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dentígero, cisto paradentário, entre do próprio paciente para o
outros. procedimento correto do tratamento.
De igual importância em I – DENTE INCLUSO - DEFINIÇÃO
O dente que mesmo após
relação às inclusões dentárias, sua maturação e época normal de
principalmente no diagnóstico, é o irrupção permanece parcial ou
totalmente rodeado de tecido ósseo,
papel desempenhado pela tecido mucoso ou tecido ósseo e
radiologia. É através dessa mucoso.
especialidade que se diagnosticam Entre os dentes inclusos,
anomalias, através de exames devemos diferenciar dente retido e
dente impactado.
radiográficos pré-operatórios, sejam
eles convencionais, como periapical,
oclusal e panorâmico, ou especiais
de localização como a técnica de
Clark, por exemplo, além dos
métodos modernos utilizados
atualmente para um diagnóstico por
imagens, como a tomografia
computadorizada, contribuindo
assim para o êxito de um
procedimento cirúrgico. Dente retido é aquele que
Em implantologia, também mesmo após o seu período normal
de erupção continua incluso sem
pela necessidade obrigatória de que haja qualquer barreira física
exames radiográficos e/ou impedindo que irrupcione.
tomográficos previamente ao
tratamento, não é incomum o
diagnóstico de inclusão que,
eventualmente, pode estar
localizada na área destinada à
colocação de implantes.
Assim, deve haver uma
participação interdisciplinar do
clínico ou odontopediatra para o
diagnóstico; do ortodontista, do
periodontista, do cirurgião bucal e
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constituem assuntos de grande
interesse na literatura ortodôntica.
195
Do mesmo modo, os dentes não da combinação de um ou mais
anquilosados podem não irromper fatores:
por falha no mecanismo de erupção.
IV - ETIOLOGIA
O canino superior, segue a FIGURA 01 – A longa trajetória a ser percorrida pelos
mais , difícil e tortuosa trajetória de caninos durante a sua erupção – VAN DER LINDEN.
erupção e, as deflexões de um
dente em seu curso normal
aumentam proporcionalmente com a
distância que o dente deve
percorrer, desde o início de sua
formação até a oclusão final.
196
Além destes fatores, o trauma
tem sido mencionado na literatura
como fator etiológico estreitamente
relacionado à impactação. Devido à
proximidade das raízes dos dentes
decíduos com os germes dentários
dos sucessores permanentes, um
trauma na região ântero-superior
pode conduzir à anormalidade no
padrão de erupção dos caninos
adjacentes, resultando na
impactação ou erupção ectópica.
V - DIAGNÓSTICO E LOCALIZAÇÃO
DE CANINOS IMPACTADOS
Para a realização de um
diagnóstico preciso, torna-se
necessária a associação dos
FIGURAS 3 e 4 – Relação dos caninos e as raízes dos exames clínicos (inspeção e
incisivos laterais durante o desenvolvimento da palpação) com os radiográficos.
oclusão.. VAN DER LINDEN
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Fig. 05 – Canino incluso por vestibular identificado em realidade, o dente pode estar
exame clínico – visualização – por abaulamento da
mucosa vestibular. ausente. Em crianças de 9 anos de
idade, o canino em correta erupção
Devido à proximidade da é palpável.
coroa dos caninos não irrompidos
com a raiz dos incisivos laterais,
suas posições podem ser
influenciadas pelos tipos de
impactações. Se a impactação
ocorre por palatina, pode pressionar
a raiz do incisivo lateral no sentido
anterior e a coroa movimenta-se em
direção ao palato,
conseqüentemente, permanecendo
verticalizados em relação ao incisivo
Fig. 07 – Canino incluso por palatina identificado pelo
central. exame clínico – palpação .
Entretanto, se a impactação
ocorrer por vestibular, a pressão Em condições normais de
sobre a raiz do incisivo lateral para a desenvolvimento, o dente é palpável
palatina conduz a coroa para a vestibularmente acima dos caninos
vestibular, ficando inclinada para decíduos, entre 2 a 3 anos antes da
anterior, em relação ao incisivo sua irrupção. O aspecto vestibular
central. do alvéolo deve ser palpado acima
da gengiva inserida.
198
RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS Quando se considera a
necessidade de tracionamento do
O filme periapical consiste na canino impactado, esta técnica é de
radiografia mais simples para a grande utilidade na localização do
avaliação de dentes retidos ou canino para planejar uma
impactados e proporciona uma abordagem cirúrgica de exposição
imagem de precisão e qualidade de da coroa do referido elemento
resolução, sendo considerada dentário, de maneira mais adequado
aquela que trará informações iniciais sendo por palatina ou vestibular.
em casos de suspeita de
impactações. Diante desta situação,
deve-se analisar criteriosamente a
radiografia obtida, verificando e
comparando se o estágio de
calcificação é similar entre os dois
caninos, principalmente, nas
manifestações unilaterais. Esta
radiografia também possibilita a
avaliação da presença e tamanho
do folículo, assim como a
integridade da coroa e raiz do FIGURA 09 – Radiografias periapicais evidenciando
elemento dentário. Além disso, as a impactação de caninos superiores.
obstruções mecânicas podem ser
constatadas e determinar a
necessidade ou não da realização
de medidas terapêuticas.
199
vestíbulo-lingual do canino FIGURA 13 – Esquema da tomada de radiografias oclusais
da maxila e seu resultado, localizando o canino
impactado, e, em conjunto com os transversalmente.
filmes periapicais, proporcionam a
visualização da sua relação com
RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
outros dentes.
A radiografia panorâmica é
uma radiografia extremamente útil
Estas radiografias para determinar a posição de
proporcionam uma boa indicação da caninos não irrompidos, nos três
orientação horizontal do canino e a planos do espaço. Esta radiografia,
posição da coroa e ápice em além de fornecer uma boa indicação
relação aos outros dentes. da altura do canino e sua relação
com o plano sagital mediano,
propicia, ainda, informações sobre a
Porém, há uma limitação na sua inclinação.
utilização desta técnica radiográfica:
a sobreposição dos caninos com os
dentes adjacentes.
A magnificação da imagem é
um instrumento suplementar útil
para localizar o dente. O canino
localizado pela palatina, apresenta
uma imagem maior do que os
dentes adjacentes e isto se torna
bastante evidente, quando se
comparam as imagens de dois
FIGURAS 11 e 12 – Radiografia oclusal para a
visualização do canino impactado e a sua relação com
caninos impactados, um por
os dentes adjacentes. vestibular e outro pela palatina.
Analisando-se a localização
da cúspide do canino superior não
irrompido em relação à raiz do
incisivo lateral, nas radiografias
panorâmicas, na dentição mista,
78% dos caninos impactados por
palatina mostravam a sobreposição
200
das cúspides mesialmente às raízes FIGURA 14 – Posição dos caninos superiores no
dos incisivos laterais. plano transversal em relação à linha mediana,
ERICSON, KUROL.
A sobreposição horizontal
dos caninos, sobre as raízes dos
incisivos laterais, é um fator que
pode ser analisado por meio das
radiografias panorâmicas, quando
se constata que mais da metade da
raiz do incisivo lateral sofreu a
sobreposição, isto indica que existe
uma possibilidade de 64% dos
casos de caninos em posição
ectópica para a palatina FIGURAs 15– Radiografia panorâmicas evidenciando
a angulação do longo eixo dos caninos impactados
normalizarem-se; porém os casos com o plano médio-sagital.
em que menos da metade da raiz do
incisivo lateral é sobreposta pelos
caninos, 91% tendem a normalizar-
se.
A angulação do longo eixo
dos caninos com o plano médio-
sagital visualizado nas radiografias
panorâmicas podem indicar o
padrão de erupção dos caninos, se
FIGURAs 16– Radiografia panorâmicas evidenciando
favorável ou não. Quando este a angulação do longo eixo dos caninos impactados
ângulo exceder o valor de 31°, a com o plano médio-sagital.
possibilidade de erupção favorável
reduz-se.
201
FIGURA 18 – Telerradiografia frontal mostrando a
impactação de caninos.
202
com a presença de 6) cisto dentígero que pode
incisivos laterais tornar-se ameloblastoma,
anômalos ou ausentes. e
Essas suspeitas se 7) reabsorção do próprio
aplicam mais para as dente.
impactações por palatina
e após a idade dos 10 Nos dentes permanentes, os
anos, observar: caninos que irrompem em contato
com as raízes dos incisivos
permanentes causam reabsorções,
a) a existência de como conseqüência do rompimento
assimetrias na do ligamento periodontal e a
palpação dos caninos pressão na área dos ápices
ou uma pronunciada radiculares. A reabsorção radicular
diferença na erupção pode ser ,. esperada em 12% dos
dos caninos entre os incisivos que contatam com os
lados direito e caninos em erupção ectópica,
esquerdo; indicando uma prevalência de 0,7%
b) os caninos não são em um grupo de crianças de 10 a 13
palpáveis e se anos.
encontram num
avançado estágio de
desenvolvimento,
sugerindo um padrão
de erupção ectópica,
isto é, os dentes se
encontram em
posições
desfavoráveis; FIGURA 14 – Incisivo lateral reabsorvido pela
proximidade com a coroa da canino.
c) os incisivos laterais
apresentam-se
IX - PREVENÇÃO DA IMPACTAÇÃO DOS
inclinados para a CANINOS SUPERIORES
vestibular ou para a
distal. Quando se detectam,
IX - ALTERAÇÕES DECORRENTES precocemente, sinais de erupção
DA IMPACTAÇÃO ectópica dos caninos, por meio da
radiografia panorâmica, em que se
1) impactação vestibular, constata a sobreposição dos
geralmente impactados caninos sobre os incisivos já
verticalmente; completamente desenvolvidos,
2) impactação lingual, associados aos sinais clínicos da
geralmente impactados não possibilidade da palpação do
horizontalmente; canino, deve-se tomar providências
3) reabsorção radicular de para tentar evitar a sua impactação
dentes adjacentes; e as possíveis alterações que
4) dor; possam ocorrer. As extrações
5) infecção das impactações seletivas de caninos decíduos, na
parciais, resultando em idade de 8 a 9 anos, foram
dor e trismo; sugeridas por WILLIAMS, como
203
abordagem interceptora para a localizassem mesialmente à linha
impactação de caninos em casos de média dos incisivos laterais.
Classe I sem apinhamento,
principalmente nos casos em que os
caninos não eram palpáveis em As extrações de pré-molares
seus processos alveolares e a estão indicadas nos casos de
radiografia frontal demonstrava uma apinhamento, oferecendo aos
inclinação medial inadequada dos caninos deslocados o benefício
caninos. imediato de proporcionar espaço
para a espontânea melhoria da
posição dos caninos, durante as
A remoção de caninos fases de alinhamento e nivelamento
decíduos na presença de caninos da mecanoterapia. Muitos casos de
permanentes deslocados para a impactação estão associados com
palatina, evidenciou a melhora nas incisivos anômalos; nestes casos, o
suas posições durante a erupção, profissional terá que optar pela
sendo que o restabelecimento total manutenção dos incisivos e solicitar
na posição foi . verificado em 62% a realização das exodontias de pré-
destes casos. Entretanto, quando a molares, para posicionar os caninos
sobreposição horizontal sobre o impactados, havendo,
incisivo mais próximo ultrapassar a posteriormente a necessidade da
metade da sua raiz e a angulação reconstrução estética dos incisivos
do longo eixo do canino com o plano laterais anômalos. Estes casos
médio-sagital exceder 31°, o podem encontrar uma segunda
prognóstico é desfavorável. solução viável: as extrações dos
incisivos anômalos que podem
favorecer a irrupção adequada dos
A possibilidade da caninos permanentes, anteriormente
normalização de caninos em impactados.
posição ectópica pela palatina,
ocorria em 91% dos casos, quando
ocorria a sobreposição horizontal, A remoção de caninos
envolvendo menos da metade das decíduos, antes da idade de 11
raízes dos incisivos laterais, porém anos, poderia normalizar a posição
esta porcentagem reduzia-se para de caninos permanentes, que
64, quando ultrapassava mais do estavam irrompendo ectopicamente
que a metade de suas raízes. em 91% dos casos, se os caninos
se encontrassem com as coroas
distalmente à linha média do incisivo
A remoção de caninos lateral. Entretanto, a taxa média de
decíduos, antes da idade de 11 sucesso de 64% era verificada, se
anos, poderia normalizar a posição as coroas dos caninos se
de caninos permanentes, que localizassem mesialmente à linha
estavam irrompendo ectopicamente média dos incisivos laterais.
em 91% dos casos, se os caninos
se encontrassem com as coroas
distalmente à linha média do incisivo As extrações de pré-molares
lateral. Entretanto, a taxa média de estão indicadas nos casos de
sucesso de 64% era verificada, se apinhamento, oferecendo aos
as coroas dos caninos se caninos deslocados o benefício
imediato de proporcionar espaço
204
para a espontânea melhoria da verificar a ocorrência de
posição dos caninos, durante as condições patológicas;
fases de alinhamento e nivelamento 2) auto-transplantação do
da mecanoterapia. Muitos casos de canino;
impactação estão associados com 3) extração do canino
incisivos anômalos; nestes casos, o impactado e a
profissional terá que optar pela movimentação do pré-
manutenção dos incisivos e solicitar molar para o seu espaço;
a realização das exodontias de pré- 4) extração do canino e
molares, para posicionar os caninos posterior ortodontia, para
impactados, havendo, movimentar o segmento
posteriormente a necessidade da posterior a fim de fechar o
reconstrução estética dos incisivos espaço residual;
laterais anômalos. Estes casos 5) exposição cirúrgica do
podem encontrar uma segunda canino e posterior
solução viável: as extrações dos tracionamento ortodôntico;
incisivos anômalos que podem 6) prótese ou implante para
favorecer a irrupção adequada dos substituir o canino.
caninos permanentes, anteriormente
impactados. XI - Exposição cirúrgica seguida de
tracionamento ortodôntico do canino
retido.
X - CONDUTAS DE TRATAMENTO
Este procedimento
Frente aos diversos meios representa o tratamento
atuais de diagnóstico disponíveis, preferencial. Consiste no acesso
consegue-se prevenir ou mesmo cirúrgico ao canino retido para
evitar as impactações e/ou irrupção fixação de um acessório ortodôntico,
ectópica dos caninos, fato este por meio do qual aplica-se uma
relevante no planejamento clínico. força para realizar o seu
Raramente se observa a prevenção tracionamento, até posicioná-lo
da impactação deste dente no corretamente no arco dentário.
âmbito preventivo, principalmente
em função de os caninos
apresentarem um desenvolvimento Obviamente, sempre que
longo e uma irrupção tardia. Sabe- necessário, antes da cirurgia, o
se que a interceptação da paciente deverá ser submetido a
impactação pode ocorrer quando uma intervenção ortodôntica prévia,
das extrações precoces dos caninos com vistas a se obter espaço
decíduos, numa faixa etária jovem suficiente para o futuro alinhamento
de 8 a 10 anos, do canino no arco dentário.
205
procedimento cirúrgico é, pois,
aquele que possibilita a obtenção de
uma largura suficiente de gengiva
inserida sem recessão gengival ou
perda de inserção óssea alveolar ao
término do tracionamento
ortodôntico.
A técnica do retalho
reposicionado em sua posição
original envolve o levantamento do
retalho gengival, a remoção do
tecido ósseo até expor a coroa do
canino retido, a fixação de um
acessório neste dente e o
reposicionamento do retalho,
cobrindo totalmente a área cirúrgica.
Desta forma, apenas o amarrilho
trançado , ficará visível na cavidade
bucal, sendo o tracionamento do
dente realizado em campo fechado.
É prioritário que o amarrilho de
tracionamento fique posicionado no
centro do processo alveolar, para
determinar uma quantidade
adequada de mucosa ceratinizada
por vestibular, quando o dente
atravessar a mucosa bucal. Se o
dente irromper na cavidade bucal
através da mucosa alveolar, além
do prejuízo estético, o periodonto de
proteção ficará comprometido,
necessitando, provavelmente, de
um enxerto gengival ao final do FIGURAS 19,20 e 21 – seqüência da cirurgia e
retalho reposicionado em sua posição original,
tratamento. cobrindo a coroa do canino retido após a fixação do
acessório para o tracionamento.
206
mecânico que imprime sobre as
células do periodonto; e permite um
menor controle da direção de
tracionamento, podendo implicar na
alteração da posição do incisivo
lateral adjacente.
2- O método mais utilizado,
com vantagens indiscutíveis, é a
colagem direta do acessório
ortodôntico ao esmalte do dente
retido. Necessita de mínima
osteotomia, apenas o suficiente
para expor uma parte do esmalte
para a realização da colagem.
Possibilita, também, a seleção do
local a ser colado, de acordo com a
direção do movimento desejado
pelo ortodontista, isto é, quanto
mais horizontal o canino encontrar-
se, mais para incisal o acessório
deve ser colado, visando a
verticalização do dente.
B-MÉTODOS DE FIXAÇÃO DO
ACESSÓRIO OU PRENDER O DENTE
1-O laçamento ao nível do
colo dental com fio de amarrilho
constitui um método pouco utilizado
atualmente, pois apresenta muitas
desvantagens: necessita extensa FIGURA 27 – Fio de amarilho transfixado ou passado
osteotomia para amarrar o fio na pela perfuração na incisal de canino.
207
do fio de amarrilho. Está indicado tracionamento por um braquete,
quando não é possível a com o objetivo de posicionar o
manutenção de um campo seco canino corretamente no arco
para a realização da colagem direta dentário.
de um acessório ortodôntico.
dentes e/ou suporte ósseo reduzido .FIGURA 28 - Tração com mola nitinol.
devido à doença periodontal ou Em Almeida et al (2001)
paciente com dentição mista. encontra-se o sistema “Balista” que
A força de tracionamento consiste em sistema ortodôntico
deve ser suave, ou seja, não simplificado para dentes impactados
ultrapassando 60 gramas (2 onças), o qual traciona o dente acometido
e pode ser produzida, da por molas, pela ação de uma mola que libera
elásticos ou magnetos. A força uma força contínua ativado por seu
possui direção predominantemente longo eixo.
extrusiva, mas os componentes Após exposição cirúrgica da
horizontais de força (distal e coroa dos caninos, que é realizada
vestibular) poderão ser associados de forma conservadora e menos
de acordo com a posição do canino traumática, a montagem do sistema
retido. inicia-se pela bandagem dos
Quando a coroa do dente primeiros e segundos molares (se
estiver suficientemente exposta na presentes nos arcos dentários). Os
cavidade bucal, substitui-se o primeiros molares receberão,
acessório ortodôntico de vestibularmente, tubos triplos e
208
linguais quadrados pela palatina; e FIGURA 31 - Barra transpalatina como ancoragem e
estabilização dos dentes que suportarão a tração.
os segundos molares, tubos
simples. Estes dentes serão
interligados aos seus homólogos por
meio de uma barra transpalatina
construída com fio de aço inoxidável
.036", estabelecendo-se a
consolidação deste segmento. A
ancoragem pode ser reforçada pela
vestibular, com um arco
segmentado .019"X .025", unindo os
primeiros e segundos molares. FIGURA 32 - Mola Ballista ativada.
209
soldada às bandas dos primeiros
pré-molares, reforçando-se a
ancoragem, nesta região.
Pode-se enumerar algumas
FIGURA 34 – Arco auxiliar confeccionado com fio
vantagens: .014” australiano para tração de canino inferior por
vestibular.
1. permite a aplicação sobre dentes
impactados que se aproximam
muito das raízes dos dentes
adjacentes, pois o sistema os
afastam do contato com as
raízes de dentes adjacentes, o
que normalmente não ocorreria
com o emprego de um simples
arco, vestibularmente;
210
FIGURA 37 - Arco auxiliar para tração com fio .014”
australiano, amarrado ao arco principal, ativado.
B
FIGURA 39 A e B – Fio super elástico nitinol o final de
tracionamento de canino, (A) com mantenedor de
espaço (B) sem mantenedor de espaço.
211
Outra opção para o
tracionamento é a utilização de um
arco auxiliar, que inicia-se no pré
molar do lado oposto do canino a
ser tracionado e, na distal do pré
molar fazemos uma dobra em u
para oclusal e um helicóide após o
helicóide iremos deixar a quantidade
de fio desejada, se mais para mesial
ao canino, este será tracionado
mais para a mesial ou se menor e a
distal do canino a ser tracionado
este virá mais para distal.
212
FIGURAS 50 e 51 – Cantilever antes e depois de
FIGURA 30 – Tração com uso de aparelho removível
ativado.
em paciente com poucos dentes para ancoragem do
fixo.
2- APARELHOS REMOVÍVEIS
Como citado anteriormente, o
tracionamento ortodôntico pode ser
feito com aparelhos removíveis
porém, estes devem ser
empregados nos tratamentos onde
a aparatologia fixa torna-se difícil ou
impossível por faltas de dentes,
dentição mista, falta de ancoragem
dentre outras. Dois problemas
devem ser destacados como
desvantagem quando utilizamos
este tipo de aparatologia que são –
a necessidade de cooperação do
paciente e que as forças não são
constantes.
FIGURAS 31,32 e 33 – Utilização do aparelho
removível como opção ao paciente que não aceitou o
fixo.
Em pacientes na fase de
dentição mista pode ser necessária
213
a tração de algum dente incluso e
não contamos com a possibilidade
de empregar os aparelhos fixos pela
direção da tração e falta de dentes
para apoio, nesses casos o
removível é uma boa opção.
214
FIGURAS - Canino retido por palatina – FoI
planejado tracionar inicialmente para distal por
palatina para depois que afastar das raízes do central
e lateral aí sim em direção a vestibular. FIGURAS .. .. – Tracionamento de 12 e 13 – Direção
das forças em sentidos diferentes.
215
Devemos ter sempre em
mente que quanto maior o tempo de
tratamento, maior será os riscos de
complicações.
E) ESTABILIDADE
A estabilidade do
FIGURA .. – 13 e 23 em posição bastante difícil,
sendo tracionado primeiramente por palatina, para
tracionamento de dentes inclusos,
afastar das raízes de centrais e laterais para depois em especial os caninos,dependem
mudar a direção de forças para vestibular. de:
a- Posicionar
corretamente e
canino,
d) COMPLICAÇÕES b- Sobrecorreção
vertical
O prognóstico do
tracionamento depende da posição c- Fibrotomia
do canino retido em relação aos circunferencial,
dentes adjacentes, da angulação de d- Remover excesso
seu longo eixo, de sua altura no de tecido gengival,
rebordo alveolar, da presença de principalmente por
dilaceração radicular e possível palatina.
presença de anquilose. Quanto mais e- Deixar em contenção.
horizontal e medialmente localizado,
mais pobre o prognóstico do F) CONTRA-INDICAÇÕES
tracionamento. Quando se inicia o Temos várias circunstancia
tracionamento na fase final da que será contra indicado o
rizogênese, porém antes do tracionamento e conseqüentemente
fechamento do ápice radicular, o optaremos pela extração do canino,
prognóstico é mais favorável, pois deixando o pré-molar já erupcionado
há menos chances de ocorrer em sua posição:
anquilose apical e dilaceração
radicular. a- anquilose,
b- impactação severa,
A opção pelo tracionamento c- dilaceração de raiz severa,
ortodôntico do canino retido envolve d- reabsorção radicular (externa
riscos e complicações que são: ou interna)
e- patologias que envolvem
a - Re-exposição cirúrgica canino,
b - Higienização deficiente f- Oclusão satisfatória com o pré-
c-Infecção
d- Dor molar no lugar do canino.
e- Desvitalização
f- Danos a dentes/tecidos adjacentes Neste tópico apesar das
g- Reabsorções internas e externas contra indicações de literatura
h- Anquilose. descritas nas alíneas acima,
I- Aumento da coroa clínica.
j- Descoloração devemos ter sempre em mente que
k- Perda de osso alveolar nada é mais importante do que a
l- Recessão gengival. coerência e o bom senso.
m- Perda do dente.
216
Em especial a alínea “ c “,
em certa ocasião recebemos uma
paciente do sexo feminino com 8
anos de idade, o 21 em posição
trans-alveolar, dilaceração e má
formação radicular. Ficamos sem
opções de tratamento, ou FIGURAS - Características no início do tratamento
A B C
217
maneira de trabalhar não é a única de sucesso e insucesso, alertando o
e devemos respeitar outras formas paciente quanto aos riscos e um
de tratamento e filosofias de tempo maior de tratamento.
trabalho.
XVI - BIBLIOGRAFIA
COZZANI, Guiuseppe - Jardim da Ortodontia Quintessence Editora Ltda. 2001Pag. 125 a 129.
Jornal Brasileiro de Ortodontia & Ortopedia Facial março/abril 2002 (ano 7 volume 7) Editora Maio nº 38 Pag. 148 a 152
Jornal Brasileiro de Ortodontia & Ortopedia & Ortopedia Facial Ano 5 – Julho/Agosto 2000 nº 28 Pag. 30 a 40.
Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial Volume 4 nº 4 Julho/Agosto 1999 Pag. 14 a 20.
Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial Volume 6 nº 1 Janeiro/Fevereiro 2001 Pag. 93 a 120.
218