
(os dentes inferiores que ocluem a vestibular dos de um lado e do outro, vou perceber que
superiores). de um lado está satisfatória, e do outro
Raramente, a tampa pode se mostrar excessivamente lado vai estar mais atrésico (estreito).
mais larga do que a caixa. Quando o paciente oclui MIH ou RC, a
relação oclusal vai ser a mesma, ocorre
Ela pode ser bilateral ou unilateral esquerda ou direita. do mesmo lado, ou seja, é verdadeira a
relação oclusal tanto em MIH quanto em
Cruzada vestibular: nesses casos, a relação RC = mordida cruzada posterior
vestíbulolingual dos dentes posteriores é sobreexpandida unilateral verdadeira. Mais associada a
(síndrome de brodie ou relação de brodie). genética e o hábito postural de dormir.
A mordida cruzada posterior é prevalente nas dentaduras OBS. (CAI EM PROVA): na verdadeira, observa-se uma
decídua (13,3%) e mista (18,2%). Se temos uma má mordida cruzada unilateral em MIH e em RC.
oclusão que a prevalência se mantem na dentição decídua
e mista, quer dizer que ela não se autocorrige com o OBS.: na mordida cruzada posterior unilateral
tempo, logo, sei que quando o paciente chega eu já preciso verdadeira, as linhas médias são coincidentes.
tratar.
OBS.: possui pior prognóstico, pois necessita fazer
adaptações nos aparelhos para fazer expansão unilateral.

o Fatores genéticos: hereditariedade e anomalias o Funcional: observa-se uma mordida


craniofaciais (fissuras labiopalatinas). É a menos cruzada posterior unilateral em MIH. Na
comum. posição de RC, observa-se uma relação
o Fatores ambientais: hábitos posturais (paciente de mordida de topo-a-topo bilateral, ou
dorme com a mão sobre o rosto) e hábitos bucais seja, a mordida cruzada unilateral
deletérios (sucção de dedo e chupeta, respiração desaparece. Isso acontece porque,
bucal); nesses casos, a atresia do arco superior é
simétrica. Devido a instabilidade oclusal,
OBS.: a palatoplastia é feita em pacientes com fissuras a mandíbula desvia para um dos lados
labiopalatinas primeiro para reestabelecer função. em MIH. É chamada de funcional porque
é como se fosse um mecanismo de defesa
OBS.: o paciente que realiza a respiração bucal possui um do aparelho estomatognático.
selamento labial ativo (lábios entreabertos).
OBS.: na mordida cruzada posterior unilateral funcional,
Os fatores ambientais em condições normais, há um com o desvio da mandíbula, a linha média inferior desvia
equilíbrio entre as forças do músculo bucinador que faz para o lado cruzado, ou seja, desvia para o lado da
uma força para a medial e um contrabalanceamento da mordida cruzada.
língua que é contrária.
o Quanto à origem: a mordida cruzada posterior
Há hábitos bucais que alteram o equilíbrio das forças que pode ter três origens:
atuam, porque quando você coloca o dedo impede a força o Mordida cruzada posterior dentária: na
da língua natural. dentária, um dente posterior tem
inclinação vestíbulolingual alterada. O
dente específico nasceu mais para
lingual do que deveria. Com isso, possui
A mordida cruzada posterior pode ser classificada de prognóstico excelente, resolução rápida
acordo com três critérios: e fácil.
o Mordida cruzada posterior centro do acrílico (seta sempre voltada
dentoalveolar: na dentoalveolar, dentes para distal – sentido de ativação é de
posteriores e processo alveolar têm anterior para posterior). É um expansor
inclinação alterada. Mais dentes lento, por isso não é capaz de corrigir
posteriores envolvidos, processo atraseia de maxila, apenas promove
alveolar tá mais achatado na região, forças que vestibulariza os dentes
porém, a base óssea da maxila e o posteriores e o processo alveolar. O
formato do palato está bom. parafuso tem 4 orifícios e cada quarto de
o Mordida cruzada posterior esquelética: volta promove a abertura de 0,25 mm. O
na esquelética, a mordida cruzada AOR com parafuso expansor é ativado ¼
posterior advém de uma atresia maxilar. ou 2/4 de volta por semana. A ativação
É a mais comum e que envolve um pior do parafuso é realizada até se obter a
prognóstico para tratamento. sobrecorreção da má oclusão.
PROVA: protocolo de ativação para expansão lenta com
AOR com parafuso expansor – um quarto ou dois quartos
A má oclusão deve ser tratada o mais precocemente de volta por semana. A expansão é lenta porque o dente
possível, a partir dos 5 anos. Ela não se autocorrige e, na não responde rápido ao movimento que a gente quer, se
maioria das vezes é oriunda de um problema esquelético. expandir rápido demais, o aparelho não vai mais encaixar
Antes dessa idade, a criança não tem maturidade porque o dente não vai ter respondido a expansão. Só
psicológica para ser tratada, por insegurança, medo, falta deve tirar para comer, escovar os dentes e para banho de
de colaboração. mar ou piscina.

Os motivos para tratar a mordida cruzada posterior de A ativação do parafuso é realizada até se obter a
forma precoce são 3: ausência de autocorreção, risco de sobrecorreção da má oclusão – ponta da cúspide palatina
assimetria facial, risco de abfração e recessão em longo do molar superior oclui com a ponta da cúspide vestibular
prazo. do inferior. Sobrecorreção da relação transversal. Ao
remover o aparelho, há perda de expansão de 30%.
Relação degrau distal entre os molares decíduos sempre
vai determinar uma relação molar de classe II. b. Fixos: são indicados para pacientes não
colaboradores. São eles: arco em W, bi-
Na ATM, o lado oposto ao lado cruzado está mais afastado hélice, quadri-hélice. As ativações são
da fossa. realizadas a cada dois meses, fora da
cavidade bucal. A ativação deve ser
aquela em que, quando a banda
ortodôntica de um molar de um lado é
o Modalidades: a depender da origem da mordida adaptada, a banda do lado oposto passa
cruzada posterior, o tratamento pode ser com pela metade vestibular da superfície
elásticos cruzados e expansão do arco superior. oclusal. A ativação bimensal é realizada
o Elásticos cruzados: são indicados nas até se obter a sobrecorreção da má
mordidas cruzadas de origem dentária. oclusão, ou seja, a ponta da cúspide
Cola um botão nas superfícies dos palatina do molar superior oclui com a
molares superior e inferior e adicionado ponta da cúspide vestibular do inferior.
um elástico para corrigir. Sobrecorreção da relação transversal.
o Expansão: está indicada na mordida Ao remover o aparelho, há uma perda de
cruzada dentoalveolar ou esquelética. expansão de 30%.
Na expansão, os aparelhos aumentam as
dimensões transversais do arco OBS.: o tempo de tratamento é, em média, 8 meses.
superior.
OBS.: quanto mais fio, menos força – mais helicoidal =
Modalidades de Expansão: didaticamente, a expansão mais fio. Quadri-hélice seria mais biológico, e menos
pode ser dividida em expansão lenta e expansão rápida. chances de causar reabsorção óssea. Sendo que essa
realidade é teoricamente. Na prática, as diferenças são
1) Expansão lenta: é indicada para tratar as muito pequenas e não interfere na escolha de tratamento.
mordidas cruzadas dentoalveolares. O objetivo é
inclinar os dentes posteriores e o processo 2) Expansão rápida da maxila: é indicada para tratar
alveolar para vestibular. Vestibularização dos as mordidas cruzadas esqueléticas. Mecanismo
dentes superiores, aumentar a largura da arcada de ação: o procedimento ortopédico promove a
dentária pelo aumento do processo alveolar abertura da sutura palatina mediana. Os
(jogando para fora – efeito dentoalveolar) e não expansores rápidos convencionais mais
aumentando a maxila (efeito esquelético). A estudados na literatura são:
expansão lenta promove efeitos dentoalveolares. a. Tipo Haas
Os expansores lentos podem ser de dois tipos: b. Tipo Hyrax: menos volumoso e mais
a. Removíveis: são indicados para higiênico;
pacientes colaboradores. São eles: AOR c. Tipo colado
com parafuso expansor. O AOR é
composto por um parafuso expansor no
Os expansores rápidos convencionais são fixos e possuem
parafusos expansores. Expansão pode ser de 9, 11 e 13
mm. Promove força de 1,5 até 3 kg de força para
promover abertura.
Protocolo de ativação: o parafuso é ativado diariamente
¼ ou 2/4 de volta pela manhã e à noite. Sinal de sucesso é
quando abre um diastema entre os incisivos (3/4 dias de
ativação).
OBS.: quanto maior o quarto de volta feito, mais rápido o
tratamento e menos incômodo/pressão.
Quantidade de expansão: a ativação do parafuso é
realizada até se obter a sobrecorreção da má oclusão.
Ponta da cúspide palatina do molar superior oclui com a
ponta da cúspide vestibular do inferior. Sobrecorreção da
relação transversal. Ao remover o aparelho, há uma perda
de expansão de 30%.
Tempo de tratamento: é em média 10/14 dias.
Orientações aos pacientes: antes de iniciar a ativação do
parafuso expansor, dá-se algumas orientações quando a
percepção:
o Sensação de pressão forte: entre os incisivos
centrais, região dos dentes posteriores, rafe
palatina, entre os olhos, na região do nariz;
o Abertura do diastema interincisivo;
Estabilização do parafuso: após isso, é feita a
estabilização do parafuso por meio de uma de duas
técnicas, sendo a de fixação com resina acrílica ou fixação
com fio de amarrilho.
Fase de contenção: o aparelho, então, é mantido em
posição como contenção por 90 a 180 dias. Precisa deixar
o aparelho como contenção de 3/6 meses para ter a
regeneração óssea (na prova, considerar 6 meses).

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