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As 6 chaves da oclusão
Chave 2: angulação
Chave 3: inclinação
Molares em classe II oclui com sua cúspide disto lingual na fossa central do molar
inferior e isso é aceitável como parâmetro de normalidade para finalização,
especialmente em casos de extração de pré molares superiores, onde haverá
perda de rotação e angulação distal da coroa.
A relação de classe III pode ser considerada análoga a classe II, e também
considerada como aceitável como variação de normalidade. Para estabelecer
uma relação de III, os molares inferiores têm que perder o offset. O 2° pré
superior deve estar sem angulação. O 1° molar superior também sem angulação
e com pouca rotação.
Do ponto de vista estético, a linha média superior é mais importante pela sua
influência no sorriso e no rosto. Um desvio de 2 até 4mm é aceitável por não ser
identificado por leigos ou ortodontistas. Desvios de linha média refletem
problemas de engrenamento dentário ou assimetria no posicionamento, número,
forma e tamanho dos dentes.
Extração de incisivo superior: o perímetro dos 5 dentes inferiores ficou menor e
desproporcional ao perímetro dos 6 dentes superiores, exigindo uma redução do
perímetro superior para ajustar com a proporção do inferior. Uma saída é reduzir
a angulação dos dentes anteriores o que faz com que os dentes se toquem fora
do equador; além disso é realizado um desgaste seletivo para completar.
Chave 2 - angulação:
O crescimento com predomínio vertical também teria uma tendência a ter dentes
superiores anteriores com pouca inclinação vestibular e portanto com restrição
de crescimento de arco. Essa restrição provavelmente atinge o arco inferior pela
rtação horária da mandíbula, restringindo espaço para dentes inferiores e
impactando os dentes superiores pela tensão muscular labial que esse
crescimento provocaria. Dentes alinhados e nivelados com restrição de espaço se
acomodam com diminuição da angulação.
Chave 3 - inclinação:
Eles respondem bem aos tratamentos, têm chance maior de estabilidade, graças
ao equilíbrio na forma e a predisposição consequente a um padrão funcional
adequado.
Pequenas variações para a exigente classe I, proposta por Andrews, são aceitáveis
dependendo da má oclusão e da idade do indivíduo.
Braquetes
NS total
BC 36 e 46
NI pleno
Hawley e 3x3
Se os dentes estiverem bem posicionados (ex: pré molares), eles servirão como
referência, e portanto não devem se mover; para isso, não devem receber
aparelho.
A extração do dente 41, por exemplo, exige colagem do braquete no dente 31. A
movimentação do 31 para mesial vai potencializar a angulação mesial presente
no braquete e angular demais esse dente. Isso é ruim para movimentação pela
invasão do espaço da extração com mais compressão na borda cervical, e
também para finalização, com excesso de angulação mesial desse incisivo central,
que ao final do tratamento será único (ele deve ter angulação zero ao final).Isso é
provido pelo uso do braquete do dente extraído no dente que permanece.
Assim, o braquete do 41 colocado no 31, provê 2° de angulação distal da coroa.
Como esse dente vai ser movimentado para mesial, vai gerar um movimento de
contra-angulação e permite finalizar com a coroa para vertical. Após a
montagem do aparelho, a exodontia é indicada. Sempre que possível, a
movimentação na área deve ser imediata. Uso de fio .016" aço com dobras pra
torná-lo passivo e tração mesial com fio de amarrilho para gerar espaço e
dissolver parcialmente o apinhamento. Um dente de estoque pode ser colocado
na área da extração para melhorar a estética
Diagnóstico: paciente adulta jovem, Padrão I dolicofacial, com má oclusão restrita
a apinhamento anterior superior e inferior. Relação molar Classe I com reflexo de
boas relações transversais e sagitais, trespasse vertical e horizontal justos.
Prognóstico bom para tratamento ortodôntico corretivo localizado.
BC 36 e 46
Cd 43, 42, 31, 32 e 33 com braquetes Prescrição I (31 com braquete do 41)
XP do 41
Hawley e 3x3
Caninos superiores são exceção em classe II, porque enquanto os outros dentes
geralmente estão compensados, eles estão em vestibuloversão, jpa que são os
últimos dentes a fazer irrupção no arco superior, esse é o escape que utilizam
para superar o espaço reduzido pela inclinação menos vestibular dos incisivos e
mais palatina dos posteriores
Cd superior Prescrição II
NS
Cd inferior Prescrição II
AI si
Em casos que não pode protruir, sempre travar na distal, associado a amarrilho
distal molar canino
Os tubos molares são especiais para serem usados para molares em Classe II, que
vão ser mantidos nessa posição. Eles não tem angulação nem rotação, apenas -
10° de inclinação palatina. Molares em Classe II são exemplos de substituição, o
que significa que o dente substituto perde parte de suas características e
incorpora parte das características do dentes substituído.
O desgaste seletivo privilegia a superfície distal dos incisivos centrais empre que
eles são desangulados ou mantidos sem angulação. Isso é justificado porque a
desangulação expõe a superfície distal dos incisivos e desgastá-la não
compromete a relação com o periodonto na área de contato e é esteticamente
favorável. Além deles, são desgastados as superfícies mesial dos 1° prés, distal e
mesial dos caninos, sempre com obejtivo de manter os dentes com uma forma
anatômica agradável e funcional. Por isso é impossível determinar a quantidade
exata de desgaste para cada superfície, embora geralmente respeite a
quantidade de 0,5mm.
BC 46 e 36
XP 41
Cd 31 com braquete do 41
Ni travado para evitar protrusão ( amarrilho distal molar canino; tração mesial do
31 com amarrilho)
Hawley e 3x3
Uma sobrecorreção pode ser obtida pela somatória dos seguintes efeitos:
rotação horária da mandíbula, provocada pela ERM e potencializada pelos
elásticos classe III; migração mesial dos dentes superiores pela migração passiva
pós expansão, depois ativamente pelo nivelamento com braquetes super
angulados em caninos e angulação plena em incisivos, potencializada pelos
elásticos; controle dos efeitos protrusivos do nivelamento no arco inferior, pela
conjunção do uso de braquetes não angulados para caninos e incisivos, presença
de espaço no arco inferior e elástico classe III
Osamu é uma placa móvel indicada para estabilizar movimentos de flexão lingual
Diagnóstico: paciente jovem, Padrão I, com deficiência maxilar relativa face no
mínimo aceitável com mordida de topo, relação molar Classe III1/2 lado direito e
3/4 lado esquerdo. Moderada compensação dentária dos incisivos e nenhuma
compensação posterior no arco inferior. Prognóstico bom devido a compensação
moderada.
Cd 15, 25
Ni com elásticos classe III com força leve apoiado nos caninos inferiores
Ns pleno
A partir do fio .018" aço, elásticos classe III apoiados em ganchos no arco
Como regra em adultos, lembre-se que devemos procurar o que o paciente tem
de bom. "Olhe o bom". Os problemas serão identificados a partir de
comparações, definindo localização e magnitude, graças a um modelo de forma
parcial, que define qual deve ser a morfologia total
Diagnóstico: paciente adulta, face aceitável, Padrão I, mordida cruzada do 13, com
participação dos dentes inferiores, moderado apinhamento superior e forte
apinhamento antero-inferior. Relação molar de 1/2 Classe III do lado direito,
justificada pela migração mesial dos dentes inferiores nesse segmento. Prognóstico
bom para tratamento corretivo com resgate de forma.
Reavaliação
Ni (aceitando protrusão dos incisivos centrais; elásticos Classe II, força leve,
apoiados nos caninos- elástico 5/16 leve)
Hawley, 3x3 (colado em todos os dentes anteriores para evitar recidiva) e avaliação
para placa de apertamento
Para contribuir com o nivelamento, os braquetes são colados acima do ponto EV.
Se usar somente fios redondos, essa variação no posicionamento dos braquetes,
que interferiria na expressão da inclinação, não tem outro efeito colateral que
não seja a extrusão dos dentes anteriores, contribuindo para aumentar o
trespasse vertical, o que significa sobrecorrigir a má oclusão mordida aberta.
Um dos conceitos básicos de Ortodontia minimalista é que dentes que estão bem
posicionados não devem ser incluídos no nivelamento, a não ser aqueles
nomeados como unidade de ancoragem (geralmente 1° molares), geralmente pré
molares são unidade de referência e incisivos unidades de movimento.
Muitas vezes somos surpreendidos com recidiva da mordida aberta e isso é
compreensível se admitirmos que a posição da língua em repouso e movimento
considerado normal é variável.
Plano de tratamento: B 16 e 26
Em caso positivo: Cd 13, 12, 11, 21, 22, 23 (Prescrição II por serem não protrusivos) -
acima do ponto EV
BC 36 e 46
Ni evitando protrusão
Hawley e 3x3
Protocolo:
Cd 15, 13 e 23 Prescrição I
Ns parcial
Inclusão dos incisivos no Ns com sobrefio e uso de elásticos classe III com vetor de
intercuspidação
Ns e migração mesial dos dentes 15, 16, 26, preservando espaço para repor o 25
B 55 e 65 + moldagem de trabalho
ERM
BC 16 e 26
Cd superior Prescrição I
Ns pleno
BC 36, 46
Cd inferior Prescrição I
Ni pleno
AIsi
Finalização
Tratamento que tem como meta desvio de linha média inferior (para coincidir
com a superior): como ao ajustar o arco de nivelamento inferior no diagrama, a
sua linha média é coincidente com a superior, ao levar esse arco para os
braquetes dos dentes inferiores, sua linha média deve ser posicionada não na
linha de toque mesial dos incisivos, mas sim de modo a coincidir com a linha
média superior. Esse procedimento permite que os arcos tenham forma
coincidentes e preencham um dos requisitos essenciais para engrenamento
dentário
Cd superior Prescrição I
Cd inferior Prescrição II, exceto 43 com braquete Prescrição III (porque irá ocupar
posição de pré molar)
Finalização
Hawley, 3x3
TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES DO PADRÃO II
As metas terapêuticas dependem: da localização da discrepância (maxila e/ou
mandíbula), idade (estágio da dentadura), presença de crescimento ativo
(maturação ou envelhecimento) e agradabilidade social (agradável, aceitável e
desagradável)
Para corrigir uma má oclusão, é preciso entender como ela foi construída,
entendendo o processo de tratamento como a desconstrução dessa má oclusão
Todos os dentes inferiores, com maior ênfase para os incisivos, inclinam para
vestibular e, com menor ênfase para os incisivos, ganham angulação; gerando
aumento no comprimento e largura do arco. Provoca, em consequencia,
diminuição do trespasse horizontal e vertical, além de uma rotação horária no
plano oclusal.
Protocolo de tratamento
Braquetes
Embora seja meta terapêutica que os dentes posteriores do arco inferior, inclusive
caninos, tenham suas inclinações para lingual diminuídas, não tem nenhum valor
específico para adotar em uma prescrição, por isso são utilizados os mesmos da
Prescrição I.
Os braquetes dos pré molares superiores não apresentam angulação (0°), para
que possam ser susceptíveis a alteração de posição dos caninos
Com relação aos segundos molares superiores, deve-se ter cautela ao incluí-lo.
Usar acessório igual ao do 1° molar significa dar a ele angulação similar, extruindo
sua distal e gerando aumento na altura facial por rotação horária da mandíbula.
A recomendação para colagem e movimentação dos 2° molares deve ser
individualizada, acessório escolhido e sua posição determinada de acordo com a
meta terapêutica.
No arco inferior, a angulação dos braquetes Prescrição I é a mesma da II. A
angulação positiva os torna receptivos a protrusão, que tende a ser
potencializada por todos os procedimentos que tratam a deficiência mandibular.
contenção: Bionator
Reavaliação em 7 meses
Bc 16 e 26
Cd superior braquetes Prescrição II
NS
BC 36, 46
Cd inferior Prescrição II
Ni + elásticos de classe II
AIsi
Hawley e 3x3
Assim que a expansão do arco superior for suficiente, a parte inferior do aparelho
de Herbst é cimentada e os pistões de avanço são colocados. Eles são presos
com parafusos e devem permitir uma boa abertura de boa e movimentos laterais.
Haverá limitações para alimentação, que serão superadas com o tempo.
É protocolo usar braquetes Precrição II plus sempre que um avanço for realizado,
pela inclinação vestibular dos incisivos inferiores ser maior.
Retração anterior pode ser realizada com arco retangular e alastiks tracionados,
apoiados no tubo do molar e em ganchos a mesial dos caninos.
Plano de tratamento:
BC 16 e 26 tubo simples
Ns parcial (fio .016" NiTi fio .016" aço com alças de protrusão)
Ni parcial (fio .016" NiTi, fio .016" aço com alças de protrusão)
Ns total
Ni total
Ais .021"x.025"
Aii .019"x.025"
O fio .016" aço recebe as alças de protrusão, feitas na entrada do tubo dos
molares. Esse arco, e todos a partir dele, são confeccionados com forma de
acordo com o diagrama. As alças são construídas com cerca de 4mm de altura e
com um helicóide para permitir maior flexibilidade. A cada sessão essa alça é
ativada, com abertura bilateral de aproximadamente 1mm, até que o
comprimento do arco obtido seja considerado ideal -> desconstrução da oclusão
Se algum dente apresenta-se em uma posição muito ruim e criada pela falta de
espaço na área, ele é abandonado até que a protrusão ditada pela protrusão do
arco, crie o espaço para que ele possa ser alinhado.
Dica: se houver espaço interincisivos e a linha média estiver desviada, utilizar uma
mola de secção aberta para ocupar esse espaço de modo assimétrico, e assim, já
corrigir a linha média
Plano de tratamento: BC 16 e 26
CD sup Prescrição I
NS pleno
NI pleno
Avanço mandibular
Remoção APM
A repercussão estética desse avanço foi nula, uma vez que o avanço foi
moderado e unilateral, mas pode-se perceber uma assimetria facial leve, a qual
será corrigida assim que acontecer a compensação dentária e correção da linha
média.
Após a correção ter sido atingida, solicitar uma teleradiografia de perfil para
verificar movimentos dentários que justifiquem a correção do trespasse horizontal
Após a remoção do protrator, uso de elásticos intermaxilares Classe II, com força
maior do lado que foi corrigido, que servirá como teste de estabilidade.
Padrão II deficiência mandibular em adultos - tratamento ortodôntico
cirúrgico corretivo
Terá uma fase ortodôntica com objetivo de descompensar a oclusão, dando aos
dentes posições adequadas dentro das bases ósseas, expondo o erro esquelético
e criando condições para a cirurgia
Essa ação expansora no arco superior vai gerar algum espaço e seria positivo que
ele fosse usado para suprir a demanda criada pelo alinhamento e nivelamento
dos dentes anteriores. Para tentar utilizar esse espaço, evitando protruir os
incisivos, os arcos de nivelamento são travados justos na distal. Além disso,
amarrilho distal ativo dos caninos até os molares, para aproveitar o espaço obtido
com desgaste na distal do 13 e 23 e mesial do 14 e 24.
Para evitar a protrusão, travar o fio de nivelamento na distal dos tubos dos
molares
6 meses após a cirurgia, o tratamento poderá ser finalizado se estiver tudo bem
Avaliação para finalização requer radiografias finais somadas a uma análise
clínica. O que se pretende nessa fase, com uma avaliação técnica pelo
profissional e opinião do paciente sobre a parte funcional e estética, é definir o
que é preciso para finalizar o tratamento.
Plano de tratamento: BC 16 e 26
BC 36 e 46
AIsi
Cirurgia ortognática
AIsi + fisioterapia
Contenção Placa de Hawley e 3x3 (6 meses uso direto e 18 meses para dormir)
O aparelho móvel é ancorado por uma tração extra-bucal média-alta e foi criado
por Thurow. Apoiado na dentadura estável, após a irrupção dos incisivos e 1°
molares, ele pode exercer a tripla ação que o torna eficiente para tratar essa má
oclusão. Usado apenas para dormir, tempo em que o alvéolo cresce e os dentes
irrompem e o paciente não tem convício social, o componente ortopédico da
força provida pela ancoragem extra bucal média ou média-alta, passandopelo
centro de rotação da maxila, restringe o crescimento maxilar para baixo e para
frente, enquanto o componente ortopédico modela restritivamente o alvéolo do
ponto de vista vertical na região posterior. Ao mesmo tempo, o parafuso
expansor, com uma expansão lenta, recupera a dimensão dentoalveolar
transversal, diminuída pela atresia que a compensação torna obrigatória para as
más oclusões Classe II. O espaço resultante dessa expansão permite a posição
dos incisivos e a porção anterior do arco superior ganhem aspectos de
normalidade, graças a modelagem que o arco vestibular, ativo em consequencia
a expansão, exerce na região.
BC 36 e 46 + PLA
BC 16 e 26
NS restrito
BC 43, 36
NI pleno
Contenção
Tratamento na dentadura permanente jovem paciente Padrão II-
protrusão maxilar
Nessa fase já ocorreu o surto de crescimento maxilar, que cria uma face com um
degrau sagital maxilomandibular aumentado e grandes discrepâncias dentárias,
que se instalam por dificuldades funcionais que impedem a compensação.
O diagnóstico diferencial para Face Longa deve ser feito baseado na premissa
que na protrusão maxilar o terço médio da face apresenta um bom zigomático e
presença de depressão infraorbitária, ao contrário do terço médio sem expressão
e com tendência de exoftalmia (projeção do globo ocular para fora de sua
órbita), que se espera para indivíduos Padrão Face Longa.
Plano de tratamento:
1°fase: BC 36, 46
Cd 43, 41, 31
Xp 32
NI parcial
Ni
Ni
2° fase: (após irrupção dos dentes 14 e/ou 13/23)
ERM + Herbst
Reavaliar dente 15
Ni
Asi
Contenção
O diagnóstico diferencial deve ser feito com o Padrão Face longa moderado, por
encurtamento do terço médio. As diferenças são sutis e podem ser subjetivas. A
importância seria maior na presença de crescimento, quando o prognóstico seria
melhor na protrusão de maxila. Nessa faixa etária, o tratamento e o prognóstico
serão muito semelhantes, por isso são discrepâncias limítrofes. O terço médio
com um nariz de implantação levemente oblíqua e uma linha queixo-pescoço
paralela ao plano de Camper, permitem decidir por Padrão II, protrusão maxilar.
Plano de tratamento:
BC 16, 26
Ancoragem extrabucal, tração média alta, uso noturno (quando for necessária
ancoragem máxima)
BC 43, 36
Retração parcial de 13, 23, 33, 43 com amarrilho distal e fio contínuo (uso de
peixinho)
Ns
Cd 31, 32, 41, 42 Prescrição II (meta terapêutica prevê inclinação vestibular de
incisivos)
AIsi
Contenção
Para corrigir uma má oclusão é preciso entender como ela foi construída,
entendendo o processo de tratamento como sua desconstrução. Essa é a meta
para o tratamento ortodôntico corretivo, que no caso do Padrão III, só é obtido
com cirurgia ortognática. Ao contrário, no tratamento compensatório, quando a
face é no mínimo aceitável, esse processo construtivo é parcialmente preservado,
ou seja, as relações obtidas na oclusão através da compensação natural, são
mantidas em essência, removendo-se a excrescência. A excrescência são os erros
oclusais que justificam o tratamento ortodôntico. Esse é o princípio da ortodontia
minimalista.
Os dentes inferiores, com exceção dos caninos e com maior ênfase para os
incisivos, inclinam para lingual e perdem angulação. Essa perda de angulação é
expressiva em presença e magnitude. Esses movimentos diminuem o
comprimento e largura do arco, com melhora do trespasse horizontal e vertical,
rotação anti-horária do plano oclusal e possibilidade de melhor adaptação
transversal e anteroposterior. Além disso, provocam efeitos colaterais, como
apinhamento anterior e restrições a irrupção dos caninos, que fazem irrupção
atípica, geralmente com inclinação diminuída, girados com a distal para fora e
com angulação diminuída ou mesmo negativa.
Para brancos, é rotina usar a Prescrição I para incisivos superiores, sempre com
fio redondo ou retangular .019"x.025", deixando que esses dentes sejam
protruídos somente o necessário. Se usar fio redondo, tanto faz usar Prescrição I
ou III porque não haverá leitura de torque ou inclinação. Porém, como o
protocolo para tratamento do Padrão III é quase obrigatório o uso de fio
retangular no arco superior, seria conveniente adotar a Prescrição I ou III nos
incisivos superiores na perspectiva de desejar ou não criar uma maior inclinação
vestibular.
A inclinação é determinada muito mais pela posição original do dente e pelos
efeitos que o nivelamento e alinhamento vai ter sobre ele, do que pela prescrição
de inclinação contida no braquete. A idéia é manter a compensação (dos centrais
superiores) presente, restringindo os efeitos da mecânica que provoca a
compensação nesses dentes, justificado pela estética. Compensação exagerada
gera fechamento do ângulo nasolabial, prejudicial principalmente para brancos,
menor exposição dos incisivos na visão frontal, além da rotação anti-horária do
plano oclusal comprometendo a leitura do sorriso.
As exceções, com pacientes que crescem bem, devem ser compreendidas como
pacientes portadores de Classe III, mas com padrão de crescimento normal, ou
seja, Padrão I. Também pode-se estabelecer um bom prognóstico para
portadores de deficiência de maxila moderada.
Iniciar o uso da máscara facial assim que tiver evidência clínica de disjunção
maxilar (separação dos incisivos)
A tração maxilar é feita com máscara facial baseada no desenho de Petit, fazendo
tração com apoio posterior (nas bandas dos molares), exceto quando não há
interesse em aumentar a altura facial. Nessa circunstância, tração com apoio
anterior, ainda utilizando a máscara facial, ou o uso de tração apoiada em
mentoneira tipo Sky Hook são alternativas.
Esses efeitos são atenuados pelo tempo, espera-se que ao final do tratamento (6
a 9 meses) parte dessa supercorreção se perca. Com o passar do tempo (2 anos),
ainda deve haver sinais positivos dessa terapia e a manutenção das relações
dentárias. 4 anos depois, menos efeitos estarão presentes, e parte dos pacientes
estarão comprometidos, inclusive, as relações dentárias. Em resumo, os
resultados são efetivos, mas em longo prazo há uma dependência absoluta do
padrão de crescimento do paciente. Essa perspectiva é importante, pois permite
um prognóstico adequado que não pode ser corretamente definido logo após a
fase ativa de tratamento. Em nosso protocolo isso é previsto e recebe o nome de
monitoramento de irrupção e crescimento. Além da observação visual, uma
avaliação de quantidade de crescimento, expressa pelas alterações entre a
relação sagital maxilomandibular pode ser feita
Tração ortopédica da maxila com mini placas apresentada por De Clerck como
uma nova perspectiva para tratamento da deficiência do terço médio. Pacientes
entre 10 e 11 anos, já passaram da fase ideal para tratamento com ERM+MF e
ainda são muito novos para cirurgias ortognática, mas podem receber as mini-
placas. Elas são colocadas na maxila, abaixo do arco zigomático, e na mandíbula,
entre canino e lateral ou canino e 1° pré. Após 3 semanas das cirurgia (anestesia
geral ou local), são usados elásticos intermaxilares apoiados nas placas com 100g
de força nas primeiras semanas (4 a 8). Após esse período pode ser necessária
uma placa móvel para aliviar a interferência da mordida cruzada, e os elásticos
aumentam para 200g de força. Sempre usados 24hrs por dia por um período de
12 a 16 meses. Após isso, no período de acompanhamento, o uso de elásticos é
noturno.
ERM
Tração maxilar
Diagnóstico: paciente jovem, Padrão III moderado, com diagnóstico de Padrão III
na dentadura mista e boa evolução após tratamento interceptivo com ERM+MF.
Em dentadura permanente, com relação molar menor que 1/4 de Classe III, com
desvio de linha média inferior para direita e diastemas no arco inferior.
NS pleno
BC 36 e 46 tubo simples
Contenção: placa de Hawley, 3x3, placa de Osamu (6 meses direto e 1 ano e meio
para dormir)
Logo após a instalação do arco inferior, já inicia-se o uso de elásticos com força
leve, apoiados nos caninos. Quando chega no fio .018" aço, os elásticos são
apoiados em ganchos instalados na mesial dos caninos
CD 15, 25
ERM
NI com elásticos de Classe III de força leve, apoiados nos caninos inferiores até sua
correção
NS pleno
Finalização
Utiliza-se o elástico de Classe III desde o primeiro fio, até que ele fique com
angulação zero. Nesse momento, colocar um laceback passivo para manter o
canino na nova posição
Como protocolo, sempre que fizer ERM tem que usar fio .019"x.025" no arco
superior. Quando for usar elástico para corrigir relação sagital e melhorar
inclinação dos incisivos inferiores, além desse fio superior, usar .018" aço embaixo,
e elástico apoiado em gancho na mesial dos caninos inferiores. Elásticos de
Classe III em fio redondo promovem constrição do arco, o que é interessante
para o arco dentário inferior no tratamento compensatório das más oclusões
Classe III.
Elásticos Classe III passam para uso noturno, depois que se considera corrigidas
as relações oclusais posteriores e supercorrigida as relações dentárias anteriores.
O manejo terapêutico, mesmo sem desgaste dos dentes anteriores inferiores,
apenas com braquetes protrusivos no arco superior e não protrusivos no arco
inferior, criam uma discrepância de massa dentária que supercorrige o trespasse
horizontal. O trepasse vertical é supercorrigido pela colagem individualizada nos
incisivos inferiores, usando a mesma altura dos caninos. Após um período de
tempo que varia na dependência: na quantidade de correção instituída,
crescimento remanescente, padrão funcional e colaboração do paciente, os
elásticos são removidos para testar a estabilidade.
CD 16 e 26 tubo simples
CD 13 passivo
As protrusão
CD 36 e 46 tubo simples
Quando houver espaço para nivelar incisivos inferiores sem protruir: CD 31, 32, 41,
42 Prescrição III
No arco inferior, quando já estiver espaço para os incisivos, colar Prescrição III e
passar .014" NiTi. Arcos travados na distal dos tubos e elástico de Classe III
apoiados nos caninos inferiores
Após o nivelamento inferior chegar ao .018" aço, os elásticos de Classe III são
colocados em ganchos a mesial dos caninos inferiores e as relações dentárias são
corrigidas ou supercorrigidas
Em pacientes prognatas, o lábio inferior está mais vertical, com pouca exposição.
Diagnóstico: paciente adulta jovem, Padrão III por deficiência maxilar, com
comprometimento da agradabilidade facial e um prognóstico prévio, bom para
tratamento ortodôntico corretivo com cirurgia ortognática. Relação molar Classe III
lado direito e I lado esquerdo, trespasse horizontal e vertical justos, incisivos
superiores inclinados para vestibular (compensação) e inferiores bem posicionados,
com moderado apinhamento
Plano de tratamento: BC 16 e 26
Ns restrito
BC 36, 46
AIsi
Cirurgia ortognática
AIsi e fisioterapia
Quando não quer protruir, nesse caso no arco superior, colar os braquetes
passivos, com angulação 0° para centrais e 4° para laterais, é protocolo em casos
que desgaste será utilizado como ferramenta para não protruir. O que se
pretende é manter os incisivos centrais superiores que já estão verticalizados, e os
laterais em angulação aceitável (incisal paralela ao plano oclusal) nas posições
originais. Isso implica que o espaço ganho com o desgaste interproximal não seja
gasto com angulação dentária desnecessária
Cuidar para sempre é a única opção para manter a forma sob um restrito
controle, permitindo relativa estabilidade para os resultados obtidos, dentro das
possibilidades demarcadas pelos fatores determinantes: genética e
envelhecimento.
Uma mandíbula com crescimento excessivo pode ser mascarada por um vetor de
crescimento facial vertical
NS .016" NiTi
BC 36, 46
CD inferior Prescrição I (inclusive 2° molares)
NI
AIsi
Cirurgia ortognática
AIsi + fisioterapia
Finalização
Não usar a mentoneira porque tem pouca relação custo benefício, longo tempo
de uso, ineficiência, necessidade de uso por todo o período de crescimento,
impossibilidade de controlar o prognatismo
TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES PADRÃO FACE LONGA
Admitindo que a posição dos dentes nas más oclusões do Padrão Face Longa
representa o ponto de equilibrio entre os fatores funcionais internos e externos,
mudanças nas posições desses dentes serão instáveis se não forem precedidas e
acompanhadas de mudanças funcionais. Por isso o interesse interdisciplinar e a
importância do acompanhamento desses pacientes ao longo do crescimento,
para compreensão dos novos limites para movimento e posicionamento dos
elementos dentários, de acordo com a evolução funcional. Assim as mudanças
nas posições dos dentes serão coerentes e terão estabilidade funcional.
A compensação deveria evitar modificar a posição original dos incisivos, sob pena
de instabilidade potencial - "eles estão onde podem estar"
Relação molar
Como rotina, as más oclusões Classe III do padrão Face Longa não são
candidatos do tratamento compensatório, porque essa relação sagital expressa
magnitude e gravidade. Considerando-se então, as más oclusões Classe I e II, elas
teriam em comum o preceito de manter, sempre que possível, os dentes onde
eles estão. Por isso o esforço em criar condições, em uma dentição mista, para
permitir que eles estejam em uma posição mais confortável e que permita a
consecução de um tratamento compensatório que respeite essa máxima de fazer
o mínimo de movimentação dentária.
Braquetes
Braquetes não protrusivos são apropriados quando a idéia é alinhar e nivelar sem
gastar espaço, ou seja, evitando protruir e/ou expandir
Tratamento interceptivo das más oclusões Padrão Face Longa
Um paciente assim classificado pode não ser, mas estar face longa
Se a necessidade for por espaço, fazer ERM; se for somente para correção de
forma da maxila, usar Quadrihélix
Quando faz ERM, associar a mentoneira (com tração alta) como tentativa de
anular os efeitos colaterais (rotação horária da mandíbula, piorando ainda mais o
vertical) desse procedimento, justificada pelos seus efeitos primários.
ERM + mentoneira com tração alta para dormir (expansão mais lenta, sendo 3/4
de volta na primeira ativação e depois 1/4 de volta por dia. Após constatada
clinicamente a expansão maxilar, é instalada a mentoneira de tração alta para uso
noturno)
Reavaliar evolução do arco inferior
Diagnóstico: paciente jovem, padrão Face Longa de gravidade média, causada por
encurtamento do terço médio da face e crescimento distal do côndilo. Dentadura
mista, período intermediário, relação molar Classe II, 1/2 lado direito e 1/4 lado
esquerdo. Mordida aberta anterior. Prognóstico limitado pelas dificuldades
funcionais e pelo padrão facial
CD 12, 11, 21, 22 braquetes sem angulação para centrais e com angulação passiva
para laterais
NS parcial
Na radiografia lateral podemos ver uma discrepância entre côndilo, ramo e corpo
(podendo ser observado na panorâmica também), a divergência entre os planos
palatino e mandibular, o ângulo goníaco aberto e a chanfradura antegoníaca
Para gerar protrusão, pode-se utilizar ômegas ativos no fio .018" aço
Fase 2:
BC 36, 46
CD 33, 32, 31, 41, 42, 43 Prescrição III (altura dos incisivos igual dos caninos)
NI travado para evitar protrusão e elásticos de Classe III com força leve e vetor de
intercuspidação
Protocolo usar Prescrição III no arco inferior em casos sem extração. A justificativa
é que esses braquetes não são protrusivos, diminuindo a necessidade de espaço
para nivelamento e alinhamento, por não exigirem angulação e, por
consequencia, nem equalização. Pode-se também utilizar a prescrição Não
Protrusiva
O nivelamento inferior começou com uso de fio .014" NiTi e uso de elásticos de
Classe III, com vetor de intercuspidação anterior, apoiados em ganchos na mesial
dos caninos superiores e nos caninos inferiores até o tubo do 1° molar superior.
Pode-se também utilizar ganchos na mesial dos caninos inferiores, ligando-os aos
caninos superiores e 1° molar superior
Paciente com 9 anos mostrando todos os sinais clássicos: exame frontal mostrava
o predomínio do vertical, com terço inferior longo e desproporcional, lábios
afastados e hipotônicos, com dentes expostos, expressão zigomática deficiente,
base do nariz estreita. O perfil mostrava muita convexidade, por rotação horária
da mandíbula, deficiência maxilar expressa por um terço médio plano, e com
exoftalmia. Columela curta e ascendente, lábio superior pinçado, lábio inferior
evertido e uma grande distância entre eles. Linha queixo-pescoço curta,
divergente do plano de Camper e ângulo queixo-pescoço fechado.
Diagnóstico: paciente face longa grave, com padrão funcional muito perturbado, e
que poderia ser considerado corresponsável pela discrepância exibida pela face. O
ambiente como fator negativo, potencializando uma genética desfavorável. Será
necessário um tratamento multidisciplinar. Paciente Padrão Face longa grave,
crescimento distal de côndilos, dentadura mista, primeiro período, relação sagital
Classe I, atresia maxilar e dos arcos dentários superior e inferior. Falta de espaço
potencial para irrupçao dos dentes permanentes. Comprometimento funcional
significante. Prognóstico nebuloso, dependendo da possibilidade de melhora do
padrão funcional.
Plano de tratamento:
ERM
BC 36 e 46 + PLA
Reavaliação
A ERM foi feita com expansor modificado para dentadura mista, com bandas
apenas nos 2° molares decíduos. A 1° ativação foi 3/4 de volta completa e depois
1/4 pela manhã e 1/4 a noite, até abrir o diastema interincisivos, então a ativação
do aparelho passou para 1/4 por dia. A mentoneira de tração vertical foi instalada
com intenção de minimizar os efeitos verticais sobre a maxila, dentadura superior
e mandíbula. A PLA baixa, curta e pequena foi instalada, com intenção de
expandir o arco inferior. Após 3 meses do término da ativação, o expansor foi
removido e instalada uma placa sem grampos. A mentoneira foi removida após 6
meses de uso, já que a intenção era neutralizar os efeitos rotacionais no sentido
horário, pertinentes à ERM, e que em pacientes verticais, podem ser preservados
por incorporação ao ambiente funcional negativo.
Após irrupção dos 1° pré molares, foram solicitadas novas radiografias, e visto
que as extrações seriam realmente necessárias, foram realizadas. O paciente
mantinha o uso do Bionator fechado.
Quando todos os dentes decíduos foram extraídos, uma nova documentação foi
solicitada. A ERM e lenta do arco inferior, a melhora nas condições de respiração
estimulada pelo Bionator fechado, e as extrações sucessivas, culminando na
remoção dos 1° pré molares, pareciam ter contribuído positivamente.
Nos pacientes Padrão Face longa, é possível decidir pela cirurgia ortognática a
qualquer momento, mesmo depois do tratamento terminado. Não há
incompatibilidade na posição dentária definida através de um tratamento
compensatório e aquela que seria ideal para um tratamento cirúrgico.
Plano de tratamento 2:
AIs
O nivelamento inferior começou com fio .016" NiTi, com retração dos dentes 33 e
43 com amarrilho distal ativo, para perda de ancoragem. No arco superior foi
realizada a mesma mecânica. Quando os caninos superiores tinham liberado
espaço para alinhamento e nivelamento dos dentes anteriores, os braquetes dos
incisivos foram colados com angulação mínima (0° para 11 e 21 e 4° para 12 e 22)
Com o passar dos anos, ficamos com o conceito de 'normal' mais flexível. Os
tecidos moles tendem a perder o tônus e a se concentrar no terço inferior da
face. Para indivíduos com padrão normal de tecido mole, isso significa perder
protrusão, toque dos lábios ficando mais inferior e compressivo, sulcos peribucais
mais marcados, linha queixo-pescoço com acúmulo de tecido mole e
deslocamento inferior do ponto cervical. Para indivíduos Padrão Face longa,essas
são alterações que dão ao envelhecimento viés positivo, significando redução da
expressão facial das características negativas desse padrão.
Diagnóstico: Paciente adulta jovem, Padrão face longa de gravidade média, com
excesso vertical de maxila. Face aceitável, queixa restrita ao apinhamento. História
de tratamento ortodôntico, com recidiva na região anterior dos arcos dentários.
Relação molar de Classe I, adequado engrenamento dentário posterior e
apinhamento anterior em ambos os arcos. Prognóstico bom para tratamento
ortodôntico compensatório
CD 43, 42, 41, 32, 33 Prescrição II (porque os incisivos estão e vão continuar
vestibularizados) (CD braquete do 31 no 41 e 33 e 43 com redução de angulação)
XP 31
Laceback 33-36 e 43-46, conjugado 41-42 e tração mesial do 32, e incluir 33 e 43
no nivelamento somente quando tiver espaço disponível
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