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(1º slide) Boa tarde a todos.

O tema que iremos abordar hoje é a luxação na


articulação temperomandibular, em primeira instância iremos analisar os
aspetos gerais desta condição e em segundo plano iremos apresentar um caso
clínico que nos foi atribuído, onde iremos discutir o seu diagnóstico e
tratamento.

(2º slide) Mas o que é a luxação na articulação temperomandibular?

Primeiramente, a articulação temperomandibular é articulação que se dá entre


o temporal e mandíbula, denomina-se bicondilartrose dupla conjugada, e é
responsável pelos movimentos de protrusão/retrosão e lateralidade da
mandíbula. Nesta articulação participa inferiormente, o côndilo da mandíbula e
superiormente, o côndilo articular e a cavidade glenoide. Adicionalmente, esta
articulação é composta por duas cavidades sinoviais separadas por um disco
articular, que ajuda na continuidade entre as estruturas durante a abertura da
boca.

Assim, quando a boca está fechada o côndilo da mandíbula articula-se com a


cavidade glenoide. E, quando se dá o movimento de abaixamento da
mandíbula, o côndilo da mandibula desloca-se no sentido anterior saindo da
cavidade glenoide e perdendo a complementaridade geométrica entre as
estruturas.

(adicionar como é mantida a estabilidade da articulação)

Já no caso de uma luxação nesta articulação, há um desalinhamento das


superfícies articulares, ou seja, o côndilo da mandíbula ao se deslocar no
sentido anterior, sai da fossa mandibular e ultrapassa o côndilo articular do
temporal. Face a este desalinhamento, as manifestações clínicas mais
frequentes desta patologia são a dificuldade em fechar a boca, depressão pré-
auricular, tensão dos músculos da mastigação e dor severa na região articular.
Podem ainda ocorrer ruídos articulares como estalidos e crepitação.

É de salientar que a ATM não está completamente formada no nascimento e


que é uma das últimas articulações a se formar na totalidade. Assim, a
articulação revela-se mais maleável e frágil, devido à fossa mandibular do
temporal onde a cabeça do côndilo de articula, que é menos desenvolvida em
comparação à dos adultos. Deste modo, a hipermobilidade do côndilo da
mandíbula pode levar à luxação.

As etiologias da luxação da ATM podem ser não traumáticas (ex.: artroses, má


oclusão, disfunções dos músculos da mastigação), traumáticas, como por
exemplo, abertura máxima de boca excessiva, durante a entubação
orofaríngea, ou mesmo durante procedimentos dentários que impliquem que o
paciente permaneça bastante tempo com a boca aberta, ou em casos mais
raros pode ser congénito.

A laxidez dos ligamentos e a atividade alterada dos músculos da mastigação podem


estar associadas a uma instabilidade mandibular, e consequentemente à ocorrência de
luxação, uma vez que existem fibras musculares do músculo pterigóideo lateral e fibras
do ligamento temporomandibular que estão inseridas tanto no côndilo mandibular como
no disco articular. – perguntar se está correto porque no ppt da professora sofia diz “a
estabilidade da articulação é dada pelo tónus muscular dos músculos da mastigação,
pelo temporal e masséter e não pela cápsula ou ligamentos articulares”

A luxação pode ocorrer isoladamente ou em episódios repetitivos, sendo por


isso chamada luxação espontânea ou recorrente. O tratamento da luxação da
ATM divide-se em transitório, constituído por auto-redução e manobras de
redução da luxação, e tratamento definitivo, que está dividido em tratamento
conservador ou cirúrgico.

Luxações recorrentes podem causar alterações da estrutura articular, o que


compromete a redução manual, sendo mais difícil de ser bem-sucedida e
adicionalmente, podem levar à contração do músculo e, por conseguinte
fibrose muscular irreversível.

Descrição do caso:

O caso clínico que iremos apresentar é um exemplo de luxação da ATM, no


entanto baseia-se numa situação bastante rara, dado à idade do paciente e aos
escassos fatores externos que possam ter conduzido a este diagnóstico. –
perguntar à professora porque é raro, mas mais depois diz que como a ATM
demora a formar-se então pode correr a luxação.
A paciente é uma recém-nascida, com apenas 6 dias de vida, do sexo
feminino. O parto foi feito por cesariana às 38 semanas, pesava 2,86 kg e o
ganho de peso estava conforme a normalidade. Necessitou de fototerapia para
a icterícia, tendo sido uma intervenção bem-sucedida.

A presente situação foi detetada pela mãe que ao amamentá-la se apercebeu


que a mandíbula da bebé aquando da sua deglutição, emitia um ruído.
Adicionalmente, observou que a sua mandíbula se projetava anteriormente e
inferiormente enquanto se alimentava e que este movimento parecia
assimétrico, acentuando-se de um dos lados.

Os exames efetuados revelaram que a cabeça e o pescoço pareciam normais,


no entanto a face apresentava uma assimetria. A mandíbula tinha um desvio
bastante notório para a esquerda e, quando, a boca abria era possível ouvir o
ruído relatado pela mãe. Assim que a paciente fechava a boca, a mandíbula
retornava à posição normal.

Foi possível concluir que o causa foi possivelmente traumática, podendo ter
tido origem na amamentação, no choro excessivo ou parto. No entanto não se
pode descartar que a etiologia da luxação possa ser congénita, devido à sua
idade.

A paciente foi acompanhada e a luxação da ATM melhorou espontaneamente


com o tempo e resolvida após um mês.

O caso que nos foi atribuído constitui o único caso de recém-nascido com
luxação unilateral

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3913/1/PPG%20Tania%20Soares-
%20Luxação%20%20da%20ATM%20da%20etiologia%20ao%20tratamento.pdf

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